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As representações da homossexualidade feminina na esfera pública virtualCosta, Vera Teresa Spcht da January 2008 (has links)
A homossexualidade feminina tem, na atualidade, maior visibilidade nos espaços midiáticos num processo indicativo de mudanças acerca do tema que emerge da intimidade para o debate na esfera pública. Esse processo mobiliza questionamentos na sociedade sobre normalidade e anormalidade das orientações sexuais bem como de suas representações sociais. Verificar, compreender e examinar como as lésbicas utilizam a comunicação mediada por computador é o objetivo deste trabalho que se detém na análise das narrativas para avaliar a interação comunicacional, as redes de socialidade e solidariedade e a afirmação identitária. Neste percurso são vistos a atuação individual e do movimento lésbico por mudanças nos direitos de cidadania dentro da esfera pública virtual: o ciberespaço. / The visibility of woman homossexuality on media space indicates a changing process about this theme on public shpere. This fact sets questions about normality and abnormality of sexual orientations and also about the lesbians' social representations. Verifying ,understanding and examine how those women use the computer-mediated communication is the purpose of this study. Narrative analyses are the method used to evaluate the communicational interaction, the lesbian identity and the lesbian movement actions in the changing process citizenship in the virtual public shpere: the cyberspace.
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Rompendo o silêncio : homofobia e heterossexismo nas trajetórias de vida de mulheresMonteiro, Luciana Fogaça January 2009 (has links)
Esta pesquisa busca compreender os modos de subjetivação de mulheres com práticas homoeróticas que apresentaram denúncias relacionadas à homofobia. Ela parte de uma intervenção realizada pela ONG Nuances - grupo pela livre expressão sexual conveniada ao Programa Brasil Sem Homofobia. Através de entrevistas baseadas na abordagem biográfica, busquei verificar a forma como elas constroem uma experiência de si, no cruzamento entre a sustentação da matriz heterossexista e a emergência de políticas governamentais de combate a discriminação. O material permitiu compreender que elas percebem a discriminação e o preconceito como resultado de uma extrapolação dos limites das convenções de gênero. Desta forma, elas acreditam que a homossexualidade masculina e mulheres que possuem estilos "mais masculinos" estão mais propensos/as a sofrer discriminações, por acreditarem que são mais visíveis. Assim, a perspectiva de uma maior "aceitação" das relações homoeróticas entre mulheres é percebida na articulação entre estilos mais próximos dos padrões de femininos, bem como por uma apropriação do homoerotismo feminino por parte do fetiche masculino. Outro achado foi à evocação de saberes psi nos conflitos familiares. Quanto às estratégias de enfrentamento, foram encontradas tanto formas de manter identidades discretas quanto modos mais combativos, baseados no que chamo de subjetivação militante. De modo geral, estas mulheres consideram os tempos atuais melhores, relacionando-os mais a atuação do movimento social do que aos aparelhos de proteção e políticas públicas estatais. Este fato pode ter algumas razões: a própria estratégia de enfrentamento formulada pelo Brasil Sem Homofobia (fomento a atores do movimento) e a timidez governamental em adotar estratégias de visibilidade de massa, provavelmente provocada pela oposição que o tema da diversidade sexual enfrenta frente a bancadas religiosas. / This research seeks to understand the modes of subjectivation of women with homoerotic practices that have filed complaints related to homophobia. This research had its starting point in an intervention conducted by the NGO Nuances - group for free sexual expression, convening the BRAZIL WITHOUT HOMOPHOBIA Program. Through interviews based on the biographical approach, I tried to see how these women construct a self-experience, at the junction between the prevailing heterosexist matrix and the emergence of government policies to combat discrimination. The material allowed to find that they understand discrimination and prejudice as a result of an extrapolation of the limits of gender conventions. Following this logic, they believe that male homosexuality and women who have more "masculine" styles are more likely to be discriminated against, on the basis that they are "more visible". The prospect of greater "acceptance" of homoerotic relationships between women is perceived by these women, and it is related to standard female performances, as well as an appropriation of female homoeroticism by the male fetish. Another finding was the evocation of psychological knowledge in family disputes. The coping strategies were found both in ways that maintain discrete identities as in more openly-combative styles, based on what I call "militant subjectivity". In general, these women consider the actual times better to homosexuals, relating this fact more to the work of social movement than to the apparatus of protection and state public policies. This fact may have some reasons: the coping strategy formulated by Brasil Sem Homofobia (encouraging the movement actors) and government timidity in adopting strategies of mass visibility, probably caused by the opposition that sexual diversity is facing by religious political parties.
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Vulnerabilidade de mulheres que fazem sexo com mulheres às infecções sexualmente transmissíveis / Vulnerability of women who have sex with women to sexually transmitted infectionsAndrade, Juliane [UNESP] 06 September 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-09-06 / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) / Introdução: Vulnerabilidade é a possibilidade de a pessoa se expor ao adoecimento, considerando-se fatores individuais e coletivos, dividindo-se em três dimensões analíticas articuladas: a individual, a social e a programática. Em mulheres que fazem sexo com mulheres (MSM) a vulnerabilidade às infecções sexualmente transmissíveis (IST) perpassa por questões de luta por visibilidade social e política, diferença de gênero, padrão heteronormativo, despreparo profissional e o próprio desconhecimento sobre questões relativas à prevenção das IST/aids, ainda pouco estudadas no cenário nacional. Objetivo: Analisar a vulnerabilidade de mulheres que fazem sexo com mulheres às IST/aids. Método: Estudo transversal que integra estudo mais amplo sobre acesso a serviços de saúde e saúde sexual e reprodutiva de MSM. A amostra de 150 MSM residentes no interior Paulista foi constituída por meio da técnica de amostragem Bola de Neve, indicação de profissionais de saúde e liderança LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) e por procura espontânea, a partir da divulgação do projeto nas redes de sociabilidade, comunicação de massa, serviços de saúde e grupos de ativismo. As variáveis estudadas foram classificadas mediante o referencial teórico da vulnerabilidade. Os dados foram obtidos de janeiro de 2015 a março de 2017, por meio da aplicação de questionário, exame ginecológico e coleta de sangue periférico. Para o diagnóstico das infecções pelo papiloma vírus humano, Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae empregou-se a reação em cadeia da polimerase, para confirmação do HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), os testes ELISA e Western Blot, para Hepatite B o ensaio ARCHITECT HBsAg. Para sífilis foi considerado resultado reagente a mulher que teve teste treponêmico e VDRL reagente ou os dois treponêmicos positivos, sem história de tratamento prévio adequado. A identificação do Trichomonas vaginalis se deu a partir da coloração de Papanicolaou. Para análise dos dados foi empregada a estatística descritiva e as associações foram verificadas por regressão logística múltipla e as comparações do escore de vulnerabilidade entre mulheres com e sem histórico de relação sexual com homens foram feitas por meio do teste de Mann-Whitney. Resultados: A mediana de idade das MSM investigadas foi de 26 anos (18-62), 74,7% eram brancas, 73,3% não unidas, 51,3% tinham 12 ou mais anos de estudo concluídos, 74% estavam inseridas no mercado de trabalho e 50,7% tinham renda per capta familiar maior que R$ 1.019,00. A maioria tinha história de relacionamento sexual com homens durante a vida (74,7%), entretanto, nos últimos doze meses, apenas 21,3% se relacionaram com homens. O diagnóstico de alguma IST foi constatado em 47,3% das mulheres. A análise de regressão logística multivariada apontou apenas variáveis da dimensão individual independentemente associadas às IST/aids: não ter realizado sorologia para IST/aids [OR=2,80 (1,13 – 6,94); p=0,027], ter histórico de IST [OR=4,00 (1,03–15,50); p=0,045] e ter tido relação sexual com homem nos últimos 12 meses [OR=8,65 (2,39–31,38); p=0,001]. Segundo a estratégia de análise do grau de vulnerabilidade adotada, nenhuma mulher investigada estava isenta, sendo que a vulnerabilidade programática foi a que apresentou maior mediana do escore de vulnerabilidade, 9,6 pontos (0-24) e a social, a menor, 7,5 pontos (0-19). As mulheres com ou sem histórico de relação sexual com homens na vida não diferiram quanto ao escore de vulnerabilidade na dimensão social e programática e aquelas que se relacionaram com homens na vida apresentaram maior escore na dimensão individual [10,0 (4,0–17,0 vs. 8,0 (4,0–13,0); p= 0,001]. As MSM que tiveram relação com homem nos últimos 12 meses tiveram maior escore de vulnerabilidade individual e social em comparação com aquelas sem este histórico [12,0 (6,0–17,0) vs. 9,0 (4,0–15,0); p=0,000 e 10,0 (0,0–19,0) vs. 5,0 (0,0–14,0); p=0,042, respectivamente] e não apresentaram diferença quanto ao escore de vulnerabilidade programática. Conclusão: As MSM investigadas apresentavam elevada vulnerabilidade às IST/aids nas três dimensões, confirmada pela alta prevalência dessas infecções, sugerindo necessidade de atenção individualizada e qualificada, com vistas à sua redução. Assim, os dados da presente investigação podem proporcionar à Enfermagem e a outros profissionais de saúde elementos que facilitem a sistematização do cuidado a esse grupo populacional, permitindo intervenções que considerem as três dimensões da vulnerabilidade, implicando maior potencial de transformação do processo-saúde-doença. / Vulnerability is the possibility of exposing oneself to illness, considering individual and collective factors, divided into three articulated analytical dimensions: individual, social and programmatic. In women who have sex with women (MSM), vulnerability to sexually transmitted infections (STI) is based on issues of struggle for social and political visibility, gender difference, heteronormative pattern, health care unpreparedness and lack of knowledge about STI /aids prevention, which has been little explored in the national scenario. Objective: To analyze the vulnerability of women who have sex with women to STI /aids. Method: A cross-sectional (transversal) study integrating a broader research project related to MSM access to health services and sexual and reproductive health. The sample of 150 MSM residents in countryside of Sao Paulo province was constituted by means of the snowball sampling technique, in a referral chain among healthcare professionals and LGBT leadership (Lesbian, Gay, Bisexual, Transvestite and Transsexual) and by spontaneous demand, from the disclosure of the Project in social networks, media, health services and activism groups. The variables studied in the present research were classified according to the theoretical reference of vulnerability. The data were obtained from January 2015 to March 2017 through the application of questionnaires, gynecological examinations and peripheral blood collections. For the diagnosis of human papillomavirus infections, Chlamydia trachomatis and Neisseria gonorrhoeae, the polymerase chain reaction was used to confirm HIV (Human Immunodeficiency Virus), ELISA and Western blot tests, for Hepatitis B the ARCHITECT HBsAg assay. For syphilis diagnosis, women whose treponemal and VDRL reagent test or the two treponemics positive, without a history of adequate pretreatment, was considered a reagent result. The identification of Trichomonas vaginalis occurred from the staining of cervical smear. Descriptive statistics were used for analysis of the data and associations were verified by multiple logistic regression and comparisons, using Mann-Whitney test, of the vulnerability score between women with and without a history of sexual intercourse with men. Results: The median age of the MSM investigated was 26 years (18-62), 74.7% were white, 73.3% single, 51.3% were school educated for 12 or more years, 74% were employed or self-employed and 50.7% had per capita family monthly income greater than R $ 1,019.00. The majority had a history of sexual intercourse with men during their lifetime (74.7%), however, in the last twelve months, only 21.3% had sexual intercourse with men. The diagnosis of some STI was found in 47.3% of the women. Multivariable logistic regression analysis showed only variables of individual dimension independently associated with STI /aids: no serology for STI /aids [OR = 2.80 (1.13 - 6.94); P = 0.027], have a history of STI [OR = 4.00 (1.03-15.50); P = 0.045] and had had sexual intercourse with men in the last 12 months [OR = 8.65 (2.39-31.38); P = 0.001]. According to the vulnerability analysis strategy adopted, all women investigated were vulnerable, and the programmatic vulnerability was the one with the highest median vulnerability score of 9.6 (0-24) and the social, the lowest, 7.5 points (0-19). Women with or without a history of sexual intercourse with men in their life did not differ on the vulnerability score in social and programmatic dimensions; and those who have sexual intercourse with men in their life had a higher score in the individual dimension [10,0 (4,0-17 , 0 vs. 8.0 (4.0-13.0), and p = 0.001. Moreover, MSM that had a relationship with men in the last 12 months had a higher individual and social vulnerability score than those without this history [12.0 (6.0-17.0) vs. 9.0 (4.0-15.0), p = 0.000 and 10.0 (0.0-19.0) vs. 5.0 (0.0 - 14.0); p=0.042, respectively] without programmatic vulnerability score differences. Conclusion: The MSM investigated presented high vulnerability to STI /aids in all three dimensions, confirmed by the high prevalence of these infections. This outcome suggests the need for individualised and qualified healthcare programme aiming the reduction of MSM vulnerability. Therefore, the results of the present investigation can provide nurse-led care and other healthcare professionals criteria to facilitate the systematization of care to this group, allowing interventions that consider the three dimensions of vulnerability, contributing in great potential, for transformation of the health-disease process. / FAPESP: 2015/14769-0
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As representações da homossexualidade feminina na esfera pública virtualCosta, Vera Teresa Spcht da January 2008 (has links)
A homossexualidade feminina tem, na atualidade, maior visibilidade nos espaços midiáticos num processo indicativo de mudanças acerca do tema que emerge da intimidade para o debate na esfera pública. Esse processo mobiliza questionamentos na sociedade sobre normalidade e anormalidade das orientações sexuais bem como de suas representações sociais. Verificar, compreender e examinar como as lésbicas utilizam a comunicação mediada por computador é o objetivo deste trabalho que se detém na análise das narrativas para avaliar a interação comunicacional, as redes de socialidade e solidariedade e a afirmação identitária. Neste percurso são vistos a atuação individual e do movimento lésbico por mudanças nos direitos de cidadania dentro da esfera pública virtual: o ciberespaço. / The visibility of woman homossexuality on media space indicates a changing process about this theme on public shpere. This fact sets questions about normality and abnormality of sexual orientations and also about the lesbians' social representations. Verifying ,understanding and examine how those women use the computer-mediated communication is the purpose of this study. Narrative analyses are the method used to evaluate the communicational interaction, the lesbian identity and the lesbian movement actions in the changing process citizenship in the virtual public shpere: the cyberspace.
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Rompendo o silêncio : homofobia e heterossexismo nas trajetórias de vida de mulheresMonteiro, Luciana Fogaça January 2009 (has links)
Esta pesquisa busca compreender os modos de subjetivação de mulheres com práticas homoeróticas que apresentaram denúncias relacionadas à homofobia. Ela parte de uma intervenção realizada pela ONG Nuances - grupo pela livre expressão sexual conveniada ao Programa Brasil Sem Homofobia. Através de entrevistas baseadas na abordagem biográfica, busquei verificar a forma como elas constroem uma experiência de si, no cruzamento entre a sustentação da matriz heterossexista e a emergência de políticas governamentais de combate a discriminação. O material permitiu compreender que elas percebem a discriminação e o preconceito como resultado de uma extrapolação dos limites das convenções de gênero. Desta forma, elas acreditam que a homossexualidade masculina e mulheres que possuem estilos "mais masculinos" estão mais propensos/as a sofrer discriminações, por acreditarem que são mais visíveis. Assim, a perspectiva de uma maior "aceitação" das relações homoeróticas entre mulheres é percebida na articulação entre estilos mais próximos dos padrões de femininos, bem como por uma apropriação do homoerotismo feminino por parte do fetiche masculino. Outro achado foi à evocação de saberes psi nos conflitos familiares. Quanto às estratégias de enfrentamento, foram encontradas tanto formas de manter identidades discretas quanto modos mais combativos, baseados no que chamo de subjetivação militante. De modo geral, estas mulheres consideram os tempos atuais melhores, relacionando-os mais a atuação do movimento social do que aos aparelhos de proteção e políticas públicas estatais. Este fato pode ter algumas razões: a própria estratégia de enfrentamento formulada pelo Brasil Sem Homofobia (fomento a atores do movimento) e a timidez governamental em adotar estratégias de visibilidade de massa, provavelmente provocada pela oposição que o tema da diversidade sexual enfrenta frente a bancadas religiosas. / This research seeks to understand the modes of subjectivation of women with homoerotic practices that have filed complaints related to homophobia. This research had its starting point in an intervention conducted by the NGO Nuances - group for free sexual expression, convening the BRAZIL WITHOUT HOMOPHOBIA Program. Through interviews based on the biographical approach, I tried to see how these women construct a self-experience, at the junction between the prevailing heterosexist matrix and the emergence of government policies to combat discrimination. The material allowed to find that they understand discrimination and prejudice as a result of an extrapolation of the limits of gender conventions. Following this logic, they believe that male homosexuality and women who have more "masculine" styles are more likely to be discriminated against, on the basis that they are "more visible". The prospect of greater "acceptance" of homoerotic relationships between women is perceived by these women, and it is related to standard female performances, as well as an appropriation of female homoeroticism by the male fetish. Another finding was the evocation of psychological knowledge in family disputes. The coping strategies were found both in ways that maintain discrete identities as in more openly-combative styles, based on what I call "militant subjectivity". In general, these women consider the actual times better to homosexuals, relating this fact more to the work of social movement than to the apparatus of protection and state public policies. This fact may have some reasons: the coping strategy formulated by Brasil Sem Homofobia (encouraging the movement actors) and government timidity in adopting strategies of mass visibility, probably caused by the opposition that sexual diversity is facing by religious political parties.
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CUIDADOS DO ENFERMEIRO À MULHER LÉSBICA NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIASOUSA, Josueida de Carvalho 16 January 2015 (has links)
Submitted by Isaac Francisco de Souza Dias (isaac.souzadias@ufpe.br) on 2016-02-25T17:05:12Z
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Previous issue date: 2015-01-16 / Os direitos à saúde da mulher foram sendo incorporados na sociedade por meio de lutas pelos direitos sexuais e reprodutivos no âmbito internacional e refletiram nacionalmente a partir das Conferências direcionadas à mulher, onde as lésbicas passaram a se inserir nesses movimentos em busca de seus direitos. Os cuidados prestados pelos enfermeiros a mulher devem ser congruentes com sua individualidade e intimidade, garantindo assistência acolhedora e resolutiva que assegure os direitos de cidadania rompendo com posturas de preconceito e invisibilidade instituídas socialmente ainda nos dias atuais nas questões relativas a orientação sexual. Este estudo objetivou analisar o cuidado do enfermeiro à mulher lésbica à luz da Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado Cultural. Como resultados foram elaborados dois artigos, a saber: o primeiro, revisão integrativa que objetivou analisar a produção científica nacional e internacional sobre a assistência de enfermagem à mulher lésbica. Foram pesquisados artigos nas bases de dados: MEDLINE, LILACS, BDENF, SCOPUS, e na biblioteca virtual SciELO e banco de dados COCHRANE, por meio dos descritores homossexualidade feminina, cuidados de enfermagem, promoção da saúde, saúde da mulher, e suas respectivas traduções bilíngues Inglês e Espanhol. Foram selecionados quatro artigos que destacaram as dificuldades dos profissionais da saúde em lidar com questões que envolvem sexualidade e cuidado a gays e lésbicas, o medo das mulheres em revelar sua orientação devido ao preconceito demonstrado pelos profissionais, as doenças que mais acometem lésbicas e sua vulnerabilidade e a importância da enfermagem por meio de sua formação e contribuições que podem ser disponibilizadas para as lésbicas. O segundo artigo buscou apreender quais os cuidados prestados à lésbica pelos enfermeiros da Estratégia de Saúde da Família. Trata-se de estudo descritivo, exploratório, de abordagem qualitativa, ancorada pela Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado Cultural. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 17 enfermeiros das Unidades de Saúde da Família do município de Palmares/PE. Os dados foram transcritos na íntegra, pela escuta dos depoimentos gravados adicionadas as anotações do diário de campo. O processo analítico se deu a partir da técnica da análise temática sugerida por Minayo. Esta análise foi desenvolvida a partir de três etapas: 1. Pré-Análise, 2. Exploração do material, 3. Tratamento dos resultados e interpretação a partir do primeiro nível do modelo de Sunrise. Nos resultados evidenciou-se um cuidado superficial e heteronormativo não contemplando as especificidades destas mulheres no âmbito da integralidade do atendimento, pois a construção deste padrão de cuidar são influenciados pelos valores culturais e a formação acadêmica que advém os enfermeiros os quais são direcionados por saberes etnocêntricos que não condizem com as especificidades da mulher lésbica. Na perspectiva de assistência integral e inclusiva do enfermeiro a esse grupo populacional, emerge a necessidade de uma relação de respeito e vínculo, com ênfase nas ações de promoção à saúde, alicerçadas em abordagens educativas, dialógicas, participativas que valorize os saberes populares e de autonomia das mulheres lésbicas. Com isso, torna-se necessário a inclusão da temática sexualidade e gênero na formação dos enfermeiros além de capacitações que possibilitem a construção de planos de cuidado congruentes às especificidades da lésbica. / Women health rights has been incorporated by society through the fight for sexual and reproductive rights in the international scope and reflected nationally from the conferences directed to women, where lesbians began to insert in such movements, looking for their rights. The care given by the nurse to the women must be congruent with their individuality and intimacy, assuring a welcoming and solving assistance. This study objective is to analyze the care given by the nurse to the lesbian, by the light of the Theory of the Cultural Care Diversity and Universality. As result, two articles were produced: first, an integrative review that aimed to analyze the national and international scientific production about the nurse assistance to the lesbian. Articles where researched in the MEDLINE, LILACS, BDENF and SCOPUS databases, and in the virtual libraries SciELO and COCHRANE, by the descriptions of feminine homosexuality, nurse care, health promotion, women health, and its respective translations to English and Spanish. Four articles that highlighted the difficulties of the health workers has with issues about sexuality and attendance to gays and lesbians were selected, like the fear of prejudice by health workers that made women hide their sexual orientation, the most common diseases and vulnerabilities affecting lesbians and the importance of the nursery by its formation and contribution that can be given to lesbians. The second article tried to apprehend which care where given to the lesbian by the nurse of the Family Health Strategy. It's a descriptive study, exploratory by a qualitative research, based on the Theory of the Cultural Care Diversity and Universality. Semi-structured interviews were made to seventeen nurses from the Family Health Strategy from the city of Palmares, Pernambuco. The interviews were transcribed in full, by the transcription of records, added to annotations in the field journal. The analysis process was made by the thematic analysis technique suggested by Minayo. It was made in three stages: 1. Preliminary analysis, 2. Data exploration, 3. Result treatment and interpretation by the first level of Sunrise's model. The results showed the nurses worldview and the dimension of their social and cultural structures out of religious, familiar, social and educational factors, who directed the care given by the nurse to the lesbian. The cultural values and academical formation of the nurses impact on such care, resulting in a superficial and heretonormative care, not contemplating the specificity of such women in the integrality of attendance. With that, becomes necessary the inclusion of the sexuality and gender themes on the formation of the nurses, and capacities that allow the construction of care plans consistent with the specifics of the lesbians.
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Estereótipos de gênero e cuidado em saúde sexual de mulheres lésbicas e bissexuais / Gender stereotypes and sexual healthcare concerning lesbians and bisexual womenRodrigues, Julliana Luiz 26 August 2011 (has links)
O aumento da visibilidade de mulheres que se relacionam com mulheres tem suscitado questões pertinentes à saúde desse grupo. A literatura aponta que estereótipos de gênero e valores acerca da masculinidade e feminilidade se fazem presentes nos discursos e interferem nas ações de cuidado com a saúde. A falta de orientação nos atendimentos ginecológicos pertinentes a sua prática sexual é apontada como uma dificuldade encontrada por mulheres que se relacionam com mulheres. A saúde sexual, localizada como direito do sujeito, deve ser pensada incluindo-se aspectos sociais como determinantes para a qualidade da atenção dispensada. Este trabalho tem por objetivo compreender como as construções de gênero se fazem presentes nas relações homo-afetivas entre mulheres e no cuidado dedicado à saúde sexual. Pautada em vertente qualitativa, utilizou-se de entrevistas semi-estruturadas e anotações em diário de campo para obtenção dos dados. Entrevistou-se nove mulheres lésbicas ou bissexuais entre 19 e 46 anos, todas residentes na cidade de São Paulo. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas a partir das categorias gênero, práticas preventivas e cuidado em saúde. Os resultados permitem vislumbrar a relação entre diferentes construções do ser mulher e o cuidado dispensado à saúde sexual. Maior dificuldade em perceber necessidade de cuidado e de buscar serviços de saúde esteve presente entre mulheres lésbicas que se reconheciam masculinizadas. Valores relativos à feminilidade hegemônica, que atrela sexo a afeto, podem operar vulnerabilizando mulheres que se relacionam com mulheres quanto à exposição às doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), na medida em que a inserção de quaisquer métodos pode ser recebido como questionamento pela parceira do sentimento ou insinuar desconfiança sobre a procedência sexual. As dificuldades acerca do sexo seguro entre lésbica foram pontuadas pelo desconhecimento e falta de informações sobre o tema. A maneira de prevenir-se das DSTs se resume em fazer avaliações higienistas sobre a parceira e evitar relacionamentos com as bissexuais. Comunicar ao médico sobre sua preferência sexual e sentir-se suficientemente acolhida para levar dúvidas sobre DSTs/aids foram as maiores dificuldades apontadas no momento da consulta ginecológica. Mesmo quando optam por revelar a preferência homoerótica, isso não se traduz no recebimento de informações pertinentes a sua prática sexual. A ideia de que todas as mulheres mantêm relações heterossexuais ainda é presente nas práticas médicas e constitui-se como importante barreira ao oferecimento de um atendimento humanizado que opere em respeito aos direitos humanos e à diversidade sexual. Os resultados desta pesquisa configuram um quadro em que a vulnerabilidade ao adoecimento sexual das mulheres que se relacionam com mulheres, para além de aspectos individuais e sociais, remete às lacunas programáticas, expresso na ausência de discursos sobre sexo seguro na parceira lésbica / The increasing visibility of women in relationships with other women has set a new line of questions regarding the health of such social group. Literature points out that gender stereotypes and values concerning masculinity and femininity are present in speech and often interfere in health-oriented actions. The lack of orientation in gynecological treatment directed to their sexual practice is claimed as an obstacle for women in homosexual relationships. Sexual healthcare, as an individual right, must be thought within social aspects as standards to determine the quality of the attention offered. This report aims to understand how the constructions of gender interact with homosexual relationships between women and with the focus given to their sexual health. Based on qualitative side, it was made use of a collection of pre-established scripted interviews, alongside with notes from the field journal to elaborate the data. The interviewees are made up of nine women, either lesbian or bisexual, aging from 19 to 46, all residing in the city of São Paulo. The interviews were recorded, transcripted and analyzed taking in account the categories of \"gender\", \"preventive practices\" and \"healthcare measures\". According to results, it is possible to draw a relationship between different forms of the construction of what it is being a woman, and the kind of healthcare measures subsequently assimilated. Greater difficulty in perceiving need to care and to seek health services has been present among lesbians who recognized masculinized. Standards of hegemonic femininity, which bind sex to affection, may work in making women in homosexual relationships vulnerable to the exposure to sexual transmitted disease (STDs), to the extent that the insertion of any methods may be received as questioning by partner of feeling or insinuate distrust about the origin sexual. The difficulties about safe sex lesbian were scored by ignorance and lack of information on the subject. The way to prevent the STDs is summed up in doing evaluations hygienists on the partner and avoid relationships with bisexuals. To inform the doctor about their sexual preferences/orientation and being sufficiently supported to expose their doubts about STDs/AIDS as a homosexual partner, constitute the biggest obstacles indicated by interviewees when it comes to the appointment with a gynecologist. Even when they choose to reveal the preference asserted that homoerotic orientation goes, that does not result in the receipt of information relevant to their sexual practice. The idea that all women maintain heterosexual relationships is still very present in medical practice, posing a barrier in the way of a humanized care in tune with the human rights and the sexual diversity. The results in this research draw a picture in which the vulnerability to sexual diseases for women in relationships with women, beyond the individual and social aspects, goes back to the programmatic voids, expressed in the absence of speeches on safe sex partner lesbian
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Teu desejo será para teu marido e ele te dominará: a representação da mulher ortodoxa no cinema israelense contemporâneo / Your desire will be for your husband, and he will rule over you: the representation of the orthodox woman in the contemporary israeli cinemaSzlak, Bruno José 11 October 2011 (has links)
Este trabalho procura mostrar como a mulher ortodoxa judia é representada no cinema israelense. A partir da análise de três filmes: Kadosh, de Amos Gitai, produzido em 1999; Hasodot (Segredos Íntimos), de Avi Nesher, produzido em 2007 e Chufshat Kaitz (My Father, my Lord), de David Volach, produzido em 2007, busca-se compreender como se deram os processos culturais que determinaram alguns comportamentos da sociedade ortodoxa judaica em relação à mulher, enfocando os seguintes temas: fertilidade feminina, homossexualidade, a educação das mulheres e o silêncio. Como arcabouço teórico central estão as obras Vigiar e punir e A microfísica do poder, de Michel Foucault e as fontes tradicionais judaicas, como o Talmud, a Bíblia Hebraica, e outros textos canônicos, utilizadas no sentido de entender como o conhecimento se transforma em poder dentro da sociedade ortodoxa judaica e, nesse contexto, como a mulher é sujeitada por ele. / This paper seeks to show how the orthodox jewish woman is represented in Israeli cinema. From the analysis of three films: Kadosh by Amos Gitai, produced in 1999; Hasodot (The Secrets) by Avi Nesher, produced in 2007 and Chufshat Kaitz (My Father, My Lord) by David Volach, produced in 2007, we look to understand how cultural processes have led to some behaviors of the orthodox jewish community facing women, focusing on the following topics: female fertility, homosexuality, women\'s education and silence. Central theoretical framework are the works by Michel Foucault: Discipline and Punish and The microphysics of power, and the traditional Jewish sources, as the Talmud, the Hebrew Bible, and other canonical texts, used in order to understand how knowledge is transformed into power within the orthodox jewish society and in this context, as the woman is subjected by it.
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Estereótipos de gênero e cuidado em saúde sexual de mulheres lésbicas e bissexuais / Gender stereotypes and sexual healthcare concerning lesbians and bisexual womenJulliana Luiz Rodrigues 26 August 2011 (has links)
O aumento da visibilidade de mulheres que se relacionam com mulheres tem suscitado questões pertinentes à saúde desse grupo. A literatura aponta que estereótipos de gênero e valores acerca da masculinidade e feminilidade se fazem presentes nos discursos e interferem nas ações de cuidado com a saúde. A falta de orientação nos atendimentos ginecológicos pertinentes a sua prática sexual é apontada como uma dificuldade encontrada por mulheres que se relacionam com mulheres. A saúde sexual, localizada como direito do sujeito, deve ser pensada incluindo-se aspectos sociais como determinantes para a qualidade da atenção dispensada. Este trabalho tem por objetivo compreender como as construções de gênero se fazem presentes nas relações homo-afetivas entre mulheres e no cuidado dedicado à saúde sexual. Pautada em vertente qualitativa, utilizou-se de entrevistas semi-estruturadas e anotações em diário de campo para obtenção dos dados. Entrevistou-se nove mulheres lésbicas ou bissexuais entre 19 e 46 anos, todas residentes na cidade de São Paulo. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas a partir das categorias gênero, práticas preventivas e cuidado em saúde. Os resultados permitem vislumbrar a relação entre diferentes construções do ser mulher e o cuidado dispensado à saúde sexual. Maior dificuldade em perceber necessidade de cuidado e de buscar serviços de saúde esteve presente entre mulheres lésbicas que se reconheciam masculinizadas. Valores relativos à feminilidade hegemônica, que atrela sexo a afeto, podem operar vulnerabilizando mulheres que se relacionam com mulheres quanto à exposição às doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), na medida em que a inserção de quaisquer métodos pode ser recebido como questionamento pela parceira do sentimento ou insinuar desconfiança sobre a procedência sexual. As dificuldades acerca do sexo seguro entre lésbica foram pontuadas pelo desconhecimento e falta de informações sobre o tema. A maneira de prevenir-se das DSTs se resume em fazer avaliações higienistas sobre a parceira e evitar relacionamentos com as bissexuais. Comunicar ao médico sobre sua preferência sexual e sentir-se suficientemente acolhida para levar dúvidas sobre DSTs/aids foram as maiores dificuldades apontadas no momento da consulta ginecológica. Mesmo quando optam por revelar a preferência homoerótica, isso não se traduz no recebimento de informações pertinentes a sua prática sexual. A ideia de que todas as mulheres mantêm relações heterossexuais ainda é presente nas práticas médicas e constitui-se como importante barreira ao oferecimento de um atendimento humanizado que opere em respeito aos direitos humanos e à diversidade sexual. Os resultados desta pesquisa configuram um quadro em que a vulnerabilidade ao adoecimento sexual das mulheres que se relacionam com mulheres, para além de aspectos individuais e sociais, remete às lacunas programáticas, expresso na ausência de discursos sobre sexo seguro na parceira lésbica / The increasing visibility of women in relationships with other women has set a new line of questions regarding the health of such social group. Literature points out that gender stereotypes and values concerning masculinity and femininity are present in speech and often interfere in health-oriented actions. The lack of orientation in gynecological treatment directed to their sexual practice is claimed as an obstacle for women in homosexual relationships. Sexual healthcare, as an individual right, must be thought within social aspects as standards to determine the quality of the attention offered. This report aims to understand how the constructions of gender interact with homosexual relationships between women and with the focus given to their sexual health. Based on qualitative side, it was made use of a collection of pre-established scripted interviews, alongside with notes from the field journal to elaborate the data. The interviewees are made up of nine women, either lesbian or bisexual, aging from 19 to 46, all residing in the city of São Paulo. The interviews were recorded, transcripted and analyzed taking in account the categories of \"gender\", \"preventive practices\" and \"healthcare measures\". According to results, it is possible to draw a relationship between different forms of the construction of what it is being a woman, and the kind of healthcare measures subsequently assimilated. Greater difficulty in perceiving need to care and to seek health services has been present among lesbians who recognized masculinized. Standards of hegemonic femininity, which bind sex to affection, may work in making women in homosexual relationships vulnerable to the exposure to sexual transmitted disease (STDs), to the extent that the insertion of any methods may be received as questioning by partner of feeling or insinuate distrust about the origin sexual. The difficulties about safe sex lesbian were scored by ignorance and lack of information on the subject. The way to prevent the STDs is summed up in doing evaluations hygienists on the partner and avoid relationships with bisexuals. To inform the doctor about their sexual preferences/orientation and being sufficiently supported to expose their doubts about STDs/AIDS as a homosexual partner, constitute the biggest obstacles indicated by interviewees when it comes to the appointment with a gynecologist. Even when they choose to reveal the preference asserted that homoerotic orientation goes, that does not result in the receipt of information relevant to their sexual practice. The idea that all women maintain heterosexual relationships is still very present in medical practice, posing a barrier in the way of a humanized care in tune with the human rights and the sexual diversity. The results in this research draw a picture in which the vulnerability to sexual diseases for women in relationships with women, beyond the individual and social aspects, goes back to the programmatic voids, expressed in the absence of speeches on safe sex partner lesbian
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Necessidades de saúde de mulheres que fazem sexo com mulheres e acesso a serviços de saúde / The health needs of women who have sex with women and their access to health serviceFreitas, Ana Paula Freneda de [UNESP] 22 February 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-02-22 / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) / Introdução: Acesso e acolhimento são elementos essenciais para que se possa intervir de forma satisfatória no estado de saúde da população. A literatura nacional traz poucos estudos abordando o acesso aos serviços e cuidado com a saúde entre mulheres que fazem sexo com mulheres (MSM). Objetivo: Analisar o acesso a serviços de saúde e o cuidado com a saúde sexual e reprodutiva de mulheres que fazem sexo com mulheres, sob o enfoque das políticas públicas de saúde. Método: Estudo observacional, transversal, descritivo e analítico que integra estudo mais amplo sobre acesso a serviços de saúde e saúde sexual e reprodutiva de MSM. A amostra intencional de 149 MSM foi constituída por meio da Técnica de Amostragem Bola de Neve (a Andreia pediu para retirar, acho melhor manter) indicação de profissionais de saúde e liderança LGBT (de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) por procura espontânea, a partir da divulgação do projeto nas redes de sociabilidade, comunicação de massa, serviços de saúde e grupos de ativismo. As variáveis estudadas foram: sociodemográficas, consumo de substâncias, comportamento e práticas sexuais, clínico-ginecológicas e reprodutivas, relacionadas ao acesso a serviços de saúde e a variável desfecho foi escore de cuidado com a saúde sexual e reprodutiva. Os dados foram obtidos pelas pesquisadoras envolvidas no estudo mãe, de janeiro de 2015 a dezembro de 2016, por meio da aplicação de um questionário, exame ginecológico para o diagnóstico de HPV (Papiloma Vírus Humano), Chlamydia Trachomatis, Neisseria Gonorrhoeae e Trichomonas Vaginalis e coleta de sangue periférico para diagnóstico das infecções pelo HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), Vírus da Hepatite B, e Sífilis. Para análise dos dados empregou-se a estatística descritiva e as associações foram verificadas pelo teste de Qui Quadrado, por meio de ajustes de modelos de regressão linear, com resposta normal e de regressão linear múltipla. Resultados: Predominaram as mulheres brancas (74,5%), não unidas (73,2%), que tinham atividade remunerada (73,2%), alguma religião (74,5%) e com oito anos e mais de estudo concluídos (96,0%). A mediana de idade foi de 27 anos (18-62) e a renda familiar per capita de R$1.000,00 (133,33-15.000,00). A maioria tinha histórico de relacionamento sexual com homens durante a vida (74,2%) e, no último ano, apenas com mulheres (77,2%). A maioria utilizava o serviço público de saúde (84,0%), procurava Unidades Básicas de saúde (70,5%) e pronto-socorro (67,8%), somente quando adoeciam/sentiam algum desconforto (70,0%) e 47,6% não revelavam a prática sexual com mulheres para os profissionais de saúde. As dificuldades/barreiras encontradas na procura por serviços de saúde e/ou no atendimento dos profissionais e/ou à satisfação de necessidades pelos serviços foram relatadas por 77 (51,7%) mulheres, sendo que 66,1% delas relacionaram-se à estrutura e organização dos serviços de saúde e 33,9% à relação profissional de saúde-usuário. A mediana do escore de cuidado com a saúde sexual e reprodutiva foi de 4 pontos (0-7), tendo em vista que este poderia variar de 0-8 pontos. A maioria das mulheres não realizava atendimento ginecológico anual (54,4%), não estava com a Citologia Oncótica em dia (63,1%), tinha relação sexual após o consumo de álcool e/ou drogas ilícitas (71,8%), não utilizava preservativo nas relações sexuais anais e vaginais (87,9%), e tinha diagnóstico de alguma IST( Infecção Sexualmente Transmissível) (51,7%) e, 47,0% não havia realizado sorologia para IST/aids. A maioria das mulheres era tabagista (55,0%) e 34,9% utilizavam drogas ilícitas. As variáveis independentemente associadas ao escore de cuidado com a saúde sexual e reprodutiva foram idade, utilização de tabaco, de drogas ilícitas, ter se relacionado sexualmente com seis ou mais mulheres na vida, relação sexual após uso de álcool e/ou drogas ilícitas e uso de preservativo em todas as relações sexuais anais e vaginais. Não houve associação entre ter ou não histórico de relação sexual com homens na vida ao escore de cuidado. Diante dos resultados obtidos na presente investigação realizou-se duas oficinas de sensibilização dirigidas aos profissionais de saúde de todas as categorias, atuantes na Atenção Básica do município de Botucatu. Estas tiveram por objetivo a sensibilização dos profissionais sobre as necessidades de saúde de MSM e proporcionar reflexão referente as suas práticas em relação a esse grupo. Foram propostas várias estratégias pelos participantes como: educação permanente de todos os profissionais e educação em saúde voltada à população em geral, acerca desta temática, revisão de instrumentos de sistematização, utilizados na assistência, que favoreçam a revelação da prática sexual com mulher e organização e distribuição de material educativo sobre cuidado com a saúde para MSM, dentre outras. Conclusão: Apesar de a maioria das MSM terem acesso aos serviços de saúde, apresentaram muitas lacunas no cuidado com a saúde sexual e reprodutiva, apontando para vulnerabilidade individual, social e programática às IST, comprovada pela elevada prevalência desses agravos. Necessidades de saúde específicas deste grupo podem deixar de estar sendo identificadas e abordadas pelos profissionais de saúde, uma vez que grande parte delas não revelou a prática sexual com mulher. Desta forma, o presente estudo vem contribuir para o planejamento de ações mais abrangentes, voltadas à promoção da saúde integral de mulheres que fazem sexo com mulheres, à medida que aponta contexto de vulnerabilidade e de necessidades, relativas à saúde sexual e reprodutiva de mulheres, residentes no interior do Estado de São Paulo. / Introduction: Before proposing any intervention to improve health services of a given population, it is essential that health care is provided and the population is able to access these services. In this regard, there is a gap in the literature related to the access to health care among Brazilian women who have sex with women (WSW). Objective: The study presented here analyses the access to health services and the care given to these women, mainly concerning reproductive and sexual health. It focuses on public health policies. Methods: This study was based on the analyses of observational, transversal and descriptive studies, which are part of a research project that investigates the access that WSW have to health services, mainly reproductive and sexual health care. The sample size of 149 women was achieved through chain referral sampling mode. The participants where indicated by health professionals or LGBT activists (lesbian, gay, bisexual, transvestite and transgender). Also, some participants were volunteers interested in the project as it was promoted in social media, mainstream media, through healthcare service and activism groups. The variables in study were the following: socio-demographics, drugs consumption, behavioural, sexual practices, clinical-gynaecologist and reproductive, and those related to access to health services. The outcome variable was the reproductive and sexual health care score. The data was gathered by the researchers in the main research project during two-year period - from January 2015 until December 2016 - who applied a questionnaire, combined with gynaecologic exam and blood test used to detect infections of HIV (Human immunodeficiency virus), hepatitis B virus, HPV (Human papillomavirus), Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoeae, Trichomonas vaginalis and syphilis. Descriptive statistics was used to analyse the data, the associations were verified by Chi-squared test, using linear regression modelling with normal and multiple linear regression responses. Results: The data analysis showed the predominance of white women (74,5%), single (73,2%), employee (73,2%), religious (74,5%) and who had been educated during eight or more years (96,0%). The median age of the participants was 27 years old (18-62) and the family monthly income of R$1.000,00 (133,33 - 15.000,00). The majority had had men sexual partners previously (74,2%) but, in the last year woman partners only (77,2%). The majority used the public health services (84,0%), used Health Care Units (70,5%) and Hospital Emergency Units (67,8%), only when had an illness or some type of discomfort (70,0%) and 47,6% did not disclose their sexual preferences and practices to health professionals. Seventy seven women (51,7%) reported some kind of difficulties or barriers they found when seeking for health services; when being attended by health professionals and/or regarding having their needs fulfilled by the health services. Most of the barriers (66,1%) were related to the organizational structure of the health services provided, whilst 33,9% were related to the health care professional and the health care patient. The median of reproductive and sexual health care score was four points (0-7), considering that the score could vary between 0-8 points. Annual gynaecologic appointment/or exam were neglected by the majority of the women (54,4%); others did not have a valid cervical smear test (63,1%); the majority had sexual relations after alcohol and/or drugs consumption (71,8%); most did not use any preservatives in sexual relations, whether anal or vaginal (87,9%); more than a half (51,7%) had been diagnosed some kind of STI (Sexually Transmitted Infections) and; 47,0% did not take serologic blood tests to identify STI/ AIDS. It was observed among the participants a high percentile of smoker women (55,0%) and drugs users (34,9%). The independent variables associated with reproductive and sexual health care score were: age; whether they smoke; whether they use drugs; had sex with six or more women; had sexual relations after alcohol and/or drugs consumption; and, the use of preservatives in sexual relations, whether anal or vaginal. It was not found a correlation between had had men sexual partners previously and the care score. Following the analysis of the results of the present investigation, two workshops were organised targeted at health care professionals of different organisational levels of Basic Care in Botucatu municipality. The workshops were conducted to promote the health needs of WSW and to discuss the current practices related to this group. Several strategic actions were proposed by the participants of the workshop, among them were: continuous information and training to health care professionals; dissemination of WSW health care needs to wide population; review of instruments and data systematisation used to assist WSW that support the women to feel comfortable to talk about their sexual practices; organisation and distribution of informative material regarding WSW health and care. Conclusion: Although the majority of the WSW has access to health services, they did not fulfil their needs regarding reproductive and sexual health care. Therefore, they were individually, socially and programmatically vulnerable to STI, which was reflected in the high prevalence of STI among the participants. Their health care needs possibly can be neglected by health care professionals, as the majority of WSW did not reveal their sexual practices to them. In this way, by contextualising the vulnerability and needs related to reproductive and sexual health of women living in the country side of Sao Paulo province, the present study contributes to the planning of strategic actions to promote the health care services target at women who have sex with women. / FAPESP: 2015/14769-0
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