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Inovação educacional entre os Guarani Mbya da aldeia Tenonde Porã / Educational Innovation among the Guarani Mbya from Tenonde Porã villageDouglas Ladislau dos Santos 22 March 2017 (has links)
O objeto desta dissertação são as relações que os diversos povos ameríndios estabelecem com o pacote escolar que lhes é ofertado, tendo em vista a atual proposta da educação escolar indígena, concebida como direito e política pública. Por considerar que cada grupo indígena experimenta a instituição escolar ao seu modo, realizou-se uma pesquisa etnográfica como um caso de educação escolar indígena. O problema de pesquisa proposto é: quais aspectos da Escola Estadual Indígena Guarani Gwyra Pepo podem ser considerados inovadores? A hipótese focalizada indicava a existência de princípios dominantes orientadores das práticas escolares, indígenas e não indígenas, que poderiam ser reinventados, subvertidos, atualizados, reforçados. Fazer uma educação que se diferencie ou que produza diferenças em relação aos princípios dominantes foi considerado inovação educacional. Em relação ao caso analisado, a hipótese foi confirmada. Conclui que os Mbya da Tenonde Porã esforçam-se cotidianamente para gerarem efeitos transformadores em alguns aspectos do padrão escolar dominante, manejando a escola para garantir direitos, buscando um maior controle das relações com a sociedade envolvente e procurando obter recursos para a aldeia. / The object of this study are the relations that the various Amerindian peoples establish with the schooling package that is offered to them, by looking at their current school educational proposals, conceived both as a right and as a public policy. Considering that each Indigenous group experiences the schooling institution in its own way, an ethnographic research was carried out as an instance of indigenous school education. The research problem proposed is: which aspects at Gwyra Pepo Guarani Indigenous State School may be considered innovative? The focalized hypothesis suggested the presence of dominant guiding principles for school practices, both Indigenous and non Indigenous, that could be reinvented, subverted, updated, strengthened. Carrying out an education that is different from, or that produces differences in regards to, the dominant principles was considered educational innovation. The result of this case study confirmed the hypothesis. It concludes that the Mbya from Tenonde Porã strive daily to produce transformative effects in some aspects of the dominant school model, managing their school in order to guarantee their rights, while working towards greater control of their relations with the surrounding society and trying to find resources for their village.
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Escola indígena e ensino de história : um estudo em uma escola Kaingang da terra indígena Guarita/RSMedeiros, Juliana Schneider January 2012 (has links)
A educação escolar indígena específica e diferenciada vem sendo construída por diversos povos indígenas do país desde a promulgação da Constituição Federal (1988), marco de sua conquista pelo direito à diferença. A pesquisa aqui apresentada buscou investigar de que forma a escola kaingang vem se constituindo e, mais especificamente, como está ocorrendo o ensino de História. A investigação se realizou a partir de uma convivência com os Kaingang da Terra Indígena Guarita, tendo como cenário principal a escola indígena Toldo Campinas, no setor Estiva. Após um processo de Conquista, ocidentalização e mestiçagem (GRUZINKSI, 2001), que teve início no século XIX, os Kaingang mantiveram-se e mantêmse até hoje, conforme a dinâmica da tradição (BALANDIER, 1997). Considerando essa história de luta para permanecerem em seu estar indígena (KUSCH, 2009), procuro compreender a construção da escola kaingang específica e diferenciada. Centrada principalmente em uma metodologia etnográfica, procurei fazer uma descrição densa (GEERTZ, 1989) não só da escola e seus sujeitos, mas de seu entorno e de outras tantas pessoas implicadas no processo escolar. Além do diário de campo e de um caderno de notas, utilizei-me de outros recursos: entrevistas, questionários (a alunos e professores), atividades de aula, conversas com velhos “contadores de histórias”, cópias dos cadernos de alunos, documentos da escola, fotos. Descrevo o funcionamento da escola, com um enfoque especial na gestão escolar. Analiso as matérias específicas da escola (Kaingang, Artesanato e Valores Culturais), mostrando que, apesar de não serem responsáveis pela aprendizagem dos conhecimentos da tradição por parte das crianças, elas cumprem um papel importante na valorização desses saberes. Dedico um capítulo às aulas de História e a uma discussão acerca da relação entre os velhos e a escola. Explicito que o ensino de História na escola ainda está muito pautado pelo livro didático, mas aponto que há uma disposição do professor em ensinar uma outra história, a kaingang. Constato que as narrativas kaingang estão vivas, no entanto há pouco diálogo entre os velhos “contadores de histórias” e a escola. A partir destas “descobertas”, busco propor alguns caminhos para que a escola seja, de fato, de autoria indígena e para que as narrativas kaingang continuem sendo transmitidas. Mais do que isso, aponto questionamentos para que os próprios Kaingang reflitam sobre a educação escolar indígena que almejam. / A specific and differentiated indigenous school education is being developed and implemented by many of Brazil’s indigenous peoples since the Federal Constitution promulgation (1988), a landmark in the conquest of their right to be different. The present research has tried to investigate how the Kaingang school is being constituted and, more specifically, how History is being taught. The investigation was carried out in a Kaingang community in the Indigenous Reservation of Guarita, and the main setting for the study was the indigenous school Toldo Campinas. After processes of Conquest, westernization and mestizoization (GRUZINKSI, 2001), that began in the XIX century, the Kaingang people have maintained their identity, and still do until the present day, according to the dynamics of tradition (BALANDIER, 1997). Considering their history of struggle to maintain their indigenous being [estar indígena] (KUSCH, 2009), this work tries to understand the construction of the specific and differentiated kaingang school. Using ethnography, a thick description (GEERTZ, 1989) was built, not only of the school and its subjects, but also of its surroundings and of other people involved in the school’s educational processes. In addition to a field journal and a notebook, other resources were used: interviews, questionnaires (to students and teachers), classroom activities, talks to the elderly “story tellers”, copies of the students’ notebooks, school documents, photographs. The school dynamics, focusing on the management of the school, is described. The school’s specific disciplines are analyzed (Kaingang Language, Handicraft and Cultural Values), showing that despite the fact that they are not responsible for the students’ learning of the traditional knowledge, they fulfill an important role in highlighting that knowledge. One chapter is dedicated to the History classes and to a discussion on the relationship between the elderly and the school. The research shows that the teaching of History is still based on the regular textbook, but a willingness to teach another history, the Kaingang one, is noticed. Another conclusion is that the Kaingang narratives are still alive; however, there is little dialogue between the elderly “story tellers” and the school. Considering these “findings,” this work tries to propose ways for the school’s authorship to become indigenous, so that Kaingang stories continue to be transmitted. Above all, the sudy raises questions and urges the Kaingang themselves to reflect upon what indigenous shcool education they want and need.
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Educação escolar indígena na terra indígena Apiaká-kayabi em Juara – MT : resistências e desafios / Indigenous school education in Apiaká-Kayabi indigenous land in Juara-MT : resistance and challengesFerreira, Waldinéia Antunes de Alcântara January 2013 (has links)
A Educação Escolar Indígena na atualidade das Comunidades Mayrob, Apiaká e Kayabi tem vivenciado uma constante ressignificação no intuito de se tornar diferenciada, específica e bilíngue. A mesma vem se constituindo num processo de negociações que ocorrem com as instituições do Estado: a Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), na formação de professores indígenas; o Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica (CEFAPRO), na formação continuada; e diálogos entre os saberes indígenas e os da academia, na perspectiva da interculturalidade crítica. Há na constituição da mesma o esforço da afirmação étnica de cada povo que ocorre pelas práticas educativas pedagógicas na valorização da cultura. Uma educação construtora de um currículo articulado à vida, à interculturalidade, à sobrevivência da memória, da cultura e da língua materna num mundo globalizado e diverso, um currículo negociado com tensões e protagonismo. Em outras palavras, uma educação própria, diferenciada, intercultural, feita pela Pedagogia Cosmo- Antropológica. Na construção dessa pedagogia, o professor/a indígena é uma liderança que tem responsabilidades definidas, dentre elas, e, talvez a maior, a de construir uma educação escolar que consiga intermediar espaços específicos da cultura étnica com a cultura não indígena. Utiliza a escola como locus de resistência pelos processos educativos culturais protagonizando o universo indígena. Nesse espaço, e junto ao movimento indígena, é que se formam os guerreiros. Assim, a escola, o movimento indígena e o contexto das salas de aula são espaços de fortalecimento e de construção da Pedagogia Cosmo-Antropológica. Para se chegar a essas considerações foi preciso analisar a especificidade da cultura indígena dos povos Munduruku, Kayabi e Apiaká, identificando as formas de resistência no processo de invasão cultural a partir de uma educação escolar Cosmo-Antropológica. O caminho delineado contou com as contribuições da pesquisa qualitativa do tipo etnográfico, com as orientações de Geertz (1989) e André (2003); a observação participante e as narrativas, para que fosse possível descrever e dialogar com significados culturais, tanto na dimensão escolar como nas interfaces da dimensão da cultura. A palavra descrição foi experienciada de forma que possibilitasse uma aproximação significativa e interpretativa da realidade, evidenciando suas contradições. Assim, a análise dialética e interpretativa, nesta abordagem de vertente antropológica e etnográfica. A pesquisa foi realizada diretamente com os professores/as indígenas (formados pela Faculdade Indígena Intercultural - UNEMAT – Campus de Barra do Bugres) de três escolas indígenas do Estado de Mato Grosso, na Terra Indígena Apiaká- Kayabi localizada no município de Juara-MT, e indiretamente com as pessoas da comunidade. E tem como objeto de estudo a educação escolar indígena. Os principais autores que auxiliaram na construção desta pesquisa foram: Kusch (1999), Dussel (1993), Paulo Freire(1996; 2005) e Viveiros de Castro (2002). / The indigenous school education nowadays in Mayrob, Apiaká and Kayabi communities has been living a constant re-signification to become differentiate, specific and bilingual. It is being constituted through a process of negotiations that happens with state institutions such as: University of the State of Mato Grosso (UNEMAT) in the indigenous teachers graduation, Center of Formation and Updating of Professionals of Basic Education (CEFAPRO) in the continuous formation, and some dialogues between the indigenous knowledge and the academy knowledge in the perspective of critical interculturality. In the constitution of this process there is strength for ethnical affirmation of each people, which occurs through pedagogical education practices valuing the culture. An education that builds a curriculum articulated to life, to the interculturality, to the memory survival, to the culture and to the mother tongue in a globalized and diverse world, a curriculum built through tension and protagonism. In other words, a proper education, differentiated, intercultural, done by the Cosmo-anthropological Pedagogy. In this pedagogical construction, the indigenous teacher is a leadership that has defined responsibilities, among all of them, maybe the greatest one, that is to build a school education that searches to interlace specific spaces of ethnical culture and the non-indigenous culture. These indigenous people have the school as a locus of resistance against cultural educational process, advocating the indigenous universe. This place and together with the indigenous movement that are being formed warriors. Thus, the school, the indigenous movement and the classroom context are places of strengthen and of Cosmoanthropological Pedagogy construction. In order to achieve these considerations, was analyzed the specificity of the indigenous culture of Munduruku, Kayabi and Apiaká people, identifying the resistance forms in the process of cultural invasion since the Cosmoanthropological school education. It was of great importance the contributions of qualitative research of ethnographic kind, considering Geertz (1989) and André (2003), also the participant observation and the narratives, to be able to describe dialogues with cultural meanings, in the school dimension as in the interfaces of cultural dimension. The word description was lived in a way, which made possible a significantly and comprehensible approximation of the reality, putting in evidence its contradictions. Therefore, it was utilized in the doctoral dissertation an interpretative and dialectical analyses, based on anthropologic and ethnographic fields. The research has as investigated subjects eight indigenous teachers (graduate and undergraduate at Indigenous Intercultural College – UNEMAT – Barra do Bugres Campus) of three indigenous schools of Mato grosso in the indigenous land Apiaká- Kayabi in Juara city –MT and indirectly the people from the community, the study object was the indigenous school education. The main authors who helped to build the research were: Kusch (2000), Dussel (1993), Paulo Freire (1996; 2005) and Viveiros de Castro (2002).
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Artes como disciplina no currículo da escola indígena e na formação de seus (suas) professores (as)Aranha, Isabel Cristina Ferreira 19 June 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009-06-19 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The proposal of this dissertation is to analyze the presence of Arts as a subject in the Indigenous school curriculum and in the formation courses for their teachers, both on high school (Indigenous Teaching) and university (Specific Degrees) levels. Firstly it is be described the path of the subject of Arts in the Brazilian education, its context and the that were developed by art educators in the country. In the second stage the discussion about indigenous education is deepened, contextualizing their movements, their achievements in the field of law - from the 1988 Constitution up to the articles in the current Law of Directives and Bases of National Education. In the third stage, we promote a dialogue between the subjects of Arts and the Indigenous Education School through the concept of cultural expression, which is a newer concept in the arts area. As a result of this study - predominantly documental/bibliographic we reached an understanding that there is a close link between the concepts of cultural expression and interculturality because at this time of
Brazilian school - indigenous and non-indigenous - nothing is more necessary than an intercultural education, respectful and socializing including the different, not for being unequal, but for on the conflict the wealth of diversity, the promising stress of the dialogue between different cultures. We can state that the subject of arts in education (Indigenous and non-Indigenous) tends to strengthen the issue of cultures, as an affirmation of identity and enhancement of that oneself is, from cultural and artistic signs. / Esta Dissertação se propôs a analisar a presença de Artes enquanto disciplina no currículo da escola indígena e nos Cursos de Formação de seus(suas) professores(as), tanto no nível médio (Magistério Indígena) como Superior (Licenciaturas Específicas). Para isso primeiramente descrevemos a trajetória da disciplina de Artes na Educação Escolar brasileira, o contexto
dessa trajetória e as concepções que foram elaboradas pelos arte-educadores do país. Num segundo momento aprofundamos a discussão acerca da educação escolar indígena, contextualizando seus movimentos, suas conquistas no campo da legislação - desde a Constituição de 1988 até os artigos na atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
No terceiro momento, procuramos promover um diálogo entre a disciplina de Artes e a Educação Escolar Indígena através do conceito de Expressão Cultural, que é um conceito mais recente na Área de Artes. Como resultado deste estudo de caráter predominantemente documental/bibliográfico chegamos ao entendimento de que há uma íntima ligação entre os conceitos de expressão cultural e interculturalidade pois no atual momento da escola brasileira - indígena e não-indígena - nada é mais necessário do que uma educação intercultural, respeitadora e socializadora que abranja os diferentes não por serem desiguais, mas por encontrar no conflito da diferença a riqueza da diversidade, a tensão promissora do diálogo entre as diversas culturas. Afirmamos que a disciplina artes na educação (indígena e nãoindígena) tende a fortalecer a questão das culturas, enquanto afirmação de identidade e valorização do que se é, a partir de manifestações culturais e artísticas.
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Palavra, sentido e memória: educação e escola nas lembranças dos Guarani Mbyá / Memory and Meaning: knowledge and education among the Guarani Mbya.Testa, Adriana Queiroz 13 June 2007 (has links)
Este trabalho se baseia nas histórias de vida de professores guarani mbyá para acompanhar, nas suas trajetórias de lembranças e experiências, a construção de diferentes processos de aprendizagem, que evidenciam as possíveis e impossíveis relações entre a educação escolar indígena e os diferentes modos de produção e transmissão de conhecimento desenvolvidos pelos Guarani Mbyá. As histórias de vida se inserem numa descrição dos contextos etnográficos percorridos no âmbito da pesquisa e dialogam com as narrativas de outras pessoas guarani, principalmente, das lideranças mais velhas, explicitando diferentes perspectivas sobre o papel das escolas indígenas em meio a outros espaços e formas de construção do conhecimento. / This work, based upon the life histories of Guarani Mbya teachers, attempts to follow, through their paths of memories and experiences, the elaboration of different processes of learning, which express the possible and impossible relations between indigenous school education and the different means of producing and transmitting knowledge developed by the Guarani Mbya. The life histories intertwine with descriptions of the ethnographic contexts studied during this research and dialogue with the narratives of other Guarani Mbya, especially, the elderly, expressing different perspectives on the role of indigenous schooling among other places and means of producing knowledge.
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A prática docente Guarani Mbya: liderança, engajamento e luta / The Guarani Mbya teaching practice: leadership, engagement and fightSouza, Janaina Aline dos Santos e 09 March 2018 (has links)
A presente dissertação de mestrado é sobre como as professoras e professores indígenas guarani mbya entendem sua prática docente. Parte do pressuposto de que a educação escolar indígena começa a ser ressignificada a partir de 1990, quando o Estado reconhece e dá maior respaldo às demandas dos movimentos e organizações indígenas. Assim, reestrutura-se uma instituição tipicamente não-indígena, norteada até então por princípios de catequização, civilização, integração e preservação. Ao se reconstruir junto aos projetos de futuro de cada etnia, a escola indígena se constitui como inovação educacional. A pesquisa de campo verificou qual a visão que docentes indígenas têm de suas práticas, considerando a hipótese de que estas se centram no modo de transmissão dos saberes tradicionais de sua cultura ou na mera reprodução do modelo de ensino escolar predominante, originalmente não-indígena, ainda que se trate oficialmente de uma escola diferenciada. As observações centraram-se na Escola Estadual Indígena Guarani Gwyra Pepo, situada na aldeia Tenonde Porã, em Parelheiros, capital de São Paulo. Foram feitas entrevistas com as professoras e professores guarani. As informações recolhidas foram analisadas com bases teóricas das pesquisas antropológicas sobre a etnia Guarani e sociológicas sobre inovação educacional, bem como pelo recurso às produções da etnologia ameríndia sobre educação escolar indígena. Conclui-se que a prática docente das professoras e professores guarani é entendida como forma de luta, favorecida pelos espaços de discussão sobre educação escolar indígena e pela própria atuação como liderança. Para elas e eles, a prática docente é vista tanto como valorização do nhandereko quanto como subsídio para compreender e enfrentar a sociedade não-indígena dominante, sendo modelo de engajamento e luta para reconceituação da educação pública de modo geral. / This masters dissertation focuses on how Guarani Mbya indigenous teachers understand their teaching practice. It starts from the assumption that indigenous school education begins to be redefined after 1990, when the State recognizes and gives greater support to the demands of indigenous movements and organizations. Thus, a typically non-indigenous institution has been restructured, guided until then by principles of catechesis, civilization, integration and preservation. While the ethnics projects for the future are rebuilt with each ethnicity, the indigenous school constitutes an educational innovation. The field research verified how indigenous teachers view their practices, considering the hypothesis that their focus is on the way of transmitting the traditional knowledge of their culture or on the mere reproduction of the predominantly non-indigenous school teaching model, although it is officially a differentiated school. The observations focus on the Guarani Gwyra Pepo State Indigenous School, located in the village Tenonde Porã, in Parelheiros, capital of São Paulo. Interviews were conducted with Guarani teachers and the collected information was analyzed with theoretical bases of the anthropological research on the Guarani ethnic group and sociological research on educational innovation, as well as by the productions of Amerindian ethnology on indigenous school education. It is concluded that the teaching practice of Guaraní teachers is understood as a form of struggle, favoured by the spaces of discussion about indigenous school education and by the very act as leadership. For them, their teaching practice is seen both as valorization of the nhandereko and as a subsidy to understand and confront of the dominant non-indigenous society, being a model of engagement and struggle for the reconceptualization of public education in general.
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Mē Ixujarēnh - ausência, presença e busca: o ensino de História na Escola Índígena Tekator do povo Panhĩ - ApinajéGomes, Dhiogo Rezende 23 September 2016 (has links)
Os povos indígenas foram tratados como a-históricos na construção da História disciplina ou ciência, como objetos (humanos) de estudo, transitaram entre a ausência e presença, contexto implicado na condição indígena equivocada e excludente no interior das sociedades que se formaram no contato com estes povos. No Brasil, a dominância colonial sobre as terras e seus povos originários, se fez também pela escolarização de cunho ocidental, cristã e civilizacional, inicialmente pelos trabalhos de catequese jesuítica e continuado pelo estado nacional, seja no império ou na república, as políticas indigenistas tinham no horizonte, a convenção nacional das populações indígenas e neste contexto, a educação escolar indígena foi pensada e aplicada. O movimento indígena político e organizado, cooperado com organizações e pesquisadores pró-índios, iniciaram um processo de mudança de paradigma da questão indígena no Brasil na década de 1970, culminando com o estabelecimento de direitos como terra e uma educação escolar respeitosa e valorizadora das culturas indígenas na Constituição Federal de 1988. A escola passou a ser reivindicada e está presente nas realidades de centenas de povos em suas Terras Indígenas em todas as regiões do Brasil, um destes povos é o Panhĩ – Apinajé, que teve sua escolarização iniciada na década de 1960, por missionários religiosos e nas últimas décadas, vem empreendendo um processo de busca e construção de uma educação indígena diferenciada, em uma escola ideal para a prática política que passa por uma soberania étnica e cultural. A história ensinada e aprendida, entrecruzada por formas e concepções diferentes no campo do conhecimento histórico, se apresenta na Escola Indígena Tekator da aldeia Mariazinha, como estratégica e instrumental nessa busca. Esta dissertação, por meio de pesquisa de campo e metodologia histórico-etnográfica, contribui com questões da escolarização indígena e o ensino de história nas aldeias, refletindo sobre as relações: educação tradicional e formal, escola e currículos, estado, comunidade indígena e sociedade envolvente. Trazemos apontamentos sobre os Apinajé como sujeitos históricos na busca de uma escola convergente com seus interesses e expectativas de escola diferenciada / Indigenous peoples were treated as a-historical in the construction of History discipline or science, as (human) objects of study, transited between absence and presence, context implied in the misguided and exclusionary indigenous condition within the societies that formed in contact with These people. In Brazil, colonial domination over the lands and their native peoples was also due to Western, Christian and civilizational schooling, initially by Jesuit catechesis and continued by the national state, whether in the empire or in the republic, indigenous policies had On the horizon, the national convention of the indigenous populations and in this context, indigenous school education was thought and applied. The organized and political indigenous movement, cooperating with pro-Indian organizations and researchers, began a process of paradigm shifting of the indigenous issue in Brazil in the 1970s, culminating in the establishment of rights such as land and a respectful and cultural school education Indigenous peoples in the Federal Constitution of 1988. The school has been reclaimed and is present in the realities of hundreds of peoples in its Indigenous Lands in all regions of Brazil, one of these peoples being the Panhĩ-Apinajé, whose schooling began in the 1960, by religious missionaries and in the last decades, has been undertaking a process of search and construction of a differentiated indigenous education, in an ideal school for the political practice that passes through an ethnic and cultural sovereignty. The history taught and learned, intersected by different forms and conceptions in the field of historical knowledge, presents itself in the Tekator Indigenous School of the village Mariazinha, as strategic and instrumental in this search. This dissertation, through field research and historical-ethnographic methodology, contributes with issues of indigenous schooling and history teaching in the villages, reflecting on the relationships: traditional and formal education, school and curricula, state, indigenous community and surrounding society. We bring notes about the Apinajé as historical subjects in the search for a convergent school with their interests and expectations of a differentiated school.
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Escolas indígenas diferenciadas no Brasil, interculturalidade e (des)colonialidade: Um estudo a partir de teses e dissertaçõesRocha, Marina da 12 March 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013-03-12 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / O presente estudo tem como objetivo identificar e realizar uma reflexão sobre os movimentos de construção de escolas indígenas diferenciadas no Brasil, a partir do contexto de tensionamento entre a interculturalidade funcional e crítica na relação com a (des)colonialidade. A pesquisa focou-se na revisão bibliográfica, especificamente de teses e dissertações, selecionadas a partir do Catálogo de Teses e Dissertações – CAPES e da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações – BDTD, produzidas no Brasil, que abordam a temática da educação escolar indígena diferenciada. A seleção das fontes, bem como sua interpretação se desenvolveu com base em duas categorias teóricas. Por se tratarem de escolas diferenciadas, como o próprio nome sinaliza, não se pode falar da construção de uma escola indígena de modo genérico, mas sim, de escolas indígenas diferenciadas, no plural, levando em consideração suas diversidades. A partir de cada experiência o estudo destaca avanços ou limites, quanto à perspectiva de uma interculturalidade crítica e um olhar descolonial. Sendo assim, identificou-se que há escolas que são construídas a partir das demandas das próprias comunidades indígenas. No entanto, ainda se verifica que há imposições, com sinais visíveis da colonialidade presente em muitos espaços em que se inserem essas escolas. Entre as constatações do estudo destaca-se que essas instituições escolares apresentam contraditoriamente características de descolonialidade e interculturalidade crítica, em meio a sinais de reprodução da colonialidade em um contexto de interculturalidade funcional. / This present study aims to identify and carry out a reflection on movements of differentiated indigenous schools in Brazil, from the context of tensioning between functional and critical interculturality, in relation to (dis) coloniality.. The research focused on the bibliographic review, specifically of theses and dissertations, selected from the Thesis and Dissertations Catalog - CAPES and the Brazilian Digital Library of Theses and Dissertations – BDTD, produced in Brazil, which addressed the theme of differentiated indigenous school education and are related to interculturality. The selection of sources as well as their interpretation was developed based on two theoretical categories. Because they are differentiated schools, as the name indicates, one can not speak of the construction of an indigenous school in a generic way, but rather of differentiated indigenous schools, in the plural, taking into account their diversities. From each experience the study highlights advances or limits, as to the perspective of a critical interculturality from a decolonial look. Thus, it has been identified that there are schools that are constructed based on the demands of the indigenous communities themselves. However, there are still impositions, with visible signs of the coloniality present in many spaces in which these schools are inserted. Among the study's findings highlight that these educational institutions have contradictory characteristics of decoloniality and critical intercultural amid coloniality reproduction signals in the context of functional interculturalism.
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Lideranças Krikati: implicações da escola não indígena em suas trajetórias e trajetórias de vidaSilva, Ilma Maria de Oliveira 25 June 2018 (has links)
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Previous issue date: 2018-06-25 / UEMA – Universidade Estadual do Maranhão / A tese analisa a história e trajetória de vida de duas lideranças Krikati, levando em consideração as implicações da escola não indígena na sua formação. A pesquisa é perpassada pela compreensão de que a organização social, política, cultural, econômica e linguística de cada povo indígena é dinâmica, sendo, portanto, a apropriação de conhecimentos e valores de outras culturas parte das relações humanas e da própria história do contato. Nesse sentido, defendemos que no processo de formação das lideranças indígenas krikati as escolas não indígenas contribuíram em suas trajetórias e histórias de vida sem diluir a sua cultura e identidade indígena. A investigação apontou que as diferenças socioculturais nas escolas se configuram como elementos fundamentais para as relações sociais e um caminho que se abre para a construção de um currículo intercultural, embora ainda prevaleça a dificuldade de ele ser reconhecido e institucionalizado nas práticas pedagógicas das escolas. Buscou-se entender o contexto social e político – 1980 a 1990 – em que, pela primeira vez na história brasileira, é garantido constitucionalmente o direito à educação escolar aos povos indígenas, fortalecimento as práticas socioculturais, o respeito às línguas maternas e aos seus processos próprios de aprendizagens. A pesquisa foi desenvolvida a partir das histórias de vida de Silvia Cristina Puxcwyj e Krikati e Lourenço Borges Milhomem Acỳxit Krikati e, particularmente, de suas trajetórias em escolas não indígenas na região do Oeste do Maranhão. A determinação desses para se apropriarem de conhecimentos ocidentais, vem contribuindo para o fortalecimento de suas lideranças e, em consequência, para a realização de projetos no Território Indígena Krikati, especialmente na educação, saúde, meio ambiente e, sobretudo, na participação em movimentos e organizações indígenas. Assim sendo, abrigamos neste trabalho a base teórico-metodológica da história do tempo presente e da história com fontes orais. No tempo presente tivemos a oportunidade de analisar as singularidades de cada sujeito como testemunhos vivos de suas próprias histórias de vida. Quanto à metodologia da história oral, não nos preocupamos com verdades absolutas, mas, com as experiências vividas pelas fontes, bem como pelos interlocutores. Portanto, a pesquisa revelou que independentemente de onde se localizam geograficamente e do currículo que dispõe nas escolas, elas contribuíram na formação das lideranças krikati, pois proporcionaram a aquisição do domínio dos códigos básicos estruturantes da sociedade não indígena, em especial, o da língua portuguesa, bem como os conhecimentos úteis e necessários para a melhoria das condições de vida tanto individualmente quanto de suas comunidades. / This thesis examines the story and life journeys of two Krikati leaders, taking into consideration the implications of non-indigenous school in their education. The research is conducted by understanding that social, political, cultural, economic and linguistic organization of each indigenous people is dynamic and, therefore, the appropriation of knowledge and values of other cultures comes from human relations and the history of contact itself. In the sense, we defend that in the processo f formation of indigenous schools contributed in their trajectories and life histories without dissolving their culture and indigenous identity. The research pointed out that the sociocultural differences in schools are configured as fundamental elements for the social relations and as a path that opens up for the construction of an intercultural curriculum, even though the difficulty of it to be recognized and institutionalized within the pedagogical practices of schools still prevails. It has been sought out to understanding the social and political context - 1980 to 1990 - in which, for the first time in Brazilian history, the right to education for indigenous peoples is constitutionally guaranteed, strengthening the socio-cultural practices, respect for their native languages and their own learning processes. The research was developed considering the life stories of Silvia Cristina Puxcwyj Krikati and Lourenço Borges Milhomem Acỳxit Krikati and, particularly, from their journeys in non-indigenous schools in the west region of the state of Maranhão. The determination of these for appropriating western knowledge has contributed to the strengthening of their leadership skills and, consequently, to the implementation of projects in the Indigenous Territory Krikati, especially in relation to education, health, the environment and, above all, in the participation in indigenous movements and organizations. Thus, we embrace in this study the theoretical-methodological basis of the history of the present time and history with oral sources. At the present time we had the opportunity to examine the peculiarities of each subject as living witnesses of their own life stories. As for the methodology of oral history, we do not concern with absolute truths, but with the experiences lived by the sources, as well as by the interlocutors themselves. Therefore, the survey revealed that regardless of where you are geographically located and the curriculum that the schools offer, they have contributed to the formation of krikati leaders, because it resulted in the acquisition of mastery of structuring basic codes of non-indigenous society, specially, the one of Portuguese language, as well as the useful and necessary knowledge for the improvement of life conditions both individually and within their communities.
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Palavra, sentido e memória: educação e escola nas lembranças dos Guarani Mbyá / Memory and Meaning: knowledge and education among the Guarani Mbya.Adriana Queiroz Testa 13 June 2007 (has links)
Este trabalho se baseia nas histórias de vida de professores guarani mbyá para acompanhar, nas suas trajetórias de lembranças e experiências, a construção de diferentes processos de aprendizagem, que evidenciam as possíveis e impossíveis relações entre a educação escolar indígena e os diferentes modos de produção e transmissão de conhecimento desenvolvidos pelos Guarani Mbyá. As histórias de vida se inserem numa descrição dos contextos etnográficos percorridos no âmbito da pesquisa e dialogam com as narrativas de outras pessoas guarani, principalmente, das lideranças mais velhas, explicitando diferentes perspectivas sobre o papel das escolas indígenas em meio a outros espaços e formas de construção do conhecimento. / This work, based upon the life histories of Guarani Mbya teachers, attempts to follow, through their paths of memories and experiences, the elaboration of different processes of learning, which express the possible and impossible relations between indigenous school education and the different means of producing and transmitting knowledge developed by the Guarani Mbya. The life histories intertwine with descriptions of the ethnographic contexts studied during this research and dialogue with the narratives of other Guarani Mbya, especially, the elderly, expressing different perspectives on the role of indigenous schooling among other places and means of producing knowledge.
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