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A utopia maquinista no urbanismo e no cinema : a construção de um discursoRibeiro, Luciano de Topin January 2013 (has links)
Aprofundar-se no estudo das propostas urbanas elaboradas pelas vanguardas do movimento moderno é, também, desenvolver um raciocínio sobre a relevância da arquitetura enquanto parâmetro de reflexão acerca da sociedade. O período de estudo deste trabalho — os vinte e cinco anos que separam as duas grandes guerras do século XX — representaram para a disciplina da arquitetura — e para os arquitetos — assumir um papel protagonista na forma de pensar (e propor) as cidades. Se o urbanismo, conforme definido por Françoise Choay, é uma matéria elaborada como tal para solucionar o problema específico da cidade maquinista, o urbanismo moderno agrega a este objetivo responsabilidades para com a transformação da sociedade como um todo. As vanguardas intelectuais do início do século XX, entusiasmadas com as possibilidades abertas pela nova realidade de um mundo em rápida transformação, enxergaram na mecanização o catalisador das mudanças sociais que trariam um novo equilíbrio nas relações entre o homem e seu meio. A possibilidade de interpretar todos os aspectos da vida a partir de um processo abstrato e racional parecia apontar o caminho seguro a ser seguido na busca de soluções às condições de vida degradantes nas metrópoles emergentes na nova ordem do capitalismo industrial. Seria através das leis da razão, aplicadas a todas as instâncias da vida, que seria reestabelecida a harmonia abalada pela incompatibilidade entre o novo mundo industrial mecanizado e as estruturas — físicas, culturais e sociais — das cidades existentes. A própria utopia maquinista é, portanto, metropolitana; é na metrópole que as mudanças devem ocorrer e é sobre seus porvires que serão elaborados os argumentos do discurso moderno. O objetivo deste estudo é refletir sobre a estrutura do discurso retórico da Utopia Maquinista no urbanismo e fazê-lo através de um paralelo com o cinema. Em ambos os casos, identifica-se um caráter de urgência e de catástrofe iminente que irá se impor, tanto como consequência dos avanços de um mundo mecanizado, quanto como resultado da incapacidade de se adaptar a ele. O medo — uma falácia retórica — é o argumento no sentido do qual são aplicadas as ferramentas de retórica — pathos, ethos e logos —, que estruturam este trabalho. O capítulo “Pathos — a manipulação das partes” trata da forma como o cinema e urbanismo manipulam os fragmentos no ímpeto de representar, de forma dramática, o todo. Foi através de associações patéticas à imagem da máquina que as vanguardas atribuíram valores e significados que deixassem bem claro a sua posição ideológica. Em “Ethos — tábula rasa e ressurreição” são identificadas as condições para que a utopia maquinista fosse posta em marcha. Se, por um lado, a realidade das metrópoles tornava a vida insuportável, fazendo com que a ideia de transformação radical fosse algo plausível e até desejável, por outro lado, vivia-se, desde meados do século XIX, um ambiente de ruptura da ordem socioeconômica vigente com desdobramentos, em muitos casos, traumáticos. “Logos — racionalismo e a metrópole do futuro” tenta dar conta dos planos de intervenção urbana que forjaram a ideia de cidade eficiente, nos termos de Taylor e Ford. É nos Estados Unidos que as vanguardas europeias vão buscar a terra prometida da era da máquina, com seus centros urbanos verticalizados e seus processos de produção em série. A metrópole maquinista propunha-se como cura definitiva para uma sociedade enferma. Um remédio que combinava doses de higiene e integridade estética no combate aos males da insalubridade e do subterfúgio academicista e que contaminava, de forma letal, a cidade-paciente. “Pathos, Ethos e Logos: por uma nova metrópole” apresenta uma nova cidade para um novo homem na forma de uma síntese infalível entre racionalismo e o “espírito da época”, causa e consequência da elevação do espírito humano e a única alternativa possível ao extermínio. O último capítulo do trabalho trata do herói — a figura-síntese que personifica todos os valores morais e éticos tidos como desejáveis — a serviço de quem a retórica que defende o argumento proposto pela trama é posta em marcha. O “Epílogo” busca identificar traços da personalidade do arquiteto-herói — o autor por trás do discurso — sem, no entanto, pretender uma análise psicológica completa nem tampouco mergulhar na psique de nenhum dos grandes nomes do Movimento Moderno. As características aqui descritas procuram, sim, aproximar autor e discurso, compreendê-lo como agente de transformação social que tinha como principal ferramenta de ação a disciplina da arquitetura. / To develop a study into the urban proposals developed by the modern movement avant-garde is, at the same time, also to develop the thought about the relevance of architecture as a means of reflection about society. This work´s timeframe — the twenty-five years between the two great wars of the twentieth-century – meant to architecture — and for the architects — to take a lead role in thinking and proposing the cities. If urbanism, as stated by Françoise Choay, is a discipline assembled as such with the goal of dealing with the specific problem of the machinist city, the urbanism of the modern movement attaches to this goal the responsibility of changing society as a whole. The intelectual avant-garde of the beginning of the twentieth-century, thrilled by the possibilities opened by the new reality in a fast-changing world, saw the mechanization as the catalyzer of the social changes that would bring a new balance to the relation between man and environment. The possibility of understanding each and every aspect of life as a rational and abstract process seemed to point the safe way towards solving the degenerating conditions of the newly-arising industrial metropolis. Through the laws of reason, applied to all instances of life, the harmony — disturbed by the incompatibility between the new mechanic world and the existing structures of the cities — would be restored. The Machinist Utopia itself is, therefore, metropolitan; it is within the metropolis that the changes should take place and it is about this metropolis’ future that the modern movement will propose the arguments of its speech. The goal of this study is to reflect upon the structure of the Machinist Utopia rhetoric speech in urbanism and perform it through a parallel with cinema. In both cases converge when structuring their speeches based on urgency and an imminent catastrophe that would take place, depending on which side of the debate one is, either as a consequence of technological advances in a mechanized world, or as a result of one’s inability to adapt to it. Fear – as a rhetoric fallacy — seems to be the argument towards which the rhetoric tools that structure this study — pathos, ethos and logos — are applied. The first chapter: “Pathos — the manipulation of parts” deals with the way urbanism and cinema manipulate fragments in order to represent, with dramatic gain, the whole. It was through pathetic associations that the avant-garde attached values and meanings to the image of “machine” in order to state its ideological standing-point. “Ethos — tabula rasa and resurrection” tries to identify the conditions for the Machinist Utopia to be put into practice. If, on the one side life in the metropolis was made unbearable, turning the idea of radical transformation into something reasonable and even desirable, on the other side society had gone since mid-nineteen-century through, sometimes traumatic, changes in its social and economic order. “Logos — rationalism and the metropolis of the future” tries to cover the urban plans that forged the “efficient city” in the terms of Taylor and Ford. It is the United States, with its vertical urban centers and production systems, that the avant-garde would take as the machine-age promised-land. The machinist metropolis proposed itself as the ultimate cure for an ill society. A remedy that combined doses of hygiene and aesthetic integrity to fight the maladies of academicist subterfuge and insalubrity. “Pathos, Ethos and Logos: towards a new metropolis” presented a new city for a new man as an infallible synthesis between rationalism and “spirit of the time”, the cause and the consequence of the uplifting of human spirit and the only possible alternative to extermination. The last chapter of this study deals with the hero, the synthesis of all desirable ethic and moral values, at service of whom the rhetoric that defends the proposed argument is put to work. The “Epilogue” tries to identify the personality traces of the architect-hero — the author behind the speech — with no intention, however, to perform a comprehensive psychological analysis nor to penetrate into any of the masters’ psyché. The characteristics described here try to bring together the author and the speech and understand this author as an agent of social transformation who had, as his or hers main tool, the discipline of architecture.
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Do sagrado à heresia : o caso dos Monges Barbudos (1935-1938)Filatow, Fabian January 2002 (has links)
Le propos de ce travail est d' approfondir l'étude sur les mouvements messianiques brésiliens, en faisant une recherche sur 1' Affaire Monge Barbudos (1935-1938) siegé a Bela Vista, sixiéme district, à cette époque , de Soledade au Rio Grande do Sul. Nous avons analysé l afusion des secteurs politiques et réligieux, quand l'un, au moment d' agir, se presentait avec les caractestiques de l' autre et aussi le contraire. Nous nous dédions au débat sur la cration de l' ennem, tellement prsente au Brésil dans les anes 30. Dans cette décenie, quelque mouvement qui pouvait prsenter une action contraire à 1' ordre établi était classé comme une ménace provenant de l'ennemi. Dans ce contexte, les Monge Barbudos ont été accusé de communistes, des désagregateurs nationaux. A travers l'étude d' un mouvement réligieux, nous pouvons avor une lecture du Brésil a cette époque, et constater que ce mouvement concerné avait été une victime autant plus du contexte, c'est-à-dire, la période entre l’affaire Intentona Comunista (personifications de d' ennemi, le communisme) et le Coup d' Etat Nouveau (qui a imposé une nouvelle ordonnance sociale au pays) que par la ménace de ses idées. Plus que des événements parvenus de l'ignorance et du fanatisme, les mouvements réligieux sont une forme d'expression culturelle, sociale et quand même politique. La réligion pour eux devient le centre de leur existence, devenant possible l'expression et la compréhension, la participation et l'action dans une réalité a laquelle ils sont introduits comme des sujets d' action Donc, les répresentations du sacré nous rend possible d'envisager et de rentrer clans la maniére de voir et d' etre au monde de ces personnes, mi monde réligieux où ils vivent, sinon pour expliquer leur "rligiosité populaire", mais pour comprendre leur réligion et leur culture. / O objetivo do trabalho 6 aprofundar o estudo sobre os movimentos messianicos brasileiros, realizando um estudo de caso, os Monges Barbudos (1935-1938) ocorrido em Bela Vista, então sexto distrito de Soledade, Rio Grande do Sul Analisamos a fuso dos campos poltico e religioso, quando um age e apresenta-se com caractersticas do outro e vice-versa. Adentramos na discussão da criação do inimigo, to presente nos anos 30 no Brasil. Nesta década, todo e qualquer movimento que pudesse apresentar uma ação divergente da ordem estabelecida era qualificado como ameaa, inimigo. E o que ocorre com os Monges Barbudos. Foram acusados de comunistas, agentes da desagregação nacional através do estudo de um movimento religioso, podemos realizar uma leitura do Brasil dos anos 30 e constatar que este movimento foi uma vitima muito mais contextual, isto é , o período entre a Intentona Comunista (personificação do inimigo, o comunismo) e o golpe do Estado Novo (impõe uma nova ordem social) que pela ameaça de suas idéias mais do que ocorrências oriundas da ignorância e do fanatismo, os movimentos religiosos são uma forma de expressão cultural, social e mesmo política. A religião neles torna-se o centro da existência e possibilita a expressão e a compreensão, a participação e a ação destes na realidade na qual estão inseridos, sendo sujeitos participantes da mesma Sendo assim, as representações do sagrado nos possibilitam adentrar na maneira de ser e ver o mundo destes sujeitos, o mundo religioso no qual vivem., não para explicar sua reugiosiaaue popular, mas para compreender sua religião, sua cultura.
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'E o que resta não destrói a memória': história, memória e ficção na obra de W. G. Sebald / \"And what is there does not destroy the memory\": history, memory and fiction in the work of WG SebaldBussius, Julia Teixeira 06 May 2010 (has links)
A presente dissertação de mestrado pretende analisar como o escritor alemão W.G. Sebald (1944-2001) enxerga a história, a memória e a ficção nos seus quatro livros em prosa. As narrativas desse autor lançam mão do procedimento de colecionar diversas pistas e fragmentos do passado, que surgem por meio de encontros com pessoas, imagens, objetos, paisagens e lugares da memória - algo que nos remete ao historiador arqueólogo-colecionador que Walter Benjamin dizia ser necessário para enxergar o passado de um modo crítico. Dividido em três capítulos, que tratam do deslocamento como modo de pensar, da elaboração da memória e da história em Sebald, esse trabalho buscou verificar relações entre a história e a literatura, tomando a obra singular desse autor como exemplo de que a ficção é uma ferramenta essencial para se apreender o passado. / The aim of this dissertation is to analyze how German writer W.G. Sebald (1944-2001) talks about History, Memory and Fiction in his four prose books. The narratives of this author act by collecting several trails and fragments from the past through encounters with people, images, objects landscapes and places of memory - something that recall us of the historian who should be like an archeologist or a collector that Walter Benjamin thought necessary to understand and think critically about the ruins of History. Divided by three chapters - about the displacement as a way of thinking, the elaboration of memory and about History in literary narratives - this work has tried to deal with the connections between History and Literature by taking the singular work of a writer as an example that fiction makes it possible to have a different relationship with the past.
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Um mergulho nas águas verdes de Lygia Fagundes TellesMarulli, Kathia Brienza Badini [UNESP] 20 December 2004 (has links) (PDF)
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marulli_kbb_me_assis.pdf: 449025 bytes, checksum: da9cd8d7dd1591854892264292bee553 (MD5) / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / Após uma breve revisão sobre as características do conto e a evolução do gênero no Brasil, foram analisados os textos de Antes do baile verde, obra de Lygia Fagundes Telles, publicada em 1970, e que reúne contos escritos no período de 1949 a 1969, representativos de vinte anos de dedicação da autora ao gênero. Sempre que possível, levou-se em consideração o contexto histórico em que a obra foi criada, empregando-se - como suporte teórico - as conceituações de Gérard Genette sobre o discurso da narrativa. Estabeleceu-se uma analogia entre a prosa de Lygia Fagundes Telles e as águas de um rio - daí o título escolhido para a dissertação. Os contos foram agrupados de acordo com a temática que lhes anima as convicções. Assim, os contos relacionados à infância compuseram o item As águas rasas do riacho; aqueles de temática densa, mais relacionados à idade adulta, formaram o segmento O rio denso e profundo e, finalmente, as narrativas com temas que se aproximam do fantástico, agruparam-se em Redemoinhos: as águas misteriosas. Representante de um grupo de escritores que realiza uma ficção psicológica de tom intimista, Lygia Fagundes Telles provoca, com seus textos, uma contínua reflexão sobre a vida moderna e sobre a hipocrisia de determinadas relações sociais. A facilidade na apresentação sintética dos fatos, concentrada nos detalhes, o uso de um vocabulário despojado e os temas desenvolvidos, na maioria das vezes, por meio de cenas banais do cotidiano de qualquer cidadão comum, devem ser os principais fatores que contribuem para a popularidade dos contos de Lygia. Com uma narrativa de grande agilidade, fundamentada principalmente no emprego de diálogos... / Not available.
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Do sagrado à heresia : o caso dos Monges Barbudos (1935-1938)Filatow, Fabian January 2002 (has links)
Le propos de ce travail est d' approfondir l'étude sur les mouvements messianiques brésiliens, en faisant une recherche sur 1' Affaire Monge Barbudos (1935-1938) siegé a Bela Vista, sixiéme district, à cette époque , de Soledade au Rio Grande do Sul. Nous avons analysé l afusion des secteurs politiques et réligieux, quand l'un, au moment d' agir, se presentait avec les caractestiques de l' autre et aussi le contraire. Nous nous dédions au débat sur la cration de l' ennem, tellement prsente au Brésil dans les anes 30. Dans cette décenie, quelque mouvement qui pouvait prsenter une action contraire à 1' ordre établi était classé comme une ménace provenant de l'ennemi. Dans ce contexte, les Monge Barbudos ont été accusé de communistes, des désagregateurs nationaux. A travers l'étude d' un mouvement réligieux, nous pouvons avor une lecture du Brésil a cette époque, et constater que ce mouvement concerné avait été une victime autant plus du contexte, c'est-à-dire, la période entre l’affaire Intentona Comunista (personifications de d' ennemi, le communisme) et le Coup d' Etat Nouveau (qui a imposé une nouvelle ordonnance sociale au pays) que par la ménace de ses idées. Plus que des événements parvenus de l'ignorance et du fanatisme, les mouvements réligieux sont une forme d'expression culturelle, sociale et quand même politique. La réligion pour eux devient le centre de leur existence, devenant possible l'expression et la compréhension, la participation et l'action dans une réalité a laquelle ils sont introduits comme des sujets d' action Donc, les répresentations du sacré nous rend possible d'envisager et de rentrer clans la maniére de voir et d' etre au monde de ces personnes, mi monde réligieux où ils vivent, sinon pour expliquer leur "rligiosité populaire", mais pour comprendre leur réligion et leur culture. / O objetivo do trabalho 6 aprofundar o estudo sobre os movimentos messianicos brasileiros, realizando um estudo de caso, os Monges Barbudos (1935-1938) ocorrido em Bela Vista, então sexto distrito de Soledade, Rio Grande do Sul Analisamos a fuso dos campos poltico e religioso, quando um age e apresenta-se com caractersticas do outro e vice-versa. Adentramos na discussão da criação do inimigo, to presente nos anos 30 no Brasil. Nesta década, todo e qualquer movimento que pudesse apresentar uma ação divergente da ordem estabelecida era qualificado como ameaa, inimigo. E o que ocorre com os Monges Barbudos. Foram acusados de comunistas, agentes da desagregação nacional através do estudo de um movimento religioso, podemos realizar uma leitura do Brasil dos anos 30 e constatar que este movimento foi uma vitima muito mais contextual, isto é , o período entre a Intentona Comunista (personificação do inimigo, o comunismo) e o golpe do Estado Novo (impõe uma nova ordem social) que pela ameaça de suas idéias mais do que ocorrências oriundas da ignorância e do fanatismo, os movimentos religiosos são uma forma de expressão cultural, social e mesmo política. A religião neles torna-se o centro da existência e possibilita a expressão e a compreensão, a participação e a ação destes na realidade na qual estão inseridos, sendo sujeitos participantes da mesma Sendo assim, as representações do sagrado nos possibilitam adentrar na maneira de ser e ver o mundo destes sujeitos, o mundo religioso no qual vivem., não para explicar sua reugiosiaaue popular, mas para compreender sua religião, sua cultura.
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Projeto arquitetônico e a relação com o lugar nas obras de Paulo Mendes da Rocha 1958-2000Souto, Ana Elisa Moraes January 2010 (has links)
O objetivo do trabalho é realizar uma análise das obras de Paulo Mendes da Rocha, tendo como foco a relação estabelecida pelo arquiteto entre projeto arquitetônico e inserção no lugar de implantação. A tese realiza um recorte temporal no século XX, de 19 8 (Ginásio Clube Atlético Paulistano) a 2000 (Edifício Garagem no Paço Alfândega) e analisa 0 projetos no período. Busca-se investigar as soluções propostas pelo arquiteto no que se refere a distintos programas funcionais, buscando entender a metodologia do processo projetual de inserção das edificações, nos lugares de implantação e sua relação com o entorno. Verifica-se de que forma o entorno participa das decisões projetuais, quais elementos o arquiteto considera e como os relaciona nos projetos. A arquitetura de Paulo Mendes da Rocha é normalmente elogiada pela sua definição estrutural e perícia técnica, sempre inovando com soluções específicas para cada obra. O que nem sempre é mencionado é que essas soluções utilizadas pelo arquiteto são muitas vezes decorrentes de uma comprometida leitura das particularidades do lugar. O trabalho, de certa forma, se apresenta como um contradiscurso frente às críticas que a Arquitetura Moderna sofreu referentes à insensibilidade dos seus produtos com relação aos lugares de inserção, que os edifícios eram descontextualizados e isolados no lote sem estabelecer relações com o lugar onde estavam localizados. A Tese, através da análise dos projetos de Paulo Mendes da Rocha, evidencia o fato de que essas críticas feitas ao Movimento Moderno em meados dos anos 0 não podem ser generalizadas e aplicadas a todos os arquitetos modernos de forma indiscriminada. A obra de Paulo Mendes sintetiza uma ambição moderna do edifício como parte integrante do sítio onde não existe uma separação entre arquitetura e urbanismo, mas sim, uma preocupação com a construção do território. Seus projetos se explicam através do lugar de inserção onde adquirem identidade, mas também independência formal e visual. Através da produção deste arquiteto abre-se um caminho de interpretação sobre a arquitetura brasileira contemporânea e a relação entre projeto arquitetônico e lugar. / This thesis analyzes of the works of Paulo Mendes of Rocha focusing on relationship between his designs and the building’s construction site. Fifty projects are covered, from 19 8 (Gymnasium of São Paulo Athletic Club) to 2000 (Garage building at Paço Alfândega). The solutions thought out by the architect are investigated to understand the design process methodology of inserting the building seamlessly into its environment. It is analyzed how the environment participates in the design decisions and which elements of it are considered and how they related to the building’s project.Paulo Mendes’ designs are praised by their structural definition and technical skill, always innovating with specific solutions for each project. Often it is overlooked that these solutions are derived by the architect from a careful reading of the building’s target environment and construction site.This work defends modern architecture from the critique of lack of design contextualization, were buildings were created without concern and connection to their surrounding environment. This thesis highlights that those critiques cannot be generally applied to all modern architects. Paulo Mendes’ designs synthesize a modern ambition of the building as an integral part of its site, were there is no separation between architecture and urbanism, but a concern in the construction of neighborhoods. His designes can be understood through their construction sites, where they are meaningful, while keeping their formal and visual independence. Through the works of this architect, a path is open to interpret contemporary Brazilian architecture and the relationship between designs and implementation sites.
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Estrutura e forma : a valorização do aspecto construtivo, o terceiro Vilanova ArtigasNehme, Roberto Passos January 2011 (has links)
A passagem da segunda para a terceira fase da obra de Vilanova Artigas apresenta uma mudança de rumo artística passível de uma dupla leitura quanto aos seus aspectos constituintes. Essa passagem pode ser vista tanto como um momento de ruptura ideológica com a maneira que o movimento moderno vinha se apresentando, quanto como um momento de aprimoramento e desenvolvimento da ideia moderna de forma. É justamente na segunda proposição que este trabalho volta seu foco, e para isto é preciso entender o processo de concepção da ideia moderna de forma. A primeira parte desse trabalho visa apresentar ao leitor, e também para o próprio autor, como ocorre este processo, buscando o entendimento daquilo que o caracteriza. A segunda parte desse trabalho analisa as cinco primeiras casas projetadas, e construídas, por Vilanova Artigas no início da sua fase brutalista com o objetivo de entender e demonstrar as características, os fatores de mudança e o aprimoramento do processo de concepção moderno dentro da sua produção, apresentando o papel decisivo da estrutura portante dentro deste contexto. / The transition between the second and third phases of Vilanova Artigas’s work reveals an artistic change that could be interpreted in two ways. This transition could be seen both as an ideological change regarding modern architecture and as a moment of improvement and development of the modern idea of form. This work intends to focus on the second proposition. For that it is necessary to understand the process of composition as it relates to the modern idea of form. The fi rst part of this work intends to present to the reader, and to the author too, how this process occurs, trying to understand what characterizes it. The second part of this work analyzes the fi ve fi rst houses designed and built by Vilanova Artigas in the beginning of his Brutalist phase with the intent to understand and demonstrate characteristics, factors of change and the development of the modern process of design inside his work, showing the decisive infl uence of the bearing structure on this process. ABSTRACT
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A utopia maquinista no urbanismo e no cinema : a construção de um discursoRibeiro, Luciano de Topin January 2013 (has links)
Aprofundar-se no estudo das propostas urbanas elaboradas pelas vanguardas do movimento moderno é, também, desenvolver um raciocínio sobre a relevância da arquitetura enquanto parâmetro de reflexão acerca da sociedade. O período de estudo deste trabalho — os vinte e cinco anos que separam as duas grandes guerras do século XX — representaram para a disciplina da arquitetura — e para os arquitetos — assumir um papel protagonista na forma de pensar (e propor) as cidades. Se o urbanismo, conforme definido por Françoise Choay, é uma matéria elaborada como tal para solucionar o problema específico da cidade maquinista, o urbanismo moderno agrega a este objetivo responsabilidades para com a transformação da sociedade como um todo. As vanguardas intelectuais do início do século XX, entusiasmadas com as possibilidades abertas pela nova realidade de um mundo em rápida transformação, enxergaram na mecanização o catalisador das mudanças sociais que trariam um novo equilíbrio nas relações entre o homem e seu meio. A possibilidade de interpretar todos os aspectos da vida a partir de um processo abstrato e racional parecia apontar o caminho seguro a ser seguido na busca de soluções às condições de vida degradantes nas metrópoles emergentes na nova ordem do capitalismo industrial. Seria através das leis da razão, aplicadas a todas as instâncias da vida, que seria reestabelecida a harmonia abalada pela incompatibilidade entre o novo mundo industrial mecanizado e as estruturas — físicas, culturais e sociais — das cidades existentes. A própria utopia maquinista é, portanto, metropolitana; é na metrópole que as mudanças devem ocorrer e é sobre seus porvires que serão elaborados os argumentos do discurso moderno. O objetivo deste estudo é refletir sobre a estrutura do discurso retórico da Utopia Maquinista no urbanismo e fazê-lo através de um paralelo com o cinema. Em ambos os casos, identifica-se um caráter de urgência e de catástrofe iminente que irá se impor, tanto como consequência dos avanços de um mundo mecanizado, quanto como resultado da incapacidade de se adaptar a ele. O medo — uma falácia retórica — é o argumento no sentido do qual são aplicadas as ferramentas de retórica — pathos, ethos e logos —, que estruturam este trabalho. O capítulo “Pathos — a manipulação das partes” trata da forma como o cinema e urbanismo manipulam os fragmentos no ímpeto de representar, de forma dramática, o todo. Foi através de associações patéticas à imagem da máquina que as vanguardas atribuíram valores e significados que deixassem bem claro a sua posição ideológica. Em “Ethos — tábula rasa e ressurreição” são identificadas as condições para que a utopia maquinista fosse posta em marcha. Se, por um lado, a realidade das metrópoles tornava a vida insuportável, fazendo com que a ideia de transformação radical fosse algo plausível e até desejável, por outro lado, vivia-se, desde meados do século XIX, um ambiente de ruptura da ordem socioeconômica vigente com desdobramentos, em muitos casos, traumáticos. “Logos — racionalismo e a metrópole do futuro” tenta dar conta dos planos de intervenção urbana que forjaram a ideia de cidade eficiente, nos termos de Taylor e Ford. É nos Estados Unidos que as vanguardas europeias vão buscar a terra prometida da era da máquina, com seus centros urbanos verticalizados e seus processos de produção em série. A metrópole maquinista propunha-se como cura definitiva para uma sociedade enferma. Um remédio que combinava doses de higiene e integridade estética no combate aos males da insalubridade e do subterfúgio academicista e que contaminava, de forma letal, a cidade-paciente. “Pathos, Ethos e Logos: por uma nova metrópole” apresenta uma nova cidade para um novo homem na forma de uma síntese infalível entre racionalismo e o “espírito da época”, causa e consequência da elevação do espírito humano e a única alternativa possível ao extermínio. O último capítulo do trabalho trata do herói — a figura-síntese que personifica todos os valores morais e éticos tidos como desejáveis — a serviço de quem a retórica que defende o argumento proposto pela trama é posta em marcha. O “Epílogo” busca identificar traços da personalidade do arquiteto-herói — o autor por trás do discurso — sem, no entanto, pretender uma análise psicológica completa nem tampouco mergulhar na psique de nenhum dos grandes nomes do Movimento Moderno. As características aqui descritas procuram, sim, aproximar autor e discurso, compreendê-lo como agente de transformação social que tinha como principal ferramenta de ação a disciplina da arquitetura. / To develop a study into the urban proposals developed by the modern movement avant-garde is, at the same time, also to develop the thought about the relevance of architecture as a means of reflection about society. This work´s timeframe — the twenty-five years between the two great wars of the twentieth-century – meant to architecture — and for the architects — to take a lead role in thinking and proposing the cities. If urbanism, as stated by Françoise Choay, is a discipline assembled as such with the goal of dealing with the specific problem of the machinist city, the urbanism of the modern movement attaches to this goal the responsibility of changing society as a whole. The intelectual avant-garde of the beginning of the twentieth-century, thrilled by the possibilities opened by the new reality in a fast-changing world, saw the mechanization as the catalyzer of the social changes that would bring a new balance to the relation between man and environment. The possibility of understanding each and every aspect of life as a rational and abstract process seemed to point the safe way towards solving the degenerating conditions of the newly-arising industrial metropolis. Through the laws of reason, applied to all instances of life, the harmony — disturbed by the incompatibility between the new mechanic world and the existing structures of the cities — would be restored. The Machinist Utopia itself is, therefore, metropolitan; it is within the metropolis that the changes should take place and it is about this metropolis’ future that the modern movement will propose the arguments of its speech. The goal of this study is to reflect upon the structure of the Machinist Utopia rhetoric speech in urbanism and perform it through a parallel with cinema. In both cases converge when structuring their speeches based on urgency and an imminent catastrophe that would take place, depending on which side of the debate one is, either as a consequence of technological advances in a mechanized world, or as a result of one’s inability to adapt to it. Fear – as a rhetoric fallacy — seems to be the argument towards which the rhetoric tools that structure this study — pathos, ethos and logos — are applied. The first chapter: “Pathos — the manipulation of parts” deals with the way urbanism and cinema manipulate fragments in order to represent, with dramatic gain, the whole. It was through pathetic associations that the avant-garde attached values and meanings to the image of “machine” in order to state its ideological standing-point. “Ethos — tabula rasa and resurrection” tries to identify the conditions for the Machinist Utopia to be put into practice. If, on the one side life in the metropolis was made unbearable, turning the idea of radical transformation into something reasonable and even desirable, on the other side society had gone since mid-nineteen-century through, sometimes traumatic, changes in its social and economic order. “Logos — rationalism and the metropolis of the future” tries to cover the urban plans that forged the “efficient city” in the terms of Taylor and Ford. It is the United States, with its vertical urban centers and production systems, that the avant-garde would take as the machine-age promised-land. The machinist metropolis proposed itself as the ultimate cure for an ill society. A remedy that combined doses of hygiene and aesthetic integrity to fight the maladies of academicist subterfuge and insalubrity. “Pathos, Ethos and Logos: towards a new metropolis” presented a new city for a new man as an infallible synthesis between rationalism and “spirit of the time”, the cause and the consequence of the uplifting of human spirit and the only possible alternative to extermination. The last chapter of this study deals with the hero, the synthesis of all desirable ethic and moral values, at service of whom the rhetoric that defends the proposed argument is put to work. The “Epilogue” tries to identify the personality traces of the architect-hero — the author behind the speech — with no intention, however, to perform a comprehensive psychological analysis nor to penetrate into any of the masters’ psyché. The characteristics described here try to bring together the author and the speech and understand this author as an agent of social transformation who had, as his or hers main tool, the discipline of architecture.
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Do sagrado à heresia : o caso dos Monges Barbudos (1935-1938)Filatow, Fabian January 2002 (has links)
Le propos de ce travail est d' approfondir l'étude sur les mouvements messianiques brésiliens, en faisant une recherche sur 1' Affaire Monge Barbudos (1935-1938) siegé a Bela Vista, sixiéme district, à cette époque , de Soledade au Rio Grande do Sul. Nous avons analysé l afusion des secteurs politiques et réligieux, quand l'un, au moment d' agir, se presentait avec les caractestiques de l' autre et aussi le contraire. Nous nous dédions au débat sur la cration de l' ennem, tellement prsente au Brésil dans les anes 30. Dans cette décenie, quelque mouvement qui pouvait prsenter une action contraire à 1' ordre établi était classé comme une ménace provenant de l'ennemi. Dans ce contexte, les Monge Barbudos ont été accusé de communistes, des désagregateurs nationaux. A travers l'étude d' un mouvement réligieux, nous pouvons avor une lecture du Brésil a cette époque, et constater que ce mouvement concerné avait été une victime autant plus du contexte, c'est-à-dire, la période entre l’affaire Intentona Comunista (personifications de d' ennemi, le communisme) et le Coup d' Etat Nouveau (qui a imposé une nouvelle ordonnance sociale au pays) que par la ménace de ses idées. Plus que des événements parvenus de l'ignorance et du fanatisme, les mouvements réligieux sont une forme d'expression culturelle, sociale et quand même politique. La réligion pour eux devient le centre de leur existence, devenant possible l'expression et la compréhension, la participation et l'action dans une réalité a laquelle ils sont introduits comme des sujets d' action Donc, les répresentations du sacré nous rend possible d'envisager et de rentrer clans la maniére de voir et d' etre au monde de ces personnes, mi monde réligieux où ils vivent, sinon pour expliquer leur "rligiosité populaire", mais pour comprendre leur réligion et leur culture. / O objetivo do trabalho 6 aprofundar o estudo sobre os movimentos messianicos brasileiros, realizando um estudo de caso, os Monges Barbudos (1935-1938) ocorrido em Bela Vista, então sexto distrito de Soledade, Rio Grande do Sul Analisamos a fuso dos campos poltico e religioso, quando um age e apresenta-se com caractersticas do outro e vice-versa. Adentramos na discussão da criação do inimigo, to presente nos anos 30 no Brasil. Nesta década, todo e qualquer movimento que pudesse apresentar uma ação divergente da ordem estabelecida era qualificado como ameaa, inimigo. E o que ocorre com os Monges Barbudos. Foram acusados de comunistas, agentes da desagregação nacional através do estudo de um movimento religioso, podemos realizar uma leitura do Brasil dos anos 30 e constatar que este movimento foi uma vitima muito mais contextual, isto é , o período entre a Intentona Comunista (personificação do inimigo, o comunismo) e o golpe do Estado Novo (impõe uma nova ordem social) que pela ameaça de suas idéias mais do que ocorrências oriundas da ignorância e do fanatismo, os movimentos religiosos são uma forma de expressão cultural, social e mesmo política. A religião neles torna-se o centro da existência e possibilita a expressão e a compreensão, a participação e a ação destes na realidade na qual estão inseridos, sendo sujeitos participantes da mesma Sendo assim, as representações do sagrado nos possibilitam adentrar na maneira de ser e ver o mundo destes sujeitos, o mundo religioso no qual vivem., não para explicar sua reugiosiaaue popular, mas para compreender sua religião, sua cultura.
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O fio da memória ao fio da história : a memorialística brasileira do séc. XIX a meados do séc. XXRosa, Guilherme Fernandes da January 2014 (has links)
Dans le travail que l’on présente désormais, on a étudié quelques textes des mémorialistes et autobiographes, ayant pour objectif de tracer le développement du mémorialisme brésilien vers la fin du XIXe siècle jusqu’au milieu du XXe siècle. D’abord on a fait des efforts pour démontrer le peu d’espace et d’attention attribués aux Mémoires et aux autobiographies par les différentes histoires de la littérature brésilienne, ce que leur donne un statut d’infériorité par rapport aux autres formes et genres littéraires. Puis, on est passé à l’analyse des Mémoires du XIXe siècle, surtout celles de José de Alencar, Joaquim Nabuco, Alfredo Taunay et Helena Morley, pour que l’on pouvait formuler un panorama des Mémoires de cette époque-là. Pour établir ces propositions, il a fallu étudier aussi la période historique au sein de laquelle ces oeuvres ont été écrites, c’est-à-dire, le Brésil de la Première République, à la fin du XIXe siècle. En mettant en relation les oeuvres et leur contexte historique-social, on a essayé de montrer comment les Mémoires sont devenues un genre plus ou moins convenable et adapté aux besoins des écrivains de cette époque-là. Ensuite, au XXe siècle, on a cherché à éstimer les transformations des textes de mémoires en leur mettant en interaction avec les changements politiques et sociaux par lesquels passait le Brésil, pour établir une ligne d’évolution entre les textes étudiés auparavant et quatre autres oeuvres écrites au XXe siècle : Segredos da infância e No tempo da flor, de Augusto Meyer ; História da minha infância, de Gilberto Amado ; et le premier tome des mémoires de Pedro Nava, Baú de ossos. L’idée principale a été celle d’évaluer la situation des Mémoires et autobiographies par rapport à la société et au système littéraire tout en cherchant à discerner le développement d’une possible tra / No trabalho que ora apresentamos, estudamos alguns textos memorialísticos e autobiográficos com o objetivo de tentar traçar o desenvolvimento da memorialística brasileira de fins do século XIX até meados do século XX. Então, primeiramente fizemos o esforço de demonstrar o pouco espaço e a pouca atenção que recebem as Memórias e autobiografias nas diversas histórias da literatura brasileira, o que lhes confere certo estatuto de inferioridade em relação a outras formas e gêneros literários. Em seguida, passamos à análise de obras memorialísticas do século XIX, em especial, às de José de Alencar, Joaquim Nabuco, Alfredo Taunay e Helena Morley, para que pudéssemos formular um panorama da memorialística do período. Para que esse panorama fosse construído, precisamos também estudar o período histórico em que essas obras foram escritas, ou seja, o Brasil da Primeira República, em fins do século XIX. Colocando em relação as obras e o seu contexto históricosocial, tentamos mostrar como as Memórias foram o gênero mais ou menos adequado e adaptado às necessidades dos escritores da época. Chegado o século XX, buscamos avaliar os desenvolvimentos da memorialística nacional em estreita relação com as mudanças políticas e sociais do Brasil, estabelecendo uma espécie de linha evolutiva entre aqueles textos do século XIX e quatro obras do século XX: Segredos da infância e No tempo da flor, de Augusto Meyer; História da minha infância, de Gilberto Amado; e o primeiro volume das memórias de Pedro Nava, Baú de ossos. A ideia principal foi a de avaliar a situação das obras memorialísticas e autobiográficas em relação à sociedade e ao sistema literário, procurando entrever o desenvolvimento de uma possível tradição memorialística no quadro da literatura nacional.
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