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Tese da legítima defesa da honra nos crimes passionais − da ascensão ao desprestígio

Sônia de Medeiros Santos de Assis, Maria January 2003 (has links)
Made available in DSpace on 2014-06-12T17:23:05Z (GMT). No. of bitstreams: 2 arquivo7137_1.pdf: 658876 bytes, checksum: 45514660cf3c689bd539edd17a135d6b (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2003 / Trata a presente dissertação do surgimento, ascensão e desprestígio da tese da legítima defesa da honra nos denominados crimes passionais, sob uma análise paralela do desenvolvimento da sociedade brasileira. Será abordado, nesse contexto, o conceito de legítima defesa em face do conceito de honra, visando a demonstrar a sua impossibilidade de justificar, ante a técnica jurídica, o crime passional, sem descurar dos aspectos econômicos e sócio-culturais. Para tanto, a tese da legítima defesa da honra será submetida a uma análise jurídica, englobando os seus requisitos como elementos constitutivos da finalidade do instituto da legítima defesa, o conceito do bem honra , confrontando-os sob o prisma do princípio da proporcionalidade e da análise do direito comparado. No decorrer da dissertação, será demonstrado como o desenvolvimento experimentado pela sociedade brasileira permitiu que a mulher ocupasse espaços, de forma crescente, em todas as esferas do poder, possibilitando-lhe combater a violência contra ela praticada e as escusas insustentáveis para esta violência, dentre as quais a tese da legitima defesa da honra como excludente de ilicitude penal. O terceiro capítulo procura demonstrar que a consagrada tese da violenta emoção é a que melhor se explica à defesa do crime passional, uma vez que a tese da legítima defesa da honra não é aceitável juridicamente, conforme os ensinamentos da doutrina e da jurisprudência. Em razão da necessidade de fundamentar este entendimento, estudaremos a tese da violenta emoção analisando-a em face do iter criminis e da idiossincrasia motivadora do crime passional, evidenciando a falta de base técnica e científica da tese da legítima defesa da honra. Com base nesses fundamentos, busca-se externar a sustentabilidade da tese da violenta emoção por injusta provocação da vítima, quando restar configurado que os parâmetros definidores da violenta emoção se fazem presentes
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Honra e Philotimía na Esparta do Século IV a.C / Honour and Philotimía in fourth century Sparta

Bernardo, Gabriel Cabral 04 June 2018 (has links)
Os estudos sobre a Esparta do Período Clássico realizaram avanços significativos nas últimas décadas, inclusive no sentido de analisar o efeito que construções historiográficas de autores contemporâneos a ela possuem no modo como a vemos hoje. Entretanto, uma caracterização recorrente dos espartanos não recebeu a devida atenção até o momento me refiro, mais especificamente, à descrição do coletivo espartano como philótimos, \"amante da honra\". O objetivo dessa dissertação é justamente questionar tal caracterização, de modo a revelar, no sistema social espartano (aquele observável por meio das fontes), um possível fundo histórico para tal ou identificar as razões pelas quais ele é assim descrito a partir do século IV a.C. Isso é aqui realizado por meio de uma análise abrangente da influência não só da honra, mas também de todos os outros elementos relacionados a ela (vergonha, reputação, desonra etc.) no sistema social da Esparta do século IV a.C., desde a concepção à morte de um espartano. Descobriu-se que, apesar de o que sabemos sobre o sistema social espartano dar indícios de que a honra e a busca ela eram usadas como ferramentas para manter um status quo nada igualitário (algo funcional apenas quando associado à uma fachada meritocrática), a descrição dos espartanos como philótimoi serve a objetivos políticos específicos do século IV a.C., mais especificamente como crítica da hegemonia espartana e como justificativa de seu desmantelamento. Tais conclusões, assim como os argumentos que as baseiam, servem não só para compreendermos uma tática discursiva específica do século IV a.C., mas também as armadilhas do sistema da honra, especificamente como sua construção meritocrática usa o valor social de um indivíduo (i.e. honra) para manter um grupo específico no monopólio de certos privilégios, isso com total aceitação dos indivíduos deles excluídos. Tal sistema existia na Esparta do Período Clássico, com o mesmo discurso frequentemente ressuscitado em diversos contextos contemporâneos. / The studies on Classical Sparta have made significant progress in recent decades, including in the sense of analyzing the effect that historiographical constructions of its contemporary authors have on the way we view it today. However, a recurring characterization of the Spartans has not received the proper attention so far I refer, more specifically, to the description of the Spartan collective as philótimos, \"lover of honor.\" The purpose of this dissertation is precisely to question this characterization, revealing, in the Spartan social system (that observable through the sources), a historical background for this or to identify the reasons why it is described likewise from the fourth century BC onwards. This is done here through a comprehensive analysis of the influence that not only honour, but also all other elements related to it (shame, reputation, dishonour, etc.) had in the social system of fourth century Sparta, from the conceiving to the death of a Spartan. It has been found that, on the one hand, what we know about the Spartan social system indicates that honor and the crave for it were tools used to maintain an unequal status quo (something functional only when associated with a meritocratic façade), but on the other hand the description of the Spartans as philótimoi served specific political goals of the fourth century BC, specifically as a criticism of Spartan hegemony and as a justification for its dismantling. These conclusions, as well as their basing arguments, serve not only to understand a specific discursive tactic of the fourth century BC, but also the pitfalls of the honor system, specially how its meritocratic form uses the individual\'s social value (i.e. honor) to maintain a specific group in the monopoly of certain privileges, this with the full acceptance of the excluded individuals. This system existed in Classical Sparta, with the same discourse often resurrected in several contemporary contexts.
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Honra e Philotimía na Esparta do Século IV a.C / Honour and Philotimía in fourth century Sparta

Gabriel Cabral Bernardo 04 June 2018 (has links)
Os estudos sobre a Esparta do Período Clássico realizaram avanços significativos nas últimas décadas, inclusive no sentido de analisar o efeito que construções historiográficas de autores contemporâneos a ela possuem no modo como a vemos hoje. Entretanto, uma caracterização recorrente dos espartanos não recebeu a devida atenção até o momento me refiro, mais especificamente, à descrição do coletivo espartano como philótimos, \"amante da honra\". O objetivo dessa dissertação é justamente questionar tal caracterização, de modo a revelar, no sistema social espartano (aquele observável por meio das fontes), um possível fundo histórico para tal ou identificar as razões pelas quais ele é assim descrito a partir do século IV a.C. Isso é aqui realizado por meio de uma análise abrangente da influência não só da honra, mas também de todos os outros elementos relacionados a ela (vergonha, reputação, desonra etc.) no sistema social da Esparta do século IV a.C., desde a concepção à morte de um espartano. Descobriu-se que, apesar de o que sabemos sobre o sistema social espartano dar indícios de que a honra e a busca ela eram usadas como ferramentas para manter um status quo nada igualitário (algo funcional apenas quando associado à uma fachada meritocrática), a descrição dos espartanos como philótimoi serve a objetivos políticos específicos do século IV a.C., mais especificamente como crítica da hegemonia espartana e como justificativa de seu desmantelamento. Tais conclusões, assim como os argumentos que as baseiam, servem não só para compreendermos uma tática discursiva específica do século IV a.C., mas também as armadilhas do sistema da honra, especificamente como sua construção meritocrática usa o valor social de um indivíduo (i.e. honra) para manter um grupo específico no monopólio de certos privilégios, isso com total aceitação dos indivíduos deles excluídos. Tal sistema existia na Esparta do Período Clássico, com o mesmo discurso frequentemente ressuscitado em diversos contextos contemporâneos. / The studies on Classical Sparta have made significant progress in recent decades, including in the sense of analyzing the effect that historiographical constructions of its contemporary authors have on the way we view it today. However, a recurring characterization of the Spartans has not received the proper attention so far I refer, more specifically, to the description of the Spartan collective as philótimos, \"lover of honor.\" The purpose of this dissertation is precisely to question this characterization, revealing, in the Spartan social system (that observable through the sources), a historical background for this or to identify the reasons why it is described likewise from the fourth century BC onwards. This is done here through a comprehensive analysis of the influence that not only honour, but also all other elements related to it (shame, reputation, dishonour, etc.) had in the social system of fourth century Sparta, from the conceiving to the death of a Spartan. It has been found that, on the one hand, what we know about the Spartan social system indicates that honor and the crave for it were tools used to maintain an unequal status quo (something functional only when associated with a meritocratic façade), but on the other hand the description of the Spartans as philótimoi served specific political goals of the fourth century BC, specifically as a criticism of Spartan hegemony and as a justification for its dismantling. These conclusions, as well as their basing arguments, serve not only to understand a specific discursive tactic of the fourth century BC, but also the pitfalls of the honor system, specially how its meritocratic form uses the individual\'s social value (i.e. honor) to maintain a specific group in the monopoly of certain privileges, this with the full acceptance of the excluded individuals. This system existed in Classical Sparta, with the same discourse often resurrected in several contemporary contexts.
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Sob o céu das valquírias : as concepções de heroísmo e honra dos pilotos de caça na Grande Guerra (1914-18)

Arguelhes, Delmo de Oliveira 05 1900 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de História, 2008. / Submitted by Jaqueline Oliveira (jaqueoliveiram@gmail.com) on 2008-11-06T17:32:50Z No. of bitstreams: 1 TESE_2008DelmoDeOliveiraArguelhes.pdf: 8466547 bytes, checksum: 63b270f5daf2d49069dd715d2c92802f (MD5) / Approved for entry into archive by Georgia Fernandes(georgia@bce.unb.br) on 2009-01-27T16:00:26Z (GMT) No. of bitstreams: 1 TESE_2008DelmoDeOliveiraArguelhes.pdf: 8466547 bytes, checksum: 63b270f5daf2d49069dd715d2c92802f (MD5) / Made available in DSpace on 2009-01-27T16:00:26Z (GMT). No. of bitstreams: 1 TESE_2008DelmoDeOliveiraArguelhes.pdf: 8466547 bytes, checksum: 63b270f5daf2d49069dd715d2c92802f (MD5) / Sob o céu das valquírias ocupa-se das concepções de heroísmo, honra e cavalheirismo expressas nas autobiografias de quatro ases da Grande Guerra: Manfred von Richthofen, Ernst Udet, Edward Mannock e William Bishop. Concepções similares, contidas em grandes obras literárias da Antigüidade, do Medievo e do Romantismo europeu, foram examinadas com o objetivo de estabelecer suas permanências e ressignificações nos relatos desses pilotos. ________________________________________________________________________________________ ABSTRACT / Sob o céu das valquírias (Beneath the Valkyries’ sky) dwells upon the conceptions of heroism, honour and chivalrousness expressed in the autobiographies of four aces from the Great War: Manfred von Richthofen, Ernst Udet, Edward Mannock and William Bishop. Similar conceptions, enclosed in great literary works from Antiquity, Middle Ages end European Romanticism were examined with the purpose of establishing the remaining and revisited meaningnesses in the pilot reports. __________________________________________________________________________________________ RÉSUMÉ / Sob o céu das valquírias (Sous le ciel des Walkyries) concerne les conceptions d’héroïsme, d’honneur et de noblesse exprimées dans les autobiographies de quatre as de la Grande Guerre: Manfred von Richthofen, Ernst Udet, Edward Mannock et William Bishop. Des conceptions similaires contenues dans de grandes oeuvres littéraires de l’Antiquité, du Moyen Age et du Romantisme européen ont été analisées dans le but d’établir ce qui est permanent et ce qui est signification revue dans les récits des pilotes.
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Cotidiano do amor em Porto Alegre

Grosso, Carlos Eduardo Millen January 2014 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História, Florianópolis, 2014 / Made available in DSpace on 2015-02-05T20:35:19Z (GMT). No. of bitstreams: 1 329524.pdf: 2050871 bytes, checksum: 153c6726c1ba2189ed5025880b39931d (MD5) Previous issue date: 2014 / O presente estudo tem por objetivo pensar como noções de honra sexual foram construídas e mobilizadas no cotidiano das relações sociais em Porto Alegre no final do século XIX e início do século XX. Através de processos criminais de defloramento, analiso a construção da honra sexual numa perspectiva relacional, procurando compreender como relações de gênero, classe e raça desempenhavam um papel nessa construção. Parto, portanto, do entendimento de que a honra sexual é colocada em destaque e em disputa pelos diferentes sujeitos sociais, priorizando em especial o cotidiano dos (das) trabalhadores(as) pobres e suas redes de sociabilidade. Além disso, busco constatar, nos discursos das pessoas identificadas como vítimas ou acusados, suas aspirações no que concerne às relações afetivas, assim como o universo de valores e condutas em disputa no cotidiano da cidade, privilegiando as diferenças de classe e dando conta da dinâmica e da estratégia do sistema de alianças matrimoniais.<br> / Abstract: The present study aims at addressing how perceptions of sexual honor were developed and assimilated in everyday life and social relationships in the city of Porto Alegre during the late 19th and the early 20th centuries. Throughout an analysis of criminal lawsuits of deflowering, I assessed the construction of the idea of sexual honor in a relational perspective, in an attempt to understand how gender, class and racial interactions played a role in structuring it. Thus, my starting point is the understanding that sexual honor is emphasized and disputed by different social actors. In this vein, priority was given to the daily life of the working poor and their social network. Additionally, I attempt to verify within the discourses of the persons identified as victims and defendants their aspirations regarding affectionate relations as well as the set of values and conducts that are disputed in the city's daily life, focusing principally on class distinctions and grasping the dynamic and strategy of the matrimonial union's system.
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"É a mesma Coisa só que é Diferente": Representações Sociais de Honra para Adolescentes Inseridos em Contexto de Aprendizagem Profissional

SILVA, R. D. N. 31 March 2009 (has links)
Made available in DSpace on 2016-08-29T14:10:04Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_2473_Dissertação Renata Danielle Moreira Silva.pdf: 861549 bytes, checksum: a4ac7eae50141dbdd9738f60a0a01e6a (MD5) Previous issue date: 2009-03-31 / Entende-se por honra o nexo entre os valores da sociedade e a vontade do indivíduo de se apropriar deles, ser reconhecido pelo grupo social e alcançar posição socialmente diferenciada. Os padrões de conduta que levam alguém a ser reconhecido como honrado variam segundo cultura, classe social/econômica, idade e gênero. A pesquisa objetivou compreender as Representações Sociais (RS) de honra para adolescentes de classes populares inseridos em aprendizagem profissional. Entrevistou-se 22 jovens, 11 meninas e 11 meninos, com idades entre 15 e 17 anos, participantes do Programa Adolescente Aprendiz. O roteiro de entrevista estruturado dividiu-se em duas partes: 1)dados sócio-demográficos e perguntas sobre motivações e percepção de mudança após entrada no programa; 2)questões sobre as RS de mulheres e homens honradas(os), conhecimento de pessoas honradas, situações de perda e ofensa à honra. O conteúdo das entrevistas foi submetido à análise de conteúdo e organizado por gênero em cinco blocos temáticos: 1)dados sócio-demográficos; 2)motivações para entrada no Programa; 3)RS de honra masculina e feminina; 4)RS de pessoas honradas; 5)percepções de mudanças após entrada no Programa. Os resultados indicam que, como motivo predominante e unânime para inserção no Programa as meninas apontam o crescimento profissional e os meninos apresentam um conjunto de motivações que incluem crescimento profissional, possibilidade de auxiliar na renda familiar, independência e incentivo dos pais. A comparação das RS de honra entre gêneros mostra, em comum, atributos individuais como honestidade, trabalho e perseverança, e diferenças referentes a 1)dupla moral sexual, rigorosa para mulheres e permissiva para homens e 2)aspectos sócio-centrados referentes à família: a naturalização da ética do cuidado para mulheres e do papel de provedor primário e protetor familiar para homens. As(os) participantes consideraram honradas apenas as pessoas próximas do convívio social, sendo os mais citados, por ordem decrescente, os seguintes: família nuclear [pai, mãe e irmãos]; família extensa [avós e tias(os)]; namorada e amigos. Sobre mudanças após a entrada no programa, 21 jovens mencionaram modificações positivas como crescimento profissional, aquisição de habilidades sociais, independência, reconhecimento de pais e colegas e melhoria do relacionamento familiar. Somente uma mencionou aspectos negativos, como cansaço e a falta de tempo. Concluiu-se que o elemento de destaque nas RS de honra é o trabalho e que os valores éticos relevantes para os adolescentes estão presentes na prática cotidiana do grupo social onde estão inseridos. Verificou-se também que a honra é representada como um valor construído através da superação das dificuldades vividas. As RS de honra são constituídas ainda por outros elementos, alguns mais associados à organização social moderna, como a aprovação das mulheres no mercado de trabalho e das conquistas sociais que alcançaram nas últimas décadas, mas também apresentam elementos tradicionais como RS de mulheres e homens honrados pautadas na dupla moral sexual e na divisão sexual do trabalho. Fazem-se necessárias intervenções junto a esse público, inclusive no espaço de aprendizagem, com vistas à modificação desses conceitos para que esses jovens possam vivenciar relações de gênero mais igualitárias.
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Moralidade e Honra: Os Juízos de Adolescentes em Medidas Sócio-educativas de Internação

SALGADO, M. M. 20 August 2010 (has links)
Made available in DSpace on 2016-08-29T14:10:09Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_3217_.pdf: 1386274 bytes, checksum: 75030d5d38bd8e257c4ba37fa5f9012c (MD5) Previous issue date: 2010-08-20 / Esta pesquisa consiste em um estudo sobre o juízo a respeito da honra em adolescentes que cumprem medidas socioeducativas de internação. Participaram dessa investigação 30 adolescentes, com idade variando entre 16 e 17 anos, do sexo masculino, que no momento da coleta de dados eram internos em uma unidade do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases), na região metropolitana da grande Vitória/ES. Realizamos entrevistas individuais, de acordo com o método clínico proposto por Piaget (1926/s.d.; 1932/1994). Por intermédio dos resultados encontrados, constatamos que, quanto: (1) à caracterização dos participantes, a maioria dos adolescentes estuda na instituição, onde cursam, principalmente, as séries finais do ensino fundamental. No que diz respeito aos delitos cometidos, que culminaram com sua entrada na instituição, verificamos que os internos mencionam, dentre outros: roubo ou furto, tráfico de drogas ou associação ou uso, homicídio ou latrocínio e tentativa de homicídio ou tentativa de latrocínio; (2) às admirações e não admirações sobre si mesmo, os dados permitiram-nos concluir que os entrevistados admiram, com maior incidência, a perseverança/força de vontade, o respeito pelas pessoas e a bondade/generosidade; ademais, averiguamos que as não admirações que os jovens citam com maior frequência são o comportamento antissocial no relacionamento interpessoal, a ação relacionada a delito, a ausência de autocontrole e a autossuficiência; (3) à representação a respeito do juízo da sociedade sobre si mesmo, os participantes ponderam ser considerados como uma pessoa que, dentre outros aspectos, transgride, não mudará de vida, possui qualidade ruim, possui qualidade boa, futuro é a morte, é um perigo para a sociedade e mudará de vida; (4) à honra propriamente dita, os jovens exemplificam-na por meio da reputação, melhora no relacionamento interpessoal, dedicação ao trabalho, dentre outros. Por sua vez ao conceituarem a honra evidenciam, principalmente, respostas de reputação, ação correta e bondade/generosidade. Por fim, a maioria dos adolescentes afirma ser honrado, justificando pelos seguintes conteúdos, dentre outros: mudança de vida, ação relacionada a delito, bondade/generosidade e melhora no relacionamento interpessoal. É necessário salientar que em nossos resultados há uma predominância de respostas e justificativas associadas à moralidade e, portanto, ao conceito com honra (La Taille, 2002b). Com efeito, destacamos que nosso trabalho contribui para com a compreensão do universo dos adolescentes em medidas socioeducativas de internação, evidenciando dados que poderão conduzir práticas, reflexões e outras pesquisas. Finalmente, ao fornecermos elementos sobre a honra desses jovens, estamos colaborando, acadêmica e socialmente, para a concretização de uma vida boa (La Taille, 2006). Para nós, este é o caminho que devemos construir, socialmente, com o outro e para o outro.
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Os Mitos de Estupro e a (im)parcialidade Jurídica: A Percepção de Estudantes de Direito sobre Mulheres Vítimas de Violência Sexual

SCARPATI, A. S. 04 February 2013 (has links)
Made available in DSpace on 2016-08-29T14:10:22Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_5228_Scarpati, A - DissertaçãoCompleta - Os Mitos de Estupro e a (im)parcialidade jurídica.pdf: 1420081 bytes, checksum: d06ef1f2eaa7e6acb3c0cb46590419d5 (MD5) Previous issue date: 2013-02-04 / Compreendidos enquanto um complexo conjunto de crenças que culpam a vítima, absolvem o agressor e minimizam e/ou justificam a agressão contra as mulheres, os mitos de estupro servem para sustentar e perpetuar este tipo de violência. Pesquisas no âmbito da violência sexual vêm, ao longo dos anos, chamando cada vez mais a atenção para a gravidade e relevância deste tema e fazendo com que pesquisadores se questionem acerca de quais fatores estão envolvidos nesta temática. Estes estudos têm proporcionado maior visibilidade à questão, entretanto, ainda são muitas as lacunas na literatura sobre o tema, principalmente com relação aos aspectos culturais que dão sustentação a discursos de responsabilização das vítimas, perpetuação e banalização da violência por parte dos profissionais da área jurídica. Tendo como base as teorias de Representação Social, Valores Humanos e Honra, esta dissertação objetivou, primordialmente, verificar e compreender quais são os construtos que servem de sustentação para a manutenção e propagação dos mitos de estupro no contexto acadêmico jurídico. Para tanto, uma pesquisa foi realizada com 281 estudantes do último ano do curso de Direito, sendo 57,6% do sexo feminino, com média de idade de 23,6 anos (DP = 3,78). Estes participantes responderam um questionário contendo instrumentos padronizados (Honra, Mitos de Estupro, Desejabilidade Social e Valores Humanos), evocações, uma pergunta aberta e, ainda, questões sociodemográficas. Para apresentar o embasamento teórico e os resultados da pesquisa de forma estruturada, a dissertação está dividida em três artigos. O primeiro artigo apresenta a validação da Escala de Mitos de Estupro, assim como a associação das dimensões encontradas com a desejabilidade social, o sexo e o nível de religiosidade dos participantes. O segundo artigo, por sua vez, apresenta as associações observadas entre as dimensões de Mitos de Estupro, os valores humanos e a preocupação com a honra. Por fim, o terceiro artigo, buscou identificar, através de evocações livres e uma pergunta aberta, as representações de mulher, honra e desonra feminina e quais argumentos são utilizados na defesa de um acusado de violência sexual. Os dados foram organizados e analisados mediante o uso dos softwares Evoc e SPSS 19, sendo também utilizada Análise de Conteúdo. Em geral, foram observadas associações entre a aceitação dos mitos de estupro, valores, honra e o nível de religiosidade, corroborando as associações teóricas esperadas. As representações sociais sobre o tema apontam para a existência, no discurso de estudantes de Direito, de uma contradição entre os ditos ideais de justiça&#8223; e imparcialidade&#8223; e práticas que produzem e validam preconceitos, injustiças e opressão a mulheres vítimas de estupro. Com base nos achados desta pesquisa, defende-se a necessidade de um debate aprofundado acerca da formação destes que serão futuros operadores do Direito e terão que lidar, em algum grau, com os personagens envolvidos neste tipo de crime. Palavras-chave: Direito, Honra, Mitos de estupro, Representação Social, Valores Humanos.
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Cultura da honra e homicídios em Pernambuco: um novo modelo psicocultural

SOUZA, Monica Gomes Teixeira Campello 27 February 2015 (has links)
Submitted by Isaac Francisco de Souza Dias (isaac.souzadias@ufpe.br) on 2016-02-29T18:26:35Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) TESE Monica Gomes Teixaira Campello de Souza.pdf: 3719072 bytes, checksum: 6e197e7bd0809d276f75c20ef7b3be27 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-02-29T18:26:35Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) TESE Monica Gomes Teixaira Campello de Souza.pdf: 3719072 bytes, checksum: 6e197e7bd0809d276f75c20ef7b3be27 (MD5) Previous issue date: 2015-02-27 / CNPQ / O homicídio é uma preocupação social das mais relevantes em todo o mundo, com o Brasil se destacando por deter uma das taxas mais elevadas e com tendência de piora, apresentando a Região Nordeste e o estado de Pernambuco especial gravidade quanto ao problema (UNODC, 2013). Existem diversas teorias criminológicas tentando explicar a ocorrência do homicídio (Brantingham & Brantingham, 2008), mas a Teoria da Cultura da Honra (Reed, 1982) é voltada especificamente para este tipo de crime e produziu interpretações importantes em termos de Psicologia Social (Cohen & Nisbett, 1997; Cohen, 1998). Trata-se da ideia de que certas sociedades desenvolvem uma cultura a qual exige que o homem não demonstre fraqueza e reaja de forma violenta a qualquer ameaça à sua reputação, sendo a "honra" o ponto central da sua vida, fazendo com que o homicídio seja uma forma aceitável ou até mandatória para a resolução de certos conflitos (Reed, 1982). Certos autores apontam essa como uma das principais causas dos alarmantes níveis de violência no Nordeste brasileiro (Alencar, 2006; Magalhães, 2009), superando, nesse sentido, a eficácia de diversas teorias concorrentes (Souza, Roazzi & Souza, 2009; Souza, 2010). Assim sendo, o presente trabalho buscou investigar o papel da "honra" no que concerne à propensão ao homicídio, considerando tanto elementos socioculturais quanto psicológicos na proposta de um modelo dos mecanismos e processos envolvidos. Foram realizados três estudos, somando 1.453 sujeitos recifenses, com o intuito de submeter o novo modelo a teste empírico, bem como para explorar eventuais achados adicionais capazes de contribuir para uma compreensão mais ampla do fenômeno. As pesquisas usaram a tolerância a homicídios e a experiência com homicídios como proxies da propensão a esse tipo de crime, bem como itens e indicadores de questionários e testes psicológicos diversos, inclusive de internalização da Cultura da Honra, enquanto variáveis independentes. Os achados obtidos apontam que: (a) o aspecto da Cultura da Honra responsável pela propensão ao homicídio é uma combinação de elementos que pode ser chamada de "Honra Homicida", abrangendo uma elevada Honra Masculina (que envolve assertividade) e uma baixa Honra Social (que envolve integridade); (b) sexo, escolaridade, bússolas morais, valores morais, regulação emocional e Hipercultura se ligam à Honra Homicida de formas específicas; e (c) a Honra Homicida produz impactos na dinâmica da raiva e repercute na personalidade e nas atitudes perante o homicídio. O conjunto desses achados não apenas corrobora o modelo teórico hipotetizado a priori como também o expande por meio do detalhamento de diversos mecanismos e processos. Trata-se de uma nova teoria que descreve uma dinâmica psicocultural onde a Honra Homicida atua sobre processos de papéis sociais, vergonha e influências espaciais por meio de mecanismos de raiva, experiência com homicídios e imperativo de defesa da honra, produzindo agressividade, habituação com homicídios e pressão social para a violência que, juntas, elevam a propensão ao cometimento do homicídio. Tal resultado apresenta implicações acadêmicas importantes, assim como também para a elaboração e implementação de políticas públicas de combate à violência. / Homicide is one of the most relevant social concerns in the World, with Brazil standing out in that regard for having one of the highest rates and a tendency to worsen, with the Northeastern region and the state of Pernambuco presenting a special level of severity as to the problem (UNODC, 2013). There are several criminological theories attempting to explain the occurrence of homicide (Brantingham & Brantingham, 2008), but the Theory of the Culture of Honor (Reed, 1982) is oriented especifically towards this type of crim and has produced important interpretations in terms of Social Psychology (Cohen & Nisbett, 1997; Cohen, 1998). It is the idea that certain societies develop a culture that demands that the men never show weakness and must react violently to any threats to their reputation, with "honor" being the central point of their life, making homicide an acceptable or even mandatory form of resolution for certain conflicts (Reed, 1982). Certain authors point to it as one of the main causes for the alarmingly high levels of violence in the Brazilian Northeast (Alencar, 2006; Magalhães, 2009), surpassing, in that regard, the efficacy of several competing theories (Souza, Roazzi & Souza, 2009; Souza, 2010). Thus, the present work sought to investigate the role of "honor" in the propensity towards homicide, considering both sociocultural and psychological elements in the proposition of a model of the mechanisms and processes involved. Three studies were conducted, comprising a total of 1,453 subjects from Recife, with the intention of submitting the new model to an empirical test, as well as to explore eventual additional findings capable of contributing to a broader understanding of the phenomenon. The researches used tolerance to homicides and experience with homicides as proxies for the propensity towards this type of crime, as well as items and indexes from several forms and psychological tests, including the internalization of the Culture of Honor, as independent variables. The findings obtained indicate that: (a) the aspect of the Culture of Honor that is responsible for the propensity towards homicide is a combination of elements that may be called "Homicidal Honor", encompassing an elevated Masculine Honor (which involves assertiveness) and a low Social Honor (which involves integrity); sex, level of education, moral compasses, moral value, emotional regulation, and and Hyperculture are linked to Homicidal Honor in specific ways; and (c) Homicidal Honor produces impacts in the dynamics of anger and has repercussions in one's personality and attitudes towards homicide. The whole of these findings not only corroborates the theoretical model hypothesized a priori but also expands it by means of the detailing on several mechanisms and processes. It is a new theory that describes a psychocultural dynamics where Homicidal Honor acts upon the processes of social roles, shame, and spatial influences by means of the mechanisms of anger, experience with homicides, and the imperative to defend one's honor, thereby producing aggressiveness, habituation with homicides, and social pressure towards violence that, together, elevate the propensity towards committing homicide. Such a result presents important implications for academia, as well as for the creation and implementation of public policies against violence.
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Homens cornos e mulheres gaieiras : infidelidade conjugal, honra, humor e fofoca num bairro popular de Recife/Pe

Luciana de Aquino, Francisca 31 January 2008 (has links)
Made available in DSpace on 2014-06-12T15:02:56Z (GMT). No. of bitstreams: 2 arquivo1022_1.pdf: 1347318 bytes, checksum: 8e66070112207c6aa6c4489e1f4324dd (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2008 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Este trabalho abordou os sentidos atribuídos ao homem traído, chamado de corno , e à mulher que trai o marido, classificada de gaieira , a partir das redes de parentesco, de vizinhança e de fofoca. A intenção residiu em pensar a construção das honras masculina e feminina a partir das reflexões sobre gênero, honra, humor e conjugalidade. Para tanto, adotei como metodologia a participação observante e a entrevista como complementação dos dados. Nesta pesquisa, a fofoca se constituiu numa ferramenta importante de coleta de dados sobre os casos envolvendo infidelidade conjugal no bairro. Percebi que os homens traídos e as mulheres infiéis eram alvos de estigmas, fofocas depreciativas e vivenciavam em seu cotidiano a desonra social. Nesta direção, a mulher que trai o marido leva a fama de gaieira e de mulher safada . Ademais, mulheres que mantêm relacionamentos conjugais simultâneos com dois homens sinalizam práticas poliândricas num país onde vigora os valores auferidos à monogamia. Ao mesmo tempo, a figura do corno causava risos e brincadeiras nas pessoas ao se revelar cômica e divertida. O caráter jocoso dessa figura masculina ocorre por conta da associação simbólica entre o homem traído e os animais com chifres; no caso, o boi simboliza a figura do corno e revela a fragilidade e a desonra do homem porque ele não conseguiu manter a mulher sob controle. Desse modo, as masculinidades dos homens cornos são alvos prediletos de brincadeiras nas ruas e em dois rituais que ocorrem no ambiente do bar dos chifrudos e na festividade do bloco carnavalesco boi chifrudo . Aliás, os homens podem reagir de modos distintos diante da infidelidade da mulher. Em linhas gerais, identifiquei que homens cornos agridem suas esposas e/ou os amantes delas; e outros não reagem com atos agressivos, inclusive, alguns deles mantêm seu relacionamento conjugal. Nesta pesquisa, a honra dos homens está fortemente articulada com o humor. De modo que, até a violência doméstica é legitimada pelas brincadeiras e pelos risos suscitados pela figura do corno . Nessa perspectiva, os homens se conformam com sua condição de corno a partir do viés humorístico, pois, eles passam a brincar publicamente com sua própria desonra social. Em suma, os homens que foram ou são traídos pelas mulheres, assim como as mulheres que traíram ou traem seus maridos, estão sujeitos a vivenciarem, respectivamente, as condições de corno e a de gaieira , já que tais estigmas não desaparecem, pelo contrário, continuam operando na vida social local

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