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Impasses éticos ou um testemunho da experiência pedagógica

Silva, Tatielle Rita de Souza January 2010 (has links)
Tomando a ética como um modo de se conduzir que se constitui, a um só tempo, da relação que estabelecemos com o outro, por intermédio da relação que tecemos conosco mesmos, procuramos abordar no presente trabalho a temática dos enlaces e desenlaces constituintes do viver-junto. Duas interrogações nos acompanham: como o indeterminado atravessa nossa experiência e sob que condições somos convocados a responder pelos efeitos imprevisíveis das ações que protagonizamos. Para contornar este problema de pesquisa, encetamos um caminho duplo. Um deles parte de narrativas de um percurso escolar trilhado no decurso de oito anos em escolas da rede pública estadual do município de Porto Alegre. Tais narrativas estão referidas a uma coleção de acontecimentos não-lineares entornados da matéria mais ínfima da experiência pedagógica onde o critério escolhido para narrá-las não foi outro senão a intensidade com que produziram um certo desassossego e desalojamento em sua narradora – único modo encontrado de dar um registro simbólico às cenas ali testemunhadas. O outro caminho encetado diz respeito a um percurso investigativo, teórico-conceitual onde procuramos situar nosso problema de pesquisa através de uma releitura da obra de Aristóteles, em especial, de sua Ética a Nicômaco, buscando fazer jus ao modo como o filósofo evoca e ocupa-se dos impasses éticos em seu tempo. Seguindo esta via, procuramos realizar uma interlocução com o campo da psicanálise, em especial, com o modo como Lacan dedica-se a recolher alguns elementos ensejados no pensamento aristotélico procurando interrogá-los e contornar a questão do homem e da relação que este estabelece com sua própria ação. Esta articulação toma o seminário em que trata Sobre a Ética da Psicanálise, como um importante ponto de interlocução. Nossa escolha por escrever um trabalho de dissertação que segue uma via dupla justifica-se no modo como nossa questão investigativa se faz operante na própria estrutura que imprimimos ao nosso texto, na fenda que se abre entre experiência e reflexão teórica e que sinaliza certa impossibilidade de efetuar a passagem de uma trilha para a outra sem ter de contabilizar as perdas que esta transposição nos convoca a responder. Assim, procuramos sustentar nosso problema de pesquisa desdobrando-o em três capítulos: no primeiro, trabalhamos com as temporalidades do possível, do necessário e do acaso no sentido de pensá-la como instâncias que condicionam a ação humana e que restringem o poder do agente de determinar sobre tudo o que lhe acontece; no segundo, avançamos no sentido de pensar a respeito de pretensas posições ocupadas em arranjos circunstanciais nas quais o agente acaba sendo investido de um suposto domínio sobre sua conduta, sobre o contexto do qual participa e sobre a conduta daqueles que o entornam; por fim, no último capítulo de nosso trabalho, procuramos tratar da dimensão trágica da existência explorando as relações entre ação e transmissão simbólica. / This work presents the connections and disconnections that are developed through relationships and by living together based on an understanding of ethics both as the way we conduct ourselves and are constituted that are woven together to form who we really are. There are two fundamental questions in this work: how the indeterminate affects our experience and under what conditions we are called on to respond to the unpredictable effects of our actions. In order to address these research questions we employed a two-prong approach that sustains, rather than resolves, the tension between theory and experience. One way is based on eight years of narratives from the state public schools in the city of Porto Alegre. These narratives are based on a collection of specific non-linear teaching experiences. In order to symbolically register the particular scenes in these testimonies, the narratives were chosen based on their intensity and whether they decentered or produced restlessness in the narrator. The second approach is the investigative process. We placed our research within theoretical concepts based on a re-reading of Aristotle, particularly Neomachean Ethics, in order to do justice to the ethical dilemmas of his time. We make a psychoanalytical intervention, using Lacan’s articulation of dialogue that was presented in his seminar The Ethics of Psychoanalysis, to utilize elements of Aristotle’s ideas to question the relationship between man and his own actions. Our desire to operationalize the work that we do in this text led us to employ this two-pronged approach. We create an opening between experience and theoretical reflection, which signals the impossibility of going from one to the other without accounting for the losses that this transition creates. This work is divided into three chapters. In the first chapter, we work with temporalities of the possible, the necessary and chance as instances that condition human action and diminish the power of the agent to determine exactly what will happen to him. The second chapter advances this by exploring the alleged positions occupied in circumstantial arrangements in which the agent is supposedly invested in the domination of his own conduct, the context in which participation occurs, and the conduct of those who surround him. The final chapter of this work addresses the tragic dimension of existence by exploring existing relationships between action and transmission.
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Pedagogia das máscaras : aprender com o trágico

Nicolay, Deniz Alcione January 2012 (has links)
Es geht um die tragische Schönheit in Pädagogik. Und, so geht, die Welt der griechische Tragödie. Nicht nur um die Aktion zu betrachten, sondern sie zu simulieren, absorbieren es, neu erstellen. Zu diesem Zweck macht dieses Papier Verwendung von Masken, Figuren, Orte, Autoren und Werke. Auch Schulen, Studenten, Lehrer, Unterricht, Lehr-Lern-Verfahren. Um nicht zu sagen, was gesagt wurde, wie zitiert, die je geschrieben wurden. Aber zu erforschen die Ausdrucksmittel der tragischen Szene. Es is Autor und Schauspieler, Performer, Erzieher, anonymen Chor. Er plädiert für Dionísio, aber vergessen Sie nicht Apolo. Lesen Sie die griechische Kunst von der Nietzsche-Philosophie. Liest den Toda us der Perspektive des Lebens, das Leben aus der Perspektive des Todes. Aber das ist nicht das gemeinsame Leben. Doch das Leben in endloser Perspektive der Macht. Und diese Perspektive, Fabel, variiert, bewegt, dreht, dreht, Tests, Experimenten. Say no to gesunden Menschenverstand der Unterrichtspraxis. Sagen Sie Ja Zu den ästhetischen Werden des Daseins. Vielleicht eine Ethik. Ethik der homerischen Helden. Charaktere von Aischylos. Aber die einzelnen Lehrer. Es ist eine Tatsache, die nicht mit Verhaltensregeln, ethisches Wissen nicht entspricht. Genießen Sie den Alltag. Nicht zu bewundern. Aber bestializes es. Vergessen Sie Stanadard-Formeln, weltliche Probleme. Breaks und läuft, und verschiedene Summen. Ideen nehmen Form von Text, ein Objekt zu studieren. Und der andere mit Hilfe von Texten, intertext. Sind Blöcke von Empfindungen: die Geliebte, der gelebten Erfahrung. Auch die verabscheute, den verhassten, aus dem Gesicht geschnitten. Aber Dionísio kommt immer wieder mit einer anderen Haut. In dieser Arbeit scheint es, als: Rousseau, Santo Agostinho, Raimundo Lúlio, Platão, Heráclito, Montaigne, Comenius, die Jesuítas, Descartes, Kant; und vieles mehr: Homero, Ésquilo, Sófocles e Eurípedes. Multiplizieren Sie in jedem Satz spüren. Shatter ist das ganze zu täuschen. Tanzt und singt das Lied von der Ziege. Sündenböcke für Bildung. Aber sie tanzten auch mit den Satyrn. Im Inneren schwingt eine Lehr-Künstler, wird zugrunde gehen und wiedergeboren zu warden. Um das ganze Universum gehören. Solche Fluchten aus Lehre Pädagogik als kinder fliehen die Schule. Doch wie kinder, betont sie. Vergeblich die tragische Maske: die Hellingkeit der Augen bleibt. / Trata da estética trágica na Pedagogia. E, por isso, percorre o universo da Tragédia Grega. Não apenas para contemplar a ação, mas para simulá-la, absorvê-la, recriá-la. Para isso, esse texto faz uso de máscaras, de personagens, de lugares, de autores e obras. Também de escolas, alunos, professores, didáticas, procedimentos de ensino-aprendizagem. Não para dizer o já dito, já citado, já escrito. Mas para explorar os recursos expressivos da cena trágica. Faz-se de autor-ator, de intérprete-educador, de anônimo do coro. Ele chama por Dionísio, mas não esquece Apolo. Lê a arte grega a partir da filosofia nietzschiana. Lê a morte pela ótica da vida, a vida pela ótica da morte. Mas não se trata da vida comum. Porém, da vida na perspectiva de potência inesgotável. E, nessa perspectiva, fabula, varia, desloca, inverte, perverte, ensaia, experimenta. Diz não ao senso comum das práticas pedagógicas. Diz sim aos devires estéticos da existência. Quiçá: uma ética. Ética dos heróis homéricos. Das personagens esquilianas. Mas também do indivíduo docente. É fato que não cumpre regras de conduta, de moralização do conhecimento. Embebe-se da cotidianidade. Não para admirá-la. Mas para bestializá-la. Esquece fórmulas prontas, problemas seculares. Fragmenta e percorre, difere e sintetiza. As idéias tomam formam a partir do texto, objeto de estudo. E um texto recorre a outro, intertexto. São blocos de sensações: do amado, do vivido. Também do detestado, do odiado, do cuspido e escarrado. Porém, Dionísio sempre volta com uma máscara diferente. Nesta tese, ele surge como: Rousseau, Santo Agostinho, Raimundo Lúlio, Platão, Heráclito, Montaigne, Comenius, Os Jesuítas, Descartes, Kant; e mais ainda: Homero, Ésquilo, Sófocles e Eurípedes. Multiplica-se para se sentir em cada frase. Despedaça-se para iludir o todo. Baila e canta a canção do bode. Bode expiatório da Pedagogia. Mas ela também baila com os sátiros. No seu interior vibra uma didática-artista, vontade de perecer e renascer. De pertencer a todo o universo. Tal Pedagogia foge do pedagógico como as crianças fogem da escola. No entanto, como as crianças, ela insiste. No vão da máscara trágica: o brilho dos olhos permanece.
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Espelhos partidos : leituras e releituras da lenda heróica dos atridas

Corrêa, Lúcia Maria Britto January 2005 (has links)
Ce travail a analysé la légende héroïque de la famille des Atrides, à travers la trilogie grecque L’Orestie, d’Eschyle, en la mettant en rapport avec Les mouches, de Sartre, et avec Électre, de Giraudoux; ces oeuvres ont également été comparées avec les deux Electra, celle de Sophocle et celle d’Euripide, en partant de l’analyse du "texte en tant que productivité" selon Roland Barthes, qui travaille la réécriture du texte réalisée par le lecteur. Les textes choisis furent produits et mis en scène pendant des guerres ou à la veille d’une guerre et, à travers l’étude des agencements juridiques en vigueur à chaque époque, nous avons pu observer – dans l’Athènes du Ve siècle – la construction du concept de responsabilité individuelle, avec le dépassement de l’imposition de la peine aux membres de la famille et à la descendance du criminel; par contre, dans la France occupée par l’armée nazie c’est l’inverse qui se produit, la responsabilité des meurtres commis par la Résistance est attribuée à toute la communauté. Nous avons confronté les rapports de pouvoir engendrés et exposés dans les textes, lesquels reflétaient ceux qui se produisaient dans le cadre historico-politique, et en avons conclu que la tragédie grecque s’est insérée comme médiatrice de la réalité politico-sociale de la polis, contrairement aux relectures françaises, qui avaient une insertion périphérique dans la société française de 1937 à 1944. C’est à la recherche d’un sentiment de continuité et de transcendance que s’établit le retour aux tragédies grecques et à leurs relectures, étant donné qu’elles racontent des légendes héroïques qui rappellent à l’homme – même à celui du XXIe siècle – sa mortalité et son incapacité à prévoir les conséquences de ses actions. / O trabalho foi desenvolvido analisando-se a lenda heróica da família dos Atridas, através da trilogia grega Orestéia, de Ésquilo, relacionando-a com Les mouches, de Sartre, e com Électre, de Giraudoux, comparando-as também com as duas Electra, a de Sófocles e a de Eurípides, partindo da análise do “texto como produtividade”, segundo Roland Barthes, que trabalha a reescritura do texto realizada pelo leitor. Os textos escolhidos foram produzidos e encenados em momentos de guerra ou de sua iminência e, através do estudo dos ordenamentos jurídicos vigentes em cada época, foi possível comprovar que, na Atenas do século V, ocorre a construção do conceito de responsabilidade individual, superando-se a imposição da punição aos familiares e à descendência do criminoso, enquanto que na França ocupada pelo exército nazista ocorre o inverso: a responsabilidade pelos assassinatos cometidos pela Resistência é atribuída a toda a comunidade. Confrontamos as relações de poder engendradas e expostas nos textos, refletindo as que estavam ocorrendo no contexto histórico-político, concluindo que a tragédia grega se inseriu como mediadora da realidade político-social da polis, ao contrário das releituras francesas, que tinham uma inserção periférica na sociedade francesa de 1937 a 1944. É em busca de um sentimento de continuidade e de transcendência que ocorre o retorno às tragédias gregas e às suas releituras, visto que narram lendas heróicas que relembram, mesmo ao homem do século XXI, sua mortalidade e sua incapacidade de prever os desdobramentos de suas ações. / This thesis was written analyzing the heroical legend of Atridas’family, through the Greek tragedies Orestéia and Electra(s), relating them to The Mouches by Sartre and to Électre by Giraudoux. The starting point is the text analysis as "productivity", according to Roland Barthes who works the rewriting of the text by the reader. The texts we analyzed were produced and enacted during moments of war or in times of its imminence, and through our study it was possible to prove that in Athena of the Fifth Century occurs the construction of the concept of individual responsibility, overcoming the imposition of the guiltiness to the criminal descendants, while in occupied France by the Nazi Army happens the opposite: the responsibility for the murders, committed by the Resistance, is attributed to the entire community. We compared the relationship of power engendered and exposed on the texts which reflect the relationship that happened in the historical and political context. So, we conclude that the Greek tragedy was inserted as a mediator of social reality, in opposition to the French plays, which had a peripheral insertion in the French society from 1937 to 1944. The sense of continuity and transcendency emerges from the return of the Greek tragedies and their rereading, because they narrate heroical legends which remember, indeed to the man of the Twenty One Century, his mortality and his incapacity to antecipate the unfoldment of his actions.
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Encenações do trágico na contemporaneidade / -

Nicole Alcebiades de Oliveira 14 October 2015 (has links)
Este projeto tem como objetivo investigar duas obras teatrais que poderiam ser pensadas como uma expressão do trágico no mundo contemporâneo. Tal investigação parte da tentativa de compreender o que seria essa tragicidade pesquisando o que haveria de intrínseco à tragédia na Grécia a partir de diferentes olhares filosóficos, e de que modo esse trágico poderia ainda existir hoje. Para delinear os parâmetros do que será chamado de trágico se partirá da conceituação do que é a tragédia feita pelos helenistas Vernant e Vidal-Naquet, para posteriormente entender como pensadores modernos olharam de modo particular para esta questão. Então se tomará como base a ideia de trágico definida por Steiner e os estudos filosóficos de Nietzsche e Agamben sobre tragédia e contemporaneidade. Paralelamente se investigará a teoria antropológica de René Girard sobre como a possibilidade da tragédia pode estar associada ao mecanismo da vítima expiatória. Em seguida será feita a análise das obras teatrais escolhidas justamente porque foram elaboradas a partir de uma pesquisa artística sobre o trágico e se terá como objetivo investigar como os seus criadores compreendem essa retomada da tragicidade e de que modo eles dialogam com os pensadores estudados. Os espetáculos contemporâneos escolhidos para análise são: Tragedia Endogonidia, uma série de episódios teatrais realizados pelo grupo Socìetas Rafaello Sanzio (2002-2004), e a peça Mantenha Fora do Alcance de Crianças, escrita em processo colaborativo com o coletivo [PH²] - estado de teatro (2009). / This project has as an objective investigates two theater works that might be thought like an expression of tragic in the contemporary world. That investigation begins with the tentative of understand what could be that tragic researching what have intrinsic in tragedy from Greece starting with different philosophical views, and how that tragic could still exist today. For outline the parameters that we will call tragic, we begins with the conceptualization of what is the tragedy made by Hellenists Vernant and Vidal-Naquet, for after understand how the modern theorists have a particular look for that question. So, we will build on the idea about tragic defended by Steiner and the philosophical studies from Nietzsche and Agamben about tragedy and contemporaneity. At the same time we will investigate the anthropological theory from René Girard of how the possibility of the tragedy could be associated with expiatory victim mechanism. After that, we will analyst the theatre plays chosen right because were created from an artistic research about tragic and we will have with objective investigate how yours creators understand that resumption of the tragic and how they talk with the theorists studied. The contemporary plays chosen for the analyze are: Tragedia Endogonidia, one series of theater episodes realized by the group Socìetas Rafaello Sanzio (2002-2004), and the play Mantenha Fora do Alcance de Crianças, written in collaborative process with the collective [PH²] - estado de teatro (2009).
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O sublime na tragédia grega: odem e desordem na iminência do ritual / The sublime in Greek tragedy: order and disorder on the ritual

Mario Vitor Parreira Santos 29 October 2008 (has links)
Qualquer um que leia tragédias gregas encontra momentos de elevação especial, de grandeza ou transcendência nos quais o texto parece transportar o leitor/espectador para fora de si mesmo, a uma esfera de emoção e significação extremas. Geralmente, como resultado de uma série de fatores, inclusive cênicos, esses momentos da ação dramática criam um efeito de assombro, surpresa e medo. Os personagens no palco e a platéia compartilham uma sensação do que pode ser chamado de sublimidade. São momentos em que sofrimento, prazer, inspiração ou insight parecem associados para criar um efeito através do qual o espectador é tomado pela emoção ou pelo entendimento, pelo envolvimento ou pelo distanciamento ou, melhor, por uma combinação desses estados. O efeito parece evidente em cenas do drama trágico, em particular das tragédias gregas e dos dramas trágicos shakespeareanos. Na tragédia grega, podem-se considerar sublimes a cena do tapete no Agamêmnon, de Ésquilo, a fala do disfarce do Ájax, de Sófocles, ou o grande discurso do segundo mensageiro, nas Bacantes, de Eurípides. A intenção deste trabalho é examinar algumas cenas passagens especialmente relevantes da tragédia grega e tentar traçar elementos estruturais que possam concorrer para a criação dessa sensação de elevação. É evidente que refiro-me ao sublime em termos até aqui subjetivos. É objetivo do trabalho fornecer algumas bases objetivas sobre as quais apoiar aquilo que chamo de momentos de elevação, grandeza e emoção extrema. / Anyone who reads Greek tragedy encounters moments of special elevation, greatness or transcendence in which the text seems to transport the reader/spectator out of himself to an sphere of heightened emotion and significance. Generally, as the result of a series of reasons, these moments in the action of the play create an effect of amazement, wonder and awe. During these moments, the characters on stage and the audience share a sensation of what may be called sublimity. It is the sort of moment in which either suffering, pleasure, inspiration or insight seem to associate to create an effect through which the spectator is taken by emotion or by understanding, by involvement or detachment, or better by a combination of these. The effect appears evident to me in scenes of tragic drama, particularly of Greek and Shakespearean tragedies. In Greek tragedy, one may consider as sublime some parts of the carpet scene in Aeschylus Agamemnon, the deception speech of Sophocles Ajax, or the second messenger speech in Euripides Bacchae. In Shakespeare, the apparition of the fathers ghost to Hamlet is stunning, and unleashes intense emotion and insight. The intention of this work is to examine some especially relevant passages of Greek tragedy and to try to trace structural elements that may concur to the creation of this sensation of elevation. It is evident that I refer to the sublime in subjective terms and, therefore, it is my aim to provide some objective ground upon which to support what I shall be identifying as moments of elevation, greatness and extreme emotion.
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Tu/xh e caráter no Hipólito de Eurípedes / Tu/xh and character in Hyppolytus by Euripedes

Maria Cristina Rodrigues da Silva Franciscato 13 November 2006 (has links)
Este trabalho investiga o significado do termo tu/xh em Eurípides, sobretudo na tragédia Hipólito. \"Acaso\", \"sorte\", \"fortuna\", traduções usuais para tu/xh, sugerem o significado de \"acontecimento fortuito\". Se assim fosse, de que modo esse \"acaso\" coexistiria na Tragédia com a noção, tão própria ao mundo grego, de \"destino\" (moi=ra, a)na/gkh, dai/mwn)? Na verdade, a análise das ocorrências em Eurípides demonstrou que a tu/xh não é mero \"acaso\". Ao contrário, costuma ter origem divina e ser instrumento da moi=ra. A tu/xh é o destino no momento em que se precipita em acontecimento. A instabilidade da \"sorte\" é categórica na vida e reiterada na Tragédia. Não é possível considerar feliz alguém que esteja vivo, pois a vida é apenas incerteza: rapidamente se pode inverter uma situação favorável. Os reveses da \"sorte\" atingem, em particular, aqueles que, seguros de si, se vangloriam do que são e da condição que possuem. Pertinente é o aforismo de Heráclito (frag. 119.1-120.1): hÅqoj a)nqrw¯pwi daimwn, \"o caráter do homem é seu destino\" ou \"o destino do homem é seu caráter\". Há relação causal entre o caráter de um personagem trágico e aquilo que lhe sobrevém. Tal caráter é investigado através dos termos psíquicos que utiliza Eurípides para seus protagonistas (frh/n e cognatos, kardi/a, yuxh/, qumo/j, etc.). / This work investigates the meaning of the word tu/xh in Euripedes and mainly in the Hyppolytus tragedy. \"Chance\", \"luck\" and \"fortune\" suggest the meaning of \"fortuitous event\" therefore they are usual translations for tu/xh. If it was like this, on which way would this \"chance\" coexist in the Tragedy with the notion of \"fate\" (moi=ra, a)na/gkh, dai/mwn) that is so peculiar to the Greek world? Indeed, the analysis of the occurrences in Euripedes has demonstrated that tu/xh is not merely \"chance\". On the contrary, it is accustomed to have a divine origin and to be the instrument of moi=ra. Tu/xh is fate in the moment that it turns into happening. \"Luck\" instability is categorical in life and reiterated in the Tragedy. It is not possible to consider someone that is alive happy, because life is just uncertainness: a favorable situation may be reversed rapidly. Reverses of \"luck\" affect specifically those that are self-confident and pride of themselves due to what they are and the conditions they have. Heraclitus\' aphorism is pertinent (frag. 119.1-120.1): hÅqoj a)nqrw¯pwi daimwn, \"a man\'s character is his fate\" or \"a man\'s fate is his character\". There is a relation of cause between the character of a tragic personage and what befalls him. Such character is investigated through psychic terms that Euripides uses for his protagonists (frh/n and cognates, kardi/a, yuxh/, qumo/j etc.).
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Hércules no Eta: uma tragédia estóica de Sêneca / Hercules on Oeta: a stoic tragedy by Sêneca

Jose Geraldo Heleno 09 May 2006 (has links)
O estoicismo de Sêneca apresenta traços que refletem sua condição pessoal de homem novo, de ator na história do Império Romano e de um pensador bastante livre. As linhas de seu pensamento, que se pode chamar de estóico-senequiano, estão presentes em toda sua obra: de maneira explícita, nas epístolas e nos diálogos; e implícita, na tragédia Hércules no Eta. Para essa tragédia, Sêneca buscou, como modelo principal, As Traquínias de Sófocles, cujas personagens recebem um tratamento tal, que se pode ler, em suas palavras e em suas ações, a expressão das virtudes e dos vícios nos três níveis: cósmico, imperial e individual. A relação entre essas três instâncias é garantida, principalmente, pela tensão sujeito-objeto e pela analogia como processo de conhecimento. Em seu pensamento bipolar, pode-se ler a presença dos princípios que perpassam toda a Natureza: o ativo (do lado do sujeito) e o passivo (na vertente do objeto). A expressão máxima do princípio ativo é, no universo, o Logos; no Império, a razão do príncipe, que constitui sua alma; no homem, a razão diretriz. O vício é o desequilíbrio em qualquer uma das instâncias, e consiste numa inversão que deixa a Razão fora do lugar que lhe cabe segundo a perfeição da Natureza. O reequilíbrio, no âmbito do Universo, se faz pela \"conflagração universal\"; no Império, pelo comando de um príncipe virtuoso; no indivíduo, pela prática da virtude, sob o comando da razão. Como no indivíduo, a virtude, que é igual à sabedoria, à felicidade, à liberdade, é conquistada paulatinamente, o homem, em relação a ela, pode ser um stultus, um uacillans, um proficiens ou um sapiens. No Hércules de Hércules no Eta, convivem as três instâncias: a cósmica na conflagração universal, a do Império Romano, nas alusões político-históricas, e a do indivíduo, na trajetória exemplar do herói rumo à sabedoria e à apoteose. Sua trajetória, dividida entre um velho e um novo Hércules, promove, ainda, a passagem do tempo mítico para o tempo legal, do herói marcado pela hybris para o marcado pela uirtus. / Seneca\'s stoicism presents features that reflect his personal condition as new man, as an actor in the Roman Empire History and as a free thinker. His lines of thought, which can be named as estoico-senequiano, are in all of his works: explicitly, in his epistles and dialogues; and implicitly, in his tragedy Hercules on Oeta. As main source of inspiration to this tragedy, Seneca used Sophocles\' The Trachiniae, in which can be read, through its characters\' words and attitudes, the expression of vice and virtue in three levels: cosmic, imperial and individual. The relationship between these three levels is granted, mainly, by the tension subject-object and by analogy as a process of knowledge. In Seneca\'s bipolar thought, one can notice the presence of principles that go beyond all nature: the active (subject\'s side) and the passive (that concerns the object). The major expression of the active principle is, in the universe, Logos; in the Empire, the prince\'s reason, which constitutes his soul; in men, the guideline reason. Vice is the disequilibrium in any of these instances, and is defined as an inversion that takes reason out of its proper place in accordance with nature\'s perfection. The equilibrium is recovered again, in the universe\'s scope, through universal conflagration; in the Empire\'s scope, through a virtuous prince\'s command; in the individual scope, through practicing virtue under the control of reason. Since in human beings, the virtue, which is considered the same as knowledge, happiness, and freedom, is gained gradually, the men in relation to it can be a stultus, a uacillans, a proficiens, or a sapiens. In Hercules from Hercules on Oeta, the three instances are together: the cosmic through the universal conflagration, the one from Roman Empire through the historical and political allusions, and the individual one, through the hero\'s brilliant way to knowledge and apotheosis. His way, divided into an old and a new Hercules, promotes the passage from a mythical time to a legal time, from the hero marked by hybris to the one marked by uirtus.
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Electra de Eurípides: estudo e tradução / Electra by Euripides: study and translation

Karen Amaral Sacconi 04 July 2012 (has links)
O presente trabalho tem como objeto de estudo a tragédia Electra de Eurípides no que concerne à atualização que o poeta faz do episódio em sua versão dramática do mito de Orestes. Para tal, divide-se em duas partes, sendo que a primeira compreende o estudo propriamente dito e a segunda traz uma tradução integral do poema dramático seguindo os moldes de uma tradução acadêmica para fins de estudo. O estudo apresenta três capítulos que abordam a questão da atualização sob diferentes perspectivas. O primeiro trata da história do mito desde Homero até sua chegada à poesia dramática e apresenta um estudo comparativo das três versões trágicas que têm o mito por matéria, a saber, a Oresteia de Ésquilo e as Electras de Sófocles e Eurípides. A partir do segundo capítulo, o foco é dado à Electra euripidiana. Parte-se, então, de uma análise pontual de algumas das personagens e do coro com vistas a um estudo dirigido às inovações do enredo. A encenação da tragédia é, por fim, matéria de estudo do terceiro capítulo, ainda sob o ponto de vista da atualização. De uma forma geral, o estudo tem por objetivo uma reflexão sobre os modelos visados por Eurípides, sobre as adaptações que esses sofreram e, finalmente, sobre a recusa de alguns paradigmas. / This thesis focuses on the tragedy Electra by Euripides taking a more specific look at the way the poet updates this episode in his dramatic version of the myth of Orestes. The thesis is divided in two parts. The first contains the study itself and the second offers an integral translation of the dramatic poem according to the standards of academic translations intended for study. The study encompasses three chapters that address the issue of updating from different perspectives. The first concerns the story of the myth from Homer to its appearance in dramatic poetry and presents a comparative study of the three tragic versions of the myth, namely Aeschylus Oresteia and the Electras of Sophocles and Euripides. From the second chapter on, the focus is on Euripides Electra. This chapter resorts to a detailed analysis of some of the characters and the chorus in order to study the innovations in the plot. Finally, the third chapter discusses the staging of the tragedy, once again from the point of view of the updating. Overall, the study intends to reflect on the models used by Euripides, as well as the adaptations that these models have gone through and, finally, the refusal of some paradigms.
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Mito & música: o trágico no jovem Nietzsche

Lotério, Rafael Antônio dos Santos 30 August 2011 (has links)
Submitted by Renata Lopes (renatasil82@gmail.com) on 2016-07-15T19:39:12Z No. of bitstreams: 1 rafaelantoniodos santosloterio.pdf: 709662 bytes, checksum: f31d75c14c858f49a7eee80db4acf917 (MD5) / Approved for entry into archive by Adriana Oliveira (adriana.oliveira@ufjf.edu.br) on 2016-07-22T14:59:13Z (GMT) No. of bitstreams: 1 rafaelantoniodos santosloterio.pdf: 709662 bytes, checksum: f31d75c14c858f49a7eee80db4acf917 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-07-22T14:59:13Z (GMT). No. of bitstreams: 1 rafaelantoniodos santosloterio.pdf: 709662 bytes, checksum: f31d75c14c858f49a7eee80db4acf917 (MD5) Previous issue date: 2011-08-30 / O objetivo desta dissertação é perseguir o conceito de trágico na filosofia do jovem Friedrich Wilhelm Nietzsche. Através do estudo das suas primeiras obras dedicadas à reflexão filosófica, percebemos que a ideia do “trágico” se afirma como ponto central e ganha destaque para as perspectivas de trabalho vindouro para o professor de filologia clássica que se tornaria um dos mais importantes nomes da filosofia contemporânea. Entretanto, mesmo resguardando o valor que as reflexões nietzschianas apresentam em relação ao problema do trágico, sua filosofia passou à posteridade sob a égide de outros problemas por ele analisados e, consequentemente, enfatizando ideias aparentemente mais centrais que a do trágico. É para sanar a necessidade de uma reflexão mais intensiva sobre os trabalhos do jovem Nietzsche que esta pesquisa chama atenção e vem se alinhar ao esforço de compreensão das ideias fundamentais do filósofo antes da elaboração dos conceitos de “super-homem”, “eterno retorno” e “vontade de poder”. Para isso debruçamo-nos sobre O nascimento da tragédia no Espírito da Música; por acreditarmos que nele convergem as principais ideias caras ao Nietzsche jovem. E a particularidade que queremos acentuar aqui, através do fomento das reflexões sobre a religião, é a centralidade do mito e da música como elementos sem os quais a tragédia não pode ser pensada e, consequentemente, não se pode chegar ao cerne do que definira como “trágico”. Nietzsche organiza as ideias de mito, culto e coro para salvaguardar uma relação de autenticidade para a tragédia grega, autenticidade que reflete uma visão particular e mais verdadeira da realidade do mundo. A dissolução dessa tríade resulta no aparecimento de um tipo de civilização que se afasta de todo valor verdadeiro da realidade, tanto do mundo quanto da vida. Nietzsche, enquanto se coloca diante da tradição alemã de releitura dos clássicos gregos, constrói uma ponte entre a vida grega autêntica e a vida moderna, socrática, pouco hábil para a compreensão do mito e amplamente desprovida da capacidade de ouvir e compreender a música. Esta relação é estruturada a partir da configuração de dois conceitos básicos – apolíneo e dionisíaco – que vão servir como divisores de águas para o pensamento nietzschiano, permitindo uma reinterpretação não apenas dos valores estéticos do mundo moderno, mas, mais completamente, uma releitura iconoclasta da própria condição de possibilidade de se pensar o homem após o crepúsculo de seus deuses. / The objective of this dissertation is to pursue the concept of the tragic couple in the Philosophy of Friedrich Wilhelm Nietzsche. Through the study of his early works devoted to philosophical reflection we realized that the idea of the “tragic” is stated as the central focus and win the job prospects coming to the teacher of Classical Philology would become one of the most important names in contemporary philosophy. However, even protecting the value they have Nietzschean reflections on the problem of the tragic, his philosophy passed down to posterity under aegis of other problems he studied, and thus emphasizing ideas that seen most central to the tragic. It is to remedy the need for a more intensive reflection on the work of the young Nietzsche that this research draws attention and has been the effort to bring understanding of the fundamental ideas of the philosopher before the elaboration of the concepts of “superman”, “eternal recurrence” and “will to power”. For this we are referring on The birth of Tragedy in the Spirit of Music because we believe that it faces the main ideas converge to the young Nietzsche. And we want to emphasize in special here, through discussion about religion, is the centrality of myth and music as elements without which the tragedy cannot be thought, and therefore cannot get to the heart of what he called a “tragic”. Nietzsche organizes the ideas of myth, cult and chorus to preserve a relationship of authenticity to Greek tragedy, authenticity that reflects a particular vision and truer reality of the world. The dissolution of this triad results in the appearance of a type of civilization that departs from the true value of the whole reality of both the world and of life. Thus, Nietzsche, while bringing forth the German tradition of rereading of Greek classics, builds a bridge between authentic Greek life and modern life, Socratic, clumsy to understand the myth and largely devoid of the ability to listen and understand music. This relationship is structured from the configuration of two basic concepts – Apollonian and Dionysian – which will serve as a watershed for the Nietzschean thought, allowing a reinterpretation not only of aesthetic values of the modern world, but more completely, an iconoclastic the very condition of possibility of thinking the man after the twilight of their gods.
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O percurso do logos na "poetica" de Aristoteles

Guimarães, Deborah Vogelsanger 04 January 2002 (has links)
Orientador : Francisco Benjamin de Souza Netto / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas / Made available in DSpace on 2018-08-01T05:51:37Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Guimaraes_DeborahVogelsanger_M.pdf: 8249189 bytes, checksum: 35b90e1d82f934f5b63ac78f96948f63 (MD5) Previous issue date: 2002 / Resumo: Neste trabalho será exposto o texto aristotélico "Sobre a Poética" , ao qual nos referiremos como "Poética", em especial nos capítulos 6,9 e 21 de maneira que, em conjunto com a exposição do Livro 11da "Retórica", também de Aristóteles, se possa responder a questão: de que maneira uma composição poética se aproxima de uma composição retórica no âmbito específico de seus conteúdos? A resposta a esta questão deve levar ao reconhecimento de um conteúdo ético para ambas as composições. O estudo dos dois textos deve servir, também, para aproximar a estudo da poesia ao estudo da lógica e da metafísica aristotélica, em um retorno aos primeiros tradutores da "Poética", no século XVI / Abstract: Not informed. / Mestrado / Mestre em Filosofia

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