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Arte ou vadalismo? Você decide...o que nos ensinam os grafismos urbanos sobre paz e violênciaCassol, Leonete 24 February 2006 (has links)
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Previous issue date: 24 / Nenhuma / Busco, na presente dissertação - "...Arte ou vandalismo? Você decide..." o que nos ensinam os grafismos urbanos sobre paz e violência -, mostrar como as práticas culturais dos grafismos urbanos fazem circular discursos em torno das noções paz e violência e como verdades são instituídas. Para a análise descrevo os enunciados presentes em registros fotográficos realizados na cidade de Porto Alegre (RS), durante o período de um ano. Diante da materialidade de oitocentos textos culturais, elegi aqueles que me pareciam mais significativos para a minha investigação. Compus quatro conjuntos de significados: sofrimentos e morte diante do humano, conflitividade da presença das armas, multiplicidade de caminhos e ambivalência das guerras. Organizei cada um destes conjuntos com quatro textos culturais onde percebia recorrências enunciativas que os interligavam e que condensavam a conflitividade das noções paz e violência imbricadas na dinâmica das experiências de vidas como acontecimentos contemporâneos. Mostro que um c / Through this dissertation-“...Art or vandalism? You decide...”what the urban grafisms on “peace and violence” teaches us-, i intend to show how the cultural practices of urban grafisms cause the circulation of speeches around the notions “peace and violence”, and how truth is instituted. For this analysis I describe the statements present in photographic registrations taken in the city of Porto Alegre (RS), during the elapsed period of one year.
Before of the materiality of eight hundred cultural texts, i chose those that i thought were more significant to my investigation. I composed four groups of significance: suffering and death in the presence of human kind, conflict of the weapons presence, multiplicity of ways and ambivalence of wars. I organized each one of these groups with four cultural texts where I could notice appeals that interconnected them and that condensed the conflicts on the notion of peace and violence, put in context with the dynamics of the experiences of live in the plurality of the s
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Vida eterna para os casamentos : a pedagogia evangelizadora da escola do amor da Igreja Universal do Reino de DeusBueno, Paulo Fernando Zanardini January 2017 (has links)
Esta dissertação, de abordagem qualitativa, e situada no campo dos Estudos Culturais em Educação, analisou nas falas dos apresentadores de um artefato cultural da televisão, o programa The Love School, os temas mais discutidos por eles. Como primeira técnica da metodologia utilizada, esse recurso gerou a fonte de material empírico registrado no que nominei de caderno de transcrições. Para realizar esta investigação selecionei 24 (vinte e quatro) edições do programa entre o período de novembro de 2014 a abril de 2015. O casamento é o principal tema que orienta a pauta deste programa e faz uma aliança direta com os princípios que fundamentam a Igreja Universal do Reino de Deus. Quanto ao programa The Love School foi possível entender que a Universal desenvolveu uma nova forma de falar de religião fazendo uso de outras linguagens como a linguagem própria da televisão, pois esse novo produto da grade de programação da Record TV, pode ter dado início a uma nova sequencia de programas televangelizadores, que, nas versões mais tradicionais e mais religiosas, parecem monótonos e desinteressantes pelo uso da linguagem comum aos púlpitos das catedrais e pelos horários de exibição cansativos das madrugadas. A categoria da pedagogia cultural, como um conceito caro para o campo da educação, nesse artefato cultural, pode ser percebida com uma outra dinâmica que não apenas a de ensinar modos de ser e de viver, pois demostrou que, conjuntamente a isso, pode também apontar o contraexemplo de outras pedagogias culturais em outros artefatos culturais, dessa vez os do entretenimento comercial. Compreendi essa atuação do conceito nesse objeto pela introdução da cultura religiosa com origem na Igreja criticando a cultura profana de outros produtos da mídia. Essa mesma discursividade molda um modelo de casal que prioriza o casamento acima de qualquer problema, devendo superar o menor dos desafios para impedir uma separação, e que se inspira no homem e na mulher presentes no texto bíblico, no Antigo Testamento, inspiração que é vista no contexto da análise aqui empregada como um retrocesso para a vida real das mulheres. A ideia de retrocesso ou de backlash (Faludi, 2001) parece ser um elemento que adere facilmente à cultura religiosa da Universal, aliando-se à pedagogia cultural ensinada pelo The Love School. O backlash tem como característica operar como uma política cultural em forma de ciclos. Ciclicamente, a cultura parece nos fazer viver muitos momentos de intenso retrocesso (backlash), tanto por meio de determinados produtos da mídia quanto pelas reações de determinados grupos políticos nos impondo seus interesses. Consequentemente, pelas análises que aqui empreendi e por essas características assumidas pela IURD, penso que vivemos no Brasil contemporâneo um ciclo religioso de backlash (retrocesso) para as coisas da vida e para as relações amorosas, para dizer o mínimo. / This qualitative approach master‘s dissertation on Educational Cultural Studies has analyzed the lines of the presenters of a cultural artifact of television, The Love School show, and the subjects most discussed by them. As the first technique of the methodology used, this resource generated the source of empirical material registered in what I named ―The Transcription Notebook‖. For the research, I have selected 24 (twenty four) editions of the show from November, 2014 to April, 2015. Marriage is the central theme of the show‘s agenda which is directly related to the principles underlying the Universal Church of the Kingdom of God. Through The love school show it was possible to realize that the Universal Church has developed a new way of talking about religion, by making use of other languages, such as the proper language of television, since this new product offered by the Record TV channel may have initiated a sequence of new evangelizing shows, which tend to be monotonous and uninteresting in their most traditional and religious versions due to the use of a language common to the cathedrals‘ pulpits as well as the tiresome show times. Such cultural artifact allow us to understand the concept of cultural pedagogy category, dear to the field of education, as a different dynamic that does not only teach ways of being and living, but also show the counterexample of other cultural pedagogies in another cultural artifacts, such as the commercial entertainment. I have understood this concept in such object through the introduction of the religious culture originating in the Church that criticizes the unholy culture of media products. This same discourse frames a standard of couple who prioritize marriage above any problem so as to overcome challenges to prevent a separation, and who is inspired by the men and women described in the biblical text, the Old Testament. Such inspiration has been considered here as a backlash to the real life of women. The idea of a backlash (Faludi, 2001) seems to be an element that easily adheres to the religious culture of Universal Church, allied to the cultural pedagogy taught by The Love School; it characteristically operates as a cyclic cultural policy. And, cyclically, the culture seems to make us live several moments of intense regression both through certain media products and through the reactions of certain political groups imposing their interests. Hence, I believe the contemporary Brazil is living a religious cycle of backlash regarding life and love relationship issues to say the least.
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O cinema e a flutuação das representações surdas : "Que drama se desenrola neste filme? Depende da perspectiva ..."Thoma, Adriana da Silva January 2002 (has links)
Este estudo aborda o jogo da flutuação das representações e dos discursos em textos cinematográficos e em textos surdos: num primeiro momento, investigo como a alteridade surda é narrada/produzida/inventada/incluída e excluída em filmes que focalizam a surdez e os/as surdos/as e, num segundo, analiso como ocorrem as interpelações dos filmes em um grupo de sujeitos surdos universitários. O alicerce teórico e as ferramentas metodológicas estão nos Estudos Culturais e no pensamento de Michel Foucault, a partir dos quais utilizo os entendimentos de discurso, representação, cultura, pedagogia cultural, interpelação, produção de significados, entre outros. A perspectiva analítica dos Estudos Culturais toma a cultura e os artefatos culturais como práticas de significação, não fazendo distinção entre alta-cultura e baixa-cultura. Michel Foucault oferece ferramentas teóricas e metodológicas com as quais podemos analisar o discurso como prática. O resultado das análises dos textos cinematográficos é apresentado através de um conjunto de lições, as quais foram organizadas pela recorrência das representações e dos discursos que compõem os filmes. Não se trata de verificar o que está “por trás” do que é dito, nem tampouco proceder a uma análise “comparativa”, supondo-se que poderiam existir melhores ou piores formas de se narrar a surdez e os/as surdos/as. Interessa, isto sim, entender como a surdez e os/as surdos/as são narrados/descritos/controlados/normalizados/excluídos ou incluídos pelas narrativas ouvintes sobre a alteridade surda, bem como colocar sob suspeita os saberes que aprisionam os sujeitos surdos em posições, territórios e significados que justificam o controle, regulação e governo de seus corpos. Os textos surdos, por sua vez, foram analisados a partir daquilo que os/as surdos/as universitários/as dizem quando são interpelados pelos filmes que assistimos durante nossos encontros. Inverter epistemologicamente a ordem de quem fala, entendendo como ocorrem as negociações e os jogos de poder, como se legitimam certas perspectivas e se excluem outras, pode ser um caminho para entendermos a complexidade que se apresenta quando falamos pelo outro, quando o narramos e o inventamos a partir das marcas da normalidade. / This study comprehends the fluctuation of discourses and representations in cinematographic texts and in deaf texts. Firstly I examine how the deaf otherness is narrated/produced/invented/left out and included in movies which focus on deafness and deaf people. Secondly I analyse how the film questionings happen in a group of university deaf students. The theoretical basis and the methodological tools are in Cultural Studies, mainly in British Cultural Studies and in Michel Foucault’s thought. From those sources I use discourse understandings, representation, culture, cultural pedagogy, questioning, meaning production and power, between other issues. The analytical perspective in Cultural Studies considers culture and cultural tools as practices of meaning, not making any difference between high culture and low culture. Michel Foucault offers theoretical and methodological tools in which we can analyse the discourse as practice. The result of cinematographic text analysis is presented through a set of “lessons” that were organised by the reiterate representations and discourses that make up the films. It is not about examining what is behind what is said, not even having a “comparative” analysis, saying that it might have better or worse euphemisms to narrate deafness and deaf people as well. It is important to be suspicious of the range of learning that takes deaf people prisoners in positions, territories and meanings that justify the control and regulation of their bodies. Deaf texts, in turn, were analysed from what university deaf students said when questioned about the movies we saw in our meetings. Epistemologically reversing the order of speakers, understanding how negotiations and power games occur, also how some perspectives take place and others are excluded might be a way to understand the complexity that exists when we speak in other people’s place, when we narrate them and when we make them up from the normality signs.
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O envelhecimento do corpo da mulher nos Cadernos Vida e EquilíbrioPires, Fabiana de Brito January 2011 (has links)
O destacado lugar ocupado pelo corpo hoje – jovem, belo/saudável, ativo, feliz –, associado ao fluxo de informações veiculadas na mídia, propondo-nos cuidados necessários, moveu-me a olhar quem, como e o que se fala, na mídia impressa, para as mulheres com mais de 50 anos. Examinei alguns enunciados presentes nos Cadernos Vida (Zero Hora) e Equilíbrio (Folha de São Paulo) no ano de 2009, procurando chamar a atenção para as ―verdades‖ veiculadas, verdades essas que podem atuar como elementos constitutivos das subjetividades dessas mulheres e de seus comportamentos em relação a si. A presente pesquisa inscreve-se no campo dos Estudos Culturais, em suas vertentes pós-estruturalistas. No primeiro momento, falo das experiências que me impulsionaram a um estudo relacionado ao corpo na mídia jornalística e apresento as ferramentas teórico-metodológicas usadas nessa trajetória. No segundo momento, percorro brevemente diferentes modos de nomear o período da vida dos sujeitos vistos como velhos e a velhice – velho, idoso, terceira idade –, procurando mostrar que tais classificações são produções/ construções históricas, existindo, portanto, múltiplas formas de envelhecer, conforme a sociedade e a época. No terceiro momento, ao analisar características atribuídas e ensinamentos relacionados aos cuidados com o corpo das mulheres a partir dos 50 anos e em algumas situações relacionadas à menopausa, discuto como o corpo dessas mulheres vem sendo representado e posto em circulação nos Cadernos dos jornais mencionados acima. No quarto momento, analiso nesses Cadernos os discursos ―verdadeiros‖ direcionados à medicalização dos corpos, discursos que engendram práticas promotoras da pretensa vida saudável – hábitos alimentares, exercícios físicos, suplementos de reposição orgânica/metabólica, relações sociais afetivas, etc. –, destacando-se o papel das práticas sociais na constituição do modo como pensamos e agimos em relação ao nosso corpo hoje. Por fim, retomo o percurso deste estudo, falo sobre o que a pesquisa me possibilitou, as questões que ficaram em aberto e a vontade de que tais aprendizagens criem condições para que minha prática docente seja constantemente problematizada. / The remarkable place occupied by the body nowadays – a young, beautiful/healthy, happy body – associated with the flow of information spread by the media proposing its appropriate care caused me to look at who has talked about, as well as how and what has been said to women over 50 in the written media. I examined some utterances shown in the newspaper supplements called Vida (Zero Hora) and Equilíbrio (Folha de São Paulo) along 2009, seeking to draw attention to the ―truths‖ spread therein. Those truths may act as constituent elements of both those women‘s subjectivities and their behaviors towards themselves. This research was grounded on the field of Cultural Studies, in their post-structuralist streams. Firstly, I approached the experiences that have driven me towards a study of the body as presented in newspapers and I pointed out the theoretical-methodological tools used in this trajectory. Secondly, I approached different ways of naming both the life period of subjects seen as old and old age – old, elderly, third age – in an attempt to show that such classifications are historical constructions/productions, so that there are several ways of getting old, according to society and time. Thirdly, by analyzing characteristics attributed and teachings related to body care among women over 50 and in some situations related to menopause, I discussed how those women‘s body has been represented and shown in the supplements above mentioned. Fourthly, I analyzed in those supplements the ―true‖ discourses directed to the body medicalization. These discourses engender practices that enhance a supposed healthy life – nutritional habits, physical exercises, supplementation for organic/metabolic reposition, affective and social relationships, etc. – emphasizing the role of social practices in the constitution of the ways we think and act in relation to our body nowadays. Finally, I resumed the trajectory of this study, approaching what the research has enabled, the issues that remain to be discussed and the will that such learning allow my teaching practice to be constantly problematized.
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O envelhecimento do corpo da mulher nos Cadernos Vida e EquilíbrioPires, Fabiana de Brito January 2011 (has links)
O destacado lugar ocupado pelo corpo hoje – jovem, belo/saudável, ativo, feliz –, associado ao fluxo de informações veiculadas na mídia, propondo-nos cuidados necessários, moveu-me a olhar quem, como e o que se fala, na mídia impressa, para as mulheres com mais de 50 anos. Examinei alguns enunciados presentes nos Cadernos Vida (Zero Hora) e Equilíbrio (Folha de São Paulo) no ano de 2009, procurando chamar a atenção para as ―verdades‖ veiculadas, verdades essas que podem atuar como elementos constitutivos das subjetividades dessas mulheres e de seus comportamentos em relação a si. A presente pesquisa inscreve-se no campo dos Estudos Culturais, em suas vertentes pós-estruturalistas. No primeiro momento, falo das experiências que me impulsionaram a um estudo relacionado ao corpo na mídia jornalística e apresento as ferramentas teórico-metodológicas usadas nessa trajetória. No segundo momento, percorro brevemente diferentes modos de nomear o período da vida dos sujeitos vistos como velhos e a velhice – velho, idoso, terceira idade –, procurando mostrar que tais classificações são produções/ construções históricas, existindo, portanto, múltiplas formas de envelhecer, conforme a sociedade e a época. No terceiro momento, ao analisar características atribuídas e ensinamentos relacionados aos cuidados com o corpo das mulheres a partir dos 50 anos e em algumas situações relacionadas à menopausa, discuto como o corpo dessas mulheres vem sendo representado e posto em circulação nos Cadernos dos jornais mencionados acima. No quarto momento, analiso nesses Cadernos os discursos ―verdadeiros‖ direcionados à medicalização dos corpos, discursos que engendram práticas promotoras da pretensa vida saudável – hábitos alimentares, exercícios físicos, suplementos de reposição orgânica/metabólica, relações sociais afetivas, etc. –, destacando-se o papel das práticas sociais na constituição do modo como pensamos e agimos em relação ao nosso corpo hoje. Por fim, retomo o percurso deste estudo, falo sobre o que a pesquisa me possibilitou, as questões que ficaram em aberto e a vontade de que tais aprendizagens criem condições para que minha prática docente seja constantemente problematizada. / The remarkable place occupied by the body nowadays – a young, beautiful/healthy, happy body – associated with the flow of information spread by the media proposing its appropriate care caused me to look at who has talked about, as well as how and what has been said to women over 50 in the written media. I examined some utterances shown in the newspaper supplements called Vida (Zero Hora) and Equilíbrio (Folha de São Paulo) along 2009, seeking to draw attention to the ―truths‖ spread therein. Those truths may act as constituent elements of both those women‘s subjectivities and their behaviors towards themselves. This research was grounded on the field of Cultural Studies, in their post-structuralist streams. Firstly, I approached the experiences that have driven me towards a study of the body as presented in newspapers and I pointed out the theoretical-methodological tools used in this trajectory. Secondly, I approached different ways of naming both the life period of subjects seen as old and old age – old, elderly, third age – in an attempt to show that such classifications are historical constructions/productions, so that there are several ways of getting old, according to society and time. Thirdly, by analyzing characteristics attributed and teachings related to body care among women over 50 and in some situations related to menopause, I discussed how those women‘s body has been represented and shown in the supplements above mentioned. Fourthly, I analyzed in those supplements the ―true‖ discourses directed to the body medicalization. These discourses engender practices that enhance a supposed healthy life – nutritional habits, physical exercises, supplementation for organic/metabolic reposition, affective and social relationships, etc. – emphasizing the role of social practices in the constitution of the ways we think and act in relation to our body nowadays. Finally, I resumed the trajectory of this study, approaching what the research has enabled, the issues that remain to be discussed and the will that such learning allow my teaching practice to be constantly problematized.
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O cinema e a flutuação das representações surdas : "Que drama se desenrola neste filme? Depende da perspectiva ..."Thoma, Adriana da Silva January 2002 (has links)
Este estudo aborda o jogo da flutuação das representações e dos discursos em textos cinematográficos e em textos surdos: num primeiro momento, investigo como a alteridade surda é narrada/produzida/inventada/incluída e excluída em filmes que focalizam a surdez e os/as surdos/as e, num segundo, analiso como ocorrem as interpelações dos filmes em um grupo de sujeitos surdos universitários. O alicerce teórico e as ferramentas metodológicas estão nos Estudos Culturais e no pensamento de Michel Foucault, a partir dos quais utilizo os entendimentos de discurso, representação, cultura, pedagogia cultural, interpelação, produção de significados, entre outros. A perspectiva analítica dos Estudos Culturais toma a cultura e os artefatos culturais como práticas de significação, não fazendo distinção entre alta-cultura e baixa-cultura. Michel Foucault oferece ferramentas teóricas e metodológicas com as quais podemos analisar o discurso como prática. O resultado das análises dos textos cinematográficos é apresentado através de um conjunto de lições, as quais foram organizadas pela recorrência das representações e dos discursos que compõem os filmes. Não se trata de verificar o que está “por trás” do que é dito, nem tampouco proceder a uma análise “comparativa”, supondo-se que poderiam existir melhores ou piores formas de se narrar a surdez e os/as surdos/as. Interessa, isto sim, entender como a surdez e os/as surdos/as são narrados/descritos/controlados/normalizados/excluídos ou incluídos pelas narrativas ouvintes sobre a alteridade surda, bem como colocar sob suspeita os saberes que aprisionam os sujeitos surdos em posições, territórios e significados que justificam o controle, regulação e governo de seus corpos. Os textos surdos, por sua vez, foram analisados a partir daquilo que os/as surdos/as universitários/as dizem quando são interpelados pelos filmes que assistimos durante nossos encontros. Inverter epistemologicamente a ordem de quem fala, entendendo como ocorrem as negociações e os jogos de poder, como se legitimam certas perspectivas e se excluem outras, pode ser um caminho para entendermos a complexidade que se apresenta quando falamos pelo outro, quando o narramos e o inventamos a partir das marcas da normalidade. / This study comprehends the fluctuation of discourses and representations in cinematographic texts and in deaf texts. Firstly I examine how the deaf otherness is narrated/produced/invented/left out and included in movies which focus on deafness and deaf people. Secondly I analyse how the film questionings happen in a group of university deaf students. The theoretical basis and the methodological tools are in Cultural Studies, mainly in British Cultural Studies and in Michel Foucault’s thought. From those sources I use discourse understandings, representation, culture, cultural pedagogy, questioning, meaning production and power, between other issues. The analytical perspective in Cultural Studies considers culture and cultural tools as practices of meaning, not making any difference between high culture and low culture. Michel Foucault offers theoretical and methodological tools in which we can analyse the discourse as practice. The result of cinematographic text analysis is presented through a set of “lessons” that were organised by the reiterate representations and discourses that make up the films. It is not about examining what is behind what is said, not even having a “comparative” analysis, saying that it might have better or worse euphemisms to narrate deafness and deaf people as well. It is important to be suspicious of the range of learning that takes deaf people prisoners in positions, territories and meanings that justify the control and regulation of their bodies. Deaf texts, in turn, were analysed from what university deaf students said when questioned about the movies we saw in our meetings. Epistemologically reversing the order of speakers, understanding how negotiations and power games occur, also how some perspectives take place and others are excluded might be a way to understand the complexity that exists when we speak in other people’s place, when we narrate them and when we make them up from the normality signs.
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Vida eterna para os casamentos : a pedagogia evangelizadora da escola do amor da Igreja Universal do Reino de DeusBueno, Paulo Fernando Zanardini January 2017 (has links)
Esta dissertação, de abordagem qualitativa, e situada no campo dos Estudos Culturais em Educação, analisou nas falas dos apresentadores de um artefato cultural da televisão, o programa The Love School, os temas mais discutidos por eles. Como primeira técnica da metodologia utilizada, esse recurso gerou a fonte de material empírico registrado no que nominei de caderno de transcrições. Para realizar esta investigação selecionei 24 (vinte e quatro) edições do programa entre o período de novembro de 2014 a abril de 2015. O casamento é o principal tema que orienta a pauta deste programa e faz uma aliança direta com os princípios que fundamentam a Igreja Universal do Reino de Deus. Quanto ao programa The Love School foi possível entender que a Universal desenvolveu uma nova forma de falar de religião fazendo uso de outras linguagens como a linguagem própria da televisão, pois esse novo produto da grade de programação da Record TV, pode ter dado início a uma nova sequencia de programas televangelizadores, que, nas versões mais tradicionais e mais religiosas, parecem monótonos e desinteressantes pelo uso da linguagem comum aos púlpitos das catedrais e pelos horários de exibição cansativos das madrugadas. A categoria da pedagogia cultural, como um conceito caro para o campo da educação, nesse artefato cultural, pode ser percebida com uma outra dinâmica que não apenas a de ensinar modos de ser e de viver, pois demostrou que, conjuntamente a isso, pode também apontar o contraexemplo de outras pedagogias culturais em outros artefatos culturais, dessa vez os do entretenimento comercial. Compreendi essa atuação do conceito nesse objeto pela introdução da cultura religiosa com origem na Igreja criticando a cultura profana de outros produtos da mídia. Essa mesma discursividade molda um modelo de casal que prioriza o casamento acima de qualquer problema, devendo superar o menor dos desafios para impedir uma separação, e que se inspira no homem e na mulher presentes no texto bíblico, no Antigo Testamento, inspiração que é vista no contexto da análise aqui empregada como um retrocesso para a vida real das mulheres. A ideia de retrocesso ou de backlash (Faludi, 2001) parece ser um elemento que adere facilmente à cultura religiosa da Universal, aliando-se à pedagogia cultural ensinada pelo The Love School. O backlash tem como característica operar como uma política cultural em forma de ciclos. Ciclicamente, a cultura parece nos fazer viver muitos momentos de intenso retrocesso (backlash), tanto por meio de determinados produtos da mídia quanto pelas reações de determinados grupos políticos nos impondo seus interesses. Consequentemente, pelas análises que aqui empreendi e por essas características assumidas pela IURD, penso que vivemos no Brasil contemporâneo um ciclo religioso de backlash (retrocesso) para as coisas da vida e para as relações amorosas, para dizer o mínimo. / This qualitative approach master‘s dissertation on Educational Cultural Studies has analyzed the lines of the presenters of a cultural artifact of television, The Love School show, and the subjects most discussed by them. As the first technique of the methodology used, this resource generated the source of empirical material registered in what I named ―The Transcription Notebook‖. For the research, I have selected 24 (twenty four) editions of the show from November, 2014 to April, 2015. Marriage is the central theme of the show‘s agenda which is directly related to the principles underlying the Universal Church of the Kingdom of God. Through The love school show it was possible to realize that the Universal Church has developed a new way of talking about religion, by making use of other languages, such as the proper language of television, since this new product offered by the Record TV channel may have initiated a sequence of new evangelizing shows, which tend to be monotonous and uninteresting in their most traditional and religious versions due to the use of a language common to the cathedrals‘ pulpits as well as the tiresome show times. Such cultural artifact allow us to understand the concept of cultural pedagogy category, dear to the field of education, as a different dynamic that does not only teach ways of being and living, but also show the counterexample of other cultural pedagogies in another cultural artifacts, such as the commercial entertainment. I have understood this concept in such object through the introduction of the religious culture originating in the Church that criticizes the unholy culture of media products. This same discourse frames a standard of couple who prioritize marriage above any problem so as to overcome challenges to prevent a separation, and who is inspired by the men and women described in the biblical text, the Old Testament. Such inspiration has been considered here as a backlash to the real life of women. The idea of a backlash (Faludi, 2001) seems to be an element that easily adheres to the religious culture of Universal Church, allied to the cultural pedagogy taught by The Love School; it characteristically operates as a cyclic cultural policy. And, cyclically, the culture seems to make us live several moments of intense regression both through certain media products and through the reactions of certain political groups imposing their interests. Hence, I believe the contemporary Brazil is living a religious cycle of backlash regarding life and love relationship issues to say the least.
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A contracepção nas páginas da Capricho - os discursos concernentes à contracepção reverberados pela revista Capricho no ano de 1994Anderson Nereu Galcowski 16 October 2011 (has links)
A presente pesquisa objetiva reconhecer os discursos concernentes às
práticas contraceptivas veiculados pela Revista Capricho no ano de 1994. Para tal,
foi organizado um conjunto de fontes compostas por seis volumes do periódico
referentes aos meses de janeiro, março, maio, setembro, outubro e dezembro do
mesmo ano. Compreende uma descrição do percurso histórico da contracepção no
Brasil a partir da década de 1960 até meados dos anos de 1990, inclusive através
da perspectiva que engloba as políticas públicas sobre a utilização dos
anticoncepcionais hormonais e a camisinha. Busca-se analisar alguns conceitos
correlatos à pedagogia cultural e suas áreas afins além de investigar as possíveis
formas pelas quais os discursos propagados pela mídia interferem no processo de
formação das subjetividades. / This research aims to recognize the discourse concerning contraceptive
practices conveyed by Capricho magazine in 1994. To that end, was organized a set
of sources consisting of six volumes of the magazine of the months: January, March,
May, September, October, December in the same year. It includes a description of
the historical path of contraception in Brazil since the sixties to the mid-nineties,
including from the perspective that encompasses public policies about the use of
hormonal contraceptives and condoms. It seeks to analyzes some concepts related
to cultural pedagogy and its related areas and to investigate the possible ways in
which discourses propagated by the media interfere in the formation of subjectivities.
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Vida eterna para os casamentos : a pedagogia evangelizadora da escola do amor da Igreja Universal do Reino de DeusBueno, Paulo Fernando Zanardini January 2017 (has links)
Esta dissertação, de abordagem qualitativa, e situada no campo dos Estudos Culturais em Educação, analisou nas falas dos apresentadores de um artefato cultural da televisão, o programa The Love School, os temas mais discutidos por eles. Como primeira técnica da metodologia utilizada, esse recurso gerou a fonte de material empírico registrado no que nominei de caderno de transcrições. Para realizar esta investigação selecionei 24 (vinte e quatro) edições do programa entre o período de novembro de 2014 a abril de 2015. O casamento é o principal tema que orienta a pauta deste programa e faz uma aliança direta com os princípios que fundamentam a Igreja Universal do Reino de Deus. Quanto ao programa The Love School foi possível entender que a Universal desenvolveu uma nova forma de falar de religião fazendo uso de outras linguagens como a linguagem própria da televisão, pois esse novo produto da grade de programação da Record TV, pode ter dado início a uma nova sequencia de programas televangelizadores, que, nas versões mais tradicionais e mais religiosas, parecem monótonos e desinteressantes pelo uso da linguagem comum aos púlpitos das catedrais e pelos horários de exibição cansativos das madrugadas. A categoria da pedagogia cultural, como um conceito caro para o campo da educação, nesse artefato cultural, pode ser percebida com uma outra dinâmica que não apenas a de ensinar modos de ser e de viver, pois demostrou que, conjuntamente a isso, pode também apontar o contraexemplo de outras pedagogias culturais em outros artefatos culturais, dessa vez os do entretenimento comercial. Compreendi essa atuação do conceito nesse objeto pela introdução da cultura religiosa com origem na Igreja criticando a cultura profana de outros produtos da mídia. Essa mesma discursividade molda um modelo de casal que prioriza o casamento acima de qualquer problema, devendo superar o menor dos desafios para impedir uma separação, e que se inspira no homem e na mulher presentes no texto bíblico, no Antigo Testamento, inspiração que é vista no contexto da análise aqui empregada como um retrocesso para a vida real das mulheres. A ideia de retrocesso ou de backlash (Faludi, 2001) parece ser um elemento que adere facilmente à cultura religiosa da Universal, aliando-se à pedagogia cultural ensinada pelo The Love School. O backlash tem como característica operar como uma política cultural em forma de ciclos. Ciclicamente, a cultura parece nos fazer viver muitos momentos de intenso retrocesso (backlash), tanto por meio de determinados produtos da mídia quanto pelas reações de determinados grupos políticos nos impondo seus interesses. Consequentemente, pelas análises que aqui empreendi e por essas características assumidas pela IURD, penso que vivemos no Brasil contemporâneo um ciclo religioso de backlash (retrocesso) para as coisas da vida e para as relações amorosas, para dizer o mínimo. / This qualitative approach master‘s dissertation on Educational Cultural Studies has analyzed the lines of the presenters of a cultural artifact of television, The Love School show, and the subjects most discussed by them. As the first technique of the methodology used, this resource generated the source of empirical material registered in what I named ―The Transcription Notebook‖. For the research, I have selected 24 (twenty four) editions of the show from November, 2014 to April, 2015. Marriage is the central theme of the show‘s agenda which is directly related to the principles underlying the Universal Church of the Kingdom of God. Through The love school show it was possible to realize that the Universal Church has developed a new way of talking about religion, by making use of other languages, such as the proper language of television, since this new product offered by the Record TV channel may have initiated a sequence of new evangelizing shows, which tend to be monotonous and uninteresting in their most traditional and religious versions due to the use of a language common to the cathedrals‘ pulpits as well as the tiresome show times. Such cultural artifact allow us to understand the concept of cultural pedagogy category, dear to the field of education, as a different dynamic that does not only teach ways of being and living, but also show the counterexample of other cultural pedagogies in another cultural artifacts, such as the commercial entertainment. I have understood this concept in such object through the introduction of the religious culture originating in the Church that criticizes the unholy culture of media products. This same discourse frames a standard of couple who prioritize marriage above any problem so as to overcome challenges to prevent a separation, and who is inspired by the men and women described in the biblical text, the Old Testament. Such inspiration has been considered here as a backlash to the real life of women. The idea of a backlash (Faludi, 2001) seems to be an element that easily adheres to the religious culture of Universal Church, allied to the cultural pedagogy taught by The Love School; it characteristically operates as a cyclic cultural policy. And, cyclically, the culture seems to make us live several moments of intense regression both through certain media products and through the reactions of certain political groups imposing their interests. Hence, I believe the contemporary Brazil is living a religious cycle of backlash regarding life and love relationship issues to say the least.
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O cinema e a flutuação das representações surdas : "Que drama se desenrola neste filme? Depende da perspectiva ..."Thoma, Adriana da Silva January 2002 (has links)
Este estudo aborda o jogo da flutuação das representações e dos discursos em textos cinematográficos e em textos surdos: num primeiro momento, investigo como a alteridade surda é narrada/produzida/inventada/incluída e excluída em filmes que focalizam a surdez e os/as surdos/as e, num segundo, analiso como ocorrem as interpelações dos filmes em um grupo de sujeitos surdos universitários. O alicerce teórico e as ferramentas metodológicas estão nos Estudos Culturais e no pensamento de Michel Foucault, a partir dos quais utilizo os entendimentos de discurso, representação, cultura, pedagogia cultural, interpelação, produção de significados, entre outros. A perspectiva analítica dos Estudos Culturais toma a cultura e os artefatos culturais como práticas de significação, não fazendo distinção entre alta-cultura e baixa-cultura. Michel Foucault oferece ferramentas teóricas e metodológicas com as quais podemos analisar o discurso como prática. O resultado das análises dos textos cinematográficos é apresentado através de um conjunto de lições, as quais foram organizadas pela recorrência das representações e dos discursos que compõem os filmes. Não se trata de verificar o que está “por trás” do que é dito, nem tampouco proceder a uma análise “comparativa”, supondo-se que poderiam existir melhores ou piores formas de se narrar a surdez e os/as surdos/as. Interessa, isto sim, entender como a surdez e os/as surdos/as são narrados/descritos/controlados/normalizados/excluídos ou incluídos pelas narrativas ouvintes sobre a alteridade surda, bem como colocar sob suspeita os saberes que aprisionam os sujeitos surdos em posições, territórios e significados que justificam o controle, regulação e governo de seus corpos. Os textos surdos, por sua vez, foram analisados a partir daquilo que os/as surdos/as universitários/as dizem quando são interpelados pelos filmes que assistimos durante nossos encontros. Inverter epistemologicamente a ordem de quem fala, entendendo como ocorrem as negociações e os jogos de poder, como se legitimam certas perspectivas e se excluem outras, pode ser um caminho para entendermos a complexidade que se apresenta quando falamos pelo outro, quando o narramos e o inventamos a partir das marcas da normalidade. / This study comprehends the fluctuation of discourses and representations in cinematographic texts and in deaf texts. Firstly I examine how the deaf otherness is narrated/produced/invented/left out and included in movies which focus on deafness and deaf people. Secondly I analyse how the film questionings happen in a group of university deaf students. The theoretical basis and the methodological tools are in Cultural Studies, mainly in British Cultural Studies and in Michel Foucault’s thought. From those sources I use discourse understandings, representation, culture, cultural pedagogy, questioning, meaning production and power, between other issues. The analytical perspective in Cultural Studies considers culture and cultural tools as practices of meaning, not making any difference between high culture and low culture. Michel Foucault offers theoretical and methodological tools in which we can analyse the discourse as practice. The result of cinematographic text analysis is presented through a set of “lessons” that were organised by the reiterate representations and discourses that make up the films. It is not about examining what is behind what is said, not even having a “comparative” analysis, saying that it might have better or worse euphemisms to narrate deafness and deaf people as well. It is important to be suspicious of the range of learning that takes deaf people prisoners in positions, territories and meanings that justify the control and regulation of their bodies. Deaf texts, in turn, were analysed from what university deaf students said when questioned about the movies we saw in our meetings. Epistemologically reversing the order of speakers, understanding how negotiations and power games occur, also how some perspectives take place and others are excluded might be a way to understand the complexity that exists when we speak in other people’s place, when we narrate them and when we make them up from the normality signs.
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