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Ado??o : vida em minha vidaSilva, ?ngela Maria Pereira da 31 March 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008-03-31 / Neste estudo buscou-se analisar a ado??o numa perspectiva de garantia de direito ? inf?ncia a partir da compreens?o das dimens?es (social, cultural e emocional) que incidem na fam?lia. Trata-se de um estudo, qualitativo, e, os sujeitos da pesquisa constitu?ram-se de cinco fam?lias que vivenciaram a ado??o, sendo cinco m?es e dois pais. Essas fam?lias realizaram o processo de ado??o junto a Vara da Inf?ncia e Juventude de S?o Leopoldo, l?cus da pesquisa. As informa??es foram obtidas por meio de entrevista, previamente elaboradas, aplicada individualmente, contendo perguntas abertas. Num primeiro momento realizou-se coment?rios introdut?rios sobre a pesquisa e socializou-se Termo de Consentimento livre e esclarecido obtido na ocasi?o junto ?s fam?lias participantes. Os temas que emergiram da an?lise foram: os aspectos socioculturais que envolvem o processo de ado??o, a rela??o afetivo-emocional constru?da entre a crian?a e os pais, bem como a ado??o para a garantia do conv?vio familiar e comunit?rio. A reflex?o sobre tais temas demonstrou que, para os sujeitos da pesquisa, um dos motivos em buscarem a ado??o foi n?o terem tido seus pr?prios filhos. A ado??o significou o fortalecimento dos v?nculos afetivos numa rela??o nutrida pelo amor, espontaneidade, respeito, afetuosidade num aperfei?oamento da conviv?ncia humana. Com a chegada da crian?a h? o desenho de uma nova rede social pela amplia??o da rede prim?ria e tamb?m pela busca da rede secund?ria pelos servi?os de ensino, sa?de, do judici?rio entre outros. A conviv?ncia e os v?nculos amorosos s?o fundamentais para que aconte?a a ado??o m?tua entre pais e filhos. Constatou-se a necessidade de criar grupos de apoio ? ado??o em S?o Leopoldo
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Pessoas em minha vida: o apego e os vínculos afetivos de crianças vítimas de abuso sexual / People in my life: attachment and affective bonds of children victims of sexual abuseSouza, Viviane Manfre Garcia de 10 August 2012 (has links)
O abuso sexual infantil (ASI) é um fenômeno de destaque em todo o mundo nas últimas décadas e é considerado uma questão de saúde pública, por tratar-se de um importante fator de risco para o desenvolvimento de psicopatologias. Seus efeitos têm sido amplamente estudados, devido à sua diversidade, magnitude e consequências, e podem ser observados inclusive nos vínculos afetivos que a criança estabelece. O presente estudo buscou verificar a qualidade do apego de vítimas de ASI, pois acredita-se que esta experiência tenha grande influência no desenvolvimento das relações afetivas da criança, podendo alterar seu padrão de apego até a vida adulta. Para isso, foi realizado um estudo piloto com o inventário Pessoas em minha vida (PIML), o qual foi elaborado com o objetivo de mensurar a qualidade destes vínculos em crianças. A amostra foi composta por 60 crianças de 09 a 12 anos, de baixo nível sócioeconômico, sendo 30 vítimas de ASI (grupo clínico). Também foi aplicado o Inventário de Frases auxiliar no diagnóstico de violência doméstica contra crianças e adolescentes (IFVD), a fim de coletar mais dados acerca dos efeitos da violência, além de ser utilizado como critério de exclusão no grupo comparativo, caso a criança apresentasse suspeita de vitimização. Após consentimento dos pais ou responsáveis pelas crianças, pesquisadores treinados realizaram aplicações individuais na própria escola ou instituição, que disponibilizaram salas para tal. Os resultados apontaram diferenças significativas entre os dois grupos (clínico e comparativo). As crianças vitimizadas apresentaram menores pontuações em relação ao apego quando comparadas a seus pares, indicando maior dificuldade em confiar nas pessoas e sentir-se segura na presença dos cuidadores. Além disso, apresentaram maiores pontuações em todos os níveis de sintomas referentes aos transtornos investigados pelo IFVD, demonstrando a variedade dos efeitos do ASI naqueles que o sofrem. A partir do estudo com o PIML, observou-se que este instrumento não é capaz de avaliar padrões de apego infantil, entretanto mostrou-se eficaz na avaliação dos vínculos e relações afetivas estabelecidas pelas crianças com as pessoas próximas a ela, bem como o sentido de segurança e confiança no mundo que a cerca. São feitas algumas ressalvas 4 acerca da estrutura e utilização do instrumento, além de sugestões no sentido de aprimorá-lo. Destaca-se ainda a necessidade de novos estudos e dados mais específicos sobre a incidência de ASI no Brasil e no mundo, a fim de desenvolver políticas públicas eficientes para prevenir e lidar com esse fenômeno / Child sexual abuse (CSA) is a worldwide phenomenon and should be considered a public health issue as an important risk factor for the development of psychopathologies. Its effects have been extensively studied because of its variety, magnitude and consequences, which can also be identified in the affective bonds that the child establishes. The present study aimed to evaluate the attachment quality of CSA victims, for it is believed that this experience has a great influence on the development of childrens emotional relationships and that it can change their pattern of attachment into adulthood. Therefore, a pilot study with the People in my life (PIML) inventory was conducted, which was created to measure the quality of childrens bonds. The sample comprised 60 children aged between 09 and 12 years, with low socioeconomic status, being 30 of them victims of CSA (clinical group). The Phrase Inventory of Intrafamilial Child Abuse (PIICA) was used in order to gather more data regarding the effects of violence, also to exclude any suspected victim from the comparison group. After parents or guardians concent, trained researchers conducted individual interviews with the children in their school or institution. The results showed significant differences between clinical and comparative groups. The victims obtained lower attachment scores when compared to their peers, indicating greater difficulty in trusting others and feeling safe in presence of their caregivers. Additionally, they got higher scores on all types of disorders pointed by the PIICA, demonstrating the variety of the effects of CSA on those who suffer it. This study also pointed that the PIML does not assess patterns of child attachment. However, it proved to be effective on evaluating the childrens bonds and affective relationships, the feeling of security and trust in the world around them. Notes and suggestions regarding the instrument are made and the need for further studies and more specific data on the incidence of CSA in Brazil and abroad is highlighted, in order to develop effective public policies to prevent and take care of this phenomenon
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O outro artificial e a alteridade na cultura pós-modernaMONTEIRO, Henrique Moura January 2011 (has links)
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Previous issue date: 2011 / FAPESPA - Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas / A presente pesquisa nasceu a partir de inquietações frente a um fenômeno que mostra a
fascinação de homens que se relacionam com bonecas realistas – Real Dolls. Estas modelos
simulam de forma perfeccionista altura, peso, forma, textura, cor, sexo, como se fossem “de
carne e osso”, mas são “de metal e silicone”. As bonecas, contudo, não são meros brinquedos
sexuais, pois adquirem muitas vezes a função de companhia, colocando em cheque a própria
dimensão da alteridade. Esta relação construída artificialmente funciona, portanto, como um
disparador de indagações acerca do outro e da atualidade. Assim, o objetivo deste estudo foi
realizar uma discussão teórica, de cunho psicanalítico, a respeito da noção de alteridade na
cultura contemporânea. Para isso, seguimos a trilha de questões chave: quem são o outro e a
alteridade? Qual o seu lugar na cultura atual? Estaria a alteridade ameaçada pelo simulacro?
Como pensar tal “negação da alteridade” sob o prisma da pós-modernidade? Seguindo este fio
condutor, colocou-se em foco complexidades de um outro ao mesmo tempo familiar e
estranho, ora configurado a partir de um “estrangeiro ao eu”, ora como um “eu estrangeiro” –
remetendo à alteridade radical que constitui o eu, o inconsciente. A referência à atualidade se
dá a partir do embate entre modernos e pós-modernos, onde se destaca a apreensão de uma
sociedade regida pelo espetáculo narcísico e de um sujeito extremamente individualista,
hedonista e consumista. Ganha espaço neste contexto a figura de um “outro artificial” que
obedece a lógica perversa de predação que configura a primazia do eu em detrimento da
alteridade. Desta forma, o outro se revela um artifício e a alteridade uma presença/ausência
que joga com as aparências da atualidade e escamoteia seu “corpo” em uma aparente
familiaridade. Assim, a alteridade persiste e desloca-se, fundamentando o outro como
elemento que estrutura e desestrutura o sujeito, dando uma peculiaridade inevitavelmente
“alteritária” para o mal-estar contemporâneo. Assim, o outro é, por um lado, descartável, pois
a lógica narcísica proclama a autossuficiência do eu-ideal, enquanto, por outro lado, é a peça
chave do espetáculo. É importante ponderar, portanto, que o lugar da alteridade está
garantido, ainda que maquiado pela indiferença, ao contrário da impressão passada pelo
panorama que deixa a entender sua extinção. / This research grew out of unease before a phenomenon that shows the fascination of men who
relate to Real Dolls. These models perfectly simulate height, weight, shape, texture, color,
sex, like “flesh and blood”, however are made of “metal and silicone”. The dolls, however,
are not mere sex toys, as often acquire the function of date, which putting into question the
very dimension of otherness. This relationship constructed artificially, therefore, works as
thrower of questions about the other and the present. Thus, the objective of this study was to
propose a theoretical discussion of psychoanalytic slant, about the notion of otherness in
contemporary culture. To do this, I followed the line of key questions: Who are the other and
otherness? What is its place in today's culture? Would be otherness threatened by
simulacrum? How to think about “denial of otherness” through the prism of Postmodernity?
Following the conductive direction, put into focus the complexities of “other” at the same
time familiar and strange, configured from a “stranger to me” and a “estranger in me” –
referring to the radical otherness that constitutes the self, the unconscious. The reference to
the present starts from the clash between modern and postmodern, where it emphasizes the
concern of a society that is governed by the spectacle of a narcissistic and a person extremely
individualistic, hedonistic and consumerist. Acquire space in this context the figure of
"artificial other" which follows the perverse logic of predation that sets the primacy of the self
at the expense of otherness. Thus, the other reveals an artifice of otherness artifice and a
presence or absence that plays with the appearances of the present and conceals its "body" in
an apparent familiarity. Though, the otherness persists and moves, supporting the other as an
element that disrupts and eliminate the structure of the person, giving to the contemporary
malaise a special place to the otherness. Then, the other is on the one hand, disposable,
because the logic narcissistic proclaims the self-sufficiency of the self-ideal, while on the
other hand, is a key part of the show. It is important to consider, therefore, that the place of
otherness is guaranteed, though camouflaged by the indifference, contrary to the impression
transmitted by panorama that makes you understand our extinction.
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Efeitos do bloqueio do receptor GRPR, sobre a preferência pelo odor materno e o condicionamento olfativo em filhotes machos de ratosGarcia, Vanessa Athaíde January 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010 / The gastrin-releasing peptide receptor (GRPR) has been put forward as a novel molecular target in neurodevelopmental disorders. We have previously shown that pharmacological blockade of the GRPR during the neonatal period in rats produces long-lasting behavioral features associated with autistic disorders, such as deficits in social behavior. Alterations in attachment behavior might play a role in the dysfunction in social behavior displayed by autistic infants. Here we show that neonatal GRPR blockade by systemic administration of the GRPR antagonist RC-3095 induces a reduction in maternal odor preference, a task involving attachment behavior, in infant rats. This impairing effect is likely to represent a specific dysfunction of attachment behavior rather than a general impairment of odor learning, since animals given RC-3095 showed normal aversive odor conditioning. These findings provide the first evidence that the GRPR regulates maternal preference and are consistent with the view that the GRPR is involved in behavioral features associated with neurodevelopmental disorders. / O receptor do peptídeo liberador de gastrina tem sido considerado como um novo alvo molecular em desordens do desenvolvimento neurológico. Estudos prévios realizados em nosso laboratório demonstraram que o bloqueio farmacológico do GRPR durante o período neonatal em ratos produz características comportamentais que tem sido associadas com distúrbios autistas, tais como déficits de comportamento social. Alterações no comportamento de estabelecimento de vínculos podem desempenhar um papel importante na disfunção de comportamento social apresentada por crianças autistas. Ratos filhotes machos receberam duas injeções intraperitoneais diárias do antagonista do GRPR (RC-3095) do 1º ao 10º dia de vida pós-natal. No 11° dia de vida os filhotes foram submetidos à tarefa de preferência pelo odor materno e ao completarem 15 dias, à tarefa de condicionamento aversivo ao odor. Os resultados do presente trabalho demonstram que o bloqueio do GRPR no período neonatal pela administração sistêmica do antagonista RC-3095 induz uma redução na preferência pelo odor materno, uma tarefa que envolve o comportamento de apego, em ratos lactentes. Provavelmente, este efeito prejudicial possa representar uma disfunção específica no comportamento de apego mais do que um prejuízo no aprendizado do odor, pois animais que receberam RC-3095 mostraram uma resposta normal ao condicionamento aversivo ao odor. Estes resultados fornecem a primeira evidência de que o GRPR regula o comportamento de preferência materna e são consistentes com a visão de que o GRPR está envolvido com mecanismos comportamentais associados a perturbações do desenvolvimento neurológico.
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Relação mãe-bebê no contexto de infecção materna pelo HIV/AIDS : a constituição do vínculo da gestação ao terceiro mês do bebêFaria, Evelise Rigoni de January 2008 (has links)
Investigou-se a relação mãe-bebê no contexto de infecção materna pelo HIV/Aids, desde a gestação até o terceiro mês de vida do bebê. Mais especificamente, investigou-se a influência da infecção sobre a constituição do vínculo entre mãe e bebê. Participaram do estudo cinco mães portadoras de HIV/Aids, primíparas, entre 19 e 37 anos, em sua maioria casadas. As mães realizaram acompanhamento pré-natal especializado na rede pública de saúde de Porto Alegre. A pesquisa teve um delineamento de estudo de caso coletivo, sendo cada caso investigado no final da gestação e no terceiro mês do bebê. Análise de conteúdo qualitativa foi utilizada para se examinar as entrevistas com base em três categorias: vivência da maternidade, desenvolvimento do bebê e, relacionamento mãe-bebê. Os resultados indicaram que a infecção pelo HIV/Aids agregou ansiedades específicas àquelas já presentes na maternidade. Entre essas se destacam preocupação com a transmissão do vírus ao bebê, medo do preconceito, frustração por não amamentar, preocupação com a adaptação do bebê ao leite industrializado e ao tratamento. Apesar destas dificuldades, prevaleceram nos relatos das mães satisfação com a maternidade, percepção de um desenvolvimento saudável do bebê, e cuidados e interações com bebê, indicando uma relação mãe-bebê repleta de afetos. Os resultados revelam que o HIV/Aids não tem necessariamente um impacto negativo para a qualidade da relação mãe-bebê, mas pode ser um fator de risco quando outras situações adversas estão presentes, entre elas intensa ansiedade da mãe diante da função materna, falta de apoio do pai e da família. Discute-se a importância de intervenções psicológicas que auxiliem estas mães a lidar com as ansiedades diante do HIV/Aids e da maternidade, e assim favoreçam o estabelecimento de uma relação mãe-bebê saudável. / This study investigated mother-infant relationship in the context of HIV maternal infection, from pregnancy to the infant’s third month of life. It investigated especially the effect of the infection on the constitution of mother-infant relationship. The participants were five primiparous mothers suffering from HIV/Aids, aged between 19 and 37. Most of them were married. Mothers had prenatal care at a public health centre for treatment of HIV/Aids, in Porto Alegre. A collective case-study design was used. Data were collected at the end of pregnancy and during the infant’s third month of life. Content analysis was carried out based on three categories: experience of motherhood, infant development and mother-infant relationship. The results indicated that HIV/Aids infection brought specific anxieties which added to those inherent to motherhood experience. Among these were a concern about the transmission of the virus to the baby, the fear of prejudice, the frustration for not breastfeeding, the concern with the use of baby milk powder and treatment. Despite these difficulties, mothers’ satisfaction with motherhood prevailed, as well as perception of a healthy infant development, adequate care and interactions with the baby, indicating a relationship full of mother-infant affects. The results show that HIV/Aids does not necessarily have a negative impact on the quality of mother-infant relationship, but may be a risk factor when other adverse situations are present, such as women’s intense anxiety regarding the mother’s role, the lack of father and family support. The importance of psychological interventions that may help these mothers to cope with the anxieties facing the HIV/Aids and motherhood, and thus promote a healthy mother-infant relationship is discussed.
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Avaliação da presença de trauma e da qualidade do apego em pacientes com transtorno do pânicoSeganfredo, Ana Carolina Gaspar January 2008 (has links)
A presença de trauma e a qualidade do apego têm sido freqüentemente estudadas nos transtornos de ansiedade, em especial no Transtorno de Pânico (TP). Diversos estudos têm utilizado instrumentos para avaliar esses dois fatores de forma mais específica. A mensuração da qualidade do apego, descrevendo o tipo de parentagem, pode ser realizada através do Parental Bonding Instrument (PBI) e as características das situações traumáticas podem ser medidas através do Childhood Trauma Questionnaire (CTQ). Ambos os instrumentos possuem boa confiabilidade interna. Diversos estudos têm sugerido que pacientes com TP apresentam pais mais superprotetores e pouco afetivos, e que estes mesmos apresentam maior número de situações traumáticas na infância e na adolescência. Na primeira etapa deste estudo participaram 123 pacientes com TP e 123 controles sem transtornos psiquiátricos em Eixo I. Os dois grupos foram avaliados através do M.I.N.I. (Mini International Neuropsychiatric Interview – Brazilian version 5.0 – DSM IV): uma entrevista estruturada que avalia de modo padronizado os principais transtornos psiquiátricos do Eixo I, de acordo com os critérios do DSM-IV. Para a avaliação do apego foi utilizado o PBI que divide o tipo de parentagem em dois aspectos: afeto e superproteção. Para a avaliação do trauma foi utilizado o CTQ que divide as situações traumáticas em 5 itens: abuso emocional, abuso físico e abuso sexual, negligência emocional e negligência física. O objetivo desta avaliação seria o de observar as diferenças existentes entre pacientes e controles em relação ao tipo de parentagem e trauma. Os pacientes apresentaram pais mais superprotetores em comparação ao grupo controle. Além disso, pode-se constatar que mulheres com TP apresentaram pais mais superprotetores, ao passo que homens com TP apresentaram mães mais superprotetoras. Em relação ao trauma, foi encontrada maior freqüência de abuso emocional entre os pacientes com TP comparados ao grupo controle. Em uma segunda etapa deste estudo, participaram 87 mulheres com TP pareadas por idade e nível socioeconômico com um grupo controle de 87 mulheres sem patologias psiquiátricas. Os grupos foram avaliados da mesma forma que na etapa anterior, utilizando-se o M.I.N.I., o PBI e o CTQ. Neste estudo de interação entre apego e trauma no TP pôde ser observado que em mulheres traumatizadas que apresentaram mães superprotetoras não se observou uma associação com TP na vida adulta, enquanto que em mulheres não traumatizadas, na presença de mães superprotetoras, observou-se uma maior chance de TP na vida adulta. Este estudo sugeriu que a presença de trauma e de um padrão de apego superprotetor está associada ao TP, com diferenças entre os gêneros. Por outro lado, também estas duas variáveis (trauma e apego) interagem, podendo modificar esta associação com TP na vida adulta. Portanto, estes fatores devem ser considerados durante o processo de avaliação e diagnóstico dos pacientes assim como durante o planejamento terapêutico.
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Fatores ambientais e vulnerabilidade ao transtorno de personalidade borderline : um estudo caso-controle de traumas psicológicos precoces e vínculos parentais percebidos em uma amostra brasileira de pacientes mulheresSchestatsky, Sidnei Samuel January 2005 (has links)
Introdução: O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é um transtorno mental grave e complexo, caracterizado por um padrão difuso de instabilidade na regulação das emoções, auto-imagem, controle dos impulsos e dos relacionamentos interpessoais. Estima-se que ocorra entre 1% a 2% da população geral, sendo o mais comum dos transtornos de personalidade em contextos clínicos, afetando cerca de 10% de todos os pacientes psiquiátricos ambulatoriais e 15% a 20% dos internados. Caracteriza-se por grave incapacitação profissional, substancial utilização dos sistemas de saúde mental e uma taxa de mortalidade por suicídio de 10%, cinqüenta vezes maior do que a da população geral. A co-ocorrência do TPB com patologias do Eixo I é comum, como os Transtornos do Humor, Transtornos Ansiosos, Transtornos Alimentares e Abuso de Álcool/Drogas, tornando piores o tratamento, a evolução e o prognóstico destes quadros. No entanto, não há nenhum estudo com estes pacientes – que tenham sido criteriosamente diagnosticados e usados instrumentos padronizados – em populações clínicas ou não-clínicas de língua portuguesa no Brasil ou na América do Sul. Objetivos: 1) descrever, do ponto de vista clínico e demográfico, a presença desta patologia no nosso meio, e 2) avaliar a existência ou não de fatores de risco ambientais, na infância e adolescência (situações traumáticas e disfunção parental percebida), que se associem com o diagnóstico de TPB na idade adulta, em pacientes internados e de ambulatório, de três centros de referência nas cidades de Porto Alegre e Novo Hamburgo (RS/Brasil). Material e Métodos: Desenvolveu-se, primeiro, um estudo transversal (N=26), para caracterizar descritivamente a população clínica em estudo. Depois, um estudo caso-controle pareado (N=23), tendo como desfecho o diagnóstico de TPB e como fatores de exposição a ocorrência de eventos traumáticos precoces (abusos emocional, físico, sexual e negligências física e emocional) e a percepção dos vínculos familiares na infância (afeto e controle). Constituíu-se uma amostra de conveniência de 26 casos para o estudo transversal e de 23 pares de casos (pacientes com TPB) e controles (pessoas normais), para o estudo caso-controle. Todos os casos foram, por acaso, do sexo feminino, e idade entre 18 e 60 anos (média 33.6 ± 10.6 anos). Foram diagnosticados tendo pelo menos cinco dos critérios para TPB (DSM-IV) e escore ³ 8 na Entrevista Diagnóstica para Borderline - Revisada (DIB-R). Sujeitos com inteligência clinicamente abaixo da média, diagnósticos de quadros orgânicocerebrais agudos ou crônicos e Esquizofrenia ou Transtorno Bipolar I presentes, foram excluídos. Os controles, para serem incluídos, tiveram escores iguais ou abaixo de sete no DIB-R, escores abaixo de sete no Self-Report Questionnaire e nenhum diagnóstico presente na versão brasileira do Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI). A amostra (N=23) foi pareada por sexo, idade (± 1 ano), escolaridade e classe sócio-econômica. Coletaram-se informações clínicas e demográficas com Protocolo padronizado e desenvolvido para o estudo. Dados sobre comorbidade foram colhidos pelo MINI. Evidências sobre abusos (emocionais, físicos e sexuais) e negligências (emocional e física) foram obtidas através da Entrevista sobre Experiências Familiares (FEI) e pelo Questionário de Traumas na Infância (CTQ). As percepções que casos e controles tinham dos seus vínculos maternos e paternos na infância foram obtidas pelo “Parental Bonding Instrument”. Resultados: O grupo de casos constituíu-se de pacientes gravemente doentes, com início precoce dos sintomas (16 ± 8.9 anos de idade) e uma média de 4.3 ± 3.4 internações psiquiátricas ao longo da vida. Sintomas mais freqüentes foram instabilidade afetiva (96.1%), sentimentos crônicos de vazio (92.3%), crises de raiva intensas e injustificadas (84.6%), reações desesperadas frente a abandonos (84.6%) e automutilações (84.6%). Apresentaram importante risco de suicídio (84.6%), 76.9% com tentativas prévias e 3.8% (N=1), mesmo em tratamento, cometeu suicídio durante o estudo. Os casos tiveram taxas altas de comorbidade com Transtornos do Humor (76.9%) e Ansiosos (69.2%) e menores com Transtornos Alimentares (30.7%) e Abuso de Álcool/Drogas (23.1%). A média de comorbidades foi de 2.1 ± 0.9 diagnósticos do Eixo I por caso de TPB. Os casos estavam bastante incapacitados funcionalmente: 69.3% desempregados, afastados há 19 ± 20.7 meses do trabalho e 11.3% precocemente aposentados por doença. A incapacitação global dos casos foi significativamente maior que dos controles, quando medida pelo GAF (Global Assessment Function), e similar aos índices mencionados na literatura. Cerca de 80% dos casos estava ou esteve em psicoterapia individual, com freqüência de uma vez por semana (85.7%), durante mais de dois anos (26.3 ± 31.8 meses de duração). Vinte e quatro (92.3%) vinha também em tratamento psicofarmacológico de longa duração. Quanto às situações traumáticas precoces, os casos estiveram significativamente mais expostos a abusos emocionais, abusos físicos, abusos sexuais e negligência emocional, antes dos 16 anos de idade. Em relação a eventos traumáticos em geral, os pacientes com TPB estiveram mais expostos em todas as faixas etárias: antes dos 12 anos, dos 13 aos 16 anos e após os 17 anos. Nenhum dos casos, nem dos controles, deixou de estar exposto a pelo menos um evento traumático ao longo da vida. Quanto aos vínculos familiares percebidos, observaram-se, nos casos, diferenças significativas tanto na presença de escores inferiores de afeto materno e superiores de controle paterno, como na predominância de pais e mães do “tipo Três” (restrição de liberdade + controle sem afeto) (Parker, 1979). Houve também associação entre a ocorrência de abusos e negligência na infância com a percepção de pais menos afetivos e mais controladores. Conclusões: 1) a amostra sul-brasileira de pacientes com TPB foi basicamente semelhante às apresentações clínico-demográficas tradicionalmente descritas para o TPB em outras populações clínicas, o que é mais uma contribuição para a validação transcultural desta categoria nosográfica; 2) as evidências de maior exposição, por parte dos pacientes com TPB, a eventos traumáticos na infância e adolescência, especialmente abusos emocionais, físicos e sexuais, confirmam a hipótese, para esta amostra, da associação destas variáveis ambientais como fatores de risco para o aumento de sua vulnerabilidade à psicopatologia borderline na idade adulta; e 3) esta maior exposição a eventos traumáticos ocorreu dentro de uma matriz familiar percebida como disfuncional., o que poderia apontar para duas hipóteses: (a) um efeito aditivo da ocorrência de traumas precoces com a disfunção nos vínculos parentais no desenvolvimento da futura psicopatologia, ou (b) a possibilidade de que o impacto das situações traumáticas possa ser mediado pela qualidade e intensidade da disfunção familiar, seja aumentando os fatores de vulnerabilidade ou, ao contrário, fortalecendo os fatores de resiliência da criança nas famílias percebidas como menos disfuncionais. Estes achados foram redigidos sob a forma de dois artigos, onde se salientaram as principais contribuições do estudo: 1) a primeira descrição clínica detalhada de uma amostra de língua portuguesa de pacientes com TPB criteriosamente diagnosticados; 2) a primeira observação da associação de situações traumáticas na infância e adolescência com psicopatologia borderline na idade adulta em uma população de pacientes de língua portuguesa; e 3) a primeira constatação, em pacientes com TPB de língua portuguesa, da associação entre situações adversas precoces e a percepção de vínculos parentais disfuncionais.
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Representações mentais de apego e percepção de práticas parentais por jovens adultas / Mental representations of attachment and the perception ofparental practices of young adultsGomes, Vanessa Fonseca January 2007 (has links)
O objetivo deste estudo foi investigar se o conhecimento ou não do script de base segura, afeta as cognições que compõe as futuras práticas parentais. Participaram 60 universitárias, com idades entre 18 e 25 anos divididos em dois grupos (Grupo 1: presença do conhecimento do script de base segura e Grupo 2: desconhecimento do script de base segura). O script de base segura foi avaliado por meio do Attachment Script Assessment. Já as percepções sobre práticas parentais foram analisadas através da observação de videoclipes sobre interações mãe-criança. Os resultados confirmaram parcialmente a hipótese de que as representações mentais de apego afetam as futuras práticas parentais, pois foram encontradas diferenças significativas entre os grupos em apenas duas categorias: metas de Promoção de Independência e Atribuição de Causalidade ao Comportamento da Criança. A porcentagem de universitárias que reportaram o uso de ambas as categorias foi maior no grupo 1 do que no grupo 2. A meta de promover independência foi consistente com um dos aspectos mais importantes do fenômeno de base segura. A atribuição de causalidade ao comportamento da criança foi considerada um indicador da futura sensibilidade materna - outro aspecto essencial para a formação de vínculos afetivos. / The present study wanted to know if the quality of the early experiences, more specifically the presence of the secure base script, affects these cognitions that motivate parental practices. Participants were 60 college students with ages between 18 and 25 years old, divided in two groups: Group 1: participants with knowledge of the secure base script and Group 2: participants who had no knowledge of the secure base script. Script Knowledge was accessed through the Attachment Script Assessment and perception of parental practices were analyzed through the observation of mother-child interactions in video clips. The results confirmed partially the hypotheses that mental representations of attachment affect future parental practices. Differences between the groups were only found in two categories: Goal of promote independence and an attribution named analyses of the infant’s behavior. The goal of promote independence is consistent with one of the main assumptions of attachment theory: that the attachment figure should encourage exploration by promoting skills that enhance the infant’s autonomy. Also, the attribution named analyses of the infant behavior is an indicator of future maternal sensitivity, another key component of attachment theory.
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Relación entre seguridad del apego y representaciones de apego en preescolares con TDAHJungbluth Canales, Carolina Lucía 29 February 2016 (has links)
La presente investigación tiene como objetivo explorar la relación entre la seguridad del apego y las representaciones de apego en preescolares con rasgos de Trastorno por Déficit de Atención e
Hiperactividad. Para ello se evaluó a 12 niños con edades entre 4 y 6 años (M = 4.67, DE = .65) junto a sus madres, con edades entre 26 y 46 años (M= 38.5, DE=5.8). Para evaluar la seguridad del apego se utilizó el Attachment Q-Set 3.0 (Waters,1995) y para las representaciones de apego el Attachment Story Completion Task (Bretherton, Ridgway y Cassidy, 1990). Si bien no se encuentra una relación significativa entre los puntajes generales, se ha visto que existe una relación media y directa entre la narrativa Rodilla lastimada y la sub-escala Búsqueda de proximidad con la madre. Además, como objetivos específicos se buscó comparar la seguridad del apego y las representaciones de apego entre los niños con rasgos de TDAH y aquellos sin estas características, donde se encontró que no habían diferencias significativas. Por último se evaluó si existían diferencias en la seguridad del apego entre los niños con rasgos de TDAH cuyas madres reportaban tener ayuda en su cuidado y los que no. Así, se vio que los niños cuyas madres no cuentan con apoyo tienden a presentar una disposición emocional al momento de interactuar con ella y de seguir órdenes más alta. Estos resultados aportan al estudio del vínculo en los niños con TDAH y dan luces acerca de cómo las características del diagnóstico influyen en el establecimiento de un apego inseguro. / This research aims to explore the relantionship between attachment security and attachment representations in children with symptoms of ADHD. In order to acheve this, 24 children between the ages of 4 and 6 years (M = 4.67, DE = .65) were evaluated, as well as their mothers, whose age varied between 26 and 46 years (M= 38.5, DE=5.8). To evaluate that we used the Attachment Q-Set 3.0 (Waters,1995) and the Attachment Story Completion Task (Bretherton, Ridgway y Cassidy, 1990). We found there were not sifniticant relantion between the general constructs, but the study found a positive relation between the Hurt knee story and Proximity to mother. Additionally, the study had specific objetives of compare the attachment security and the attachment representations between preescholar children with ADHD and children without these symptoms, finding that there were any statistically significant differences between them. In addition, we compare the attachment security in children with symptoms of ADHD whose mothers reported to have support in nursing and those whose mothers didn’t have support. The study found that kids whose mothers had support had a better emotional disposition when interacting with their mothers and to follow instructions. These results contribute to the study of attachment in children with ADHD and shed light on how these symptoms affect the attachment development. / Tesis
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Institucionalização e adoção, à luz da teoria Bowlbyana do apego e da carta de Paulo a FilemomMauro Luiz Ferreira Silva 08 August 2014 (has links)
Esta dissertação é um estudo sobre institucionalização e adoção de crianças. Encontra-se dividida em quatro capítulos. No primeiro deles, o autor expõe as causas e tipos de institucionalização, o processo legal da adoção e seus entraves. O segundo e o terceiro capítulos constituem o núcleo desta pesquisa; no segundo é enfocada a teoria da vinculação mãe-filho, a possibilidade de substituição desse vínculo natural, e os efeitos da não vinculação da criança a uma figura específica. Ali, nossa referência principal será o psiquiatra e psicanalista John Bowlby. No terceiro capítulo encontramos, através da pena paulina, em especial de sua Epístola a Filemom, o alicerce teológico para a prática da adoção e do protesto em favor das crianças institucionalizadas. No quarto e último capítulo são analisadas algumas histórias de adoção, cujos efeitos são contrapostos aos danos psíquicos da institucionalização. / This dissertation is a study of institutionalization and adoption of children. It is divided into four chapters. In the first, the author exposes the causes and types of institutionalization, the legal process of adoption and its obstacles. The second and third chapters constitute the core of this research; the second is focused on the theory of the mother-child bond, the possibility of replacing the natural bond, and the effects of not bonding the child to a specific figure. There, our main reference is the psychiatrist and psychoanalyst John Bowlby. In the third chapter we find, through the Pauline pen, specially through his Epistle to Philemon, the theological foundation for the practice of adoption and protest in favor of institutionalized children. In the fourth and final chapter we analyze some stories of adoption, the effects of which counterpose the psychic damage of institutionalization.
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