• Refine Query
  • Source
  • Publication year
  • to
  • Language
  • 136
  • 1
  • Tagged with
  • 138
  • 138
  • 91
  • 77
  • 35
  • 33
  • 32
  • 29
  • 25
  • 22
  • 21
  • 20
  • 19
  • 18
  • 16
  • About
  • The Global ETD Search service is a free service for researchers to find electronic theses and dissertations. This service is provided by the Networked Digital Library of Theses and Dissertations.
    Our metadata is collected from universities around the world. If you manage a university/consortium/country archive and want to be added, details can be found on the NDLTD website.
31

Os cem menores contos brasileiros do século e a reinvenção do miniconto na literatura brasileira contemporânea

Perez, Marcelo Spalding January 2008 (has links)
A discussão sobre a extensão de uma obra literária remonta há pelo menos um século, mas tem se afirmado, na literatura contemporânea, um tipo de conto extremamente breve chamado de “miniconto” ou “microconto”. Singular exemplar dessa estética é a antologia Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século, organizada por Marcelino Freire e publicada em 2004, em que os autores foram desafiados a escrever contos de no máximo cinqüenta letras. O presente estudo parte dessa obra para uma investigação acerca do miniconto, demonstrando sua presença na América Latina e nos Estados Unidos, sua relação com o minimalismo até chegar no surgimento dessa estética no Brasil. Nessa pesquisa diacrônica visita-se a obra de autores como Augusto Monterroso, autor de “O dinossauro”, conhecido como menor e mais famoso miniconto do mundo, Raymond Carver, norte-americano apontado como ícone minimalista da literatura, e Dalton Trevisan, responsável pela canonização desse tipo de texto no Brasil. Não é o objetivo desse estudo estabelecer limites de gênero para o miniconto, e sim analisar como é possível produzir uma narrativa com começo, meio e fim preservando as propriedades do conto em espaço tão exíguo. Para tanto, foram utilizadas algumas teorias da narratividade de Barthes, especialmente o conceito de ações núcleo e catálises, estudos sobre a recepção de Ingarden e Iser, especialmente quando falam das zonas de indeterminação, bem como teorias do conto, priorizando teóricos latino-americanos e brasileiros. Ao final pode-se perceber que, apesar da limitação de palavras ou letras ser marca definitiva dessa estética, ainda é possível, sim, falarmos em conto, pois desde que haja um mínimo de determinação no texto para que o leitor consiga preencher as zonas indeterminadas estarão preservados a intensidade, a tensão e o efeito, operando tais textos como “bombas nucleares” que explodem após o ato da leitura. Não é, naturalmente, o mesmo tipo de conto breve da metade do século XX, também chamado de miniconto, mas uma espécie de reinvenção do miniconto que explora suas possibilidades ao máximo, desafiando seus limites. / El debate sobre la extensión de una obra literaria se remonta por lo menos un siglo, pero se ha afirmado, en la literatura contemporánea, un tipo de cuento extremadamente breve llamado “minicuento” o “microcuento”. Un ejemplar singular de esta estética es la antología “Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século” (Los Cien Menores Cuentos Brasileños del Siglo), organizada por Marcelino Freire y publicada en 2004, en la que los autores fueron desafiados a escribir cuentos con la cantidad máxima de cincuenta letras. Este estudio parte de esta obra para una invetigación acerca del minicuento, demostrando su presencia en América Latina y en Estados Unidos, su relación con el minimalismo hasta llegar en su aparición en Brasil. En esta investigación diacrónica hemos visto la obra de autores como Augusto Monterroso, autor de “El dinosaurio”, conocido como el minicuento más pequeño y famoso del mundo, Raymond Carver, norteamericano destacado como icono minimalista de la literatura, y Dalton Trevisan, quien ha hecho posible la canonización de este tipo de texto en Brasil. No es nuestro objetivo establecer límites encuanto al género del minicuento, sino analizar cómo es posible producir una narrativa con introducción, desarrollo y desenlace y que se siga conservando las propiedades del cuento en un espacion tan pequeño. Para eso nos adentramos en algunas de las teorías de Barthes, especialmente en el concepto acciones como núcleo y catálisis, en los estudios sobre la recepción de Ingarden e Iser, especialmente quando nos hablan sobre las zonas de indeterminación, al igual que en las teorías del cuento, y dando prioridad a los teóricos latinoamericanos y brasileños. Al final, se puede percibir que aunque haya una limitación de palabras o letras, se puede seguir hablando en cuento siempre y cuando haya determinación y la intención sea preservada al igual que la tensión y el efecto que pueda causar en el lector, como bombas nucleares que se explotan después de la lectura. Naturalmente no es el mismo tipo de cuento breve que el de la mitad del siglo XX, también conocido como minicuento, sino un tipo de reinvención del minicuento donde se procura explotar al máximo sus posibilidades hasta llegar a desafiar sus límites.
32

Do reinado do autor a seu estilhaçamento na escritura nos romances de introspecção : Lúcio Cardoso e Clarice Lispector

Camacho Alvarez, Adriana Carina January 2009 (has links)
Na história literária, o século XX é o século do romance. E, especificamente, do romance moderno, que irá refletindo as transformações sofridas pelo homem e pela sociedade em um período tão turbulento da história da humanidade. O nosso trabalho aborda a obra romanesca de dois autores brasileiros, Lúcio Cardoso e Clarice Lispector, para mostrar como essa grande mudança se manifesta no seio da literatura brasileira. Também se propõe analisar as relações entre conteúdo e forma no trabalho de ambos os escritores e na sua ligação com os tipos de romance que cultuaram (romance tradicional ou romance moderno). O tratamento outorgado, nas suas obras - romances de introspecção -, aos aspectos mais importantes da forma romanesca, como a história, a intriga, o tempo, as personagens, o narrador, bem como os recursos poéticos empregados e o plurilingüismo da linguagem, determinarão, não apenas a sua localização na história literária, mas, mais profundamente, delatarão a postura do autor em face da realidade ou da vida. Por isso, no nosso trabalho, consideramos importante resgatar a visão do mundo que anima Lúcio Cardoso e Clarice Lispector e tentamos mostrar até que ponto ela é determinante do trabalho dos escritores sobre a palavra, ou, no sentido inverso, o quanto a lavor sobre a palavra pode ir moldando uma espécie de pensamento indeterminado (termo que tomamos de empréstimo a Georges Poulet), que, por sua vez, irá alimentando as novas incursões no domínio poético. Neste último caso, deparar-nos-emos, não mais com um Autor, cuja intenção controla e domina o jogo da criação, mas com um escritor que ensaia, a cada nova obra, uma forma de se aproximar cada vez mais daquilo que Roland Barthes sintetizava como "inexprimir o exprimível", isto é, driblar o autoritarismo da linguagem e assim, poder "tirar ouro do carvão" (HE, p. 31): achar e sugerir, sob a fachada da linguagem e da realidade, o signo do que transcende linguagem e realidade e que, mais verdadeiro do que estas, atinge o cerne do Ser (Real) e não mais apenas os seres e as coisas. / En la historia de la literatura, el siglo XX es el siglo de la novela. Y, específicamente, de la novela moderna, que irá reflejando las transformaciones sufridas por el hombre y por la sociedad en un período tan turbulento de la historia de la humanidad. Nuestro trabajo aborda la obra novelesca de dos autores brasileños, Lúcio Cardoso y Clarice Lispector, para mostrar cómo ese gran cambio se manifiesta en el seno de la literatura brasileña. También se propone analizar las relaciones entre contenido y forma en el trabajo de ambos escritores y en su vinculación con los tipos de novela que cultivaron (novela tradicional o novela moderna). El tratamento otorgado, en sus obras -novelas de introspección-, a los aspectos más importantes de la forma novelesca, como la historia, la intriga, el tiempo, los personajes, el narrador, así como los recursos poéticos empleados y el plurilingüismo del lenguaje, determinarán, no solo su situación en la historia literaria, sino que además, más profundamente, delatarán la postura del autor de cara a la realidad o a la vida. Por eso, en nuestro trabajo, consideramos importante rescatar la visión de mundo que anima a Lúcio Cardoso y a Clarice Lispector e intentamos mostrar hasta qué punto la misma determina el trabajo de los escritores sobre la palabra o, en el sentido inverso, en qué medida la labor sobre la palabra puede ir forjando una especie de pensamiento indeterminado (término que pedimos prestado a Georges Poulet), que, a su vez, irá alimentando las nuevas incursiones en el dominio poético. En este último caso, nos toparemos, ya no con un Autor, cuya intención controla y domina el juego de la creación, sino con un escritor que ensaya, en cada nueva obra, una forma de acercarse cada vez más a aquello que Roland Barthes sintetizaba como "inexpresar lo expresable", o sea, burlar el autoritarismo del lenguaje y, así, poder "sacar oro del carbón" (HE, p. 31): encontrar y sugerir, bajo la fachada del lenguaje y de la realidad, el signo de lo que trasciende lenguaje y realidad y que, más verdadero que ellos, alcanza el núcleo del Ser (Real) y ya no tan solo a los seres y las cosas.
33

O narrador de Diário da Queda, de Michel Laub, e a representação da memória na narrativa contemporânea

Azevedo, Monica Klen de January 2015 (has links)
Esta dissertação tem como principal objetivo apresentar uma análise da obra Diário da queda, do autor gaúcho Michel Laub, percebendo como a literatura contemporânea une os tempos, representando não apenas o presente, mas, também, ligando-se à realidade histórica, a partir do resgate dos fatos com elementos fragmentários da memória de um passado criado a partir de marcas de identidade que definem o lugar do homem no mundo. Há anos, a literatura apresenta como passado e presente são ligados ao individual, e ao coletivo, através do testemunho de catástrofes como a Shoah. Percebendo a memória traumática – mesmo que não possa ser assimilada em sua totalidade tendo em vista a impossibilidade da compreensão do fato ocorrido – como tema de inúmeras obras literárias. O que é apresentado aqui são aspectos de três representações de memórias traumáticas partindo de três lembranças de personagens distintas que ligam traumas individuais a um trauma coletivo. Para isso, o presente trabalho está dividido em três partes. A primeira contextualiza a literatura brasileira contemporânea para que se perceba de que maneira a obra literária produzida na contemporaneidade está relacionada com seu próprio tempo. A segunda parte discorre sobre o narrador contemporâneo e a forma como esse narrador do pós-guerra reconstrói fatos a partir do distanciamento temporal. A terceira parte busca estabelecer uma ligação entre a literatura e a memória a fim de perceber os reflexos que a recordação tem nas narrativas ficcionais tendo como foco a análise da memória do narrador de Diário da queda, e a forma como esse narrador, descendente de judeus, utiliza-se de outros relatos para construir o seu. A partir das lembranças do pai – que, quando criança, fora traumatizado pelo abandono paterno e pela ausência de identidade nos relatos do avô do narrador, e, quando adulto, é abatido por uma doença que afeta a memória – e do avô – ex-prisioneiro do campo de concentração de Auschwitz que opta por uma visão otimista em seus escritos apesar de ter sido vítima de uma das maiores atrocidades da humanidade. A memória é o que constrói narrativa de Diário da queda representa o individual e o coletivo no contexto da contemporaneidade. / This paper aims to present an analysis of the work Diário da queda, written by the author Michel Laub, realizing how contemporary literature unites the times, representing not only the present but also connecting to the historical reality, rescuing facts fragmentary elements of the memory of a past created from identity markers that define man's place in the world. For years, the literature presents how past and present are linked to individual, and collectivity, through the witness of disasters such as the Holocaust. Realizing the traumatic memory - even if it can not be assimilated in its entirety taking into account the impossibility of understanding the fact occurred - as the numerous literary works about the subject. What is presented in this paper are aspects of three representations of traumatic memories starting from three distinct characters of memories that connect individual trauma to a collective trauma. For this, the present work is divided into three parts. The first contextualizes contemporary Brazilian literature in order to realize how the literary work produced in contemporary times is related to its own time. The second part discusses the contemporary narrator and how that postwar narrator reconstructs facts from the temporal distance. The third part seeks to establish a connection between literature and memory in order to realize the consequences that the memory has the fictional narratives focusing on the analysis of Diário da queda memory, and how its narrator, a Jewish descent , makes use of other reports to build his own narrative. From his father's memories - that as a child, had been traumatized by paternal abandonment and lack of identity in the narrator's grandfather's stories, and as an adult, is shot down by a disease that affects memory - and grandfather - former prisoner of the Auschwitz concentration camp that follows an optimistic view in his writings despite having been the victim of one of the greatest atrocities of mankind. Memory is the building fall Diary of narrative is the individual and the collective in the contemporary context.
34

A escrita do (in)visível: ambientes midiáticos na literatura contemporânea

Araujo, André Corrêa da Silva de January 2016 (has links)
A presente dissertação de mestrado trata de estabelecer, num primeiro momento, uma abordagem teórico-metodológica que posiciona a literatura como um instrumento teórico para a análise do processo comunicativo e midiático. Baseada na perspectiva de Marshall McLuhan e Friedrich Kittler, essa dissertação visa delimitar os modos pelos quais a literatura e a escrita funcionam como práticas discursiva contra-ambientais, capazes de estabelecer uma metalinguagem crítica acerca do modo como as mídias funcionam e produzem efeitos em nossa sociedade. do ponto da linguagem. Além do delineamento dessa reflexão de cunho teórico, também são analisados três romances da literatura contemporânea: House of Leaves, de Mark Danielewski (2000), The Absolution of Roberto Acestes Laing, de Nicholas Rombes e Los Muertos, de Jorge Carrión (2009). Tais análises visam estabelecer os modos pelos quais a literatura engaja-se com as lógicas expressivas inauguradas pelos meios de comunicação contemporâneos e estabelecem uma crítica cuja sistematização aponta para algumas tendências acerca do modo como tais mídias funcionam. / This dissertation establishes, at first, a theorethical-methodological approach that places literature as an investigative tool for the analisys of the mediatic and communicative process. Based on the works of Marshall McLuhan and Friedrich Kittler, this dissertation seeks to encircle the ways in which literature and writing functions as anti-environmental discoursive practices, able to establish a critical metalanguage referring to the shape of the environment and the effects it produces in our society through a linguistic point of view. Besides this theoretical approach, three contemporary novels are discussed: House of Leaves, by Mark Danielewski (2000), The Absolution of Roberto Acestes Laing, by Nicholas Rombes e Los Muertos, by Jorge Carrión (2009). This analisys seek to establish the ways in which contemporary literature engages itself with the expressive logics of media and delineates a critique, whose systematization points to the environment's configuration.
35

Vergonha, sacrifício e testemunho: 3 desmedidas para 3 romances de J. M. Coetzee / Shame , sacrifice and testimony: 3 immoderatte for 3 novels of J. M. Coetzee

Oliveira, Carlos Augusto Lima de January 2016 (has links)
OLIVEIRA, Carlos Augusto Lima de. Vergonha, sacrifício e testemunho: 3 desmedidas para 3 romances de J. M. Coetzee. 2016. 183f. – Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Ceará, Departamento de Letras, Programa de Pós-graduação em Letras, Fortaleza, 2016. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2016-05-06T11:15:21Z No. of bitstreams: 1 2016_tese_caloliveira.pdf: 1076791 bytes, checksum: 6c5e30ac839ffa07f4836d90a7419858 (MD5) / Approved for entry into archive by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2016-05-06T14:57:43Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2016_tese_caloliveira.pdf: 1076791 bytes, checksum: 6c5e30ac839ffa07f4836d90a7419858 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-05-06T14:57:43Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2016_tese_caloliveira.pdf: 1076791 bytes, checksum: 6c5e30ac839ffa07f4836d90a7419858 (MD5) Previous issue date: 2016 / This study has as its starting point an articulation between literary discourse and testimonial speech, from the propositions of Giorgio Agamben about the idea of testimony as an Auctor speech, one who is authorized by others to report certain events. This idea of testimony differs from common sense, as something that testifies truthfully and objectively the events, but is much closer to the speech of the invention, where its veracity, and its ethical dimension, achieve what it lacks or even exceeds, reminding the Portuguese critic Silvina Rodrigues Lopes. Thus, this study is interested in analyzing three novels of the South African writer J.M. Coetzee (Waiting for the Barbarians, The Iron Age and Disgrace) as testimonials clippings of changes that spend their narrators, both inside the South African context as in other dimensions symbolized there. A testimony where slips the burden of Shame, such as an ethical manifestation’ power, in that it points out the failure of models so far established (colonialism, Apartheid, the Western civilization project), and a sacrificial order where such narrators-witnesses dive. Sacrifice of white bodies, hitherto immune, legally protected, sacralized. Sacrifice as profanation. / O presente estudo tem como ponto de partida uma articulação entre o discurso literário e o discurso testemunhal, a partir das proposições de Giorgio Agamben a respeito da ideia do testemunho como um discurso de Auctor, aquele que é autorizado por outrem a relatar determinados eventos. Esta ideia de testemunho difere do senso comum, como algo que atesta com veracidade e objetividade os acontecimentos, mas está muito mais próxima do discurso de invenção, onde sua veracidade, e sua dimensão ética, estão mais para aquilo que lhe falta ou mesmo excede, para lembrar a crítica portuguesa Silvina Rodrigues Lopes. Desta forma, interessa a este estudo analisar três romances do escritor sul-africano J.M. Coetzee (À Espera dos Bárbaros, A Idade do Ferro e Desonra) como recortes testemunhais das transformações por que passam seus narradores, tanto dentro do contexto da África do Sul, quanto em outras dimensões simbolizadas ali. Um testemunho onde resvala o peso da Vergonha, como potência de manifestação ética, na medida em que aponta a falência de modelos até então vigentes (colonialismo, Apartheid, o projeto de civilização ocidental), e de uma ordem sacrificial em que mergulham tais narradores-testemunhas. Sacrifício dos próprios corpos brancos, até então imunes, legalmente protegidos, sacralizados. Sacrifício como profanação.
36

Subversões épicas : Gonçalo M. Tavares e os caminhos camonianos da sobrevivência

Bueno, Kim Amaral January 2017 (has links)
Esta tese investiga a obra do autor português Gonçalo M. Tavares, Uma Viagem à Índia (2010), texto que encarna uma dupla possibilidade de leitura: a de uma narrativa versificada, (anti)épica; e, a de um conjunto de pequenos poemas líricos organizados pelo instrumento visual contido no final do livro. Tavares subverte a forma épica em um movimento que, ao mesmo tempo em que recorre ao modelo épico na origem da literatura, também nos remete a uma temporalidade pósmoderna, pós-figurativa e pós-representativa, num arranjo estético e temático bastante contemporâneo. A temática extraída deste corpus de investigação é a possibilidade de sobrevivência do modelo épico na literatura de viagem contemporânea. Tavares, ao estabelecer profunda intertextualidade com Os Lusíadas, joga com a forma híbrida e inacabada do romance, convertendo-o num longo poema narrativo, mas também numa lírica breve e numa extensa profusão aforística, mapeados ao final da obra por meio de uma interessante invenção paratática. Este instrumento visual “ilumina” a feitura textual épica fragmentada em lírica, garantindo a sua “sobrevivência”, conceito tomado de Georges Didi-Huberman em sua obra Sobrevivência dos vaga-lumes (2011). Tal subversão, ocorrida no interior da épica, forma poética seminal e grandiloquente – portanto, uma forma poética “maior” –, imputa-lhe um índice subversivo que a “minoriza”, isto é, torna-a uma “poética menor” no contemporâneo, movimento este semelhante ao teorizado por Deleuze & Guattari em Kafka por uma literatura menor (1975). / This thesis investigates the work of the Portuguese author Gonçalo M. Tavares, Uma Viagem à Índia (2010). This text embodies a double possibility of reading: that of a (anti)epic versified narrative; and that of a set of small lyric poems organized by the visual instrument presented at the end of the book. Tavares subverts the epic form in a movement that, while appealing to the epic model in the origin of literature, also refers to a postmodern, postfigurative and post-representative temporality, in a very contemporary aesthetic and thematic arrangement. The thematic extracted from this corpus of investigation is the possibility of survival of the epic model in the contemporary travel literature. Tavares, by establishing deep intertextuality with Os Lusíadas, plays with the hybrid and unfinished form of the novel, making it in a long narrative poem, but also in a brief lyric and an extensive aphoristic profusion, charted at the end of the work through an interesting paratactic invention. This visual tool "illuminates" the fragmented epic textual making in lyric, ensuring its "survival", concept taken from Georges Didi-Huberman in his work Sobrevivência dos vaga-lumes (2011). Such subversion, occurring within the Epic, a seminal and grandiloquent poetic form - therefore a "major" poetic form - impute to it a subversive index that "minorizes" it, that is, makes it a "minor poetic" in the contemporary. This movement is similar to the theorized by Deleuze & Guattari in Kafka por uma literatura menor (1975).
37

O labirinto dos eus cambiantes: a questão da identidade em Eles eram muitos cavalos, de Luiz Ruffato / The maze of changing selves: the matter of identity in "Eles eram muitos cavalos", de Luiz Ruffato

Marco Aurélio Pinheiro de Medeiros 27 March 2007 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Identidade é atualmente um dos pontos de maior interesse no mundo acadêmico. Em A identidade cultural na pós-modernidade (2004), Stuart Hall afirma que os sujeitos contemporâneos seriam marcados por identidades em mutação, ou seja, a noção de um eu pleno e resolvido, uno, foi substituída, nesses tempos, por identidades fragmentadas. Nesta dissertação, analisa-se esta problemática focalizando a literatura brasileira contemporânea através da análise de Eles eram muitos cavalos, de Luiz Ruffato. Para isso, apresenta-se o conceito de eu cambiante como uma marca das identidades e dos textos atuais. Primeiramente, apresenta-se a evolução do conceito de identidade através da perspectiva de alguns estudiosos contemporâneos, cujas teorias estabelecem parâmetros interessantes para o desenvolvimento do assunto. Passando por contos e romances e desaguando no texto de Ruffato, alguns textos atuais da nossa literatura são, então, analisados como exemplos profícuos do caráter mutável da subjetividade contemporânea. Os dois capítulos subseqüentes da dissertação focam-se mais detidamente em Eles eram muitos cavalos. Através da análise da forma, das personagens, do enredo e de outros elementos do texto, a cambiância identitária é explicitada. Por fim, esmiúça-se os aspectos eróticos do texto, encarando o erotismo como um elemento revelador das formações e mutabilidade identitárias no romance. / Identity is nowadays one of the most concerning subjects in the academic world. In The question of cultural identity (2004), Stuart Hall affirms that the contemporary subjects are marked by identities in mutation, in other words, the notion of a self complete and resolved, unique, was substituted, on those times, for fragmented identities. This dissertation analyses such topic focusing the Brazilian contemporary literature over the analysis of Luiz Ruffatos Eles eram muitos cavalos. In order to do that, it introduces the concept of changing self as a mark of the current identities and texts. At first, it shows the evolution of identity concept through some contemporary authors theories that establish interesting standards to the development of the subject. Then, it analyses some short stories, novels and mainly Ruffatos text as advantageous samples of the contemporary subjectivities changing aspect. The next two chapters focus more specifying on Eles eram muitos cavalos. The novels structure, characters, story and others elements are analyzed to explicit the identities changing. At last, it details the texts erotic aspects, looking over the eroticism as a revealing element of identities frames and changing in the novel
38

Os cem menores contos brasileiros do século e a reinvenção do miniconto na literatura brasileira contemporânea

Perez, Marcelo Spalding January 2008 (has links)
A discussão sobre a extensão de uma obra literária remonta há pelo menos um século, mas tem se afirmado, na literatura contemporânea, um tipo de conto extremamente breve chamado de “miniconto” ou “microconto”. Singular exemplar dessa estética é a antologia Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século, organizada por Marcelino Freire e publicada em 2004, em que os autores foram desafiados a escrever contos de no máximo cinqüenta letras. O presente estudo parte dessa obra para uma investigação acerca do miniconto, demonstrando sua presença na América Latina e nos Estados Unidos, sua relação com o minimalismo até chegar no surgimento dessa estética no Brasil. Nessa pesquisa diacrônica visita-se a obra de autores como Augusto Monterroso, autor de “O dinossauro”, conhecido como menor e mais famoso miniconto do mundo, Raymond Carver, norte-americano apontado como ícone minimalista da literatura, e Dalton Trevisan, responsável pela canonização desse tipo de texto no Brasil. Não é o objetivo desse estudo estabelecer limites de gênero para o miniconto, e sim analisar como é possível produzir uma narrativa com começo, meio e fim preservando as propriedades do conto em espaço tão exíguo. Para tanto, foram utilizadas algumas teorias da narratividade de Barthes, especialmente o conceito de ações núcleo e catálises, estudos sobre a recepção de Ingarden e Iser, especialmente quando falam das zonas de indeterminação, bem como teorias do conto, priorizando teóricos latino-americanos e brasileiros. Ao final pode-se perceber que, apesar da limitação de palavras ou letras ser marca definitiva dessa estética, ainda é possível, sim, falarmos em conto, pois desde que haja um mínimo de determinação no texto para que o leitor consiga preencher as zonas indeterminadas estarão preservados a intensidade, a tensão e o efeito, operando tais textos como “bombas nucleares” que explodem após o ato da leitura. Não é, naturalmente, o mesmo tipo de conto breve da metade do século XX, também chamado de miniconto, mas uma espécie de reinvenção do miniconto que explora suas possibilidades ao máximo, desafiando seus limites. / El debate sobre la extensión de una obra literaria se remonta por lo menos un siglo, pero se ha afirmado, en la literatura contemporánea, un tipo de cuento extremadamente breve llamado “minicuento” o “microcuento”. Un ejemplar singular de esta estética es la antología “Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século” (Los Cien Menores Cuentos Brasileños del Siglo), organizada por Marcelino Freire y publicada en 2004, en la que los autores fueron desafiados a escribir cuentos con la cantidad máxima de cincuenta letras. Este estudio parte de esta obra para una invetigación acerca del minicuento, demostrando su presencia en América Latina y en Estados Unidos, su relación con el minimalismo hasta llegar en su aparición en Brasil. En esta investigación diacrónica hemos visto la obra de autores como Augusto Monterroso, autor de “El dinosaurio”, conocido como el minicuento más pequeño y famoso del mundo, Raymond Carver, norteamericano destacado como icono minimalista de la literatura, y Dalton Trevisan, quien ha hecho posible la canonización de este tipo de texto en Brasil. No es nuestro objetivo establecer límites encuanto al género del minicuento, sino analizar cómo es posible producir una narrativa con introducción, desarrollo y desenlace y que se siga conservando las propiedades del cuento en un espacion tan pequeño. Para eso nos adentramos en algunas de las teorías de Barthes, especialmente en el concepto acciones como núcleo y catálisis, en los estudios sobre la recepción de Ingarden e Iser, especialmente quando nos hablan sobre las zonas de indeterminación, al igual que en las teorías del cuento, y dando prioridad a los teóricos latinoamericanos y brasileños. Al final, se puede percibir que aunque haya una limitación de palabras o letras, se puede seguir hablando en cuento siempre y cuando haya determinación y la intención sea preservada al igual que la tensión y el efecto que pueda causar en el lector, como bombas nucleares que se explotan después de la lectura. Naturalmente no es el mismo tipo de cuento breve que el de la mitad del siglo XX, también conocido como minicuento, sino un tipo de reinvención del minicuento donde se procura explotar al máximo sus posibilidades hasta llegar a desafiar sus límites.
39

Do reinado do autor a seu estilhaçamento na escritura nos romances de introspecção : Lúcio Cardoso e Clarice Lispector

Camacho Alvarez, Adriana Carina January 2009 (has links)
Na história literária, o século XX é o século do romance. E, especificamente, do romance moderno, que irá refletindo as transformações sofridas pelo homem e pela sociedade em um período tão turbulento da história da humanidade. O nosso trabalho aborda a obra romanesca de dois autores brasileiros, Lúcio Cardoso e Clarice Lispector, para mostrar como essa grande mudança se manifesta no seio da literatura brasileira. Também se propõe analisar as relações entre conteúdo e forma no trabalho de ambos os escritores e na sua ligação com os tipos de romance que cultuaram (romance tradicional ou romance moderno). O tratamento outorgado, nas suas obras - romances de introspecção -, aos aspectos mais importantes da forma romanesca, como a história, a intriga, o tempo, as personagens, o narrador, bem como os recursos poéticos empregados e o plurilingüismo da linguagem, determinarão, não apenas a sua localização na história literária, mas, mais profundamente, delatarão a postura do autor em face da realidade ou da vida. Por isso, no nosso trabalho, consideramos importante resgatar a visão do mundo que anima Lúcio Cardoso e Clarice Lispector e tentamos mostrar até que ponto ela é determinante do trabalho dos escritores sobre a palavra, ou, no sentido inverso, o quanto a lavor sobre a palavra pode ir moldando uma espécie de pensamento indeterminado (termo que tomamos de empréstimo a Georges Poulet), que, por sua vez, irá alimentando as novas incursões no domínio poético. Neste último caso, deparar-nos-emos, não mais com um Autor, cuja intenção controla e domina o jogo da criação, mas com um escritor que ensaia, a cada nova obra, uma forma de se aproximar cada vez mais daquilo que Roland Barthes sintetizava como "inexprimir o exprimível", isto é, driblar o autoritarismo da linguagem e assim, poder "tirar ouro do carvão" (HE, p. 31): achar e sugerir, sob a fachada da linguagem e da realidade, o signo do que transcende linguagem e realidade e que, mais verdadeiro do que estas, atinge o cerne do Ser (Real) e não mais apenas os seres e as coisas. / En la historia de la literatura, el siglo XX es el siglo de la novela. Y, específicamente, de la novela moderna, que irá reflejando las transformaciones sufridas por el hombre y por la sociedad en un período tan turbulento de la historia de la humanidad. Nuestro trabajo aborda la obra novelesca de dos autores brasileños, Lúcio Cardoso y Clarice Lispector, para mostrar cómo ese gran cambio se manifiesta en el seno de la literatura brasileña. También se propone analizar las relaciones entre contenido y forma en el trabajo de ambos escritores y en su vinculación con los tipos de novela que cultivaron (novela tradicional o novela moderna). El tratamento otorgado, en sus obras -novelas de introspección-, a los aspectos más importantes de la forma novelesca, como la historia, la intriga, el tiempo, los personajes, el narrador, así como los recursos poéticos empleados y el plurilingüismo del lenguaje, determinarán, no solo su situación en la historia literaria, sino que además, más profundamente, delatarán la postura del autor de cara a la realidad o a la vida. Por eso, en nuestro trabajo, consideramos importante rescatar la visión de mundo que anima a Lúcio Cardoso y a Clarice Lispector e intentamos mostrar hasta qué punto la misma determina el trabajo de los escritores sobre la palabra o, en el sentido inverso, en qué medida la labor sobre la palabra puede ir forjando una especie de pensamiento indeterminado (término que pedimos prestado a Georges Poulet), que, a su vez, irá alimentando las nuevas incursiones en el dominio poético. En este último caso, nos toparemos, ya no con un Autor, cuya intención controla y domina el juego de la creación, sino con un escritor que ensaya, en cada nueva obra, una forma de acercarse cada vez más a aquello que Roland Barthes sintetizaba como "inexpresar lo expresable", o sea, burlar el autoritarismo del lenguaje y, así, poder "sacar oro del carbón" (HE, p. 31): encontrar y sugerir, bajo la fachada del lenguaje y de la realidad, el signo de lo que trasciende lenguaje y realidad y que, más verdadero que ellos, alcanza el núcleo del Ser (Real) y ya no tan solo a los seres y las cosas.
40

Juan José Saer, Antonio Callado e a “Literatura do contra”

Rojas, Juan Pedro 08 August 2015 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Instituto de Letras, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, Programa de Pós-Graduação em Literatura, 2015. / Submitted by Fernanda Percia França (fernandafranca@bce.unb.br) on 2016-03-09T19:10:40Z No. of bitstreams: 1 2015_JuanPedroRojas.pdf: 1621930 bytes, checksum: e141a1cd4a863c20b556b32d2bcea3d3 (MD5) / Approved for entry into archive by Marília Freitas(marilia@bce.unb.br) on 2016-05-26T19:15:07Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2015_JuanPedroRojas.pdf: 1621930 bytes, checksum: e141a1cd4a863c20b556b32d2bcea3d3 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-05-26T19:15:07Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2015_JuanPedroRojas.pdf: 1621930 bytes, checksum: e141a1cd4a863c20b556b32d2bcea3d3 (MD5) / O trabalho consiste na análise de dois romances publicados durante o período das ditaduras militares no Brasil e na Argentina: Sempreviva de Antônio Callado e Nadie Nada Nunca de Juan José Saer. Trata-se de romances representativos de uma época marcada pelo fracasso das lutas sociais que a antecederam. Antônio Candido denomina a produção literária deste período como Literatura do contra. A apresentação de um mundo coisificado e desumanizado, mas no qual existem ainda forças capazes de apontar para um futuro caracterizam os pontos mais significativos de contato entre os dois romances. ______________________________________________________________________________________________ ABSTRACT / These doctoral theses analyses two novels published during the period of military dictatorships in Brazil and Argentina: Antonio Callado’s Sempreviva and Juan José Saer’s Nadie Nada Nunca.Those are representative novels of an era marked by the failure of social struggles that preceded it. Antonio Candido called the literary production of this period as Literature against (Literatura do contra. The presentation of an objectified and dehumanized world, but in which there are still forces that can point to a future characterized the most significant points of contact between the two novels.

Page generated in 0.1103 seconds