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[de] WIE SINGT MAN DAS LIED DES HERRN? HERAUSFORDERUNGEN ZUM ZEUGNIS VON DER EVANGELISCH KIRCHE VON LUTHERISCHE BEKENNTNISSES IN BRASILIEN IN DEN STÄDTISCHEN ZENTREN DER GEGENWÄRTIGEN ZEIT / [en] HOW TO SING THE SONG OF THE LORD? CHALLENGES TO THE WITNESS OF THE EVANGELICAL CHURCH OF LUTHERAN CONFESSION IN BRAZIL IN THE URBAN CENTERS OF ACTUALITY / [pt] COMO CANTAR A CANÇÃO DO SENHOR?: DESAFIOS AO TESTEMUNHO DA IGREJA EVANGÉLICA DE CONFISSÃO LUTERANA NO BRASIL NOS CENTROS URBANOS DA ATUALIDADE

ANTONIO CARLOS SILVA RIBEIRO 07 February 2006 (has links)
[pt] O diálogo entre as comunidades cristãs luteranas brasileiras da atualidade e os demais atores presentes na realidade dos centros urbanos é o principal assunto desta pesquisa. A dificuldade se deve à teologia pastoral que privilegiou a identidade do grupo associada à etnia da maioria dos seus membros, ao invés da identidade que resulta dos relacionamentos das comunidades locais, como resposta ao seu testemunho do Evangelho. Essa situação se originou na atitude dos imigrantes europeus que, encantados com expansionismo mercantil alemão, agarraram-se à sua identidade étnica, em nome da sobrevivência. Mesmo herdeiras de uma eclesiologia aberta e relacional, a partir de Cristo, as comunidades julgaram que podiam viver isoladas dos centros urbanos, aceitaram o modelo eclesial trazido pelos pastores, mas a impermeabilidade não suportou o trauma da 2ª Guerra e nem o embate com a urbanidade e a atualidade. Sendo a catolicidade imprescindível para a mensagem da salvação, o anúncio encontrou dificuldades de expressão na Igreja dos alemães, desafiando-a a assumir os riscos do anúncio, inculturar sua fé na realidade brasileira e desenvolver novas perspectivas pastorais para ocupar lugar nos centros urbanos. / [en] german pastors, but the impermeability didn t support the trouble of the 2nd War and nor the embate with the urbanity and the actuality. Being the universality indispensable for the Salvation message, the Church of the Germans had difficulties to express this announcement. The Salvation announcement challenges the Lutheran Church to assume its risks, to inculture the faith in Brazilian reality and to develop new pastoral perspectives to occupy place in the urban centers. / [de] Der Dialog zwischen den christlich lutherischen brasilianischen Gemeinden der Gegenwart und den anderen Beteiligten in der Wirklichkeit der städtischen Zentren ist das Hauptthema dieser Forschungsarbeit. Die Schwierigkeit ist auf eine Pastoraltheologie zurückzuführen, die eine Gruppenidentität bevorzugte, die durch die ethnische Herkunft der Mehrzahl der Mitglieder gestiftet wird, anstatt einer Identität, die sich den Beziehungen der örtlichen Gemeinden verdankt, als Antwort auf ihr Zeugnis des Evangeliums. Diese Situation hat ihren Ursprung in der Einstellung der europäischen Einwanderer, die sich, verzaubert durch die Ausbreitung des deutschen Handels, an ihre ethnische Identität klammerten, um zu überleben. Obwohl Erbinnen einer offenen, von Christus her auf Beziehung angelegten Ekklesiologie, meinten die Gemeinden, sie könnten isoliert von den städtischen Zentren leben, übernahmen das kirchliche Modell, das die deutschen Pfarrer mitbrachten, aber die Undurchlässigkeit hielt weder dem Trauma II. Weltkrieg stand, noch dem Zusammenprall mit der Urbanität und der Aktualität. Da die Universalität für die Heilsbotschaft unverzichtbar ist, stiess ihre Verkündigung in der Kirche der Deutschen auf Ausdrucksschwierigkeiten, die sie herausfordern, die Risiken der Verkündigung anzunehmen, ihren Glauben in die brasilianische Wirklichkeit zu inkulturieren und neue pastorale Perspektiven zu entwickeln, um in den städtischen Zentren Raum zu gewinnen.
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[en] PHILIP MELANCHTHON (1497-1560): LIFE, THEOLOGY AND FIGURE OF WITTENBERG’S OTHER REFORMER / [pt] FILIPE MELANCHTHON (1497-1560): VIDA, TEOLOGIA E FIGURA DO OUTRO REFORMADOR DE WITTENBERG

PAULO SAMUEL ALBRECHT 06 December 2013 (has links)
[pt] Este trabalho procura resgatar a importante contribuição de Filipe Melanchthon para o movimento reformatório europeu do século XVI, trazendo uma biografia de sua vida e carreira, abordando aspectos centrais de sua teologia e a como eles também ajudaram a moldar o discurso reformatório a partir de Wittenberg para toda a Europa. De maneira especial, enfatiza-se a historiografia de Melanchthon desde a época da Reforma, procurando desfazer-se rótulos e juízos de valor infundados sobre a sua pessoa, especialmente no que se refere a ser considerado um auxiliar sem grandes contribuições originais ou, pior ainda, um traidor da causa luterana. Busca-se, ainda, apontar para os novos rumos atuais da pesquisa teológica sobre a sua pessoa na Europa e nos Estados Unidos, com o intuito de estimular a pesquisa sobre este assunto também no Brasil. Ao final, verifica-se que a Melanchthon foi destinada uma posição obscura na pesquisa histórica do movimento reformatório europeu, o que não condiz com a grandeza e a importância de suas contribuições para aquela época e também daquilo que pode servir de estímulo ao refletir teológico atual. / [en] This work’s purpose is to highlight the great contributions to the Reformatorial Movement in Europe during the XVI Century by Philip Melanchthon. So, it brings a biography of his life, as well as it underlines some of the basic aspects of his theology and how they helped to shape the message of the Reformation from Wittenberg to all Europe. Mostly, it focuses on the historiography of Melanchthon from Reformation’s time on, in order to clear up misunderstandings and biased labels that were imposed on him, above all that he gave no original contribution and – even worst – that he was a traitor inside the Lutheran ranks. It also tries to point out the new directions that Melanchthon Research is taking in Europe and in the United States, in order to foster the research on this topic also in Brazil. In the end, it becomes clear that a rather obscure place was assigned to Melanchthon in the historical research of the Reformation, what is not appropriate considering the extent of his contribution then and how much it can foster theological thinking today.
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A pluralidade da verdade em Erasmo / The truth plurality in Erasmus

Nassaro, Silvio Lucio Franco 05 November 2010 (has links)
Há uma tradição platônica entre os grandes leitores da obra de Erasmo de Rotterdam, o Príncipe dos Humanistas, que se concentra sobre a cuidadosa síntese feita pelo mestre para superar a ruptura entre fé e razão, através da compatibilização da erudição pagã à cristã em uma mesma doutrina que significasse, na polifônica Europa renascentista, uma urgente unidade da verdade nada menos do que o componente estabilizador do amálgama grecoromano, judaico-cristão que hoje define o Ocidente. Em efeito, no Livro dos Antibárbaros, que editou em 1521, a cisão entre fé e razão provocada pelas especulações dos próprios escolásticos é superada por uma solução média entre a noção hebraica de uma divindade arbitrária e a noção grega de deuses inseridos na natureza e suas leis; as histórias grega, judaica e cristã são unificadas pela busca do Sumo Bem; as várias escolas filosóficas e correntes teológicas são reunidas em uma Philosophia Christi; o conhecimento divino e o conhecimento humano são reafirmados como pertencentes à mesma unidade, à mesma natureza e fundados na mesma razão; o conhecimento humano pode ascender gradativamente dos assuntos dos homens aos divinos; os Studia Humanitatis são necessários para a verdadeira evangelização e a correta interpretação da Bíblia e as disciplinas pagãs são assimiladas como descobertas inspiradas pela Divina Providência para a utilidade dos cristãos. No entanto, persistentes leituras da imensa obra de Erasmo abrem um horizonte onde se elevam inúmeros outros temas povoados por argumentos que podem ser agrupados em antíteses desconcertantes, o que dificulta seu tratamento ainda em termos platônicos. Já uma reflexão sobre a escrita erasmiana, a partir das concepções aristotélicas presentes na Retórica, tomadas como reconhecimento e explicação da autonomia e legitimidade da dedução retórica frente à dedução científica e dialética, permite que nos afastemos do cânon da leitura platonizante desta escrita. Como resultado, esta nova reflexão se vê livre para entendê-la não como um discurso irrefutável e imposto por longo exercício dialético, mas como um tecido de argumentos verossímeis, colhidos em uma miríade de fontes, agenciados com eloquência e capazes de constituir o que aparece como unidade totalizante, o efeito de unidade em meio à pluralidade da verdade em que de fato respiram os discursos retóricos. Escrita que almeja para seu autor a glória de obter em geral o assentimento rápido e espontâneo de seus leitores postulando um saber que é, sobretudo, uma pacificação sem armas. De fato, a solução aristotélica, ao reconhecer um status científico para a retórica e superar a complexa comparação e outras especulações indevidas, especialmente entre a retórica e a filosofia, propõe ricas e novas abordagens. Esta solução insere a arte oratória e seus efetivos discursos no quadro histórico das disputas entre os homens, que sob leis isonômicas, e em busca da glória devem agir pela palavra, e no quadro social das deliberações públicas, em que o saber retórico pode ser visto como resultado de um procedimento heurístico reiterado por gerações de retóricos e de um dinamismo uma mútua determinação entre um saber proposto pelo orador e outro detido pelo auditório e entre saberes de oradores concorrentes. Ambos os quadros convidam então a uma análise, respectivamente, da gênese e da natureza da escrita erasmiana a partir de uma perspectiva política. / There is a platonic tradition among the greatest Erasmus of Rotterdam readers, the Prince of the Humanists, that concentrates upon the careful synthesis established by him in order to overpass the detachment between Faith and Reason through the Pagan and Christian eruditions compatibility in a same doctrine capable to offer in the context of polyphonic Renaissance Europe, an urgent truth unity nothing less than the steady component from the Greek-Latin-Jewish-Christian amalgam, what defines today Western World. As a matter of fact, in his Anti-barbarian Book edited in 1521, the rift between Faith and Reason leaded by the scholastics own speculations is overcome by a middle way solution between hebraical arbitrarian divinity notion and the Greek notion of divinities inserted in nature and its laws; the Greek, Jewish and Christian history are unified by the Sumun Bonum quest; the varies of philosophical and theological schools are reunited in a Philosophia Christi; the divine and the human wisdom are reaffirmed as belongings to the same unity, to the same nature and grounded on the same reason; the human wisdom can gradually escalate from manhood to the divine matters; the Studia Humanitatis are necessary for the real evangelization and the correct Bible interpretation and the pagan disciplines are assimilated as discoveries inspired by the Divine Providence for the utility of christians. However, perseverant readings of Erasmus immense work opens a horizon where countless topics populated by arguments appeared that can be assemble in astonishing antitheses, what makes difficult its treatment at a standstill platonic terms. Yet, a reflection towards erasmian writing, from the aristotelian conceptions existing in the Rhetoric, taken as an acknowledgement and explanation of the autonomy and legitimacy of rhetorical deduction in face of scientific and dialectical deduction, allows us to take distance from the platonic reading canon of this writing. As a result, this new reflection awakes to the possibility of understanding it, not as a irrefutable discourse imposed by the enduring dialectical exercises, but as a tissue of plausible arguments, collected in a myriad of sources, articulated with eloquence and able to build what appears as a totalizing unity, the effect of unity in the middle of the truth plurality of rhetorical discourses. Writing that aims, for his author, the glory of obtaining, in general, the quick and spontaneous assertion of its readers, claiming a wisdom that is, at best, an appeasement without arms. Actually, the aristotelian solution, recognizing an epistemological status for rhetoric, and overcoming complex comparison and another inappropriate speculations, specially between Rhetoric and Philosophy, proposing riches and new questions. As a matter of fact, this solution introduces the art of eloquence, and its effective speeches, in the historical frame of struggles between men that, under isonomic laws, and in the search of glory, must act by words, and in the social frame of public deliberations in which the rhetorical wisdom can be seen as the result of a heuristically process repeated by countless rhetors generations, and as a dynamism a mutual determination between the wisdom proposed by the orator and the wisdom diffused in the auditorium; and between the wisdom of opponent orators. Both frames invites, then, to an analysis, respectively, of the genesis and the nature of erasmian writing from a political perspective.
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Religião e interioridade: o bem e o mal na vida de Martinho Lutero com o enfoque psicanalítico de Erik H. Erikson

Fonseca, Roberto Silva 20 February 2008 (has links)
Made available in DSpace on 2016-03-15T19:48:46Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Roberto Silva Fonseca.pdf: 488128 bytes, checksum: 2468cc67904ccd246f43543614d5a03d (MD5) Previous issue date: 2008-02-20 / The aim of his paper is to analyze Martin Luther s life, from the psychoanalytic view-point, by studying Erik Erikson s book Young Man Luther , A Study in Psychoanalysis and History. It is a very challenging bibliographic research, due to the amount of material produced up to now on Luther s life. A psycho-biography that aspires developing a profound and comprehensive study of a person whose magnitude of references is so vast is not an easy task. The first chapter s goal is to set up historical-scientific approach of the two protagonists. An exposition of Martin Luther s personal life is detailed firstly, beginning with his parents, reaching his individuality and his relationships with his wife and children. After that, a section will also be dedicated to Erik Erikson s life and thoughts, since he is taken as the point of theoretical reference to this piece of work. The second chapter consists in A Critical Dialogue With Erikson s Theory About Luther, elaborating a critical analysis of Erikson s book, Young Man Luther. This appreciation will be made on basis of the author of this paper s own thoughts, of ideas expressed by Luther himself, and of what other biographers have exhaustively spoken and written about his life. Finally, a critical appreciation and particular conclusions about the main characters will be expressed. / O objetivo deste trabalho é analisar a vida de Martinho Lutero do ponto de vista psicanalítico, através do estudo do livro de Erik Erikson, Young Man Luther, A Study in Psychoanalysis and History. É uma pesquisa bibliográfica muito difícil, devido a quantidade de material produzido até aqui sobre a vida de Lutero. Uma psicobiografia que aspire desenvolver um estudo profundo e compreensível de uma pessoa cuja magnitude de referências é tão vasta, não é uma tarefa fácil. O primeiro capítulo tem como meta fazer uma Aproximação Histórico-Científica dos Dois Protagonistas. Primeiramente será apresentada uma exposição detalhada da vida pessoal de Martinho Lutero, começando pelos seus pais, chegando na individualidade dele, e seu relacionamento com sua esposa e filhos. Depois disto, haverá também uma parte dedicada à vida e pensamento de Erik Erikson, que é o referencial teórico deste trabalho. O segundo capítulo consiste em um Diálogo Crítico Com A Teoria De Erikson Sobre Lutero, elaborando uma análise crítica do livro de Erikson Young Man Luther. Esta apreciação será feita com base em pensamentos próprios do autor desta dissertação, no que o próprio Lutero disse, e no que outros biógrafos falaram e escreveram exaustivamente a respeito de sua vida. Finalmente, uma apreciação crítica, e conclusões pessoais a respeito dos protagonistas.
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[en] FREEDOM AND SERVITUDE BETWEEN HUMANISM AND REFORMATION: A PERSPECTIVE ABOUT THE SUBJECTIVITY EXPERIENCES IN RENAISSANCE CULTURE / [pt] LIBERDADE E SERVIDÃO ENTRE O HUMANISMO E A REFORMA: UM ENFOQUE ACERCA DAS EXPERIÊNCIAS DE SUBJETIVIDADE NA CULTURA DO RENASCIMENTO

SERGIO XAVIER GOMES DE ARAUJO 13 January 2006 (has links)
[pt] O trabalho pretende lançar uma luz sobre o início dos tempos modernos abordando a riqueza das experiências de subjetividade na cultura renascentista. Suas complexidades são tematizadas no exame das complicadas relações entre o ideário humanista e o movimento das reformas religiosas, e suas respectivas evoluções. Destaca-se primeiro, nos primórdios da Renascença, um impulso pela interiorização do sentimento religioso, que aliado ao resgate dos valores da Antiguidade, se faz cerne do anseio por um cristianismo renovado, centrado na valorização do homem e do mundo, do poder do espírito em alcançar a salvação, sem a intermediação das instituições da Igreja. O movimento das reformas religiosas, fundado no anseio renovador humanista de homens como Nicolau de Cusa, Pico Della Mirandola e Erasmo de Rotterdã, não tardará entretanto em se apartar dele a partir de Lutero, numa religiosidade que condena o espírito humano e sua experiência mundana. O exame da discussão sobre o livre arbítrio entre Erasmo e Lutero nos mostra o embate entre duas concepções distintas sobre o homem, que surtirão conseqüências, não raro, inesperadas sobre a formação do mundo moderno. / [en] The study wants to iluminate the begining of modern times treating the richness of the subjectivity experiences in Renaissance culture. The complexities of that should be look in the analysis of the complicated relations between the humanistic ideals and the religious reformations movements and his respective evolutions. First, in the relief, emerges in primeval Renaissance, a impulse for interiozation of religious sentiment, which, in alliance with the rescue of the values of the Antiquity, makes itself in the roots of a new cristianity, centralize in the valorization of man and the world, in the power of the spirity in reaching the salvation, without the intermediation of institutions of the Church. The religious reformations movements, first in the roots of the humanistic renovator impulse of men like Nicholas de Cusa, Pico Della Mirandola and Erasmo de Rotterdã, should be, in a second time, aparted of him, since Lutero and his religious sentiment which condemn the human spirity and his mundane experience. The analyses of the discussion about the free arbitre between Erasmo and Lutero shows to us the confrontation of two diferent conceptions of man, which have their impact, many times imprevisible, in the formation of modern times.
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A pluralidade da verdade em Erasmo / The truth plurality in Erasmus

Silvio Lucio Franco Nassaro 05 November 2010 (has links)
Há uma tradição platônica entre os grandes leitores da obra de Erasmo de Rotterdam, o Príncipe dos Humanistas, que se concentra sobre a cuidadosa síntese feita pelo mestre para superar a ruptura entre fé e razão, através da compatibilização da erudição pagã à cristã em uma mesma doutrina que significasse, na polifônica Europa renascentista, uma urgente unidade da verdade nada menos do que o componente estabilizador do amálgama grecoromano, judaico-cristão que hoje define o Ocidente. Em efeito, no Livro dos Antibárbaros, que editou em 1521, a cisão entre fé e razão provocada pelas especulações dos próprios escolásticos é superada por uma solução média entre a noção hebraica de uma divindade arbitrária e a noção grega de deuses inseridos na natureza e suas leis; as histórias grega, judaica e cristã são unificadas pela busca do Sumo Bem; as várias escolas filosóficas e correntes teológicas são reunidas em uma Philosophia Christi; o conhecimento divino e o conhecimento humano são reafirmados como pertencentes à mesma unidade, à mesma natureza e fundados na mesma razão; o conhecimento humano pode ascender gradativamente dos assuntos dos homens aos divinos; os Studia Humanitatis são necessários para a verdadeira evangelização e a correta interpretação da Bíblia e as disciplinas pagãs são assimiladas como descobertas inspiradas pela Divina Providência para a utilidade dos cristãos. No entanto, persistentes leituras da imensa obra de Erasmo abrem um horizonte onde se elevam inúmeros outros temas povoados por argumentos que podem ser agrupados em antíteses desconcertantes, o que dificulta seu tratamento ainda em termos platônicos. Já uma reflexão sobre a escrita erasmiana, a partir das concepções aristotélicas presentes na Retórica, tomadas como reconhecimento e explicação da autonomia e legitimidade da dedução retórica frente à dedução científica e dialética, permite que nos afastemos do cânon da leitura platonizante desta escrita. Como resultado, esta nova reflexão se vê livre para entendê-la não como um discurso irrefutável e imposto por longo exercício dialético, mas como um tecido de argumentos verossímeis, colhidos em uma miríade de fontes, agenciados com eloquência e capazes de constituir o que aparece como unidade totalizante, o efeito de unidade em meio à pluralidade da verdade em que de fato respiram os discursos retóricos. Escrita que almeja para seu autor a glória de obter em geral o assentimento rápido e espontâneo de seus leitores postulando um saber que é, sobretudo, uma pacificação sem armas. De fato, a solução aristotélica, ao reconhecer um status científico para a retórica e superar a complexa comparação e outras especulações indevidas, especialmente entre a retórica e a filosofia, propõe ricas e novas abordagens. Esta solução insere a arte oratória e seus efetivos discursos no quadro histórico das disputas entre os homens, que sob leis isonômicas, e em busca da glória devem agir pela palavra, e no quadro social das deliberações públicas, em que o saber retórico pode ser visto como resultado de um procedimento heurístico reiterado por gerações de retóricos e de um dinamismo uma mútua determinação entre um saber proposto pelo orador e outro detido pelo auditório e entre saberes de oradores concorrentes. Ambos os quadros convidam então a uma análise, respectivamente, da gênese e da natureza da escrita erasmiana a partir de uma perspectiva política. / There is a platonic tradition among the greatest Erasmus of Rotterdam readers, the Prince of the Humanists, that concentrates upon the careful synthesis established by him in order to overpass the detachment between Faith and Reason through the Pagan and Christian eruditions compatibility in a same doctrine capable to offer in the context of polyphonic Renaissance Europe, an urgent truth unity nothing less than the steady component from the Greek-Latin-Jewish-Christian amalgam, what defines today Western World. As a matter of fact, in his Anti-barbarian Book edited in 1521, the rift between Faith and Reason leaded by the scholastics own speculations is overcome by a middle way solution between hebraical arbitrarian divinity notion and the Greek notion of divinities inserted in nature and its laws; the Greek, Jewish and Christian history are unified by the Sumun Bonum quest; the varies of philosophical and theological schools are reunited in a Philosophia Christi; the divine and the human wisdom are reaffirmed as belongings to the same unity, to the same nature and grounded on the same reason; the human wisdom can gradually escalate from manhood to the divine matters; the Studia Humanitatis are necessary for the real evangelization and the correct Bible interpretation and the pagan disciplines are assimilated as discoveries inspired by the Divine Providence for the utility of christians. However, perseverant readings of Erasmus immense work opens a horizon where countless topics populated by arguments appeared that can be assemble in astonishing antitheses, what makes difficult its treatment at a standstill platonic terms. Yet, a reflection towards erasmian writing, from the aristotelian conceptions existing in the Rhetoric, taken as an acknowledgement and explanation of the autonomy and legitimacy of rhetorical deduction in face of scientific and dialectical deduction, allows us to take distance from the platonic reading canon of this writing. As a result, this new reflection awakes to the possibility of understanding it, not as a irrefutable discourse imposed by the enduring dialectical exercises, but as a tissue of plausible arguments, collected in a myriad of sources, articulated with eloquence and able to build what appears as a totalizing unity, the effect of unity in the middle of the truth plurality of rhetorical discourses. Writing that aims, for his author, the glory of obtaining, in general, the quick and spontaneous assertion of its readers, claiming a wisdom that is, at best, an appeasement without arms. Actually, the aristotelian solution, recognizing an epistemological status for rhetoric, and overcoming complex comparison and another inappropriate speculations, specially between Rhetoric and Philosophy, proposing riches and new questions. As a matter of fact, this solution introduces the art of eloquence, and its effective speeches, in the historical frame of struggles between men that, under isonomic laws, and in the search of glory, must act by words, and in the social frame of public deliberations in which the rhetorical wisdom can be seen as the result of a heuristically process repeated by countless rhetors generations, and as a dynamism a mutual determination between the wisdom proposed by the orator and the wisdom diffused in the auditorium; and between the wisdom of opponent orators. Both frames invites, then, to an analysis, respectively, of the genesis and the nature of erasmian writing from a political perspective.

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