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O desgaste mental de motoristas de ônibus: um recorte de gênero / Female bus drivers mental strain

Almeida, Tassia Bertoncini de 17 October 2018 (has links)
Esta pesquisa inscreveu-se no campo da Saúde Mental Relacionada ao Trabalho (SMRT). Intencionou investigar a relação entre o desgaste mental em mulheres motoristas de ônibus da cidade de São Paulo e a questão de gênero, ou seja, tendo como base a Teoria do Desgaste Mental, proposta por Edith Seligmann-Silva, pretendeu compreender as possíveis influências do gênero e de suas relações no processo de desgaste mental no trabalho. A metodologia foi qualitativa e se dividiu em etapas. A primeira consistiu em um período de observação do trabalho dessas motoristas. Na segunda foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, para que fosse possível acompanhar e compreender a organização do trabalho das motoristas, além de destacar os significados atribuídos ao trabalho e às relações de gênero vivenciadas e os impactos disso no processo de desgaste mental. Concluímos que os processos de desgaste das mulheres trabalhadoras do transporte têm particularidades que envolvem as questões de gênero. A estrutura física dos ônibus e terminais, a organização das linhas e as relações de trabalho afetam as mulheres e sua saúde de forma particular. A divisão sexual do trabalho e a conciliação entre trabalho doméstico e trabalho assalariado mostraram-se como um desafio para essas mulheres. Finalmente, o modo como elas veem a si mesmas e as outras mulheres também se mostrou como um fator central no processo saúde-doença / The main purpose of this research was to investigate the relation between mental strain in female bus drivers of São Paulo and gender. The theoretical support is Edith Seligmann-Silvas Mental Strain Theory. It intended to understand the possible influences of gender and their relations in the process of mental strain at work. The methodology is qualitative and is divided into stages. The first consisted of observation of the daily work of these drivers. The second part was the semi-structured interviews. It was possible to understand the works organization of the drivers, besides highlighting the ways the signify their work and the gender relations in it, to understand their consequences in the process of mental exhaustion. The conclusion was the mental strain processes contains specificities related to gender issues. The structure of bus stops and vehicles, the routes organizations and relations in work environment, impact women health in a particular way. The sexual division of labor and the conciliation of house work and labor are a challenge to these women. Finally, the way they see themselves and other women is also central to the mental health process
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Comportamentos de voz e silêncio nas organizações de trabalho: Explorando seus preditores entre organizações e trabalhadores brasileiros

Andrade, Rayana Santedicola 06 July 2018 (has links)
Submitted by Rayana Andrade (rayanasantedicola@hotmail.com) on 2018-08-03T18:23:33Z No. of bitstreams: 3 TeseRayanaDeposito.docx.pdf: 2388319 bytes, checksum: 0a44c24c617c5538082750839bb75356 (MD5) FichaCatalográficaTese.pdf: 2117 bytes, checksum: bd8db8f43143b2dd5e932fa3c1395461 (MD5) Document 02-Aug, 2018 11_45 PM (1).pdf: 1460428 bytes, checksum: 49912655ab37c1a52c5a628e6da877e0 (MD5) / Approved for entry into archive by Biblioteca Isaías Alves (reposiufbat@hotmail.com) on 2018-08-27T12:34:38Z (GMT) No. of bitstreams: 3 TeseRayanaDeposito.docx.pdf: 2388319 bytes, checksum: 0a44c24c617c5538082750839bb75356 (MD5) FichaCatalográficaTese.pdf: 2117 bytes, checksum: bd8db8f43143b2dd5e932fa3c1395461 (MD5) Document 02-Aug, 2018 11_45 PM (1).pdf: 1460428 bytes, checksum: 49912655ab37c1a52c5a628e6da877e0 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-08-27T12:34:38Z (GMT). No. of bitstreams: 3 TeseRayanaDeposito.docx.pdf: 2388319 bytes, checksum: 0a44c24c617c5538082750839bb75356 (MD5) FichaCatalográficaTese.pdf: 2117 bytes, checksum: bd8db8f43143b2dd5e932fa3c1395461 (MD5) Document 02-Aug, 2018 11_45 PM (1).pdf: 1460428 bytes, checksum: 49912655ab37c1a52c5a628e6da877e0 (MD5) / FAPESB / Esta tese teve como objetivo geral identificar possíveis relações de predição entre o comprometimento organizacional afetivo, os estilos de liderança dos gestores e a inserção nas redes sociais das equipes de trabalho e os comportamentos de voz e silêncio (V&S) do trabalhador em suas diferentes dimensões, e analisá-las. Realizada com perspectiva quantitativa e relacional, de corte transversal e em organizações diversas, esta pesquisa possibilitou, de forma pioneira no campo internacional, descrever os comportamentos de V&S em uma abordagem multidimensional. As Escalas de Voz e Silêncio nas Organizações permitiram identificar estes comportamentos, assim como padrões e fatores demográficos e ocupacionais mais críticos para o seu entendimento. Identificou-se ainda de que forma o comprometimento organizacional afetivo e os estilos de liderança dos gestores predizem estes comportamentos em suas subdimensões (perspectiva quantitativa), através de escalas específicas, e finalmente analisou-se de que formas a inserção dos trabalhadores nas redes sociais informais de seus grupos de trabalho (perspectiva relacional) podem ser úteis ao entendimento destes comportamentos no contexto dos grupos de trabalho. As análises foram realizadas, por um lado, com análises estatísticas descritivas, correlação (Pearson e Spearman), análise de cluster e regressão múltipla (SPSS 20.0), e, por outro, com Análise de Redes Sociais (UCINET 6). Os resultados deste trabalho constituem-se em evidências empíricas inéditas diante de lacunas encontradas no campo internacional de estudos sobre V&S. Dentre os principais resultados, destacam-se: 1. A constatação da validade da medida multidimensional para os comportamentos de voz e silencio, que nesta amostra apresentam resultados diferenciados e significativos, em termos demográficos, para as dimensões pró-social e pró-individuo; 2. A possibilidade de agrupamento dos indivíduos em padrões específicos quanto a estas dimensões, destacando-se o padrão “pró-social” tanto em voz quanto em silêncio; 3. A posição significativa ocupada pelos preditores “comprometimento organizacional afetivo” e “liderança transformacional” para as dimensões “voz pró-social”, “voz pró-individuo” e “silêncio pró-indivíduo”. 4. A importância de se estudar os comportamentos de voz e silencio em uma perspectiva multidimensional e inseridos em redes sociais informais. Além destes resultados, outros mais específicos aparecem enquanto contribuições inovadoras. A Tese cumpre, finalmente, com a função mais ampla de inaugurar, no cenário brasileiro, uma agenda de pesquisas sobre os comportamentos de Voz e Silêncio nas organizações, com foco em seus antecedentes/preditores. / This thesis had as general objective to identify possible predictive relations between affective organizational commitment, managers' leadership styles and insertion in the social networks of the work teams and the worker's voice and silence (V & S) behaviors in their different dimensions, and analyze them. With a quantitative and relational perspective, crosssectional and in diverse organizations, this research made possible, in a pioneering way in the international field, to describe the behaviors of V & S in a multidimensional approach. The Voice and Silence Scales in the Organizations allowed to identify these behaviors, as well as demographic and occupational patterns and factors more critical for their understanding. It was also identified how the affective organizational commitment and management styles of managers predict these behaviors in their sub-dimensions (quantitative perspective), through specific scales, and finally analyzed how the insertion of workers into informal social networks of their work groups (relational perspective) may be useful to understand these behaviors in the context of working groups. The analyzes were performed, on the one hand, with descriptive statistical analysis, correlation (Pearson and Spearman), cluster analysis and multiple regression (SPSS 20.0), and, on the other hand, with Social Networks Analysis (UCINET 6). The results of this work constitute unpublished empirical evidence in the face of gaps found in the international field of V & S studies. Among the main results, the following stand out: 1. The validity of the multidimensional measure for voice and silence behaviors, which in this sample present differentiated and significant results, in demographic terms, for the pro-social and proindividual dimensions; 2. The possibility of grouping individuals into specific patterns regarding these dimensions, standing out the "pro-social" pattern both in voice and in silence; 3. The significant position occupied by the predictors "affective organizational commitment" and "transformational leadership" for the "pro-social voice", "pro-individual voice" and "proindividual silence" dimensions. 4. The importance of studying the behavior of voice and silence in a multidimensional perspective and inserted in informal social networks. In addition to these results, more specific ones appear as innovative contributions. The thesis finally has the broader function of inaugurating, in the Brazilian scenario, a research agenda on the behaviors of Voice and Silence in organizations, focusing on their antecedents / predictors.
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\"Tem gente que não quer saber de trabalhar\": apontamentos sobre o discurso da vadiagem na Praça da Sé (SP) / Not informed by the author

Diniz, Beatriz Ferraz 23 April 2014 (has links)
A presença de uma explicação psicologizante (e culpabilizante) em relação a setores da pobreza que não encontram lugar na sociedade contemporânea moveu a proposta desta pesquisa. Tal pobreza, não integrada, é vista como composta de indivíduos que, apesar de estarem aptos ao trabalho, não trabalham, evocando representações ligadas ao universo da vadiagem. Com o aporte de estudiosos das ciências humanas e de fontes documentais, verificou-se que, a despeito de particularidades de acordo com a época histórica, os sentidos da vadiagem no Brasil sempre estiveram associados à permanência de certa parcela da população nos espaços públicos, como ruas e praças. Destaca-se, ainda, a pertinência da temática para o contexto brasileiro fundado sob um modelo de cidadania corporativista, em que aqueles que escapam da figura normativa do trabalhador (TELLES, 2001) são vistos como naturalmente incapazes. Tendo em vista estas questões, o presente estudo tem por objetivo investigar se o discurso da vadiagem está presente entre os frequentadores da Praça da Sé (SP), em relação àqueles que se deixam ficar nas imediações do logradouro em período comercial dos dias úteis. A pesquisa foi realizada utilizando como referencial metodológico a etnografia e a análise documental de jornais, e, como ferramentas, a observação participante aliada a conversas informais. As conversas e a convivência no espaço pesquisado mostraram a presença de uma estigmatização de certa plêiade de pedestres que têm em comum o fato de sentar-se ou deitar-se nas muretas ou no chão da praça. Visto como uma gente acomodada que não quer saber de trabalhar, composta, em sua maioria, por homens negros e pobres, a presença destes no logradouro é vista como fator de degradação, de vergonha e também de perigo. Importante apontar que essas pessoas estavam exercendo atividades visando à sobrevivência, de fato, ninguém ali estava à toa. Neste sentido, observa-se a associação da viração das classes pobres identificada às representações de vadiagem em oposição à norma salarial identificada à figura do trabalhador. No levantamento documental, foi visto que os sentidos em torno da vadiagem foram sendo associados não apenas àqueles que permaneciam nos espaços públicos, mas também àqueles que exerciam trabalhos informais nestes espaços. Não obstante, verifica-se que fatores como precariedade das ocupações, repressão policial, instabilidade nas trajetórias de trabalho, porosidade nas fronteiras do formal, informal e lícito, acabam por, muitas vezes, tornar indeterminadas as delimitações entre trabalhadores e vadios. Indeterminação expressa também nas próprias falas dos entrevistados, carregadas de contradições e ambiguidades quanto à adesão ao código do trabalho enquanto processo identificatório. Conclui-se a presença muito forte no imaginário social das estratégias de culpabilização (GUARESCHI, 2007), que atribui o sucesso ou o fracasso, exclusivamente, ao indivíduo. E coloca em segundo plano as circunstâncias históricas e sociais, o que acaba por legitimar a exclusão social. Conclui-se, também, a associação do espaço da rua (DAMATTA, 1997) como lugar onde vivem os malandros, os pilantras, lugar, por princípio, de desordem moral e violência: preconceito, historicamente, arraigado como visto nas notícias de jornais. Neste cenário, é crucial a exposição pública de certa conduta de ser trabalhador, em que determinados rituais e regras acabam por diferenciar o trabalhador formal, do informal e, ambos, dos acomodados, maloqueiros, pilantras, nóias etc / The existence of a psychologizing (and blame-inducing) explanation for sectors of poverty which have no place in contemporary society has motivated this research. Such unintegrated poverty is seen as comprised of individuals who, despite being able to work, do not work, thus evoking representations linked to the world of vagrancy. With the aid of scholars from the human sciences and documentary sources, it was found that, in spite of characteristics which vary according to specific historical periods, the meanings of vagrancy in Brazil have always been associated with the permanence of a certain part of the population in public spaces, such as streets and squares. It should also be emphasized that the subject at hand is pertinent for the Brazilian context, which is based on a model of corporate citizenship, in which those who do not conform to the normative representation of the worker (TELLES, 2001) are seen as naturally incapable. In view of these issues, this study aims to ascertain if the discourse on vagrancy is present among the passersby in Praça da Sé (in the city of São Paulo) in relation to those who hang out around the square during the business hours of working days. The methodological framework for the research was ethnography and the documentary analysis of newspapers, with the use of participant observation as well as informal conversations as research devices. The conversations and the coexistence in the space under research have shown the stigmatization of a certain plethora of pedestrians who share the habit of sitting or lying down on low walls or on the square floor. Seen as sluggish people who just dont want to work, the presence of this mostly poor, black and male population in the square is seen as a degrading, shameful and also dangerous factor. It is important to note that such people were engaged in subsistence activities; in fact, no one was there at leisure. In this sense, one notes the association between the toughing it out of the poor classes with representations of vagrancy, as opposed to the salary norm which is associated with the representation of the worker. The documentary survey found that the meanings revolving around vagrancy have been associated not only with those who stayed in public spaces, but also with those who performed informal work in such places. Nonetheless, factors such as job precariousness, police repression, instability in work trajectories and a thin line between formal, informal and lawful activities often blur the distinction between workers and vagrants. Such blurring is also manifest in the discourse of the interviewed subjects themselves, which are full of contradictions and ambiguities with regards to the adherence to the code of work as an identity process. It was thus concluded that blameinducing strategies (GUARESCHI, 2007), which ascribe success or failure exclusively to individuals, have a very strong role in the social imaginary, relegating historical and social circumstances to the background and ultimately legitimizing social exclusion. It was also concluded that the association of the street space (DAMATTA, 1997) with a place inhabited by rogues and crooks and of inherent moral disorder and violence is a historically rooted prejudice, as seen in newspaper articles. In this scenario, public display of a certain worker conduct is key, whereby certain rituals and rules eventually help differentiate formal workers from informal ones and both these categories from those who are sluggish, con artists, rogues, crackheads etc
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Servidores, funcionários, terceirizados e empregados: a babel dos vínculos, cotidiano de trabalho e vivências dos trabalhadores em um serviço público / Public Servants, public employees, private employees and outsourced workers: the babel tower of employment contracts and everyday activities in a public service

Bastos, Juliano Almeida 26 April 2019 (has links)
Este estudo se inscreve na tradição que vem sendo construída no Brasil pela Psicologia social do Trabalho. Seu objetivo é compreender o cotidiano e as vivências dos trabalhadores no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA) no qual se verifica uma babel de vínculos de trabalho, uma vez que os trabalhadores estão submetidos a diferentes modalidades de vínculo, assim identificadas: servidores, funcionários, terceirizados e empregados. Cada um desses vínculos encerra direitos e obrigações previstas desde a contratação e outras que surgem no cotidiano de trabalho, conformando um contexto de relações desiguais, a partir das quais várias situações problemáticas emergem e se configuram como novas exigências do trabalho. A inserção do pesquisador na condição de trabalhador, na Divisão de Gestão de Pessoas do HUPAA, foi o ponto de partida para o levantamento das primeiras questões, que, posteriormente, assumiram a forma de um problema de pesquisa. Considerando as condições do contexto em que este se deu, adotaram-se como referenciais teórico-metodológicos os estudos do cotidiano, utilizando-se uma abordagem etnográfica, a partir da qual, observação participante, entrevistas e análise de documentos foram os principais procedimentos utilizados para a produção/catalogação de informações. O desenvolvimento de estudos voltados para a compreensão do trabalho no serviço público e a possibilidade de contribuir com a descrição densa das vivências dos trabalhadores, ressaltando as demandas que enfrentam no cotidiano, são as principais justificativas para a realização da pesquisa. Os resultados apontam as seguintes compreensões: a transição pela qual o HUPAA passou, deixando de ser um órgão de apoio acadêmico administrado pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e passando à condição de filial da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), correspondeu ao o ápice da babel dos vínculos, pois, além de inserir mais um contingente de trabalhadores com vínculo diferente dos que já existiam, introduziu novos modos de gerenciar o trabalho, desencadeando um processo de empresarialização no interior de um serviço, cuja natureza é pública. No cotidiano de trabalho do HUPAA, apresentam-se situações de preconceito, discriminação e hostilidade. A babel dos vínculos submete os trabalhadores a uma fragmentação crescente, na qual os trabalhadores de vínculos distintos competem entre si e até os de mesmo vínculo também passam a adotar essa postura, posto que estimulados pela competitividade institucionalizada pela empresa, o que fragiliza o reconhecimento enquanto classe e a organização coletiva e, consequentemente, dificulta o enfrentamento às imposições da gerência mercadologicamente orientada que tem sido o modelo de gestão adotado no hospital. Com a EBSERH, evidencia-se também a substituição paulatina dos servidores públicos, com seu regime de regulação contratual específico, pelos os empregados públicos, cujos contratos são regulados pelo mesmo regime que os trabalhadores do setor privado no Brasil. A instabilidade do emprego promove a vulnerabilidade política de todos, pois os trabalhadores ficam submetidos às compreensões adotadas e as decisões tomadas pelos grupos políticos que detêm o poder em cada momento histórico. Mesmo os trabalhadores cujo vínculo lhes garante maior estabilidade do emprego, mostram-se fragilizados frente às transformações que assistem no cotidiano de trabalho. A competitividade e a instabilidade aliadas à adoção de novas práticas gerenciais produzem novas exigências a serem enfrentadas pelos trabalhadores no cotidiano. O sofrimento no trabalho passa ser compreendido como um atributo do trabalho no HUPAA filial da EBSERH, restando aos trabalhadores resistir ou se adaptar a ele. Defende-se que o trabalhador do serviço público deve estar protegido das alternâncias de governo, características do Estado democrático, pois só assim terá condições de manter a continuidade das ações e a qualidade dos serviços, uma vez que poderá desenvolver suas atividades tendo como referência os princípios éticos e técnicos da atuação profissional. É com essa condição que terá a possibilidade de organização coletiva fortalecida e assim favorecer a defesa de seus direitos trabalhistas e também a defesa dos serviços públicos enquanto bem comum, necessários a sobrevivência de todos. Defende-se ainda que o sofrimento que se tem instaurado tem sua gênese política e é nessa arena que deve ser enfrentado. Nessa direção, a compreensão de que as dificuldades de funcionamento enfrentadas pelo HUPAA não se restringem a problemas de gestão e sim a uma problemática política mais ampla que diz respeito à própria concepção de serviço público e do papel do Estado na promoção destes, também constitui um resultado alcançado. Ademais, para além dos objetivos perseguidos, o de inscrever (registrar / documentar) as vivências cotidianas dos trabalhadores, emergiu como uma necessidade por eles apontada durante o processo de pesquisa / This study relies on the Social Psychology of Work that has been developed in Brazil. It aims at understanding the daily life of workers at the University Hospital Professor Alberto Antunes (HUPAA) in which the different employment contracts - identified here as public servants, public employees, private employees and outsourced workers -, lead to different contract terms. Each employment contract has its rights and duties established since hiring, and others conditions that arise informally in the daily work, conforming a context of unequal relations, from which several problematic situations emerge and are configured as new demands of work. The starting point of this investigation was the employment contract the author himself previously had as a private employee in the Human Resources sector of the University Hospital Professor Alberto Antunes. As a result of his own experience as a worker, and considering the complexity of the context, the author chose the studies of everyday life as the main theoretical framework. With regards to methodology, an ethnographic approach was conducted in which interviews and document analysis were also used in order to access other sources of information. In that sense, this research represents an important contribution to the understanding of work in public services with a thick description of the workers experiences, highlighting the demands they face in their daily routine. The emerging results indicate that workers are experiencing prejudice, discrimination, hostility and suffering within their everyday life at work. Since the Hospital Professor Alberto Antunes is no longer managed by the Federal University of Alagoas (UFAL) and has became part of the Brazilian Company of Hospital Services (EBSERH), it has been restructured as a corporation especially when it comes to organizing work. That is, the shift in the manage of workers and work conditions brought a different kind of privatization to the public service. This is what we have called the babel of the bonds that subjects the workers to an increasing fragmentation, in which the workers of different employment contracts compete with each other (even the ones with the same type of contract adopt this competition attitude), and are stimulated by the company to act as competitors. This competitiveness weakens the workers organizing and, consequently, makes it difficult to face the demands of the market-oriented management that has been adopted at the hospital. With EBSERH, there is also evidence of the gradual replacement of public servants, with their specific contractual regulation regime, by public employees, whose contracts are regulated by the same regime as the private sector workers in Brazil. The instability of employment promotes the political vulnerability of all, since the workers are subjected to the decisions taken by the political groups that hold the power in each historical moment. Even the workers whose employment contracts guarantees stability, show fragility in the face of the changes they see in their daily work. Competitiveness and instability coupled with the adoption of new managerial practices produce new demands to be faced by everyday workers. Suffering at work is understood here as an attribute of work in the HUPAA, branch of EBSERH, in which individuals face the decision to resist or to engage. We argue that the public service workers must be protected from alternations of government, characteristics of the democratic State, since only then they will be able to maintain the continuity of actions and the quality of services, since they can carry out their activities with reference to the ethical and technical aspects of their professional practice. This protection of public servants strengthened workers organizing and thus defending their labor rights and also the of public services as a common good, essential to the survival of all. We also argue that the suffering that has been established has a political genesis and it is in this arena that it must be faced. In this sense, we understand that the operational difficulties faced by HUPAA are not restricted to management problems, but rather to a broader political problem related to the very conception of what public service is and the role of the State in promoting these services. In addition to these results, we highlight the importance of documenting the daily experiences of the workers, something that emerged as a necessity that the participants themselves pointed out during the research process
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Entre o marginal e o laboral: o trabalho de garotos de programa na cidade de Fortaleza/CE / Between marginal and labor: the work of male prostitutes in the city of Fortaleza/CE

VinÃcio BrÃgido Santiago Abreu 11 August 2014 (has links)
CoordenaÃÃo de AperfeÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / A prostituiÃÃo alcanÃa hoje visibilidade acadÃmica e social notÃvel â o que se diferencia de aceitaÃÃo, respeito e abertura para a convivÃncia â de modo a personalizar muitas das discussÃes relativas à interseÃÃo trabalho-sexualidade. Concebe-se prostituiÃÃo enquanto trabalho sexual no qual se executam atos sexuais/erÃticos/afetivos de diversos modos, mediados por trocas de recursos materiais e simbÃlicos e, desta forma, sendo configurado um empreendimento comercial para a obtenÃÃo de ganhos financeiros. O garoto de programa, figura chave da chamada prostituiÃÃo masculina e desse estudo, pode ser definido como todo indivÃduo que, mediante remuneraÃÃo, de maneira habitual, sob qualquer forma, entrega-se em relaÃÃes sexuais com pessoas do mesmo sexo ou do sexo oposto. Atualmente esses trabalhadores do sexo sÃo relegados à marginalizaÃÃo, exclusÃo social, precariedade no trabalho e culpabilizaÃÃo; tendo o acesso à SaÃde, ao Direito do Trabalho, à SeguranÃa PÃblica e, principalmente, à dignidade, relegados quando associados a sua atividade laboral. Tal atividade lhes confere uma situaÃÃo de vÃnculo aparentemente intermitente ou debilitado em relaÃÃo ao mercado de trabalho. Estes vÃnculos precÃrios ocorrem despossuÃdos de objetivos coletivos bem definidos, carecendo de âinscriÃÃo do sujeito em estruturas portadoras de um sentidoâ e ainda de projetos integrados que deem sentido Ãs interaÃÃes sociais. Com base nisso, objetivou-se investigar a atividade laboral realizada por garotos de programa na cidade de Fortaleza, compreendendo suas implicaÃÃes e repercussÃes na vida desses trabalhadores, assim como identificar e caracterizar os pontos de prostituiÃÃo masculina e seus atores, em especial as saunas gays; conhecer as negociaÃÃes e regras presentes nestes contextos; examinar as diferenÃas relativas aos locais, pÃblico-alvo ou caracterÃsticas dos garotos; e analisar os processos de filiaÃÃo/desfiliaÃÃo vivenciados pela inserÃÃo/marginalizaÃÃo laboral e social dos garotos de programa. Optou-se por uma metodologia qualitativa na concepÃÃo da pesquisa, atravÃs de recursos etnogrÃficos na inserÃÃo e permanÃncia do pesquisador nos espaÃos de prostituiÃÃo masculina da cidade e pela AnÃlise SociolÃgica do Discurso como recurso para a realizaÃÃo de entrevistas e de anÃlise dos dados. ApÃs a identificaÃÃo dos espaÃos de prostituiÃÃo, foram escolhidas duas saunas gays da cidade como lÃcus de investigaÃÃo. Ao todo, foram dedicados 10 meses de observaÃÃo nesses locais, tendo sido realizadas 4 entrevistas formais e vÃrias outros conversas informais com garotos de programa dessas saunas. A prostituiÃÃo masculina em Fortaleza mostrou-se como um espaÃo de conflitos, de ausÃncia de direitos trabalhistas e, muitas vezes, civis e de cumprimento Ãs leis. Destaca-se, pela fala dos entrevistados, a violÃncia simbÃlica durante o trabalho, a ausÃncia de representatividade de classe, de visibilidade de interesses e de participaÃÃo na elaboraÃÃo de polÃticas voltadas a eles. à nesse espaÃo marginal que os garotos de programa atuam, utilizando recursos de criatividade para permanecer na atividade. Ao mesmo tempo, essa atividade està diretamente vinculada com a formaÃÃo de suas identidades pessoais, seu posicionamento diante do mundo e seu auto-julgamento de valor. / Prostitution today achieves outstanding academic and social visibility - which differs from acceptance, respect and openness for coexistence - in order to customize many of the discussions on the intersection work-sexuality. I understand prostitution as sex work that performs affective / erotic / sexual acts in various ways, encouraged by exchanges of material and symbolic resources and being set up as a commercial venture for financial gain. The rentboy, male prostitution main character and focus of this study, can be defined as any person who, for remuneration, in the usual way, in any form, indulges in sexual relations with persons of the same sex or opposite sex. Nowadays these sex workers are relegated to marginalization, social exclusion, job insecurity and guilt; having access to health, to Labor Law, Public Safety and to mainly dignity, relegated when associated with their work activities. This activity gives them a situation of intermittent or link apparently weakened in relation to the labor market. These precarious work contracts occur without well-defined collective goals, lacking "description of the subject in carrying structures of meaning" and integrated projects that give meaning to social interactions. Based on this, we aimed to investigate the work of male prostitutes in the city of Fortaleza, understanding the implications and impact of this work on the lives of rentboys, as well as identify and characterize the points of male prostitution and its actors, in particular the work performed in gay saunas; searches negotiations and rules contained in these contexts; examine differences related to local, targeted audience and characteristics of boys; and analyze the processes of affiliation / disaffiliation experienced by insertion / labor and social marginalization of male prostitutes.. We opted for a qualitative research methodology, through ethnographic resources in the insertion and retention of the researcher in the areas of male prostitution in the city and the Sociological Discourse Analysis as a resource for conducting interviews and data analysis. After identifying the areas of prostitution, two gay saunas in Fortaleza as a locus for research were chosen. 10 months of observation were dedicated saunas, 4 interviews were conducted formal and several informal conversations occurred with rentboys. Male prostitution in Fortaleza proved to be an area of conflict, the lack of labor rights and often civilians and comply with the laws. Were featured in the interviews: the symbolic violence at work, the lack of representation of class, visibility of interests and involvement in the development of policies to them. In this marginal space rentboys acts using resources of creativity to stay in the activity. At the same time, this activity is directly linked with the formation of their personal identity, their attitudes towards the world and its self-value judgment.
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\"Tem gente que não quer saber de trabalhar\": apontamentos sobre o discurso da vadiagem na Praça da Sé (SP) / Not informed by the author

Beatriz Ferraz Diniz 23 April 2014 (has links)
A presença de uma explicação psicologizante (e culpabilizante) em relação a setores da pobreza que não encontram lugar na sociedade contemporânea moveu a proposta desta pesquisa. Tal pobreza, não integrada, é vista como composta de indivíduos que, apesar de estarem aptos ao trabalho, não trabalham, evocando representações ligadas ao universo da vadiagem. Com o aporte de estudiosos das ciências humanas e de fontes documentais, verificou-se que, a despeito de particularidades de acordo com a época histórica, os sentidos da vadiagem no Brasil sempre estiveram associados à permanência de certa parcela da população nos espaços públicos, como ruas e praças. Destaca-se, ainda, a pertinência da temática para o contexto brasileiro fundado sob um modelo de cidadania corporativista, em que aqueles que escapam da figura normativa do trabalhador (TELLES, 2001) são vistos como naturalmente incapazes. Tendo em vista estas questões, o presente estudo tem por objetivo investigar se o discurso da vadiagem está presente entre os frequentadores da Praça da Sé (SP), em relação àqueles que se deixam ficar nas imediações do logradouro em período comercial dos dias úteis. A pesquisa foi realizada utilizando como referencial metodológico a etnografia e a análise documental de jornais, e, como ferramentas, a observação participante aliada a conversas informais. As conversas e a convivência no espaço pesquisado mostraram a presença de uma estigmatização de certa plêiade de pedestres que têm em comum o fato de sentar-se ou deitar-se nas muretas ou no chão da praça. Visto como uma gente acomodada que não quer saber de trabalhar, composta, em sua maioria, por homens negros e pobres, a presença destes no logradouro é vista como fator de degradação, de vergonha e também de perigo. Importante apontar que essas pessoas estavam exercendo atividades visando à sobrevivência, de fato, ninguém ali estava à toa. Neste sentido, observa-se a associação da viração das classes pobres identificada às representações de vadiagem em oposição à norma salarial identificada à figura do trabalhador. No levantamento documental, foi visto que os sentidos em torno da vadiagem foram sendo associados não apenas àqueles que permaneciam nos espaços públicos, mas também àqueles que exerciam trabalhos informais nestes espaços. Não obstante, verifica-se que fatores como precariedade das ocupações, repressão policial, instabilidade nas trajetórias de trabalho, porosidade nas fronteiras do formal, informal e lícito, acabam por, muitas vezes, tornar indeterminadas as delimitações entre trabalhadores e vadios. Indeterminação expressa também nas próprias falas dos entrevistados, carregadas de contradições e ambiguidades quanto à adesão ao código do trabalho enquanto processo identificatório. Conclui-se a presença muito forte no imaginário social das estratégias de culpabilização (GUARESCHI, 2007), que atribui o sucesso ou o fracasso, exclusivamente, ao indivíduo. E coloca em segundo plano as circunstâncias históricas e sociais, o que acaba por legitimar a exclusão social. Conclui-se, também, a associação do espaço da rua (DAMATTA, 1997) como lugar onde vivem os malandros, os pilantras, lugar, por princípio, de desordem moral e violência: preconceito, historicamente, arraigado como visto nas notícias de jornais. Neste cenário, é crucial a exposição pública de certa conduta de ser trabalhador, em que determinados rituais e regras acabam por diferenciar o trabalhador formal, do informal e, ambos, dos acomodados, maloqueiros, pilantras, nóias etc / The existence of a psychologizing (and blame-inducing) explanation for sectors of poverty which have no place in contemporary society has motivated this research. Such unintegrated poverty is seen as comprised of individuals who, despite being able to work, do not work, thus evoking representations linked to the world of vagrancy. With the aid of scholars from the human sciences and documentary sources, it was found that, in spite of characteristics which vary according to specific historical periods, the meanings of vagrancy in Brazil have always been associated with the permanence of a certain part of the population in public spaces, such as streets and squares. It should also be emphasized that the subject at hand is pertinent for the Brazilian context, which is based on a model of corporate citizenship, in which those who do not conform to the normative representation of the worker (TELLES, 2001) are seen as naturally incapable. In view of these issues, this study aims to ascertain if the discourse on vagrancy is present among the passersby in Praça da Sé (in the city of São Paulo) in relation to those who hang out around the square during the business hours of working days. The methodological framework for the research was ethnography and the documentary analysis of newspapers, with the use of participant observation as well as informal conversations as research devices. The conversations and the coexistence in the space under research have shown the stigmatization of a certain plethora of pedestrians who share the habit of sitting or lying down on low walls or on the square floor. Seen as sluggish people who just dont want to work, the presence of this mostly poor, black and male population in the square is seen as a degrading, shameful and also dangerous factor. It is important to note that such people were engaged in subsistence activities; in fact, no one was there at leisure. In this sense, one notes the association between the toughing it out of the poor classes with representations of vagrancy, as opposed to the salary norm which is associated with the representation of the worker. The documentary survey found that the meanings revolving around vagrancy have been associated not only with those who stayed in public spaces, but also with those who performed informal work in such places. Nonetheless, factors such as job precariousness, police repression, instability in work trajectories and a thin line between formal, informal and lawful activities often blur the distinction between workers and vagrants. Such blurring is also manifest in the discourse of the interviewed subjects themselves, which are full of contradictions and ambiguities with regards to the adherence to the code of work as an identity process. It was thus concluded that blameinducing strategies (GUARESCHI, 2007), which ascribe success or failure exclusively to individuals, have a very strong role in the social imaginary, relegating historical and social circumstances to the background and ultimately legitimizing social exclusion. It was also concluded that the association of the street space (DAMATTA, 1997) with a place inhabited by rogues and crooks and of inherent moral disorder and violence is a historically rooted prejudice, as seen in newspaper articles. In this scenario, public display of a certain worker conduct is key, whereby certain rituals and rules eventually help differentiate formal workers from informal ones and both these categories from those who are sluggish, con artists, rogues, crackheads etc
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Contribuições da psicologia social do trabalho e das organizações para a gestão de pessoas em fábricas recuperadas: um estudo de caso na Metalcoop / Contributions of social psychology of work and organizations for people management in recovered factories. case study at Metalcoop

Bruttin, André 18 May 2012 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-29T13:30:57Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Andre Bruttin.pdf: 1591233 bytes, checksum: 4da52fc8d0402267f98bd1be8820120b (MD5) Previous issue date: 2012-05-18 / This is a social psychology thesis, in the work and organizational psychology area, which has as a main focus to develop a people management system focusing the promotion of health of workers in a recovered factory, based on the critical role of a psychologist inserted in it. For that I have used as a theoretical reference the social psychology of work and organizations and the psychology of sociohistorical perspective and as a methodological reference I have used the proposal of the theme field. The research was done in a recovered factory in Salto, state of São Paulo, Brazil, and had as the main result the implementation of a people management system which inverts the traditional polarity of work organization, leaving the most traditional that focus the capital behind to have the worker as the main focus in the work process. The program focusing the promotion of health implemented at Metalcoop, was based on five main axis. a) putting work to serve the worker, as we search that the management policies have the worker as the focus; b) promoting the human development through work, as we seek for developing actions from the worker´s point of view and not the organization; c) working policies of identity and identity policies searching projects capable of creating a new character, the partner-worker at the same time that we were promoting the identity personal projects within the organization; d) promoting the worker participation in the organization s decision-making process, aiming to widen the democratic participation in the organization at the same time as we were searching for the development of its critical vision in order to better use the already existing democratic spaces; e) occupational health, managing the work process to avoid those as elements to cause illness / Esta é uma tese de psicologia social, dentro do campo da psicologia organizacional e do trabalho, que teve como foco principal desenvolver um sistema de gestão de pessoas com foco em promoção de saúde do trabalhador em uma fábrica recuperada, a partir de uma atuação crítica do psicólogo inserido nas organizações. Para tanto utilizei como referencial teórico a psicologia social do trabalho e das organizações e a psicologia de perspectiva sócio-histórica e como referencial metodológico a proposta do campo-tema. A pesquisa foi realizada em uma fábrica recuperada localizada em Salto, São Paulo, e teve como principais resultados a implementação de um sistema de gestão de pessoas que inverte a polaridade tradicional da organização do trabalho, saindo do direcionador mais tradicional o capital e passando a ter no trabalhador o foco principal dos processos de trabalho. O programa com vistas a promoção de saúde implementado na Metalcoop, foi escorado em cinco eixos principais. a) colocar o trabalho a serviço do trabalhador, em que buscamos que as práticas e políticas de gestão tivessem o trabalhador como foco principal; b) fomentar o desenvolvimento humano através do trabalho, em que buscamos pensar ações de desenvolvimento a partir do trabalhador e não da organização; c) trabalhar políticas de identidade e identidades políticas, em que buscamos projetos que pudessem viabilizar um novo personagem, o sócio-trabalhador ao mesmo tempo em que fomentávamos os projetos pessoais de identidade dentro da organização; d) Fomentar a participação do trabalhador no processo decisório da organização, em que buscamos ampliar os espaços de participação democrática dentro da organização ao mesmo tempo em que buscávamos desenvolver a visão crítica do trabalhador, para que aproveitasse melhor os espaços democráticos existentes; e) saúde ocupacional, em que buscávamos fazer a gestão dos processos de trabalho evitando que fossem elementos geradores de adoecimento
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A marca da lei no corpo : considerações sobre o registro da (in)utilidade no corpo de trabalhadores bancários

Silva, Adriana Souza da 31 July 2013 (has links)
This study aims to describe what discourses about the illness of the body of the worker diagnosed with RSI/Dort and its relation to social protection devices of the state (accident benefits and wages) and against the state (administrative and legal demands of the workers against the INSS). This is intended to identify the reports about the (in) utility body worker diagnosed with RSI/Dort present in INSS and publications from these publications, map the other social actors that present themselves in these documents in discourses on the concept of body unable to work. Also problematize the relationship between work, body and health in contemporary from the senses that are constructed in discursive play and how the various devices and instances of state crossing in the production of meanings about the subjects that are affected by RSI/WMSD and we are in a situation of inability to work. In an attempt to demarcate the conditions of possibility of these discourses, seeks to emphasize the historicity of brands involved in aspects of production, circulation and consumption of these discourses. Based on the desk research as a methodological strategy, the work is guided in look that takes the analysis of the discursive practices through the production of meanings. Documents are used as the publications of the INSS on your Website that have addressed the issue as RSI/Dort. Examination of documents, notes the consolidation of the publications of the INSS in the production of meanings about RSI/Dort, but also is the recent statement arregimento between the Ministry of Social Security and the Ministry of Health and Ministry of Labour and Employment. Regarding the assessment of incapacity for work, emphasizes the supremacy of medical care for physical examinations, which possibly indicates the importance given to social security expert in the production of truth about this disease. Therapeutic measures are still considered incipient and the prognosis is not favorable to the worker. The reintegration of the worker who has been affected by RSI/Dort and is able to return to work is still a step-confrontational, which has demanded accountability questions about the disease and the social protection of such workers. Shares judicias between worker and company, employee and company and INSS and seem to establish a field conflictive to guarantee rights and social protection for the worker who is marked as unable to work due to RSI/Dort. / O presente estudo objetiva enunciar as discursividades sobre o adoecimento do corpo do trabalhador acometido por LER/Dort e sua relação com os dispositivos de proteção social do Estado (benefícios acidentários e previdenciários) e contra o Estado (demandas administrativas e judiciais dos trabalhadores contra o INSS). Com isso, pretende identificar os relatos sobre a (in)utilidade do corpo do trabalhador acometido por LER/Dort presente nas publicações do INSS e, a partir dessas publicações, mapear os demais atores sociais que se presentificam nesses documentos no discursos sobre o conceito de corpo incapaz para o trabalho. Também se problematizam a relação entre trabalho, corpo e saúde na contemporaneidade a partir dos sentidos que se constroem nesse jogo discursivo e de que forma as diversas instâncias e dispositivos de Estado se atravessam na produção de sentidos sobre os sujeitos que são acometidos pelas LER/DORT e que se encontram numa situação de incapacidade para o trabalho. Na tentativa de demarcar as condições de possibilidade dessas discursividades, busca enfatizar as marcas de historicidade envolvidas nos aspectos de produção, circulação e consumo desses discursos. Partindo da pesquisa documental como estratégia metodológica, o trabalho pauta-se no olhar que assume a análise das práticas discursivas através da produção de sentidos. São utilizados como documentos as publicações do INSS em seu portal eletrônico que têm como assunto abordado as LER/Dort. Na análise dos documentos, observa-se a consolidação das publicações do INSS na produção de sentidos sobre as LER/Dort, mas também é enunciado o recente arregimento entre o Ministério da Previdência e Assistência Social e os Ministério da Saúde e Ministério do Trabalho e do Emprego. No que diz respeito à avaliação da incapacidade para o trabalho, ressalta-se a supremacia do olhar clínico sobre os exames físicos, o que indica possivelmente a importância dada ao perito previdenciário na produção de verdade sobre essa enfermidade. As medidas terapêuticas ainda são consideradas incipientes e o prognóstico é bastante desfavorável ao trabalhador. A reinserção profissional do trabalhador que foi acometido pelas LER/Dort e encontra-se apto ao retorno ao trabalho ainda é uma etapa conflituosa, o que tem demandado questões sobre a responsabilização pelo adoecimento e pela proteção social desse trabalhador. As ações judicias entre trabalhador e empresa, trabalhador e INSS e empresa e INSS parecem estabelecer um campo conflituoso para garantia de direitos e proteção social para o trabalhador que é marcado como incapaz para o trabalho em virtude das LER/Dort.

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