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Qualidade de vida de agentes comunitários de saúde de um município da região oeste do estado de São Paulo / Quality of life of community health agents from a western city in the interior of São Paulo State.Karina Aparecida Garcia Bernardes 10 October 2008 (has links)
A implantação da Estratégia de Saúde da Família (ESF) no Brasil representou a modificação do modelo de atenção à saúde, pautado no conhecimento do território e do perfil epidemiológico, com foco no indivíduo, na família e comunidade. Neste processo, o Agente Comunitário de Saúde (ACS) torna-se um profissional de fundamental importância para a consolidação das novas práticas em saúde e, pertencendo à comunidade, proporciona para a equipe de saúde da família uma melhor visão desta, facilitando o planejamento das ações. Assim, considerando-se as perspectivas realizadas em torno da ESF, os desafios da equipe para a consolidação do SUS e a importância que os estudos em torno da avaliação da Qualidade de vida (QV) exercem sobre a melhor compreensão do tema e na remodelação de políticas e práticas, principalmente na área da saúde, definiu-se serem os ACS e sua QV, focos desta pesquisa. O objetivo do presente estudo é descrever a qualidade de vida dos agentes comunitários de saúde, segundo o referencial do WHOQOL-bref (GRUPO WHOQOL, 1998), em uma cidade no interior do estado de São Paulo, no ano de 2007. Tratase de um estudo descritivo - exploratório e transversal. Participaram do estudo 198 ACS pertencentes a 21 unidades de saúde do município. Houve predominância de indivíduos do sexo feminino (86,1%), com média de idade de 34,3 anos, ensino médio completo (66,7%) e casados ou vivendo como casados (54,3%). A maioria dos ACS considerou a própria saúde como boa ou muito boa (79,7%) e 45,4% responderam ter nenhum problema de saúde. O tempo médio de trabalho dos ACS foi de 3 anos e 2 meses. Para testar a consistência interna do WHOQOL-bref foi calculado o Coeficiente Alfa de Cronbach, o qual apresentou valores satisfatórios para as 26 facetas ( = 0,91) e para os domínios físico, psicológico e meioambiente ( = 0,78; = 0,75 e = 0,76, respectivamente). Os escores médios para QV Geral foram 69,8 e 66,9, respectivamente, para Q1 e Q2. Para os domínios os escores médios foram 73,8 para o domínio físico; 71,7 para o domínio psicológico; 70,4 o domínio relações sociais e 55,8 para o domínio meio-ambiente. As facetas que apresentaram os maiores escores médios em cada domínio foram mobilidade (80,7) (domínio físico), espiritualidade / religiões / crenças pessoais (81,9) (domínio psicológico), relações pessoais (73,7) (domínio relações sociais), ambiente no lar (66,8) (domínio meio-ambiente). As facetas que apresentaram os menores escores médios de cada domínio foram sono e repouso (68,3) (domínio físico), sentimentos positivos (65,8) (domínio psicológico), suporte, apoio social (67,5) (domínio relações sociais), recursos financeiros (37,00) (domínio meio-ambiente). A hipótese inicial de que os ACS apresentariam escores baixos na avaliação da QV somente se confirmou para o domínio Meio-Ambiente, constituído de facetas inerentes à vida no lar e na comunidade, revelando necessidades não apenas do sujeito como profissional, mas como integrante e participante de uma comunidade. Os resultados contribuem positivamente no sentido das práticas de saúde sustentáveis que se constroem com profissionais comprometidos e satisfeitos quanto aos aspectos do trabalho e da vida. / The implementation of the Family Health Strategy (FHS) in Brazil represented the modification of the model of the attention to the health, which is based on knowing the territory and its epidemic profile, focusing on the individual, on the family and on the community. In this process, the Community Health Agent (CHA) has become a really important professional to the consolidation of the new health actions and, because he belongs to the community, he knows about its characteristics and its fragilities, which provides, for the family health group, a better view of the community and makes the planning of the actions easier. Thus, considering the prospects held around the FHP, the challenges of the team for the consolidation of SHS and the importance that studies regarding the evaluation of Quality of Life (QoL) have for a better understanding of the subject and the remodeling of policies and practices, especially in health, the CHA and their QoL were defined as the foci of this research. The aim of this study is to describe the community health agents` quality of life in accordance with WHOQOL-bref (WHOQOL Group, 1998), from a city in the interior of São Paulo State in 2007. This is a descriptive-exploring and transversal study. 198 CHA have participated in this study; they belong to 21 health units of the city. There were more female than male individuals (86,1%), average age of 34, 3 years old, complete high school level (66,7%) and predominately married or living as they were married (54,3%). The majority of the CHA has considered their lives as good or as very good (79,7%) and 45,4% answered that they dont have any health problems. Their period of work was 3 years and 2 months on average. In order to test the internal consistency of the WHOQOL-bref , the Cronbachs Alpha coefficient was calculated and the result was satisfactory for the 26 facets ( = 0,91); and for the physical; psychological and for the environment domains ( = 0,78; = 0,75 e = 0,76, respectively). The mean scores for the Overall QoL were 69,8 and 66,9, respectively for Q1 and Q2. For the domains, the mean scores were 73,8 for the physical domain; 71,7 for the psychological domain; 70,4 for the social relationships domain and 55,8 for the environment domain. The facets that had the highest mean scores in each domain were mobility (80,7) (physical domain), spirituality / religiousness / personal beliefs (81,9) (psychological domain), personal relationships (73,7) (social relationships domain), home environment (66,8) (environment domain). The facets that had the lowest mean scores from each domain were sleep and rest (68,3) (physical domain), positive feelings (65,8) (psychological domain), social support (67,5) (social relationships domain), financial resources (37,0) (environment domain). The initial hypothesis that the CHA would present low scores on the QoL evaluation was confirmed just for the Environment field, which consists of facets inherent to life at home and community, revealing needs of the subject not only as a professional but as member and participant of a community. The results contribute positively towards sustainable practices in health, which are built with committed and satisfied professionals regarding the aspects of work and life.
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O agente comunitário de saúde e a saúde mental = faces e interfaces / Community health agent and mental health : faces and interfacesTrapé, Thiago Lavras, 1982- 07 February 2010 (has links)
Orientador: Rosana Teresa Onocko Campos / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas / Made available in DSpace on 2018-08-18T18:07:42Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2010 / Resumo: O Movimento de Reforma Sanitária (RS) tem importante papel na consolidação das políticas publicas nacionais de saúde que se referendam a partir da promulgação da Constituição em 1988, após anos de luta e tentativas de implantar serviços de saúde comunitários. A partir da evolução e democratização das políticas publicas de saúde, implementa-se, como modelo organizativo, a Estratégia de Saúde da Família (ESF), em que o Agente Comunitário de Saúde (ACS) tem papel estratégico. A existência de atores locais articulados a unidades de saúde no Brasil se iniciam em meados do Século XX. A partir de sua institucionalização, os ACS passam a compor as equipes de saúde mínimas das Unidades Básicas de Saúde. No bojo da Reforma Sanitária, o Movimento de Reforma Psiquiátrica (RP) surge para enfrentar séculos de repressão, perseguição, violência e institucionalização dos portadores de transtornos psíquicos. Entretanto, mesmo tendo proximidades, o Movimento de RP entra em descompasso com o Movimento de RS. A precariedade da atenção à Saúde Mental na Atenção Primária se mostra entre esses dois movimentos, sem lugar para desenvolver-se e sem a devida preocupação e investimento público. O presente estudo buscou avaliar o papel do Agente Comunitário de Saúde e sua prática na atenção à saúde mental no Município de Campinas-SP. Esse município vem-se constituindo como uma referência nas políticas publicas de saúde mental desde a década de 70, por implementar arranjos de vanguarda. Os achados da pesquisa apontam a falta de investimento na saúde mental na Atenção Primária. Mostram que, apesar da implantação de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que vem assumindo um papel estratégico e estruturante na rede, a organização do sistema ainda não consegue promover uma atenção satisfatória para os casos não graves, que não têm lugar para serem manejados, numa lógica do Delire ou Padeça. Novas formas organizativas surgiram para dar conta da enorme demanda que aporta nas UBS e, nelas, os ACS se mostram profissionais que atuam com uma clínica híbrida, mesclando saberes técnico-científicos e populares do senso comum produzindo um sincretismo clinico. Seu discurso é um analisador das políticas de saúde mental nos diversos níveis de atenção, e pode colaborar no processo de pensar o modelo vigente e na criação de arranjos e práticas que possam qualificar a assistência e promover maior acesso e resolutividade para aqueles que apresentam algum sofrimento psíquico / Abstract: The Sanitary Reform Movement (RS) has an important role in the consolidation of national public health care that came be with the promulgation of the Constitution in 1988, after years of struggle and attempts to implement community health services. From the evolution and democratization of public health policies it is implemented, as an organizational model, the strategy of Family Health, where the Community Health Agent has a strategic role. The existance of local actors, articulated to health units in Brazil, begin in mid 20th century. From it's institutionalization, the ACS's begin to compose the teams of minimal health of the Basic Health Units (UBS). In the bulge of the Sanitary Reform, the Psichiatrical Reform Movement (RP) arises to face centuries of repression, persecution, violence and institutionalization of bearers of psychic disorders. So even though the closeness the Movement of RP comes out of step with the movement of RS. Mental Health in Primary Care is shown between these two movements, with no place to develop and without due concern and public investment. This study aims to evaluate the Community Health Agent and its practice against mental health care in Campinas-SP, which brings a role of reference in public health policies since the 70s, by implementing cutting-edge arrangements. The research findings indicate a lack of investment in mental health in primary care where the Centers for Psychosocial Care (CAPS) assume a structural and strategic role, providing an organization where non serious cases have no place to be managed in a logic of rave or suffer. However organizational forms appear to account for the huge demand that brings in the UBS's, and the ACS show themselves as professionals who work with a hybrid clinic, mixing technical and scientific knowledge and popular commonsense producing a clinical syncretism. His speech is an analyzer of mental health policies at different levels of attention and can help us to think the current model and create arrangements and practices that may qualify the assistance and promote greater access and solution for those who present some sort of psychological distress / Mestrado / Política, Planejamento e Gestão em Saúde / Mestre em Saude Coletiva
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A EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO NA PERSPECTIVA DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE / EDUCATION FOR WORK IN VIEW OF COMMUNITY HEALTH AGENTSSilveira, Daiany Saldanha da 21 December 2012 (has links)
This is a qualitative, exploratory and descriptive research which aims to understand the
education process at work into the perspective of Community Health Agents (CHA). The
subjects of this study worked in teams of the Family Health Strategy (FHS) and of
Community Health Workers (CHW), involving during the research a total of 25 subjects. Two
instruments of data collection were selected: self-administered structured survey
questionnaire of socio-demographic data and set of interviews with questions for the
technique of focal group. Regarding to socio-demographic data a descriptive statistics was
employed; qualitative data collected from the focal groups were analyzed according to
Bardin. This study followed the 196/96 resolution of the National Health Council. From the
results, majority were female, mean age of 38 years, high school complete and working time
between 06 and 10 years. Most of them reported as motivation to join CHA the professional
stability, and in their majority they worked as saleswomen before became CHA. The CHA
identified that education at work happened in the form of capacitation. Regarding the
organizational aspects, capabilities were developed from a already set schedule; without
periodicity, with insufficient workload for learning; there were professional privilege in certain
areas, related to the access to educational activities after the initial training; there was failure
in the way of training disclosure , the physical space where these skills are developed was
inadequate, with high number of participants which contributed to the ineffectiveness of
audiovisual resources, and community workers did not receive transport assistance for the
participation during the training time. Relative to the theoretical and methodological aspects
of the training, it was found that the subjects were developed in a superficial condition, with
an appreciation of technical terms; issues were directed to the CHA of urban area; There
was a lack of space for discussion and exchange of experiences; divergences between
theory and practice; similar approaches were applied to different realities of FHS and CHW;
the dynamics proposed were interesting; however the case studies did not bring to the group
the results reached, and there was not a method to assess the knowledge acquired.
Standing out yet in this study, for the CHA, that the capacitation did not contribute
significantly to the orientation of the work process, leading them to looking for other
strategies, which may assist in their learning. Therefore, creation of collective educational
spaces for the CHA are recommended, aiming the transformation of professional practice
through the reflexive processes, discussion of proposals and exchanges of experiences,
according to the reality and needs of the workers as active subjects in the learning process.
Keywords: Community Health Agent; Education; Nursing / Trata-se de uma pesquisa qualitativa, exploratório-descritiva que tem como objetivo
compreender o processo de educação no trabalho na perspectiva do Agente Comunitário de
Saúde (ACS). Os sujeitos do estudo atuavam em equipes de Estratégia Saúde da Família
(ESF) e Equipes de Agentes Comunitários de Saúde (EACS), com a participação de 25
sujeitos. Foram selecionados dois instrumentos de coleta de dados: questionário estruturado
auto-aplicável de levantamento de dados sócio-demográficos e roteiro de entrevistas com
questões norteadoras para a técnica do grupo focal. Para tanto, no tratamento dos dados
sócio-demográficos foi utilizada a estatística descritiva e para os dados qualitativos
coletados por meio dos grupos focais foi feita a análise de conteúdo conforme Bardin. Este
estudo atendeu à Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Quanto aos
resultados a maioria é do sexo feminino, com idade média de 38 anos, ensino médio
completo e tempo de serviço entre 06 e 10 anos. A maioria teve como motivo de ingressar
na ocupação de ACS a estabilidade profissional e exerciam, na sua maioria, atividades em
comércio e vendas antes de atuar como ACS. Os ACS identificam que a educação no
trabalho acontece na forma de capacitações. Em relação aos aspectos organizacionais, as
capacitações são desenvolvidas a partir de um cronograma fechado; sem periodicidade;
com carga horária insuficiente para a aprendizagem; há privilégio de determinadas
categorias profissionais em relação ao acesso às ações educativas posteriores à formação
inicial; há falha quanto à divulgação das capacitações; o espaço físico onde são
desenvolvidas as capacitações é inadequado, com número elevado de participantes que
contribuem para a ineficácia dos recursos audiovisuais e os agentes comunitários não
recebem auxílio transporte para participação nas capacitações. Quanto aos aspectos
teórico-metodológicos das capacitações, identificou-se que os conteúdos são desenvolvidos
de modo superficial, com valorização de termos técnicos; os assuntos são direcionados para
ACS da área urbana; há ausência de espaços de discussão e troca de experiências; há
divergência entre a teoria e a prática; adotam-se abordagens idênticas para realidades
diferentes de ESF e EACS; as dinâmicas propostas são interessantes, contudo os estudos
de casos não têm retorno dos instrutores e não há um método de avaliação do aprendizado
adquirido. O estudo revela ainda que, para os ACS, as capacitações não contribuem de
modo significativo para a orientação do processo de trabalho, levando-os a buscarem outras
estratégias que possam auxiliar no seu aprendizado. Logo, recomenda-se a criação de
espaços educativos coletivos para os ACS que visem à transformação das práticas
profissionais por meio de processos reflexivos, de discussão de propostas e trocas de
experiências de acordo com a realidade e com a necessidade dos trabalhadores e que os
valorizem como sujeitos ativos no processo de aprendizagem.
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O agente comunitário de saúde do Projeto Qualis: agente Institucional ou agente de comunidade / The community health agent in the QUALIS Project: institutional agent or community agent?Silva, Joana Azevedo da 29 June 2001 (has links)
O presente estudo tem como objetivo a caracterização do Agente Comunitário de Saúde que atua no Projeto QUALIS, denominação assumida, em São Paulo, pelo Programa de Saúde da Família, tomando-o como elemento nuclear para a realização de dimensões específicas de políticas e programas de saúde de caráter público e que tiveram a sua maior expressão no Brasil, a partir da 2ª metade da década de 70. Através de dados obtidos com abordagens diversas - documentos, observação do trabalho, entrevistas, buscou-se compreender o perfil desse agente, inserido em uma região metropolitana, em sua tentativa de viabilizar o acesso da população aos serviços e sistemas de saúde, atuando através de dois tipos de práticas na realização das políticas propostas: um de natureza predominantemente técnica, de organização do acesso aos serviços e às ações de promoção, proteção e recuperação da saúde; e outro de natureza predominantemente política, expressa no estímulo à participação e organização popular para a conquista de diretos de cidadania. Para a caracterização do perfil, foram montadas categorias de análise, correspondentes aos dois pólos de atuação: agente institucional ou agente de comunidade. Os resultados apontam para o fato de que essas duas categorias representam situações polares, que não existem em sua forma \"pura\". A aproximação do perfil ocupacional-social do agente de uma ou de outra das categorias de análise é resultado de interações mediadas pela influência de múltiplas variáveis, levando a uma variabilidade no seu perfil, na dependência de contextos específicos e das situações concretas de trabalho. Esse processo, sempre mediado por conflitos na prática cotidiana, orienta os padrões operativos do agente, às vezes de maior aderência à instituição, às vezes de solidariedade à comunidade, face às especificidades do contexto em que ocorre. Essa situação tem profundas influências e demandas para a organização do trabalho, inclusive na disponibilidade de tecnologia e de saberes para a prática dos agentes, nessas propostas. Nas conclusões do trabalho são discutidos os desafios colocados para esse trabalhador tendo em vista o cumprimento da sua função nesses programas e das expectativas institucionais e sociais, relativas à sua atuação em regiões metropolitanas. / The study\'s objective was the characterization of the Community Health Agent in the QUALIS Project, the name given in São Paulo to the Family Health Program, while considering him as a nuclear element for the achievement of specific dimensions of public health policies and programs in evidence in Brazil since the second half of the seventies. Using the information obtained with different approaches - documents, observation, interviews - a comprehension of the agents\' profile was sought, in his condition of working in a metropolitan area, trying to enhance the populations\' access to health services, and using two types of practices: one of a predominantly technical nature, of organization of the utilization of services and promotion, prevention and recuperation activities, and the other of a predominantly political nature, expressing itself through the stimulation of the participation and level of organization of the population to obtain their citizen\'s rights. To characterize the agents profile, analytical categories were developed, with the identification of two polar types of identity: institutional agent or community agent. The results show that these categories represent in fact extreme situations which do not exist in \"pure\" form. The movement towards one or the other analytical category is the result of interactions between multiple intervening variables, which leads to a considerable variability in their concrete identity, depending on the context and specific situations which they face in daily work. This process, always leading to conflicting situations, orients the operational patterns adopted by the agent, leading to greater institutional solidarity or to the community to which they are supposed to belong. This situation deeply influences and creates continuous demands on the organization of the work, and on the recognition of the technologies and practices needed by the agents, in these programs. In conclusion, the challenges the agent has to face in the program are discussed, and the existing institutional and social expectations for its performance in metropolitan areas.
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Saúde da família: sentidos produzidos em grupo com agentes comunitárias de saúde acerca do HIV/Aids / Family Health: meanings produced in group therapy with communitarian health agents in relation to HIV/AIDSSilva, Nara Helena Lopes Pereira da 01 September 2006 (has links)
As transformações da epidemia do HIV/Aids, principalmente em relação aos avanços na qualidade de vida de pessoas soropositivas, têm gerado novas ações frente à doença. A Estratégia de Saúde da Família (ESF) se configura como uma política pública de atenção primária, que tem como proposta central a reorientação do sistema de saúde, com ênfase na produção do cuidado integral. O Agente Comunitário de Saúde (ACS) emerge, neste contexto, como um ator importante na interface entre a comunidade e o serviço de saúde. O presente estudo tem como objetivo descrever os sentidos produzidos em grupo com agentes comunitárias de saúde acerca do HIV/Aids. Para tal, foram realizadas três entrevistas grupais de sessão única, com três equipes de agentes comunitários de saúde de três Núcleos de Saúde da Família da cidade de Ribeirão Preto, SP, Brasil. Os grupos foram áudio-gravados e transcritos na íntegra. Foi efetuada a escolha de uma sessão de entrevista em grupo para a análise em profundidade. Esta sessão foi analisada à luz do construcionismo social, que considera que as realidades e sentidos são construídos através da relação entre as pessoas, sendo a linguagem entendida em seu caráter performático, como uma prática social. Para o processo de análise, inicialmente, foi realizada uma imersão no material transcrito. Após refletir sobre alguns dos possíveis sentidos, foi escolhido um tema como foco, a saber: os processos de negociação e construção de sentidos sobre o trabalho do agente comunitário de saúde em HIV/Aids. Através deste, buscou-se dar visibilidade aos processos conversacionais, com ênfase nas interações, negociações de sentidos e construções, atenta ao potencial de transformação dos enunciados. Nas considerações finais dois aspectos foram delimitados a partir de reflexões sobre a construção do trabalho no nível da atenção primária no que diz respeito ao HIV/Aids, a saber: (a) a possibilidade de olhar para as vozes sociais presentificadas no grupo e nas ações em saúde, contribuindo para reflexões sobre os sentidos construídos acerca do HIV/Aids e da sexualidade; (b) as mudanças a partir da interação e das negociações dos sentidos, no que se refere às questões de gênero e prevenção. A possibilidade de negociação dos sentidos pôs em diálogo a diversidade, bem como a importância de se considerar a multiplicidade em saúde. Esta análise permitiu a descrição de alguns sentidos referentes ao HIV/Aids no contexto da Estratégia de Saúde da Família. Consideramos que, ao analisar os discursos em grupo com profissionais agentes comunitárias de saúde, estamos contribuindo para reflexões sobre as ações na atenção primária no que tange ao trabalho com HIV/Aids. / The changes that the HIV/AIDS epidemic has undergone especially in relation to the improvements on the quality of life of seropositive people have generated new actions in relation to the disease. The Family Health Strategy (FHS) is characterized as a primary care public policy aimed at reorienting the health system emphasizing the production of the complete care. In this context, the Communitarian Health Agent (CHA) emerges as an important actor in the interface between community and health service. The objective of the present study is to describe meanings produced by the group with communitarian health agents in relation to HIV/AIDS. To do so, three one-session group interviews with three communitarian health agents team from three Family Health Units of the city of Ribeirão Preto, SP, Brazil were performed. The groups were audio-recorded and transcribed in full. One group-interview session was selected for a deep analysis. This session was analyzed at the light of the social constructionism, which considers that the realities and meanings are constructed based on relation between people, and that language is understood within its performative character as a social practice. For the analysis process, an immersion into the transcribed material was initially performed. After reflecting on some of the possible meanings, a topic of interest was selected, namely: the negotiation and construction process of meanings in relation to the work of the HIV/AIDS communitarian health agent. Through this process, one searched to make the conversational processes clear by emphasizing interactions, negotiations of meanings and constructions in relation to the enunciations? change potential. In the final considerations, two aspects were delimited based on reflections on the construction of the work at the primary care level in relation to HIV/AIDS namely: (a) the possibility of looking at social voices present in the group and in the health actions, thus contributing for the reflections on the meanings about HIV/AIDS and sexuality; (b) the changes based on the interaction and on the negotiations of meanings in relation to matters of gender and prevention. The possibility of negotiating meanings has recalled diversity as well as the importance of considering multiplicity in health. This analysis has enabled the description of some meanings in relation to HIV/AIDS in the Family Health Strategy context. We consider that, when group conversations are analyzed with communitarian health agent professionals, we are contributing for reflections on primary care actions in relation to those who live with HIV/AIDS.
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Agente comunitário de saúde e empoderamento: o caso da Coordenadoria de Saúde da Lapa / Communitarian Health Agent and Empowerment: the Lapa Health Coordination Case.Bedin, Nelson 26 April 2006 (has links)
Introdução: O presente trabalho procurou avaliar o potencial de empoderamento do Agente Comunitário de Saúde (ACS) do Programa Saúde da Família (PSF) da Coordenadoria de Saúde da Lapa, no município de São Paulo, implantado a partir de 2001. Tal objeto se justifica na medida em que o empoderamento de indivíduos, de grupos, da comunidade é fundamental para que se implantem ações de Promoção da Saúde, com vistas à transformação do modelo de atenção à saúde. O ACS, como elemento novo no conjunto de trabalhadores do sistema de atenção à saúde, tem entre suas atribuições a de atuar para que esse empoderamento se torne concreto. Objetivo: Avaliação do potencial de empoderamento do ACS do PSF da Coordenadoria de Saúde da Lapa, no município de São Paulo, com vistas à mudança do modelo de atenção. Método: Empregou-se a metodologia qualitativa de estudo de caso, utilizando-se diversas técnicas de apreensão do objeto: grupo focal, observação não-participante, entrevistas semi-estruturadas e análise documental. Resultados: A análise documental do material da capacitação do ACS revelou um conteúdo e uma metodologia que contribuiu para o seu empoderamento, permitindo-lhe incorporar o diálogo como sua principal ferramenta de trabalho. A observação de campo demonstrou que o ACS utiliza o diálogo em suas interações com a comunidade, em especial nos contatos interpessoais. Sua participação na atividade grupal ainda não se mostra expressiva, no entanto tem um papel significativo no empoderamento comunitário. Evidenciou-se que o ACS tem colaborado, com seu trabalho, para o advento de um novo modelo de atenção à saúde, que se contrapõe ao modelo hegemônico. Conclusão: O ACS é um elemento novo no sistema de atenção à saúde com grande potencial de empoderamento, merecendo, porém, uma maior atenção para o desenvolvimento completo de suas potencialidades. / Presentation: This inquiry sought to evaluate the empowerment potential of Communitarian Health Agents (CHA) by the Family Health Program (FHP) of the Lapa Districts Health Coordination, in the city of Sao Paulo, Brazil, implemented in 2001. Such goal explains itself as far as the empowerment of individuals, groups, community is fundamental to implant actions for Health Promotion, aiming at the health care models transformation. The CHA, as a new element among the whole health care systems workers, have as their attributions those of acting for the concretization of that empowerment. Objective: Evaluation of the Lapa FHPCHAs empowerment potential with regard to health care models changing. Method: The qualitative case study methodology was employed, with utilization of several approaching techniques toward the object: focal group, non-participant observation, semistructurated questionaries, as well as documental analysis. Results: The documental analysis of CHAs capacitation material revealed both a content and a methodology that have contributed to their own empowerment, allowing them to incorporatig dialogue as their main operating tool. Field observation has demonstrated that the CHA use dialogue by their interactions with the community, especially in interpersonal contacts. The CHAs participation in group activity is not expressive yet, however, they have a significant role in communitarian empowerment. It became evident that the CHA have been collaborating, in their work, to the coming of a new health care model as a counterpart to the hegemonic model. Conclusion: The CHA is a new element inside the health care system with a big empowerment potential, deserving, nevertheless, more attention for the complete development of his or her potentialities.
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A prática educativa dos agentes comunitários do PSF à luz da categoria Práxis. / Educative practice of the community agents of the PSF analyzed by the category of Praxis.Trapé, Carla Andrea 17 June 2005 (has links)
O objeto do presente trabalho é a educação em saúde como uma prática realizada pelo agente comunitário de saúde (ACS) do Programa de Saúde da Família (PSF). Teve como objetivos analisar as concepções de educação, saúde e educação em saúde que norteiam as práticas educativas dos ACS da Coordenadoria de Saúde da Subprefeitura do Butantã bem como analisar o caráter dessas atividades educativas. A coleta de dados ocorreu por meio de grupos focais e entrevistas individuais com 39 agentes das quatro unidades de saúde da coordenadoria que desenvolvem ações vinculadas ao PSF. Os procedimentos de análise seguiram as recomendações da análise temática, tendo a práxis como categoria de análise. Em relação à atividade teórica, componente da práxis, constatou-se que à medida que se partia da concepção de educação e chegava-se na de saúde e de educação em saúde, enfraquecia-se o caráter transformador do discurso. Sendo assim, enquanto os temas a respeito da educação equilibravam-se entre a concepção mais conservadora e a mais transformadora de educação, os temas a respeito de saúde e educação em saúde - mais diretamente relacionados com o saber operante - revestiam-se acentuadamente de um caráter conservador. A saúde então era vista como resultado de múltiplos fatores e a educação em saúde como transmissão de informações para se adquirir saúde. Essa atividade teórica acabou por guiar uma atividade prática característica da práxis reiterativa em que os agentes não participam do planejamento do processo de trabalho em saúde e não dominam o objeto ideal", reproduzindo tarefas planejadas por outros. Essa práxis não produz o novo", condição essencial para a transformação da realidade de saúde, além de resultar em alienação dos agentes do processo de trabalho em saúde. A superação da práxis reiterativa na direção de uma práxis criadora dar-se-ia por meio da qualificação do trabalho dos agentes, aperfeiçoando as concepções e o saber operante - de educação, saúde e educação em saúde, da perspectiva da saúde coletiva - que iluminam o recorte do objeto e instrumentalizam a prática para apoiar, junto dos grupos sociais, o processo de transformação da realidade de saúde e de construção da cidadania plena. Tarefa que depende fundamentalmente da concretização do SUS nos modelos de atenção que superem as armadilhas da alienação no trabalho. / The purpose of this work is the health education as a function put into practice by the Community Health Agent (CHA) of the Family Health Program (FHP). It had as Hs purposes an analysis of the education concepts in health that guide the educational training of the CHA of the coordination of the subcouncil of health of Butantã as well as to analyze the character of these educational activities. The collected of data occurred by means of focus groups and individual interviews with 39 agents of the four health units of the coordination that developed collected actions of FHP. The procedures of analysis followed the recommendations of theme analysis, having as a rule the analysis category. In relation to the theorist activity, a component of rule, it was found that as the basis of educational concept got to health, and health education it weakened and transformed the character of the subject. Being so, while the themes about education balanced equally between the most conservative concept and the most educational transformer, the themes about health, health education related more directly to the production of knowledge stressed revision of a conservative character. So health was seen as a result of factors multiples and health education as the transmission of information to acquire health. This theorist activity ended up guiding a practical activity characteristic of the retaining rule that the agents did not participate in the planning of the work in health and didnt control the ideal object", reproducing tasks planned by others. This rule doesnt produce the new" condition that is essential to the transformation of the reality of health, as well as resulting in the alienation of the agents in the health work process. The overcoming of the changing rules can be done by creating a rule to qualify the agents work, improving the concepts and the operating knowledge - of education, health and health education giving a perspective of collective health that show the cutting of the work and reinforcing the practice of supporting together with the social groups the process of transforming the reality of health and the building of complete citizenship". Task that depends fundamentally on the consolidation of the SUS" in the models of attention that overcome the traps of alienation at work.
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Promoção da saúde: percepção dos agentes comunitários de saúde a partir da sua formação e da sua prática / Health promotion: perceptions of community health workers from their training and their practiceSilva, Marcia Mulin Firmino da 30 September 2009 (has links)
Introdução A promoção da saúde visa à melhoria da qualidade de vida, por meio de políticas públicas favoráveis ao desenvolvimento da saúde e do reforço da capacidade dos indivíduos e das comunidades. A estratégia da Saúde da Família trabalha com os referenciais da promoção da saúde e o agente comunitário de saúde é o elemento que agrega esse potencial na equipe de saúde. Objetivo Analisar a percepção dos agentes comunitários de saúde sobre a Promoção da Saúde, a partir da sua formação e da sua prática e discutir sobre as possibilidades e limitações da atuação desses trabalhadores. Metodologia Foi utilizada a pesquisa-ação, que possibilita uma estreita associação entre a investigação e a resolução de um problema coletivo. O estudo envolveu como sujeitos os agentes comunitários de saúde das Unidades Básicas de Saúde, a partir de um grupo composto por dezoito agentes comunitários de saúde, representativos das unidades envolvidas. O trabalho foi construído em conjunto com o grupo, através de: a) oficinas de reflexão, nas quatro unidades de saúde, com o conjunto dos ACS, identificando a percepção dos mesmos em relação ao conceito de promoção da saúde e em relação ao trabalho realizado nessa área; b) oficinas com o grupo de representantes dos ACS, sistematizando os conteúdos; e c) seminário para apresentação e discussão dos resultados obtidos. Para a sistematização dos conteúdos foi utilizada técnica de análise de discurso. Resultados e discussão: Os agentes comunitários conceituam a promoção da saúde relacionando-a aos determinantes sociais do processo saúde-doença, porém foram identificadas várias dificuldades para desenvolver ações nesse âmbito, como ações educativas e coletivas; de articulação intersetorial e de participação ou cidadania. Nessas categorias, as limitações apreendidas dizem respeito ao processo de empowerment individual e coletivo, na perspectiva da autonomia e do exercício do poder para a transformação social. O processo reflexivo identificou também outros desafios a serem superados, relativos ao trabalho em equipe e a gestão do cuidado, organização trabalho, capacitação ou formação, suporte emocional, e condições de trabalho, os quais foram organizados em uma proposta de trabalho. Considerações finais: A pesquisa-ação possibilitou, de forma coletiva e participativa, compreender e analisar o trabalho dos agentes comunitários na promoção da saúde, refletindo sobre as limitações existentes e possibilidades de sua superação. O desenvolvimento de um plano de ação, que contempla a abordagem das categorias analisadas, tem como alvo as equipes de saúde da família, através da supervisão técnica e das reuniões das equipes. Sistematizar o processo de reflexão e problematização da realidade com o grupo envolvido produziu conhecimentos e conteúdos que podem contribuir para instrumentalizar os processos de formação e educação permanente do expressivo contingente de agentes comunitários de saúde no Brasil / Introduction Health promotion aims at better quality of life, through public policies that favor health development and enhance the capacity of individuals and communities. The strategy of Family Health deals with health promotion references and the community health agent (CHA) is the element who adds this potential to the healthcare team. Objective To analyze the perception of community health agents about Health Promotion, based on their background and practice, and to discuss about possibilities and limitations related to their work. Methods Research-action was used and allowed a close association between investigation and resolution of a collective problem. The subjects of the study were community health agents working at Primary Healthcare Units, comprising a group of 18 agents representing the units involved. The study was conducted together with the group by means of a) reflection workshops, in four healthcare units, with the group of CHA, identifying their perception about the concept of health promotion and the work carried out in this area; b) workshops with the group of CHA representatives, systematizing the contents; and c) seminar to present and discuss the results obtained. The discourse analysis technique was used to systematize the contents. Results and discussion: The community agents define health promotion relating it to the social determinants of the health-disease process; however several difficulties were identified in terms of developing education and collective actions; intersectoral articulation and participation/citizenship. In such categories, the limitations learned are related to the process of individual and collective empowerment, considering autonomy and exercise of power for social transformation. The reflexive process also identified other challenges to be overcome, related to team work care management, work organization, capacity-building/training, emotional support, and work conditions, which were organized in a work plan. Final considerations: research-action enabled in a collective and participatory manner to understand and analyze the work of the community agents in health promotion, considering the existing limitations and possibilities to overcome them. The development of plan of action, addressing the analyzed categories, targets at family health teams through technical supervision and team meetings. Systematizing the process of reflection and problematization of the reality with the group involved produced knowledge and contents that may contribute by providing tools to the processes of permanent training and education of an expressive group of community health agents in Brazil
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O trabalho do agente comunitário de saúde: concepções de profissionais e usuários / The work of Community Health Agents: the conceptions of workers and clients.Andrade, Viviane Milan Pupin 20 June 2013 (has links)
O Agente Comunitário da Saúde (ACS) compõe a equipe mínima da Estratégia Saúde da Família e teve sua profissão reconhecida recentemente. Tem como especificidades o fato de atuar na mesma comunidade em que vive e não ter como exigência para o ingresso na profissão a conclusão prévia de curso técnico na área da saúde. O presente estudo teve como objetivo analisar as concepções de usuários e profissionais da equipe mínima da Estratégia Saúde da Família a respeito do trabalho do ACS. Trata-se de um estudo descritivo que utilizou o método qualitativo em pesquisa. Foram realizadas no contexto de duas Unidades de Saúde da Família: 1) entrevistas semiestruturadas com dezoito usuários e com sete profissionais (dois médicos, duas enfermeiras, duas auxiliares de enfermagem e uma dentista); 2) observações participantes, ao longo de seis meses, do trabalho do ACS especialmente das visitas domiciliares e das reuniões de equipe. O material da pesquisa, composto pelas transcrições das entrevistas e pelos registros das observações participantes, foi analisado através dos princípios da Análise de Conteúdo Temática, que possibilitou a descrição de dois temas: \"Processo de trabalho do Agente Comunitário de Saúde\" e \"Identidade do Agente Comunitário de Saúde: origem e formação de um trabalhador em suas especificidades\". A análise apontou que o \"processo de trabalho\" do ACS, segundo as concepções de profissionais e usuários, encontra-se centrado na realização das visitas domiciliares, que tem como finalidades: levar informações aos usuários, entregar produtos e/ou serviços a domicílio, escutar o usuário e fiscalizar o cumprimento de prescrições. Destacamos o predomínio, na perspectiva dos participantes, de uma concepção das visitas domiciliares centrada em uma prática individual, que focaliza os aspectos técnicos do trabalho em saúde e, portanto, reducionista. Além disso, a inserção do ACS em outras atividades laborais, como grupos com a comunidade e participações em reuniões de equipe, dá-se com o intuito de que o mesmo aprenda conteúdos e práticas do trabalho em saúde, ou seja, o \"saber/fazer\", apontando para uma desvalorização deste profissional em suas especificidades. Apesar dos participantes referirem à origem comunitária do ACS como forma de compartilhar vivências com os usuários da ESF, valoriza-se o conhecimento biomédico como viabilizador de práticas do ACS e como meio de diferenciá-lo de um \"leigo\". Deste modo, o estudo permitiu descrever e refletir acerca das contradições que perpassam o processo de trabalho do ACS e a construção de sua identidade profissional, bem como a captura do trabalho do ACS pela lógica reducionista/biomédica e a consequente desvalorização de tal profissional em suas especificidades. Apontamos a importância do resgate dos fundamentos filosóficos que possibilitaram a inserção do ACS enquanto um profissional da saúde no intuito de ressaltar suas especificidades e valorizá-las no seu fazer cotidiano, recuperando, assim, sua atuação comunitária/política e reconfigurando o lugar/papel do ACS na equipe e na comunidade em que atua. / The Community Health Agent (CHA) is a member of the minimal composition of the Family Health Team, whose profession has been recently acknowledged. The specificities of CHAs are that they must work in the same community in which they live, and that it is not necessary for them to complete any technical health course. The objective of the present study was to analyze the conceptions of workers and clients of the Family Health Team, in its minimal composition, regarding the work of the CHA. This descriptive study was performed using a qualitative research method. The following activities were performed within the environment of two Family Health Units: 1) semi-structured interviews with eighteen clients and seven workers (two physicians, two nurses, two nursing aides and one dentist); 2) participant observation of the CHA\'s work for six months, particularly of home visits and team meetings. The research material, comprised of the transcribed interviews and the records from the participant observations, was analyzed according to the principles of Thematic Content Analysis, which enabled the description of two themes: \"The Working Process of the Community Health Agent\" and \"The Identity of the Community Health Agent: the origin and development of a worker considering particular specificities\". The analysis revealed that the \"working process\" of the CHA, according to the conceptions of workers and clients, currently focuses on performing home visits, which aim at: bringing information to clients, delivering products and/or services at home, listening to the client, and supervising the clients\' compliance to drug treatments. We highlight the predominance, from the participants\' perspective, of a conception of home visits centered on an individual practice, focused on the technical aspects of health work; hence, reductionist. Furthermore, the inclusion of the CHA in other work activities, such as community groups and their participation in team meetings, occurs with the purpose of offering the CHA the chance to learn contents and practices of health work; i.e., the \"know/do\", which reveals an undervaluing of this profession and its particular specificities. Although the participants referred to the CHA being from the community originally as a way to share the experiences of the FHT clients, biomedical knowledge is valued as the foundation of the work of the CHA, and as the factor that differentiates a CHA from ordinary \"laymen\". Therefore, the present study permitted to describe and reflect upon the contradictions that permeate the working process of the CHA, and the construction of the professional identity of the CHA. Furthermore, this study allowed understanding the work of the CHA from the reductionist/biomedical rationale and the consequent undervaluation of this profession and its specificities. We highlight it is important to recover the philosophical foundations that allowed including the CHA as a health professional with the purpose to outline the specificities of this profession and value them in everyday practice, thus rescuing their community/political participation and reestablishing the position/role of the CHA in the team and community in which they work.
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Promoção da saúde: percepção dos agentes comunitários de saúde a partir da sua formação e da sua prática / Health promotion: perceptions of community health workers from their training and their practiceMarcia Mulin Firmino da Silva 30 September 2009 (has links)
Introdução A promoção da saúde visa à melhoria da qualidade de vida, por meio de políticas públicas favoráveis ao desenvolvimento da saúde e do reforço da capacidade dos indivíduos e das comunidades. A estratégia da Saúde da Família trabalha com os referenciais da promoção da saúde e o agente comunitário de saúde é o elemento que agrega esse potencial na equipe de saúde. Objetivo Analisar a percepção dos agentes comunitários de saúde sobre a Promoção da Saúde, a partir da sua formação e da sua prática e discutir sobre as possibilidades e limitações da atuação desses trabalhadores. Metodologia Foi utilizada a pesquisa-ação, que possibilita uma estreita associação entre a investigação e a resolução de um problema coletivo. O estudo envolveu como sujeitos os agentes comunitários de saúde das Unidades Básicas de Saúde, a partir de um grupo composto por dezoito agentes comunitários de saúde, representativos das unidades envolvidas. O trabalho foi construído em conjunto com o grupo, através de: a) oficinas de reflexão, nas quatro unidades de saúde, com o conjunto dos ACS, identificando a percepção dos mesmos em relação ao conceito de promoção da saúde e em relação ao trabalho realizado nessa área; b) oficinas com o grupo de representantes dos ACS, sistematizando os conteúdos; e c) seminário para apresentação e discussão dos resultados obtidos. Para a sistematização dos conteúdos foi utilizada técnica de análise de discurso. Resultados e discussão: Os agentes comunitários conceituam a promoção da saúde relacionando-a aos determinantes sociais do processo saúde-doença, porém foram identificadas várias dificuldades para desenvolver ações nesse âmbito, como ações educativas e coletivas; de articulação intersetorial e de participação ou cidadania. Nessas categorias, as limitações apreendidas dizem respeito ao processo de empowerment individual e coletivo, na perspectiva da autonomia e do exercício do poder para a transformação social. O processo reflexivo identificou também outros desafios a serem superados, relativos ao trabalho em equipe e a gestão do cuidado, organização trabalho, capacitação ou formação, suporte emocional, e condições de trabalho, os quais foram organizados em uma proposta de trabalho. Considerações finais: A pesquisa-ação possibilitou, de forma coletiva e participativa, compreender e analisar o trabalho dos agentes comunitários na promoção da saúde, refletindo sobre as limitações existentes e possibilidades de sua superação. O desenvolvimento de um plano de ação, que contempla a abordagem das categorias analisadas, tem como alvo as equipes de saúde da família, através da supervisão técnica e das reuniões das equipes. Sistematizar o processo de reflexão e problematização da realidade com o grupo envolvido produziu conhecimentos e conteúdos que podem contribuir para instrumentalizar os processos de formação e educação permanente do expressivo contingente de agentes comunitários de saúde no Brasil / Introduction Health promotion aims at better quality of life, through public policies that favor health development and enhance the capacity of individuals and communities. The strategy of Family Health deals with health promotion references and the community health agent (CHA) is the element who adds this potential to the healthcare team. Objective To analyze the perception of community health agents about Health Promotion, based on their background and practice, and to discuss about possibilities and limitations related to their work. Methods Research-action was used and allowed a close association between investigation and resolution of a collective problem. The subjects of the study were community health agents working at Primary Healthcare Units, comprising a group of 18 agents representing the units involved. The study was conducted together with the group by means of a) reflection workshops, in four healthcare units, with the group of CHA, identifying their perception about the concept of health promotion and the work carried out in this area; b) workshops with the group of CHA representatives, systematizing the contents; and c) seminar to present and discuss the results obtained. The discourse analysis technique was used to systematize the contents. Results and discussion: The community agents define health promotion relating it to the social determinants of the health-disease process; however several difficulties were identified in terms of developing education and collective actions; intersectoral articulation and participation/citizenship. In such categories, the limitations learned are related to the process of individual and collective empowerment, considering autonomy and exercise of power for social transformation. The reflexive process also identified other challenges to be overcome, related to team work care management, work organization, capacity-building/training, emotional support, and work conditions, which were organized in a work plan. Final considerations: research-action enabled in a collective and participatory manner to understand and analyze the work of the community agents in health promotion, considering the existing limitations and possibilities to overcome them. The development of plan of action, addressing the analyzed categories, targets at family health teams through technical supervision and team meetings. Systematizing the process of reflection and problematization of the reality with the group involved produced knowledge and contents that may contribute by providing tools to the processes of permanent training and education of an expressive group of community health agents in Brazil
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