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Uma perspectiva discursiva sobre a hesitação /Nascimento, Julyana Chaves. January 2010 (has links)
Possui anexo em volume separado / Orientador: Lourenço Chacon Jurado Filho / Banca: Clélia Cândida de Abreu Spinardi Jubran / Banca: Leda Verdiani Tfouni / Banca: Luiz Augusto de Paula Souza / Banca: Manoel Luis Gonçalves Corrêa / Resumo: Neste trabalho buscamos aprofundar reflexões que iniciamos em nossa dissertação de mestrado. Estabelecemos, como objetivo geral, compreender a hesitação numa perspectiva discursiva. Tomamos a hesitação como processo de negociação problemática com os outros constitutivos do sujeito/ do discurso que mostra (i) a deriva que está sempre virtualmente se instalando e (ii) a ancoragem do sujeito que, numa leitura retroativa do dizer, tenta organizar recortes mobilizados de seu inconsciente. Baseamo-nos em material composto por conversações entre um documentador fonoaudiólogo (JN) e um parkinsoniano (NL), gravadas para o Projeto Atividade discursiva oral e escrita de parkinsonianos: formação de um banco de dados. Percebemos a determinação desse material pelo contexto institucional da saúde no qual JN e NL se conheceram, tal que o objeto discursivo saúde/ doença se mostrava na cadeia significante. Selecionamos, pois, seis recortes representativos da circulação da saúde/ doença no processo discursivo JN/NL e delineamos três objetivos específicos para sua análise: (a) determinar em que pontos da cadeia significante o objeto discursivo se mostrava; (b) identificar as posições discursivas engendradas no processo discursivo JN/NL e sua relação com o objeto discursivo; (c) analisar a hesitação no contexto da relação entre as posições discursivas e os outros mobilizados no processo discursivo. A análise permitiu: (a) determinar que o objeto discursivo era mostrado na forma de metáforas - sob a perspectiva das experiências desagradáveis com a doença e sob a perspectiva da possibilidade de solucionar problemas atribuídos à doença -, bem como permitiu determinar sua ressonância em pontos em que não era mostrado na cadeia; (b) identificar que o objeto discursivo ancorava, em alguma mediada, as posições de pesquisador (que escuta/ questionador), de ... (Resumo completo, clicar acesso eletrônico abaixo) / Abstract: In this work we intend to deepen reflections that began in our Masters dissertation. We, as a general objective, proposed to understand hesitation in a discursive perspective. We take hesitation as a problematic negotiation process with the others constitutives of discourse/ subject that show (i) a drift which is always virtually installing and (ii) anchoring the subject that, in backward reading, attempts to organize snips mobilized from his unconscious. We based on material composed of conversations between a speech pathologist documenter (JN) and a parkinsonian (NL), recorded for the Project Atividade discursiva oral e escrita de parkinsonianos: formação de um banco de dados. We realized the determination of this material by the institutional context of health in which JN e NL knew each other, so that the discursive object health/ disease was shown on the significant chain. We have, therefore, selected six representative snips of the movement of health/disease in JN/NL discursive process and we have outlined three specific goals for their analysis: (a) determine where on the significant chain the discursive object was shown; (b) identify the discursive positions engendered in JN/NL discursive process and their relationship with the discursive object; (c) analyze the hesitation in the context of the relationship between the discursive positions and the others mobilized in the discursive process. The analysis allowed us to: (a) determine that the discursive object was shown in metaphors form - on the perspective of unpleasant experiences with the disease and under the perspective of the possibility of troubleshooting assigned to the disease -, as well as allowed to determine its resonance points where it wasn't shown in the chain; (b) identify that the discursive object anchored, to some extent, the discursive positions of researcher (who listens/questions), of search ... (Complete abstract click electronic access below) / Doutor
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Repetições hesitativas em fala afásica e não-afásica / Hesitational repetitions in aphasic and nonaphasic speechViscardi, Janaisa M., 1980- 19 August 2018 (has links)
Orientador: Edwiges Maria Morato / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-19T14:03:59Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2012 / Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo central analisar os parâmetros prosódicos que permeiam a atividade da repetição hesitativa na produção de frases nominais e preposicionais, em contexto de fala afásica e não-afásica. Entre os aspectos de maior relevância para as análises realizadas neste trabalho, estão 1) a relação entre os movimentos de retração e projeção, como descritos em Auer (2009), no decorrer da produção da repetição hesitativa; 2) a relação entre os elementos prosódicos produzidos ao longo da repetição hesitativa, a saber, a frequência fundamental, a duração e a intensidade e, por fim, 3) a co-ocorrência entre os aspectos prosódicos e os movimentos de retração e projeção durante a produção da repetição hesitativa. Nesta pesquisa, os dados analisados foram extraídos do corpus Aphasiacervus, um acervo que reúne dados linguístico-interacionais registrados audiovisualmente dos encontros semanais ocorridos no Centro de Convivência de Afásicos, na UNICAMP. O interesse pelo estudo comparativo dos casos de repetição hesitativa se configura pela presença de especificidades linguísticas na produção das repetições hesitativas na fala afásica e não-afásica. Da comparação entre casos afásicos e não-afásicos, foi possível identificar as semelhanças e diferenças na realização dessas repetições. Entre as semelhanças, destacam-se 1) o alongamento vocálico associado ao movimento de curva entoacional descendente na caracterização da repetição hesitativa, 2) a presença dos mesmos movimentos de retração simples e múltipla em ambos os grupos e 3) uma maior similaridade das características prosódicas dos dois grupos nos casos de retração múltipla. Entre as diferenças mais importantes, destacam-se 1) a distribuição da ocorrência das retrações simples e múltiplas - afásicos produzem um número significativamente maior de retrações múltiplas -, 2) pausas significativamente mais longas nas sequências de retração simples em fala afásica, além de maior ocorrência da sequência M (P) R1 P na fala afásica; 3) a extensão das características hesitativas da produção ao longo de toda a estrutura M R1 Rx na fala afásica, enquanto na fala não-afásica essas características se encerram na penúltima repetição. A escolha pelos parâmetros apontados anteriormente se deu com o intuito de compreender os processos envolvidos na ocorrência dessas formas de repetição, o que poderá levar a uma melhor compreensão dos mecanismos empregados pelos sujeitos afásicos para se manterem atuantes na interação, além de permitir identificar a maior ou menor relevância de determinados recursos linguísticos em ambientes específicos de produção, como no caso das repetições hesitativas / Abstract: This thesis analyzes the prosodic parameters that underlie the activity of hesitational repetitions in the production of nominal and prepositional phrases by aphasic and nonaphasic speakers. The most relevant aspects of the analysis are 1) the relationship between the movements of retraction and projection, as described in Auer (2009a), during the production of hesitational repetitions, 2) the relationship between the prosodic parameters, namely, fundamental frequency, duration and intensity, and finally, 3) the cooccurrence between the prosodic parameters and the movements of retraction and projection during the production of hesitational repetitions. Among the similarities between the two groups analyzed are a) vowel lengthening associated with the downward intonation curve in the characterization of the hesitational repetitions, 2) the occurrence of the same retraction movements in both aphasics and nonaphasics and 3) a greater similarity of prosodic features in the two groups in cases of multiple retraction. Among the most important differences are 1) the distribution of single and multiple retractions - aphasics produce a significantly greater number of multiple retractions - and 2) the extent of the features of hesitation throughout the structure M R1 Rx in aphasic speech. This study promotes a better understanding of the use of prosodic features by aphasic subjects in order to keep their participation in the interaction, besides assigning the relevance of certain linguistic parameters in specific production environments, as in the case of hesitational repetitions / Doutorado / Linguistica / Doutor em Linguística
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The Effect of Pause Duration on Intelligibility of Non-Native Spontaneous Oral DiscourseLege, Ryan Frederick 01 December 2012 (has links) (PDF)
Pausing is a natural part of human speech. Pausing is used to segment speech, negotiate meaning, and allow for breathing. In oral speech, pausing, along with other suprasegmental features, plays a critical role in creating meaning as comprehensible speech is seen as a goal for language learners around the world. In order to be comprehensible, language learners need to learn to pause correctly in their speaking. Though this notion is widely accepted by applied linguists and many language teachers, the effect of pausing on intelligibility of spontaneous oral discourse has not been established by empirical data. This study isolates pause duration in spontaneous oral discourse in order to establish its connection to the intelligibility of non-native speech. In this study, North American undergraduate students' reactions to non-native pause duration in spontaneous oral discourse were examined. The task involved measuring the NESs' processing, comprehension, and evaluation of three different versions of an international teaching assistant's presentation: One with unmodified pause duration, one with pause duration shortened by 50%, and a third passage with pause duration lengthened by 50%. Results showed a positive correlation between pause duration and number of listeners able to identify main ideas. Finally, listener reaction was measurably more positive to the unmodified passage than to the passages with lengthened or shortened pauses.
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K parazitickým slovům v české slovní zásobě / Fillers in Czech VocabularyPILOUŠKOVÁ, Darina January 2015 (has links)
This paper deals with defining and mapping of fillers in the Czech vocabulary. It also analyzes its problematic function in Czech language system. The analysis is divided into two parts- methodology and research. The first part is dedicated to fillers' purpose in the Czech vocabulary and classification of fillers into word classes. It also deals with other linguistic publications on this topic. The research is aiming to analyze certain authentic speeches and to specify the position of fillers in the communication of Czech speakers.
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O vampiro é o leitor: o processo de vampirização do leitor na literatura fantástica / The vampire is the reader: the proces of vampirization of the reader in fantastic literatureJuliana Silva Ramos 17 April 2013 (has links)
Parte-se da perspectiva do fantástico como um entrelugar espaço plural e fragmentado, marcado por descentramento e heterogeneidade, capaz de comportar até o contraditório percebido como um ambiente caracterizado por uma inerente duplicidade. Entendido isso, observa-se que esse caráter dual intensifica-se nas narrativas vampirescas, na medida em que ele é estendido ao vampiro e refletido no leitor. Por conseguinte, identificam-se e analisam-se os aspectos distintivos do leitor desse tipo de narrativa, reconhecendo-se seu papel na construção do gênero e na manutenção do caráter aberto da obra, como em uma coautoria cuja marca registrada é a hesitação. Entretanto, da relação entre vampiro e leitor, evidencia-se mais que isso, afinal a narrativa fantástica de modo geral e não apenas a de vertente vampiresca sempre aponta para o leitor como sendo este o fio solto que não permite que a obra feche-se. Percebe-se ainda, por meio da descrição e análise de diferentes tipos de manifestação do vampiro na literatura, um processo de reconfiguração da relação existente entre vampiro e leitor, e entre este e a narrativa fantástica, bem como com a literatura de forma geral. Assim, considera-se a relação do leitor com o vampiro clássico um tipo assustador , marcada pela desidentificação; com o moderno um tipo sedutor, e humanizado na figura de Louis, personagem de Anne Rice , marcada pela identificação; e com o contemporâneo um tipo sedutor e humano , marcada pela apropriação de identidade. Neste último movimento, entendido como a vampirização do leitor, intenta-se provar que este, depois de transformado, reconhecendo-se como tal em seu duplo (o vampiro), nutre-se da força vital deste seu duplo e da narrativa fantástica e retém a aparência de hesitação, a qual é a força motriz do gênero em questão. O leitor torna-se o personagem mais atuante sobre a/na narrativa, operando no campo da realidade e também no da ficção. A compreensão desse processo que vai da desidentificação à apropriação de identidade é aprofundada na análise destas três narrativas vampirescas marcantes ao pensamento desenvolvido neste estudo: Drácula, de Bram Stoker; Entrevista com o vampiro, de Anne Rice; e A confissão, de Flávio Carneiro / This study starts from the perspective of the fantastic as a space in-between a plural and fragmented space, which is characterized by decentralization and heterogeneity, able to hold even the contradictory perceived as an environment characterized by an inherent duplicity. Knowing this, we may observe that this dual character is intensified in the vampire narratives, insofar as it is extended to vampire and reflected in the reader. Hence, the readers distinctive aspects of this type of narrative are identified and analyzed, recognizing their role in the gender construction and in the maintenance of the open nature of the work, such as a co-authorship in which the registered mark is the hesitation. Nonetheless, more than this can be evidenced from the relation between reader and vampire, after all, generally speaking, the fantastic narrative not only the vampire type always points to the reader as a loose thread that does not allow that the work come to a close. We can also observe, through the description and analysis of different kinds of manifestation of the vampire in literature, a process of reconfiguration of the relation between vampire and reader, and between the latter and the fantastic narrative, as well with the literature as a whole. Thus, its considered the relation of the reader with the classic vampire a scary type , that is marked by disidentification; with the modern vampire a seductive type, and humanized in the figure of Louis, Anne Rices character marked by identification; and with the contemporary a human and seductive type marked by the appropriation of identity. In this last movement, which is understood as the vampirization of the reader, the aim is to prove that, after he is transformed, recognizing himself as such in his double (the vampire), he nurtures himself on the vital force of this double and on the fantastic narrative, and retains the appearance of hesitation, which is the driving force of the genre in question. The reader becomes the character more active in the narrative, operating in the realm of reality, and also in fiction. The understanding of this process from disidentification to the appropriation of identity is probed by the analysis of these three vampire narratives, that are outstanding to the thought developed in this study: Bram Stokers Dracula, Anne Rices Interview with the Vampire, and Flávio Carneiros A Confissão
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O vampiro é o leitor: o processo de vampirização do leitor na literatura fantástica / The vampire is the reader: the proces of vampirization of the reader in fantastic literatureJuliana Silva Ramos 17 April 2013 (has links)
Parte-se da perspectiva do fantástico como um entrelugar espaço plural e fragmentado, marcado por descentramento e heterogeneidade, capaz de comportar até o contraditório percebido como um ambiente caracterizado por uma inerente duplicidade. Entendido isso, observa-se que esse caráter dual intensifica-se nas narrativas vampirescas, na medida em que ele é estendido ao vampiro e refletido no leitor. Por conseguinte, identificam-se e analisam-se os aspectos distintivos do leitor desse tipo de narrativa, reconhecendo-se seu papel na construção do gênero e na manutenção do caráter aberto da obra, como em uma coautoria cuja marca registrada é a hesitação. Entretanto, da relação entre vampiro e leitor, evidencia-se mais que isso, afinal a narrativa fantástica de modo geral e não apenas a de vertente vampiresca sempre aponta para o leitor como sendo este o fio solto que não permite que a obra feche-se. Percebe-se ainda, por meio da descrição e análise de diferentes tipos de manifestação do vampiro na literatura, um processo de reconfiguração da relação existente entre vampiro e leitor, e entre este e a narrativa fantástica, bem como com a literatura de forma geral. Assim, considera-se a relação do leitor com o vampiro clássico um tipo assustador , marcada pela desidentificação; com o moderno um tipo sedutor, e humanizado na figura de Louis, personagem de Anne Rice , marcada pela identificação; e com o contemporâneo um tipo sedutor e humano , marcada pela apropriação de identidade. Neste último movimento, entendido como a vampirização do leitor, intenta-se provar que este, depois de transformado, reconhecendo-se como tal em seu duplo (o vampiro), nutre-se da força vital deste seu duplo e da narrativa fantástica e retém a aparência de hesitação, a qual é a força motriz do gênero em questão. O leitor torna-se o personagem mais atuante sobre a/na narrativa, operando no campo da realidade e também no da ficção. A compreensão desse processo que vai da desidentificação à apropriação de identidade é aprofundada na análise destas três narrativas vampirescas marcantes ao pensamento desenvolvido neste estudo: Drácula, de Bram Stoker; Entrevista com o vampiro, de Anne Rice; e A confissão, de Flávio Carneiro / This study starts from the perspective of the fantastic as a space in-between a plural and fragmented space, which is characterized by decentralization and heterogeneity, able to hold even the contradictory perceived as an environment characterized by an inherent duplicity. Knowing this, we may observe that this dual character is intensified in the vampire narratives, insofar as it is extended to vampire and reflected in the reader. Hence, the readers distinctive aspects of this type of narrative are identified and analyzed, recognizing their role in the gender construction and in the maintenance of the open nature of the work, such as a co-authorship in which the registered mark is the hesitation. Nonetheless, more than this can be evidenced from the relation between reader and vampire, after all, generally speaking, the fantastic narrative not only the vampire type always points to the reader as a loose thread that does not allow that the work come to a close. We can also observe, through the description and analysis of different kinds of manifestation of the vampire in literature, a process of reconfiguration of the relation between vampire and reader, and between the latter and the fantastic narrative, as well with the literature as a whole. Thus, its considered the relation of the reader with the classic vampire a scary type , that is marked by disidentification; with the modern vampire a seductive type, and humanized in the figure of Louis, Anne Rices character marked by identification; and with the contemporary a human and seductive type marked by the appropriation of identity. In this last movement, which is understood as the vampirization of the reader, the aim is to prove that, after he is transformed, recognizing himself as such in his double (the vampire), he nurtures himself on the vital force of this double and on the fantastic narrative, and retains the appearance of hesitation, which is the driving force of the genre in question. The reader becomes the character more active in the narrative, operating in the realm of reality, and also in fiction. The understanding of this process from disidentification to the appropriation of identity is probed by the analysis of these three vampire narratives, that are outstanding to the thought developed in this study: Bram Stokers Dracula, Anne Rices Interview with the Vampire, and Flávio Carneiros A Confissão
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Hesitações na fala semi-espontanea : analise por series temporais / Hesitation phenomena in semi-spontaneous sppech : a time series analysisMerlo, Sandra, 1979- 20 February 2006 (has links)
Orientador: Plinio Almeida Barbosa / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-06T09:56:13Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2006 / Resumo: O comportamento temporal das hesitações na fala semi-espontânea é o tema desta pesquisa experimental. Investigou-se a possibilidade de as hesitações apresentarem-se periodicamente em textos falados e suas relações com tipos textuais, apoio visual e conhecimento declarativo. Participaram do estudo cinco adultos jovens, do gênero masculino, universitários, falantes nativos do português brasileiro e sem distúrbios de comunicação. Cada sujeito produziu quatro textos: descrição de estado a partir da figura de um quarto, descrição de estado sobre seu próprio quarto, narrativa de um cartoon e narrativa de uma situação vivida. Pausas silenciosas hesitativas, pausas preenchidas, repetições hesitativas, prolongamentos hesitativos e falsos inícios (corrigidos e abandonados) foram considerados como marcas de hesitação; em contrapartida, pausas silenciosas fluentes, repetições fluentes ou reformuladoras, prolongamentos fluentes ou reformuladores, paráfrases, correções e marcadores discursivos não foram considerados exemplares de hesitação. Os textos foram transcritos, separando-se os intervalos que apresentavam hesitações daqueles que não apresentavam. Os intervalos de hesitação receberam o número ¿0¿ e os intervalos de não-hesitação receberam o número ¿1¿. A codificação numérica foi amostrada a cada 200 milissegundos para que as séries temporais fossem construídas. A estatística descritiva indicou que os intervalos de hesitação satisfizeram a hipótese nula da distribuição gama, apresentando média e mediana em torno de 1 segundo, mínimo de 120 milissegundos e máximo de 5 segundos. Em relação à duração textual, a média e a mediana de hesitação estiveram em torno de 20%. A análise espectral demonstrou a existência de periodicidades de hesitação em todos os textos analisados, com média e mediana em torno de 10 segundos, mínimo de 2 segundos e máximo de 78 segundos. A organização periódica indica que a hesitação não é um fenômeno aleatório temporalmente, porque suas oscilações se repetem ao longo do tempo, o que aponta para um fenômeno estável dinamicamente e que pode ser antecipado. Em geral, os textos apresentaram mais de uma periodicidade, as quais foram atribuídas ao macroplanejamento, microplanejamento, codificador gramatical e codificador fonológico; nenhuma periodicidade foi atribuída à articulação. A atribuição de operações lingüístico-cognitivas como mecanismos geradores das periodicidades reforça a noção de que as hesitações são propriedades do processamento em curso. A presença de mais de uma periodicidade no mesmo texto sugere que o processamento da língua falada na memória operacional ocorre em paralelo, com os recursos sendo compartilhados por diferentes operações lingüístico-cognitivas. A estatística não-paramétrica não indicou diferença significativa quando as periodicidades foram comparadas em relação ao tipo textual (descrições versus narrativas), presença ou ausência de apoio visual (descrição de figura e narrativa de cartoon versus descrição e narrativa pessoais) e tipo de conhecimento declarativo envolvido (conhecimento semântico na descrição de figura, descrição pessoal e narrativa de cartoon versus conhecimento episódico na narrativa pessoal), sugerindo que as hesitações também são uma propriedade do locutor e não apenas do processamento em curso / Abstract: The focus of this experimental research is the temporal behavior of hesitation phenomena in semi-spontaneous speech. The possibility that hesitation phenomena occur periodically in spoken texts and their relations with text types, picture support and declarative knowledge were examined. The subjects were five young male adults, university students, native speakers of Brazilian Portuguese with no history of communication impairments. Each subject has produced four texts: state description from a bedroom picture, state description of his own bedroom, narrative from a cartoon and narrative about an experienced event. Hesitation phenomena were classified as silent hesitation pauses, filled pauses, hesitative repetitions, hesitative prolongations and false starts (retraced and unretraced); signs that were not considered as hesitation phenomena include fluent silent pauses, fluent or reformulative repetitions, fluent or reformulative prolongations, paraphrases, corrections and discourse markers. The texts were transcribed and the intervals with and without hesitation phenomena were distinguished. Hesitation phenomena intervals received the number ¿0¿ and non-hesitation intervals received the number ¿1¿. The number codes were sampled at intervals of 200 milliseconds to generate time series. Descriptive statistics indicated that the duration of hesitation phenomena intervals fulfilled the null hypothesis of gamma distribution with mean and median around 1 second, minimum of 120 milliseconds and maximum of 5 seconds. Concerning total text duration, mean and median of hesitation phenomena were around 20%. Spectral analysis detected the existence of hesitation phenomena periodicities in all texts, with mean and median around 10 seconds, minimum of 2 seconds and maximum of 78 seconds. The periodic organization supports the notion that hesitation phenomena do not occur temporally by chance, because their oscillations repeat through time, what signals to dynamically stable phenomena that can be anticipated. The texts usually presented more than one periodicity, which were regarded as belonging to macroplanning, microplanning, grammatical encoder and phonological encoder; no periodicity was regarded as belonging to articulation. The suggestion that linguistic-cognitive processes are the basis of the observed periodicities support the notion of hesitation phenomena as a characteristic of current processing. The presence of more than one periodicity in the same text suggest that spoken language is processed in parallel by working memory with resources being shared by different linguistic-cognitive processes at the same time. Non-parametric statistics did not indicate significant differences when periodicities were compared with regard to text type (descriptive versus narrative texts), presence or absence of picture support (picture description and cartoon narrative versus personal description and personal narrative) and declarative knowledge type (semantic knowledge in picture description, personal description and cartoon narrative versus episodic knowledge in personal narrative), suggesting that hesitation phenomena are also a characteristic of speaker and not just a characteristic of current processing / Mestrado / Fonetica e Fonologia / Mestre em Linguística
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Dinâmica temporal de pausas e hesitações na fala semi-espontânea / Time dynamics of pauses and hesitations in semi-spontaneous speechMerlo, Sandra, 1979- 19 August 2018 (has links)
Orientador: Plínio Almeida Barbosa / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-19T23:34:39Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2012 / Resumo: Premissa: esta pesquisa partiu da premissa de que pausas demarcativas estão relacionadas ao planejamento conceitual e hesitações, à formulação linguística. O planejamento conceitual refere-se a um esquema abstrato do texto falado, composto pelas informações que o falante julga relevantes de acordo com sua meta comunicativa. A formulação linguística refere-se à seleção de lemas e sua organização em estruturas sintáticas e fonológicas. Se pausas demarcativas e hesitações estão relacionadas a processos tão cruciais para a produção falada, sua ocorrência não deve ser marginal e sua distribuição não deve ser aleatória ao longo do texto falado. Método: participaram da pesquisa dez sujeitos do sexo masculino, entre 20 e 34 anos, falantes nativos do português brasileiro, com alto grau de escolaridade e sem distúrbios de comunicação. Foram realizados cinco experimentos de fala semi-espontânea com as seguintes variáveis independentes: memória declarativa, memória operacional, macroplanejamento textual, tipos textuais e taxa de elocução. As variáveis dependentes (pausas demarcativas e hesitações) foram examinadas através de três medidas: proporção, duração e ciclos periódicos (p < 0,05). A variabilidade individual na manifestação das variáveis dependentes também foi avaliada. Resultados: em média, 24% do texto falado é composto por pausas e 21% por hesitações. Dois terços das pausas duram entre 0,5 e 1,5 s, enquanto dois terços das hesitações duram até 1 s. Todos os textos falados apresentam ciclos de pausas e de hesitações, sendo que dois terços dos ciclos de pausa apresentam períodos até 5 s, enquanto dois terços dos ciclos de hesitações apresentam períodos até 10 s. As séries temporais de pausas e de hesitações estão correlacionadas, de forma que mudanças nas séries de pausas precedem em 300 ms mudanças nas séries de hesitações. Apenas 15% dos ciclos de pausas e hesitações são sincronizados e a grande maioria está em oposição de fase. Todos os cinco experimentos modificaram a dinâmica temporal das pausas demarcativas: textos que exigem elaboração conceitual, análise de novas informações e decisões mais conscientes sobre o sequenciamento de informações aumentam a proporção, a duração e/ou o período dos ciclos de pausas. Dois dos cinco experimentos modificaram a dinâmica temporal das hesitações: textos novos e pouco familiares aumentam a duração das hesitações em relação a textos previamente conhecidos. A variabilidade individual também interfere na dinâmica das pausas e das hesitações, existindo sujeitos que produzem esses fenômenos em abundância, enquanto outros os produzem com parcimônia. Conclusões: os resultados obtidos confirmam a hipótese de que as pausas demarcativas estão relacionadas ao planejamento conceitual e as hesitações, à formulação linguística. Também confirmam que a ocorrência desses fenômenos é significativa e que apresentam distribuição periódica no texto falado. Adicionalmente, os resultados indicam que pausas e hesitações são fenômenos dinâmicos da língua, que emergem de acordo com as necessidades da tarefa e o estilo do sujeito / Abstract: Background: this investigation assumed that demarcation pauses are related to conceptual planning, while hesitation phenomena are related to language formulation. "Conceptual planning" refers to an abstract scheme of spoken text, constituted by the information that the speaker consider relevant to his/her communication intent. "Language formulation" refers to lemma selection and its organization in syntactic and phonological structures. Considering that pauses and hesitations are related to essential processes to spoken language production, their occurrence may not be insignificant and their distribution may not be random in spoken text. Method: subjects of this research were ten males, from 20 to 34 years old, native speakers of Brazilian Portuguese, highly educated, and free from communication disorders. Five experiments of semispontaneous speech were done; each one addressed one of the following independent variables: declarative memory, working memory, text macroplanning, text types, and speech rate. Dependent variables (pauses and hesitations) were analyzed according the following three measures: proportion, duration, and periodic cycles (p < 0.05). Individual variability was also analyzed. Results: on average, 24% of spoken texts are composed by pauses and 21% by hesitations. Two thirds of pauses last from 0.5 to 1.5 s, while two thirds of hesitations last until 1 s. Pauses and hesitations are periodically distributed in all spoken texts; two thirds of pauses cycles exhibit periods until 5 s, whereas two thirds of hesitation cycles exhibit periods until 10 s. Time series of pauses and hesitations are correlated; changes in time series of pauses occur 300 ms before changes in time series of hesitations, on average. Just 15% of pauses and hesitations cycles are synchronized and the big majority is in phase opposition. All five experiments affect temporal dynamics of pauses: texts that demand conceptual elaboration, analysis of new information, and active decisions about information sequencing increase pauses proportion, durations and/or period of cycles. Two of five experiments affect temporal dynamics of hesitations: less familiar texts increase hesitations' durations compared to more familiar texts. Individual variability also affects temporal dynamics of pauses and hesitations; there are subjects that produce a lot of pauses and hesitations, while others produce them in small quantity. Conclusions: results support the initial assumption that demarcation pauses are related to conceptual planning and hesitations to language formulation. Results also indicate that the occurrence of pauses and hesitations is significant and that they are periodically distributed in spoken texts. Besides, results indicate that pauses and hesitations are dynamic components of spoken language, arising according to tasks needs and to subject style / Doutorado / Linguistica / Doutor em Linguística
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En tankepaus i svenskt teckenspråk : En korpusundersökning av spelande fingrarIvarsson, Sofia January 2015 (has links)
Detta är en korpusundersökning av tankepausen spelande fingrar i svenskt teckenspråk. Ett förslag på indelning av tankepauser presenteras samt hur frekvent olika tankepauser förekommer. Spelande fingrar är den tredje största kategorin av tankepauser i materialet, de allra flesta tankepauser med spelande fingrar förekommer inuti en samtalstur och majoriteten av alla reparationer i samband med spelande fingrar är lyckade reparationer. / This is a corpus-based study of the hesitation paus wiggly-fingers in Swedish sign language. A suggestion how to categorise hesitation pauses are presented and how often different kind of hesitation pauses appears. Wiggly-fingers is the third biggest group of hesitation pauses in in the corpus, the majority of pauses with wiggly-fingers appears within a turn of conversation and a majority of all the repairs connected to wiggly-fingers are successful repairs.
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Les architectes : distinction et incertitudes dans la nouvelle RoumanieFerestean, Stefania 12 1900 (has links)
Déclenchée par une expérience personnelle – la recherche d’une « robe d’architecte » –, la présente étude gravite autour de l’architecture en Roumanie et se concentre sur le style de vie de ses professionnels. Si les modalités de distinction qui opèrent dans ce champ – encadrées par la théorie de Pierre Bourdieu – sont initialement apparues comme pistes à explorer, ce sont les écrits de Siegfried Kracauer qui m’ont permis de traiter le sujet de façon satisfaisante. En traçant les contours de l’image d’architecte qui, sur son chemin vers une meilleure vie, s’abandonne au souci de s’élever socialement, j’ai découvert avec étonnement les architectes réservés de T. – la ville moyenne de Transylvanie qui a constitué le terrain de mon enquête. Ce qui s’est présenté au début de ma démarche comme obstacle est devenu, au fil de l’analyse, son aspect le plus fécond : dans les hésitations des architectes de T. (les ellipses et rectifications de leur discours), j’ai pu discerner plus de traits de leur réalité quotidienne que je l’avais d’abord anticipé. Grâce aux leçons de Siegfried Kracauer – son œil attentif, son intérêt pour les détails, ses capacités d’étonnement tout comme sa sensibilité aux idéologies et grandes directions de la société et son ouverture aux matériaux offerts à la sociologie – et à son style d’écriture, j’ai pu déceler des indices qui m’ont permis de plonger dans la réalité des architectes de T., une réalité mêlée d’une gloire rêvée et d’incertitudes vécues. C’est cette exploration minutieuse du quotidien et du discours des architectes de T, mis en balance avec leur représentation dans des œuvres littéraires et cinématographiques, qui se reflète dans le présent mémoire et le structure. / Triggered by a personal experience – the search for an “architect’s dress” – the present study revolves around architecture in Romania and focuses on the lifestyle of its professionals. If the modes of distinction operating in this field – formulated in Pierre Bourdieu’s theory – initially appeared as a path to be explored, it is the writings of Siegfried Kracauer that allowed me to capture the subject more aptly. By drawing the contours of the image of an architect who, on his way to a better life, abandons himself to the thirst to raise socially, I discovered the reserved architects of T. – the average-sized city of Transylvania, which was at the heart of my investigation. What emerged at the beginning of the process as an obstacle, soon became its most fruitful aspect: in the architects’ hesitations (the gaps and rectifications in their discourse), I could discern more aspects of their daily reality that I had initially anticipated. Thanks to Siegfried Kracauer’s lessons – his keen eye, his interest in details, his capacities of astonishment as well as his sensitivity to the ideologies and major directions of society and his openness to the various materials offered to sociology – as well as his style of writing, I was able to detect clues, which allowed me to plunge into the reality of architects in T., a reality combining dreams of glory and experienced uncertainties. It is this meticulous exploration of the everyday life and discourse of architects in T, weighed against their representation in literary and cinematographic works, which is reflected in the present memoire and lends it its structure.
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