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Da perversão-polimorfa à estrutura perversa: um estudo sobre a possibilidade de haver mulheres estruturalmente perversas / From the polymorphous perversity to the perverse structure: a study on the possibility of having women structurally perverse

Ligia Gama e Silva Furtado de Mendonça 08 April 2015 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Esta tese é um prolongamento de uma pesquisa em psicanálise sobre perversão e mulheres iniciada no curso de Especialização e estendida no Mestrado. A partir da constante afirmação no campo lacaniano sobre a inexistência de mulheres estruturalmente perversas, traçamos um percurso sobre o estudo da perversão em Freud e Lacan para interrogarmos a possibilidade de haver mulheres perversas. Para isso, no primeiro capítulo, aprofundamo-nos na teoria da sexualidade freudiana, diferenciando perversidade de perversão e delimitando a distinção entre perversão-polimorfa e estrutura perversa através dos conceitos de fixação e exclusividade, presentes em Freud desde 1905, e do mecanismo perverso (Verleugnung), proclamado por Lacan, mas presente na obra freudiana. Investigamos também neste capítulo a importância das fantasias de espancamento (FREUD, 1919) e da vivência edipiana para o entendimento acerca das perversões. A partir disso, analisamos o fetichismo e os pares de opostos, sadismo-masoquismo (esmiuçando as obras de Marquês de Sade e Sacher-Masoch, responsáveis pela origem dos termos), e voyeurismo-exibicionismo. O segundo capítulo foi dedicado, de maneira geral, à fantasia. De início percorremos o conceito em Freud e Lacan para, posteriormente, através do entendimento sobre fantasia, pensarmos sobre os atos. Em seguida, examinamos a definição de homem e mulher para a psicanálise, diferente daquela utilizada pela biologia, para interrogarmos a possibilidade de uma mulher ser perversa. Na terceira parte desta pesquisa, utilizamos a história de duas mulheres, Gertrude Bainszewski e Suzane von Richthofen, avaliamos o caso Violette de André (1995) e ponderamos sobre a personagem Erika Kohut de A professora de piano (2001) para pensarmos sobre a teoria até então apresentada / This thesis is an extension of a research in psychoanalysis about perversion and women started in the Specialization course and extended in the Masters. From the constant affirmation in the Lacanian field about the lack of women structurally perverse, we followed the course on the Freud and Lacan study of perversion to question the existence of structurally perverse women. To do this, in the first chapter, we pursued the Freudian theory of sexuality, distinguishing perversity of perversion and delimiting the difference between polymorphous perversity and perverse structure through the concepts of fixation (Fixierung) and exclusivity, present in Freud since 1905, and the perverse mechanism (Verleugnung), proclaimed by Lacan, but current in Freudian work. This chapter also researched the importance of the text A child is being beaten (FREUD, 1919) and the Oedipal experience to understand the perversions. From there, we analyze the fetishism and the pairs of opposites, sadism-masochism (scrutinizing the works of Marquis de Sade and Sacher-Masoch, responsibles for the origin of the terms) and voyeurism-exhibitionism. The second chapter was dedicated generally to fantasy. We start this concept in Freud and Lacan to subsequently think about the acts. Then, we examine the definition in psychoanalysis of man and woman, different from that used by biology, to question the existence of perverse women. In the third part of this research, we use the story of two women, Gertrude Bainszewski and Suzane von Richthofen, evaluate the Violette case from André (1995) and we ponder the character of Erika Kohut in The piano teacher (2001) to think about the theory presented so far
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Há mulher na estrutura perversa? / Is there woman in the perverse structure?

Ligia Gama e Silva Furtado de Mendonça 01 February 2012 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Esta dissertação propõe-se a discutir a existência de mulheres estruturalmente perversas a partir da teoria psicanalítica, sobretudo através das contribuições indispensáveis de Freud e Lacan. Inicialmente, ao estudar a perversão, há a dificuldade de isolá-la como uma estrutura específica distinguindo-a da psicose e da neurose a partir do ponto de vista fenomenológico devido à manifestação polimorfa-perversa da sexualidade humana. No entanto, uma das questões discutidas ao tratar este tema tão nebuloso é se há mulher na estrutura perversa, ou se as posições perversas seriam apenas restritas ao homem. Logo, para esta pesquisa, fez-se necessário, além de abordar as questões referentes à mulher, entender o percurso freudiano no estudo da perversão, desde os seus primeiros usos até a sua formação conceitual. Para isso, é preciso compreender os diversos usos do vocábulo Verleugnung em Freud e o estudo de Lacan que, por sua vez, consolida o termo como um mecanismo perverso. Examinando acerca do fetichismo e dos pares de opostos freudianos que as questões decorrentes da aproximação entre mulher e perversão se perfizeram. Finalmente, mostrou-se essencial abordar a discussão quanto à clínica da perversão e ilustrar a teoria tratada através de casos da literatura e de exemplos oriundos da arte.
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O laço e o no na montagem perversa : um estudo sobre a perversao feminina / The tie and the the knot in the perverse montage : a study on feminine perversion

Assadi, Tatiana Carvalho 16 February 2007 (has links)
Orientador: Mario Eduardo Costa Pereira / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciencias Medicas / Made available in DSpace on 2018-08-09T09:04:22Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Assadi_TatianaCarvalho_D.pdf: 1648271 bytes, checksum: be019c8d52bded923651dee0582af654 (MD5) Previous issue date: 2007 / Resumo: O tema perversão vem sendo estudado desde o século XV com afinco, seja para designá-la como uma doença ou uma afronta social. Nos cânones sociais o caráter exclusivista da perversão sempre foi o desvio sexual. Todavia, com a introdução da psicanálise, a perversão recebeu um corte epistemológico em sua origem. De desvio, a perversão assumiu um lugar propício para sua discussão no cerne da clínica e incômodos foram gerados em relação ao seu uso. A esta discussão Freud atribui o tom estrutural. A partir da chamada primeira clínica de Lacan algumas categorias foram construídas para a utilização do termo o quê nos serve para pensar sobre a perversão feminina. O objetivo deste trabalho é investigar como a perversão feminina surge no contexto clínico. Através de dois casos, Carmem e Theresa, motes desta pesquisa, quatro categorias foram construídas para introduzir o tema no feminino. São estas: a perversão como estrutura clínica, como montagem narcísica ou laço social, como forma de gozo e, finalmente, como traço de fantasia. Considerou-se que a perversão feminina está mais próxima de uma forma de laço social do que de estrutura, de traço ou de gozo, endereçando ao que se pode chamar de montagem perversa / Abstract: The theme perversion has been seriously studied since the fifteenth century, whether to appoint it as a disease or a social insult. For social principles the exclusive feature of perversion has always been that of a sexual deviation. However, with the prelude of psychoanalysis, perversion received an epistemological cut in its origin. From deviation, perversion has now taken on a convenient position for its discussion in the core clinic, causing discomfort to its usage. Freud, peculiarly, introduced to that discussion a structural tone. From the so called first Lacan¿s clinic as couple of categories have been built for the application of the term which way help us think about the feminine perversion. Thus, the objective of this work is to study how feminine perversion emerges in the clinic setting. By means of two clinic cases, Carmem and Theresa, themes of the research, four categories seemed obvious to introduce the feminine theme. They are: perversion as a clinic structure; as a narcissistic montage or social tie; as a way of jouissance and at last, as a fantasy trait. The existence of feminine perversion is much closer to a form of social tie than to a structure, trait or way of jouissance, to what could be called perverse montage / Doutorado / Saude Coletiva / Doutor em Saude Coletiva
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« Une éthique de célibataire (…) » ou ce que l’homme Montherlant enseigne à la psychanalyse / « An ethics of single man (…) » or what the man Montherlant teaches the psychoanalysis

Baeskens, Thierry 12 November 2015 (has links)
Par ce travail de recherche, nous avons souhaité révéler, à l’intérieur de l’œuvre littéraire de Montherlant, un sens plus profond qui aurait échappé à Montherlant, à ses lecteurs. Notre approche s’est attachée à croiser ces caractères d’expressions littéraires avec des éléments de la biographie de l’auteur. Puisqu’il est pour nous tout à fait certain que l’entendement de l’œuvre de Montherlant ne puisse ignorer les références précises à la connaissance de l’homme que nous a fourni l’écriture de sa biographie. Nous avons considéré ce qu’une certaine éthique de la psychanalyse doit à l’étude de la perversion comme noyau infrangible du désir et poussé un peu plus loin cette étude en maintenant serré son rapport à l’œuvre, au texte. Reformulant en cours de recherche notre intitulé qui, de l’étude d’un « cas », a pu s’envisager comme la constitution du désir pour,∀x.Φ(x), tout-homme. Nous avons utilisé dans nos travaux le terme célibataire dans son acception lacanienne, différente du sens commun, où il s’est agi dès lors ni de désigner les sujets hors mariage ni l’absence d’épouse mais la diversité des économies libidinales dans lesquelles la femme n’est pas l’objet. Sigmund FREUD, Psychopathologie de la vie quotidienne, Petite Bibliothèque Payot, traduit de l’allemand par le Dr S. Jankélévitch, Paris, 1924. p. 239. « On se croit en général libre de choisir les mots et les images pour exprimer ses idées. Mais une observation plus attentive montre que ce sont souvent des considérations étrangères aux idées qui décident de ce choix et que la forme dans laquelle nous coulons nos idées révèle souvent un sens plus profond, dont nous ne nous rendons pas compte nous-mêmes. » / By this research work, we wanted to reveal within the literary of Montherlant, a sense deeper that would have eluded Montherlant, to its readers. Our approach is attached to cross these characters of literary expressions with elements of the biography of the author. Since it is quite certain that the mind of of montherlant's work cannot ignore the specific references to the human knowledge that has provided us with the writing of his biography. We considered that a certain ethic of psychoanalysis must study the perversion as the untouchable core of desire and pushed a little further this study now tight his report at work, in the text. Restating searching our entitled study of a 'case', could be thought of as the constitution of the desire for, ∀x.Φ(x), all-man. We have used in our work the term single in the Lacanian sense, different from common sense, where it acted accordingly or to designate the subjects out of wedlock or the absence of wife but the diversity of wouid economies in which the woman is not the object. Sigmund FREUD, Psychopathologie de la vie quotidienne, Petite Bibliothèque Payot, translated from the German by Dr. S. Jankélévitch, Paris, 1924. p. 239. "It feels generally free to choose the words and images to express his ideas. But a more careful observation shows that many considerations extraneous to the ideas that decide this election and that the form in which we flow ideas often reveals a deeper meaning, which we are not ourselves. »
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“Obscene Fantasies”: Elfriede Jelinek’s Generic Perversions

Bethman, Brenda L. 01 September 2009 (has links)
This dissertation examines Elfriede Jelinek’s investigation of Austria’s and Western Europe’s “obscene fantasies” through her “perversion” of generic forms in three of her best-known texts (Die Liebhaberinnen, Lust, and Die Klavierspielerin). It also investigates how these texts, at first glance less overtly political than Jelinek’s later work, can be seen as laying the groundwork for her later, more political, analysis of Austrian fascism and racism. The dissertation is composed of three chapters; each investigates a central psychoanalytic concept (alienation, jouissance, perversion and sublimation) and reads a Jelinek text in relation to the genre that it is perverting, exposing the “obscene fantasies” that lie at its heart. Chapter One examines how Jelinek depicts alienation (in the Marxist, socialist feminist, and Lacanian senses) in her 1975 novel Die Liebhaberinnen, and explores how Jelinek’s depiction of alienation functions to make Die Liebhaberinnen an anti-romance. Chapter Two addresses whether Jelinek’s novel Lust (1989) is a pornographic or anti-pornographic text. I investigate the complex relationship between aesthetics and pornography, arguing that many other Jelinek scholars collapse the distinction between mass-cultural forms of pornography and the high-cultural pornography of Bataille and Sade, and thus fail to understand how her text is simultaneously pornographic and anti-pornographic. Chapter Three focuses on Jelinek’s novel Die Klavierspielerin (1983), examining the development of its protagonist as a (perverse) sexual subject, and her ultimate failure to achieve a stable sexual position and how Jelinek’s text perverts the genre of the Künstlerroman. It also discusses Erika’s training as a pianist as a possible causal factor of her perversions and lack of sexual identity, concluding that her inability to sublimate demonstrates the similarities (and differences) between the artist and the pervert, illustrating how Jelinek’s novel deviates from the traditional Künstlerroman. The dissertation argues that the disruption of genres is one of Jelinek’s most significant literary contributions, her works functioning to create a “negative aesthetics” as opposed to a positive reworking of generic forms. Jelinek rejects an identificatory mode of writing and refuses to create “positive” subjects, preferring instead to produce art that is a “critique of praxis as the rule of brutal self-preservation at the heart of the status quo” (Adorno, Aesthetic Theory, 12).
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Féeries pour une autre fois : réécritures et renouvellement des paradigmes des contes de fées (1808-1920) / Fables to another time : rewrites and renewal of fairies tales’ paradigms (1808-1920)

Pernoud, Hermeline 03 February 2017 (has links)
Cette thèse, qui recense plus de mille contes de fées composés entre 1808 et 1920, s’intéresse au renouveau du merveilleux, un registre vieillissant faisant face au désenchantement. Ce travail montre comment le conte, en juxtaposant la modernité et l’imaginaire, bascule dans le comique (parodie des auteurs du Grand Siècle, désacralisation des héros, sapement des valeurs chevaleresques). En même temps, les figures masculines chutent de leur piédestal en engendrant une modification des représentations du féminin.Dans la première moitié du XIXe siècle, les fées et les princesses sont réduites aux stéréotypes de genre : elles sont seulement belles, riches et bienfaisantes. Puis l’esprit fin-de-siècle impose de nouveaux canons, attribuant aux héroïnes les vices de leurs contemporains. Notre thèse dissèque cette vision misogyne afin de montrer comment la crainte de l’extinction de la « race » est née : les pouvoirs magiques des fées et la considération qu’on leur porte diminuent ; les princesses constatent que l’heureux dénouement promis n’est plus. Désormais, ces femmes au cœur de glace deviennent la source des souffrances masculines.Notre travail engage également une réflexion sur les perversions au XIXe siècle et démontre comment les auteurs de contes décadents se servent de motifs propres au merveilleux (manducation, servage des héroïnes) afin d’esthétiser la souffrance et la transformer en plaisir. Enfin, les réécritures de « La Belle au bois dormant » sont emblématiques de la fin-de-siècle. Cette princesse endormie incarne à la fois l’intouchable virginité et la pire des perversités. Sa passivité illustre les violences physiques et psychiques que la société lui impose et justifie ; son éveil revendique les droits des citoyennes et annonce le féminisme. / This thesis, taking an inventory of more than one thousand fairies tales written between 1808 and 1920, examines the marvellous’ renewal, an outmoded register facing disenchantment. This study shows how the fairy tale, placing modernity next to imagination, turns to comic (parody of the authors of the XVIIe century, deconsecration of heroes, destruction of chivalrous values). At the same time, male characters fall from their pedestal, making an alteration of the female’s representations.In the first half of the XIXe century, fairies and princesses are reduced to gender stereotypes : they are only beautiful, wealthy and benevolent. But the fin-de-siècle’s mind imposes new models, assigning to heroines the contemporaries’ vices. Our thesis reviews this misogynous representation to show how the fear the “race’s extinction” was born : the fairies’ magic power and the esteem for them decrease; the princesses notice that the promised happy end is not anymore. Henceforth, these ice-hearted women become the origin of male sufferings.Our work develops a thought about perversions in the XIXe century and shows how the decadent authors of tales use marvellous subjects (erotic devouring, serfdom of the heroines), in order to anesthetize suffering and transform it into pleasure. Finally, rewritings of “Sleeping Beauty” are emblematic to the fin-de-siècle. This sleeping princess personifies the untouchable virginity and the worst of the perversities both. Her passivity illustrates the physical and mental violence that society imposes her and justifies; her awakening claims female citizens’ rights and announces feminism.
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La création cannibale : cas de figure chez Jan Svankmajer, le comte de Lautréamont et Edmund Kemper : une approche interdisciplinaire de la perversion

Hubert, Karine January 2010 (has links) (PDF)
La présente recherche porte sur le cannibalisme comme fantasme de création, et même d'autocréation, à partir de trois cas de figure empruntés à la littérature (Les chants de Maldoror de Lautréamont), au cinéma (Otesanek de Jan Svankmajer) et au fait divers (l'oeuvre criminelle d'Edmund Kemper). On s'y intéresse prioritairement au sujet (le narrateur/scripteur Maldoror, le monstre Otik, le tueur en série Kemper) qui, préoccupé de réaliser sa propre mise en scène, recourt au cannibalisme avec le dessein avoué de faire acte de création. Il est à noter que le cannibalisme étant essentiellement défini comme un fantasme par nombre de théoriciens, tels Green, Pontalis ou Pouillon, l'oeuvre du créateur cannibale devient la transposition imagée d'un scénario extrêmement précis, comme on le voit dans le cas du tueur, du réalisateur ou du poète s'appliquant à raconter les événements sous forme de « scènes théâtrales ». Le récit qui s'élabore -à partir d'éléments réels ou fantasmés s'articule autour de l'avidité orale et du rapport ambigu à la mère, de la sexualité liée à la violence, de la révolte contre l'autorité et du désir de toute-puissance, de la remise en cause de la filiation et du fantasme d'auto-engendrement. Si cette étude s'inspire principalement de travaux psychanalytiques, un détour par l'anthropologie s'avère essentiel, ne serait-ce que pour arriver à l'unique point de convergence des deux approches. Constatant la disparition progressive du cannibalisme effectif, les chercheurs s'entendent pour repousser le cannibalisme dans un ailleurs, mythe ou fantasme. Ce faisant, ils oublient les cas -peu nombreux, mais révélateurs -relevés par la psychiatrie et la criminologie. L'intérêt d'étudier les témoignages et les biographies de tueurs cannibales ne saurait tenir à l'espoir de trouver un cannibalisme plus brut ou plus authentique, mais de comparer leurs récits avec d'autres représentations du cannibalisme, une occasion d'éprouver l'affirmation de Green voulant que la réalité du cannibalisme soit la possibilité de faire passer dans le réelle fantasme qui le sous-tend. Alors que les criminologues considèrent que le tueur cannibale appartient au type des meurtriers sadiques, les psychanalystes classent les activités sexuelles déviantes comme le cannibalisme, le sadisme ou la nécrophilie parmi les perversions sexuelles. Plusieurs auteurs (McDougall, Stoller, Balier) mettent en évidence l'importance chez le pervers d'élaborer une mythologie sexuelle privée, indispensable à la sauvegarde du plaisir érotique, qui prend directement sa source dans la représentation fantasmatique de la scène originaire. Si le désir d'être le témoin privilégié de sa propre conception répond du narcissisme du sujet, le fantasme de pouvoir annuler cette scène, qui obéit aux lois de l'ontogenèse et de la phylogenèse, pour en concevoir une nouvelle, à la mesure de son ambition, révèle la présence d'un incommensurable sentiment de toute-puissance. C'est finalement en créant une oeuvre singulière que les auteurs entendent immortaliser leur génie dans un désir d'éternité narcissique (Anzieu), et ce, dans un rapport de réciprocité puisqu'il s'agit, comme l'écrit Blanchot à propos de Lautréamont, d'une création qui va les créer pour qu'ils puissent la créer. La problématique de la création cannibale se déploie ainsi à partir des lieux privilégiés où se joue le désir du sujet pervers: la scène de la sexualité, qu'il parvient à réinventer à partir de sa propre représentation des rapports entre les sexes et de sa conception de l'origine du désir, manifestation d'une oralité triomphante; la scène des origines, où il nie le rôle de ses géniteurs dans une tentative ultime de devenir l'unique auteur de ses jours; la scène de l'oeuvre, réalisée après le vol du pouvoir procréateur tantôt de la femme, tantôt des parents, tantôt de Dieu, qui peut seule apporter au sujet le sentiment de se survivre. Enfin, on pourra dépister dans ce désir d'omnipotence narcissique du créateur cannibale, auquel se lie un fantasme d'immortalité, la figure de l'artiste moderne. ______________________________________________________________________________ MOTS-CLÉS DE L’AUTEUR : Cannibalisme, Création, Perversion, Svankmajer, Lautréamont, Kemper.
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Stranger in our midst, male sexual "deviance" in postwar Ontario

Chenier, Elise Rose January 2001 (has links) (PDF)
No description available.
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L'ambiguïté salvatrice et destructrice dans l'œuvre romanesque d'André Gide / The redeeming and destructive ambiguity in André Gide's fiction

Tsonis, Fotios 19 October 2018 (has links)
La présente étude vise à démontrer que l’ambiguïté qui tourmente l’existence de l’écrivain est, à la fois, salvatrice et destructrice, tout en explorant l’impact de celle-ci sur l’œuvre gidienne et les mœurs contemporaines. En étudiant les écrits de Gide, on a l’impression d’assister à un dialogue où s’affrontent des opinions opposées. L’ambiguïté qui émane du caractère ambivalent de Gide et qui laisse entrevoir ses expérimentations stylistiques à la quête du renouvellement de l’écriture classique, y est examinée. Dans L’Immoraliste, Gide pose la question de la liberté individuelle face à la contrainte sociale. Ensuite, La Porte étroite constitue la critique du protestantisme d’une part, et la critique de l’impuissance virile de l’autre. Quant aux Caves du Vatican, le catholicisme s’y trouve attaqué. Gide y assimile la puissance religieuse à l’argent et théorise l’acte gratuit. La Symphonie pastorale oppose la cécité physique à la cécité morale ; christianisme et paganisme s’y trouvent liés et confrontés à travers un amour impie et aberrant. Suivent les quatre dialogues socratiques de Corydon, un vrai plaidoyer en faveur de la pédérastie. Les Faux-Monnayeurs sont en quelque sorte la conclusion de l’œuvre romanesque et la somme de ses inquiétudes, donc le comble de son ambivalence. Un ensemble de thèmes qui touche à l’intégralité de la vie sociale y est abordé, mettant en relief la fausseté de ses contemporains. Enfin, Gide se livre à travers Si le grain ne meurt et revendique l’inscription de sa perversion dans la normale, tout en avouant que les autobiographies ne peuvent être qu’à demi-sincères. / The present study aims to demonstrate that the ambiguity which torments the writer's life is both redeeming and destructive, while exploring the impact of the latter on Gide's work and contemporary mores. By studying Gide's writings, we have the impression of attending a dialogue in which opposing opinions confront one another. The ambiguity that emanates from Gide's ambivalent character and enables to reveal his stylistic experiments in the quest for the renewal of classical writing, is also examined herein. In The Immoralist, Gide raises the question of the individual freedom towards the social constraint. Furthermore, Strait Is the Gate is the critique of Protestantism on the one hand, and the critique of virile powerlessness on the other. As for The Vatican Cellars, Catholicism is attacked. Gide likens the religious power to money and theorizes the gratuitous action. In The Pastoral Symphony physical blindness opposes to moral blindness; Christianity and paganism are bound therein and confronted through an impious and aberrant love. The four Socratic dialogues of Corydon follow, a real plea in favor of pederasty. The Counterfeiters are in a way the conclusion of the novel and the sum of his worries, therefore the summit of his ambivalence. An ensemble of themes touching the entirety of social life is also approached, highlighting the falsity of his contemporaries. Finally, Gide opens himself up through If the seed doesn’t die and claims the inscription of his perversion in the normal, while admitting that the autobiographies can only be half-sincere.
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Enquête sur un condamné : Guy de Maupassant à la lumière de la psychanalyse / Investigation about a condemned person : Guy de Maupassant by the light of psychoanalysis

Djilali-Messaoud, Fatiha 27 June 2014 (has links)
Une recherche en psychanalyse nous autorise à effectuer un travail sur un héros ou une héroïne de la littérature et/ou le romancier qui leur a donné vie. À cet effet, nous avons choisi le cas clinique de Guy de Maupassant que nous allons analyser à travers les éprouvés contre-transférentiels de ces divers biographes ainsi qu’à travers ses contes plus circonstanciés et reflétant plus la pensée de leur auteur que ne pouvaient le faire ses romans. Cette dernière option impose que l’on loge entre l’auteur et son oeuvre le fantasme d’auteur qui, une fois déchiffré nous permet de franchir le pont du latent au manifeste et de compléter les contes des biographes par la traduction des énoncés de l’auteur. Les deux facteurs conjugués biographies et étude des contes épurés du fantasme nous permettront de restituer notre propre conte de Maupassant en nous inspirant des études de cas freudiennes dont Freud disait qu’il fallait les lire comme des contes. / A research in psychoanalysis allows us to perform work on a hero or a heroine of literature and/or the novelist who brought them into being. In this regard we will choose the clinical case of Guy de Maupassant that we will analyze (study) through the tested counter-transferences of his various biographers. We will also study Maupassant’s most detailed tales which convey the author’s thought much more than his novels display. This latest choice makes it necessary to insert the author’s fantasy between his true personality and his work, which, once it has been deciphered (decoded) enables us to bridge the gap between what is latent and what is obvious. It also gives us the opportunity to complete biographers’ tales thanks to the commentary of the author’s writing. The two factors composed of biographies and the study of tales both free from fantasy will draw our inspiration from Freudian case-studies considering that Freud used to say they had to be read like tales.

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