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Avaliação de variantes do gene TMPRSS6 e sua relação com o status de ferro em condições de eritropoese normal e aumentada / Evaluation of TMPRSS6 genetic variants and its relationship with iron status of women with normal and increased erythropoiesis.

Eduardo De Carli 15 December 2016 (has links)
Introdução: A deficiência de ferro é frequente entre mulheres na idade reprodutiva e é considerada problema de saúde pública mundial. Por outro lado, patologias associadas com aumentada atividade eritropoética e sobrecarga de ferro, como as talassemias e a anemia falciforme, estão entre as doenças monogênicas mais frequentes em muitas populações. Os genes HFE e TMPRSS6 codificam as proteínas hemocromatose hereditária (HFE) e matriptase-2 (MT2) que, no fígado, modulam a produção de hepcidina, o hormônio regulador central do metabolismo de ferro. O objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre o consumo alimentar de ferro, as variantes rs855791 (MT2736V), rs4820268 (MT2521V), rs1799945 (HFE63D) e rs1800562 (HFE282Y) e o status corporal do mineral entre mulheres com atividade eritropoética normal (aparentemente saudáveis) ou levemente aumentada (com β-talassemia menor). Casuística e métodos: Inicialmente, foram incluídas 127 estudantes universitárias na idade reprodutiva (18 a 42 anos) e em aparente balanço estacionário do ferro corporal (necessidades fisiológicas e consumo alimentar de ferro pouco variáveis há pelo menos 12 meses). Em um segundo estudo, foram incluídos 33 casos de β-talassemia menor (18 na pós-menopausa), registrados em serviços de hematologia de dois hospitais de São Paulo-SP e um de Sorocaba-SP. Essas foram pareadas com 66 controles, segundo idade, índice de massa corporal, status reprodutivo e uso de anticoncepcionais hormonais. A partir de inquéritos feitos com registros alimentares ou recordatórios de 24 horas foi estimado o consumo de ferro total e biodisponível. Amostras de sangue foram utilizadas para a extração de DNA e determinações de ferritina sérica, saturação da transferrina e hemoglobina. As genotipagens do TMPRSS6 e do HFE foram realizadas por PCR em tempo real. Resultados: Considerando as 226 mulheres avaliadas, as frequências dos alelos MT2736V, MT2521D, HFE63D e HFE282Y foram estimadas em 40,3%, 44,0%, 16,3% e 1,5% respectivamente. No primeiro estudo, foi estimada média de consumo de ferro 10 de 10,9 mg/dia e prevalência de deficiência do mineral de 12,6%. Estimativas de consumo de ferro biodisponível, mas não de ferro total, foram correlacionadas com os valores de ferritina e saturação da transferrina. As associações entre a biodisponibilidade dietética de ferro e seus biomarcadores foram especialmente evidentes entre as carreadoras da variante HFE63D, indicando uma significante interação gene-nutriente. Por outro lado, valores relativamente menores de saturação da transferrina foram associados à presença do alelo MT2736V, independentemente do consumo de ferro biodisponível. Mulheres com β-talassemia menor e suas controles não diferiram quanto à frequência das variantes TMPRSS6 e HFE ou à biodisponibilidade dietética de ferro. Na pós-menopausa, a β-talassemia menor foi associada com valores duas vezes maiores de ferritina, 20% maiores de saturação da transferrina e com probabilidade 3,5 vezes maior de hiperferritinemia. Entretanto, para casos e controles na idade reprodutiva, foi estimada probabilidade de inadequação do consumo de 20,7% e prevalências de deficiência do mineral de 13,3% e 10,0%, respectivamente. Entre essas mulheres, o genótipo positivo ou negativo para a variante MT2736V foi também associado com diferenças nas médias de saturação da transferrina. No entanto, o contraste nesses valores foi relativamente maior entre as mulheres com β-talassemia menor. Além disso, mais acentuada hipocromia acompanhou a presença da variante MT2736V nessa condição. Conclusão: Os achados sugerem que, entre mulheres com eritropoese normal ou com β-talassemia menor, a variante MT2736V não afeta tão fortemente as reservas de ferro corporal como faz a adequação do consumo desse mineral. Ainda assim, a variante HFE63D pode modificar a relação da biodisponibilidade de ferro com seu status corporal e, portanto, ser um importante marcador preditivo de resposta diferencial à dieta. A variante MT2736V foi associada com menor disponibilidade de ferro na circulação de mulheres na idade reprodutiva e, entre aquelas com &#946.;-talassemia menor, com indício de acentuada alteração morfológica dos eritrócitos. / Introduction: Iron deficiency is common among women at childbearing age and it is regarded as a worldwide public health issue. On the other hand, disorders associated with increased erythropoietic activity and iron overload, such as thalassemias and sickle cell disease, are among the most frequent Mendelian diseases in many populations. HFE and TMPRSS6 genes encode the hereditary hemochromatosis protein (HFE) and the matriptase-2 (MT2) both of which modulate the hepatic production of hepcidin, the main hormone regulator of iron metabolism. The aim of this study was to evaluate the relationship among dietary iron intake, rs855791 (MT2736V), rs4820268 (MT2521D), rs1799945 (HFE63D) and rs1800562 (HFE282Y) genetic variants and body iron status of women with normal (apparently healthy) or slightly increased (β-thalassemia minor) erythropoietic activity. Casuistic and methods: Initially, 127 university students at childbearing age (18 to 42 years old) and with steady state body iron (few variations on physiological requirements and dietary iron intake at least for the last 12 months) were included. In a second study, it was included 33 cases of β-thalassemia minor (18 of them post-menopaused) registered in Hematology Services from two hospitals from São Paulo-SP and one from Sorocaba-SP. They were paired with 66 controls by age, body mass index, reproductive status and hormonal contraceptive use. Using food diaries or 24 hours food recalls, total and bioavailable dietary iron intakes were estimated. Blood samples were used for DNA extraction and for determinations of ferritin, transferrin saturation with iron and hemoglobin. TMPRSS6 and HFE genotyping were performed by real time PCR. Results: Considering all the 226 women studied, the allelic frequencies of MT2736V, MT2521D, HFE63D e HFE282Y genetic variants were em 40.3%, 44.0%, 16.3% e 1.5%, respectively. In the first study, a total dietary iron intake of 10.9 mg/day and an iron deficiency prevalence of 12.6% were estimated. There were correlations among ferritin and transferrin saturation values with estimates of bioavailable, but not of total dietary iron intake s. Associations between dietary iron bioavailability and iron biomarkers were especially evident among carriers of HFE63D variant, indicating a significant gene-diet interaction. On the other hand, lower levels of transferrin saturation were associated with the presence of MT2736V variant allele, irrespective of bioavailable iron intake. TMPRSS6 and HFE variants frequencies and dietary iron bioavailability estimates did not differ between women with β-thalassemia minor and their controls. Among postmenopausal women, β-thalassemia minor was associated with two times higher ferritin values, 20% higher transferrin saturation values and 3.5 times higher chance for hiperferritinemia. However, among cases and controls at childbearing age, it was estimated a probability of inadequacy in the dietary iron intake of 20.7% and iron deficiency prevalences of 13.3% and 10.0%, respectively. Among these women, a positive or negative genotype for MT2736V was also associated with differences in transferrin saturation. Nevertheless, the contrast between these values was relatively higher among women with β-thalassemia minor. Moreover, a more accentuated hypochromia accompanied the presence of the MT2736V variant in this condition. Conclusions: Our findings suggest that, among women with normal erythropoiesis or β-thalassemia minor, the presence of the MT2736V variant does not strongly impact the body iron stores as does dietary iron adequacy. Nevertheless, the HFE63D variant may modify the relationship between the dietary iron bioavailability and the body iron status. Therefore, it might be an important predictive marker of women\'s differential response to diet. The MT2736V variant was associated with lower availability of circulating iron in women at childbearing age and, among those with β-thalassemia minor, with suggestive accentuated morphological alteration of erythrocytes.
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"Um biossusceptômetro supercondutor AC para quantificar o ferro hepático". / A Superconductor AC Susceptometer to Quantify Liver Iron.

Antonio Adilton Oliveira Carneiro 08 November 2001 (has links)
Este trabalho consistiu no desenvolvimento de um sistema para medir a magnetização de amostras paramagnéticas e diamagnéticas em grandes volumes. Sua principal aplicação tem sido a medida susceptométrica do tecido hepático para a quantificação da sobrecarga de ferro no fígado. Esse excesso de ferro no corpo é comum em pacientes talassêmicos e falcêmicos, que são regularmente submetidos a transfusões de sangue e, em pacientes com hemocromatose. Em pessoas normais, esse depósito de ferro pode conter entre 0,1 e 0,5 mg de ferritina (ftn) por grama de tecido úmido (mg ftn/gtecido úmido). Quando com sobrecarga, pode alcançar até 30 mg ftn/gtecido úmido. A contribuição diamagnética devido à presença dos tecidos biológicos (água, pele, gordura, músculo, nervo, osso, etc) é equivalente à contribuição paramagnética devido à presença de, aproximadamente, 6 mg ftn/gtecido úmido distribuídos no tecido hepático. Essa intensa contribuição diamagnética foi sensivelmente reduzida com o uso de uma bolsa de água acoplada ao torso. Medidas in vitro foram realizadas num phantom, composto de um tubo cilíndrico de acrílico preenchido com água e uma esfera de plástico, acoplada internamente ao cilindro, preenchida com solução de Fe3+. O volume cilíndrico representa os tecidos e o esférico representa o fígado. Medidas in vivo foram realizadas com duas modalidades: com e sem o uso da bolsa de água sobre o torso. Essas medidas foram efetuadas em voluntários assintomáticos e pacientes talassêmicos sob tratamento no Hemocentro de Ribeirão Preto (HRP). A medida da magnetização foi realizada com um gradiômetro axial de segunda ordem, acoplado a um SQUID-RF. A amostra foi magnetizada com um campo magnético AC e homogêneo. Os resultados confirmaram a sensibilidade da técnica para quantificar níveis de ferro hepático em pacientes com sobrecarga, com eficiência de diferenciar níveis equivalentes àqueles encontrado(s) em pessoas normais. A automatização da instrumentação e a aquisição dos dados foram feitas em ambiente LabView e as simulações dos modelos, apresentadas juntamente com os processamentos dos sinais, foram realizadas em ambiente MatLab. / This work consisted in the development of a system to measure the magnetization of large paramagnetic and diamagnetic samples. The main application was susceptometric measurements of the hepatic tissue for quantification of the iron overload. Iron excess is commonly observed in thalassemic and sickle cell anemia patients who have repeatedly received red blood cell transfusions for prevention or treatment of chronic complications and in patients with hemocromatosis. In normal subjects, iron concentration is usually between 0.1 and 0.5 mg of ferritin by gram of wet tissue (mg ftn/gwet tissue). However, in individuals with the above diseases, it can reach up to 30 mg ftn/gwet tissue. The diamagnetic contribution due to the presence of biological tissues (water, skin, fat, muscle, nerve, bone, etc) is equivalent to the paramagnetic contribution due to the presence of approximately 6 mg ftn/gwet tissue distributed in the hepatic tissue. This intense diamagnetic contribution was makedly reduced by using a water bag coupled to the subject’s torso. Measurements in vitro were performed in a phantom composed of a cylindrical acrylic tube, filled with pure water containing a plastic sphere placed off axis to simulate the liver position. The sphere was filled with a Fe3+ solution to simulate different iron concentration present in the liver. Measurements in vivo were performed in thalassemic patients undergoing treatment at the Hemocentro de Ribeirão Preto (HRP) and in normal subjects using two different modalities: with and without the use of the water bag on the torso. The measurements of the magnetization were made using a second order axial gradiometer coupled to a RF SQUID. The sample was magnetized using a homogeneous AC magnetic field. The results confirmed the sensitivity of the technique to quantify levels of hepatic iron in patients with overload, with efficiency of differentiating iron levels equivalent to that found in normal subjects. Automation of instrumentation and data acquisition were done in LabView (National Instruments) and susceptometric models simulations and the signal processing were done in MatLab environment.
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Aspectos psicossociais em portadores de talassemia na transição para a vida adulta: um estudo de seguimento / Psychosocial Aspects in patients with thalassemia in the transition to adult life: a follow-up study

Veronika de Britto Slavec 30 July 2008 (has links)
As talassemias são distúrbios genéticos caracterizados pela supressão total ou parcial da produção de hemoglobina. É reconhecido que a talassemia tem importantes implicações psicológicas e sociais e que o modo como o paciente e a família lidam com a doença pode ter efeito crítico na sobrevida do portador. O objetivo do presente estudo é identificar as condições psicossociais e a qualidade de vida de jovens portadores de talassemia em dois momentos da vida: adolescência (entre 15 e 21 anos) e início da vida adulta (entre 22 e 28 anos). Trata-se de uma pesquisa de campo, do tipo estudo prospectivo, descritivo e exploratório, com abordagem quanti-qualitativa, realizada em um centro de hemoterapia de um município do interior do Estado de São Paulo. A amostra foi composta por 10 pacientes, de ambos os sexos, com idade entre 22 e 28 anos, portadores de talassemia major. Foram aplicados nas duas fases da pesquisa os seguintes instrumentos: Entrevista Semi-estruturada, Escala de Qualidade de Vida - Medical Outcomes Short-Form Health Survey (SF-36), Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL), Escala Multidimensional de Locus de Controle de Levenson, Escala de Ansiedade e Depressão Hospitalar (HAD) e Inventário de Depressão de Beck (BDI). As análises dos resultados objetivos obedeceram a critérios definidos pelos instrumentos analíticos. A análise das entrevistas pautou-se na caracterização temática do conteúdo dos discursos. Os resultados indicaram que, no primeiro momento da avaliação, o aspecto da qualidade de vida que se mostrou mais preservado foi o Social e o mais prejudicado, o Físico. Já no segundo momento, manteve-se como aspecto mais preservado o Social e o mais prejudicado passou a ser o Emocional. Nos dois momentos avaliados todos os participantes apresentavam sintomas de estresse; na primeira etapa, metade deles encontrava-se na fase de resistência e, na segunda etapa, seis estavam nessa fase em que o organismo tenta adaptar-se ao evento estressor, predominando a sensação de desgaste. A atribuição de causalidade predominante na primeira etapa era voltada à Externalidade-Acaso, que no segundo momento alcançou a totalidade da amostra. Na primeira etapa a HAD permitiu identificar um participante com quadro subclínico de depressão e três com quadro subclínico de ansiedade, sendo que nove apresentavam sintomas depressivos e todos mostravam manifestações de ansiedade; no segundo momento dois participantes apresentaram quadro subclínico de ansiedade e um de depressão, sendo que dois não manifestaram sintomas depressivos. No primeiro momento, o BDI mostrou que, apesar de todos apresentarem sintomas depressivos, não havia quadro de depressão instalado; já no segundo momento, o instrumento mostrou um participante com quadro de depressão instalado e os demais com sintomas depressivos. Os resultados das entrevistas complementaram os instrumentos analíticos. A análise comparativa dos resultados nos dois momentos da avaliação sugere prejuízo na qualidade de vida dos pacientes na transição para a vida adulta, bem como aumento relevante de sintomas psíquicos em alguns, justificando a necessidade de incluir o acompanhamento psicológico sistemático aos portadores de talassemia. / Thalassemia is a genetic disorder characterized by total or partial suppression of hemoglobin production. Its important psychological and social implications are acknowledged, and the how patient and family deal with the disease can have a critical effect on the patient\'s life. This study aims to identify the psychosocial conditions and quality of life of young patients with thalassemia in two moments of life: adolescence (between 15 and 21 years) and beginning of adult life (between 22 and 28 years). It is a field research, prospective, descriptive and exploratory study with quantitative, qualitative approach, carried out in a hemotherapy center in a city in the interior of Sao Paulo, Brazil. Sample composed of 10 patients, both genders, aged between 22 and 28 years, with thalassemia major. The following instruments were applied in the two phases: Semi-structured interview, Quality of Life Scale - Medical Outcomes Short- Form Health Survey (SF-36), Lipp\'s Inventory of Stress Symptoms in Adults, Levenson\'s Multidimensional Locus of Control Scale, Hospital Anxiety and depression (HAD) scale, Beck Depression Inventory (BDI). Analysis of the objective results complied to criteria defined by analytical instruments. The interviews analysis was based on the thematic characterization of the reports content. The results indicate that in the first moment of evaluation, the quality of life social aspect was the one most preserved whereas the physical aspect was the most harmed. In the second moment, the social aspect was kept as the most preserved, whereas the Emotional one became the most harmed. All patients presented stress symptoms in the two moments evaluated. In the first stage, half of them were in the resistance phase and in the second stage, six of them were in this phase when the organism try to adapt to the stressor event, predominating a feeling of exhaustion. Attribution of causality in the first stage was predominantly externality-chance, which reached the whole sample in the second moment. In the first stage, HAD allowed to identify one participant with subclinical depression and three with subclinical anxiety, whereas nine presented depressive symptoms and all of them had anxiety manifestations. In the second moment, two participants presented subclinical anxiety and one subclinical depression, whereas two did not manifest depressive symptoms. In the first moment, BDI showed that despite all participants had presented depressive symptoms, there was no depression installed, whereas in the second moment, the instrument revealed there was one participant with depression while the remaining presented depressive symptoms. The interviews results complemented the analytical instruments. The comparative analysis of results in the two moments of evaluation suggests decreased quality of life in the transition to the adult life, as well as relevant increase of psychic symptoms in some of them, justifying the need of including systematic psychological follow-up to patients with thalassemia.
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Fatores geneticos moduladores da gravidade clinica nas Beta-talassemias : o exemplo da proteina AHSP (Alpha Hemoglobin Stabilizing Protein)

Santos, Camila Oresco dos 27 October 2006 (has links)
Orientador: Fernando Ferreira Costa / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciencias Medicas / Made available in DSpace on 2018-08-07T17:09:12Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Santos_CamilaOrescodos_D.pdf: 28263366 bytes, checksum: 0bb038ac0bb395e9aed9a7089336b2d0 (MD5) Previous issue date: 2006 / Resumo: AHSP é uma proteína eritróide específica que apresenta afinidade de ligação com a-globinas, estabilizando essas moléculas e dessa forma, evitando a precipitação nos precursores eritróides e bloqueando danos celulares causados pela oxidação de cadeias globínicas. Camundongos portadores de P-talassemia com deleção do gene AHSP apresentaram maior precipitação de cadeias a-globinas nas hemácias e níveis acentuados de anemia. Estudos in vitro utilizando proteína recombinante demonstraram menor geração de espécies reativas de oxigênio quando a-globinas encontram-se estabilizadas pela AHSP. Com o objetivo de analisar a importância da proteína AHSP como modulador de gravidade clínica nas síndromes P-talassêmicas o gene AHSP foi analisado em amostras de DNA de pacientes com P-talassemia, atendidos pelo Hemocentro da Unicamp, e em amostras controles durante minha tese de mestrado. Durante estes estudos, três características do gene AHSP foram detectadas. Estas características do gene AHSP foram investigadas durante o desenvolvimento deste presente trabalho. Primeiro, um polimorfismo localizado no posição 12888 no gene AHSP, que leva a substituição de uma Asparagina na posição 75 por uma Isoleucina (N75I), foi identificado em uma paciente heterozigota para P-talassemia (Pj9/pA) com anemia grave e em processos transfusionais freqüentes. Outras duas famílias apresentaram o polimorfismo N75I. Entretanto, nestes casos a presença do polimorfismo no gene AHSP não se correlaciona claramente com a gravidade clínica. O sequênciamento de amostras de indivíduos controles de várias partes do mundo sugerirão uma baixa freqüência deste polimorfismo na população analisada. Estudos de indivíduos saudáveis positivos para o polimorfismo N75I demonstraram precipitação e oxidação de cadeias globínicas nas hemácias. Análises funcionais com proteína recombinante sugerem que a proteína AHSP N75I apresenta características de ligação com a-globínas normais, mas é menos eficiente em evitar geração de espécies reativas de oxigênio por estas cadeias globínicas. Estes efeitos, quando em conjunto com ?-talassemia poderiam resultar em anemia mais grave, demonstrando a proteína AHSP N75I como um modificador genético nas síndromes talassêmicas. Segundo, através de análises computacionais, nós identificamos uma estrutura secundária na região 3'-UTR do RNA mensageiro do gene AHSP. semelhante a um elemento responsivo a ferro (IRE), presente em todas as espécies que apresentam o gene AHSP. Várias evidências demonstraram que, mesmo não apresentando as características principais para a caracterização de um IRE, esta estrutura secundária do gene AHSP é reconhecido pelas proteínas reconhecedoras de IREs (IRPs) regulando a estabilidade da molécula de RNA mensageiro em resposta aos níveis de ferro: 1) Recuperação do RNA mensageiro do gene AHSP através da imunoprecipitacão das proteínas IRP1 e IRP2: 2) Níveis elevados de ferro desestabilizam o RNA mensageiro do gene AHSP: mutações neste IRE levam à desestabilização constitutiva do RNA mensageiro; 3) Níveis elevados de ferro desestabilizam o RNA mensageiro do gene AHSP em camundongos que apresentam excesso de ferro. Estes dados contribuem para o melhor entendimento de como IRE atípicos podem ainda ser funcionais e sugerem um mecanismo que poderia regular a estabilidade de cadeias globínicas de acordo com os níveis de ferro. Além disso, sugerem que o excesso de ferro, que ocorre em pacientes com (3-talassemia. podem ser determinante na gravidade da doença por, provavelmente, aumentar os níveis de a-globinas livres e precipitando nos precursores eritróides. E, em terceiro, através de busca de sítios de ligação de fatores de transcrição no gene AHSP, nós encontramos um elemento MARE localizado no final do segundo éxon. Estudos de imunoprecipitaçâo de cromatina demonstraram ligação dos fatores de transcrição Nrf2, Bachl e Maf ao elemento MARE do gene AHSP e regiões controle. Concluindo, estes resultados demonstraram pela primeira vez um polimorfismo no gene AHSP que produz uma proteína não completamente funcional que pode estar relacionada com gravidade à p-talassemia e, além disso, descrevem dois mecanismos inéditos da regulação da expressão do gene AHSP que podem ser importantes na regulação deste gene em outras doenças hematológicas e durante a eritropoiese / Abstract: Alpha-hemoglobin stabilizing protein (AHSP) is an erythroid-specific molecular chaperone that binds the cx-chains of hemoglobin, preventing their precipitation and deleterious effects. Loss of AHSP exacerbates a-globin precipitation and anemia in a murine model for p-thalassemia. In vitro, recombinant AHSP inhibits the production of reactive oxygen species (ROS) by a-globin. To further define the role of AHSP as a modifier of P- thalassemia, we analyzed AHSP sequence for mutations in a large population of (3- thalassemic and control subjects. From this genomic screening three interesting features of the AHSP gene were found. First, a single nucleotide change that converts asparagine 75 to leucine (N75I) was identified in a patient who was heterozygous for P-thalassemia (p39/(3A). She presented with an unusually severe anemia that required regular blood transfusion. Another two families were positive detected for the SNP N75I. but the presence of other known genetic modifiers for thalassemia in these families made hard to correlate clinical severity with AHSP. Of the unrelated control subjects tested just one (0.35%) contained the SNP N75I. Analysis of red blood cells from this subject revealed normal hemoglobin indices but a small number of Heinz bodies, suggesting a non-fully functional AHSP. Analysis of the biochemical properties of the recombinant mutant protein showed that the binding affinity of AHSP N75I for a- hemoglobin is normal. Importantly, compared to wild type AHSP, the N75I mutant protein exhibited significantly reduced capacity to inhibit ROS production by a-hemoglobin. Hence, AHSP N75I may be less effective at conferring protection from oxidative-mediated damage by free a-hemoglobin in erythrocytes. These effects, when coupled with P-thalassemia, could result in more severe anemia, implicating AHSP N75I as a potential genetic modifier. Second, by computational algorithms, we identified IRE-like stem-loop structures in AHSP mRNA of multiple species, yet the primary sequences deviate significantly from canonical IRE consensus sequences determined by studies of classical IREs, such as Transferring receptor and Ferritin. Several lines of evidence now show that the AHSP IRE binds IRPs to regulate mRNA stability in an iron-dependent fashion: 1) AHSP mRNA co-immunoprecipitates with IRPs. 2) AHSP mRNA is destabilized by iron in both erythroid and heterologous cells; disruption of the IRE renders the mRNA constitutively unstable. To study how iron regulates AHSP expression in vivo, we treated mice with iron dextran for 10 days and then examined AHSP mRNA in Terll9+ erythroid progenitors by RT-PCR. We found that short-term iron overload reduced AHSP mRNA levels. Our findings indicate that AHSP mRNA stability is regulated by iron via an atypical 3'-UTR IRE. These findings extend the potential repertoire for functional IREs that do not conform as the previously defined canonical consensus sequences. In addition, they provide a potential mechanism by which erythroid cells can regulate globin stability according to iron status. As such, iron overload, which occurs in patients with p thalassemia, might aggravate the disease by further elevating the levels of toxic free a globin. And third, by computation analysis of transcriptional sites, we found a potential MARE element located at the end of the second exon. Experiments of chromatin imunoprecipitation assay determined the binding of the transcript factor Nrf2, Bachl and Maf to the MARE element of AHSP gene, as well to the positive controls. Overall, these results demonstrated for the first time a polymorphism on AHSP gene that produce a non fully functional protein that might be correlated with severity in p-thalassemia and two new mechanisms that control the AHSP gene expression with potential implications in another hematological diseases besides thalassemias and closely connecting AHSP with erythropoiesis / Doutorado / Biologia Estrutural, Celular, Molecular e do Desenvolvimento / Doutor em Fisiopatologia Medica
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Aplicações da ressonância magnética cardíaca em uma população de pacientes beta-talassêmicos de um hospital terciário / Cardiac magnetic resonance applications in a beta-thalassemia patient population from a brazilian tertiary hospital

Trad, Henrique Simão 06 July 2018 (has links)
Beta-talassemia é uma das doenças genéticas mais comuns no mundo, com graus variados de anemia crônica, tratados por transfusões sanguíneas rotineiras nos casos mais graves. A sobrecarga de ferro acentuada a que esses pacientes são submetidos é a principal responsável pela morbimortalidade, sendo o acúmulo de ferro no miocárdio e a doença cardíaca disso decorrente, a principal causa de morte nessa população. A ressonância magnética cardíaca (RMC) é ferramenta central no acompanhamento desses pacientes, utilizando-se da técnica T2*, capaz de determinar a presença e grau da deposição de ferro no miocárdio, modificando o tratamento da terapia quelante de ferro (TQF). Além disso, outros parâmetros volumétricos e funcionais obtidos no exame de RMC podem estar alterados nesses pacientes. Até a atualidade, inexistem estudos nacionais descrevendo uma população de pacientes beta-talassêmicos pelos parâmetros da RMC. Objetivos: 1. Caracterizar a partir dos diversos parâmetros dos exames de RMC, a população dos pacientes talassêmicos acompanhados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. 2. Avaliar o impacto dos diversos parâmetros da RMC com informações clinicas como mudança terapêutica, ocorrência de insuficiência cardíaca e óbito. Métodos: foram avaliados 44 pacientes com diagnóstico de beta-talassemia em seguimento no serviço de hematologia, para os quais foram solicitados exames de RMC na rotina clínica. Os exames incluíram sequências cine SSFP (steady state free precession) nos diversos planos cardíacos, incluindo uma sequência do eixo curto de ambos os ventrículos, esta utilizada para as medidas de volumes e função ventriculares. A sequência T2* utilizada foi gradiente eco com pré-pulso de saturação do sangue, com aquisição de 9 ecos consecutivos em apenas uma apneia. Sequência semelhante foi obtida para cálculo do T2* hepático. Foi feita revisão dos prontuários dos pacientes para avaliação dos dados clínicos. Resultados: 44 pacientes foram avaliados (25 do sexo masculino 56,8 %), com idade de 23,1±10,3 anos e diagnóstico de beta-talassemia maior em 30 casos (68,2 %) e talassemia intermedia em 14 casos (31,8 %). Foram descritos os volumes, massa e função para ambos os ventrículos, bem como a distribuição da medida do T2* miocárdico. Não foram observadas diferenças desses parâmetros entre os diferentes grupos de impregnação miocárdica pelo T2*. O seguimento médio do estudo foi de 4,0 (±1,1) anos com 4,7 (±1,6) exames por paciente. Foram identificados cinco pacientes com doença cardíaca e dois óbitos. Esses pacientes apresentaram redução significativa do T2* miocárdico, da fração de ejeção do ventrículo direito (VD), massa ventricular direita e esquerda e do volume sistólico final do VD, quando comparados aos indivíduos sem acometimento cardíaco reportado. Conclusão: Caracterizou-se a população de pacientes beta-talassêmicos acompanhados nesta instituição, em relação aos diversos parâmetros da RMC, salientando-se o impacto da introdução do método na mudança terapêutica. A medida do T2* miocárdico está correlacionada ao desenvolvimento de cardiopatia e pior evolução clínica, incluindo óbito. Acometimento do VD pode ser indicador precoce da impregnação miocárdica. / Beta-thalassemia is one of the most common genetic disorders worldwide, with different degrees of chronic anemia, treated with routine blood transfusions in severe cases. Morbidity and mortality is mainly related to the chronic iron overload and iron burden these patients endure. Myocardial iron overload and the development of cardiac disease remain the main cause of death for this population. Cardiac magnetic resonance (CMR) plays a central role in patient management, utilizing T2* sequences, which allows for detection and quantification of myocardial iron deposits, thus prompting changes in iron chelation therapy (ICT). Besides, there are other significant CMR volumetric and functional parameters to present abnormalities in these patients. To the present date, no national data has been published, describing a beta-thalassemia patient population from the standpoint of CMR parameters. Objectives: 1. To characterize, from the different CMR parameters, the beta-thalassemia patient population followed at a Brazilian tertiary hospital. 2. To evaluate the impact of these different CMR parameters, in relation to clinical data, such as therapeutic change, cardiac disease and death. Methods: 44 beta-thalassemia patients followed by the hematology service of this institution were evaluated, to whom CMR exams were performed in routine clinical practice. CMR exams included SSFP (steady state free precession) cine images through the different cardiac planes, including a short axis stack through both ventricles, used to calculate ventricular volumes and function. A gradient echo sequence with a dark blood pre-pulse saturation was used to calculate myocardial T2* values, with 9 consecutive echo times acquisition in one breath hold. A similar sequence was used to determine liver T2* values. Medical records were reviewed for clinical data. Results: 44 patients were evaluated (25 males, 56.8 %), with a mean age of 23,1 (±10,3) years, and diagnosis of betathalassemia major in 30 patients (68,2 %) and beta-thalassemia intermedia in 14 (31,8 %). Ventricular volumes, mass and function were described, as well as myocardial T2* distribution. There were no statistical difference observed among the different CMR parameters and the myocardial T2* degrees. Mean follow up was 4,0 (±1,1) years, with 4,7 (±1,6) exams per patient. Five patients with cardiac disease were identified with two deaths during observation. These patients showed a significantly reduced myocardial T2* and RVEF, and an elevated ventricular mass, for both ventricles, and final systolic right ventricular volume, when compared to patients without cardiac disease. Conclusion: A betathalassemia patient population was characterized through the different CMR parameters, highlighting the impact of CMR introduction to treatment decision. Myocardial T2* is related to cardiac disease development, clinical worsening and death. Right ventricular functional worsening could be an early sign of myocardial iron involvement.
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Influência dos níveis de ferritina sérica, das mutações no gene da beta globina e dos valores das enzimas de detoxificação Catalase e Glutationa S -Transferase na expressão fenotípica de Beta Talassemia Heterozigota /

Estevão, Isabeth da Fonseca. January 2011 (has links)
Resumo: A beta talassemia heterozigota pode ser decorrente de mutações β 0 ou β + , de acordo com ausência ou redução na produção das cadeias da beta globina, respectivamente. Poucos estudos na literatura correlacionam possíveis efeitos deletérios dessas mutações, quando em heterozigose. A coerança com mutações em genes, não localizados no cluster do gene da β-globina, podem modificar o fenótipo talassêmico. O estresse oxidativo gerado pelo aumento de ERO é um dos mecanismos responsáveis pala aceleração da apoptose celular. Há evidências que o excesso de cadeias alfa, mesmo em pequenas quantidades, seja suficiente para iniciar a geração de ERO e, portanto, estresse oxidativo em beta talassêmicos heterozigotos. Nas formas homozigotas ou com dupla heterozigose os pacientes apresentam anemia grave, transfusão dependente, e a sobrecarga de ferro é uma das mais frequentes e graves complicações nesses indivíduos. Na forma heterozigota a ocorrência de sobrecarga de ferro é rara, porém alterações no perfil do ferro são observadas. O objetivo desse trabalho foi analisar a influência dos níveis de ferritina sérica, das mutações no gene da β-globina, das mutações no gene HFE, da atividade das enzimas de detoxificação GST e CAT e dos polimorfismos das GSTs na expressão fenotípica de indivíduos beta talassêmicos heterozigotos. Foram avaliados 158 portadores de beta talassemia heterozigota diagnosticados previamente por metodologias clássicas. Todos adultos, de origem caucasóide, residentes na região Central do Estado de São Paulo e acompanhados em serviços públicos ou privados da região. O grupo controle foi composto de 24 adultos, caucasóides e residentes na mesma região. A avaliação hematológica foi realizada pelo hemograma, em contadores automatizados de células e quantificação das sub frações de Hb A2 e Hb F por HPLC. O perfil... (Resumo completo, clicar acesso eletrônico abaixo) / Abstract: Beta thalassemia may occur due to mutations β 0 or β +, according to absence or reduction in the production of beta globin chains, respectively. Few studies have been done correlating possible deleterious effects of these mutations, when in heterozygous. Co-inheritance with mutations in the genes, not located in the cluster of β-globin gene may modify the phenotype of the thalassemic. Stress oxidative generated by the increase of ROS is one of the mechanisms responsible for the acceleration of cell apoptosis. There are evidences that alpha chains in excess, even in small quantities, are sufficient to start ROS generation and thus oxidative stress in heterozygous beta thalassemic. In homozygous form or genetic heterozygous compound present severe anemia, transfusion dependent and iron overload is one of the complications more frequent and severe in these patients. In the heterozygous form the presence of iron overload is rare, but alterations in the profile of iron are observed. The aim of this study was to examine influence of the levels of serum ferritin, the mutations in the β-globin gene, the mutations in the HFE gene, activity of enzymes detoxification, GST and CAT, and polymorphisms of GSTs in the expression phenotypic of individuals heterozygous beta thalassemic. We evaluated 158 patients with beta thalassemia heterozygous previously diagnosed by classic methodologies. They were all adults, Caucasian origin, residents in the Central Region of São Paulo state and accompanied in public or private services of the region. The control group consisted of 24 adults, Caucasians and residents in the same region. Hematologic evaluation was carried out by hemogram, in automated counters of cells and quantification of the subfractions of Hb A2 and Hb F by HPLC; the iron profile was based on the transferrin saturation , calculated on the serum iron and total iron binding capacity... (Complete abstract click electronic access below) / Orientador: Claudia Regina Bonini-Domingos / Coorientador: Eduardo Alves de Almeida / Banca: Elvira Maria Guerra Shinohara / Banca: Ivan Lucena Angulo / Banca: Maria Stella Figueiredo / Banca: Maria Tercília Vilela de Azeredo Oliveira / Doutor
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Influência da δβ-Talassemia ou de elementos de regulação em indivíduos com hemoglobina fetal aumentada na população da região Noroeste do Estado de São Paulo

Carrocini, Gisele Cristine de Souza [UNESP] 25 February 2011 (has links) (PDF)
Made available in DSpace on 2014-06-11T19:26:05Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2011-02-25Bitstream added on 2014-06-13T19:12:53Z : No. of bitstreams: 1 carrocini_gcs_me_sjrp.pdf: 1450758 bytes, checksum: 22d1c253bc1aae8bf01a4211133799fb (MD5) / A hemoglobina Fetal (Hb F), formada por duas cadeias globínicas alfa (α) e duas gama (γ) (α2 γ2), apresenta expressão reduzida em indivíduos adultos, variando de 0% a 1% do total de hemoglobinas. Os níveis aumentados de Hb F são decorrentes de mutações na família β- globina, que originam a Persistência Hereditária de Hemoglobina Fetal (PHHF) e a Delta- Beta Talassemia (δβ-Talassemia). O controle na produção se dá por região reguladora e por regiões não pertencentes à família β-globina, dentre elas 2q16, 6q23, 8q e Xp22.2. Os objetivos do presente trabalho consistiram em verificar a presença e a frequência de duas mutações para a δβ-Talassemia, do polimorfismo XmnI e dos haplótipos β-globina em indivíduos saudáveis com Hb F aumentada do estado de São Paulo. Foram analisadas 60 amostras de sangue periférico de indivíduos adultos, saudáveis e sem queixa de anemia. Foram separadas em dois grupos de estudo, de acordo com os níveis de Hb F em grupo I - 34 amostras com Hb F variando de 2% a 15%; e grupo II - 26 amostras com níveis de Hb F superiores a 15%. Em relação aos polimorfismos analisados, foram encontrados três indivíduos heterozigotos (5%) para a mutação δβ-Talassemia Espanhola, pertencentes ao grupo I, cujos níveis de Hb F estavam dentro da faixa de normalidade. A mutação δβ- Talassemia Siciliana não foi encontrada, fato que requer a investigação de outros polimorfismos relacionados ao aumento de Hb F na vida adulta. A frequência do polimorfismo XmnI foi de 33,3% e os níveis médios de Hb F foram de 15,48 ± 11,69%. A frequência observada em nosso estudo para esse sítio polimórfico é maior do que os achados da literatura para indivíduos saudáveis. Esse polimorfismo foi mais presente em indivíduos com concentrações de Hb F abaixo de 15%. Para quatro das amostras positivas para esse polimorfismo os níveis... / Fetal Hemoglobin (Hb F), formed by two alpha globin chains (α) and two gamma chains (γ) (α2 γ 2 ), has reduced expression in adults, ranging from 0% to 1% of total hemoglobin. Increased levels of Hb F are due to mutations in β-globin family, which cause the Hereditary Persistence of Fetal Hemoglobin (HPFH) and Delta-Beta Thalassemia (δβ-Thalassemia). The control of the production takes place by the regulatory region and regions outside the β-globin family, among them 2q16, 6q23, 8q and Xp22.2. The aims of this study were to verify the presence and frequency of two mutations for δβ-thalassemia, of the XmnI polymorphism and β-globin haplotypes in healthy individuals with increased Hb F of the state of Sao Paulo. We analyzed 60 samples of peripheral blood of adults, healthy and without complaints of anemia. The samples were separated into two groups, according to the Hb F levels in group I - 34 samples with Hb F ranging from 2% to 15% and group II - 26 samples with Hb F levels above 15%. In relation to the polymorphisms examined, we found three heterozygous individuals (5%) for Spanish δβ-thalassemia, belonging to group I, whose Hb F levels were within the normal range. The Sicilian δβ-thalassemia mutation was not found, fact that requires the study of other polymorphisms related to the increase of Hb F in adult life. The frequency of XmnI polymorphism was 33.3% and the mean Hb F levels were 15.48 ± 11.69%. The frequency observed in our study to this polymorphic site is higher than the findings in the literature for healthy subjects. This polymorphism was more prevalent in individuals with Hb F concentrations below 15%. For four samples positive for this polymorphism, the Hb F levels were explained by the presence of HPFH and Spanish δβ-Thalassemia mutations, so that the presence of XmnI polymorphic site was not determinative to influence the γ-globin genes expression... (Complete abstract click electronic access below)
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Estresse oxidativo em pacientes beta talassêmicos heterozigotos e com deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase /

Ondei, Luciana de Souza. January 2009 (has links)
Orientador: Claudia Regina Bonini Domingos / Banca: Antonio Fabron Junior / Banca: Luiz Carlos de Mattos / Banca: Sonia Maria Oliani / Banca: Wilson Araújo Silva Junior / Resumo: Na talassemia beta, o acúmulo das cadeias alfa livres, bem como a liberação do grupo heme e do ferro durante o processo hemolítico, ocasionam aumento de danos oxidativos que podem resultar em lipoperoxidação de membranas celulares, desnaturação de proteínas e oxidação da hemoglobina. Na deficiência de glicose- 6-fosfato desidrogenase (G6PD), esse aumento é decorrente da diminuição da produção de nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato reduzido (NADPH) que pode resultar em hemólise intravascular. Diante da possibilidade de estresse oxidativo nos portadores de beta talassemia heterozigota e nos indivíduos com deficiência de G6PD, neste trabalho avaliou-se a expressão fenotípica das afecções genéticas por meio da identificação das mutações e análise de marcadores para estresse oxidativo. Para o estabelecimento dos grupos controle e com deficiência de G6PD foram avaliadas 544 amostras de sangue periférico de indivíduos da região Noroeste do Estado de São Paulo, sendo 426 doadores de sangue e 118 indivíduos de uma instituição de ensino superior. Para a composição do grupo com talassemia beta heterozigota foram avaliadas 46 amostras de sangue de indivíduos com diagnóstico clínico de talassemia beta da cidade de São Carlos/SP. Foram realizados métodos de triagem e confirmatórios para a identificação da talassemia beta heterozigota e da deficiência de G6PD, e dosagens bioquímicas para quantificação das espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), utilizado como marcador de estresse oxidativo, e para a determinação da capacidade antioxidante em equivalência ao Trolox (TEAC). Os polimorfismos da glutationa S-transferase (GST) GSTM1 e GSTT1 foram avaliados por PCR multiplex o de GSTP1 por PCR/RFLP. No grupo com talassemia beta heterozigota foram encontradas 18 (39%) amostras com a mutação CD39; 22 (48%) com a mutação... (Resumo completo, clicar acesso eletrônico abaixo) / Abstract: In beta thalassemia, the excess of unpaired alpha chains, as well as the heme group and iron released during the hemolytic process increase the oxidative damage. In G6PD deficiency, this increase is caused by a reduced production of NADPH that results in an intravascular hemolysis. Thus, facing the oxidative stress possibility in beta thalassemia carriers and G6PD deficiency individuals, it was aimed to evaluate the fenotypic expression of this genetic disorders through the mutation identification, as well as the oxidative stress marker analysis. We used 544 peripheral blood samples of individuals from São Paulo's northwestern to control group and to G6PD deficiency group establishment. For beta thalassemia heterozygote group were evaluated 48 blood samples of São Carlos/SP city. Tests were carried out aiming the screening and confirmation of beta thalassemia and G6PD deficiency, as well as the analysis of lipid peroxidation products measured as thiobarbituric acid reactive species (TBARS) and Trolox equivalent antioxidant capacity (TEAC). Were determined the frequencies of GSTM1, GSTT1 and GSTP1 polymorphisms. The analysis with beta thalassemia carriers allowed to establish in the study group a frequency of 39% for CD39 mutation, 48% for IVS-I-110 mutation and 2% for IVS-I-6 mutation. For G6PD deficiency was founded a frequency of 3.86%. The beta thalassemic group evaluation showed an increase of TBARS and TEAC values, when compared to the control group. There was a tendency to increase lipid peroxidation in beta0 CD39 mutants compared to beta+ IVS-I-110 mutants, because there is more free chains amount in beta0 thalassemia than beta+ thalassemia. In the G6PD deficiency analysis was found a lower G6PD activity in men than in women, but there was no interference of gender in the TBARS and TEAC assays results. The comparison between the control group and the G6PD deficiency group... (Complete abstract click electronic access below) / Doutor
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Capacidade antioxidante na Hb S : influência de talassemia alfa, haplótipos do gene βS globina e melatonina /

Shimauti, Eliana Litsuko Tomimatsu. January 2011 (has links)
Resumo: A anemia falciforme (Hb SS), caracterizada por estados de inflamação crônica e eventos de agressão isquêmica e reperfusão pode causar danos oxidativos às macromoléculas biológicas. Os genes epistáticos e os haplótipos do gene da globina βS são possíveis moduladores de variabilidade fenotípica na Hb SS. A melatonina pode atenuar o estresse oxidativo e abrandar a morbidade. O objetivo deste foi analisar a influência de talassemia alfa (-α3.7), haplótipos do gene βS e melatonina na capacidade antioxidante total e expressão fenotípica, em indivíduos com Hb SS e Hb AS. Para avaliar o nível de melatonina sérica foram selecionadas 15 amostras de pacientes com Hb SS e 24 com Hb AA da região noroeste do estado do Paraná (NOPR). A triagem das hemoglobinas foram realizadas por métodos eletroforéticos e cromatográfico, e a caracterização genotípica da Hb S por meio de PCR- RFLP e PCR-AE. As espécies reativas de ácido tiobarbitúrico (TBARS), e a capacidade antioxidante total em equivalência ao Trolox (TEAC) foram determinadas por meio da espectrofotometria. A melatonina foi estimada por meio de HPLC. O estado redox foi analisado selecionando amostras de 68 indivíduos com Hb SS, 53 com Hb AS e 149 com Hb AA, das regiões sul e sudeste do Brasil. Para analisar a influência dos genes epistáticos sobre a TEAC, melatonina e expressão fenotípica, foram selecionadas 17 amostras com Hb SS, 30 com Hb AS, e 30 com Hb AA, da NOPR. O critério para elegebilidade foi ser não fumantes não gestantes, não etilistas e estar na fase estável para os indivíduos com HbSS. Os haplótipos do gene βS e a talassemia -α3.7 foram identificados por meio de PCR-RFLP e PCR multiplex, respectivamente. Os níveis séricos de melatonina apresentaram-se reduzidos nos indivíduos com Hb SS (P<0,001), e os TBARS e TEAC elevados quando comparados a grupo controle (P<0,001 e P<0,01 respectivamente)... (Resumo completo, clicar acesso eletrônico abaixo) / Abstract: Sickle cell disease (Hb SS), characterized by chronic inflammation and ischemic damage episodes and reperfusion, comprises excessive production of free radicals which can cause oxidative damage to biologic macromolecules. The epistatic genes and the polymorphism of the βS globin gene region are possible modulators of phenotypical variability of sickle cell disease in Hb SS. Melatonin can diminish both the oxidative stress and morbidity. The objective of this study was to analyze the influence of -α-3.7 thalassemia and from βS gene haplotypes on total anti-oxidant capacity, melatonin serum levels and phenotypical expression in individuals with Hb SS and Hb AS. To evaluate melatonin serum level 15 samples with HbSS and 24 with Hb AA from the northwest region of Paraná state (NOPR). The hemoglobin screenings were performed by electrophoretic and chromatographic methods and genotypic characterization of Hb S by PCR- RFLP and PCR-AE. The concentrations of thiobarbituric acid reactive substances (TBARS), used as markers of oxidative stress and total antioxidant capacity in equivalence to Trolox (TEAC), were determined by spectrophotometry. Melatonin was estimated by HPLC. The redox state was analyzed through selecting 68 individuals with Hb SS, 53 with Hb AS and 149 with Hb AA from Brazil's south and southeast regions. To analyze the influence of epistatic genes on TEAC, melatonin and phenotypical expression, there were selected 17 samples with Hb SS, 30 with Hb AS, and 30 with Hb AA from NOPR. The βS gene haplotypes and -α-3.7 thalassemia were identified through RFLP-PCR and multiplex PCR, respectively. The melatonin serum levels appeared significantly reduced in individuals with Hb SS (P<0.001); and the TBARS and TEAC appeared significantly increased when compared to the control group (P<0.001 and P<0.01, respectively). The correlation between TBARS and TEAC (r=0.51; P=0.04)... (Complete abstract click electronic access below) / Orientador: Claudia Regina Bonini Domingos / Coorientador: Eduardo Alves de Almeida / Banca: Hermione Elly Melara de Campos Bicudo / Banca: Paulo César Naoum / Banca: Isaac Lima da Silva Filho / Banca: Octavio Ricci Junior / Doutor
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Preval?ncia de talassemia alfa+ (dele??o -a3.7) na popula??o adulta do estado do Rio Grande do Norte

Alcoforado, Gustavo Henrique de Medeiros 28 February 2011 (has links)
Made available in DSpace on 2015-03-03T14:03:53Z (GMT). No. of bitstreams: 1 GustavoHMA_DISSERT.pdf: 3193729 bytes, checksum: 228c743c63181279221975bff15e73a2 (MD5) Previous issue date: 2011-02-28 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient?fico e Tecnol?gico / Alpha thalassemia, the most common monogenic disorder in the world, is characterized by deletions of one (+-thalassemia) or both alpha genes (0-thalassemia) located on human chromosome 16 (16p13.3). The most common case of +-thalassemia is a deletion of 3.7 kb of DNA (-3.7 deletion). It is most prevalent in African and Middle East regions. In the few studies carried out in Brazilian population -3.7 deletion was the most common deletion, mainly in African descendants. This study was conducted to determine the prevalence of +- thalassemia (deletion 3.7kb) in adult population from Rio Grande do Norte. We obtained blood samples from 713 unrelated individuals of both genders, aged between 18 and 59 years old. All individuals were born in Rio Grande do Norte. The hematological indices were obtained in an automatic cell counter (Micros 60, ABX Diagnostics). The hemoglobin measurement (A2 and Fetal hemoglobin) and the profile confirmation were carried out by high performance liquid chromatography (HPLC) methodology. Genomic DNA was obtained from peripheral blood leukocytes using Illustra Blood GenomicPrep Mini Spin kit and -3.7 deletion was investigated by PCR. Among the 713 individuals studied, 80 (11,2%) presented +- thalassemia: 79 (11,1%) were heterozygous and 1 (0,1%) homozygous for the -3.7 deletion. Considering the ethnic group, negroes showed the greatest prevalence of +-thalassemia (12,5%), followed by mulattoes (12,3%) and caucasian (9,6%). Statistical comparison of hematological parameters between normal individuals and heterozygous to +-thalassemia showed significant differences in RBC (p<0,001), MCV (p<0,001), MCH (p<0,001), Hb A2 (p=0,007) as well as female hemoglobin concentration (p=0,003). This is one of the first studies to research +-thalassemia in general population of Rio Grande do Norte state and these results attest the importance of investigation of this condition to define the etiology of microcytosis and hypochromia. / A talassemia alfa, doen?a monog?nica mais frequente no mundo, ? caracterizada por dele??es envolvendo um dos genes (talassemia a+) ou ambos os genes (talassemia a0) de globina alfa localizados no cluster a no cromossomo 16 (16p13.3). A altera??o presente na maioria dos casos de talassemia a+ ? a dele??o de um fragmento de 3.7 kb de DNA (dele??o -a3.7) com frequ?ncias muito elevadas na regi?o do Mediterr?neo e na ?frica. No Brasil, estudos j? realizados mostram que a dele??o -a3.7 ? a mais frequente, e sendo, encontrada principalmente em indiv?duos de origem africana. O presente estudo teve como objetivo principal determinar a preval?ncia da talassemia alfa+ (dele??o -a3.7) na popula??o adulta do estado do Rio Grande do Norte. Foram obtidas amostras de sangue de 713 indiv?duos (408 do sexo feminino e 307 do sexo masculino) , com idade compreendida entre 18 e 59 anos, n?o aparentados e naturais do estado do Rio Grande do Norte. Os dados hematol?gicos foram obtidos em contador autom?tico de c?lulas (Micros 60, ABX Diagnostics). A confirma??o do perfil hemoglob?nico e a quantifica??o das hemoglobinas A2 e Fetal foram realizadas por cromatografia l?quida de alta performance (HPLC). O DNA foi isolado de leuc?citos do sangue perif?rico utilizando-se o kit ?Illustra blood genomicPrep Mini Spin? (GE Healthcare), e a investiga??o da talassemia alfa (dele??o - 3.7) foi realizada por PCR. Dos 713 indiv?duos investigados, 80 (11,2%) apresentaram talassemia alfa+, sendo 79 (11,1 %) heterozigotos (-a3.7/aa) e 1 (0,1%) homozigoto da dele??o (-a3.7/-a3.7). Considerando a etnia, verificou-se que os indiv?duos negros apresentaram uma maior preval?ncia de talassemia alfa (12,5%), seguido pelos pardos (12,3%) e brancos (9,6%). A compara??o dos ?ndices hematol?gicos entre os indiv?duos com gen?tipo normal e heterozigoto da talassemia alfa+ (dele??o - 3.7) mostrou uma diferen?a estaticamente significante no n?mero de hem?cias (p<0,001), VCM (p<0,001), HCM (p<0,001) e A2 (p=0,007), al?m da dosagem de hemoglobina (p=0,003) para o sexo feminino. O estudo constitui um dos primeiros a investigar a talassemia alfa+ (dele??o -a3.7) na popula??o geral do estado do Rio Grande do Norte e os resultados obtidos evidenciam a import?ncia da investiga??o dessa condi??o a fim de elucidar a etiologia da microcitose e/ou hipocromia

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