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Identificação e caracterização de pacientes em risco para câncer de mama hereditário no sul do Brasil / Identification and characterization of patients at-risk for hereditary breast cancer in southern BrazilPalmero, Edenir Inêz January 2007 (has links)
No Brasil, o câncer de mama é considerado um problema significativo de saúde pública, devido a suas altas taxas de incidência e mortalidade. No Rio Grande do Sul, os índices de incidência e mortalidade situam-se entre os maiores do país. Embora exposição a fatores de risco ambientais e/ou predisposição genética possam explicar essa diferença em relação a outras regiões brasileiras, não existem estudos que investiguem esse dado a nível populacional. A presente investigação foi desenvolvida em paralelo com um estudo de rastreamento do câncer de mama, com o objetivo de investigar, em uma amostra de base populacional, a prevalência de fatores de risco genéticos para esse neoplasia. Um total de 9234 mulheres participantes de uma coorte em Porto Alegre foram analisadas. A inclusão na coorte (e no presente estudo) deu-se através do preenchimento de um questionário, o qual incluía, entre outros aspectos, indagações acerca da história familiar de câncer. Das 9234 mulheres entrevistadas, 1286 relataram história pessoal e/ou familiar de pelo uma das seguintes neoplasias: câncer de mama, câncer de ovário e câncer colo-retal. Das 1286 mulheres, 1247 com idade superior a 18 anos foram convidadas a participar de sessões de avaliação do risco genético para câncer (ARGC). Um total de 902 mulheres efetivamente participaram do processo de ARGC. No decorrer da consulta foram realizadas: construção do heredograma, estimativas do risco cumulativo vital (RCV) de desenvolver câncer de mama e da probabilidade de mutação germinativa nos genes BRCA1/2, associados a predisposição hereditária ao câncer de mama e ovário (HBOC). Além disso, os heredogramas foram analisados quanto à presença de critérios clínicos para inclusão em outras síndromes de predisposição hereditária ao câncer de mama, como Síndrome de Li- Fraumeni (SLF), Sindrome de Li-Fraumeni-like (LFL), Síndrome de Predisposição Hereditária ao Câncer de Mama e Câncer Colo-retal (HBCC) e para a Síndrome de Cowden. Dentre as 902 pacientes avaliadas, 688 (76.3%) não preenchiam critérios de inclusão nas síndromes de predisposição hereditária ao câncer consideradas, e foram classificadas, de acordo com seu RCV, como apresentando RCV baixo a moderado (até 20%; 633 mulheres, 92.0%), e moderado a alto (= 20; 55 mulheres, 8.0%) de desenvolver câncer ao longo da vida. Após a análise dos heredogramas, verificou-se que 214 pacientes preenchiam critérios de inclusão para, no mínimo, uma das síndromes de predisposição ao câncer de mama consideradas. Das 214 pacientes oriundas de 183 famílias, 76 mulheres (65 famílias) apresentavam critérios para HBOC; 122 famílias foram classificadas como sendo LFL e 22 como apresentando critérios clínicos para HBCC. Algumas famílias apresentavam critérios de inclusão para mais de uma síndrome. Não havia, na presente amostra nenhuma família com critérios para SLF ou Síndrome de Cowden. Do total de 183 famílias com critérios clínicos, 50 (27.3%) optaram por prosseguir com a investigação e realização do teste genético. Das 50 famílias, 18 apresentavam inicialmente critérios para HBOC e, foram analisadas quanto à presença de alterações germinativas nos genes BRCA1 e BRCA2 por DHPLC e seqüenciamento das variantes. A presença de rearranjos gênicos no gene BRCA1 também foi investigada na amostra. As quarenta famílias com critérios para LFL foram investigadas por DHPLC e seqüenciamento quanto à presença de alterações germinativas no gene TP53. Análise quanto à presença da mutação CHEK2 1100delC foi realizada em 7 famílias (do total de 22 famílias com os critérios para HBCC). Alterações germinativas patogênicas foram detectadas em apenas duas das 50 famílias investigadas. A mutação R273C no exon 8 do gene TP53 foi detectada em uma família LFL e a mutação CHEK2 1100delC foi encontrada em uma família HBCC. Em relação aos genes BRCA1/2 nenhuma alteração deletéria previamente descrita foi detectada. No gene BRCA1, foram verificadas 2 variantes novas, 9 sem significado clínico e 1 variante de significado desconhecido. No gene BRCA2, foram detectadas 9 variantes novas, 8 variantes sem significado clínico e 5 previamente classificadas como tendo significado clínico desconhecido. Análises de segregação das variantes visando confirmar ou descartar sua patogenicidade estão em andamento. Não foram detectados rearranjos gênicos em BRCA1. Dentre as principais limitações da presente investigação podemos destacar a baixa adesão da amostra à realização do teste genético, o que em parte pode ser explicado pelo desenho do estudo, já que mulheres que não estavam buscando ativamente informações sobre seu risco de câncer e sua história familiar foram recrutadas, não junto a clínicas especializadas de genética e câncer, mas junto aos postos de saúde de seus bairros. Outra importante limitação foi o baixo índice de comprovação dos tumores relatados nas famílias com laudos anátomo-patológicos, o que pode em parte explicar o baixo número de mutações detectadas, já que a única fonte de informações sobre os tumores, na maioria dos casos, foi a própria paciente. Investigações adicionais deverão ser oferecidas a todas as famílias aqui analisadas, de forma a aumentar a probabilidade de identificar o fator causal da sua história familiar positiva de câncer. Além disso, estudos envolvendo grupos amostrais maiores deverão ser desenvolvidos na tentativa de verificar se a prevalência de mutações germinativas em genes de predisposição é, em nosso meio, tão reduzida quanto a verificada em nosso trabalho. Caso sim, uma revisão dos critérios de inclusão no teste genético deverá ser feita, na tentativa de identificar a contribuição de outros genes e/ou genes “novos” de alta penetrância envolvidos em uma predisposição hereditária aumentada ao câncer, bem como a contribuição de genes de maior prevalência, porém considerados de baixa penetrância, ou ainda uma análise quanto a contribuição de fatores de risco nãogenéticos, na tentativa de explicar os índices aumentados de incidência e mortalidade por câncer de mama nessa região do país. Ao nosso conhecimento, este é o primeiro estudo a investigar a prevalência do fenótipo de câncer de mama hereditário e de alterações genéticas em genes de predisposição ao câncer de mama hereditário em uma amostra de base populacional. Também é o primeiro relato descritivo de alterações em genes de predisposição ao câncer de mama em mulheres do Rio Grande do Sul. / In Brazil, breast cancer is a serious public health problem due to its high incidence and mortality rates. Rio Grande do Sul, Brazil’s southernmost State, has one of the highest breast cancer incidence and mortality rates of the country. Although exposure to environmental risk factors and genetic predisposition may explain this latter observation, to date, no systematic investigation has been conducted in to examine this hypothesis at the population level. The present study was developed in parallel with a larger breast cancer screening project and intended to examine the contribution of genetic risk factors to the epidemiology of breast cancer in Southern Brazil. This question was addressed initially through identification and characterization of patients at-risk for hereditary breast cancer and their families in a population-based sample of women from Porto Alegre. A total of 9234 women above the age of 15 years participating in a large population-based cohort study (the Núcleo Mama Porto Alegre – NMAMA - Cohort) were analyzed. At inclusion in the cohort, all patients responded to a brief questionnaire about family history of breast, ovarian and colorectal cancer. Patients answering positively to at least one of these questions were referred to genetic cancer risk assessment (GCRA) by a clinical cancer geneticist in a secondary health care center, the Núcleo Mama Porto Alegre (NMPOA). Of the 9234 women enrolled in the cohort study, 1286 (13.9%) reported a positive family history. All 1247 women with a positive family history and above age 18 years were invited to participate in this study. Of these 1247, 902 women effectively participated in the GCRA sessions. During these evaluations detailed medical and family histories were obtained and registered in pedigrees and cancer risks estimates were done. The probability of a BRCA1 or BRCA2 mutations causing hereditary breast and ovarian cancer (HBOC) syndrome was estimated using several models. All pedigrees were reviewed by clinical geneticists to assess presence of criteria for the diagnosis of Li-Fraumeni (LFS), Li- Fraumeni like (LFL), Hereditary Breast and Colon Cancer (HBCC) and Cowden Syndromes. Patients fulfilling criteria for a breast cancer predisposition syndrome were offered genetic testing. Of the 902 women submitted to GCRA, 688 (76.3%), did not fulfill criteria for a breast cancer predisposition syndrome. Of these, 633 (92.0%) and 55 (8.0%) women were classified as average to slightly increased (estimated lifetime risk <20%) and moderate-increased risk (estimated lifetime risk =20%), respectively, according to their estimated lifetime risk for developing breast cancer. Of the 902, 214 (23.7%) women from 183 families, fulfilled criteria for one or more of the breast cancer predisposition syndromes considered in our study (HBOC, SLF/LFL and HBCC). None of the patients assessed reported a personal and/or family history suggestive of Li-Fraumeni or Cowden’s Syndrome. When the 183 families were classified according to the different breast cancer predisposition phenotype, 65 had criteria for HBOC, 122 for LFL and 22 for HBCC. Some families fulfilled criteria for more than one syndrome. Of the 183 families, 50 (27.3%) underwent genetic testing. Eighteen HBOC families were screened for the presence of BRCA1 and BRCA2 germline mutations using a DHPLC strategy followed by sequencing of the variant fragments. For BRCA1, a screen for genetic rearrangements using long-range PCR was also performed. An unexpected high number of families fulfilled criteria for LFL syndrome (122 families, 13.5% of the entire sample). Forty of these underwent TP53 germline mutation testing by DHP LC and sequencing. Of the 22 families that fulfilled criteria for HBCC, 7 were studied for the presence of the CHEK2 1100delC mutation. Germline mutations were found in only two of the families studied. The germline TP53 mutation R273C (exon 8) was found in one LFL family and CHEK2 1100delC was found in one of the HBCC families. No previously described deleterious mutations in BRCA1 and BRCA2 were identified. In BRCA1, 2 new variants, 9 variants with no clinical significance and one alteration previously described and characterized as a variant of unknown significance (VUS) were encountered. In BRCA2, 9 new variants, 8 variants without associated clinical significance and 5 VUS were encountered. Segregation analyses of these novel variants and VUS is underway. Large BRCA1 gene rearrangements were not identified in this sample. Among the limitations of this study we can point to the relatively small number of families that accepted genetic testing, but we feel that this finding is not entirely unexpected. It could be in part explained by study design, were women from the community were recruited for GCRA, and many of them never considered such an evaluation or were never concerned with genetic risk. Furthermore, these women were identified in a primary health care setting and not in oncology or cancer genetics clinics. Another concern is that only a proportion of cancers in probands and/or relatives was confirmed, and therefore, there may be misclassifications of cancer site, tumor type as well as age at tumor diagnosis. Additional investigations should be offered to all families studied here to increase the likelihood of identifying causative factors for their cancer phenotypes. In addition, further studies, on a larger sample should be conducted to verify if indeed the prevalence of germline mutations in common breast cancer predisposition genes is that low in this population. If it is, we may have to revise criteria for genetic testing in this population and thoroughly investigate the contribution of different and/or novel high penetrance genes or the influence of multiple, more prevalent genetic variants of lower penetrance or even to investigate the contribution of non-genetic factors for this higher incidence and mortality rates in our region. To our knowledge this is the first report of the prevalence of HBC phenotypes and germline mutations in corresponding breast cancer predisposition genes in a sample of at-risk individuals selected from a community-based cohort in Brazil and South America.
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Estudo dos fatores de risco cardiovascular na acromegaliaFedrizzi, Daniela January 2008 (has links)
Resumo não disponível
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Complicações oculares nos pacientes com diabetes mellitus tipo 1Esteves, Jorge Freitas January 2009 (has links)
O diabetes melito (DM) é a primeira causa de cegueira legal em pacientes com idade entre vinte cinco e setenta e quatro anos de idade (1). Aproximadamente 98% das pessoas com DM tipo 1 e 78% das pessoas com DM tipo 2 apresentam algum tipo de retinopatia diabética nos primeiros 15 anos do diagnóstico do DM. A retinopatia diabética proliferativa ocorre em aproximadamente 50% dos pacientes com DM tipo 1 com mais de 15 anos de enfermidade (2). Além disso, se estima que a cada ano surjam 50.000 novos casos de edema macular e 63.000 novos casos de retinopatia proliferativa (3). Embora a retinopatia diabética proliferativa seja a grande responsável pela amaurose, o edema macular é a primeira causa de perda de visão moderada nestes pacientes (4). Entretanto, o comprometimento ocular pelo DM não se restringe a retinopatia. A catarata diabética pode ser causa de cegueira reversível sendo o tratamento de escolha a facoemulsificação. O DM também pode estar associado à paresias do 3, 4 e 6 nervos, que levam a diplopia, podendo ser a primeira manifestação desta doença. O glaucoma neovascular é uma complicação das formas graves da retinopatia diabética proliferativa e é de difícil tratamento. Além disso, o DM pode também comprometer a porção anterior do nervo óptico, causando um edema de papila e constituindo um quadro de neuropatia óptica isquêmica. Frente a esses dados, organizamos um ambulatório de oftalmologia de DM tipo 1 e o resultado do acompanhamento destes pacientes foi o objeto da presente tese de doutorado. Esta se constitui de cinco capítulos. O primeiro revisa os fatores de risco conhecidos para a retinopatia diabética. O segundo relata um caso que ilustra que existem fatores ainda desconhecidos para o desenvolvimento dessa complicação. Os terceiro e quarto capítulos relatam a prevalência de retinopatia diabética e de catarata nos pacientes com DM tipo 1 atendidos no ambulatório de Endocrinologia e Oftalmologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. O último capítulo é um editorial relatando nossa experiência em relação ao fumo como fator de risco para edema de mácula clinicamente significativo.
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Prevalência e fatores de risco para transtornos psiquiátricos na epilepsia do lobo temporalBragatti, José Augusto January 2009 (has links)
A associação entre transtornos psiquiátricos e epilepsia é frequente, embora dados epidemiológicos a respeito desta associação ainda não estejam bem esclarecidos, devido a problemas metodológicos, indefinição de termos e diferenças nas populações estudadas. Fatores de risco neurobiológicos, psicossociais e farmacológicos têm sido apontados para esta associação, porém, o tema permanece controverso. Em países subdesenvolvidos, incluindo o Brasil, onde é sabido que a prevalência da epilepsia é maior em relação aos países industrializados, não existem dados epidemiológicos consistentes. É importante conhecermos a prevalência e os fatores de risco das comorbidades psiquiátricas em pacientes epilépticos, devido ao impacto direto na qualidade de vida destes pacientes. Estudos fisiopatológicos sobre ambas as doenças levaram à hipótese de um compartilhamento de mecanismos comuns, representados por alterações funcionais e estruturais afetando um mesmo circuito: o Sistema Límbico. Assim, diversas alterações de neuroimagem, genéticas e moleculares, comuns a ambas as condições, têm sido descritas e necessitam ser bem conhecidas. Um dos elementos moleculares mais importantes para a estrutura e função do Sistema Límbico, é o Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (BDNF, do inglês Brain- Derived Neurotrophic Factor), proteína envolvida com o crescimento e a proteção neuronais. Um polimorfismo funcional do gene do BDNF, o Val66Met, uma troca de um aminoácido Valina por uma Metionina no códon 66 do gene, tem sido largamente estudado. Evidências clínicas e experimentais têm associado este polimorfismo a diversos transtornos neuropsiquiátricos, porém a relação direta entre as variantes genéticas do BDNF e a Epilepsia é menos clara. No entanto, é plausível supor que esta neurotrofina esteja envolvida no desenvolvimento de transtornos psiquiátricos na epilepsia do lobo temporal. Esta dissertação avaliou a prevalência e os fatores de risco para transtornos psiquiátricos na Epilepsia do Lobo Temporal, e estudou um aspecto molecular possivelmente envolvido nesta associação. Primeiro, estudamos a prevalência de transtornos psiquiátricos em pacientes com Epilepsia do Lobo Temporal, utilizando uma entrevista padronizada e estruturada, com critérios diagnósticos em conformidade com o DSM-IV. Encontramos comorbidades psiquiátricas em 54% dos nossos pacientes. Este resultado encontra-se na margem superior do espectro de resultados obtidos em estudos semelhantes, o que nos tentou a supor que a prevalência de transtornos psiquiátricos em pacientes com Epilepsia do Lobo Temporal, em nosso meio, pode ser ainda maior que nos países desenvolvidos. A segunda parte do trabalho é um estudo sobre fatores de risco para transtornos de humor numa coorte de pacientes com Epilepsia do Lobo Temporal. Nós encontramos duas variáveis com efeitos independentes para transtornos de humor em nossos pacientes: história familial psiquiátrica positiva e presença de alterações eletroencefalográficas irritativas envolvendo o hemisfério esquerdo. Num modelo de regressão logística, desenvolvemos uma fórmula capaz de predizer um diagnóstico de transtorno de humor em nossos pacientes, em 71% dos casos. Por fim, estudamos o impacto do polimorfismo Val66Met do gene do BDNF na Epilepsia do Lobo Temporal, e os resultados foram publicados no terceiro artigo. Apesar de não terem sido encontradas diferenças nas frequências deste polimorfismo entre os grupos de pacientes com Epilepsia do Lobo Temporal e o grupo controle de indivíduos normais, a hipótese de seu envolvimento na fisiopatogenia da Epilepsia permanece plausível, e necessita de mais estudos. Concluindo, a presente dissertação produziu alguns resultados importantes a respeito da Epilepsia do Lobo Temporal em nosso meio. A prevalência de transtornos psiquiátrico em nossos pacientes é elevada. Os transtornos de humor, a comorbidade psiquiátrica mais frequente, estão associados a dois fatores de risco isolados, específicos e independentes. Por fim, chegamos à conclusão que o polimorfismo Val66Met do gene do BDNF provavelmente não tem um impacto direto sobre a epilepsia do lobo temporal, porém, estudos mais detalhados, com populações selecionadas, podem contribuir para o conhecimento dos efeitos desta variante genética sobre os transtornos psiquiátricos. / Psychiatric disorders associated to Epilepsy are frequent, although epidemiologic data concerning this comorbidity are not yet clear, probably due to methodologic problems, indefiniton of terms and different populations studied. Neurobiologic, psychosocial and pharmacological risk factors have been implicated in this association, but the issue remains controverse. In developing countries like Brazil, where the prevalence of epilepsy is greater than in industrialized countries, there are few studies regarding these maters. However, it is important to know about prevalence of psychiatric comorbidities in epileptic patients, because of the direct impact of these conditions over quality of life in these patients. Pathophysiological studies about Epilepsy and psychiatric disorders suggest that both diseases share of common mechanisms, among them structural and functional abnormalities in the Limbic System. Indeed, many neuroimaging, genetic, and molecular alterations common to both diseases have been described and need to be better studied. One of the most important molecular elements to function and structure of the Limbic System is the Brain-Derived Neurotrophic Factor (BDNF), a protein involved with neuronal growth and protection. A functional polymorphism of the coding gene of BDNF, the replacement of a valin by a methionine aminoacid on the gene position 66 (Val66Met), has been largely studied. Experimental and clinical evidences have associated this polymorphism to many neuropsychiatric disorders, but the direct relation of this BDNF variant with Epilepsy is less clear. Nevertheless, it is plausible to supose that this neurotrophin has some participation in the development of psychiatric disorders in Temporal Lobe Epilepsy. The present dissertation assessed the prevalence and risk factors for psychiatric disorders in Temporal Lobe Epilepsy and studied a molecular aspect possibly involved in this association. First, we studied the prevalence of long-life psychiatric disorders in patients with Temporal Lobe Epilepsy, using a structured method of interview, with objective criteria for DSM-IV diagnoses. We found psychiatric disorders in 54% of our patients. This result is elevated when compared with other studies, leading us to the hypothesis that the prevalence of psychiatric disorders in patients with Temporal Lobe Epilepsy in our patients might be even grater that that observed in developed countries. The second part of our work is a study concerning major risk factors for humor disorders in a cohort of patients with Temporal Lobe Epilepsy. We found two variables with independent effects: positive psychiatric familial history and left-sided irritative focus on EEG. In a logistic regression model, we developed an equation capable to predict a diagnosis of humor disorder in our patients in 71% of cases. Finally, we studied the impact of the Val66Met polymorphism over the Temporal Lobe Epilepsy. Although there are no differences in the polymorphism frequencies between patient and control groups, it is still plausible the involvement of this variant in the physiopathogenesis of Epilepsy, and further studies are needed. Concluding, this dissertation yielded some important data concerning Temporal Lobe Epilepsy in our environment. Prevalence of psychiatric disorders in our patients is elevated. Humor disorder, the most frequent psychiatric comorbidity, is associated with two specific and independent risk factors. Last, we concluded that the Val66Met polymorphism of the BDNF gene coding has no direct impact over temporal lobe epilepsy, but more detailed studies, with selected populations, should contribute to knowledge of the effects of this genetic variation over psychiatric disorders in Temporal Lobe Epilepsy.
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Prevalência de diferentes genótipos em infectados pelo vírus da Hepatite C de uma região do Rio Grande do Sul e fatores de risco associadosParaboni, Marisa Lucia Romani January 2009 (has links)
Introdução: Estima-se que existam no mundo 200 milhões de pessoas infectadas pelo HCV, principal agente etiológico responsável por 90 a 95% dos casos de hepatite transfusional não A e não B. As altas percentagens de cronificação da doença, seu potencial evolutivo para cirrose e hepatocarcinoma tornam a hepatite C um sério problema de saúde pública. Dados da Organização Mundial da Saúde estimam que 2,5% a 4,9% da população brasileira esteja infectada pelo HCV, o que significa 3,9 a 7,6 milhões de pessoas com risco de desenvolver cirrose ou hepatocarcinoma. A co-infecção HCV e HIV é relativamente freqüente entre os usuários de drogas ilícitas e os hemofílicos, ocorrendo entre 50% e 75% dos casos. A presença de infecção pelo HIV pode acelerar a evolução da infecção crônica do HCV para cirrose e descompensação hepática bem como aumentar os níveis de viremia pelo HCV .Os genótipos do HCV constituem fator preditivo independente para a resposta ao tratamento anti-viral. As evidências indicam que o genótipo 1 e 4 estão associados a uma pobre resposta ao tratamento com interferon, seja em monoterapia ou em combinação com ribavirina, ao contrário dos genótipos 2 e 3. Os melhores resultados, medidos pelo parâmetro virológico para pacientes com genótipo 2 ou 3, são alcançados com períodos de 6 meses de tratamento, enquanto que pacientes com genótipo 1 necessitam prolongar o tempo de tratamento por um ano. Objetivos: Avaliar a proporção dos diferentes genótipos e subtipos entre os portadores de hepatite C que realizaram genotipagem na 11ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) e a taxa desses pacientes que realizaram tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Avaliar a prevalência de co-infecção (hepatite A, B e HIV) entre os pacientes portadores de HCV e sua associação com genótipo do HCV. Descrever a prevalência de fatores de risco para infecção pelo vírus C na amostra. Avaliar a associação dos genótipos do HCV com idade, sexo e outros fatores de risco para infecção pelo HCV. Avaliar a taxa de pacientes com diagnóstico confirmado que recebem pelo menos uma dose de tratamento com interferon/ribavirina. Métodos: Estudo transversal, de pacientes com diagnóstico de HCV encaminhados para genotipagem em laboratório de referência no interior do estado do RS - Brasil. As informações foram obtidas dos registros do laboratório, do Sistema Nacional de Agravos e Notificação e dos prontuários dos pacientes. Os pacientes que receberam pelo menos uma dose do tratamento foram identificados através do registro da Assessoria de Medicamentos Especiais (AME) do estado do RS. A taxa de resposta foi identificada pela negativação do HCV por teste de PCR, 24 e 48 semanas após o término do tratamento. A identificação dos genótipos foi realizada pela técnica de Restriction Fragment Length Polymorphism (RFLP) “in house”. Descreveram-se os dados através de medidas de freqüência e de tendência central, calculando-se intervalo de confiança de 95% quando cabível. Analisou-se a associação de fatores de risco com o genótipo através do teste Quiquadrado e Teste t de Student. As associações de co-infecção por HIV e de tratamento e resposta viral sustentada com o tipo de genótipo foram analisadas através do teste exato de Monte Carlo. Para identificação de fatores independentemente associados aos diferentes genótipos empregou-se regressão logística multinomial. Estimaram-se as razões de prevalência através de regressão de Poisson. Resultados: Foram incluídos 441 pacientes, de 41,1 ±12,0 anos, sendo 56,5% homens. A proporção de genótipo 1 foi de 41,5%, genótipo 2 de 19,3% e genótipo 3 de 39,2%. Três pacientes (0,7%; IC95% 0 - 1,5) apresentaram co-infecção HBV/HCV e 38 dos 237 pacientes com informação sobre HIV foram positivos (16% IC 95% 9.5-13.7). Não houve associação de co-infecção por HIV com genótipo. A taxa de pacientes tratados foi de 37,0%. De 52 pacientes avaliáveis, 63,5% apresentaram resposta viral sustentada (RVS), sendo 9 pacientes com genótipo 1 (64,3%), 14 com genótipo 2 (87,5%) e 10 com genótipo 3 (45,5%; P=0,026). Observou-se associação significativa entre sexo feminino e genótipo 2 e faixa etária maior para genótipo 2 (52,2 ±12,8 anos). Fatores de risco para infecção por HCV foram tratamento cirúrgico, uso de drogas injetáveis e inaláveis, tratamento dentário (p<0,05%). Dos pacientes estudados, 163 (37%) realizaram tratamento em algum momento do estudo e nestes a taxa de respondedores para genótipo 1, 2 e 3 foram de 64,3%, 87,5% e 45,% respectivamente. Conclusão: Observa-se maior proporção do genótipo 1, seguido do genótipo 3 o qual foi mais freqüente que o descrito em outros estudos realizados no RS e Brasil. A prevalência de co-infecção de hepatite C com hepatite B é baixa. Coinfecção com HIV é mais freqüente, mas inferior ao observado na literatura. A taxa de pacientes com diagnóstico confirmado que recebem pelo menos uma dose de tratamento com interferon/ribavirina através do SUS é menor que o esperado, enquanto que a menor resposta viral sustentada para pacientes portadores do genótipo 3 quando comparado ao genótipo 1 deve ser confirmada por novos estudos. Muitos pacientes que realizam genotipagem não foram tratados talvez por não atender aos critérios de tratamento ou por dificuldades de acesso ao sistema público gratuito de tratamento. Mas, entre os pacientes que foram tratados, a taxa de resposta ao tratamento foi maior em geral do que nos relatos da literatura. A base de dados do SINAN é uma importante ferramenta para coleta de dados, para implantação e avaliação de políticas de prevenção e tratamento na área de saúde pública. / Introduction: It is estimated that HCV has infected 200 million people in the world, since it is the main etiological agent responsible for 90 to 95% of the cases of transfusional hepatitis non A and non B. High percentage of chronification of the disease, its potential evolution to cirrhosis and hepatocarcinoma make hepatitis C a serious problem of public health. Data from World Health Organization estimate that 2.5% to 4.9% of Brazilian population is infected by HCV, which means 3.9 to 7.6 million people with risk of cirrhosis or hepatocarcinoma. Factors related to the virus, as viral load, may influence the evolution of chronic hepatitis to cirrhosis and hepatocarcinoma. HCV and HIV co-infection is relatively frequent among users of illicit drugs and hemophilic, occurring between 50% and 75% of the cases. Presence of HIV infection can accelerate the evolution of HCV chronic infection to cirrhosis and hepatic discompensation and increase the levels of HCV viremia as well. HCV genotype is an independent predictor of response to anti-viral treatment. Evidences indicate that genotypes 1 and 4 are associated to a poor response to the treatment with interferon, either in monotherapy or in combination with ribavirin, the opposite of genotypes 2 and 3. Best results, mesured by virological parameter for patients with genotype 2 or 3, are reached with periods of 6 months of treatment, whereas patients with genotype 1 need one year of treatment. Objectives: 1. To evaluate the proportion of different genotypes and subtypes among patients with hepatitis C referred to genotyping in 11ª Regional Center of Health (CRS) and the rate of these patients that under go treatment offered by Public Health System (SUS). 2. To evaluate the prevalence of co-infection (hepatitis A, B and HIV) among patients with HCV and its association with HCV genotype. 3. To describe the prevalence of risk factors for virus C infection in the sample and the association of HCV genotypes with age, sex and other risk factors for HCV infection. 4. To evaluate the rate of patients with confirmed diagnosis receiving at least one dose of treatment with interferon/ribavirin. Methods: Cross sectional study of patients with HCV diagnosis referred to genotyping in a reference laboratory in a small town of RS - Brazil. Data were collected from registers of the laboratory, registers of the National Disease Surveillance Data System (SINAN) and charts of the patients. Those patients who received at least one dose of the treatment were identified in the registers of Special Drugs Assessory (AME) of RS, Brazil. The rate of response was identified by the negativation of HCV through PCR test, 24 and 48 weeks after the end of the treatment. The identification of genotypes was done using Restriction Fragment Length Polymorphism (RFLP) “in house”. Data were described with measures of frequency and central tendency, and 95% confidence interval was calculated when applicable. The association between risk factors and genotype was analyzed using Chi-square and T Student tests. Associations of HIV co-infection and of treatment and sustained viral response with genotype were analyzed with Monte Carlo test. To identify factors independently associated to different genotypes, we used multinomial logistic regression. We estimated prevalence ratio using Poisson regression. Results: 441 patients were subjected to genotyping, age 41,1 ±12,0 years, 56,5% males. Proportion of genotype 1 was 41,5%; genotype 2, 19,3% in genotype 3, 39,2%. Three patients (0,7%; IC95% 0 - 1,5) presented HBV/HCV co-infection and 38 of 237 patients with HIV information were positive (16% IC 95% 9.5-13.7). There was no association between HIV co-infection and genotype. The rate of treated patients was 37,0%. Of 52 patients evaluable, 63,5% presented SVR, 9 patients with genotype 1 (64,3%), 14 with genotype 2 (87,5%) and 10 with genotype 3 (45,5%; P=0,026). We observed genotype 2 was more prevalent among women and patients carrying genotype 2 were older (52,2 ±12,8 years). Among risk factors for HCV infection were surgical treatment, use of intravenous and inhalation drugs and dental procedures (p<0,05%). 163 patients (37%) were submitted to treatment in one moment of this study and, in this, rate of response for genotype 1, 2 and 3 were 64,3%, 87,5% and 45,0% respectively. Conclusion: We observed higher genotype 3 prevalence when in comparison with other studies in RS and Brazil. Prevalence of hepatitis C with hepatitis B coinfection is low. HIV co-infection is more frequent, but lower than observed in the literature. Rate of patients with confirmed diagnosis that receive at least one dose of treatment with interferon/ribavirin via SUS is lower than we could expect, and SVR is lower for patients with genotype 3 than genotype 1. But these data must be confirmed by new studies. A lot of patients submitted to genotyping did not receive treatment from public health system, maybe because they did not attend the criteria for treatment or because of low access to the treatment. However, among the patients submitted to treatment, the rate of response was greater than the one present in literature. SINAN data is an important tool to collect data, to implement and evaluate policies of prevention and treatment in public health.
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Fatores de risco para mortalidade cardiovascular e por todas as causas em idosos longevosWerle, Maria Helena January 2009 (has links)
Introdução: O envelhecimento populacional, vivenciado por países desenvolvidos e em desenvolvimento, desperta a necessidade de pesquisas sobre os idosos longevos (>= 80 anos), pois este grupo etário apresenta características morfofisiológicas, psicológicas e socioeconômicas diferenciadas de outros indivíduos, inclusive idosos mais jovens (1). A prevalência e a incidência das doenças cardiovasculares (DCV) aumentam exponencialmente com a idade e são a maior causa de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo (2, 3). Durante a década de 90, identificou-se Veranópolis como o município com maior expectativa média de vida ao nascer deste Estado. O aumento da expectativa de vida nas últimas décadas requer a identificação de fatores de risco modificáveis para o surgimento de doenças cardiovasculares em indivíduos longevos, já que eles podem se comportar de maneira diferente dos idosos mais jovens. Objetivo: Identificar fatores de risco para a mortalidade total e cardiovascular em indivíduos longevos. Métodos: Foi realizado um estudo de coorte de todos os habitantes com 80 anos de idade ou mais em 1996, na cidade de Veranópolis, Brasil. As variáveis de exposição foram coletadas com procedimentos padronizados na sede clínica do estudo. Foram avaliadas extensamente características demográficas, antropométricas, físicas e médicas, incluindo pressão arterial, hipertensão arterial (PA>= 140/90 mmHg), perfil lipídico, glicemia, diabetes, tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, duração do sono e atividade física. A associação destas características com a mortalidade total e a mortalidade cardiovascular foi explorada em análises bivariadas com as variáveis categóricas e quartis das variáveis de exposição contínua e em modelos de regressão Cox . Resultados: No total, 193 (91%) de 213 indivíduos longevos residentes em Veranópolis foram avaliados no estudo. O estado de saúde e causas de morte pôde ser verificado em 187 indivíduos (96,9%) da coorte original após um tempo médio de acompanhamento de 8,7 ± 3,8 anos. A idade média foi de 83,6 ± 3,3 anos. Houve uma maior prevalência de mulheres (63,6%), a média de IMC ficou dentro dos limites de sobrepeso (26,7 ± 4,7) e quase todos tinham hipertensão (93%). Poucos eram fumantes atuais (6,7%) e tinham diabetes (17,6%), o montante do consumo de álcool foi de 208,3 ± 183.7g por semana e a duração média do sono foi de 12,6 ± 3,1 horas. A hipertensão foi inversamente e independentemente associada com o risco de morte cardiovascular (HR 0,21, IC 95% 0,70 - 0,64, P = 0,006) e de mortalidade por todas as causas (HR 0,25, IC 95% 0,12 - 0,51, P <0,001). A duração do sono (HR 0,83, IC 95% 0,73 - 0,95, P = 0,007) foi inversamente associada com o risco de morte cardiovascular, enquanto a Apo-I foi inversamente associado com o risco de mortalidade por todas as causas (HR 0,99, IC 95% 0,98 - 1,00, P = 0,041). A pressão arterial sistólica superior a 160 mmHg, não foi associada com o risco de mortalidade por causas cardiovasculares e total. Conclusão: A hipertensão e o número maior de horas de sono protegem contra a mortalidade cardiovascular em indivíduos longevos. A proteção da pressão arterial elevada desaparece quando a pressão arterial sistólica é superior a 160 mmHg. A hipertensão arterial e os níveis elevados de ApoA-I são fatores protetores contra a mortalidade total em longevos.
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Baixo ganho ponderal como preditor da retinopatia da prematuridadeFortes Filho, João Borges January 2009 (has links)
Objetivos: Avaliar o baixo ganho ponderal do nascimento até a 6ª semana de vida como um fator de risco independente para o surgimento da retinopatia da prematuridade (ROP), bem como avaliar uma possível relação inversa do ganho ponderal com o estadiamento da ROP. Métodos: Estudo de coorte institucional, observacional e prospectivo, comparando a prevalência da ROP e o ganho de peso após o nascimento pré-termo. Foram incluídos todos os nascidos com peso <=1500 gramas e com idade gestacional <=32 semanas ao nascimento, no período entre outubro de 2002 e dezembro de 2006, e que sobreviveram da 6ª até a 42ª semana de idade gestacional corrigida. Os desfechos clínicos principais foram: surgimento da ROP em qualquer estadiamento evolutivo e surgimento da ROP grave necessitando tratamento. A principal variável do estudo foi a proporção do ganho ponderal sobre o peso do nascimento medido na 6ª semana de vida. Para determinar se o ganho ponderal foi influenciado pelo peso de nascimento, os pacientes foram divididos em dois grupos: Grupo 1, com peso de nascimento <=1.000 gramas e Grupo 2, com peso de nascimento >1.000 gramas. Foi determinada a prevalência da ROP nos dois grupos. Qui-quadrado e Teste t - Student foram utilizados para comparar os pacientes com e sem retinopatia. Realizou-se regressão logística para determinar se o ganho ponderal foi relacionado com o surgimento da ROP de forma independente das outras variáveis. Foi determinada a razão de chances para o desenvolvimento da retinopatia da prematuridade com intervalo de confiança de 95%. A acurácia do ganho ponderal para o surgimento da ROP em qualquer estadiamento ou da ROP grave foi avaliada por curvas receiver operating characteristic (ROC) com os respectivos pontos de corte de sensibilidade, especificidade e valores preditivos positivos e negativos. Resultados: Foram estudados 317 pré-termos, sendo que 98 (30,9%) apresentaram ROP em qualquer estadiamento. A média do ganho ponderal entre os pacientes sem ROP foi 678,8 gramas (DP 258,6) e, nos pacientes com ROP, 462,8 gramas (DP 209,4), (P <0,001). A média da proporção do GP mostrou redução significativa a partir das crianças que não desenvolveram ROP para as que a desenvolveram nos estadiamentos 1 e 2 (P<0,001). Não foi possível determinar essa redução nos casos de ROP estadiamentos 3 ou mais. A regressão logística ajustada no Grupo 1 indicou OR para ROP de 1,055 (IC95%: 1,028-1,083; P<0,001) e, no Grupo 2, OR para ROP de 1,031 (IC95%; 1,008-1,054; P=0,007). A área sob a curva ROC foi 0,67% (IC95%: 0,598-0,729; P<0,001). O ponto de corte de 51,2% do GP demonstrou sensibilidade de 61,2% (IC95%: 51,3-70,5%) e especificidade de 64,4% (IC95%: 57,9-70,5%), valor preditivo positivo para ROP qualquer estadiamento 43,5% (IC95%: 35,4-51,8%) e valor preditivo negativo de 78,8% (IC95%: 72,3-84,3%). Para a ROP grave, a área grave a curva foi 0,63% (IC95%: 0,495-0,761; P=0,037), o ponto de corte demonstrou sensibilidade de 62,5% (IC95%: 42,2-80,0%), especificidade de 58,0% (IC95%: 52,3-63,6%), valor preditivo positivo 10,8% (IC95%: 6,5-16,9%) e valor preditivo negativo 95,0% (IC95%: 91,0-97,5%). Conclusões: O baixo ganho ponderal aferido na 6ª semana de vida foi um fator de risco importante, independente e capaz de predizer o surgimento da ROP em qualquer estadiamento evolutivo assim como da ROP grave. Não foi possível demonstrar uma relação inversa do ganho ponderal com os estadiamentos mais avançados da ROP.
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Caracterização dos níveis da pentraxina-3 (PTX-3) em amostra de pacientes com cardiopatia isquêmica estável na população brasileira / Pentraxina-3 (PTX-3) levels in patients with stable coronary artery disease in a sample of a Brazilian populationVietta, Giovanna Grünewald January 2008 (has links)
Introdução: A Pentraxina-3 (PTX-3), produzida principalmente por macrófagos e células da vasculatura endotelial em resposta aos primeiros sinais pró-inflamatórios, tem sido apontada como um novo marcador de eventos coronarianos. Este estudo objetiva caracterizar os níveis plasmáticos de PTX-3 em pacientes com doença arterial coronariana estável em uma população brasileira, bem como sua relação com outros marcadores de risco cardiovascular e manifestação clínica de doença arterial coronariana (DAC). Métodos: Caracterização dos fatores de risco cardiovascular clássicos, e determinação dos níveis plasmáticos de PTX-3, proteína C reativa ultra-sensível (PCRus), interleucinas 18 (IL-18) e 10 (IL-10) foram realizadas numa coorte de 132 pacientes com doença arterial coronariana documentada, estáveis clinicamente. A determinação dos níveis plasmáticos de PTX-3, PCRus, IL-18 e IL-10 foi realizada pela técnica de ELISA utilizando-se kits comercialmente disponíveis. Os resultados dos valores dos marcadores inflamatórios foram comparados entre participantes que tiveram eventos clínicos ou não durante o seguimento médio de 47 meses. Resultados: Os níveis de PTX-3 e PCR-us coletados na primeira e segunda amostra foram semelhantes 3,45 e 3,84 ng/mL, e 4,89 e 4,72 mg/dL, respectivamente. A correlação de Pearson entre a primeira e segunda amostra foi maior para a dosagem de PCR-us que para o PTX3 (r=0,603 e r=0,356; p<0,001). Os níveis médios de PTX-3 em pacientes sem eventos foram 3,49±1,94ng/mL e nos pacientes que desenvolveram eventos 3,48±2,33ng/mL (p= 0,982). Para PCR, os valores foram de 5,07±8,26mg/mL e 4,60±4,66mg/dL (p= 0,737), respectivamente. Não foi encontrada associação entre níveis de PTX-3 e fatores de risco cardiovascular. Valores de PCRus foram associados com níveis séricos de LDL e a fração de ejeção do ventrículo esquerdo, não havendo relação com outros fatores de risco. Conclusões: Nesta amostra de indivíduos com DAC estável os níveis de PTX- 3 e PCR foram mais elevados do que em outras populações. Não identificamos fatores de risco relacionados com níveis aumentados de PTX-3 ou sua relação com eventos em médio prazo.
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Alterações nutricionais em transplantados renais : prevalência, fatores de risco e complicaçõesMoreira, Thais Rodrigues January 2010 (has links)
Objetivo: Avaliar a prevalência das alterações nutricionais em transplantados renais (TR) e sua influência na evolução desses pacientes. Método: estudo de coorte retrospectivo com transplantados renais de 01/01/2000 a 31/12/2007. Excluídos: prontuários incompletos, idade < 18 anos e pacientes transplantados de múltiplos órgãos. Os dados foram coletados antes do transplante renal, 1, 2 e 5 anos pós-transplante. Fatores em estudo: estado nutricional pré-transplante conforme o IMC (Classificação segundo a OMS) e mudança de estado nutricional 1 ano pós-TR. Variáveis: raça, idade, gênero, tipo de doador, esquema imunossupressor, número de hospitalizações, tempo de isquemia fria, dislipidemia, tempo em diálise, e painel de reatividade. Desfechos: incidência de função tardia do enxerto (DGF), complicações da ferida operatória, sobrevida do enxerto, sobrevida do paciente, perda precoce do enxerto, rejeição aguda, eventos cardiovasculares, filtração glomerular estimada pela fórmula de MDRD e desenvolvimento de Diabetes Mellitus (DM) pós-TR. Análise estatística: Qui-Quadrado, ANOVA, análise sobrevida pelo teste de Kaplan-Meier e o modelo de Equações de Estimação Generalizada para avaliar o comportamento ao longo do tempo da TFG. Para significância estatística foi considerado o valor de P<0,05. Resultados: Foram avaliados 447 pacientes e a distribuição do estado nutricional pré-TR foi de 31 (6,9%) desnutridos, 248 (55,5%) eutróficos, 120 (26,8%) sobrepesos e 48 (10,7%) obesos. As mudanças de estado nutricional no primeiro ano pós-TR mostraram que 228 (64,3%) pacientes não mudaram de estado no período, 13 (2,9%) desnutridos tornaram-se eutróficos, 5 (1,1%) eutróficos tornaram-se desnutridos, 63 (14,1%) eutróficos migraram para sobrepeso/obesidade, 15 (3,3%) com sobrepeso/obesidade tornaram-se eutróficos. Em relação à avaliação de estado nutricional pré e os desfechos em 1 ano observou-se que os receptores com desnutrição e obesidade tiveram maior número de perdas precoces do enxerto (9,7% e 12,5%) quando comparados aos grupos eutróficos e sobrepeso (3,2% e 6,2%), P=0,042. Os receptores com sobrepeso e obesidade tiveram mais desenvolvimento de DM pós-TR (25% e 26,3%) em comparação com os outros grupos (15,4% e 12,4%), P=0,018, o que manteve-se na análise de 5 anos pós-TR (P=0,017). Não houve diferença significativa na análise de sobrevida de enxerto e de pacientes em 1 e 5 anos em relação ao estado nutricional pré-TR. Encontrou-se que os pacientes com obesidade e sobrepeso diminuem significativamente suas taxas de TFG em 5 anos em relação aos demais pacientes, P=0,002. Conclusão: Encontrou-se uma prevalência de sobrepeso e obesidade pré-transplante de 26,8% e 10,7%. Estas alterações estão associadas com desenvolvimento de DM pós-TR, perda precoce do enxerto e diminuição da TFG ao longo do tempo.
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Complicações vasculares pós-transplante hepático pediátrico incidência e fatores de riscoOrlandini, Mariana Seidl Gomes January 2010 (has links)
Diferentemente do que ocorre em adultos, fatores que influenciam a sobrevida do enxerto e da criança transplantada são menos conhecidos. A incidência e fatores de risco para complicação vascular foram estudados em 99 pacientes menores de 18 anos com hepatopatia crônica submetidos a transplante hepático de doador falecido, de março de 1995 a novembro de 2009, no Hospital de Clínicas de Porto Alegre / Rio Grande do Sul, Brasil. As variáveis analisadas incluem idade, gênero e peso do doador e receptor, indicação do transplante, escores de gravidade (PELD/MELD), aspectos cirúrgicos, complicações vasculares pós-operatórias e sobrevida. Complicação vascular ocorreu em 19,1%, sendo que a complicação arterial é mais freqüente, ocorre mais precoce e está associada a taxas elevadas de perda do enxerto e óbito do paciente. Alguns fatores de risco foram estatisticamente significativos, dentre eles: veia porta com diâmetro ≤3 mm, razão peso doador/peso receptor, tempo de isquemia prolongado e uso de enxerto na anastomose arterial. A escolha do tratamento depende do momento do diagnóstico, entretanto neste estudo, a revisão da anastomose, trombectomia cirúrgica e retransplante tiveram resultado inferior ao tratamento percutâneo. Redução dos fatores de risco e detecção precoce da complicação vascular são importantes para o sucesso do transplante. / Unlike in adults, risk factors influencing graft and patient survival after liver transplantation in children have not been clearly established. The incidence of and possible risk factors for vascular complications were studied in 99 under-18 patients with chronic liver disease who underwent deceased donor orthotopic liver transplantation between March 1995 and November 2009 at the Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil. The variables analyzed included donor and recipient age, gender, and weight; indication for transplant; relevant severity scores (PELD/MELD); surgical aspects; postoperative vascular complications; and survival. Vascular complications occurred in 19 patients. Arterial events were most common, occurred earlier in the postoperative period, and were associated with high graft loss and mortality rates. On multivariate analysis, the following risk factors were identified: portal vein diameter ≤ 3 mm, donor-to-recipient body weight ratio, prolonged ischemic time, and use of arterial conduits for reconstruction at the site of anastomosis. The choice of treatment depends on the timing of diagnosis; however, in this sample, revision of anastomoses and surgical correction produced outcomes inferior to those obtained with percutaneous angioplasty. Reduction of risk factors and early detection of vascular complications are key to successful transplantation.
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