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Cristãos-Novos no negócio da Capitania de Pernambuco: relacionamentos, continuidades e rupturas nas redes de comércio entre os anos de 1580 e 1630SILVA, Janaína Guimarães da Fonseca 31 January 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012 / CAPES / A Capitania de Pernambuco, entre os anos de 1580-1630, foi local de circulação,
estabelecimento e comércio de vários cristãos-novos, descendentes de judeus convertidos em Portugal no final do século XV. Estes homens foram membros de extensas redes comerciais, fundamentais ao desenvolvimento do comércio transoceânico. Tais redes, contudo, não eram compostas apenas por homens de origem cristã-nova. Em seus prolongamentos elas contavam
com mercadores das mais diversas origens, que estavam localizados em entrepostos
comerciais estratégicos, com os quais os neoconversos se articulavam para o escoamento e introdução de diversos produtos na capitania. Nossa tese foi construída a partir da recomposição das trajetórias de alguns cristãos novos que estiveram na Capitania de Pernambuco desde o fim do século XVI. Primeiramente
examinamos a construção dessas redes comerciais heterogêneas. Logo averiguamos os
motivos que levaram alguns destes homens a deixar a Capitania no começo do século XVII, entre os quais destacamos a ação inquisitorial e a mobilidade intrínseca as redes comerciais. E, por fim, analisamos as estratégias desenvolvidas pelos que permaneceram em Pernambuco até, ao menos, o ano de 1630. A tese aqui proposta é de que os cristãos-novos estabelecidos em Pernambuco desenvolveram heterogêneas relações comerciais, familiares e comunitárias que contribuíram para a permanência desses homens, mesmo diante de uma conjuntura difícil. Pois os anos que antecederam a tomada da capitania pelos holandeses foram marcados por uma intensa ação pirata e corsária no oceano Atlântico e também pela retração do preço do açúcar nos mercados europeus.
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Ser humano cristão nos dias atuais: um estudo das dimensões constitutivas do ser humano, em face da sua autocompreensão nos tempos hipermodernos, à luz da antropologia teológica cristã desde Gaudium et SpesRaupp, Klaus da Silva January 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008 / The Christian theological anthropology presents the premise that the human being only becomes fully fulfilled if relational. Created as the image and similarity of God, man only reaches his true one and maximum happiness when he answers faithfully to his original call, in an opening to all the dimensions that constitute him as a person. In summary, the human being only “exists” if relational. In man’s way, however, there is the sin, as a reality that makes him live such dimensions in an inadequate way, and in which he refuses, from selfishness and the urge to have things done immediately, the total opening to his relationships. The sin, therefore, renders the human being inhuman, making him less than that one he is called to be. In the root of this denial, there are positions that divide or separate the essence of man, as the dualism and its unilateralisms. A person, in his immanence, is independent, but he cannot do without his transcendence, that is inherent to him. A person only manages to fulfill himself when he transcends himself in the relationship with God, with another person and with the world. As long as the human being closes himself to any of his relationships, he walks in the opposite way of his self-transformation, becoming less human, because it is in his relational being, also, that he understands himself as a person. The individualism, which recent origin retraces to modernity and to antropocentrism, is the main way to deny the relational being. And, nowadays, called by the French philosopher Gilles Lipovetsky as the hypermodern times, the individualism is lived to its extremity, under the “rules” of the market and the neoliberalism, as well as under the always bigger influence of the tecno-scientific reason – of the new technologies. That’s why the current period is called hypermodernity, indicating the exacerbation of modernity.But it is exactly in this context of narcissistic hyperindividualism that today’s man is disoriented, running behind a paradoxical happiness and reaching, most of the times, his own disillusionment. This is where the Christian faith points out that only in an integrated perspective of his personality, inclusively of all its constitutive dimensions, the human being can reach his full existencial accomplishment. And the personal reply to the fullness of man is found in Jesus Christ. Here it is what Gaudium et Spes teaches: only in the mystery of the incarnate Word does the mystery of man take on light; Christ fully reveals man to man himself and makes his supreme calling clear; and in Him all the aforementioned truths find their root and attain their crown. Jesus Christ invites the human being for a truly worthy and happy life. In each one of the essential relationships of the human being – with God, with another person, with the world and with himself –, Jesus Christ shows the way of the authentic humanity, which is not opposed to God and to all the creatures, but is exactly moved toward to them. It is in Jesus Christ that the extreme freedom and human possibilities fulfill themselves. / A antropologia teológica cristã apresenta a premissa de que o ser humano só se realiza plenamente enquanto relacional. Criado à imagem e semelhança de Deus, o homem somente alcança a sua verdadeira e máxima felicidade quando responde fielmente ao seu chamado original, numa abertura a todas as dimensões que lhe constituem como pessoa. Em resumo, o ser humano só “é” enquanto relacional. No caminho do homem, no entanto, está o pecado, como realidade que o faz viver de modo inadequado tais dimensões, e na qual ele se nega, a partir do egoísmo e do imediatismo, à abertura total à relacionalidade. O pecado, portanto, desumaniza o ser humano, tornando-o menos do que ele é chamado a ser. Na raiz dessa negação, encontram-se posturas que dividem ou separam a essência do homem, como o dualismo e seus unilateralismos. A pessoa, em sua imanência, é autônoma, mas não pode prescindir da sua transcendência, que lhe é inerente. Chamada a realizar a si mesma, a pessoa só consegue fazê-lo na medida em que se autotranscende, na relação com Deus, com o outro e com o mundo. Na medida em que o ser humano se fecha a qualquer uma das suas relações, caminha na direção contrária do seu devir, tornando-se menos humano, pois é na relacionalidade, inclusive, que a pessoa se compreende como tal. O individualismo, cuja origem recente remonta à modernidade e ao antropocentrismo, é o principal modo de negação da relacionalidade. E, nos tempos atuais, que o filósofo francês Gilles Lipovetsky denomina de hipermodernos, o individualismo é vivido ao extremo, sob as “regras” do mercado e do neoliberalismo, bem como sob a influência sempre maior da razão tecno-científica – das novas tecnologias. Daí porque se denomina o período atual de hipermodernidade, numa alusão à exacerbação da modernidade.Mas é justamente nesse contexto de hiperindividualismo narcísico que o homem de hoje se encontra desorientado, correndo atrás de uma felicidade paradoxal e alcançando, no mais das vezes, a própria decepção. Donde a fé cristã aponta que somente numa perspectiva integrada de sua personalidade, inclusiva de todas as suas dimensões constitutivas, é que o ser humano pode se permitir alcançar a sua plena realização existencial. E a resposta pessoal à plenitude do homem se encontra em Jesus Cristo. Eis o que ensina a Gaudium et Spes: o mistério do homem só no mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente; Cristo revela o homem a si mesmo e descobre-lhe a sua vocação sublime; e tais verdades têm nele a sua fonte e nele atingem a sua plenitude. É Jesus Cristo quem convida o ser humano para uma vida verdadeiramente digna e feliz. Em cada uma das relações essenciais do ser humano – com Deus, com o outro, com o mundo e consigo mesmo – , Jesus Cristo mostra-lhe o caminho da autêntica humanidade, que não se opõe a Deus e às demais criaturas, mas que justamente se lhes dirige. É em Jesus Cristo que se realizam em seu extremo a liberdade e a possibilidade humanas.
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Inocentes & culpados: repensando o julgamento inquisitorial / Innocent & guilty: rethinking the inquisitional judgementSilva, Maria Carolina Scudeler 04 June 2009 (has links)
A Inquisição Moderna foi uma instituição criada pelos Estados Ibéricos e apoiada pela Igreja Católica no século XVI para investigar e punir indivíduos que não estivessem agindo de acordo com a moral religiosa. Agindo através de denúncias e segredos, o julgamento inquisitorial forjou heresias, apontando como principal inimigo o cristão-novo. Ao analisarmos o funcionamento do Tribunal do Santo Ofício, através de documentos inquisitoriais e trabalhos diversos publicados sobre o tema, percebemos o caráter indispensável que a instituição teve no sentido de restringir as liberdades individuais, em prol de uma ideia de uniformidade baseada numa verdade absoluta a fé católica. Em um período de tantas transformações como foi o da modernidade, a Inquisição se tornou uma das principais instituições de manutenção do Antigo Regime, assegurando o poder nas mãos do clero e da nobreza. / The Modern Inquisition was an institution created by the Iberian States and supported for Catholic Church in the XVI century to investigate and to punish individuals that were not acting in accordance with the moral religion. Acting through denunciations and secrets, the inquisitional judgment forged heresies, pointing the new-Christian as main enemy. When analyzing the functioning of the Court of the Holy Office, through inquisitional documents and several published works on the subject, we notice the indispensable character that the institution had in the direction to restrict the individual freedom in favor of an idea of uniformity based on an absolute truth the catholic faith. That one period of so many transformations, as it was the modern period, the Inquisition became one of the main institutions of maintenance of the Antique Regimen, assuring the power to the hands of the clergy and the nobility.
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A população bracarense na visitação inquisitorial de 1618Carneiro, Maria da Conceição Costa January 2000 (has links)
Esta obra representa mais um contributo para que o tema da Inquisição Portuguesa seja cada vez mais compreendido e aprofundado. Inicialmente, foi feito uma caracterização da cidade de Braga, nas várias vertentes, para o período estudado. Ainda, nesta primeira parte, caracterizou-se o início, e duração da Visita Inquisitorial feita à cidade em 1618. Numa segunda parte, estabeleceu-se uma tipologia de delitos cometidos onde, sem dúvida, o judaísmo teve uma forte incidência. Finalmente avaliou-se a eficácia da visitação à cidade de Braga, em 1618.
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Mouros e cristãos: cenas de um folguedo popular da cidade de Prado-BahiaDumas, Alexandra Gouvêa January 2005 (has links)
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Previous issue date: 2005 / Esta dissertação investiga a espetacularidade da ?Luta de mouros e Cristãos?, brincadeira que acontece anualmente nas ruas e praças de Prado, cidade do extremo sul baiano. Trata-se de um folguedo popular que apresenta uma peleja entre mouros ? de cor vermelha ? e cristãos ? de cor azul ?, que se dá através de diálogos hostis e uma luta de espadas. A celebração acontece em homenagem a São Sebastião e a disputa se desenrola pela posse da sua imagem. A descrição e análise dos aspectos espetaculares desta manifestação ? a performance dos atores, o texto, a música, os objetos cênicos e o figurino ? encontraram na Etnocenologia o suporte teórico adequado, desde quando é esta a disciplina que se propõe a estudar a espetacularidade humana em seus comportamentos organizados. De perfil etnográfico, a pesquisa adotou técnicas de coleta de dados como observação e entrevistas num longo período de aproximação da pesquisadora com o objeto. No desenvolvimento da pesquisa foi possível identificar relações da ?brincadeira? pradense com uma matriz cultural ibérica. Porém, mesmo reproduzindo alguns princípios presentes em representações carolíngias de países como Portugal e Espanha, pôde-se perceber especificidades locais como a identidade indígena, não explícita nas apresentações, porém revelada nos discursos das pessoas entrevistadas. A análise dos aspectos espetaculares evidenciou a relação de trânsito entre o que é próprio do espetáculo e os aspectos contextuais do meio onde ele se expressa. Este estudo resultou num acervo sistematizado de imagens (fotos e vídeo) e texto (a dissertação). / Salvador
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Orientação espiritual : caminho para a formação cristã do laicato / Márcia Helena Rodrigues Paroli ; [orientador, Clodovis Boff]Paroli, Márcia R. (Márcia Rodrigues) January 2011 (has links)
Dissertação (mestrado) - Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, 2011 / Bibliografia: f. 107-111 / A orientação espiritual constitui-se num instrumento eficaz para a formação dos leigos. Dessa forma, o presente trabalho visa ampliar o conhecimento sobre essa temática, percorrendo os diversos conceitos e o desenvolvimento dela ao longo da história da Ig / La orientación espiritual constituye un instrumento eficaz para la formación de laicos. De esta forma el presente trabajo desea ampliar el conocimiento de este tema, recorriendo todos los conceptos y el desenvolvimiento histórico de la misma al entorno de
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ResÃduos dos valores morais cristÃos da Idade MÃdia na obra Helena, de Machado de Assis / Waste of Christian moral values in the work of the Middle Ages Helena, Machado de AssisAdalucami Menezes Pereira 17 September 2010 (has links)
CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / A presente pesquisa, vinculada à linha Literatura e HistÃria, tem como objetivo ressaltar a presenÃa dos valores morais cristÃos presentes na obra Helena, de Machado de Assis. AtravÃs da Teoria da Residualidade, pretendemos
demonstrar as influÃncias culturais, histÃricas e ideolÃgicas recebidas por nosso povo, principalmente no que concerne aos preceitos catÃlicos. Todavia, pretendemos comprovar serem essas manifestaÃÃes, remanescÃncias da
mentalidade medieval do sÃculo XIII. Apresentada atravÃs de resÃduos, essa mentalidade originou um imaginÃrio hÃbrido que colonizou o pensamento moral de nosso paÃs. Ã tambÃm nosso intuito comprovar que o romance Helena
evidencia as virtudes dos personagens do enredo, como forma de perpetuar esses valores morais. Por fim, enfatizaremos a conduta da protagonista
Helena, como exemplo de dignidade ilibada. / This research, linked to on line literature and history, aims to highlight the presence of Christian moral values present in the work Helena by Machado de
Assis. Through the Theory of Residuality, we intend to demonstrate the cultural, ideological and hysterical received by our people, especially when it concerns
me to Roman Catholic beliefs. However, we intend to prove these manifestations are remnants of the medieval mindset of the thirteenth century.
Submitted by waste, that mentality led to a hybrid imagery that colonized the moral thinking of our country. It is also our intention to prove that the novel Helena highlights the virtues of the characters of the plot, as a way of perpetuating these moral values. Finally, emphasizing the behavior of the protagonist Helen, as an example of dignity unblemished.
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Inocentes & culpados: repensando o julgamento inquisitorial / Innocent & guilty: rethinking the inquisitional judgementMaria Carolina Scudeler Silva 04 June 2009 (has links)
A Inquisição Moderna foi uma instituição criada pelos Estados Ibéricos e apoiada pela Igreja Católica no século XVI para investigar e punir indivíduos que não estivessem agindo de acordo com a moral religiosa. Agindo através de denúncias e segredos, o julgamento inquisitorial forjou heresias, apontando como principal inimigo o cristão-novo. Ao analisarmos o funcionamento do Tribunal do Santo Ofício, através de documentos inquisitoriais e trabalhos diversos publicados sobre o tema, percebemos o caráter indispensável que a instituição teve no sentido de restringir as liberdades individuais, em prol de uma ideia de uniformidade baseada numa verdade absoluta a fé católica. Em um período de tantas transformações como foi o da modernidade, a Inquisição se tornou uma das principais instituições de manutenção do Antigo Regime, assegurando o poder nas mãos do clero e da nobreza. / The Modern Inquisition was an institution created by the Iberian States and supported for Catholic Church in the XVI century to investigate and to punish individuals that were not acting in accordance with the moral religion. Acting through denunciations and secrets, the inquisitional judgment forged heresies, pointing the new-Christian as main enemy. When analyzing the functioning of the Court of the Holy Office, through inquisitional documents and several published works on the subject, we notice the indispensable character that the institution had in the direction to restrict the individual freedom in favor of an idea of uniformity based on an absolute truth the catholic faith. That one period of so many transformations, as it was the modern period, the Inquisition became one of the main institutions of maintenance of the Antique Regimen, assuring the power to the hands of the clergy and the nobility.
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As influências do sentimento religioso sobre o cristão portador de depressão / Influences of religious feeling on christians suffering from depressionDeus, Pérsio Ribeiro Gomes de 24 June 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008-06-24 / Fundo Mackenzie de Pesquisa / This research investigates the hypothesis that the religious feelings can exert a harmful influence on the understanding of the depressive disease, in Christians suffering from depression. From early times, there has been a relation between the ideas of divine and sacred and the occurrence of diseases; the sacred entities were thought to interfere with the outbreak of diseases, or even cause them. Primitive men, in their world view, would attribute to gods and demons phenomena such as natural catastrophes: plagues, pests, and diseases. Throughout History, there is a clear change of human perception about religion and also about mental disease. However, the relation between religious feeling and depression remains unaltered in the common man s view, throughout History. Demons, sin, God s wrath, and lack of faith are understood as linked to the depressive disease, in a causality relation. Even among men with scientific and religious knowledge, the influences that the religious feeling exerts on the notion of depressive disease can be noticed. Psychiatry, due to methodological difficulties, only recently has created explanatory models that are adequate for the understanding of depressive disorders. The gap created by this delay in scientific knowledge was filled with prejudiced, distorted and mythical ideas about that disease. Through a literature review, the relation between religious feelings or religiosity and the conception of depressive disease is investigated. This relation is analyzed, from the first manifestations of religious feelings in the primitive man his world view and notion of religion to the contemporary era. In a multidisciplinary approach, we find support in some classic works from Sociology, Anthropology, Philosophy, Psychiatry, and also from thinkers from other areas of knowledge. The hypothesis is also objectively verified, through a case study of patients with depression who spontaneously searched for psychiatric treatment. / A hipótese do presente estudo é a de que o sentimento religioso produz uma influência prejudicial sobre a noção de doença depressiva no cristão portador de depressão. Desde o início da humanidade, verifica-se uma relação entre as noções de divindades ou de sagrado e sua interferência e até mesmo determinismo em relação ao aparecimento de doenças. O ser humano primitivo, em sua cosmovisão, atribuía aos deuses ou demônios fenômenos como as catástrofes naturais: pragas, pestes e doenças. Ao longo da história, percebe-se a modificação das concepções humanas sobre a religião e também sobre a doença mental. No entanto, a relação entre sentimento religioso e depressão permanece praticamente inalterada na visão do homem comum através da história. Nesta relação, existe uma causalidade entre a doença depressiva e demônios, pecado, a ira de Deus e a falta de fé. Mesmo no homem com conhecimento científico e religioso, são percebidas as influências que o sentimento religioso exerce sobre a noção de doença depressiva. A psiquiatria, devido a dificuldades metodológicas, só recentemente conseguiu modelos explicativos adequados para a compreensão dos distúrbios depressivos. Este atraso no conhecimento científico foi preenchido com idéias preconceituosas, distorcidas e míticas sobre a doença. Através de revisão da literatura, será investigada a relação entre sentimento religioso ou religiosidade e a concepção de doença depressiva. Esta relação será analisada a partir da exposição das primeiras manifestações de sentimento religioso no homem primitivo, sua cosmovisão e noção de religião, até chegar-se ao momento contemporâneo. Numa visão multidisciplinar, busca-se apoio em alguns clássicos da sociologia, da teologia, da história da antropologia, da filosofia, da psiquiatria e ainda outros pensadores de outras áreas do conhecimento. Além disso, as hipóteses serão verificadas objetivamente através de uma amostragem de pacientes portadores de depressão que vierem a procurar espontaneamente tratamento médico psiquiátrico.
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A família Mesquita em Portugal e em terras de Piratininga / The Mesquita family in Portugal and on Piratininga territoryMota, Lucia Silva da 12 December 2008 (has links)
Atualmente muitas pesquisas estão sendo realizadas, tendo como objetivo estudar o Tribunal do Santo Ofício na Península Ibérica e no Brasil. A proposta dessa dissertação é abordar a ação do tribunal inquisitorial contra os cristãos-novos, acusados de judaísmo em Portugal e no Brasil, por meio da análise de processos inquisitoriais de membros de uma família conversa, duramente atingida pela Inquisição, na segunda metade do século XVII. Após a conversão forçada dos judeus em Portugal, em 1497 e a implantação da Inquisição em 1536, os cristãos-novos (descendentes dos judeus convertidos) passaram a sofrer a mais cruel perseguição. Milhares de famílias foram denunciadas, presas, processadas e condenadas a algum tipo de penalidade. Nesta dissertação foram estudados os processos inquisitoriais de Gaspar da Costa de Mesquita e seus filhos. Essa família fazia parte, de acordo com o que os documentos indicam, de um importante círculo financeiro e intelectual português, com vários membros envolvidos no comércio, nas finanças e na vida intelectual de Lisboa. O patriarca era cristão-novo, banqueiro, casado pela segunda vez, teve sete filhos. Em 1682, foi preso nos cárceres da Inquisição de Lisboa, com o confisco e todos os seus bens. A filha, Michaela foi presa em 1683, na época com dezesseis anos de idade. Os filhos, José da Costa e Theotonio da Costa, buscaram refúgio na Vila de São Paulo, quando os primeiros parentes foram presos e acusados de judaísmo, em Portugal. Alguns anos depois, após denuncias feitas em Lisboa, foram expedidos mandados de prisão e em 9 de outubro de 1684, os dois irmãos foram presos em São Paulo e enviados para Lisboa, onde foram processados e saíram em auto de fé. A problemática cristã-nova ou marrana é essencialmente uma questão ibérica, pois, o Tribunal do Santo Ofício, na Espanha e em Portugal, deu especial atenção a este segmento da sociedade, tornando-o sua principal vítima. Tentando escapar dessa situação, muitos cristãosnovos vieram para o Brasil, em busca de refúgio e liberdade. A colônia passou a ser uma das opções para fugirem do alcance da Inquisição, instaurada no território português. O fluxo migratório, que teve início com a colonização, continuou mesmo quando haviam impedimentos legais, estabelecidos pelo rei. São Paulo, o local escolhido por José da Costa e Theotonio da Costa para se instalarem, era uma região de difícil acesso, longe dos principais centros de desenvolvimento da colônia e onde a vida era extremamente dura. Os conflitos entre jesuítas e os colonos eram constantes, principalmente, nos séculos XVI e XVII, em decorrência do sistema predominante no planalto, o bandeirismo. José da Costa e Theotonio da Costa viviam em São Paulo, como lavradores, possivelmente com pequenas porções de terra, como atestam suas declarações no processo. Mas, o deslocamento para São Paulo não foi suficiente para livrá-los das garras do Santo Ofício. A rede de informações da Inquisição contava com a presença de agentes inquisitoriais na Metrópole e na colônia, permitindo que muitas vezes se alcançassem em qualquer lugar do Reino os procurados por crimes contra a fé. / Currently, many researches deal with the Tribunal of the Holy Inquisition of the Iberian Peninsula and Brazil. This dissertation proposal approaches the action of the Tribunal of the Holy Inquisition against new-Christians, accused of practicing Judaism in Portugal, through Inquisition processes of a converted family, painfully reached by the Inquisition in the second half of the XVIIth century. After the forced conversion of the Jews in Portugal in 1497, and the Inquisition implantation in 1536, the new-Christians (descending from the converted Jews) started to suffer the cruelest persecution by the Roman Catholic Church. Thousands of families were denounced, imprisoned, persecuted and condemned to some kind of penalty. In this master dissertation we have studied the Inquisition processes of the Gaspar da Costa de Mesquita family. According to the analyzed documents, this family integrated a relevant financial and intellectual Portuguese group, with many members dealing with commerce, finances, and the intellectual life in Lisbon. The Head of this family was a new-Christian, bank owner, married for the second time, with seven children. In 1682, he was confined to the Lisbon Inquisition prison, having all his belongings confiscated by the Holy Church. His daughter Michaela was imprisoned in 1683 when she was a 16th years old girl. The sons José da Costa and Theotonio da Costa escaped prison and evaded to Sao Paulo Village. At the time, the first family members were taken to prison and accused of Judaism in Portugal. Some years later, after being denounced in Lisbon, they were sentenced to prison and in October 9th, 1684, both sons were imprisoned and extradited to Lisbon, where they were indicted and left in auto-de-fé. The new-Christian or marrano issue is essentially an Iberian problem, which the Holy Tribunal of the Inquisition in Spain and Portugal, gave special attention to this ethnic group in society, transforming it in its main victim. Trying to escape from this situation, many new Christians moved to Brazil hoping to be free and start a new life. The colony was an option to escape from the Holy Roman Church persecution, instituted in the Portuguese territory. The migratory trends, which started with the colonization, have continued even when legal restrictions were imputed by the king. São Paulo, the refuge village chosen by José da Costa and Theotonio da Costa was a difficult place to access, away from the main development centers at the colony and life was extremely painful. The conflicts between the Jesuits and the colonizers were common place, especially on the XVIth and XVIIth centuries, as consequence of the predominant system on the plateau, the bandeirismo. The brothers José da Costa and Theotonio da Costa worked in Sao Paulo as peasants, possibly with small pieces of land, as confirmed by the formal statements in their processes. Even as a region hard to reach, they were caught by the Inquisition hands of the Church. The Inquisition net of informers were based of agents, both in the metropolis and in the colony, together with the denounces atmosphere at the Iberian society, making feasible to reach people indicted by the Holy Church Inquisition outside the kingdom.
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