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Depressão pós-parto materna e desenvolvimento motor de bebês no quarto mês de vida / Maternal postpartum depression and motor development of infants in the fourth month

Schwanz, Cristina Carvalhal 20 December 2010 (has links)
Made available in DSpace on 2016-03-22T17:26:31Z (GMT). No. of bitstreams: 1 cristina_schwanz2010.pdf: 1574413 bytes, checksum: 0af7b42529c49773136b8d2e7aca53f7 (MD5) Previous issue date: 2010-12-20 / Objective: To assess the relationship between maternal postpartum depression with motor development of infants at four months. Methods: A cross-sectional with women that receiving the National Health System Care (SUS) of Pelotas. The sample was of convenience, including women who gave birth between July 2008 and March 2009, and child born in this pregnancy. To assess maternal depression, we used the EPDS (Edinburgh Postnatal Depression Scale). The children were assessed by the Alberta Infant Motor Scale - AIMS - between 90 and 120 days after birth. Results: The sample comprised 166 dyads. The prevalence of postpartum depression in mothers was 13.3%. Children exposed to postpartum depression had 1.31 (CI: -2.15, -0.46) points lower in the mean in prone scale, 1.22 (CI: -1.95, -0.49) points lower in mean of the supine scale and 0.52 (CI: -0.98, -0.06) points lower on mean of the sitting scale than children that not was exposed to postpartum depression. Child born to older mothers, who were hospitalized and the lowest socioeconomic class were also underperformed in the assessment of child motor development.Conclusion: The results suggest that maternal postpartum depression may be related to poor motor development at four month of the baby. Importantly, the programs related to child health should be directed to the mother-infant interaction / Objetivo: Verificar a relação da depressão pós-parto (DPP) materna com o desenvolvimento motor de bebês aos quatro meses. Métodos: Estudo transversal com famílias atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na cidade de Pelotas/RS. A amostra foi de conveniência, incluindo mulheres que tiveram seus bebês entre julho de 2008 e março de 2009, e bebês nascidos dessa gestação. Para avaliar a depressão materna, foi utilizada a EPDS (Edinburgh Postnatal Depression Scale). Os bebês foram avaliados pela Alberta Infant Motor Scale AIMS , entre 90 e 120 dias, após o nascimento. Resultados: A amostra foi composta por 166 díades. A prevalência da depressão pós-parto nas mães foi de 13,3%. Crianças expostas à depressão pós-parto tiveram 1,31 (IC 95%: -2,15; -0,46) pontos a menos na média da escala prono, 1,22 (IC 95%: -1,95; -0,49) pontos a menos na média da escala supino e 0,52 (IC 95%: -0,98; -0,06) pontos a menos na média da escala sentado do que crianças não expostas. Bebês filhos de mães mais velhas, que tiveram hospitalizados e de classe socioeconômica mais baixa também tiveram um desempenho inferior na avaliação do desenvolvimento motor infantil. Conclusão: Os resultados sugerem que a depressão pós-parto (DPP) materna está relacionada a um pior desenvolvimento motor no quarto mês de vida do bebê. É importante ressaltar que os programas vinculados à saúde infantil devem estar voltados para a interação mãe-bebê
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Efeitos neurocognitivos e comportamentais da estimulação magnética transcraniana em puérperas com depressão pós-parto / Neurocognitive and behavioral effects of transcranial magnetic stimulation in puerperal patients with postpartum depression

Myczkowski, Martin Luiz 09 September 2009 (has links)
A depressão pós-parto (DPP), tal como o episódio depressivo maior, é uma manifestação psiquiátrica comum, caracterizada pela presença de alterações de humor, cognitivas, comportamentais, psicomotoras e vegetativas. Afeta a qualidade da interação mãe-bebê prejudicando a responsividade materna o que pode repercurtir negativamente na manutenção salutar do desenvolvimento da criança. Esta manifestação apresenta prevalência estimada entre 10 e 20%, considerando as mulheres que desenvolvem sintomas nas primeiras semanas depois do parto. As opções de tratamento incluem drogas antidepressivas e eletroconvulsoterapia (com anestesia). Porém, como ambas terapêuticas envolvem abordagens farmacológicas, há contra-indicação devido à toxidade que impediria a amamentação. Entretanto, existe uma preocupação sobre como garantir a eficácia do tratamento sem prejudicar o bebê. A Estimulação Magnética Transcraniana Repetitiva (EMTr), por ser uma técnica já consagrada quanto a eficácia antidepressiva, não toxicológica, indolor, não invasiva e bem tolerada para estimular o cérebro, parece ser uma boa alternativa de tratamento. Nos quadros depressivos em geral, são observados prejuízos substanciais a várias funções cognitivas cujas alterações cognitivas apresentadas são, em grande parte, semelhantes àquelas relacionadas a alterações do funcionamento do córtex pré-frontal. A função executiva é um dos principais domínios cognitivos afetados nos transtornos depressivos, geralmente avaliada por testes como Trail Making e o teste de Stroop. A presença de depressão em pacientes puerperais parece intensificar as alterações cognitivas, especialmente as funções associadas ao lobo frontal, além do que, também prejudicam o comportamento causando danos no funcionamento social global. No presente estudo, randomizado, controlado e duplo-cego, investigaram-se os possíveis efeitos da EMTr no funcionamento cognitivo e sua repercussão comportamental: Estimulação Magnética Transcraniana de repetição (EMTr) aplicada ao córtex prefrontal dorsolateral esquerdo (CPFDLE). Uma amostra inicial de dez pacientes com DPP foram distribuídos em dois grupos. Sete participantes de um dos grupos receberam EMTr ativa e três, do grupo controle, EMTr placebo. Os parâmetros utilizados na EMTr foram: freqüência de 5 Hz, intensidade de 120% do limiar motor, em intervalos de 10 segundos ligado e 20 segundos desligado, com 25 séries por dia (2500 pulsos), durante 20 dias (quatro semanas) com dois dias de pausa semanal. Os pacientes e os avaliadores eram cegos ao tipo de tratamento de cada grupo. A avaliação neuropsicológica se deu através de testes cognitivos relacionados às funções prejudicadas em quadros depressivos e com a área estimulada (CPFDLE). Foram também aplicadas as escalas de Adequação Social (EAS) de Weissmann e Bothwell para avaliar o comportamento funcional social global, de depressão de Hamilton, 17 itens, e de depressão pós-parto de Edinburgh. As avaliações foram realizadas em três momentos: antes do início do tratamento (T0), após 4 semanas (T2) e após 6 semanas (T3). Como principais resultados foram observadas: melhora significativa no quadro depressivo ao longo do tratamento e um melhor ajustamento comportamental no funcionamento social global geral, especialmente no contexto das relações familiares; ausência de efeitos negativos em todos os testes cognitivos após o tratamento com EMTr; desempenho superior do grupo EMTr ativa em comparação com o grupo EMTr placebo, principalmente no teste de Rey auditory Verbal Learning (RAVLT) evocação pós-interferência e tardia pós-trinta minutos, no teste Trail Making Parte A e no teste de Stroop Cores. Além disso, o melhor desempenho cognitivo observado no grupo EMTr ativa viii comparado ao grupo EMTr placebo, entre T0 e T4, foi mantido na semana 6 (T6) e por vezes até melhorou sutilmente, indicando que o efeito da estimulação mantém-se estável por, pelo menos 2 semanas após o término do tratamento. Discutem-se como possíveis fatores para esses resultados: ação local da EMTr, alteração dos níveis de alguns neurotransmissores como dopamina e serotonina, relação com a melhoria do quadro depressivo e possível efeito de aprendizado pela repetição em curto período de tempo entre as testagens. Concluí-se que, baseados em uma amostra de apenas 10 pacientes, a EMTr, no que diz respeito aos efeitos antidepressivos, no comportamento frente ao funcionamento social global e às funções cognitivas, não produziu efeitos negativos e sim, produziu alguns efeitos positivos. Esta melhora é de fundamental importância, para o bem estar da mãe e conseqüentemente para o desenvolvimento neuropsicomotor, afetivo e comportamental do bebê. Isto trará desdobramentos que poderão perdurar por toda uma vida para esta criança. Além disto, a segurança da EMT, já amplamente comprovada em outros estudos, poderá, em um futuro próximo, torná-la terapêutica de primeira escolha para este grupo de pacientes. / The postpartum depression (PPD) as the major depressive episode is a common psychiatric manifestation, characterized by the presence of mood, cognitive, behavioral, psychomotor and vegetative changes. It affects the quality of mother-infant interaction jeopardizing the maternal responsiveness, which may adversely affect the maintenance of a healthy development of children. This event presents the estimated dominance between 10 and 20%, taking into account women who develop symptoms in the first weeks after delivery. Treatment options include antidepressant drugs and electroconvulsive therapy (with anesthetic). However, as both treatments involve pharmacological approaches, there is counter-indication because of toxicity that would preclude breastfeeding. Nevertheless, there is concern about the efficiency of the treatment without causing any harm to the baby. The repetitive Transcranial Magnetic Stimulation (rTMS), as it is a technique already established for antidepressant efficacy, non-toxic, painless, non-invasive and well-tolerated to stimulate the brain, it seems to be a good alternative for treatment. For general depressive conditions, substantial damages have been noticed to several cognitive functions, in which the presented cognitive changes are, in large part, similar to those related to changes in the functioning of the pre-frontal cortex (PFC). The executive function is one of the major cognitive domains affected in depressive disorders, usually assessed by tests such as Trail Making and Stroop test. The presence of depression in puerperal patients seems to strengthen cognitive changes; especially those associated to frontal lobe functions, in addition to that, it also affects the behavior causing harm to the overall social functioning. In this study, randomized, controlled and double-blind, possible effects of rTMS in the cognitive functioning and its behavioral effect were assessed: Repetitive Transcranial Magnetic Stimulation (rTMS) applied to left-dorsum-lateral-prefrontal-cortex (LDLPC). An initial sample of ten patients with PPD was divided into two groups. Firstly, seven participants in one of the groups received active rTMS and, three, of the control group, placebo rTMS. The parameters used in rTMS were: frequency of 5 Hz, intensity of 120% of the motor threshold, at intervals of 10 seconds on and 20 seconds off, with 25 sets per day (2500 pulses), during 20 days (four weeks) with two days of rest per week. Patients and evaluators were blinded to the type of treatment for each group. The neuropsychological assessment was carried out by means of cognitive tests related to impaired functions in depressive conditions and with the stimulated area (LDLPC). Social Adjustment Scal (SAS-SR) of Weissmann & Bothwell was also applied to assess the overall social functional behavior, of Hamilton depression, 17 items, and Edinburg postpartum depression. Evaluations were performed on three occasions: before starting the treatment (T0), after 4 weeks (T2) and after 6 weeks (T3). The main results were: significant improvement regarding the depression condition throughout the treatment and a better behavioral adjustment in the general overall social functioning, especially in the context of family relationships, lack of negative effects on all cognitive tests after treatment with rTMS; superior performance of the active rTMS group compared to the placebo rTMS group, especially in the Rey Auditory Verbal Learning Test (RAVLT) post-interference and late evocation after thirty minutes in the Trail Making Test - Part A and the Colors - Stroop Test. Further, the best cognitive performance was observed in the active rTMS group compared to placebo rTMS group, between T0 and T4, was maintained at week 6 (T6) and sometimes even improved slightly, indicating that the effect of the stimulation remains stable by at least 2 x weeks after the end of the treatment. It has been discussed as possible factors for these results: local rTMS action, change in the levels of some neurotransmitters such as dopamine and serotonin, relationship with the improvement of the depressive condition and possible learning effect by repetition within a short period of time between tests. Ergo, based on a sample of only 10 patients, the rTMS, regarding antidepressant effects, the behavior compared to the overall social functioning and cognitive functions, it did not yield negative effects, however it rendered some positive effects. This improvement is of primary importance for the welfare of the mother hence to the babys neuro-psychomotor, emotional and behavioral development. This will bring further outcomes that may last for the whole life for this child. In addition, the safety of TMS, which has been already proven in other researches, may, in the near future, make it a first-choice therapy for this group of patients
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Desenvolvimento infantil a partir da perspectiva da psicologia do desenvolvimento evolucionista: um estudo de bebês filhos de mães com depressão pós-parto / Infant development from the Evolutionary Developmental Psychology perspective: infants of postpartum depressed mothers

Lucci, Tania Kiehl 03 October 2013 (has links)
O vínculo afetivo mãe-bebê, que se cria desde as primeiras interações, afeta o desenvolvimento emocional da criança. A depressão pós-parto (DPP) é um transtorno de humor que pode prejudicar a qualidade destas interações. Sendo o primeiro ano de vida um período em que o bebê está especialmente suscetível aos estímulos externos e totalmente dependente de cuidados, o objetivo da pesquisa relatada na dissertação de mestrado foi verificar o impacto da DPP no desenvolvimento neuropsicomotor em uma amostra representativa de crianças moradoras de uma região urbana da cidade de São Paulo, Brasil. Este estudo faz parte de um Projeto Temático FAPESP que teve por objetivo investigar os fatores de risco relacionados à DPP e sua influência no desenvolvimento das crianças ao longo de três anos. A Escala de Depressão Pós-parto de Edinburgh (EDPE) foi aplicada aos quatro e oito meses e o desenvolvimento neuropsicomotor dos bebês foi avaliado aos quatro (N=144), oito (N=127) e doze meses de vida (N=94), por itens baseados nos Testes Gesell e Amatruda, M-Chat, Denver e IRDI. Foram consideradas informações sobre a gestação, condições do parto e a avaliação neonatal obtidas nos prontuários do Hospital Universitário. A razão sexual no nascimento foi viesada no sentido de maior nascimento de meninas, o que é compatível com a Teoria de Trivers e Willard de viés da razão sexual por condições adversas. Aplicou-se uma análise de Regressão Logística aos dados de desenvolvimento, considerando-se no modelo a depressão pós-parto, o sexo, a idade e a frequência de creche. Os resultados mostraram que a depressão pós-parto materna foi um fator que prejudicou o desenvolvimento infantil nas avaliações realizadas aos oito e doze meses, mas não aos quatro meses. O sexo do bebê mostrou-se uma variável significativa. Aos oito meses os bebês do sexo masculino mostraram pior desempenho neuropsicomotor quando comparados aos bebês do sexo feminino. A literatura tem apontado nesta direção, evidenciando maior prejuízo dos meninos em função da depressão materna. Ao contrário do esperado, aos 12 meses as crianças que frequentavam creche mostraram pior desempenho quando comparadas às crianças que não frequentavam. A prevalência de DPP na amostra foi alta (26,7%) e os resultados sobre o desenvolvimento, preocupantes, apontando para a necessidade de políticas públicas de prevenção e intervenção precoce. Mesmo em condições adversas, podem surgir soluções criativas de grande impacto, a exemplo do método canguru. Além disso, os resultados desta investigação contribuem para o esforço multidisciplinar, relevante para o enfrentamento da questão da DPP / The mother-infant bond, created from the earliest dyadic interactions, affects the infant emotional development. The postpartum depression (PPD) is a depressive disorder that can impair the quality of these interactions. During the first year of life the infant is particularly susceptible to external stimuli and totally dependent on parental care. The goal of the research reported in the dissertation was to investigate the impact of PPD on psychomotor development in a sample of children living in an urban area of the city of Sao Paulo, Brazil. This study is part of a FAPESP Thematic Project which aimed to investigate the risk factors related to Postpartum Depression (PPD) and its influence on children\'s development over the first three years of life. Mothers mental state was assessed by the Edinburgh Postpartum Depression Scale (EPDS) at four and eight months after delivery and neurodevelopmental milestones were evaluated at four (N = 144), eight (N = 127) and twelve months (N = 94) through items based on Gesell and Amatruda, M-Chat, Denver and IRDI. Information was also collected about pregnancy, birth and neonatal evaluation from University Hospital reports. The sex ratio was biased at birth in favor of girls, consistent with Trivers and Willard Theory that harsh environmental conditions affects sex-ratio. Data were analyzed through logistic regression, considering the influence of postpartum depression, sex, age and day-care support. The results showed that child development was negatively affected by maternal postpartum depression at eight and twelve months, but not at four months. The baby\'s sex was also significant. At eight month male babies had worse psychomotor performance when compared to female, in accordance with literature showing that boys of PPD mothers are at greater risk of poor development. Unlike expected, at 12 months children attending day-care service showed poorer performance when compared to children who stayed at home. The high prevalence of PPD in this population (26,7%) and the results of the developmental evaluation are worrying, pointing to the need for mental health public policies and early intervention. Even in adverse conditions high impact solutions can be created, as Kangaroo care method. Furthermore, the results of this research can contribute to a multidisciplinary effort, relevant to address issues related to depression
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Sobre dores e amores: caminhos da tristeza materna na elaboração psíquica da parentalidade / On pains and love: paths of maternal sadness on the psychic elaboration of parenthood

Folino, Cristiane da Silva Geraldo 09 May 2014 (has links)
A gestação e os primeiros tempos da vida de um bebê são fundamentais para o estabelecimento do vínculo com seus pais; além de garantir sua sobrevivência, fornecem matéria-prima para as tramas de seu psiquismo, formando um solo no qual se desenvolverão suas relações ao longo da vida. Concomitante a essa construção, transcorre um processo análogo com os pais, que se vão construindo gradativamente nessa condição ao se relacionar com o filho. No entanto, esses primeiros tempos podem ter um forte impacto em quem gera e cuida do bebê. Assim, a finalidade deste estudo é iluminar as vivências psíquicas da mulher no pós- -parto e verificar que recursos desenvolve para lidar com o trabalho psíquico necessário para enfrentar os lutos e construir e exercitar a parentalidade. Por meio de uma pesquisa qualitativa balizada teoricamente pela psicanálise, estudaram-se cinco duplas mãe-bebê. Houve ao menos quatro encontros como cada dupla: pelo menos um na gestação e três após o parto (uma semana, um mês e dois meses). Os encontros gestacionais se deram num lugar escolhido pela participante e os no puerpério, em sua casa. Com o instrumental da psicanálise, fizeram-se entrevistas semidirigidas e observação da relação que a mãe estabelecia com o bebê e com a pesquisadora. Analisou-se cada caso em separado e se verificaram possíveis confluências entre eles. Tendo em conta a especificidade do funcionamento psíquico materno e o impacto das exigências de um filho para quem deve ajudá-lo a viver, a pesquisa revelou a importância de considerar a amplitude dos fenômenos de gestar e cuidar. Esse papel, que toda mãe deve exercer, foi vivido, ao menos num primeiro momento, como brutal e desorganizador não só pela mulher, mas por toda a família. As dificuldades de se metabolizarem essas vivências e as perdas inerentes ao processo por exemplo, o bebê ideal, a maternidade idealizada, o narcisismo, o ritmo anterior e a rotina, entre outras podem prejudicar a construção e o exercício da parentalidade e mesmo obstar a superação do baby blues, eventualmente desencadeando fenômenos depressivos (manifestos ou encobertos). Os ganhos reais decorrentes da chegada do bebê podem ser vividos a partir desse contato com as perdas e de sua elaboração. Concluiu-se também que se devem construir mecanismos de prevenção e cuidados para a família nesses primeiros tempos de vida do bebê, com a colaboração entre as várias disciplinas envolvidas e com políticas de saúde pública. Entre as questões levantadas a esse propósito, alerta-se para o risco de se negligenciarem ou, no outro extremo, patologizarem as dores inerentes à delicada construção da parentalidade / Gestation and the first times in a babys life are fundamental to the establishment of bonds with the parents; apart from guaranteeing their survival, it provides the basis for the webs of their psychism, forming the ground on which their relationships will develop throughout their life. Concomitant to this construction, the parents go through an analogue process, gradually building themselves in this condition as they relate to the child. However, these first times may have a strong impact on who generates and cares for the baby. Thus, the aim of this study is to enlighten the womans post-partum psychic experiences and to verify the resources developed to cope with the psychic work necessary to face the grieves and to build and exercise parenthood. Through a qualitative research theoretically bound by psychoanalysis, five mother-baby pairs were studied. There were a minimum of four encounters with each pair: at least one on gestation e three post-partum (one-week, one-month and two-month old). The gestational meetings took place at a location chose by the participant and the puerperium encounters, at her home. With psychoanalysis instrumental, semi-guided interviews and observation of the relationship established by the mother with the baby and with the researcher took place. Each case was separately analyzed and possible confluences between them were verified. Taking into account the specificity of the psychic maternal functioning and the impact of the demands of a child on who must help them live, the research revealed the importance of considering the amplitude of the carrying and caring phenomena. This role, that all mothers must play, was experienced, at least at first, as brutal and disorganizing not only by the woman, but by the whole family. The difficulties of metabolizing these experiences and the losses inherent to the process for instance, the ideal baby, idealized motherhood, narcissism, the previous rhythm and the routine, among others may damage the construction and the exercise of parenthood and even thwart the overcoming of the baby blues, eventually unfolding depressive phenomena (manifest or covered). The real gains resulting from the babys arrival may be lived from this contact with the losses and its elaboration. It was also concluded that prevention and care mechanisms for the family must be built in these first times of the baby\'s life, with collaboration between the various disciplines involved and with public health policies. Amongst the issues raised to this purpose, an alert is made to the risk of neglecting or, on the other end, pathologizing the pains inherent to the delicate construction of parenthood
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Força muscular perineal e incontinência urinária e anal em mulheres após o parto: estudo transversal / Pelvic floor muscle strength, urinary and anal incontinence in women after birth: a cross-sectional study

Zizzi, Priscila Tavares 02 December 2015 (has links)
Introdução: A gravidez e o parto são frequentemente associados à redução da força dos músculos do assoalho pélvico (FMAP) e à incontinência urinária (IU) e anal (IA), devido às alterações que ocasionam nos mecanismos de controle e suporte das estruturas do assoalho pélvico. Objetivos: O objetivo geral foi analisar a FMAP e a IU e IA no período pós-parto e os específicos foram verificar a associação da FMAP com a IU e a IA após o parto e identificar os fatores associados à FMAP, à IU e à IA após o parto e a interferência da IU na vida da puérpera. Método: Estudo transversal, com 128 mulheres nos primeiros 6 meses após o parto, conduzido em um serviço do setor suplementar de saúde, em Guarulhos, SP. Foram incluídas todas as mulheres integrantes da coorte Cuidado perineal na gestação e após o parto: prevenção e morbidade relacionadas à força muscular perineal, função sexual e continência urinária, que compareceram ao menos a um retorno do pós-parto. Os dados foram coletados por meio de entrevista, a FMAP foi mensurada pela perineometria (Peritron) e o International Consultation on Incontinence Questionnaire-Short Form (ICIQ-SF) foi aplicado às mulheres que referiram IU. Foram realizadas análise descritiva, inferencial e múltipla. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Resultados: A média da FMAP foi 33,1 (d.p.=16,0) cmH2O. Não houve redução estatisticamente significante com relação à FMAP na gestação (p=0,088). A prevalência de IU e IA foi de 7,8% e 5,5%, respectivamente. A média do escore do ICIQ-SF foi 9,4 (d.p.=6,0), maior entre as mulheres com parto normal que entre aquelas com cesariana (13,0, d.p.=6,4 e 5,8, d.p.=2,6, respectivamente). Na análise múltipla, as variáveis tempo de coabitação (IC 95% 2,29-20,92), cesariana anterior (IC 95% 1,45-,26) e tipo de parto atual (IC 95% -16,71- -1,14) foram associadas à FMAP; peso do recém-nascido atual (OR 1,03; IC 95% 1,0005-1,0517), gestação anterior (OR 13,14; IC 95% 1,63-106,27), IU na gestação (OR20,43; IC 95% 1,70-244,98) e atividade sexual após o parto (OR 0,06; IC 95% 0,01-0,49) foram associadas à IU; apenas a IA prévia (OR 6,26; IC 95% 1,08-36,43) foi associada à IA. Conclusão: Não há associação da FMAP com IU e IA após o parto. O parto vaginal predispõe à redução da FMAP e a cesariana é fator protetor à sua redução. A IU durante a gestação é preditora da IU após o parto e em mulheres com gestação anterior e recém-nascido de maior peso a IU é mais frequente. A interferência da IU na vida da mulher foi moderada. Apenas a IA prévia teve associação com a IA após o parto. Não é possível concluir que há associação direta entre tempo de coabitação com o parceiro e FMAP e IU e atividade sexual após o parto / Introduction: Pregnancy and childbirth are often associated with reduced pelvic floor muscles strength (PFMS), urinary (UI) and anal incontinence (AI) because of the changes in the mechanisms of control and support of the pelvic floor structures. Objectives: To analyse the PFMS, UI and AI during postpartum period. To verify the association of PFMS with UI and AI after birth. To identify factors associated with PFMS, UI and AI after birth and the interference of UI in the quality of life after birth. Methods: Cross-sectional study with 128 women in the first six months after birth, held in an insurance health care facility in Guarulhos, SP. All women participants of the cohort Perineal care during pregnancy and after birth: prevention and morbidity related to PFMS, sexual function and UI who attended at least one postpartum consultation were included. Data were collected through interviews, PFMS was measured by perineometry (Peritron) and the International Consultation on Incontinence Questionnaire-Short Form (ICIQ-SF) was applied to women who reported UI. Descriptive, inferential and multivariate analyses were performed. The research was approved by the Research Ethics Committee of School of Nursing of University of Sao Paulo. Results: The main score of PFMS was 33.1 cmH2O (SD=16.0). There was no statistically significant difference between PFMS during pregnancy and after birth (p=0.088). The prevalence of UI and AI was 7.8% and 5.5%, respectively. The mean ICIQ-SF score was 9.4 (SD=6.0). Higher mean score was verified among women with vaginal birth than among those with caesarean (13.0, SD=6.4 and 5.8, SD=2.6, respectively). In the multivariate analysis, period of cohabitation (95%CI 2.29 to 20.92), previous caesarean (95%CI 1.45 to 19.26) and type of birth (95%CI -16.71 to -1.14) were associated with PFMS; newborn weight (OR=1.03; 95%CI 1.0005 to 1.0517), previous pregnancy (OR=13.14; 95%CI 1.63 to 106.27), UI during pregnancy (OR=20.43; 95%CI 1.70 to 244.98) and sexual activity after birth (OR=0.06; 95%CI 0.01 to 0.49) were associated with UI; just previous AI (OR=6.26; 95%CI 1.08 to 36,43) is associated with AI. Conclusion: There is no association between PFMS and UI or AI after birth. Vaginal birth predisposes a reduction on PFMS and caesarean is a protective factor. UI during pregnancy is predictive of UI after birth and UI is more frequent in women with previous pregnancy and higher weight newborn. UI had moderate interference in women\'s lives. Just previous AI is associated with AI after birth. We can not conclude that there is an association between period of cohabitation and PFMS, UI and sexual activity after childbirth
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Função sexual na gestação e após o parto: estudo de coorte / Sexual function during pregnancy and after birth: a cohort study

Leister, Nathalie 25 June 2015 (has links)
Introdução: A gravidez e o puerpério são períodos de mudanças físicas, psicológicas e socioculturais que podem alterar a sexualidade e levar a disfunções sexuais. A sexologia tem adotado instrumentos de avaliação da função sexual (FS) para auxiliar no diagnóstico das disfunções, como o Índice da Função Sexual Feminina (IFSF). Apesar disso, o comportamento e os fatores associados a FS das mulheres durante a gestação e o pós-parto não estão bem estabelecidos na literatura. Objetivo: Analisar a FS das mulheres desde a gestação até 6 meses após o parto. Método: Coorte prospectiva com 500 mulheres desde o primeiro trimestre da gestação até 6 meses após o parto, realizada em um serviço do setor suplementar de saúde em Guarulhos, SP. Foram incluídas na amostra todas as mulheres que iniciaram o pré-natal e atenderam aos critérios de inclusão do estudo no período ininterrupto de 21 de novembro de 2012 a 17 de setembro de 2013. Foram considerados como exposição a idade gestacional (IG) e os dias de pós-parto; e como desfecho, a FS. As mulheres foram acompanhadas em seis etapas: Etapa 1, com IG < 13 semanas (n = 500); Etapa 2, com IG de 20 a 27 semanas (n = 226); Etapa 3, com IG de 31 a 38 semanas (n = 187); Etapa 4, de 39 a 66 dias após o parto (n=89); Etapa 5, de 76 a 135 dias (n = 64); Etapa 6, com 168 a 208 dias (n = 30). A FS foi avaliada pelo IFSF. Foi realizada análise descritiva, inferencial e múltipla. Resultados: Na gestação, 84,6%, 88,9% e 70,6% das mulheres tiveram atividade sexual no primeiro, segundo e terceiro trimestres, respectivamente. Após o parto, essa proporção foi de 53,9%, 90,6% e 86,7%, nas etapas 4, 5 e 6, respectivamente. A média do escore do IFSF nas 6 etapas foi: 27,7 (dp = 4,9); 27,1 (dp = 4,7); 26,0 (dp = 5,5); 24,8 (dp = 6,1); 26,3 (dp = 6,1) e 26,5 (dp = 5,2), respectivamente. Houve diferença estatística nos escores do IFSF na gestação (p = 0,001) e entre a gestação e após o parto (p = 0,022). As variáveis que, em conjunto, explicam a variação na média do IFSF são: trimestre gestacional e dias de pós-parto, incontinência urinária (IU) e força dos músculos do assoalho pélvico (FMAP). Na etapa 3, o escore do IFSF foi 1,8 (95%IC -2,94 a -0,71) menor que na etapa 1; na etapa 4, foi 2,2 (95%IC -3,65 a -0,77) menor que na etapa 1; na etapa 5, foi 1,4 (95%IC -2,67 a -0,03) menor que na etapa 1. Mulheres com IU tiveram 2,1 (95%IC -3,26 a -0,85) pontos a menos no escore do IFSF do que mulheres sem IU. Na etapa 4, mulheres com IU tiveram 11,3 (95% IC -20,94 a -1,66) pontos a menos no escore do IFSF do que mulheres sem IU na etapa 1. Na etapa 5, esse escore foi 13,3 (-21,60 a -5,09) pontos a menos em relação à etapa 1. A cada 1,0 cmH20 a mais na medição da FMAP, as mulheres tiveram 0,04 pontos a mais no escore IFSF. Na análise de subgrupo após o parto, em mulheres com IU, o escore do IFSF foi 10,5 (95%IC -20,16 a -0,89) pontos menor que em mulheres sem IU. A cada 1,0 cmH20 a mais na medição da FMAP após o parto, as mulheres tiveram 0,08 pontos a mais no escore do IFSF. Conclusões: A FS diminui gradativamente no decorrer da gestação e nos dois primeiros meses após o parto. Do terceiro ao sexto mês após o parto, as mulheres recuperam parcialmente a FS. A IU contribui para a diminuição do escore do IFSF na gestação e após o parto, com maior impacto nos primeiros 4 a 5 meses pós-parto. O impacto clínico da FMAP no escore do IFSF é desprezível. / Introduction: Pregnancy and postpartum are periods of physical, psychological and socio-cultural changes that can affect the sexuality and cause sexual dysfunction. Sexology has adopted assessment tools to measure sexual function (SF) to help on the diagnosis of disorders such as the Female Sexual Function Index (FSFI). Nevertheless, the behaviour and the associated factors with women SF during pregnancy and postpartum are not well established in the literature. Objective: To analyze the women SF from pregnancy to 6 months after delivery. Methods: Prospective cohort study with 500 women from the first trimester of pregnancy until six months after birth, held in a insurance health care facility in Guarulhos, SP. The sample was all women who start prenatal care and met the study inclusion criteria in an uninterrupted period of November, 21th 2012 to September, 17th 2013. The gestational age (GA) and days after birth were considered as exposure; and as an outcome, SF. The women were followed in six steps: Step 1, with GA < 13 weeks (n = 500); Step 2, with GA from 20 to 27 weeks (n = 226); Step 3, with GA from 31 to 38 weeks (n = 187); Step 4, from 39 to 66 days after birth (n = 89); Step 5, from 76 to 135 days (n = 64); Step 6, from 168 to 208 days (n = 30). The SF was assessed by FSFI. Descriptive, inferential and multivariate analysis was performed. Results: During pregnancy, 84.6%, 88.9% and 70.6% of women had sexual activity in the first, second and third trimesters respectively. After birth, this ratio was 53.9%, 90.6% and 86.7% in steps 4, 5 and 6, respectively. The mean score of FSFI in the 6 steps was: 27.7 (sd = 4.9); 27.1 (sd = 4.7); 26.0 (sd = 5.5); 24.8 (sd = 6.1); 26.3 (sd = 6.1) and 26.5 (sd = 5.2), respectively. There was a statistical difference in the FSFI scores during pregnancy (p = 0.001) and between the pregnancy and postpartum (p = 0.022). The variables that together explain the variation in the IFSF score are: trimester and days after birth, urinary incontinence (UI) and pelvic floor muscles strength (PFMS). In step 3, the IFSF score was 1.8 (95% CI -2.94 to -0.71) lower than in step 1; in step 4, was 2.2 (95% CI -3.65 to -0.77) lower than in step 1; in step 5, was 1.4 (95% CI -2.67 to -0.03) lower than in step 1. Women with UI had 2.1 (95% CI -3.26 to -0.85) points less in the FSFI score than women without UI. In step 4, women with UI had 11.3 (95% CI -20.94 to -1.66) points less in IFSF score than women without UI in step 1. In step 5, this score was 13.3 (-21.60 to -5.09) points less in relation to the step 1. Every 1.0 cmH2O in the PFMS increase 0.04 points the FSFI score. In a subgroup analysis after birth, women with UI had FSFI score 10.5 (95% CI -20.16 to -0.89) points less than women without UI. Every 1.0 cmH2O in the PFMS after birth, women had more 0.08 points at FSFI score. Conclusions: SF gradually decreases during the pregnancy and in the first 2 months after delivery. From 3 t 6 month after delivery, women partially recover the SF. The UI contributes to reduce the FSFI score during pregnancy and after birth, with an important impact in the first 4-5 months after birth. The clinical impact of the PFMS in the FSFI score is negligible.
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Hemorragia como causa de complicação obstétrica na Rede Brasileira de Vigilância de Morbidade Materna Grave / Hemorrhage as cause of obstetric complication in the Brazilian Network for Surveillance of Severe Maternal Morbidity

Rocha Filho, Edilberto Alves Pereira da, 1976- 27 November 2018 (has links)
Orientadores: José Guilherme Cecatti, Maria Laura Costa do Nascimento / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas / Made available in DSpace on 2018-11-27T12:19:16Z (GMT). No. of bitstreams: 1 RochaFilho_EdilbertoAlvesPereirada_D.pdf: 3450916 bytes, checksum: 5ca5edfeffaee70f519ed0df55045f08 (MD5) Previous issue date: 2014 / Resumo: Objetivo: Avaliar a ocorrência de complicações graves e óbitos associadas a gravidez ectópica (GE) e a hemorragias ante e intraparto (HAI) e pós-parto (HPP) entre mulheres da Rede Brasileira de Vigilância de Morbidade Materna Grave. Métodos: Estudo de corte transversal multicêntrico realizado em 27 unidades de referência obstétrica no Brasil entre julho de 2009 e junho de 2010. Foi avaliada a ocorrência de condições potencialmente ameaçadoras da vida (CPAV), near miss materno (NMM) e mortes maternas (MM) associadas com GE, HAI e HPP em 9.555 mulheres identificadas como tendo alguma complicação obstétrica. Características sóciodemográficas e obstétricas e o uso de critérios de manejo nestas hemorragias graves também foram avaliados. Foram calculadas as razões de prevalência (RP) com seus respectivos intervalos de confiança de 95% ajustados para o efeito de cluster e análise de regressão logística múltipla para identificar os fatores associados de forma independente com a ocorrência de resultado materno grave (Severe Maternal Outcome - SMO=NMM+MM). Resultados: Das 9.555 mulheres com complicações obstétricas, 312 (3,3%) tiveram complicações por GE, sendo 286 (91,7%) CPAV, 25 (8,0%) NMM e 1 (0,3%) MM. HPP foi a causa principal entre 1192 mulheres (12,5%), sendo 981 CPAV, 181 NMM e 30 MM. HAI ocorreu em 8% (767) das mulheres que experimentam algum tipo de complicação obstétrica e foi responsável por 7,1% (613) dos casos de CPAV, 18,2 % (140) de NMM e 10% (14) das MM. Mulheres com GE complicada tiveram maior risco de transfusão sanguínea, laparotomia e menor risco de admissão em UTI e tempo prolongado de internação do que mulheres com outras complicações. Houve cuidado deficiente ou demoras no atendimento associado a casos de GE complicados. Os fatores associados ao melhor resultado foram uma cicatriz uterina prévia e ser não branca. Entre as mulheres que apresentaram HPP, a idade materna, idade gestacional precoce, cicatriz uterina anterior e cesariana prévia foram os principais fatores associados com maior risco de ocorrência de SMO. Essas mulheres também tiveram uma maior proporção de transfusão sanguínea e retorno para a sala operatória. Já para as que apresentaram HAI, a idade materna e cesariana anterior foram independentemente associadas a este maior risco. Conclusão: O aumento da morbidade materna devido a GE aumentou a conscientização sobre a doença e seu impacto sobre a vida reprodutiva feminina. A hemorragia pós-parto persiste como uma das principais complicações obstétricas e importante causa de morbidade e morte materna no Brasil. O conhecimento dos fatores associados a um maior risco de ocorrência de SMO pode ser útil para melhorar a qualidade da atenção obstétrica e dos resultados maternos. SMO devido a hemorragia ante e intraparto foi altamente prevalente entre as mulheres brasileiras. Alguns fatores de risco, em particular a idade materna e cesareana prévia, foram associados com a ocorrência desta complicação hemorrágica. Os serviços obstétricos devem desenvolver diretrizes e intervenções específicas para prevenir a morbidade materna grave para cada condição hemorrágica obstétrica específica identificada / Abstract: Objective: To evaluate the occurrence of severe obstetric complications associated with ectopic pregnancy (EP) and antepartum or intrapartum (AIH) and postpartum hemorrhage (PPH) among women in the Brazilian Network for the Surveillance of Severe Maternal Morbidity. Methods: A multicenter cross-sectional study conducted in 27 referral obstetric units in Brazil between July 2009 and June 2010. The occurrence of potentially life-threatening conditions (PLTC), maternal near miss (MNM) and maternal death (MD) associated with EP, AIH and HPP were evaluated among 9,555 women identified as having some obstetric complication. Socio demographic and obstetric characteristics and use of management criteria in these severe hemorrhages were also assessed. Prevalence ratios (PR) were calculated with their respective 95% confidence intervals adjusted for the cluster effect and multiple logistic regression analysis to identify factors independently associated with the occurrence of severe maternal outcome (SMO = MNM + MD) . Results: Among the 9,555 women with obstetric complications, 312 (3.3%) had complications due to EP, with 286 (91.7 %) PTLC, 25 (8.0%) MNM and 1 (0.3 %) MD. HPP was the leading cause in 1192 women (12.5 %), with 981 PTLC, 181 MNM and 30 MD. AIH occurred in 8% (767) of women experiencing any type of obstetric complication and accounted for 613 (7.1%) of the PTLC cases, 140 (18.2%) of MNM and 10% (14) of MD. Women with complicated PE had a higher risk of blood transfusion, laparotomy and lower risk of ICU admission and prolonged hospitalization than women with other complications. There was a substandard care or delays associated with cases of complicated EP. The factors associated with a better outcome were a previous uterine scar and to be non-white. Among women who had PPH, maternal age, early gestational age, previous uterine scar and previous cesarean delivery were the main factors associated with a risk of SMO. These women also had a higher proportion of blood transfusion and return to operating room. For those who had AIH, maternal age and previous cesarean section were independently associated with this increased risk. Conclusion: Increased maternal morbidity due to EP raised awareness about the condition and its impact on female reproductive life. Postpartum hemorrhage persists as one of the main obstetric complication and important cause of maternal morbidity and mortality in Brazil. The knowledge of factors associated with a severe maternal outcome (SMO=MNM+MD) could be useful for improving the quality of obstetric care and maternal outcomes. SMO due to antepartum and intrapartum hemorrhage was highly prevalent among Brazilian women. Some risk factors, maternal age and prior cesarean delivery in particular, were associated with the occurrence of this hemorrhagic complication. Care providers should develop specific guidelines and interventions to prevent severe maternal morbidity for each specific obstetric hemorrhagic condition identified / Doutorado / Saúde Materna e Perinatal / Doutor em Ciências da Saúde
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Desenvolvimento infantil a partir da perspectiva da psicologia do desenvolvimento evolucionista: um estudo de bebês filhos de mães com depressão pós-parto / Infant development from the Evolutionary Developmental Psychology perspective: infants of postpartum depressed mothers

Tania Kiehl Lucci 03 October 2013 (has links)
O vínculo afetivo mãe-bebê, que se cria desde as primeiras interações, afeta o desenvolvimento emocional da criança. A depressão pós-parto (DPP) é um transtorno de humor que pode prejudicar a qualidade destas interações. Sendo o primeiro ano de vida um período em que o bebê está especialmente suscetível aos estímulos externos e totalmente dependente de cuidados, o objetivo da pesquisa relatada na dissertação de mestrado foi verificar o impacto da DPP no desenvolvimento neuropsicomotor em uma amostra representativa de crianças moradoras de uma região urbana da cidade de São Paulo, Brasil. Este estudo faz parte de um Projeto Temático FAPESP que teve por objetivo investigar os fatores de risco relacionados à DPP e sua influência no desenvolvimento das crianças ao longo de três anos. A Escala de Depressão Pós-parto de Edinburgh (EDPE) foi aplicada aos quatro e oito meses e o desenvolvimento neuropsicomotor dos bebês foi avaliado aos quatro (N=144), oito (N=127) e doze meses de vida (N=94), por itens baseados nos Testes Gesell e Amatruda, M-Chat, Denver e IRDI. Foram consideradas informações sobre a gestação, condições do parto e a avaliação neonatal obtidas nos prontuários do Hospital Universitário. A razão sexual no nascimento foi viesada no sentido de maior nascimento de meninas, o que é compatível com a Teoria de Trivers e Willard de viés da razão sexual por condições adversas. Aplicou-se uma análise de Regressão Logística aos dados de desenvolvimento, considerando-se no modelo a depressão pós-parto, o sexo, a idade e a frequência de creche. Os resultados mostraram que a depressão pós-parto materna foi um fator que prejudicou o desenvolvimento infantil nas avaliações realizadas aos oito e doze meses, mas não aos quatro meses. O sexo do bebê mostrou-se uma variável significativa. Aos oito meses os bebês do sexo masculino mostraram pior desempenho neuropsicomotor quando comparados aos bebês do sexo feminino. A literatura tem apontado nesta direção, evidenciando maior prejuízo dos meninos em função da depressão materna. Ao contrário do esperado, aos 12 meses as crianças que frequentavam creche mostraram pior desempenho quando comparadas às crianças que não frequentavam. A prevalência de DPP na amostra foi alta (26,7%) e os resultados sobre o desenvolvimento, preocupantes, apontando para a necessidade de políticas públicas de prevenção e intervenção precoce. Mesmo em condições adversas, podem surgir soluções criativas de grande impacto, a exemplo do método canguru. Além disso, os resultados desta investigação contribuem para o esforço multidisciplinar, relevante para o enfrentamento da questão da DPP / The mother-infant bond, created from the earliest dyadic interactions, affects the infant emotional development. The postpartum depression (PPD) is a depressive disorder that can impair the quality of these interactions. During the first year of life the infant is particularly susceptible to external stimuli and totally dependent on parental care. The goal of the research reported in the dissertation was to investigate the impact of PPD on psychomotor development in a sample of children living in an urban area of the city of Sao Paulo, Brazil. This study is part of a FAPESP Thematic Project which aimed to investigate the risk factors related to Postpartum Depression (PPD) and its influence on children\'s development over the first three years of life. Mothers mental state was assessed by the Edinburgh Postpartum Depression Scale (EPDS) at four and eight months after delivery and neurodevelopmental milestones were evaluated at four (N = 144), eight (N = 127) and twelve months (N = 94) through items based on Gesell and Amatruda, M-Chat, Denver and IRDI. Information was also collected about pregnancy, birth and neonatal evaluation from University Hospital reports. The sex ratio was biased at birth in favor of girls, consistent with Trivers and Willard Theory that harsh environmental conditions affects sex-ratio. Data were analyzed through logistic regression, considering the influence of postpartum depression, sex, age and day-care support. The results showed that child development was negatively affected by maternal postpartum depression at eight and twelve months, but not at four months. The baby\'s sex was also significant. At eight month male babies had worse psychomotor performance when compared to female, in accordance with literature showing that boys of PPD mothers are at greater risk of poor development. Unlike expected, at 12 months children attending day-care service showed poorer performance when compared to children who stayed at home. The high prevalence of PPD in this population (26,7%) and the results of the developmental evaluation are worrying, pointing to the need for mental health public policies and early intervention. Even in adverse conditions high impact solutions can be created, as Kangaroo care method. Furthermore, the results of this research can contribute to a multidisciplinary effort, relevant to address issues related to depression
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Prevalência dos transtornos ansiosos em mães durante a gestação, sua incidência no puerpério e sua associação com a saúde da criança nos primeiros meses de vida / Prevalence of anxiety disorders in mothers during pregnancy, their incidence on puerperium and its association with the health of the child in the first months of life

Lucineide Maria da Silva 26 July 2018 (has links)
Há muitos estudos sobre saúde mental e gestação, mas a maioria concentra-se em depressão e psicose pós-parto. Entretanto, os Transtornos Ansiosos (TA) estão entre os mais prevalentes, com grandes consequências. O objetivo deste estudo foi estimar a prevalência e a incidência, em gestantes e puérperas, dos TAs e seus fatores associados. Trata-se de uma coorte de nascimento com 775 pares mãe-crianças, realizada na região Oeste do município de São Paulo. As mulheres foram recrutadas enquanto frequentavam suas Unidades Básicas de Saúde (UBS). A coleta de dados ocorreu em dois momentos: durante a gestação (26ª a 34ª semanas) e no puerpério (aos 2 meses do lactente). As mães foram subdivididas em quatro categorias, conforme seu diagnóstico mental nos TAs: 1. Sem TA; 2. TA só na gestação (G); 3. TA só no puerpério (P); 4. Em ambos. Resultados: A prevalência dos Transtornos Ansiosos foi de 18,8% durante a G e de 10,6% no P, com incidência de 5,8% de casos novos (45 casos). Os fatores associados à evolução do quadro de TA foram: classe econômica (D+E); naturalidade (nascer em SP); violência doméstica; consumo de tabaco e gravidez não planejada. Comorbidades: todos com relevâncias estatísticas, com ênfase ao Transtorno de Humor (TH). Marcadores independentes: Na categoria Só Gestação: violência doméstica (risco aumentado em 88%) e gravidez não planejada ( risco aumentado em 20%). Na categoria Só no Puerpério: classe econômica ( risco 82% maior) e violência doméstica ( risco aumentado em 2,55 vezes mais). Na categoria Em ambos: classe econômica ( risco 2,11 vezes mais), violência doméstica ( risco 5,02 vezes mais) e nascer em SP (risco 2,69 vezes mais). Em relação às comorbidades, o Transtorno de Humor (TH) com as prevalências (32,7% na G e 8,6% no P) aumentou a probabilidade em 2,55 vezes mais na G e 11,72 vezes mais no P. Já o Risco de Suicídio (21,9% prevalência na G) aumentou a probabilidade em 3,39 vezes mais na G. Os fatores neonatais não se apresentaram associados à evolução do quadro de ansiedade, porém nascer pequeno para a idade gestacional (PIG) teve uma tendência à significância estatística. Conclusão: Os fatores associados à evolução do quadro de ansiedade perinatal foram: Classe econômica, violência doméstica, nascer em SP, uso de tabaco e gravidez não planejada. Sugere-se como contribuição desse estudo a importância de se capacitar os profissionais de saúde que trabalham no período perinatal a fazerem o diagnóstico e intervirem de forma precoce, ajudando a diagnosticar, acompanhar e tratar esses transtornos minimizando assim os riscos de desenvolvimento e agravamento dos transtornos de ansiedade em mulheres gestantes e no período puerperal / There are many studies on mental health and gestation, but most of them focus on depression and postpartum psychosis. However, Anxiety Disorders (AD) are among the most prevalente ones, with great consequences to both mother and child. The objective of this study was to estimate the frequency of AD in pregnant and postpartum women and analyze the associated factors. It is a birth cohort with 775 mother-child pairs, followed-up in the western region of the city of São Paulo. Women were recruited while attending their Primaty Health Care Units (PHCU). The data were collected in two moments: during gestation (26th to 34th weeks) and in the puerperium (2 months after the delivery). Mothers were subdivided into a category, according to their mental diagnosis of AD: 1. No AD; 2. Only at gestation (G); 3. AD only in the puerperium (P); 4. In both. Results: The prevalence of AD was 18.8% during G and 10.6% in P, with an incidence of 5.8% of new cases (45 cases). Factors associated with the progression of AD were: economic class (D + E); being born in Sao Paulo; domestic violence; smoking and unplanned pregnancy. Comorbidities: all had statistical relevance, with emphasis on Mood Disorder (MD). Independent markers: In the category Only Gestation: domestic violence (risk increased by 88%) and unplanned pregnancy (risk increased by 20%). In the category Only in the Puerperium: economic class (risk 82% higher) and domestic violence (risk increased by 2.55 times). In the category In both: economic class (risk 2.11 times), domestic violence (risk 5.02 times more) and born in SP (risk 2.69 times more). Concerning comorbidities, Mood Disorder (MD) were highly prevalent (32.7% in G and 8.6% in P) and they increased the probability of AD by 2.55 times more in G and 11.72 times in P. The risk of suicide (prevalence in G=21.9%) increased the probability of AD by 3.39 times more in G. Neonatal factors were not associated with DA, but small for gestational age (SGA) had a statistical significance trend. Conclusion: Factors associated with the evolution of perinatal anxiety were: Economic class, domestic violence, being born in Sao Paulo, tobacco use and unplanned pregnancy. It is suggested that it is important to enable health professionals working in the perinatal period to diagnose and intervene at an early stage, thus minimizing the risks of AD in pregnant women and in the puerperal period
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A sexualidade após a maternidade: a expeiência de mulheres usuárias do SUS / The sexuality after motherhood: the experience of user women of SUS.

Marilaine Balestrim Andrade 30 May 2014 (has links)
A chegada do primeiro filho traduz um cenário de intensas mudanças na rotina das mulheres, o qual é pautado por diferentes percepções a respeito da sexualidade e da maternidade. As formas como as novas mães percebem tais mudanças e, identificam suas necessidades em relação ao exercício da sexualidade exercem influência sobre o cotidiano e a saúde das mulheres. Este estudo teve por objetivo compreender como as mulheres que se tornaram mães pela primeira vez percebem as mudanças e identificam as suas necessidades em relação ao exercício da sexualidade durante o primeiro ano do período pós-parto. Especificamente buscou analisar as perspectivas das participantes sobre a maternidade e a sexualidade; compreender a vivência da sexualidade em função dos significados atribuídos a maternidade; identificar o conhecimento e a importância atribuída aos diferentes métodos contraceptivos e; identificar a importância das orientações profissionais nas questões ligadas à saúde sexual e reprodutiva das mulheres. Em virtude dos fenômenos estudados desenvolvemos uma pesquisa de cunho qualitativo com 12 mulheres primíparas e usuárias de Unidades Básicas de Saúde do município de Ribeirão Preto, interior do estado de São Paulo. O instrumento utilizado para a realização da coleta de dados foi a entrevista semiestruturada e, através da Análise de Conteúdo o material oriundo da transcrição integral das entrevistas foi fragmentado dando origem a categorias, as quais foram reagrupadas por temáticas relevantes ao objeto estudado. Da análise de conteúdo obtivemos categorias que dizem respeito a concepção de sexualidade, ao sexo e maternidade, a concepção de maternidade, a gravidez, ao parceiro e pai e, ao planejamento familiar. Portanto, a compreensão que as mulheres têm acerca do seu novo papel social imprime novos direcionamentos às experiências diárias no ambiente doméstico, nas relações sociais e no relacionamento com o parceiro. Muitas questões permeadas pelo desequilíbrio nas relações de gênero estão envolvidas nesta dinâmica como a qualidade do acesso ao planejamento familiar, a forma como se apropriam das informações recebidas e a qualidade do atendimento pré e pós-natal. A forma como a mulher exerce a sexualidade e a maternidade é indissociável da construção social da identidade feminina, construção esta que determina as práticas relativas a atenção à saúde das mulheres e que pode interferir nas escolhas e no cuidado com a saúde e na procura da assistência. / The coming of a firstborn son represents a scene of intense changes in routine of women which is lined for different perceptions related to sexuality and motherhood. The ways new mothers notice these changes and identify their needs related to sexuality influences their daily lives and the women health. This study had the goal understand how women became mothers for the first time realize the changes and identify their needs in relation to their sexuality during the first year postpartum period. Specifically sought analyze the participants perspective about motherhood and sexuality; understand the experiences of sexuality according to the meanings assigned to motherhood; identify the knowledge and the importance given to different contraceptive methods; identify the importance of professional orientation linked to maters of sexual and reproductive health of the women researched. In view of the phenomena studied we developed a qualitative research with 12 primiparous women and users of public health system in Ribeirão Preto, countryside of São Paulo state. The instrument used to perform the data collection was semi-structured interview and through the content analysis of the material from the whole interviews transcription, it was fragmented originating categories, which were regrouped by relevant themes to the object of study. Content analysis categories obtained concerning the conception of sexuality, sex and motherhood, conception of motherhood, pregnancy, partner and father, and, family planning. Therefore, the understanding women has about their new social role requires new directions to daily experiences in the home environment, in social relations and in the relationship with their partner. Many questions are permeated by the imbalance of gender relation involved in this dynamic with quality familiar planning access, the way they appropriate information received and the quality of pre and postnatal treatment. At long last, the way which the women practice the sexuality and the motherhood is inseparable from the social construction of female identity, construction that determines the practices related to the attention to womens health that could interfere in the choices and care with health and in the search for assistance.

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