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Aproximações entre biologia, biopolítica e bioarte: um ensaio sobre a biocontemporaneidade / Approximations among biology, biopolitics and bioart: an essay on biocontemporaneity.

Nogueira, Luciana Valeria 04 September 2009 (has links)
Este trabalho, de caráter ensaístico, pretende configurar algumas implicações do discurso biológico na contemporaneidade por meio da análise de como certos conceitos oriundos do campo das ciências biológicas espécie e gene, particularmente espraiam-se pelo corpo social, associando-se a determinados modos de subjetivação. A hipótese norteadora do estudo é a de que a não explicitação da fragilidade de ambos os conceitos obedece a demandas de controle e de assujeitamento, sobretudo no que se refere ao desenvolvimento e à utilização de biotecnologias. Trata-se da produção de novas formas de vida e, ao mesmo tempo, de processos específicos de subjetivação. Partindo da premissa de que um novo homem está sendo forjado pelas biotecnologias, argumenta-se no sentido de que elas puderam granjear certa legitimidade no imaginário social justamente porque tais conceitos são solidários à conversão da identidade biológica em bioidentidade. De acordo com Foucault, se antes as disciplinas se dirigiam ao homem-corpo, com a biopolítica elas se voltam ao homem-espécie. Os mecanismos regulamentadores da vida passam a fazer parte das relações de poder-saber, com vistas à manipulação dos fenômenos vitais. Assim, parece despontar claramente uma conexão direta entre o espectro biopolítico e os conceitos de espécie e de gene. Entende-se, pois, que os desdobramentos dessa conexão desembocarão no âmbito da biossociabilidade e da bioidentidade. Tomando como material empírico algumas obras do cinema e das artes plásticas, propõe-se uma visada analítica singular sobre as relações entre biologia, biopolítica e bioarte, tendo como perspectiva uma estética da existência baseada na ética da amizade. Na construção dessa visada, foi fundamental a filosofia produzida por Michel Foucault, bem como a de Gilles Deleuze e Félix Guattari. / This paper aims at reflecting on some implications around the contemporary biological discourse through the analysis of how some concepts in the field of biological sciences particularly species and genes spread through the social body, associating with certain modes of subjectivation. The guiding hypothesis of the present study is that the non-explicitation of the fragility of both concepts follows the demand for control and submission, especially as far as the development and usage of biotechnologies are concerned. Thus, there is at the same time production of new forms of life and production of specific processes of subjectivation. Considering the premise that a new man is being forged by the biotechnologies, it is argued that the latter have succeeded in gaining some legitimacy in the collective imaginary, especially because such concepts are solidary with the conversion of biological identity into bioidentity. According to Foucault, if the disciplines used to point toward the human-body, nowadays, under biopolitics they have moved into focusing on the human-species. The life-regulating mechanisms have become part of the power-knowledge relations focusing on the manipulation of vital phenomena. Thus, there seems to be a direct connection between the biopolitical spectrum and the concepts of species and genes. One can conclude, therefore, that the unfolding of this connection will lead into the scope of biosociablity and bioidentity. By taking some empirical work from the cinema and the plastic arts, this research proposes a singular analytical approach to the relations among biology, biopolitics and bioart, under a perspective which contemplates an esthetics of the existence based on the ethics of friendship. In the building of this approach, Michel Foucault\"s thought played a fundamental role, followed by Gilles Deleuze\'s and Félix Guattari\'s philosophies.
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O comissário do esgoto: coragem da verdade e artes da existência na escritura-vida de William Burroughs

Chaves Júnior, Wander Wilson 20 February 2014 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-26T14:54:38Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Wander Wilson Chaves Junior.pdf: 4677188 bytes, checksum: 1e766a16295097c3df5665183cc24c3b (MD5) Previous issue date: 2014-02-20 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / William Burroughs was a beat writer known by his intense relation with psychoactive substances and by his effusive critics over values with universal claims. Together with his beat friends, he invented a lifestyle that confronted the United States society of his days by certain material divestment and the incorporation of cultural elements and social types considered morally reprehensible, rejected or stigmatized such as junkies, gays, blacks and indigenous people. Among the beats, friendship was a way of life invention. Burroughs presents his courage of truth by clashing with the prohibitionism, attacking the medical concept of addiction and elaborating a life from knowledges and techniques of the users of psychoactive substances. In literature, he has been known by an intense experimentation of forms of writing and by his reflections about virus, control and language. Writing has gone through his life, first as a way of transforming the horror at the accident that culminated in his wife Joan Vollmer s death, passing by the transformation of the subject in Junky and as everyday exercises to elaborate a thought by images and a space-silence writing. He elaborated a life against controls and viruses. This research deals with Burroughs s scripture-life by means of the genealogy and the Michel Foucault s notion of aesthetics of existence from two issues: drugs and language. It is an analysis about the life elaboration of William Burroughs and a work from his existence / William Burroughs foi um escritor beat que ficou conhecido por sua intensa relação com substâncias psicoativas e por desempenhar uma crítica voraz a valores com pretensão universal, como os conceitos de vício, drogas e crime. Junto aos seus amigos beats, inventou um estilo de vida que afrontava a sociedade estadunidense de seu tempo, a partir de certo despojamento material e incorporação de elementos culturais e tipos sociais considerados moralmente reprováveis, rejeitados ou estigmatizados como os junkies, os gays, os negros e os indígenas. Entre os beats, a amizade era uma forma de invenção de vida. Burroughs apresenta uma coragem da verdade ao entrar em choque direto com o proibicionismo, agredindo o conceito médico de vício e elaborando uma vida a partir de saberes e técnicas dos usuários de substâncias psicoativas. Na literatura, ficou conhecido por uma intensa experimentação de formas de escrita, e pelas reflexões sobre vírus, controle e linguagem. A escrita atravessou a sua vida, primeiro como forma de transformar o horror pelo acidente que culminou na morte de Joan Vollmer - com quem era casado -, perpassando a transformação do sujeito na escrita de Junky e como exercícios cotidianos para elaborar um pensamento por imagens e uma escrita espaço-silêncio. Elaborou uma vida contra controles e vírus. Esta pesquisa se debruça sobre a escritura-vida de Burroughs por meio da genealogia e da noção de estética da existência de Michel Foucault a partir de dois temas: drogas e linguagem. Trata-se de uma análise sobre a elaboração de vida de William Burroughs e um trabalho a partir de sua existência
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Antonin Artaud: a vida e sua dimensão política

Cabral, Judson Forlan Gonzaga 23 April 2015 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-26T14:55:19Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Judson Forlan Gonzaga Cabral.pdf: 1249179 bytes, checksum: 108bd4cb632cff4920bd1d72334899c4 (MD5) Previous issue date: 2015-04-23 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Antonin Artaud was a french artist that lived on 20th century. With his theater and lifestyle, he shattered several moral institutions and rules that guided life. Made his life and art a combat. For this same reason, was subject of several reprimands. Artaud, man of theater stage, worked as a film actor, playwright, costume designer, scenographist, illustrator, art critic, an active man among his peers. Begun threading the path of historical avant-garde, and his ideals, especially those connected to surrealism, were aimed at revive theatrical art so it could be used as the place of action on life. Theater as practice of itself. Artaud s works were crucial so he could draw a life that was beyond or earlier of a certain life perspective consonant with its standardizing mechanisms. Beyond Artaud and his theater, this research focus on Nietzsche and Foucault, addressing some concepts dear to those authors. The life of those three were lives that to a certain extent drawn over existence other ways to be part of it. They established an aesthetic of existence from designing their lives as art pieces. Therefore, the research focuses on life and its political dimension seen through quality of life and its experiments. In this sense, draws the authors thoughts for different kinds of political actions / Antonin Artaud foi um artista francês que viveu no século XX. Ele com seu teatro e estilo de vida abalou os diversos programas morais e instituições pelas quais a vida era balizada. Fez de sua vida e arte um combate. Por isso mesmo sofreu diversos tipos de correções. Artaud, homem de teatro, trabalhou como ator de cinema, foi dramaturgo, figurinista, cenógrafo, desenhista, crítico de arte, foi um ativo entre seus contemporâneos. Trilhando inicialmente a esteira das vanguardas históricas e de seus ideais, especialmente o dos surrealistas tinhacomo projeto revivificar a arte teatral para que a mesma fosse usada como o lugar de ação sobre a vida. O teatro como prática de si. A obra de Artaud foi fundamental para que ele pudesse traçar uma vida que se colocava além ou aquém de certa perspectiva de vida vigente com seus mecanismos normalizadores. Além de Artaud e seu teatro a pesquisa enfatiza Nietzsche e Foucault com alguns conceitos caros a esses autores. A vida dos três foram vidas que de certa forma traçaram sobre a existência maneiras outras de estar nela. Instituíram uma estética da existência àmedida que fizeram das suas vidas uma obra de arte. Portanto, a pesquisa enfatiza a vida e sua dimensão política entendida aqui na qualidade de uma vida no e pelos seus experimentos. Para tanto, busca pensar à luz dos autores outros tipos possíveis de politização
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Foucault e a questão da ética: a liberdade problematizada como ethos / Foucault and the question of ethics: liberty problematized as ethos

Rommel Luz Figueira Barbosa 22 February 2008 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A presente dissertação tem por objeto a problematização da liberdade como ethos, nos últimos trabalhos de Michel Foucault. Na primeira parte, são analisados alguns conceitos fundamentais para se compreender as modificações operadas por Foucault em seu pensamento, no fim dos anos 1970, e, então, são analisados seu conceito de moral e suas investigações da estética da existência e da cultura de si da Antigüidade. Na segunda parte, a afirmação de que a liberdade é a aposta fundamental do pensamento foucaultiano é o ponto de partida para a análise da questão da ética na modernidade. Para tanto, são analisados os conceitos de pensamento e liberdade, bem como a relação entre modernidade, moral e crítica. Por fim, através das entrevistas dadas por Foucault a publicações gays, é analisado como sua proposta de uma ética que seja uma estética da existência pode funcionar fora do âmbito específico da prática filosófica. / This master dissertation has the problematization of liberty as ethos, in the late works of Michel Foucault, as its subject matter. In the first part, some fundamental concepts are analysed in order to understand the changes in Foucaults thought, in the late 1970s. Then, his concept of moral and his investigations about Antique aesthetics of existence and culture of the self are analysed. In the second part, the assertion that freedom is the fundamental bet of Foucaults thought is the starting point for an analysis of the question of ethics in modernity. In order to do this, its done an analysis of the concepts of thought and liberty as well as the relation among modernity, moral and criticism. At last, through th e Foucaults interviews for gay magazines, it is analysed the way in wich the foucauldian proposal of an ethics that is an aesthetics of existence can work outside of the specific range of philosophical practice.
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Heterotopias menores: delirando a vida como obra de arte / Minor heterotopias: delining life as a work of art

Adriana Rosa Cruz Santos 31 March 2011 (has links)
Esta tese se propõe a explorar as relações entre arte, loucura e polis a partir da aposta de que a vida possa ser permanentemente criada como obra de arte aberta às variações e diferenciações inerentes ao viver. Tal procedimento estético demanda a constituição de espaços-tempo heterotópicos, capazes de simultaneamente engendrar e abrigar contraposicionamentos às políticas de sujeição e controle contemporâneos. Para tanto, problematizamos as instituições arte, loucura e polis, extraindo, dessas formas estratificadas, virtualidades que possibilitem a emergência de modos menores, fazendo-as variar. Partimos da polis, dimensão imaterial e coletiva das cidades, ao mesmo tempo máquina abstrata de engendramento das formas que a habitam, a deslocam, a produzem e forma que a vida assume nesses territórios, para visibilizar como se engendram loucuras e artes de viver. Partimos de fragmentos históricos, literários e biográficos para pensar outros modos de habitar e tecer trajetórias na cidade, instando a tessitura de relações de criação de si e do mundo, por meio da invenção de espaços outros entre a loucura e a arte. Da loucura pensada por Foucault como positividade domesticada pelo saber médico, instauramos séries da experiência trágica ao fora e, deste, ao fluxo esquizo, proposto por Deleuze e Guattari para finalmente chegar a uma loucura menor, loucura que é antes dissolução das formas identitárias e estabilizadas e que materializa o delírio como dispositivo estético de criação de mundos. Finalmente, chegamos à arte, deslocando-a da dimensão de criação de objetos estéticos, para pensá-la como dimensão imanente ao próprio viver. Neste ponto nos valemos de Nietzsche, Deleuze e Foucault para pensar a vida como experimentação que resiste às armadilhas que a aprisionam em modelos préestabelecidos, vida que se cria a cada instante como obra de arte. Ativando, portanto, uma arte menor, arte de viver, damos corpo à proposição foucaultiana de uma estética da existência, procedimento por meio do qual se cria a si mesmo ao criar-se outro nas relações com o mundo. Procedimento, portanto, estético, ético e político. Instabilizadas e problematizadas as formas iniciais polis, loucura e arte , tomamos os casos Bispo do Rosário e Moacir para investigar, em suas trajetórias, como é possível do entrelaçamento entre elas, se constituírem estilizações da existência, de forma a fazer derivar o real e ficcionar modos de viver. Por fim, recorremos à poesia, delírio das palavras para ensaiar possibilidades de criação de espaços-tempo singulares, heterotopias menores, espécies de utopias efetivamente realizadas, como afirma Foucault, que nos permitam fazer da vida obra de arte. / This thesis aims to explore the relationship between art, madness and polis from the bet that life may be permanently established as a work of art opened to variations and differences inherent in living. This cosmetic procedure demands the constitution of heterotopic space/time, able to simultaneously engender and shelter counterstance to the contemporary control and subjection policies. For this we discuss the institutions art, madness and polis, extracting of these stratified or stored forms, virtualities that make possible the emergence of minor modes, making them vary. We start with polis, immaterial and collective dimension of the cities, at the same time abstract machine of engendering forms that inhabit it, moving it and producing the way life take over these territories, to make visible how madness and art of living engender each other. We started from biographical, historical and literary fragments, to think about other ways of inhabiting and weaving trajectories in the city, urging a fabric of relations of self and word creation through the invention of other spaces between madness and art. From madness thought by Foucault as domesticated positivity by medical knowledge, we established series from tragic experience from outside, and, from this to the schizo flow, proposed by Deleuze and Guattari -to finally get a minor madness, madness that is first dissolution of identity and stabilized forms and that materializes delirium as aesthetic device of word creation. Finally, we get the art, moving it from the aesthetic object creation dimension, to think of it as an immanent dimension of self-living. At this point we make use of Nietzsche, Deleuze and Foucault to think life as experimentation that resists the traps that imprison it in pre-established models, life that create itself every moment as a work of art. Activating therefore, a minor art, art of living, embodying foucaultian proposition of an aesthetics of existence, procedure whereby it creates itself when creates another one in the world relationships. Therefore, aesthetics, ethical and political procedure. Unstabilized and discussed inicial forms polis, madness and art -, we take cases of Bispo do Rosário e Moacir, to investigate their trajectories, how it may be possible from their interlace, constituting stylizations of existence so that it makes derive from real and put ways of living into fiction. Finally, we turn to poetry, delirium of words, to rehearse possibilities of singular space/time creation, minor heterotopics, effectively performed utopia species, like Foucault says, allow us to make life a work of art.
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A estética da existência como ética possível: Foucault e a reinvenção do sujeito

Silva, Keitiana de Souza 08 September 2011 (has links)
Made available in DSpace on 2015-05-14T12:11:41Z (GMT). No. of bitstreams: 1 arquivototal.pdf: 560914 bytes, checksum: bee57da5ce047cdb637ad72b224fc740 (MD5) Previous issue date: 2011-09-08 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Cet article introduit la notion de sujet éthique selon le philosophe français Michel Foucault (1926-1984). On prend comme base ses dernières écrits théoriques, selon lesquels on caractérise ses concepts éthiques de soin de soi et d esthétique de l'existence. Ce sont des concepts portés par lui dès la morale classique et presentés comme possibilité de vivre l éthique aujourd hui. À théoriser le problème éthique chez Foucault, il était nécessaire d abord ajouter la notion de sujet dans l ensemble de ce travail-ci, qu il dit est fondé sur la puissance et les connaissances qui sont étranges à la conscience du sujet. À partir de la réglementation et de la sujétion modernes, tous les formations subjetives n ont pu plus être autonomes, de sort que l action éthique reste empeché. De cette même façon, il réfléchit sur la formation éthique des anciens Grecs, en établissant la différence entre l'éthique et la morale. La première est calquée sur la choix de la forme de vie, tandis que la seconde est fondée sur l'obéissance à des règles imposées. Dans l'éthique antique, il y avait le désir de rendre la vie une oeuvre d'art, vers laquelle le sujet pourrait constituer sa vie par ses choix individuels. L'éthique de Foucault est donc basée sur les principes de cette liberté, de choisir et de résister aux contraintes réglementaires. Par ailleurs, est présenté dans le dernier Foucault le sujet qui résiste a des normativités morales, à la recherche d'une autoréinvention subjective. Le sujet n'accepte la soumission qu a lui été donné comme un principe d'identité et devient l'inventeur de sa propre vie, postulant de faire de sa vie une oeuvre d'art. Pour afficher le sujet éthique et esthète de lui-même, on utilise les premières travaux de l'auteur, à la recherche de la notion du sujet présent dans la tradition philosophique et critiqué par lui. Plus tard, on discute la notion de soin de soi: de l'antiquité à la modernité, qui est le principe éthique de ce qu'il caractérise comme esthétique de l'existence. Chez Foucault, on comprend que la réinvention du sujet et le but de rendre la vie une oeuvre d'art consistent proprement dans l'oeuvre du philosophe, attachée à des manières éthiques possibles, lesquelles se trouvent dans une façon de vie indépendante vers la société contemporaine, même si ce sujet se réinvent selon un style propre, pourqu il puisse être considéré comme fou, perverti, délinquant et subversif. Pour ce sujet éthique, Foucault a rejeté les modèles sociaux dominants selon la sujétion. Pour cela, il cherche la littérature, parce qu'en elle l'auteur doit avoir la liberté de se réinventer. Ainsi, ce travail postule placer ce sujet éthique vers l'esthétique de l'existence, qui est présenté par Foucault, non pas comme une solution pour une société sans éthique et la morale, mais comme une possibilité. / O presente trabalho apresenta a noção de sujeito ético segundo o filósofo francês Michel Foucault (1926 - 1984). Tomando como fundamento teórico os últimos escritos do autor, caracterizamos os conceitos de ética do cuidado de si e estética da existência, apresentados por ele como a ética antiga e como a possibilidade de vivência ética na contemporaneidade. Para tratar do problema ético em Foucault, foi necessário abordar a noção de sujeito no conjunto da sua obra que, segundo ele, é fundado a partir de poderes e saberes que são alheios, a partir de normatividades e de assujeitamento, que não viabiliza uma formação subjetiva autônoma de si mesmo, impossibilitando a ação ética. Da mesma forma, ele reflete sobre a formação ética dos gregos antigos, estabelecendo a diferença entre ética e moral. A primeira fundamenta-se na escolha da forma de vida, enquanto a segunda baseia-se na obediência a preceitos impostos. Na ética antiga há o desejo de fazer da vida uma obra de arte, na qual o sujeito se constitui a partir de suas escolhas individuais. A ética foucaultiana é baseada nos princípios de liberdade, escolha e resistência às imposições normativas. Ademais, é apresentado no último Foucault o sujeito que resiste às normatividades de ordem moral, em busca de uma reinvenção subjetiva de si. Esse sujeito não aceita o assujeitamento que lhe foi imposto como princípio de identidade e torna-se inventor da sua própria vida, postulando fazer dela uma obra de arte. Para apresentar esse sujeito ético e esteta de si, recorremos às primeiras fases que compõem a obra do autor, em busca de abordar a noção de sujeito presente na tradição filosófica e criticada por ele. Posteriormente, problematizamos, a partir do mesmo, a noção de cuidado de si desde a antiguidade até a modernidade, pois para o autor, é o princípio ético daquilo que ele caracteriza como estética da existência. A partir de Foucault, entendemos que a reinvenção do sujeito, como propósito de fazer da vida uma obra de arte, é na obra do filósofo, a ética possível, que pode ser encontrada em estilos de vida autônomos na contemporaneidade, mesmo que esse sujeito que se reinventa, a partir de estilos próprios, possa ser considerado como louco, pervertido, deliquente e subversivo. O sujeito ético foucaultiano é rechaçado pelo modelo social dominante por resistir à sujeição. Por ser assim, ele é representado na literatura, pois nela os autores gozam da liberdade de se reinventarem. Dessa forma, esse trabalho postula pontuar esse sujeito ético, que busca a estética da existência, e que é apresentada por Foucault, não como solução para uma sociedade moralista e sem ética, mas como uma possibilidade.
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Estéticas da existência e sexualidade operária: discursos LGBTTTS no chão de fábrica em Campina Grande - PB (2009 -2016).

ARAÚJO, João Diogo Trindade Cordeiro. 16 May 2018 (has links)
Submitted by Lucienne Costa (lucienneferreira@ufcg.edu.br) on 2018-05-16T17:37:48Z No. of bitstreams: 1 JOÃO DIOGO TRINDADE CORDEIRO ARAÚJO – DISSERTAÇÃO (PPGH) 2018.pdf: 1616526 bytes, checksum: cfb4e8c27aa3bb7db0ee51cba1eb4353 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-05-16T17:37:48Z (GMT). No. of bitstreams: 1 JOÃO DIOGO TRINDADE CORDEIRO ARAÚJO – DISSERTAÇÃO (PPGH) 2018.pdf: 1616526 bytes, checksum: cfb4e8c27aa3bb7db0ee51cba1eb4353 (MD5) Previous issue date: 2018 / Essa dissertação de mestrado tem por objetivo discutir como eram vivenciadas as práticas educativas da sexualidade e as estéticas da existência a partir das narrativas orais dos operários LGBTTTs que atuavam de forma direta ou indireta no chão de fábrica da cidade de Campina Grande – PB, no período que vai de 2009 a 2016. Para costurar os corpos analisados nesse texto, dialogamos com a História do Tempo Presente a partir das narrativas de operários homoafetivos cisgêneros, assim como através de uma operária transexual e de suas memórias. Problematizamos as práticas educativas da sexualidade, como o machismo, a homofobia e a transfobia, com fins de oferecer visibilidade a sujeitos que, por representarem uma minoria historicamente excluída da sociedade, são alvos do discurso biológico. As narrativas foram interpretadas pelas tramas da História Cultural, com a metodologia da Análise do Discurso sob o prisma de Michel Foucault (1985), autor que colaborou com os conceitos sobre o dispositivo da sexualidade e estética da existência. Judith Butler (2008) se fez presente na discussão sobre o conceito de abjeto e Guacira Lopes Louro (2015) emergiu traçando uma linha tênue entre gênero e corpo. Com esses olhares teóricos, identificamos nas experiências fabris as relações entre operários masculinos e suas singularidades. Observamos as táticas para se aproximar afetivamente ou assediar sexualmente o outro, que representava a diferença de gênero e sexualidade no âmbito do trabalho. Concluímos que no cotidiano dos operários LGBTTTS percebemos as táticas de defesa para sobreviver a um ambiente impregnado por práticas discriminatórias. / This work aimed to discuss how the educational practices of sexuality and the aesthetics of existence were experienced through the narratives of LGBTTT workers who worked directly or indirectly on factory floor. To build this operation, we dialogue with Present Time History through the narratives of homaffetive and cisgender workers, as well as a transsexual worker. We problematize the educational practices of sexuality such as male dominance, homophobia and transphobia in order to offer expression to subjects that, because they represent a minority, are historically excluded from society and targets of biological discourse. The narratives were interpreted through Cultural History with the methodology of the discourse analysis by the prism of Michel Foucault (1985), author who collaborated with the concepts on the device of sexuality and aesthetics of existence. Judith Butler (2008) was present in the discussion about the concept of abject and Guacira Lopes Louro (2015) emerged drawing a fine line between gender and body. With these theoretical views we identify in the factory experiences the relations between male workers and their singularities. We observed the tactics to approach affectively or sexually harass the other that represented the difference of gender and sexuality in the scope of the work. In the daily life of the LGBTT's workers we perceive the tactics of defense to survive an environment impregnated by discriminatory practices.
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Foucault e a questão da ética: a liberdade problematizada como ethos / Foucault and the question of ethics: liberty problematized as ethos

Rommel Luz Figueira Barbosa 22 February 2008 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A presente dissertação tem por objeto a problematização da liberdade como ethos, nos últimos trabalhos de Michel Foucault. Na primeira parte, são analisados alguns conceitos fundamentais para se compreender as modificações operadas por Foucault em seu pensamento, no fim dos anos 1970, e, então, são analisados seu conceito de moral e suas investigações da estética da existência e da cultura de si da Antigüidade. Na segunda parte, a afirmação de que a liberdade é a aposta fundamental do pensamento foucaultiano é o ponto de partida para a análise da questão da ética na modernidade. Para tanto, são analisados os conceitos de pensamento e liberdade, bem como a relação entre modernidade, moral e crítica. Por fim, através das entrevistas dadas por Foucault a publicações gays, é analisado como sua proposta de uma ética que seja uma estética da existência pode funcionar fora do âmbito específico da prática filosófica. / This master dissertation has the problematization of liberty as ethos, in the late works of Michel Foucault, as its subject matter. In the first part, some fundamental concepts are analysed in order to understand the changes in Foucaults thought, in the late 1970s. Then, his concept of moral and his investigations about Antique aesthetics of existence and culture of the self are analysed. In the second part, the assertion that freedom is the fundamental bet of Foucaults thought is the starting point for an analysis of the question of ethics in modernity. In order to do this, its done an analysis of the concepts of thought and liberty as well as the relation among modernity, moral and criticism. At last, through th e Foucaults interviews for gay magazines, it is analysed the way in wich the foucauldian proposal of an ethics that is an aesthetics of existence can work outside of the specific range of philosophical practice.
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Heterotopias menores: delirando a vida como obra de arte / Minor heterotopias: delining life as a work of art

Adriana Rosa Cruz Santos 31 March 2011 (has links)
Esta tese se propõe a explorar as relações entre arte, loucura e polis a partir da aposta de que a vida possa ser permanentemente criada como obra de arte aberta às variações e diferenciações inerentes ao viver. Tal procedimento estético demanda a constituição de espaços-tempo heterotópicos, capazes de simultaneamente engendrar e abrigar contraposicionamentos às políticas de sujeição e controle contemporâneos. Para tanto, problematizamos as instituições arte, loucura e polis, extraindo, dessas formas estratificadas, virtualidades que possibilitem a emergência de modos menores, fazendo-as variar. Partimos da polis, dimensão imaterial e coletiva das cidades, ao mesmo tempo máquina abstrata de engendramento das formas que a habitam, a deslocam, a produzem e forma que a vida assume nesses territórios, para visibilizar como se engendram loucuras e artes de viver. Partimos de fragmentos históricos, literários e biográficos para pensar outros modos de habitar e tecer trajetórias na cidade, instando a tessitura de relações de criação de si e do mundo, por meio da invenção de espaços outros entre a loucura e a arte. Da loucura pensada por Foucault como positividade domesticada pelo saber médico, instauramos séries da experiência trágica ao fora e, deste, ao fluxo esquizo, proposto por Deleuze e Guattari para finalmente chegar a uma loucura menor, loucura que é antes dissolução das formas identitárias e estabilizadas e que materializa o delírio como dispositivo estético de criação de mundos. Finalmente, chegamos à arte, deslocando-a da dimensão de criação de objetos estéticos, para pensá-la como dimensão imanente ao próprio viver. Neste ponto nos valemos de Nietzsche, Deleuze e Foucault para pensar a vida como experimentação que resiste às armadilhas que a aprisionam em modelos préestabelecidos, vida que se cria a cada instante como obra de arte. Ativando, portanto, uma arte menor, arte de viver, damos corpo à proposição foucaultiana de uma estética da existência, procedimento por meio do qual se cria a si mesmo ao criar-se outro nas relações com o mundo. Procedimento, portanto, estético, ético e político. Instabilizadas e problematizadas as formas iniciais polis, loucura e arte , tomamos os casos Bispo do Rosário e Moacir para investigar, em suas trajetórias, como é possível do entrelaçamento entre elas, se constituírem estilizações da existência, de forma a fazer derivar o real e ficcionar modos de viver. Por fim, recorremos à poesia, delírio das palavras para ensaiar possibilidades de criação de espaços-tempo singulares, heterotopias menores, espécies de utopias efetivamente realizadas, como afirma Foucault, que nos permitam fazer da vida obra de arte. / This thesis aims to explore the relationship between art, madness and polis from the bet that life may be permanently established as a work of art opened to variations and differences inherent in living. This cosmetic procedure demands the constitution of heterotopic space/time, able to simultaneously engender and shelter counterstance to the contemporary control and subjection policies. For this we discuss the institutions art, madness and polis, extracting of these stratified or stored forms, virtualities that make possible the emergence of minor modes, making them vary. We start with polis, immaterial and collective dimension of the cities, at the same time abstract machine of engendering forms that inhabit it, moving it and producing the way life take over these territories, to make visible how madness and art of living engender each other. We started from biographical, historical and literary fragments, to think about other ways of inhabiting and weaving trajectories in the city, urging a fabric of relations of self and word creation through the invention of other spaces between madness and art. From madness thought by Foucault as domesticated positivity by medical knowledge, we established series from tragic experience from outside, and, from this to the schizo flow, proposed by Deleuze and Guattari -to finally get a minor madness, madness that is first dissolution of identity and stabilized forms and that materializes delirium as aesthetic device of word creation. Finally, we get the art, moving it from the aesthetic object creation dimension, to think of it as an immanent dimension of self-living. At this point we make use of Nietzsche, Deleuze and Foucault to think life as experimentation that resists the traps that imprison it in pre-established models, life that create itself every moment as a work of art. Activating therefore, a minor art, art of living, embodying foucaultian proposition of an aesthetics of existence, procedure whereby it creates itself when creates another one in the world relationships. Therefore, aesthetics, ethical and political procedure. Unstabilized and discussed inicial forms polis, madness and art -, we take cases of Bispo do Rosário e Moacir, to investigate their trajectories, how it may be possible from their interlace, constituting stylizations of existence so that it makes derive from real and put ways of living into fiction. Finally, we turn to poetry, delirium of words, to rehearse possibilities of singular space/time creation, minor heterotopics, effectively performed utopia species, like Foucault says, allow us to make life a work of art.
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Aproximações entre biologia, biopolítica e bioarte: um ensaio sobre a biocontemporaneidade / Approximations among biology, biopolitics and bioart: an essay on biocontemporaneity.

Luciana Valeria Nogueira 04 September 2009 (has links)
Este trabalho, de caráter ensaístico, pretende configurar algumas implicações do discurso biológico na contemporaneidade por meio da análise de como certos conceitos oriundos do campo das ciências biológicas espécie e gene, particularmente espraiam-se pelo corpo social, associando-se a determinados modos de subjetivação. A hipótese norteadora do estudo é a de que a não explicitação da fragilidade de ambos os conceitos obedece a demandas de controle e de assujeitamento, sobretudo no que se refere ao desenvolvimento e à utilização de biotecnologias. Trata-se da produção de novas formas de vida e, ao mesmo tempo, de processos específicos de subjetivação. Partindo da premissa de que um novo homem está sendo forjado pelas biotecnologias, argumenta-se no sentido de que elas puderam granjear certa legitimidade no imaginário social justamente porque tais conceitos são solidários à conversão da identidade biológica em bioidentidade. De acordo com Foucault, se antes as disciplinas se dirigiam ao homem-corpo, com a biopolítica elas se voltam ao homem-espécie. Os mecanismos regulamentadores da vida passam a fazer parte das relações de poder-saber, com vistas à manipulação dos fenômenos vitais. Assim, parece despontar claramente uma conexão direta entre o espectro biopolítico e os conceitos de espécie e de gene. Entende-se, pois, que os desdobramentos dessa conexão desembocarão no âmbito da biossociabilidade e da bioidentidade. Tomando como material empírico algumas obras do cinema e das artes plásticas, propõe-se uma visada analítica singular sobre as relações entre biologia, biopolítica e bioarte, tendo como perspectiva uma estética da existência baseada na ética da amizade. Na construção dessa visada, foi fundamental a filosofia produzida por Michel Foucault, bem como a de Gilles Deleuze e Félix Guattari. / This paper aims at reflecting on some implications around the contemporary biological discourse through the analysis of how some concepts in the field of biological sciences particularly species and genes spread through the social body, associating with certain modes of subjectivation. The guiding hypothesis of the present study is that the non-explicitation of the fragility of both concepts follows the demand for control and submission, especially as far as the development and usage of biotechnologies are concerned. Thus, there is at the same time production of new forms of life and production of specific processes of subjectivation. Considering the premise that a new man is being forged by the biotechnologies, it is argued that the latter have succeeded in gaining some legitimacy in the collective imaginary, especially because such concepts are solidary with the conversion of biological identity into bioidentity. According to Foucault, if the disciplines used to point toward the human-body, nowadays, under biopolitics they have moved into focusing on the human-species. The life-regulating mechanisms have become part of the power-knowledge relations focusing on the manipulation of vital phenomena. Thus, there seems to be a direct connection between the biopolitical spectrum and the concepts of species and genes. One can conclude, therefore, that the unfolding of this connection will lead into the scope of biosociablity and bioidentity. By taking some empirical work from the cinema and the plastic arts, this research proposes a singular analytical approach to the relations among biology, biopolitics and bioart, under a perspective which contemplates an esthetics of the existence based on the ethics of friendship. In the building of this approach, Michel Foucault\"s thought played a fundamental role, followed by Gilles Deleuze\'s and Félix Guattari\'s philosophies.

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