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A subversão da morte : um estudo antropológico sobre as concepções de morte encefálica entre médicosMacedo, Juliana Lopes de January 2008 (has links)
Este trabalho pretende explorar a construção científica do conceito de morte encefálica e a maneira como ele foi incorporado na prática médica. Até 1968, do ponto de vista biológico, o que determinava a morte do corpo era a parada cardíaca. Descobertas como o coma dépassé (um estágio de coma considerado irreversível) e o ventilador mecânico (que substitui o sistema respiratório) tornaram possível que pacientes antes considerados mortos, sobrevivessem por um período indeterminado. Aliada a esta questão, temos técnicas mais avançadas de cirurgias de transplantes de órgãos, mas um número escasso de órgãos que podem ser transplantados. Desse modo, em 1968 foi formado um Comitê pela Escola de Medicina de Harvard que definiu o coma dépassé como morte encefálica. A fim de compreender a operacionalização da morte encefálica na prática médica, foram entrevistados médicos que atuam em Unidades de Terapia Intensiva e médicos que pertencem a equipes de transplantes. Os dados obtidos junto aos informantes demonstram que a morte encefálica é um conceito envolto em ambigüidades e incoerências. A morte encefálica é referida como a morte técnica em oposição à morte natural, não significa a morte biológica do corpo, e representa uma situação de liminariedade, na qual o “ser” nesta condição não é mais o que era antes do evento da morte encefálica (uma pessoa, um paciente), mas ainda não adquiriu o status de morto, pois o coração permanece funcionando. Além disto, foi verificado que o conceito de morte encefálica não está isento de interesses dos atores envolvidos nesta questão. Estes interesses revelam as posições de cada ator no campo médico, e as estratégias usadas para legitimar ou subverter o conceito. Nesse sentido, pretendi contextualizar a morte encefálica enquanto um conceito produzido na esfera científica, demonstrando que ele é datado e localizado social e historicamente. Assim, a morte encefálica só faz sentido na sociedade moderna e ocidental, na qual a ciência tem uma importante centralidade na definição de “verdades”. / This paper intends to explore the scientific construction of the concept of the brain death and the way it was incorporated on the medical practices. Untill 1968, from the biological point of view, what determined the death of the body was the cardiac arrest. Discoveries such as the dépassé coma (a stage of coma considered to be irreversible) and the artificial ventilating (thats substitutes the respiratory system) made possible that pacients that before would be considered death to survive for an indeterminate period of time. Allied to this question, there are more developed techniques of organ transplant surgeries, but a scarce number of organs that can be transplanted. This way, in 1968 the Harvard Medical School Comitee was formed and it defined the dépassé coma as brain death. To try to understand how the brain death acts on the medical practices, doctors that work on the Intensive Care Units and those who belong to trannsplant´s teams were interviewed. The data obtained from the informers show that the brain death is a concept that is involved on ambiquities and incoherences. The brain death is related as technical death in opposition to the natural death, it doesen´t mean biological death of the body, and it represents a situation of uncertain on which the “being” on this conditions is no longer what it was before the event of the brain death (a person, a pacient), but still hasn´t acquired the status of death, since the heart is still working. Besides that, it was verified that the concept of brain death is not exempt of the interests of the actors involved on this question. This interests reveal the positions of each actor on the medical field, and the strategies used to legitimize or to subvert the concept. On this sence, I intended to put a context on the encefálica death as a concept produced on the scientific area, showing that it is dated and located socially and historically. Thus, the brain death only makes sence on modern and occidental society, on which the science plays an important central role on the definition of the “truths”.
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Influência da administração de metilprednisolona na atividade inflamatória e no estresse oxidativo de pulmões de ratos submetidos a morte encefálicaPilla, Eduardo Sperb January 2011 (has links)
O transplante pulmonar é terapia estabelecida para pacientes portadores de doença pulmonar em estágio terminal. Os doadores em morte encefálica são a principal fonte de pulmões para transplante. A fisiopatologia da encefálica é complexa e envolve mecanismos simpático, hemodinâmico e inflamatório que determinam o dano pulmonar. A administração de metilprednisolona em modelo animal de morte encefálica e transplante pulmonar diminuiu o dano de reperfusão no enxerto. Métodos- Vinte e quatro ratos Wistar foram anestesiados e randomizados em 4 grupos (n=6): Sham (sham): apenas trepanação; Morte Encefálica (ME): indução de morte encefálica e administração de solução salina; Corticóide 5min (mt5): indução de morte encefálica e após 5min administração de MET e Grupo Corticóide 60min (mt60): indução de morte encefálica e após 60min. administração de MET. Os animais de todos os grupos foram observados e ventilados durante 120min. Avaliou-se dados hemodinâmicos e gasométricos; dosagem de LDH, proteínas totais e citológico diferencial no lavado broncoalveolar (LBA); escore histológico; dosagem de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), TNF-α, superóxido dismutase (SOD) e catalase em tecido pulmonar. Resultados- Não foi observado diferença estatística entre os grupos nos dados hemodinâmicos e gasométricos, dosagens do LBA, avaliação do escore histológico, dosagem de SOD e catalase. O TBARS aumentou significativamente (P<0,001) em ambos os grupos tratados com MET em relação aos grupos sham e ME. O TNF-α aumentou significativamente (P<0,001) no grupo ME em relação aos grupos tratados com MET. Não ocorreu diferença estatística entre os grupos mt5 e mt60. Conclusão- A administração precoce ou tardia de MET nesse modelo de morte encefálica resulta em efeitos similares nas atividades inflamatória e de peroxidação lipídica no tecido pulmonar. / Lung transplantation is an established therapy for patients with end-stage lung disease. The main source of lungs for transplantation is brain-dead donors. The pathophysiology of brain death is complex and involves sympathetic, hemodynamic and inflammatory mechanisms that can injure the lung. It has been previously shown that brain-dead donor treatment with methylprednisolone reduces reperfusion injury after lung transplantation in animals. We hypothesized that early administration of methylprednisolone after brain death could result in reduced lung inflammatory injury in the donor lung. METHODS: Twenty-four Wistar rats were anesthetized and randomly allocated into four groups (n=6): Sham (sham), Brain Death (BD), methylprednisolone 5min. (mt5) and methylprednisolone 60min. (mt60). BD, met5 and met60 groups were submitted to brain death by extradural space balloon inflation. Methylprednisolone (i.v. 30mg/kg) was administered to met5 and met60 groups, 5 or 60 minutes after brain death confirmation, respectively. The animals of all groups were observed and ventilated for 120 minutes. Hemodynamics, arterial blood gases, wet/dry weight ratio, bronchoalveolar lavage (white cell count, total protein and LDH concentration), histological score, superoxide dismutase (SOD) and catalase determination were analyzed. Lipid peroxidation and TNF-α determination were assessed in lung tissue. RESULTS: No significant differences were observed in hemodynamics, arterial blood gases, wet/dry weight ratio, bronchoalveolar lavage analysis, histological score, SOD and catalase in the different groups. TBARS determination was statistically higher in both methylprednisolone groups when compared to sham (p<0.001) and BD (p<0.001) groups. TNF-α concentration was significantly lower in met5 (p<0.001) and met60 groups (p<0.001) when compared to BD group. CONCLUSIONS: We conclude that early or late administration of methylprednisolone in this model of brain death has similar effect regarding inflammatory and lipid peroxidation activity on lung tissue.
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Gerência do cuidado de enfermagem no processo de notificação de morte encefálica em uma unidade de terapia intensiva: a construção de um fluxograma gerencialVirginio, Bárbara Cristina de Aguiar Ernesto January 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012 / Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial / O processo de notificação de morte encefálica é uma das primeiras etapas do processo de doação de órgãos e tecidos que possibilita o aumento do número de transplantes no País. Neste contexto, a notificação de morte encefálica é uma ação primordial para obter êxito no aumento de potenciais doadores, o que exige do enfermeiro e entre outros profissionais inseridos no processo, conhecimentos fisiopatológicos e suas peculiaridades à assistência ao potencial doador. O estudo objetivou construir o fluxograma do processo de notificação de morte encefálica para nortear as ações de gerência do cuidado na UTI, levantar as ações de gerência do cuidado de enfermagem realizadas no processo de notificação de morte encefálica na UTI, caracterizar o conhecimento dos enfermeiros da UTI do HUAP acerca do processo de notificação de morte encefálica. Foi realizada uma pesquisa qualitativa, descritiva, norteada pelo referencial teórico-metodológico da gestão por processos. O estudo foi realizado em um hospital universitário federal, no município de Niterói, credenciado para realização de transplantes renais, tendo como sujeitos quinze enfermeiros da unidade de terapia intensiva do referido hospital. Utilizou-se como técnica de coleta de dados a entrevista semiestruturada, com aplicação de um instrumento para levantamento das características demográficas dos sujeitos e um roteiro orientador da entrevista. Para tratamento dos dados coletados utilizou-se o software Alceste. A análise de co-ocorrências realizada pelo Alceste no corpus formado pelas entrevistas resultou em quatro classes, as quais foram agrupadas em três categorias de análise segundo a diferenciação e aproximação dos contextos temáticos das classes, a saber: Doação e Captação de Órgãos: Dimensões com a Prática do Enfermeiro; As Ações Instrumentais da Gerência do Cuidado no Processo de Notificação de Morte Encefálica; Gestão do Processo de Notificação de Morte Encefálica – Conhecimento dos Enfermeiros acerca das Diretrizes Norteadoras. Os enfermeiros expressaram limitações, desafios, conflitos, em gerenciar o processo de doação. Expressaram também o despreparo em lidar com a finitude e a morte, bem como a dificuldade na abordagem e acolhimento das famílias do potencial doador, em decorrência da falta de capacitação da equipe de saúde do setor para atuar no processo de notificação de morte encefálica e de doação de órgãos. Evidenciou-se que o cuidado dispensado ao potencial doador é constituído majoritariamente por ações instrumentais de cuidado técnico voltados à manutenção hemodinâmica do corpo do potencial doador. Os discursos apontam para uma dialética entre as ações instrumentais e expressivas necessárias à realização da gerência do cuidado pelo enfermeiro em sua prática. Os enfermeiros ressaltaram a falta de conhecimento acerca das etapas e as ações de gerência do cuidado no processo de notificação de morte encefálica, porém, os discursos mostram que apesar da instituição carecer de rotinas específicas para as situações de notificação, eles realizam de forma assistemática ações de gerência do cuidado. Destarte, com os resultados deste estudo depreende-se a necessidade de capacitação dos enfermeiros e da equipe de saúde do setor para atuarem de forma sistemática nas etapas do processo de notificação de morte encefálica, bem como a elaboração e implementação de protocolos institucionais voltados para este fim e, a implantação de uma Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos, tecidos e Transplantes. Destaca-se que a contribuição deste estudo para a instituição, a prática, o ensino e a pesquisa, relacionada à gerência do cuidado de enfermagem está na construção do fluxograma gerencial do processo de notificação de morte encefálica, produto desta pesquisa. Ressalta-se a necessidade de realização de outros estudos para validação do produto e produção de novos conhecimentos sobre a temática a partir dos resultados desta pesquisa / The process of notification of brain death is one of the first steps of the process of donation of organs and tissues that makes possible the increase in the number of transplants in the country. In this context, the notification of brain death is a primary action to achieve success in the increase of potential donors, which requires from the nurse and between other professionals in the process, pathophysiological knowledge and its peculiarities to the assistance to the potential donor. The study aimed to create flowchart of the process of notification of brain death to guide the actions of management of ICU care, raise the actions of management of nursing care carried out in the process of notification of brain death in the ICU, characterize the knowledge of ICU nurses from the HUAP about the notification process of brain death. It was performed a qualitative descriptive study, guided by a theoretical-methodological management by processes. The study was conducted in a university hospital in the federal city of Niteroi, accredited to perform kidney transplants, having as subjects fifteen nurses from the intensive care unit of the hospital. It was used as the method of data collection the semi-structured interview, with implementation of an instrument for the survey of the demographic characteristics of the subjects and a roadmap guiding the interview. For the treatment of the collected data it was used the Alceste software. The analysis of co-occurrences performed by Alceste in corpus formed by interviews resulted in four classes, which were grouped into three categories of analysis according to the differentiation and approximation of thematic contexts of classes, namely: Donation and harvesting of organs: Dimensions with the practice of nurse; The Instrumental shares of the management of care in the process of notification of brain death; Management of the process of notification of brain death - nurses' knowledge about the Guiding Guidelines. The nurses have expressed limitations, challenges, conflicts, to manage the donation process. Also expressed the unprepared to deal with the finiteness and death, as well as the difficulty in approach and host families of the potential donor, due to the lack of training of the healthcare team in the sector to act in the process of notification of brain death and organ donation. It was shown that the care given to the potential donor is composed mostly by instrumental actions of technical care focused on the hemodynamics maintenance of the body of the potential donor. The words point to a dialectic between the expressive and instrumental shares necessary to the implementation of the management of care by nurses in their practice. The nurses have highlighted the lack of knowledge about the steps and the actions of management of care in the process of notification of brain death, however, the speeches show that despite the institution lacks specific routines for the situations of notification, they carry out of unsystematic way shares of management of care. Thus, with the results of this study, it appeared the need for training of nurses and the health team of the sector to act in a systematic way in the stages of the process of notification of brain death, as well as the preparation and implementation of institutional protocols directed for this purpose, and the establishment of a Hospital Commission of donation of organs, tissues and organ transplantation. It highlighted that the contribution of this study for the institution, the practice, teaching and research, related to the management of nursing care, is in the construction of managerial flowchart of the notification process of brain death, product of this research. It also points out the need to carry out further studies to validation of the product and production of new knowledge about the topic from the results of this research
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Fatores de stress vivenciados pelos familiares no processo de doação de órgãos e tecidos para transplante / Stressors experienced by the family on the organs and tissues donation process for transplantValdir Moreira Cinque 20 January 2009 (has links)
Os objetivos deste trabalho foram: (1) identificar os estressores vivenciados pelos familiares no processo de doação de órgãos e tecidos para transplante; (2) determinar o momento mais desgastante; (3) identificar as facilidades e dificuldades que os familiares tiveram para decidir sobre a doação e (4) verificar a associação das variáveis de interesse com a experiência dos familiares no processo de doação. A amostra constituiu-se de 16 familiares que realizaram a doação de órgãos na Organização de Procura de Órgãos do Hospital das Clínicas em 2007. As entrevistas foram realizadas nos meses de março a junho de 2008. Para a coleta de dados utilizou-se um instrumento estruturado que constou de duas partes: na primeira, buscaram-se as características sociodemográficas dos familiares, os perfis demográficos e epidemiológicos dos doadores falecidos e na segunda, questões versando sobre a experiência e avaliação dos familiares, desde a internação até a liberação do corpo. Para verificar o grau das associações entre as variáveis de interesse, utilizou-se o coeficiente phi () e o coeficiente de contingência (CC). Os seguintes estressores foram identificados: insatisfação com atendimento prestado à família e ao doador, durante a internação (31,25%); receber a notícia da morte encefálica (ME) de forma intranqüila (62,50%); dificuldades para a tomada de decisão quanto à doação (31,25%); medo e desconfiança de forjar o quadro clínico da ME e a sensação de assinar a morte do familiar (18,75%); não conhecer os receptores dos órgãos (12,50%) e a demora para a liberação do corpo (62,50%). Constatou-se que a liberação do corpo foi o momento mais desgastante vivenciado pelos familiares (31,25%). Os principais facilitadores para a tomada de decisão quanto à doação de órgãos incluíram: o altruísmo e a participação de toda a família favorável (62,50%) e o conhecimento do desejo do doador em vida (31,25%). As dificuldades encontradas para decidir pela doação foram: familiares contrários à doação (18,75%), indecisão quanto à ME (12,50%) e nenhuma (68,75%). Na análise estatística, verificou-se associação de fraca à moderada entre as variáveis de interesse e a experiência dos familiares no processo de doação / The objectives of this work were: (1) identify the stressors experienced by the family on the organs and tissues donation process for transplant; (2) to determine the hardest moment; (3) identify the facilities and difficulties the family had to decide about the donation and (4) verify the association of the interest variables with the experience of the family on the organs donation process. The sample was constituted by 16 (sixteen) families that made donation of organs in the Search of Organ Procurement Organization of Hospital das Clínicas, São Paulo - Brazil, in 2007. The interviews were done between March and June of 2008. To collect the information it was used a structured instrument that consisted of two parts: in the first one, we studied the sociodemographic characteristics of the family, the demographics and epidemiologic profile of the dead donor and in the second, questions about the experience and evaluation of the family since the admission until the liberation of the body. To verify the degree of associations between the interest variables, it was used the phi coefficient () and the contingency coefficient (CC). The following stressors were identified: dissatisfaction with the attending provided to the family and the donor, during the hospitalization (31,25%); to receive the information of the brain death in an inappropriate way (62,50%); difficulties to take the decision about the donation (31,25%); fear and suspicion of forging the clinical state of the brain death and the feeling of killing the person (18,75%); do not know the organ receivers (12,50%) and the delay to the body liberation (62,50%). It was noticed that the body liberation was the hardest moment experienced by the family (31,25%). The main facilitators to take the decision about the organs donation included: the altruism and the participation of the whole family in favor of it (62,50%) and the knowledge of the wish of the donor in life (31,25%). The difficulties found to decide for the donation were: family against the donation (18,75%), indecision about the brain death (12,50%) and none (68,75%). In the statistic analysis, it was verified a weak to moderate association between the interest variables and the experience of the family on the organs donation process
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Fatores de stress vivenciados pelos familiares no processo de doação de órgãos e tecidos para transplante / Stressors experienced by the family on the organs and tissues donation process for transplantCinque, Valdir Moreira 20 January 2009 (has links)
Os objetivos deste trabalho foram: (1) identificar os estressores vivenciados pelos familiares no processo de doação de órgãos e tecidos para transplante; (2) determinar o momento mais desgastante; (3) identificar as facilidades e dificuldades que os familiares tiveram para decidir sobre a doação e (4) verificar a associação das variáveis de interesse com a experiência dos familiares no processo de doação. A amostra constituiu-se de 16 familiares que realizaram a doação de órgãos na Organização de Procura de Órgãos do Hospital das Clínicas em 2007. As entrevistas foram realizadas nos meses de março a junho de 2008. Para a coleta de dados utilizou-se um instrumento estruturado que constou de duas partes: na primeira, buscaram-se as características sociodemográficas dos familiares, os perfis demográficos e epidemiológicos dos doadores falecidos e na segunda, questões versando sobre a experiência e avaliação dos familiares, desde a internação até a liberação do corpo. Para verificar o grau das associações entre as variáveis de interesse, utilizou-se o coeficiente phi () e o coeficiente de contingência (CC). Os seguintes estressores foram identificados: insatisfação com atendimento prestado à família e ao doador, durante a internação (31,25%); receber a notícia da morte encefálica (ME) de forma intranqüila (62,50%); dificuldades para a tomada de decisão quanto à doação (31,25%); medo e desconfiança de forjar o quadro clínico da ME e a sensação de assinar a morte do familiar (18,75%); não conhecer os receptores dos órgãos (12,50%) e a demora para a liberação do corpo (62,50%). Constatou-se que a liberação do corpo foi o momento mais desgastante vivenciado pelos familiares (31,25%). Os principais facilitadores para a tomada de decisão quanto à doação de órgãos incluíram: o altruísmo e a participação de toda a família favorável (62,50%) e o conhecimento do desejo do doador em vida (31,25%). As dificuldades encontradas para decidir pela doação foram: familiares contrários à doação (18,75%), indecisão quanto à ME (12,50%) e nenhuma (68,75%). Na análise estatística, verificou-se associação de fraca à moderada entre as variáveis de interesse e a experiência dos familiares no processo de doação / The objectives of this work were: (1) identify the stressors experienced by the family on the organs and tissues donation process for transplant; (2) to determine the hardest moment; (3) identify the facilities and difficulties the family had to decide about the donation and (4) verify the association of the interest variables with the experience of the family on the organs donation process. The sample was constituted by 16 (sixteen) families that made donation of organs in the Search of Organ Procurement Organization of Hospital das Clínicas, São Paulo - Brazil, in 2007. The interviews were done between March and June of 2008. To collect the information it was used a structured instrument that consisted of two parts: in the first one, we studied the sociodemographic characteristics of the family, the demographics and epidemiologic profile of the dead donor and in the second, questions about the experience and evaluation of the family since the admission until the liberation of the body. To verify the degree of associations between the interest variables, it was used the phi coefficient () and the contingency coefficient (CC). The following stressors were identified: dissatisfaction with the attending provided to the family and the donor, during the hospitalization (31,25%); to receive the information of the brain death in an inappropriate way (62,50%); difficulties to take the decision about the donation (31,25%); fear and suspicion of forging the clinical state of the brain death and the feeling of killing the person (18,75%); do not know the organ receivers (12,50%) and the delay to the body liberation (62,50%). It was noticed that the body liberation was the hardest moment experienced by the family (31,25%). The main facilitators to take the decision about the organs donation included: the altruism and the participation of the whole family in favor of it (62,50%) and the knowledge of the wish of the donor in life (31,25%). The difficulties found to decide for the donation were: family against the donation (18,75%), indecision about the brain death (12,50%) and none (68,75%). In the statistic analysis, it was verified a weak to moderate association between the interest variables and the experience of the family on the organs donation process
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Espera por um milagre: os médicos diante da morte encefálica de pacientes adultos jovens. / Waiting for a Miracle : Physicians face to Brain Death of Young Adults Patients.Melo Junior, Ivaldo Menezes de 30 August 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012-08-30 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / Communication and health care is a topic that nowadays has been discussed a lot among health professionals, especially when they are asked about the perception of death. Facing the technology development and devaluation of the human being, it s observed a distance among interpersonal relations, making people even more individualists. Facing this, the Intensive Unit Therapy (UTI) has been target of this deshumanization process, due to the many stress factors related to human resources, materials and environmental. Therefore, it is important to identify factors that may contribute in this process, among them stands out the physicians spirituality and religiosity as a central element in the family relationships. Starting on this perception, the present study has as main point to analyze the presence of religiosity and spirituality in physicians communication to the family facing the imminent death of a young adult patient. The methodology had a qualitative approach using the oral history theme. The empirical material was produced by recording ten intensive care physicians of Emergency and Trauma Senador Humberto Lucena Hospital at the city of João Pessoa. This material was analyzed and interpreted based on three axes themes: the physicians perception of the ending of the young patients life, when five of them related to deal with the death naturally for being part of the natural process of life, independent of age. Although the other five related not being prepared to deal with this process, however, traits of alterity were presented, wich shows the humanized care of those professionals; as for the communication and the physician care face to the family, were presented important actions that can improve this process as: let the family members always informed, enable the health professionals and the included the spirituality and religiosity dimension in this relation; those were emphasized in the third axe because they directly influenced in the information conduction about the imminent death of a beloved family member. Thus, no matter wich religion is, it brings subsidy to enable communication of this subject. Therefore, it is believed that humanization rescue at UTI environment by the health professionals spirituality and religiosity, could be very nice to improve the life quality of the patient, family and staff, besides cross of the myth of the unit as being the death place and not the hope of life. / A comunicação e o cuidado em saúde é um tema que, atualmente, está sendo bastante discutido pelos profissionais de saúde, especialmente quando se aborda sobre a percepção destes profissionais sobre a morte. Diante do avanço tecnológico e a consequente desvalorização do ser humano, observa-se um distanciamento nas relações interpessoais, tornando as pessoas cada vez mais individualistas. Diante disso, as Unidades de Terapia Intensiva tem sido alvo desse processo de desumanização, devido aos vários fatores estressores relacionados aos recursos humanos, materiais e ambientais. Portanto, é importante identificar fatores que possam contribuir neste processo, entre eles destaca-se a espiritualidade e religiosidade dos médicos como elemento fundamental na relação com os familiares. Partindo dessa visão, este estudo teve como finalidade analisar a presença da religiosidade e da espiritualidade na comunicação feita pelo médico aos familiares diante da situação de morte iminente de um paciente adulto jovem. A metodologia teve natureza qualitativa, sendo utilizada a história oral temática. A produção do material empírico foi realizada por meio da gravação, quando foram entrevistados dez médicos intensivistas do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena da cidade de João Pessoa. Este material produzido foi analisado e interpretado com base em três eixos temáticos, sendo eles: a percepção do médico sobre a terminalização da vida de pacientes jovens, quando cinco deles relataram lidar naturalmente com a morte, por fazer parte do processo natural da vida, independente da idade. Já os outros cinco disseram não se sentir preparados para lidar com este processo, porém, traços de alteridade foram apresentados, o que demonstra o cuidado humanizado desses profissionais; quanto à comunicação e o cuidado do médico diante da família, foram apresentadas ações importantes que podem melhorar este processo como: deixar os familiares sempre informados, capacitar os profissionais de saúde e a inclusão da dimensão espiritualidade e religiosidade nesta relação; estas foram enfatizadas no terceiro eixo, pois influenciam diretamente na condução da informação sobre a morte iminente de um ente querido. Assim, a religião independente de qual seja, trás subsídios para facilitar a comunicação deste assunto. Portanto, acredita-se que o resgate da humanização no atendimento no ambiente de uma UTI, por meio da espiritualidade e religiosidade dos profissionais da área de saúde, seria de grande relevância para a melhora da qualidade de vida do paciente, familiares e equipe, além de poder proporcionar a desmistificação da unidade como sendo o lugar da morte e não da esperança de vida.
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Aspectos éticos na doação de órgãos: percepção dos familiares de pacientes com morte encefálicaTatiana Lima Amorim 02 July 2013 (has links)
A possibilidade da substituição de órgãos e tecidos que estão comprometidos por outros que estão com suas funções vitais adequadas para o corpo humano, acontece por um principal objetivo, preservar a saúde do homem buscando maior sobrevida e principalmente proporcionando melhor qualidade de vida. O trabalho aborda o assunto doação de órgãos, onde será explorado o tema relacionando à percepção da família sobre morte encefálica e os impedimentos para a doação, tendo como principal objetivo conhecer as principais dificuldades e fatores que impedem os familiares de pacientes com morte encefálica autorizarem a doação de órgãos. Foram analisados 66 prontuários de prováveis doadores (pacientes com Morte encefálica), sendo 36 prontuários do ano de 2010 e 30 prontuários do ano de 2011. No entanto dos 66 prováveis doadores, foram doados os órgãos de apenas 16 pacientes, dos demais prováveis doadores (50 pacientes) não aconteceram as doações, houve recusa por parte da família, 46% alegaram que não tiveram informações sobre o que estava acontecendo, que houve pouco diálogo dos profissionais com a família e que principalmente o atendimento inicial na emergência não teve humanização. São muitas dúvidas que acometem as famílias em todo o processo, referente à morte encefálica, a liberação do corpo e outros questionamentos que surgem, porém quando os familiares são esclarecidos e informados pela equipe de saúde gera uma satisfação quanto ao atendimento prestado durante o período de internação do paciente, proporcionando assim um conforto às famílias e, consequentemente, auxiliando na diminuição da dor e do sofrimento. / The possibility of substituting organs and tissues which are damaged with others which have their vital functions working adequately for the human body, takes place for one main reason, to preserve the health of the person seeking a longer life and mainly to propitiate a better quality of life. This paper deals with the subject of organ donation, where the theme will be explored relating it to the family‟s perception of brain death and the impediments for donation, having as its main goal to get to know the main difficulties and factors which impede relatives of brain dead patients to authorize organ donation. 66 patient records of probable donors (brain dead patients) were analyzed, 36 of which were from the year 2010 and 30 from the year 2011. However, of the 66 likely donors, organs of only 16 patients were donated. There were no donations from the other probable donors (50 patients). The families refused. 46% alleged that they did not have information about what was happening, that there was little dialog of the professionals with the family and mainly, that the initial service in the emergency room was not humanized. Many doubts afflict the families in the whole process with regard to brain death, to liberating the body and other questions which arise. If the health team clarifies and informs the family adequately there will be greater satisfaction with regard to the service rendered during the patient‟s period of internment, propitiating comfort for the families and consequently helping to diminish the pain and suffering.
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Quando a vida encontra a morte : as concepções médicas e jurídicas sobre anencefalia e morte encefálicaMacedo, Juliana Lopes de January 2012 (has links)
Até abril de 2012, o aborto de fetos anencéfalos não era reconhecido como um direito das mulheres grávidas desses fetos e, caso a mulher desejasse por fim a sua gravidez, era necessário obter uma autorização judicial. Algumas autorizações eram negadas enquanto outras eram concedidas. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é compreender as concepções médicas e jurídicas sobre aborto de fetos anencéfalos, averiguar as justificativas utilizadas para conceder ou negar as autorizações judiciais e analisar as tensões envolvidas entre o campo jurídico e o campo médico a partir do caso da anencefalia. Foi realizada uma pesquisa de orientação etnográfica na qual foram entrevistados médicos e magistrados diretamente envolvidos nesta questão. Além disso, realizou-se a análise de um conjunto de decisões judiciais sobre aborto de fetos anencéfalos julgados entre 2001 e 2011 pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. A análise dos dados revelou que a maior parte dos entrevistados é favorável ao aborto de fetos anencéfalos devido a reconhecida inviabilidade de vida extra-uterina desses fetos. Alguns entrevistados, no entanto, adotaram uma postura contrária a essa modalidade de aborto, por considerarem que a vida possui um valor absoluto e inviolável, independente de sua viabilidade. Os argumentos utilizados pelos entrevistados para defender seus posicionamentos em relação a anencefalia foram as categorias risco de vida, sofrimento e eugenia. Os dados obtidos também revelam que a noção de pessoa e as concepções sobre aborto são categorias analíticas centrais para a compreensão das concepções sobre aborto de fetos anencéfalos entre o grupo pesquisado. Além disso, a presente pesquisa analisa as tensões envolvidas entre o campo jurídico e o campo médico relativas a tomada de decisão sobre uma gravidez de um feto anencéfalo. / Until April 2012, the abortion of anencephalic fetus was not recognized as a right of the fetuses of pregnant women and, if the woman wanted to end her pregnancy, it was necessary to obtain judicial authorization. Some permits were denied while others were granted. Accordingly, the objective of this work is to understand the medical and legal conceptions of anencephaly abortion, examine the justifications used to grant or deny injunctions and analyze the tensions involved between the legal and medical field from case of anencephaly. A ethnographic research was carried in which doctors and magistrates were interviewed directly involved in this issue. Furthermore, we conducted na analysis and a set of judgments about abortion anencephalic fetuses judged between 2001 and 2011 by the Court of Rio Grande do Sul. The analysis revealed that the majority of respondentes are in favor of abortion of anencephalic fetuses due recognized the unfeasibility of extra uterine life these fetuses. Some respondentes, however, adopted a stance against this type of abortion on the grounds that life has na absolute and inviolable, regardless of its feasibility. The arguments used by respondents to defend their positions in relation to the categories of anencephaly were lifethreatening, suffering and eugenics. The data also shows that the concepto f person and notions about abortion analytical categories are central to understanding the concepts of abortion of anencephalic fetuses among the studied group. Furthemore, this research analyzes the tensions involved between the medical field and the legal field regarding medical decision making about a pregnancy of anencephalic fetus.
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Atividade inflamatória induzida pela morte encefálica no tecido pancreático humanoRech, Tatiana Helena January 2012 (has links)
O transplante de ilhotas pancreáticas restabelece a secreção de insulina em pacientes diabéticos tipo 1 lábil. A despeito dos avanços da técnica de isolamento de ilhotas, a inabilidade de se obter um número suficiente de células de um único doador persiste como um obstáculo para o sucesso desse transplante. A identificação dos fatores relacionados com o dano das ilhotas pancreáticas durante todo o procedimento do transplante tem sido buscada na tentativa de desenvolver terapias capazes de minimizar a perda de células e otimizar a enxertia das ilhotas transplantadas, reduzindo, assim, a necessidade de múltiplos doadores para o alcance da independência de insulina. A morte encefálica (ME) está associada a uma inflamação sistêmica que produz profundas alterações fisiológicas na condição hemodinâmica do doador, antes mesmo do início do processo de retirada dos órgãos. Essa característica única do doador cadavérico influencia negativamente a função dos órgãos pós-transplante, o que torna os cuidados com o doador uma peça chave no cenário dos transplantes de órgãos. Contudo, o uso de protocolos com terapias específicas, como a reposição de hormônios tireoidiano e suprarrenal, tem demonstrado eficácia muito limitada em melhorar os desfechos de órgãos transplantados. Os resultados desta pesquisa demonstram que marcadores inflamatórios estão aumentados no estado de ME. A precipitação da ME é seguida de um aumento das concentrações de fator de necrose tumoral-α (TNF-α) e interleucina-6 (IL-6) no sangue e de TNF-α no tecido pancreático, mas não de fator tecidual (FT), cuja expressão já conhecida em ilhotas isoladas provavelmente se deva a fatores de estresse relacionados ao isolamento das células. Esse aumento de TNF-α pode explicar, pelo menos em parte, os melhores desfechos alcançados por protocolos de transplante de ilhotas que incluem o uso de receptores solúveis do TNF-α. Em conclusão, a ME está associada a um aumento da expressão de TNF-α no sangue e no tecido pancreático humano. Portanto, o uso de terapias anti-inflamatórias dirigidas ao doador de múltiplos órgãos pode tornar-se uma estratégia promissora para melhorar os resultados dos transplantes de ilhotas.
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Comunicação de más notícias : a distância entre morte encefálica e a doação de órgãosCastelli, Isabela 28 July 2017 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2017. / Submitted by Albânia Cézar de Melo (albania@bce.unb.br) on 2017-09-04T16:10:52Z
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Previous issue date: 2017-09-26 / O transplante de órgãos é uma modalidade de tratamento que consiste na substituição de um órgão doente por outro sadio, podendo proporcionar a cura a uma doença ou o aumento da qualidade de vida, de um paciente que já não responde às demais terapêuticas disponíveis. A doação de órgãos pode ser feita entre vivos ou pós mortem (doador cadáver), sendo esta última categoria a mais comum. A doação pós mortem ocorre a partir da declaração de morte, com a cessação das atividades biológicas necessárias à manutenção do sistema de vida. Atualmente em vigor, a Lei Federal No 10.211 prevê que a doação pós mortem deve ser realizada mediante autorização de parentes próximos (consentimento informado) e depende da confirmação do diagnóstico de morte encefálica, que se refere à cessação das funções cerebrais, mas, não necessariamente, à interrupção imediata de funções cardiorrespiratórias, sendo definida a partir de critérios pré-estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina. Todavia, a dificuldade de compreensão do conceito de morte encefálica, por parte dos familiares, constitui a principal causa referida para a não doação de órgãos. O objetivo do presente estudo foi analisar o processo de comunicação do diagnóstico de morte encefálica, no contexto da equipe de Organização de Procura de Órgãos (OPO), do principal hospital da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES/DF), bem como das equipes de Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) dos demais hospitais de ensino da SES/DF. Constituíram objetivos secundários: (a) investigar como os profissionais de saúde, que efetuam as comunicações de morte encefálica, percebem e realizam esta tarefa; (b) identificar os fatores (pessoais, profissionais, acadêmicos, sociais) apontados como favoráveis, ou desfavoráveis, para uma eficiente comunicação com os familiares; (c) investigar se os profissionais de saúde percebem carências em suas formações, acadêmicas e/ou profissionais, que limitem a tarefa de comunicação e a obtenção de consentimento para doação de órgãos e tecidos; (d) verificar os principais motivos, referidos pelos familiares, para recusa à doação; e (e) verificar possíveis discrepâncias no preenchimento dos prontuários dos pacientes em ME. Os profissionais convidados a participar, após assinarem TCLE, responderam, individualmente, a um roteiro de entrevista semiestruturado, que analisava o processo de comunicação de morte encefálica, os dados do contexto sociocultural da família entrevistada que eram levados em consideração no momento da comunicação e indicadores de percepção de sofrimento atrelados à execução da tarefa. O roteiro ainda continha questões sobre a natureza técnica dos critérios diagnósticos de morte encefálica. As entrevistas foram gravadas em áudio e transcritas na íntegra. As transcrições foram submetidas à análise de conteúdo, com criação de categorias funcionais temáticas. Outra etapa da coleta de dados consistiu na análise documental de prontuários de pacientes não doadores, do ano de 2014, por motivo de recusa familiar. Dos 20 profissionais entrevistados, cinco não souberam apontar quais funções cerebrais deveriam estar ausentes para diagnóstico de morte encefálica. Todos os profissionais souberam apontar, corretamente, o horário de óbito em caso de morte encefálica. Quanto à análise de conteúdo, a categoria com maior frequência foi a de foco no receptor como forma de enfrentamento, tendo sido referida em 19 entrevistas. A formação profissional foi citada pelos profissionais como ferramenta indispensável ao processo de comunicação (n = 18). Quanto às variáveis que influenciavam o modo de comunicação, a idade do paciente foi a mais referida (n = 14). No levantamento dos prontuários, a maioria dos pacientes (64 de 77) estava internado na rede pública de saúde. O principal motivo, apontado pelas famílias, para recusa à doação foi o paciente já ter declarado, em vida, não ser doador de órgãos e tecidos. Observou-se significativo preenchimento incorreto dos prontuários, dificultando a elaboração de conclusões. Os dados obtidos reproduzem indicações da literatura nacional e internacional, destacando-se, que os motivos referidos, pelos familiares, para recusa à doação, são passíveis de intervenção e manejo pelos profissionais, suscitando campo de trabalho potencial para psicólogos. Aponta-se que uma efetiva comunicação, não apenas no momento de declarar a morte encefálica, poderia aumentar a adesão familiar à doação. O trabalho destaca a necessidade de discussão da temática sobre morte ser incluída nos cursos de graduação da área de saúde. A formação continuada, particularmente, dos profissionais envolvidos no contexto de doação de órgãos para transplante, aparece como caminho a ser trilhado a fim de proporcionar processos comunicativos mais adequados e efetivos. / Organ transplantation is a treatment modality that consists in the replacement of a diseased organ by a healthy one, being able to provide a cure to a disease or an increase in the quality of life of a patient who no longer responds to other available therapies. Organ donation can be done between live or postmortem (cadaver donor), the latter being the most common category. Postmortem donation occurs from the declaration of death, with the cessation of biological activities necessary to maintain the life system. Currently in force, Federal Law No. 10.211 provides that post-mortem donation must be performed by close relatives’ authorization (informed consent) and depends on the confirmation of brain death diagnosis, which refers to the cessation of brain functions, but not necessarily to the immediate interruption of cardiorespiratory functions, being defined based on criteria established by the Federal Medical Council. However, the difficulty of understanding the concept of brain death by relatives is the main cause of non-organ donation. The aim of the present study was to analyze the brain death’s communication process, in the context of the teams of publics hospitals in Distrito Federal (DF). Secondary objectives were: (a) to investigate how healthcare professionals, who perform brain death communications, perceive and perform this task; (b) identify factors (personal, professional, academic, social) that are considered propitious or adverse for efficient communication with family members; (c) to investigate whether healthcare professionals perceive academic or professional lacks that limit the task of communication and obtaining consent for organ donation; (d) verify the main reasons, referred by family members, for refusal to donate; and (e) verify possible discrepancies in the ME patient medical records. The professionals invited to participate, after signing TCLE, individually responded to a semi-structured interview script, which analyzed the brain death’s communication. Beside that, we sought to understand wich data from the sociocultural context of the interviewed family were taken into account at the time of communication; and perception of suffering linked to the tasks’ execution. The script still contained questions about the technical nature of brain death diagnostic criteria. The interviews were recorded in audio and transcribed in full. Transcripts were submitted to content analysis, with the creation of thematic functional categories. Another step in the collection of data consisted of documentary analysis of non-donor patients’ medical records, from the year 2014, due to family refusal. Of the 20 professionals interviewed, five did not know to indicate which brain functions should be absent to diagnose brain death. All the professionals knew how to correctly indicate the time of death in case of brain death. Regarding content analysis, the category with the highest frequency was focusing on the receiver as a form of coping, having been referred in 19 interviews. Professional training was cited by professionals as an indispensable tool for the communication process (n = 18). As for the variables that influenced the mode of communication, the patient's age was the most reported (n = 14). In the medical records, the majority of the patients (64 of 77) were hospitalized in the public health system. The main reason, as pointed out by the families, for refusal to donate was that the patient had already declared, in life, not to be a donor of organs and tissues. It was observed a significant incorrect filling of medical records, making it difficult to draw conclusions. The obtained data reproduce indications of the national and international literature, emphasizing that the reasons mentioned by the relatives for refusal to donation are susceptible of intervention and management by the professionals, provoking potential field of work for psychologists. It is pointed out that an effective communication, not only at the time of declaring brain death, could increase the family's adhesion to the donation. The work highlights the need to discuss the issue of death to be included in undergraduate courses in the health area. The continuing formation, particularly of the professionals involved in the context of organ donation for transplantation, appears as a path to be followed in order to provide more adequate and effective communicative processes.
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