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Fatores associados à hidrocefalia em pacientes com mucopolissacaridose

Dalla Corte, Amauri January 2017 (has links)
Introdução: As mucopolissacaridoses (MPS) constituem um grupo de doenças lisossômicas caracterizadas pela deficiência de uma das enzimas responsáveis pela degradação dos glicosaminoglicanos (GAGs). É difícil determinar a incidência precisa de hidrocefalia em pacientes com MPS, pois não possui uma definição formal por consenso. Além disso, é difícil distinguir a hidrocefalia comunicante da dilatação ventricular secundária à atrofia cerebral, porque ambas apresentam características clínicas e neuroradiológicas comuns. Embora várias técnicas sejam usadas para identificar pacientes com MPS com maior probabilidade de ter hidrocefalia e responder ao tratamento cirúrgico, não existe um método definitivo para provar o diagnóstico. Objetivos: Avaliar a relação entre ventriculomegalia, volume cerebral e liquórico, fluxo de líquor aquedutal e cervical e pressão de abertura liquórica em pacientes com MPS, e detectar potenciais biomarcadores para as alterações da circulação liquórica. Métodos: Quarenta e três pacientes com MPS (12 MPS I, 15 MPS II, 5 MPS III, 9 MPS IV A e 2 MPS VI) realizaram testes clínicos e de desenvolvimento neurológico, ressonância magnética (RM) nas sequências T1, T2, FLAIR e por contraste de fase, seguidas por punção lombar para avaliação da pressão de abertura liquórica. Para a análise das variáveis da RM, foram medidos: volume cerebral e liquórico, carga de lesões na substância branca (LSB), índice de Evans, largura do terceiro ventrículo, ângulo do corpo caloso, espaços perivasculares dilatados (EPVD), estenose da junção craniocervical, volume de stroke aquedutal e cervical, e concentração de GAGs no líquor. Resultados: As formas graves e a macrocefalia estiveram significativamente associadas com a ventriculomegalia, principalmente com o índice de Evans (p = 0.004 e p = 0.008, respectivamente). A carga de LSB apresentou uma forte correlação com as medidas ventriculares e o volume liquórico ventricular (rs = 0.51, p = 0.001). A dilatação ventricular supratentorial e o volume de líquor ventricular apresentaram uma correlação moderada com o volume de stroke aquedutal (VSA) (rs = 0.46, p = 0.002). A pressão de abertura liquórica não se correlacionou nem com as três medidas da ventriculomegalia, nem com a volumetria liquórica, nem com o VSA. O prejuízo cognitivo e os EPVD mostraram uma associação significativa com a ventriculomegalia, especialmente com a largura do terceiro ventrículo (p = 0.019 e p = 0.001, respectivamente). Os EPVD em quantidade aumentada também apresentaram uma significativa associação com o VSA elevado (p = 0.007). Conclusões: Nos pacientes com MPS, a ventriculomegalia está associada a um fenótipo grave da doença, maior declínio cognitivo e maior extensão das LSB e EPVD. Existem associações entre as medidas de fluxo liquórico e as medidas relacionadas à volumetria liquórica. Além disso, as medidas volumétricas estão associadas a quantidade de EPVD. / Background: The mucopolysaccharidoses (MPS) are a group of lysosomal diseases characterized by a deficiency in one of the lysosomal enzymes responsible to degrade glycosaminoglycans (GAGs). The precise incidence of hydrocephalus in patients with MPS is hard to determine, because it lacks a formal, consensus-based definition. In addition, it is difficult to distinguish communicating hydrocephalus from ventricular dilatation secondary to brain atrophy, because both share common clinical and neuroradiological features. Although various techniques are used to identify MPS patients who are most likely to have hydrocephalus and respond to surgical treatment, no definitive method exists to prove diagnosis. Objectives: To assess the relationship between ventriculomegaly, brain and cerebrospinal fluid (CSF) volumes, aqueductal and cervical CSF flows, and CSF opening pressure in MPS patients, and to provide potential biomarkers for abnormal CSF circulation. Methods: Forty-three MPS patients (12 MPS I, 15 MPS II, 5 MPS III, 9 MPS IV A and 2 MPS VI) performed clinical and neurodevelopmental tests, and T1, T2, FLAIR and phase-contrast magnetic resonance imaging (MRI) followed by a lumbar puncture with the CSF opening pressure assessment. For the analysis of MRI variables, the following measures were performed: brain and CSF volumes, white matter (WM) lesion load, Evans’ index, third ventricle width, callosal angle, dilated perivascular spaces (PVS), craniocervical junction stenosis, aqueductal and cervical CSF stroke volumes, and CSF GAGs concentration Results: The severe forms and the macrocephaly were significantly associated with the ventriculomegaly, mainly with the Evans’ index (p = 0.004 and p = 0.008, respectively). The WM lesion load presented a high correlation with the ventricular measurements and the ventricular CSF volume (rs = 0.51, p = 0.001). The supratentorial ventricular dilation and the ventricular CSF volume presented a moderate correlation with the aqueductal CSF stroke volume (ACSV) (rs = 0.46, p = 0.002). The CSF opening pressure did not correlate with either the three measures of ventriculomegaly, either with the CSF volumetry or with the ACSV. The cognitive impairment and the dilated PVS showed a significant association with the ventriculomegaly, especially with the width of the third ventricle (p = 0.019 and p = 0.001, respectively). Increased amount of dilated PVS also had a significant association with the elevated ACSV (p = 0.007). Conclusions: In MPS patients ventriculomegaly is associated with a severe phenotype, increased cognitive decline, WM lesion severity and enlarged PVS. There are associations between CSF flow measurements and measurements related to CSF volumetrics. Also, the volumetric measurements are associated with the degree of dilated PVS.
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Neurocisticercose: relação entre dosagem de antígenos de Taenia no líquido cefalorraquidiano e imagem através de ressonância magnética / Neurocysticercosis: relationship between Taenia antigen detection in the cerebrospinal fluid and magnetic resonance imaging

Ronaldo Abraham 17 November 2006 (has links)
Neurocisticercose (NC) é a doença parasitária mais comum do SNC, representando grave problema de saúde pública em nosso país. O diagnóstico da NC é baseado em dados clínicos e epidemiológicos, reações sorológicas no soro e LCR, além de exames de neuroimagem. A detecção de antígenos de Taenia através de teste de ELISA, mediante a utilização de anticorpos altamente purificados, constitui metodologia recente capaz de informar sobre a vigência de atividade clínica da doença. O objetivo deste estudo foi determinar a relação entre a dosagem de antígenos de Taenia mo LCR com as imagens obtidas através da RM, em pacientes com o diagnóstico definido de NC segundo os critérios diagnósticos atuais. Sessenta e três pacientes foram submetidos a exame detalhado do LCR, além de pesquisa de antígeno de Taenia através de teste de ELISA, utilizando anticorpos de soro de coelhos imunizados com líquido vesicular de Taenia crassiceps. Uma amostra de sangue foi colhida simultaneamente à coleta do LCR, e um exame de RM encefálica foi realizado em todos os pacientes. Observamos relação significativa entre a detecção de antígenos de Taenia e o número total de lesões e do número de cistos íntegros detectados pela RM. Quando comparados dois ou mais cistos em degeneração com apenas um cisto, observamos detecção significativamente mais alta no primeiro grupo. Encontramos também detecção de antígenos significativamente mais alta quando as lesões se localizavam na profundidade dos hemisférios cererbrais, mas não na presença de cistos calcificados. Os resultados demonstram que a detecção de antígenos de Taenia se mostra congruente com os achados de neuroimagem. Algumas outras variáveis estudadas no LCR, como número de células, teor de globulinas gama e teste de ELISA, também se mostraram concordantes, demonstrando que a resposta inflamatória na NC mobiliza tanto a imunidade celular quanto a imunidade humoral. / Neurocysticercosis (NC) is the most common parasitic infection of the nervous system, remaining a serious public health in our country. NC diagnosis is supported by clinical and epidemiological data, specific serological reactions in the blood and CSF, and neuroimaging findings. Detection of anti-Taenia antigens using ELISA techniques is a recent methodology that provides information about clinical activity of the disease. The objective of the study was to determine relationship between Taenia antigen detection in the CSF and MRI in patients with definite diagnosis of NC according to current diagnostic criteria. Sixty-three patients were submitted to a thorough CSF examination and Taenia antigen research. Antigens were detected in CSF samples by ELISA assay obtained from rabbit sera antibodies immunized with Taenia crassiceps cysticerci vesicular fluid. A blood sample was simultaneously collected and a MRI was performed in every patient. We observed a significant relationship between Taenia antigen detection and the total number of lesions and intact cysts detected by MRI. When comparing two or more degenerating cysts with only one we observed a significant higher antigen detection in the first group. We also found a significant higher antigen detection when cysts were deeply located in the cerebral hemispheres, but not in the presence of calcified cysts. Results demonstrate that Taenia antigen detection is congruent with neuroimaging findings. Some CSF characteristics, like number of cells, gamma globulin concentration and ELISA assay were also concordant with Taenia antigen detection, indicating that inflammatory reaction in NC comprise cellular and humoral immunological factors.
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Detecções moleculares de infecções herpéticas em pacientes imunocompetentes com disfunções neurológicas / Molecular detection of herpetic infections in immunocompetent patients with neurological disorders

Rimerio, Carla Aparecida Tavares, 1981- 28 August 2018 (has links)
Orientadores: Sandra Helena Alves Bonon, Anamarli Nucci, Sandra Cecilia Botelho Costa / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas / Made available in DSpace on 2018-08-28T03:54:34Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Rimerio_CarlaAparecidaTavares_D.pdf: 6984397 bytes, checksum: e5297c2f56a94baa8a9eb6aed8b782ee (MD5) Previous issue date: 2015 / Resumo: Atualmente, pacientes imunocompetentes e idosos estão recebendo maior atenção em relação às infecções virais. A reativação dos herpesvírus pode ocorrer eventualmente no sistema nervoso e a ausência de tratamento adequado pode causar sequelas. O teste padrão para a confirmação laboratorial da presença do DNA dos herpesvírus no sistema nervoso é a PCR no líquor e, neste trabalho utilizamos também o plasma como amostra-teste. Nosso objetivo foi determinar a incidência dos herpesvírus em pacientes com suspeita de infecções no sistema nervoso utilizando a nested PCR no líquor e comparar os resultados obtidos com a nested PCR realizada em DNA extraído de plasma, verificando a concordância entre eles. Foram incluídos no estudo 52 amostras de líquor e 52 amostras de plasma de pacientes imunocompetentes com sintomas clínicos de distúrbios no sistema nervoso. Os dados clínicos foram obtidos a partir das informações constantes dos prontuários médicos. Como resultados, em 27/52 (52%) pacientes, o DNA dos herpesvírus foi detectado pelo menos uma vez nas amostras de líquor pela nested PCR. Destas amostras 15/27 (55%) tinham hipótese diagnóstica inicial de encefalite. A ocorrência de monoinfecção foi de 10/27 (37%) dos pacientes. Coinfecção ocorreu em 17/27 (63%) dos pacientes positivos. Os vírus mais encontrados foram o Epstein-Barr e o citomegalovírus humano, com 12/27 (44%) e 15/27 (55%), respectivamente. Um paciente com hipótese inicial de encefalite que apresentou positividade para estes dois vírus foi a óbito por insuficiência aguda respiratória, epilepsia e encefalite. O Herpesvírus 1 foi observado em 5/27 (18%); herpesvírus 2 em 2/27(7%); varicela-zoster, 3/27 (11%); herpesvírus 6, 10/27 (37%) e herpesvírus 7, 9/27 (33%). O Herpesvírus 8 não foi detectado. Nas amostras de DNA extraído de plasma, a positividade para os herpesvírus foi de 32/52 (61%). Monoinfecção ocorreu em 13/32 (41%) e coinfecção ocorreu em 19/32 (59%). Herpesvírus tipo 1 ocorreu em 1/32 (3%); herpesvírus 2 em 2/32 (6%); Epstein-Barr em 5/32 (16%); citomegalovírus humano em 11/32 (34%); herpesvírus tipo 6 em 7/32 (22%); herpesvírus 7 em 5/32 (16%) e herpesvírus 8 em 1/32 (3%). Utilizando o teste de McNemar para análise de concordância entre os exames realizados com amostras de DNA extraídas de líquor com as de plasma, observamos que para os herpesvírus 1, 2, Epstein-Barr, citomegalovírus, herpesvírus tipos 6 e 7 positivos estudados, não houve diferença estatisticamente significativa entre os testes. Para os herpesvírus VZV e HHV-8, não foi possível avaliar, devido ao baixo número de casos positivos. A detecção qualitativa do DNA dos herpesvírus no plasma por nested PCR pode ser tão útil quanto a detecção do líquor ao longo do tempo para identificar os pacientes que apresentam distúrbios neurológicos causados por esses vírus, tanto imunocompetentes quanto imunodeprimidos. Sendo assim, neste estudo verificamos o papel que os herpesvírus humanos desempenham nas infecções do sistema nervoso em pacientes imunocompetentes, com foco nas hipóteses diagnósticas de infecção viral no sistema nervoso central e periférico. Com a detecção do DNA viral, o tratamento antiviral precoce poderá ser instituído para os vírus ao qual existem antivirais disponíveis. Avaliando a eficiência dos métodos de diagnóstico laboratorial baseado na detecção do DNA dos herpesvírus no plasma, os valores obtidos podem ser considerados em relação à especificidade, assim como os valores verdadeiros negativos podem ser detectados e o tratamento empírico pode ser evitado. Esses achados sugerem que mesmo ocorrendo resultados falso negativos, este teste poderá ser utilizado nos pacientes que enfrentam problemas relacionados à coleta do líquor / Abstract: Currently, immunocompetent and elderly patients are receiving more attention in relation to viral infections. Reactivation of herpesviruses may eventually occur in the nervous system and the absence of adequate treatment can cause sequels. The standard for laboratorial confirmation of the presence of herpesvirus DNA in the nervous system is PCR in the cerebrospinal fluid (CSF). In this study, it was also used plasma as a sample test. The aim was to determine the incidence of herpesviruses in patients with suspect of virus infections of the nervous system using nested PCR in cerebrospinal fluid and compare the results with nested PCR performed on DNA extracted from plasma, by checking the correlation between them. The study included 52 samples of CSF and plasma from 52 immunocompetent patients with clinical symptoms of disorders in the nervous system. Clinical data were obtained from the information contained in the medical records. As a result, in 27/52 (52%) patients, herpesvirus DNA was detected at least once in CSF samples by nested PCR. These samples, 15/27 (55%) had initial diagnosis of encephalitis. The occurrence of monoinfection was 10/27 (37%) patients. Coinfection occurred in 17/27 (63%) positive patients. The most prevalent viruses found were Epstein-Barr virus and human cytomegalovirus, with 12/27 (44%) and 15/27 (55%), respectively. A patient with initial hypothesis of encephalitis that was positive for these two viruses died due to acute respiratory failure, epilepsy and encephalitis. Herpesvirus simplex 1 was observed in 5/27 (18%); herpesvirus simplex 2 in 2/27 (7%); varicella-zoster, 3/27 (11%); herpesvirus 6, 10/27 (37%) and herpesvirus 7, 9/27 (33%). Herpesvirus 8 was not detected. In DNA samples extracted from plasma, herpesviruses were positive in 32/52 (61%). Monoinfection occurred in 13/32 (41%) and coinfection occurred in 19/32 (59%). Herpesvirus simplex 1 occurred in 1/32 (3%); herpesvirus simplex 2 in 2/32 (6%); Epstein-Barr 5/32 (16%); human cytomegalovirus in 11/32 (34%); herpesvirus 6 in 7/32 (22%); herpesvirus 7 in 5/32 (16%) and herpesvirus 8 in 1/32 (3%). Using McNemar's test for analysis of agreement between the tests performed with DNA samples extracted from CSF with the plasma were observed that for herpesvirus 1, 2, Epstein-Barr, cytomegalovirus, herpesvirus type 6 and 7 positive studied, there was no statistically significant difference between the tests. For VZV and HHV-8 herpesvirus, could not be assessed due to the low number of positive cases. The qualitative detection of herpesvirus DNA in plasma by nested PCR can be as useful as the detection of CSF over time to identify patients with neurological disorders caused by these viruses, both immunocompetent as immunocompromised. Therefore, in this study it was seem the role human herpesvirus infections play in the nervous system in immunocompetent patients, focusing on diagnoses of viral infection in the central and peripheral nervous system. With the detection of viral DNA, early antiviral therapy may be institute for the virus that are antivirals available. Evaluating the efficiency of laboratorial diagnostic methods based on detection of DNA of the herpesvirus in the plasma, values obtained can be considered in relation to specificity, as well as the true negative values can be detected and empiric treatment can be avoided. These findings suggest that even occurring false negative results, this test can be used in patients who have problems related to the collection of CSF / Doutorado / Clinica Medica / Doutora em Clínica Médica
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Derivação ventriculosinusal retrógrada em lactentes com hidrocefalia após correção de mielomeningocele / Retrograde ventriculosinus shunt in infants with hydrocephalus after treatment of myelomeningocele

Oliveira, Matheus Fernandes de 27 March 2017 (has links)
INTRODUÇÃO. Atualmente, o tratamento da hidrocefalia é realizado principalmente através de uma Derivação ventrículo-peritoneal (DVP). Este estudo tem como objetivo descrever a aplicação da derivação ventrículosinusal retrógrada (DVSR) em pacientes com hidrocefalia após o tratamento cirúrgico de mielomeningocele. MÉTODO. Estudo prospectivo, randomizado e controlado. Foram selecionados consecutivamente 9 pacientes com hidrocefalia após correção cirúrgica de mielomeningocele de janeiro de 2010 a janeiro de 2012. Os pacientes foram submetidos à DVSR ou DVP eletiva. Cinco submetidos à DVSR e 4 à DVP, sendo seguidos por 1 ano com realização trimestral de avaliações clínicas, de imagem e aplicação do Doppler transcraniano. RESULTADOS. Os pacientes tratados com DVSR apresentaram desfechos clínicos semelhantes aos do grupo de DVP. O Doppler mostrou melhora significativa quando comparado o pré-operatório com o pós-operatório. O grupo DVSR apresentou perímetro cefálico significativamente maior que o grupo DVP. O desenvolvimento neuropsicomotor, complicações e desfechos centrados nos pacientes não diferiram entre os grupos. CONCLUSÕES. A técnica cirúrgica da derivação ventrículo-sinusal retrógrada é viável; ela é uma opção alternativa para o tratamento de hidrocefalia / INTRODUCTION. Currently, treatment of hydrocephalus is accomplished primarily through a ventricular-peritoneal shunt (VPS). This study aims to describe the application of retrograde ventricle-sinus shunt (RVSS) in patients with hydrocephalus after surgical treatment of myelomeningocele. METHOD. A prospective, randomized and controlled study. We consecutively enrolled 9 patients with hydrocephalus after surgical repair of myelomeningocele from January 2010 to January 2012. These patients underwent elective RVSS or VPS. Five underwent RVSS and 4 underwent VPS. These patients were followed for one year with quarterly clinical and image evaluations and application of transcranial Doppler. RESULTS. Patients treated with RVSS showed clinical outcomes similar to those of VPS group. Doppler showed significant improvement when comparing preoperative to the postoperative period. RVSS group showed significantly higher cephalic perimeter than VPS group. Neuropsychomotor development, complications and subjective outcomes did not differ between groups. CONCLUSIONS. Surgical technique of retrograde ventricle-sinus shunt is viable; it is an alternative option for the treatment of hydrocephalus
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Padronização de teste molecular para o diagnóstico de meningites bacterianas pós-neurocirurgia / Standardization of molecular test for the diagnosis of bacterial meningitis after neurosurgery

Medeiros, Micheli 08 February 2019 (has links)
Resumo: A meningite é uma inflamação das membranas que revestem o sistema nervoso central. As principais etiologias desta doença são de origem infecciosa, podendo ser bacteriana, fúngica ou viral. A meningite pode ocorrer como uma infecção hospitalar e pode ser associada a trauma ou neurocirurgia. Quando diagnosticada após um procedimento neurocirúrgico, a maior parte dos agentes infecciosos causadores da meningite provem da microbiota endógena da pele e do cabelo. No entanto, existem casos no qual o agente etiológico não é diagnosticado pelas técnicas laboratoriais convencionais, como a cultura microbiológica e bacterioscopia, dificultando a prescrição de terapias adequadas. O objetivo deste estudo foi identificar os agentes causadores de meningite após neurocirurgia (MAN) utilizando técnicas de biologia molecular e comparando-as com a cultura microbiológica. Foram incluídas amostras de líquido cefalorraquidiano (LCR) de pacientes submetidos a neurocirurgia e pacientes submetidos a cirurgias eletivas com uso de raquianestesia durante o período de 2015 a 2016. A reação em cadeia da polimerase (PCR) foi utilizada para avaliação da presença do gene 16S do DNA ribossômico, comum em microrganismos de origem bacteriana, e o sequenciamento do mesmo para a identificação do agente etiológico. As amostras foram classificadas em 5 grupos de acordo com a suspeita clínica e dados quimiocitológicos do LCR: meningite bacteriana (MB) confirmada, MB possível, MB provável, MB improvável e sem MB, neste último grupo estão apenas pacientes submetidos a cirurgias eletivas. Das 51 amostras de LCR incluídas (43 pós-neurocirurgia e 8 pré-anestésica), 21 (41,2%) apresentaram cultura microbiológica negativa com PCR positiva, sendo: 3 (14,2%) MB possível, 4 (19,0%) MB provável, 13 (62,0%) MB improvável, 1 (4,8%) sem MB. Do total de 15 amostras positivas para PCR foi identificada ao menos a família filogenética, houve predomínio de microrganismos Gram negativos, somando 11 contra 4 Gram positivos. A identificação dos agentes etiológicos na MAN, incluindo os não detectados por métodos convencionais de identificação laboratorial, demonstraram que a biologia molecular pode complementar o diagnóstico colaborando de forma positiva, guiando o tratamento para o microrganismo específico ou sua família / Abstract: Meningitis is an inflammation of the membranes covering the central nervous system. The main causes of this disease are bacterial, fungal or viral agents. Meningitis may be associated with trauma or neurosurgery. When meningitis is diagnosed after a neurosurgical procedure, the most common microorganisms belong to skin and hair microbiota. However, there are cases in which the etiological agent is not diagnosed by conventional laboratory techniques, such as microbial culture and bacterioscopy, which makes it difficult to establish adequate therapies. The objective of this study is to identify agents causing meningitis after neurosurgery (MAN) using polymerase chain reaction (PCR) and sequencing of the 16S rRNA gene, compared to the conventional microbiological culture. Cerebrospinal fluid (CSF) was collected from 43 patients who had undergone neurosurgery and 8 patients during spinal anesthesia were included during the period from 2015 to 2016. Polymerase chain reaction (PCR) was used to evaluate the presence of the 16S ribosomal RNA gene, common in microorganisms of bacterial origin, and the sequencing of the same for the identification of the etiological agent. Samples were classified into five groups according to clinical data and CSF analysis: confirmed bacterial meningitis (MB), probable MB, possible MB, unlikely MB, no meningitis, in this last group are only patients submitted to elective surgeries. There were 51 CSF samples included (43 post neurosurgery and 8 pre-spinal anesthesia), 21 samples (41.2%) presented negative microbial culture and were PCR-positive, divided as: 3 (14.2%) probable MB, 4 (19%) possible MB, 13 (62%) unlikely MB and 1 (4.8%) no meningitis. From the total of 15 PCR-positive samples at least the phylogenetic family was identified with a predominance of Gram negative microorganisms, (11). The identification of etiologic agents in MAN, including those not detected by conventional laboratory identification methods, suggests molecular biology can complement the diagnosis and collaborate in guiding the treatment for the specific microorganism or its family
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Perfil proteômico do líquido cefalorraquidiano após transplantes intratecal de células estromais mesenquimais multipotentes em equinos

Svicero, Denis Jeronimo. January 2019 (has links)
Orientador: Rogerio Martins Amorim / Resumo: Estudos com células estromais mesenquimais multipotentes (MSCs) estão em crescente progresso devido às suas propriedades imunomoduladoras, antiinflamatórias, antiapoptóticas e de regeneração tecidual, tornando essa modalidade de terapia celular promissora no tratamento de diversas doenças. Devido à limitada capacidade regenerativa do sistema nervoso central (CNS), causando sequelas funcionais, as MSCs estão sendo investigadas como uma alternativa terapêutica para condições neurológicas inflamatórias, vasculares, traumáticas e degenerativas em diversas espécies animais. A Mieloencefalite protozoária equina (EPM) causada por ambos os protozoários do filo Apicomplexa, Sarcocystis neurona e Neospora hughesi, permanece como uma importante doença neurológica dos equinos nas Américas, embora a maioria dos casos seja devida à infecção por S. neurona. A aplicação da proteômica com sua gama de ferramentas na clínica de equinos pode contribuir significativamente para o entendimento de processos patológicos e facilitar a descoberta de novos alvos terapêuticos ou marcadores diagnósticos. Neste contexto, os objetivos deste estudo foram avaliar o perfil proteômico do líquido cefalorraquidiano (CSF) antes e após múltiplos transplantes intratecal de MSCs em equinos hígidos e o perfil proteômico do CSF de equinos cronicamente afetados pela EPM. Doze cavalos adultos clinicamente saudáveis foram divididos aleatoriamente em três grupos experimentais: grupo DPBS (DPBS ou control; n = 4) onde a sol... (Resumo completo, clicar acesso eletrônico abaixo) / Abstract: Multipotent mesenchymal stromal cell (MSCs) studies are under increasing progress because of their immunomodulatory, anti-inflammatory, antiapoptotic and tissue regeneration properties, making this modality of cell therapy promising in the treatment of various diseases. Due to the limited regenerative capacity of the central nervous system (CNS), causing functional sequelae, MSCs are being investigated as a therapeutic alternative for inflammatory, vascular, traumatic and degenerative neurological conditions in various animal species. Equine protozoal myeloencephalitis (EPM) caused by both protozoa of the Apicomplexa phylum, Sarcocystis neurona and Neospora hughesi, remains an important neurological disease in horses in the Americas, although most cases are due to S. neurona infection. The application of proteomics with its range of tools in the equine clinic can contribute significantly to the understanding of pathological processes and facilitate the discovery of new therapeutic targets or diagnostic markers. In this context, the objectives of this study were to evaluate the proteomic profiling of cerebrospinal fluid (CSF) before and after multiple intrathecal transplantations of MSCs in healthy horses and the CSF proteomic profiling of horses chronically affected by EPM. Twelve clinically healthy adult horses were randomly divided into three experimental groups: DPBS (DPBS or control; n = 4), in which intrathecal "transplants" with Dulbecco's phosphate buffered saline (DPB... (Complete abstract click electronic access below) / Doutor
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Alterações volumétricas cerebrais em indivíduos com dependência de álcool: um estudo utilizando ressonância magnética morfométrica com parcelamento semiautomático de sub-regiões frontais / Volumetric brain changes in subjects with alcohol dependence: a study using magnetic resonance imaging with semiautomatic parcellation of prefrontal areas

Carvalho, Simone Villas Boas de 13 February 2012 (has links)
INTRODUÇÃO: A ressonância magnética (RM) é, atualmente, uma das técnicas mais utilizadas para avaliação quantitativa do volume das estruturas cerebrais. Estudos com pessoas que preenchem critérios diagnósticos para dependência de álcool, utilizando esta técnica, demonstram atrofia cerebral nestes sujeitos, sendo que a região mais sensível e afetada pelos efeitos do álcool parece ser o córtex pré-frontal. A literatura revisada sugere que as subporções do córtex pré-frontal que podem ser mais suscetíveis aos efeitos do uso crônico do álcool são as regiões filogeneticamente mais recentes, como as áreas anterior e dorsolateral, enquanto que a área orbital, mais antiga, pode estar mais preservada. No entanto, nenhum estudo de RM morfométrica até hoje investigou possíveis diferenças no grau de comprometimento morfológico entre áreas de Brodmann (AB) distintas na região pré-frontal, em indivíduos que preenchem diagnóstico para dependência de álcool em comparação com voluntários saudáveis. OBJETIVO: O presente trabalho teve como objetivo realizar um estudo detalhado do impacto do álcool, especialmente sobre o córtex pré-frontal, parcelando-o em áreas de Brodmann, o que pode auxiliar para uma maior compreensão dos danos cerebrais subjacentes aos déficits cognitivos presentes em alcoolistas e ajudar no planejamento de estratégias terapêuticas e de reabilitação cognitiva. METODOLOGIA: A amostra foi composta por dois grupos: o grupo dependentes de álcool (DA), com 98 sujeitos que preenchiam critérios diagnósticos para dependência de álcool, e o grupo controle, com 73 sujeitos saudáveis pareados por idade, sexo e dominância cerebral. RESULTADOS: Foram encontradas diferenças estatisticamente significantes na volumetria cerebral, especialmente, no córtex frontal (substância cinzenta e líquor p<0,05) e parietal (substância cinzenta e líquor p<0,05). Quando dividido em AB, as áreas mais afetadas foram a AB 8 (SC p<0,001; L p<0,006), AB 9 (SC e L p<0,002) e AB 44 (L p=0,036 , SB p<0,005). CONCLUSÃO: Foi possível confirmar a hipótese inicial de que as áreas filogeneticamente jovens são mais sensíveis e vulneráveis à neurotoxidade do álcool, o qual, por sua vez, acelera o processo natural do envelhecimento, implicando perdas de substância cinzenta, principalmente nas áreas cognitivamente mais sofisticadas, como a anterior e a dorsolateral do córtex pré-frontal / INTRODUCTION: Magnetic resonance imaging (MRI) is currently one of the most widely used techniques for quantitative evaluation brain volume. MRI studies with people who meet diagnostic criteria for alcohol dependence show brain atrophy, especially on the prefrontal cortex, which seems to be the most sensitive and affected area by the neurotoxic effects of alcohol. The reviewed literature suggests that the sub-portions of the prefrontal cortex that may be more susceptible to the effects of chronic alcohol use are the phylogenetically newer regions such as the anterior and dorsolateral areas, while the orbital area, older than the others, may be preserved. However, no morphometric MRI study has investigated possible differences in the degree of morphological changes at Brodmann areas (BA) in prefrontal regions of people who meet the diagnosis for alcohol dependence compared with healthy volunteers. OBJECTIVE: The aim of this study was deep investigate alcohols impact, especially in the prefrontal cortex, dividing it in BA, which can contribute to a better understanding of the brain damage, underlying cognitive deficits present in alcoholics, and to help to establish treatment strategies and cognitive rehabilitation. METHODS: The sample comprised two groups: a group of alcohol dependent (AD) with 98 subjects, who met diagnostic criteria for alcohol dependence, and the control group consisted of 73 healthy subjects matched for age, sex and cerebral dominance. RESULTS: Statistically significant differences were found in the brain volume, mainly in the frontal cortex (gray matter and CSF p <0.05) and parietal cortex (gray matter, white matter and CSF p <0.05). When divided in Brodmann areas, the most affected one was: BA 8 (gray matter p <0.001; CSF p<0.006), BA 9 (gray matter and CSF p<0.002) and BA 44 (CSF p = 0.036, white matter p<0.005). CONCLUSION: It was possible to confirm the initial hypothesis that the phylogenetically younger areas are more sensitive and vulnerable to alcohol neurotoxicity, which accelerates the natural process of aging, implying loss of gray matter, especially in areas more cognitively sophisticated such as the anterior and the dorsolateral prefrontal areas
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Etiologia das encefalites e meningites de líquor claro / Etiology of encephalitis and clear cerebrospinal meningitis

Nunes, Cristina Freitas 29 May 2018 (has links)
Infecções no sistema nervoso central (SNC) causadas por microrganismos desencadeiam sintomas de moderados a severos, dependendo da região atingida, podendo ser designadas como encefalites ou meningites. Os vírus são os agentes mais comuns nestas infecções. Os agentes virais responsáveis por essas enfermidades que apresentam maior incidência na população mundial são certos herpesvírus, flavivírus, influenza A, enterovírus e vírus da caxumba. Entretanto, essa prevalência varia de acordo com a população, estado imunológico do indivíduo, idade e região estudada. Embora existam dados bem estabelecidos da etiologia dessas doenças em alguns países, ainda há uma carência de informação no que diz respeito à etiologia dessas moléstias no Brasil. Assim, informações mais precisas em relação à prevalência desses agentes em nosso meio são necessárias para o desenvolvimento e aplicação de métodos de diagnósticos mais rápidos e eficientes. Neste trabalho, foram analisadas 120 amostras de liquido cefalorraquidiano (LCR), procedentes de dois centros da cidade de São Paulo (Irmandade Santa Casa de Misericórdia e Hospital das Clínicas da Faculdade de medicina da Universidade de São Paulo), as quais foram submetidas à reação em cadeia de polimerase para o herpesvirus simples 1 e 2 (HSV 1 e 2), vírus da varicela zoster (VZV), herpesvirus humano 6 (HHV-6), influenza A (FLUA), enterovírus, vírus da caxumba, poliomavírus vírus BK (BKV) e vírus JC (JCV) para flavivírus. Do total, 44 amostras (36,7%) apresentaram resultado positivo para algum dos vírus analisados no âmbito desta pesquisa, sendo 15 (12,5%) para poliomavírus BKV, 2 (1,7%) para poliomavírus JCV, 21 (17,5%) para HSV1 e 2, 5 (4,2%) foram positivos para BKV e HSV1 e 2 (coinfecção) e 1 (0,8%) para vírus Epstein-Barr (EBV). Uma parte das amostras negativas foi submetida a sequenciamento direto de nova geração (n=8 amostras), resultando em amostras positivas para vírus (vírus simio 40), protozoários e bactérias. Este estudo mostrou que infelizmente, menos de 50% das encefalites e meningites assépticas puderam ser relacionadas a algum agente viral. Houve uma alta prevalência de HSV no material estudado, de acordo com o esperado, mas a presença de poliomavírus no LCR destes indivíduos foi acima da observada na literatura. Esses, bem como os resultados de sequenciamento direto e sua associação a etiologia das encefalites e meningites, devem ser interpretados com cautela. / Central nervous system (CNS) infections caused by microorganism trigger moderate to severe symptoms, depending on the region affected and may be referred as encephalitis or meningitis. Viruses are the most common agents in these infections. The viral agents responsible for these diseases with highest incidence worldwide are certain herpesviruses, flaviviruses, influenza A, enteroviruses, and mumps virus. However, their prevalence vary according to the population, immunological state of the individual, age and region studied. Although there are well-established data on the etiology of these diseases in some countries, there is little information regarding the etiology of these diseases in Brazil. Thus, data regarding the prevalence of these agents in our environment is necessary for the development and application of faster and more efficient diagnostic methods. In this study, 120 cerebrospinal fluid (CSF) samples from two centers of the city of São Paulo (Hospital Santa Casa de Misericordia and Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) were investigated by PCRs for herpes simplex virus (HSV 1 and 2), varicela zoster virus (VZV), human herpesvirus 6 (HHV6), influenza A, enterovirus, mumps virus, polyomavirus BK virus and JC virus and flaviviruses. From these, 44 samples (36.7%) presented positive result for one of the viruses analyzed, being 15 (12.5%) for polyomavirus BKV, 2 (1.7%) for polyomavirus JCV, 21 (17.5%) for HSV 1 and 2, 5 (4.2%) samples were positive for BKV and HSV1 and 2 (coinfection) and 1 (0.8%) for Epstein-Barr virus (EBV). A part of the negative samples (n=8) were submitted to next generation direct sequencing and revealed the presence of agents as viruses (simian virus 40), protozoa and bacteria. This study showed that unfortunately, less than 50% of the aseptic encephalitis and meningitis could be related to some viral agent. It was found high prevalence of HSV, as expected, but the presence of polyomavirus in the CSF of these individuals was higher than that observed in the literature. These results, as well as direct sequencing results and its relationship to the etiology of encephalitis and meningitis should be interpreted with caution.
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Receptor desencadeador expresso nas células mielóides Tipo 1 (TREM-1) no diagnóstico e prognóstico na meningite bacteriana em crianças

Torres, Vitor Félix January 2015 (has links)
Base teórica: A meningite bacteriana é uma causa importante de morbidade e mortalidade na infância. Análise do líquido cefalorraquidiano (LCR) continua a ser a ferramenta de diagnóstico padrão ouro, porém novos biomarcadores para o diagnóstico e prognóstico ainda são necessários. Receptor Desencadeador Expresso nas Células Mielóides Tipo 1 (TREM-1) é um receptor transmembrana expresso em neutrófilos e monócitos, que desempenha um papel importante na modulação da resposta inflamatória. A sua fração solúvel (sTREM-1) também é aumentada na infecção, inflamação ou doenças imunológicas. Neste estudo nós avaliamos, prospectivamente, o valor do TREM-1 como um biomarcador de meningite bacteriana aguda em pacientes pediátricos e sua possível utilização como uma ferramenta de prognóstico neste cenário. Objetivos: O objetivo primário do presente estudo é caracterizar os níveis líquóricos solúveis de TREM-1 (sTREM-1) em pacientes admitidos por suspeita clínica de meningite. Analisamos também os níveis de sTREM-1 nos casos de meningite bacteriana e viral, além de medir a sensibilidade e especificidade deste biomarcador no LCR e estudar se esse biomarcador pode ser um fator associado ao prognóstico em meningite bacteriana aguda. Métodos: Sessenta e um pacientes pediátricos, de 0 a 10 anos foram avaliados quanto à meningite e foram prospectivamente incluídos neste estudo. Na admissão, após a suspeita clínica de meningite foram submetidos à análise do LCR para o diagnóstico e uma amostra do LCR inicial foi utilizado também para análise do sTREM-1. Os pacientes foram acompanhados durante a sua internação com o registro de seu tratamento e desfecho clínico para posterior análise dos dados. Resultados: Dentre os 61 pacientes, 38 (62%) foram negativos para a meningite, 7 (11%) pacientes foram diagnosticados com meningite viral e 16 (27%) pacientes foram diagnosticados com meningite bacteriana aguda e recebeu tratamento direcionado. Sexo (p = 0,15), presença de fatores de risco identificados (p = 0,17), presença de convulsões (p = 0,31), outras complicações clínicas (p = 0,11) e mortalidade (p = 0,66) não diferiram entre os grupos. Anormalidades sensoriais (p <0,0001) e presença de cefaléia (p = 0,003) foram mais prevalentes em pacientes com meningite. Como esperado, a contagem de leucócitos, glicose e proteína no LCR foram significativamente diferentes entre pacientes com meningite e pacientes sem meningite. As concentrações de sTREM-1 no LCR de pacientes com meningite bacteriana foi superior quando comparada com pacientes com meningite viral e com controles (1204,67 pg/ml, 39,34 pg/ml e 12,09 pg/ml, respectivamente; p <0,0001). Quando sTREM-1 foi usado como um determinante de diferenciação entre pacientes com ou sem meningite bacteriana, a análise da área sob a curva ROC foi de 0,95 (IC de 95% = 0,89-1,00; p <0,0001). A presença de fatores de risco para a meningite bacteriana (p = 0,04), anormalidades sensoriais (p <0,0001), contagem de leucócitos no LCR (p = 0,01), níveis de glicose no LCR (p = 0,002), níveis de proteína no LCR (p = 0,032) e os níveis de sTREM-1 no LCR (p = 0,004) foram associados com meningite bacteriana, incluindo os níveis sTREM-1 acima do ponto de corte estabelecido de 68,0 pg/ml (p <0,0001). A meningite bacteriana (p = 0,02) e os valores de sTREM-1 maior do que o ponto de corte (68,0 pg/ml) (p = 0,04) foram associados com sequelas neurológicas graves e morte neste grupo de pacientes. Conclusão: Avaliamos os níveis sTREM-1 de crianças com suspeita clínica de meningite. Os níveis de s-TREM-1 foram aumentados nos casos de meningite bacteriana e correlacionados com o prognóstico. Os nossos resultados sugerem que níveis elevados de sTREM-1 no LCR podem ser utilizados como um biomarcador para o diagnóstico de meningite bacteriana aguda em crianças e que pode ser útil na determinação do prognóstico do paciente nesse cenário. / Background: Bacterial meningitis is an important cause of morbidity and mortality in infancy. Cerebrospinal fluid (CSF) analysis remains the gold standard diagnostic tool, however new biomarkers for diagnosis and prognosis are still required. Triggering receptor expressed on myeloid cells-1 (TREM-1) is a transmembrane receptor expressed on neutrophils and monocytes that plays an important role on the immune response. Its soluble fraction (sTREM-1) is also increased in infection, inflammation or immune diseases. In this study we evaluate the value of sTREM-1 as a biomarker of acute bacterial meningitis in pediatric patients and its possible use as a prognostic tool prospectively. Methods: Sixty-one pediatric patients, from 0 to 10 years of age were evaluated for meningitis and were prospectively included in this study. At admission, following clinical hypothesis of meningitis patients were submitted to CSF analysis for diagnosis and a sample of initial CSF was also used for TREM-1 analysis. Patients were followed during hospitalization and clinical evaluation and treatment outcome were recorded for posterior analysis. Results: Thirty-eight (62%) out of 61 patients were negative for meningitis, 7 (11%) patients were diagnosed with viral meningitis and 16 (27%) patients were diagnosed with and received treatment for acute bacterial meningitis. Sex (p = 0.15), presence of identified risk factors (p = 0.17), presence of seizures (p = 0.31), other clinical complications (p = 0.11), and mortality (p = 0.66) did not differ among groups. Sensorial abnormalities (p<0.0001) and presence of headache (p= 0.003) were more prevalent in patients with meningitis. As expected, leukocyte count, glucose, and protein levels were significantly different between patients with meningitis and patients without meningitis. Concentrations of sTREM-1 in CSF from patients with bacterial meningitis was higher when compared to patients with viral meningitis and with controls (1204.67 pg/ml, 39.34 pg/ml and 12.09 pg/ml, respectively; p<0.0001). When sTREM-1 was used as a determinant to differentiate between patients with or without bacterial meningitis, the analysis of the area under the ROC curve (AUC) was 0.95 (95% CI=0.89-1.00; p<0.0001). Presence of risk factors for bacterial meningitis (p = 0.04), sensorial abnormalities (p<0.0001), CSF leukocyte count (p = 0.01), CSF glucose levels (p = 0.002), CSF protein levels (p = 0.032) and CSF sTREM-1 levels (p = 0.004) were all associated with bacterial meningitis, including sTREM-1 levels above the established cut-off point of 68.0 pg/ml (p<0.0001). Bacterial meningitis (p = 0.02) and values of sTREM-1 higher than the cut-off point (68.0 pg/ml) (p = 0.04) were associated with death and severe neurological disabilities in this patient cohort. Conclusion: We evaluated sTREM-1 levels in CSF of children with clinical hypothesis of meningitis. The sTREM-1 levels were increased in bacterial meningitis and correlated with prognosis. Our results suggest that CSF sTREM- 1 levels can be used as a biomarker for diagnosis of acute bacterial meningitis in children and it might be useful in determining patient’s prognosis in this scenario.
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Receptor desencadeador expresso nas células mielóides Tipo 1 (TREM-1) no diagnóstico e prognóstico na meningite bacteriana em crianças

Torres, Vitor Félix January 2015 (has links)
Base teórica: A meningite bacteriana é uma causa importante de morbidade e mortalidade na infância. Análise do líquido cefalorraquidiano (LCR) continua a ser a ferramenta de diagnóstico padrão ouro, porém novos biomarcadores para o diagnóstico e prognóstico ainda são necessários. Receptor Desencadeador Expresso nas Células Mielóides Tipo 1 (TREM-1) é um receptor transmembrana expresso em neutrófilos e monócitos, que desempenha um papel importante na modulação da resposta inflamatória. A sua fração solúvel (sTREM-1) também é aumentada na infecção, inflamação ou doenças imunológicas. Neste estudo nós avaliamos, prospectivamente, o valor do TREM-1 como um biomarcador de meningite bacteriana aguda em pacientes pediátricos e sua possível utilização como uma ferramenta de prognóstico neste cenário. Objetivos: O objetivo primário do presente estudo é caracterizar os níveis líquóricos solúveis de TREM-1 (sTREM-1) em pacientes admitidos por suspeita clínica de meningite. Analisamos também os níveis de sTREM-1 nos casos de meningite bacteriana e viral, além de medir a sensibilidade e especificidade deste biomarcador no LCR e estudar se esse biomarcador pode ser um fator associado ao prognóstico em meningite bacteriana aguda. Métodos: Sessenta e um pacientes pediátricos, de 0 a 10 anos foram avaliados quanto à meningite e foram prospectivamente incluídos neste estudo. Na admissão, após a suspeita clínica de meningite foram submetidos à análise do LCR para o diagnóstico e uma amostra do LCR inicial foi utilizado também para análise do sTREM-1. Os pacientes foram acompanhados durante a sua internação com o registro de seu tratamento e desfecho clínico para posterior análise dos dados. Resultados: Dentre os 61 pacientes, 38 (62%) foram negativos para a meningite, 7 (11%) pacientes foram diagnosticados com meningite viral e 16 (27%) pacientes foram diagnosticados com meningite bacteriana aguda e recebeu tratamento direcionado. Sexo (p = 0,15), presença de fatores de risco identificados (p = 0,17), presença de convulsões (p = 0,31), outras complicações clínicas (p = 0,11) e mortalidade (p = 0,66) não diferiram entre os grupos. Anormalidades sensoriais (p <0,0001) e presença de cefaléia (p = 0,003) foram mais prevalentes em pacientes com meningite. Como esperado, a contagem de leucócitos, glicose e proteína no LCR foram significativamente diferentes entre pacientes com meningite e pacientes sem meningite. As concentrações de sTREM-1 no LCR de pacientes com meningite bacteriana foi superior quando comparada com pacientes com meningite viral e com controles (1204,67 pg/ml, 39,34 pg/ml e 12,09 pg/ml, respectivamente; p <0,0001). Quando sTREM-1 foi usado como um determinante de diferenciação entre pacientes com ou sem meningite bacteriana, a análise da área sob a curva ROC foi de 0,95 (IC de 95% = 0,89-1,00; p <0,0001). A presença de fatores de risco para a meningite bacteriana (p = 0,04), anormalidades sensoriais (p <0,0001), contagem de leucócitos no LCR (p = 0,01), níveis de glicose no LCR (p = 0,002), níveis de proteína no LCR (p = 0,032) e os níveis de sTREM-1 no LCR (p = 0,004) foram associados com meningite bacteriana, incluindo os níveis sTREM-1 acima do ponto de corte estabelecido de 68,0 pg/ml (p <0,0001). A meningite bacteriana (p = 0,02) e os valores de sTREM-1 maior do que o ponto de corte (68,0 pg/ml) (p = 0,04) foram associados com sequelas neurológicas graves e morte neste grupo de pacientes. Conclusão: Avaliamos os níveis sTREM-1 de crianças com suspeita clínica de meningite. Os níveis de s-TREM-1 foram aumentados nos casos de meningite bacteriana e correlacionados com o prognóstico. Os nossos resultados sugerem que níveis elevados de sTREM-1 no LCR podem ser utilizados como um biomarcador para o diagnóstico de meningite bacteriana aguda em crianças e que pode ser útil na determinação do prognóstico do paciente nesse cenário. / Background: Bacterial meningitis is an important cause of morbidity and mortality in infancy. Cerebrospinal fluid (CSF) analysis remains the gold standard diagnostic tool, however new biomarkers for diagnosis and prognosis are still required. Triggering receptor expressed on myeloid cells-1 (TREM-1) is a transmembrane receptor expressed on neutrophils and monocytes that plays an important role on the immune response. Its soluble fraction (sTREM-1) is also increased in infection, inflammation or immune diseases. In this study we evaluate the value of sTREM-1 as a biomarker of acute bacterial meningitis in pediatric patients and its possible use as a prognostic tool prospectively. Methods: Sixty-one pediatric patients, from 0 to 10 years of age were evaluated for meningitis and were prospectively included in this study. At admission, following clinical hypothesis of meningitis patients were submitted to CSF analysis for diagnosis and a sample of initial CSF was also used for TREM-1 analysis. Patients were followed during hospitalization and clinical evaluation and treatment outcome were recorded for posterior analysis. Results: Thirty-eight (62%) out of 61 patients were negative for meningitis, 7 (11%) patients were diagnosed with viral meningitis and 16 (27%) patients were diagnosed with and received treatment for acute bacterial meningitis. Sex (p = 0.15), presence of identified risk factors (p = 0.17), presence of seizures (p = 0.31), other clinical complications (p = 0.11), and mortality (p = 0.66) did not differ among groups. Sensorial abnormalities (p<0.0001) and presence of headache (p= 0.003) were more prevalent in patients with meningitis. As expected, leukocyte count, glucose, and protein levels were significantly different between patients with meningitis and patients without meningitis. Concentrations of sTREM-1 in CSF from patients with bacterial meningitis was higher when compared to patients with viral meningitis and with controls (1204.67 pg/ml, 39.34 pg/ml and 12.09 pg/ml, respectively; p<0.0001). When sTREM-1 was used as a determinant to differentiate between patients with or without bacterial meningitis, the analysis of the area under the ROC curve (AUC) was 0.95 (95% CI=0.89-1.00; p<0.0001). Presence of risk factors for bacterial meningitis (p = 0.04), sensorial abnormalities (p<0.0001), CSF leukocyte count (p = 0.01), CSF glucose levels (p = 0.002), CSF protein levels (p = 0.032) and CSF sTREM-1 levels (p = 0.004) were all associated with bacterial meningitis, including sTREM-1 levels above the established cut-off point of 68.0 pg/ml (p<0.0001). Bacterial meningitis (p = 0.02) and values of sTREM-1 higher than the cut-off point (68.0 pg/ml) (p = 0.04) were associated with death and severe neurological disabilities in this patient cohort. Conclusion: We evaluated sTREM-1 levels in CSF of children with clinical hypothesis of meningitis. The sTREM-1 levels were increased in bacterial meningitis and correlated with prognosis. Our results suggest that CSF sTREM- 1 levels can be used as a biomarker for diagnosis of acute bacterial meningitis in children and it might be useful in determining patient’s prognosis in this scenario.

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