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Síntese, organização e abertura do pensamento enunciativo de Émile Benveniste : uma exegese de O Aparelho Formal da EnunciaçãoAresi, Fábio January 2012 (has links)
Este estudo tem por objetivo a realização de uma exegese (tomando o termo “exegese” no sentido de leitura epistemológica) do artigo de 1970, de Émile Benveniste, intitulado O aparelho formal da enunciação, procurando averiguar em que medida é possível considerá-lo como um texto ao mesmo tempo de síntese e organização da perspectiva enunciativa esboçada pelo linguista no decorrer de seus trabalhos anteriores, e como um texto de “abertura”, ao ampliar o alcance teórico da enunciação em relação à língua e abrir a teoria enunciativa a novas possibilidades de análise. Para tanto, o trabalho se encontra dividido em duas partes: A primeira delas compreende os três primeiros capítulos e se destina ao estabelecimento das bases teórico-metodológicas da exegese, configurando-se, portanto, como uma tentativa de elaboração de operadores de leitura necessários à leitura epistemológica da obra benvenistiana. A segunda parte constitui propriamente a exegese do texto de 1970 e é constituída por dois capítulos, um responsável pelo ponto de vista que vê no texto O aparelho formal da enunciação uma síntese organizadora da teoria enunciativa, ao descrever a enunciação a partir do quadro formal de sua realização, e outro responsável por uma leitura que destaca os aspectos programáticos do texto benvenistiano e elucida os pontos em que se percebe um alargamento da teoria, ao conceber que a língua na sua totalidade está submetida à enunciação. / This study has the objective of performing an exegesis (considering the term “exegesis” in the sense of epistemological reading) of Émile Benveniste‟s article from 1970, titled L’appareil formel de l’énociation, in order to investigate in which extent it is possible to consider it simultaneously as a text of synthesis and organization of the enunciative perspective outlined by the linguist along his previous studies, and as a text of openness, by broadening the theoretical length of énonciation regarding the language (langue) and by opening the enunciative theory to new possibilities of analysis. To this end, this study is divided in two parts: The first part comprises three chapters and is intended to establish the theoretical-methodological basis of the exegesis, figuring, thus, as an attempt to elaborating the necessary reading operators to the epistemological reading of the benvenistian text. The second part constitutes properly the exegesis of the 1970‟s article, and comprises two chapters, one of them responsible for the point of view that sees in the text L’appareil formel de l’énonciation an organizing synthesis of the enunciative theory, by describing énonciation from its formal framework of realization, and the other one responsible for a reading that highlights the prospective aspects of the benvenistian article, and that elicits the points in which is evident a widening of the theory, by considering that language (langue), as a whole, is submitted to énonciation.
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Construções imaginárias e memória discursiva de imigrantes alemães no Rio Grande do SulGaelzer, Vejane January 2012 (has links)
Cette thèse, bénéficie de l'appui théorique de l'analyse du discours, dite « française », de Michel Pêcheux et a pour objectif d’enquêter sur les relations de contradiction dans la construction de l’imaginaire de l’être brésilien et dans l’effacement de l’identité des immigrants allemands, et ce, entre les discours et les pratiques politiques du Gouvernement Vargas et les discours des immigrants allemands et leurs descendants sur la manière dont cette politique a été implantée. Pour cela, notre corpus discoursif est particulièrement composé d'entrevues effectuées avec des immigrants et des enfants d’immigrants allemands, sujets qui sont arrivés au Brésil vers la fin du XIXe siècle et le début du XXe siècle. Ainsi, nous cherchons à analyser les relations de contradiction qui entre en jeux entre les discours et les pratiques du gouvernement de l’État Nouveau sur les questions de la nationalité et, en même temps, les discours des immigrants et leurs descendants, à partir de la mémoire discoursive, à travers laquelle émerge la reconnaissance au groupe «d’allemandsbrésiliens » et l’interdiction du sujet par la langue. En premier, nous discutons de la conception d’identité et de sa relation avec la langue dans la constitution des éléments d’identification des sujets immigrants allemands à partir des savoirs qui les interpellent, qui sont les savoirs de la Formation Discoursive des Immigrants Allemands. Dans la deuxième partie du travail, nous montrons que la langue est l’élément symbolique d’identification et de liaison entre les immigrants et leurs ancêtres, et à travers elle, que le gouvernement «varguista» cherche à introduire la construction imaginaire de l’être brésilien. Si, d’un côté la langue nationale est une attestation juridique de l’être brésilien conforme au projet de nationalisation du gouvernement Vargas, d’un autre côté, elle montre l’oubli de la langue maternelle des immigrants. Donc, l’interdiction officielle au cours de l’État Nouveau apporte des conséquences à la vie des immigrants et intervient directement sur leurs pratiques sociales quotidiennes. Cette interdiction résonne encore à la mémoire sociale de ce groupe. En ce sens, la troisième partie de notre recherche montre que malgré l’effort et l’implémentation juridique de l’État à rechercher une homogénéisation culturelle, fondée sur une seule langue pour plusieurs peuples sur le sol brésilien, la langue maternelle des immigrants a survécu à sa prohibition et elle continue vivante dans les pratiques sociales dans l’espace privé de quelques communautés rurales de l’état du Rio Grande do Sul. Le mélange du dialecte allemand avec la langue portugaise est la langue typique de ces communautes: La Sprachmischung. Alors, la survie du dialecte allemand nous montre que, même après près de deux siècles, depuis le début de l’immigration allemande et la tentative des pratiques politiques du gouvernement «varguista» d’effacer ce sentiment de faire partie du peuple allemand, certains enfants d’immigrants de la troisième ou quatrième génération s’identifient comme sujets allemands et brésiliens. De ce point de vue, quand nous travaillons sur des questions pertinentes sur l’imaginaire de l’identité des immigrants et des descendants allemands et de la manière dont ils se reconnaissent, nous avons bien observé leurs relations avec la langue allemande, leur histoire et leur mémoire. C’est alors, nous devons rappeler que ces relations impliquent de mobiliser une série de questions politiques, de positions idéologiques, d’exclusion sociale et d’objets symboliques engagés, cet surtout implique de donner de la voix aux discours des immigrants. / Esta tese, filiada à Análise do Discurso de linha francesa, fundada por Michel Pêcheux, tem como foco investigar as relações de contradição postuladas na construção do imaginário de brasilidade e no apagamento da identidade dos imigrantes alemães, entre os discursos e as práticas políticas do Governo Vargas e os discursos dos imigrantes alemães e seus descendentes sobre como essa política foi implantada. Para isso, nosso corpus discursivo compõe-se, especificamente, de entrevistas realizadas com imigrantes e filhos de imigrantes alemães, sujeitos que chegaram ao Brasil por volta do final do século XIX e início do século XX. Desta forma, buscamos analisar as relações de contradição que entram em jogo entre os discursos e as práticas do governo do Estado Novo sobre as questões de nacionalidade e, ao mesmo tempo, os discursos de imigrantes e seus descendentes, envolvendo a memória discursiva, pela qual emerge o reconhecimento ao grupo de alemães-brasileiros e a interdição do sujeito pela língua. No primeiro momento, discutimos a concepção de identidade e sua relação com a língua na constituição dos elementos de identificação dos sujeitos imigrantes a partir dos saberes que os interpelam, os saberes da Formação Discursiva de Imigrantes Alemães. Na segunda parte do trabalho, mostramos que a língua é o elemento simbólico de identificação e o elo dos imigrantes com seus antepassados e é por meio dela que o governo varguista procura instituir a construção imaginária de brasilidade. Se por um lado, a língua nacional é um atestado jurídico de brasilidade, conforme o projeto de nacionalização do governo varguista, por outro lado, ela traz a injunção ao esquecimento da língua materna dos imigrantes. Portanto, a interdição oficial durante o Estado Novo traz consequências para a vida dos imigrantes e interfere diretamente nas suas práticas sociais diárias e essa interdição ainda hoje ecoa na memória social desse grupo. Neste sentido, na terceira parte da nossa pesquisa, mostramos que apesar do esforço e da implementação jurídica do Estado terem buscado uma homogeneização cultural, baseada em uma única língua para os vários povos em solo brasileiro, a língua materna dos imigrantes sobreviveu à proibição e continua viva nas práticas sociais no espaço privado familiar, em algumas comunidades do interior do Estado do Rio Grande do Sul. Trata-se de uma língua típica dessas comunidades, a mistura do dialeto alemão com a língua Portuguesa: a Sprachmischung. Essa sobrevivência nos mostra que, mesmo depois de quase dois séculos desde o início da imigração alemã e a tentativa das práticas políticas do governo varguista de apagar esse sentimento de pertencimento, permanece a construção imaginária de alguns filhos de imigrantes de terceira e/ou quarta geração de se identificarem como sujeitos alemães-brasileiros. Neste viés, ao trabalharmos com questões pertinentes ao imaginário de identidade dos imigrantes e descendentes alemães e o modo como eles se reconhecem, temos observado a sua relação com a língua Alemã, sua história e sua memória, lembrando que isso também implica mobilizar uma série de questões políticas, posições ideológicas, exclusão social e objetos simbólicos envolvidos e, principalmente, implica dar voz aos discursos dos imigrantes.
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A construção intersubjetiva da identidade cultural : uma hipótese em linguística da enunciaçãoFreitas, Luis Felipe Rhoden January 2012 (has links)
Ce travail a pour but d’ élaborer une hypothèse dans les études énonciatives afin d’expliquer comment se construit intersubjectivement l'identité culturelle. Tout d’abord, nous partons de la parution du Cours de Linguistique Générale, de Ferdinand de Saussure et son impact sur le mouvement structuraliste français dans la première moitié du XXe siècle en vue de mettre en lumière le fait que ladite linguistique moderne a émergé en tenant compte des sciences connexes, notamment des sciences humaines. Ensuite, dans le champ des sciences du langage nous choisissons la Linguistique de l'Énonciation comme la théorie permettant de parler des éléments extérieurs à la langue et fortement nécessaires pour expliquer comment les sujets en interaction produisent certains sens dans le monde et négocient leurs identités à la fois. Ensuite, nous présentons quelques questionnements proposés par les Études Culturellescourant théorique qui se trouve à l’extérieur de l'étude de la langue et qui suscite le débat au sujet des notions d’identité, de langue (vers la géopolitique) et nation dans l’ère appelée postmoderne. Nous reprenons, par la suite, la discussion à propos du langage tout en proposant une lecture de l'oeuvre d'Émile Benveniste: Problèmes de Linguistique Générale I et II, concernant les relations établies par l’auteur entre le langage, l'homme et la culture. L'objectif de cette lecture est d’approfondir la façon dont les sujets construisent la société à partir du langage dans l'énonciation intersubjective de la langue et comment ils agissent en conformité avec certaines dispositions de la culture. En d’autres termes: ce que l'on doit dire ou ne pas dire. Nous cherchons, cependant, les indices dont l’observation est possible, à savoir: les identités culturelles, la réalité immédiate du sujet, et pas la société, la réalité théoriquement inaccessible à travers une étude de la langue. Après cela, nous entreprenons une discussion nécessaire pour donner le statut de scientificité au corpus comprenant les formes complexes du discours, pour ce faire, nous avons choisi le terme «fait de langue» ou «de langage» au lieu des «données» scientifiques qui ne s'applique pas à ce genre de théorie. Enfin, nous faisons des analyses qui ne sont pourtant pas assez exhautives, mais elles acquièrent la fonction d'exemple déclaratif de ce qui peut être encore approfondie à partir de l’hypothèse suggérée dans le travail. / O objetivo deste trabalho é fazer uma discussão dentro dos estudos enunciativos, procurando explicar como se constrói a identidade cultural intersubjetivamente. Parte-se da publicação do Curso de Linguística Geral, de Ferdinand de Saussure, e seu impacto no movimento estruturalista francês na primeira metade do século XX procurando deixar evidente que a chamada linguística moderna surgiu levando-se em consideração as ditas ciências conexas ou, mais especificamente, as ciências humanas. Após, dentro do campo das ciências da linguagem elege-se a Linguística da Enunciação como uma teoria que permite falar em elementos exteriores à língua, e que serão necessários para explicar, adiante, como os sujeitos em interação produzem determinados sentidos no mundo ao mesmo tempo que negociam suas identidades. A seguir, são trazidos alguns questionamentos dos Estudos Culturais, que é a área teórica exterior ao estudo da linguagem e que traz a discussão sobre as noções de identidade, língua (no sentido geopolítico) e nação na chamada era pós-moderna. Retoma-se, a partir daí, a discussão sobre a linguagem trazendo uma proposta de leitura da obra de Émile Benveniste, a saber, os Problemas de Linguística Geral I e II, nas relações que o autor estabelece entre linguagem, homem e cultura. O objetivo desta proposta de leitura de Benveniste é aprofundar o modo como, na enunciação intersubjetiva da língua, os sujeitos constroem a sociedade a partir da linguagem cumprindo determinadas prescrições da cultura do que se deve ou não dizer. O que se verifica, então, são índices passíveis de serem observados que são as identidades culturais, realidade imediata do sujeito, e não a sociedade, realidade teoricamente inatingível através de um estudo da língua. A seguir, faz-se uma discussão necessária para que se atribua estatuto de cientificidade ao corpus que abrange formas complexas do discurso, elegendo o termo “fatos de língua” ou “de linguagem” em detrimento do “dado” observável, que não se aplica a este tipo de teoria. Por fim, encaminham-se as análises que, não sendo suficientemente extensivas, adquirem uma função expositiva de exemplo do que ainda pode ser aprofundado a partir da hipótese sugerida no trabalho.
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A letra da lei : os efeitos e os deslizamentos de sentido no processo de reformulação da Lei de Direitos AutoraisPavan, Paula Daniele January 2012 (has links)
Cette Dissertation, appuyée sur les présupposés de l’Analyse du Discours (AD) fondée sur les travaux de Michel Pêcheux, analyse la dissonance de voix produites à travers le processus de reformulation de la Loi des Droits d’Auteur (LDA) 9.610, du 19 février 1998. Nos analyses se concentrent autant sur les textes de Loi (1973 et 1998), textes résultants du processus de reformulation (Anteprojet et Projet de Loi) et d’autres documents produits par le Ministère de la Culture (MinC), que sur les textes qui débattent la réforme de la LDA. Ce conjoint de matérialités est divisé en deux découpages analytiques, respectivement, discours officiel et discours de débat. Ainsi, nous lançons des différents regards théorique-analytiques pendant le parcours de cette recherche. Nous commençons notre parcours avec la discussion à propos de l’ébranlement de l’archive juridique des Droits d’Auteur face aux nouvelles pratiques possibilitées par l’internet et avec le sauvetage historique de ce branche du Droit – des abordages de base pour la compréhension des sens produits par les débats/chocs discursifs. En conséquence, nous analysons le mode comment apparaissent les tentatives d’administration des sens, lesquelles ont l’objectif de les maintenir comme officiels, ainsi que les glissements possibles à travers la liquidité de la langue. Labeurs discursifs qui résonnent dans la toujours recherche des sens possibilitée par les concepts de culture, d’auteur et d’oeuvre. Les conflits autour du énoncé « accès à la culture » font apparaître les politiques d’inclusion culturelle et son imbrication avec les aspects économiques, ce que nous possibilite comprendre que la culture, dans le domaine de la propriété intellectuelle, a rapport avec la manière comment les sujets acquièrent/vendent/utilisent les oeuvres; et l’accès – obtenu à travers le marché – est régulé par la Loi. Voie sur laquelle s’établissent des conflits entre la protection des auteurs (droit de propriété) et l’accès aux oeuvres (droit à la propriété). Déjà quand nous rentrons dans les concepts d’auteur, nous observons, d’un côté, la reprise et le soutien des sens constitués dans la Modernité et, de l’autre, la mise en échec, par des Théories du Discours, de l’image souveraine de l’auteur, ainsi que l’impact des nouvelles technologies, des points qui mettent en évidence le moment actuel de la crise du concept d’auteur. Nous témoignons, alors, le rappel et/ou déplacement de sens par l’intervention de pré-construits. Insérée dans cette conjoncture, la notion d’oeuvre, comme plus un noeud du réseau, est ciblée de discussions qui excluent/légitiment des sens et/ou apportent un réseau antagoniste de mémoire, en produisant des sens divers des officiels. Le parcours analytique, allié au parcours théorique, a possibilite, encore, de comprendre le mode comment le domaine des savoirs de la Formation Discursive du Droit Civil tisse autant un jeu de forces externe –avec les Formations Discursives de la Technologie et de la Culture Libre –, qu’un jeu de forces interne – à partir des différents positions-sujet. On doit registrer, enfin, que l’analyse des effets des sens produits, dans et par la lettre de la Loi, cherche rendre visible un réseau de formulations hétérogène marqué non seulement par la répétition, mais aussi par les déplacements et d’autres manières d’énoncer qui convergent vers la production (de l’illusion) de complétude nécessaire au fonctionnement de l’archive juridique des Droits d’Auteur. / Esta Dissertação, amparada pelos pressupostos da Análise do Discurso (AD) pecheuxtiana, analisa a dissonância de vozes produzida através do processo de reformulação da Lei de Direitos Autorais (LDA) 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Nossas análises incidem tanto sobre os textos de Lei (1973 e 1998), textos resultantes do processo de reformulação (Anteprojeto e Projeto de Lei) e outros documentos produzidos pelo Ministério da Cultura (MinC), quanto sobre textos que debatem a respeito da reforma da LDA. Esse conjunto de materialidades é dividido em dois recortes analíticos, respectivamente, discurso oficial e discurso de debate. Assim, lançamos diferentes olhares teórico-analíticos no decorrer desta pesquisa. Iniciamos o nosso percurso com a discussão acerca da desestabilização do arquivo jurídico dos Direitos Autorais frente às novas práticas possibilitadas pela internet e com o resgate histórico desse ramo do Direito – abordagens basilares para o entendimento dos sentidos produzidos pelos debates/embates discursivos. Em virtude disso, analisamos o modo como ocorrem as tentativas de administração dos sentidos, a fim de mantê-los como oficiais, bem como os deslizamentos possíveis através da liquidez da língua. Labutas discursivas que ressoam na sempre busca pelos sentidos possibilitada pelos conceitos de cultura, autor e obra. Os conflitos em torno do enunciado “acesso à cultura” trazem à tona as políticas de inclusão à cultura e o seu imbricamento aos aspectos econômicos, possibilitando-nos compreender que a cultura, no âmbito autoral, relaciona-se ao modo como os sujeitos adquirem/vendem/utilizam as obras; e o acesso – obtido através do mercado – é regulado pela Lei. Via pela qual se instauram embates entre a proteção aos autores (direito de propriedade) e o acesso às obras (direito à propriedade). Já ao adentrarmos no conceito de autor, observarmos, por um lado, a retomada e sustentação dos sentidos constituídos na Modernidade e, por outro, a colocação em xeque, por Teorias Discursivas, da imagem soberana do autor, bem como o impacto pelas novas tecnologias, pontos que evidenciam o atual momento de crise do conceito de autor. Presenciamos, portanto, a rememoração e/ou deslocamento de sentidos através da intervenção de pré-construídos. Inserida nessa conjuntura, a noção de obra, como mais um nó na rede, é alvo de discussões que excluem/legitimam sentidos e/ou trazem uma rede antagônica de memória, produzido sentidos diversos dos oficiais. O percurso analítico aliado ao teórico ainda tornou possível compreender o modo como o domínio de saberes da Formação Discursiva do Direito Civil tece tanto um jogo de forças externo – com as Formações Discursivas Tecnológica e da Cultura Livre –, quanto interno – a partir das diferentes posições-sujeito. Cumpre registrar, por fim, que a análise dos efeitos de sentido produzidos, na e pela letra da Lei, procura tornar visível uma rede de formulações heterogênea marcada não apenas pela repetição, mas também pelos deslocamentos e outras maneiras de enunciar que convergem para a produção (da ilusão) de completude necessária ao funcionamento do arquivo jurídico dos Direitos Autorais.
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A construção da veridicção do discurso das petições iniciais : mecanismos semióticos e estratégias retóricas para a persuasãoCamargo, Patrícia Maria Seger de January 2006 (has links)
Este trabalho inscreve-se nos estudos relacionados às teorias do texto e do discurso e tem como foco de investigação a linguagem jurídica aplicada no processo judicial. Por isso, dentre as diversas peças que conformam um processo judicial optou-se pelo estudo da petição inicial, texto que o inicia. O estudo utiliza como suportes teóricos a semiótica de origem francesa, fundada por Alrgidas Julien Greimas, e alguns elementos da retórica clássica de Aristóteles propostos na Arte Retórica, e elementos da nova retórica nascida dos estudos de Chaïm Perelman & Lucie Olbrechts-Tyteca no Tratado da Argumentação. À luz desses pressupostos teóricos, procura-se descrever a estrutura da petição inicial, considerando aspectos dos planos narrativo e discursivo, este último direcionado à identificação dos elementos que constroem a veridicção do discurso, isto é, as marcas deixadas nos enunciados responsáveis pela criação de efeitos de sentido verdade. Para atingir esse objetivo traça-se um percurso de trabalho que inicia com a descrição da teoria semiótica francesa considerando o seu lugar de inserção dentre as teorias do texto e do discurso e o seu modelo teórico-metodológico. Após, segue-se a descrição, em linhas gerais, da retórica clássica aristotélica bem como dos estudos de Perelman & Tyteca no texto Tratado de Argumentação – a nova retórica. São apresentados, ainda, estudos semióticos do Direito, com o fim de evidenciar a aplicação da semiótica francesa na área jurídica. Na seqüência explica-se o que é o processo judicial, a fim de contextualizar nele a petição inicial. O próximo passo consiste em apresentar a petição inicial sob seus aspectos legais, representação gráfica e organização narrativa. A partir do plano narrativo verifica-se que o discurso das petições iniciais tem como finalidade essencial orientar o julgamento do juiz, razão porque são textos que apresentam um caráter essencialmente manipulatório. Por isso, a última etapa do trabalho consiste em descrever os recursos utilizados pelo enunciador, no plano discursivo, para a construção da verdade do discurso das petições. Nesse sentido, constata-se que a verdade corresponde à força de persuasão, configurada a partir de projeções enunciativas nos enunciados e no encadeamento de esquemas argumentativos. / This paper is related to text and discourse theories and it is focused on juridical language applied in judicial trial. That is why, among several parts that form a judicial trial, the study of initial petition was chosen and it introduces this paper. This study has as theoretical support the French Semiotics founded by Alrgidas Julien Greimas, along with some elements from the Aristotle’s classical rhetoric, proposed in the Art of Rhetoric, and from the new rhetoric originated from Chaïm Perelman & Lucie Olbrechts-Tyteca’s studies in the Treaty of the Argumentation. In the light of these theoretical presuppositions, the structure of the initial petition is intended to be described, considering narrative and discursive aspects, the latter focused on the identification of elements that build the discourse veridiction, that is, the marks left in utterances responsible for the creation of meaning and truth effects. In order to achieve that aim, a work course that starts with the description of the French Semiotics Theory is delineated, considering its insertion place among text and discourse theories and its theoretical-methodological model. Afterwards, there is a description of Aristotle’s classical rhetoric as well as of Perelman & Tyteca’s studies in the text Treaty of the Argumentation – the new rhetoric. Semiotic studies of Law are presented aiming at evidencing the application of French Semiotics in the juridical field. Then, there is an explanation of what a judicial trial is, aiming at contextualizing the initial petition in it. The next section consists of presenting the initial petition under its legal aspects, graphic representation and narrative organization. From the narrative plan, it is checked that the essential goal of the discourse of initial petitions is to guide the magistrate’s judgment; that is why they are texts with an essentially manipulating aspect. For this reason, the final part of this paper consists of describing the resources used by the speaker, in the discursive plan, in order to build the truth of the petition’s discourse. In this sense, it is found that the truth corresponds to persuasion strength, made up from utterance projections in utterances and in argumentative scheme enjambment.
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Da bossa nova à tropicália : a relação entre memória e atualidade a partir do estudo discursivo da canção Procissão, de Gilberto GilGrimm, Luciana Volcato Panzarini January 2012 (has links)
Este trabalho versa, principalmente, sobre a relação entre memória e atualidade, através do estudo de três dos principais gêneros musicais desenvolvidos no Brasil entre as décadas de 1950 e 1970: Bossa Nova, canção de protesto e Tropicália. Para tanto, acionamos algumas noções fundamentais da Análise do Discurso francesa, como formação discursiva, memória discursiva e acontecimento. A questão do sentido foi o ponto norteador deste estudo, já que toda a reflexão baseia-se na maneira como se estruturam os saberes nos discursos bossa-novista, tropicalista e os vinculados à canção de protesto, buscando sempre compreender como se configura a heterogeneidade constitutiva de cada um desses discursos. A noção de acontecimento fecha a análise mais ampla, buscando refletir sobre o do grau de deslocamento dos sentidos no momento de consagração desses discursos musica is. Nessa reflexão acerca dos gêneros musicais, optamos por fazer uma breve análise de duas versões da canção Procissão, de Gilberto Gil – uma gravada em 1965 e outra, em 1968. Como cada uma das versões está associada, prioritariamente, a um gênero musica l, torna-se possível refletir a respeito da movimentação e/ou da transformação dos sentidos, quando analisamos as duas versões concomitantemente. Trabalhamos, então, com a articulação entre gênero musical e palavra, tentando compreender como a relação entr e essas duas materialidades pode significar no discurso de Procissão. Seja de maneira mais ampla, tendo como foco a análise dos gêneros musicais, seja de maneira mais restrita, tomando como objeto de estudo a canção Procissão, o objetivo deste trabalho é refletir sobre a movimentação dos sentidos que se dá por uma atualização da memória. / This work deals mainly about the relationship between memory and present, through the study of three major musical genres developed in Brazil over the 1950s and 1970s: Bossa Nova, protest songs and Tropicália. For this, we have taken some fundamentals of French Discourse Analysis, as discursive formations, discursive memory and event. The question of meaning was the guiding point of this study, as all the reflec tion is based on the manner how the knowledge is structured in Bossa Nova, Tropicália and protest songs discourses, seeking to understand how the constitutive heterogeneity is configured in one of each of these discourses. The notion of event closes this broader analysis, seeking to reflect on the degree of displacement of meanings by the time of consecration of these musical discourses. In this reflection on musical genres, we decided to make a brief analysis of two versions of the song Procissão, by Gilberto Gil – one recorded in 1965 and another in 1968. As each version is primarily associated to one musical genre, it becomes possible to reflect on the movement and/or transformation of meanings when we analyse the two versions concurrently. We work then with the connection between genre and word, trying to understand what may be the meaning of the relationship between these two materialities in Procissão discourse. Whether more broadly, focusing on the analysis of musical genres, or more restrictively, taking as its subject matter the song Procissão, the aim of this work is to reflect on the movement of meanings that occurs by a memory update.
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Síntese, organização e abertura do pensamento enunciativo de Émile Benveniste : uma exegese de O Aparelho Formal da EnunciaçãoAresi, Fábio January 2012 (has links)
Este estudo tem por objetivo a realização de uma exegese (tomando o termo “exegese” no sentido de leitura epistemológica) do artigo de 1970, de Émile Benveniste, intitulado O aparelho formal da enunciação, procurando averiguar em que medida é possível considerá-lo como um texto ao mesmo tempo de síntese e organização da perspectiva enunciativa esboçada pelo linguista no decorrer de seus trabalhos anteriores, e como um texto de “abertura”, ao ampliar o alcance teórico da enunciação em relação à língua e abrir a teoria enunciativa a novas possibilidades de análise. Para tanto, o trabalho se encontra dividido em duas partes: A primeira delas compreende os três primeiros capítulos e se destina ao estabelecimento das bases teórico-metodológicas da exegese, configurando-se, portanto, como uma tentativa de elaboração de operadores de leitura necessários à leitura epistemológica da obra benvenistiana. A segunda parte constitui propriamente a exegese do texto de 1970 e é constituída por dois capítulos, um responsável pelo ponto de vista que vê no texto O aparelho formal da enunciação uma síntese organizadora da teoria enunciativa, ao descrever a enunciação a partir do quadro formal de sua realização, e outro responsável por uma leitura que destaca os aspectos programáticos do texto benvenistiano e elucida os pontos em que se percebe um alargamento da teoria, ao conceber que a língua na sua totalidade está submetida à enunciação. / This study has the objective of performing an exegesis (considering the term “exegesis” in the sense of epistemological reading) of Émile Benveniste‟s article from 1970, titled L’appareil formel de l’énociation, in order to investigate in which extent it is possible to consider it simultaneously as a text of synthesis and organization of the enunciative perspective outlined by the linguist along his previous studies, and as a text of openness, by broadening the theoretical length of énonciation regarding the language (langue) and by opening the enunciative theory to new possibilities of analysis. To this end, this study is divided in two parts: The first part comprises three chapters and is intended to establish the theoretical-methodological basis of the exegesis, figuring, thus, as an attempt to elaborating the necessary reading operators to the epistemological reading of the benvenistian text. The second part constitutes properly the exegesis of the 1970‟s article, and comprises two chapters, one of them responsible for the point of view that sees in the text L’appareil formel de l’énonciation an organizing synthesis of the enunciative theory, by describing énonciation from its formal framework of realization, and the other one responsible for a reading that highlights the prospective aspects of the benvenistian article, and that elicits the points in which is evident a widening of the theory, by considering that language (langue), as a whole, is submitted to énonciation.
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Construções imaginárias e memória discursiva de imigrantes alemães no Rio Grande do SulGaelzer, Vejane January 2012 (has links)
Cette thèse, bénéficie de l'appui théorique de l'analyse du discours, dite « française », de Michel Pêcheux et a pour objectif d’enquêter sur les relations de contradiction dans la construction de l’imaginaire de l’être brésilien et dans l’effacement de l’identité des immigrants allemands, et ce, entre les discours et les pratiques politiques du Gouvernement Vargas et les discours des immigrants allemands et leurs descendants sur la manière dont cette politique a été implantée. Pour cela, notre corpus discoursif est particulièrement composé d'entrevues effectuées avec des immigrants et des enfants d’immigrants allemands, sujets qui sont arrivés au Brésil vers la fin du XIXe siècle et le début du XXe siècle. Ainsi, nous cherchons à analyser les relations de contradiction qui entre en jeux entre les discours et les pratiques du gouvernement de l’État Nouveau sur les questions de la nationalité et, en même temps, les discours des immigrants et leurs descendants, à partir de la mémoire discoursive, à travers laquelle émerge la reconnaissance au groupe «d’allemandsbrésiliens » et l’interdiction du sujet par la langue. En premier, nous discutons de la conception d’identité et de sa relation avec la langue dans la constitution des éléments d’identification des sujets immigrants allemands à partir des savoirs qui les interpellent, qui sont les savoirs de la Formation Discoursive des Immigrants Allemands. Dans la deuxième partie du travail, nous montrons que la langue est l’élément symbolique d’identification et de liaison entre les immigrants et leurs ancêtres, et à travers elle, que le gouvernement «varguista» cherche à introduire la construction imaginaire de l’être brésilien. Si, d’un côté la langue nationale est une attestation juridique de l’être brésilien conforme au projet de nationalisation du gouvernement Vargas, d’un autre côté, elle montre l’oubli de la langue maternelle des immigrants. Donc, l’interdiction officielle au cours de l’État Nouveau apporte des conséquences à la vie des immigrants et intervient directement sur leurs pratiques sociales quotidiennes. Cette interdiction résonne encore à la mémoire sociale de ce groupe. En ce sens, la troisième partie de notre recherche montre que malgré l’effort et l’implémentation juridique de l’État à rechercher une homogénéisation culturelle, fondée sur une seule langue pour plusieurs peuples sur le sol brésilien, la langue maternelle des immigrants a survécu à sa prohibition et elle continue vivante dans les pratiques sociales dans l’espace privé de quelques communautés rurales de l’état du Rio Grande do Sul. Le mélange du dialecte allemand avec la langue portugaise est la langue typique de ces communautes: La Sprachmischung. Alors, la survie du dialecte allemand nous montre que, même après près de deux siècles, depuis le début de l’immigration allemande et la tentative des pratiques politiques du gouvernement «varguista» d’effacer ce sentiment de faire partie du peuple allemand, certains enfants d’immigrants de la troisième ou quatrième génération s’identifient comme sujets allemands et brésiliens. De ce point de vue, quand nous travaillons sur des questions pertinentes sur l’imaginaire de l’identité des immigrants et des descendants allemands et de la manière dont ils se reconnaissent, nous avons bien observé leurs relations avec la langue allemande, leur histoire et leur mémoire. C’est alors, nous devons rappeler que ces relations impliquent de mobiliser une série de questions politiques, de positions idéologiques, d’exclusion sociale et d’objets symboliques engagés, cet surtout implique de donner de la voix aux discours des immigrants. / Esta tese, filiada à Análise do Discurso de linha francesa, fundada por Michel Pêcheux, tem como foco investigar as relações de contradição postuladas na construção do imaginário de brasilidade e no apagamento da identidade dos imigrantes alemães, entre os discursos e as práticas políticas do Governo Vargas e os discursos dos imigrantes alemães e seus descendentes sobre como essa política foi implantada. Para isso, nosso corpus discursivo compõe-se, especificamente, de entrevistas realizadas com imigrantes e filhos de imigrantes alemães, sujeitos que chegaram ao Brasil por volta do final do século XIX e início do século XX. Desta forma, buscamos analisar as relações de contradição que entram em jogo entre os discursos e as práticas do governo do Estado Novo sobre as questões de nacionalidade e, ao mesmo tempo, os discursos de imigrantes e seus descendentes, envolvendo a memória discursiva, pela qual emerge o reconhecimento ao grupo de alemães-brasileiros e a interdição do sujeito pela língua. No primeiro momento, discutimos a concepção de identidade e sua relação com a língua na constituição dos elementos de identificação dos sujeitos imigrantes a partir dos saberes que os interpelam, os saberes da Formação Discursiva de Imigrantes Alemães. Na segunda parte do trabalho, mostramos que a língua é o elemento simbólico de identificação e o elo dos imigrantes com seus antepassados e é por meio dela que o governo varguista procura instituir a construção imaginária de brasilidade. Se por um lado, a língua nacional é um atestado jurídico de brasilidade, conforme o projeto de nacionalização do governo varguista, por outro lado, ela traz a injunção ao esquecimento da língua materna dos imigrantes. Portanto, a interdição oficial durante o Estado Novo traz consequências para a vida dos imigrantes e interfere diretamente nas suas práticas sociais diárias e essa interdição ainda hoje ecoa na memória social desse grupo. Neste sentido, na terceira parte da nossa pesquisa, mostramos que apesar do esforço e da implementação jurídica do Estado terem buscado uma homogeneização cultural, baseada em uma única língua para os vários povos em solo brasileiro, a língua materna dos imigrantes sobreviveu à proibição e continua viva nas práticas sociais no espaço privado familiar, em algumas comunidades do interior do Estado do Rio Grande do Sul. Trata-se de uma língua típica dessas comunidades, a mistura do dialeto alemão com a língua Portuguesa: a Sprachmischung. Essa sobrevivência nos mostra que, mesmo depois de quase dois séculos desde o início da imigração alemã e a tentativa das práticas políticas do governo varguista de apagar esse sentimento de pertencimento, permanece a construção imaginária de alguns filhos de imigrantes de terceira e/ou quarta geração de se identificarem como sujeitos alemães-brasileiros. Neste viés, ao trabalharmos com questões pertinentes ao imaginário de identidade dos imigrantes e descendentes alemães e o modo como eles se reconhecem, temos observado a sua relação com a língua Alemã, sua história e sua memória, lembrando que isso também implica mobilizar uma série de questões políticas, posições ideológicas, exclusão social e objetos simbólicos envolvidos e, principalmente, implica dar voz aos discursos dos imigrantes.
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A construção intersubjetiva da identidade cultural : uma hipótese em linguística da enunciaçãoFreitas, Luis Felipe Rhoden January 2012 (has links)
Ce travail a pour but d’ élaborer une hypothèse dans les études énonciatives afin d’expliquer comment se construit intersubjectivement l'identité culturelle. Tout d’abord, nous partons de la parution du Cours de Linguistique Générale, de Ferdinand de Saussure et son impact sur le mouvement structuraliste français dans la première moitié du XXe siècle en vue de mettre en lumière le fait que ladite linguistique moderne a émergé en tenant compte des sciences connexes, notamment des sciences humaines. Ensuite, dans le champ des sciences du langage nous choisissons la Linguistique de l'Énonciation comme la théorie permettant de parler des éléments extérieurs à la langue et fortement nécessaires pour expliquer comment les sujets en interaction produisent certains sens dans le monde et négocient leurs identités à la fois. Ensuite, nous présentons quelques questionnements proposés par les Études Culturellescourant théorique qui se trouve à l’extérieur de l'étude de la langue et qui suscite le débat au sujet des notions d’identité, de langue (vers la géopolitique) et nation dans l’ère appelée postmoderne. Nous reprenons, par la suite, la discussion à propos du langage tout en proposant une lecture de l'oeuvre d'Émile Benveniste: Problèmes de Linguistique Générale I et II, concernant les relations établies par l’auteur entre le langage, l'homme et la culture. L'objectif de cette lecture est d’approfondir la façon dont les sujets construisent la société à partir du langage dans l'énonciation intersubjective de la langue et comment ils agissent en conformité avec certaines dispositions de la culture. En d’autres termes: ce que l'on doit dire ou ne pas dire. Nous cherchons, cependant, les indices dont l’observation est possible, à savoir: les identités culturelles, la réalité immédiate du sujet, et pas la société, la réalité théoriquement inaccessible à travers une étude de la langue. Après cela, nous entreprenons une discussion nécessaire pour donner le statut de scientificité au corpus comprenant les formes complexes du discours, pour ce faire, nous avons choisi le terme «fait de langue» ou «de langage» au lieu des «données» scientifiques qui ne s'applique pas à ce genre de théorie. Enfin, nous faisons des analyses qui ne sont pourtant pas assez exhautives, mais elles acquièrent la fonction d'exemple déclaratif de ce qui peut être encore approfondie à partir de l’hypothèse suggérée dans le travail. / O objetivo deste trabalho é fazer uma discussão dentro dos estudos enunciativos, procurando explicar como se constrói a identidade cultural intersubjetivamente. Parte-se da publicação do Curso de Linguística Geral, de Ferdinand de Saussure, e seu impacto no movimento estruturalista francês na primeira metade do século XX procurando deixar evidente que a chamada linguística moderna surgiu levando-se em consideração as ditas ciências conexas ou, mais especificamente, as ciências humanas. Após, dentro do campo das ciências da linguagem elege-se a Linguística da Enunciação como uma teoria que permite falar em elementos exteriores à língua, e que serão necessários para explicar, adiante, como os sujeitos em interação produzem determinados sentidos no mundo ao mesmo tempo que negociam suas identidades. A seguir, são trazidos alguns questionamentos dos Estudos Culturais, que é a área teórica exterior ao estudo da linguagem e que traz a discussão sobre as noções de identidade, língua (no sentido geopolítico) e nação na chamada era pós-moderna. Retoma-se, a partir daí, a discussão sobre a linguagem trazendo uma proposta de leitura da obra de Émile Benveniste, a saber, os Problemas de Linguística Geral I e II, nas relações que o autor estabelece entre linguagem, homem e cultura. O objetivo desta proposta de leitura de Benveniste é aprofundar o modo como, na enunciação intersubjetiva da língua, os sujeitos constroem a sociedade a partir da linguagem cumprindo determinadas prescrições da cultura do que se deve ou não dizer. O que se verifica, então, são índices passíveis de serem observados que são as identidades culturais, realidade imediata do sujeito, e não a sociedade, realidade teoricamente inatingível através de um estudo da língua. A seguir, faz-se uma discussão necessária para que se atribua estatuto de cientificidade ao corpus que abrange formas complexas do discurso, elegendo o termo “fatos de língua” ou “de linguagem” em detrimento do “dado” observável, que não se aplica a este tipo de teoria. Por fim, encaminham-se as análises que, não sendo suficientemente extensivas, adquirem uma função expositiva de exemplo do que ainda pode ser aprofundado a partir da hipótese sugerida no trabalho.
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A letra da lei : os efeitos e os deslizamentos de sentido no processo de reformulação da Lei de Direitos AutoraisPavan, Paula Daniele January 2012 (has links)
Cette Dissertation, appuyée sur les présupposés de l’Analyse du Discours (AD) fondée sur les travaux de Michel Pêcheux, analyse la dissonance de voix produites à travers le processus de reformulation de la Loi des Droits d’Auteur (LDA) 9.610, du 19 février 1998. Nos analyses se concentrent autant sur les textes de Loi (1973 et 1998), textes résultants du processus de reformulation (Anteprojet et Projet de Loi) et d’autres documents produits par le Ministère de la Culture (MinC), que sur les textes qui débattent la réforme de la LDA. Ce conjoint de matérialités est divisé en deux découpages analytiques, respectivement, discours officiel et discours de débat. Ainsi, nous lançons des différents regards théorique-analytiques pendant le parcours de cette recherche. Nous commençons notre parcours avec la discussion à propos de l’ébranlement de l’archive juridique des Droits d’Auteur face aux nouvelles pratiques possibilitées par l’internet et avec le sauvetage historique de ce branche du Droit – des abordages de base pour la compréhension des sens produits par les débats/chocs discursifs. En conséquence, nous analysons le mode comment apparaissent les tentatives d’administration des sens, lesquelles ont l’objectif de les maintenir comme officiels, ainsi que les glissements possibles à travers la liquidité de la langue. Labeurs discursifs qui résonnent dans la toujours recherche des sens possibilitée par les concepts de culture, d’auteur et d’oeuvre. Les conflits autour du énoncé « accès à la culture » font apparaître les politiques d’inclusion culturelle et son imbrication avec les aspects économiques, ce que nous possibilite comprendre que la culture, dans le domaine de la propriété intellectuelle, a rapport avec la manière comment les sujets acquièrent/vendent/utilisent les oeuvres; et l’accès – obtenu à travers le marché – est régulé par la Loi. Voie sur laquelle s’établissent des conflits entre la protection des auteurs (droit de propriété) et l’accès aux oeuvres (droit à la propriété). Déjà quand nous rentrons dans les concepts d’auteur, nous observons, d’un côté, la reprise et le soutien des sens constitués dans la Modernité et, de l’autre, la mise en échec, par des Théories du Discours, de l’image souveraine de l’auteur, ainsi que l’impact des nouvelles technologies, des points qui mettent en évidence le moment actuel de la crise du concept d’auteur. Nous témoignons, alors, le rappel et/ou déplacement de sens par l’intervention de pré-construits. Insérée dans cette conjoncture, la notion d’oeuvre, comme plus un noeud du réseau, est ciblée de discussions qui excluent/légitiment des sens et/ou apportent un réseau antagoniste de mémoire, en produisant des sens divers des officiels. Le parcours analytique, allié au parcours théorique, a possibilite, encore, de comprendre le mode comment le domaine des savoirs de la Formation Discursive du Droit Civil tisse autant un jeu de forces externe –avec les Formations Discursives de la Technologie et de la Culture Libre –, qu’un jeu de forces interne – à partir des différents positions-sujet. On doit registrer, enfin, que l’analyse des effets des sens produits, dans et par la lettre de la Loi, cherche rendre visible un réseau de formulations hétérogène marqué non seulement par la répétition, mais aussi par les déplacements et d’autres manières d’énoncer qui convergent vers la production (de l’illusion) de complétude nécessaire au fonctionnement de l’archive juridique des Droits d’Auteur. / Esta Dissertação, amparada pelos pressupostos da Análise do Discurso (AD) pecheuxtiana, analisa a dissonância de vozes produzida através do processo de reformulação da Lei de Direitos Autorais (LDA) 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Nossas análises incidem tanto sobre os textos de Lei (1973 e 1998), textos resultantes do processo de reformulação (Anteprojeto e Projeto de Lei) e outros documentos produzidos pelo Ministério da Cultura (MinC), quanto sobre textos que debatem a respeito da reforma da LDA. Esse conjunto de materialidades é dividido em dois recortes analíticos, respectivamente, discurso oficial e discurso de debate. Assim, lançamos diferentes olhares teórico-analíticos no decorrer desta pesquisa. Iniciamos o nosso percurso com a discussão acerca da desestabilização do arquivo jurídico dos Direitos Autorais frente às novas práticas possibilitadas pela internet e com o resgate histórico desse ramo do Direito – abordagens basilares para o entendimento dos sentidos produzidos pelos debates/embates discursivos. Em virtude disso, analisamos o modo como ocorrem as tentativas de administração dos sentidos, a fim de mantê-los como oficiais, bem como os deslizamentos possíveis através da liquidez da língua. Labutas discursivas que ressoam na sempre busca pelos sentidos possibilitada pelos conceitos de cultura, autor e obra. Os conflitos em torno do enunciado “acesso à cultura” trazem à tona as políticas de inclusão à cultura e o seu imbricamento aos aspectos econômicos, possibilitando-nos compreender que a cultura, no âmbito autoral, relaciona-se ao modo como os sujeitos adquirem/vendem/utilizam as obras; e o acesso – obtido através do mercado – é regulado pela Lei. Via pela qual se instauram embates entre a proteção aos autores (direito de propriedade) e o acesso às obras (direito à propriedade). Já ao adentrarmos no conceito de autor, observarmos, por um lado, a retomada e sustentação dos sentidos constituídos na Modernidade e, por outro, a colocação em xeque, por Teorias Discursivas, da imagem soberana do autor, bem como o impacto pelas novas tecnologias, pontos que evidenciam o atual momento de crise do conceito de autor. Presenciamos, portanto, a rememoração e/ou deslocamento de sentidos através da intervenção de pré-construídos. Inserida nessa conjuntura, a noção de obra, como mais um nó na rede, é alvo de discussões que excluem/legitimam sentidos e/ou trazem uma rede antagônica de memória, produzido sentidos diversos dos oficiais. O percurso analítico aliado ao teórico ainda tornou possível compreender o modo como o domínio de saberes da Formação Discursiva do Direito Civil tece tanto um jogo de forças externo – com as Formações Discursivas Tecnológica e da Cultura Livre –, quanto interno – a partir das diferentes posições-sujeito. Cumpre registrar, por fim, que a análise dos efeitos de sentido produzidos, na e pela letra da Lei, procura tornar visível uma rede de formulações heterogênea marcada não apenas pela repetição, mas também pelos deslocamentos e outras maneiras de enunciar que convergem para a produção (da ilusão) de completude necessária ao funcionamento do arquivo jurídico dos Direitos Autorais.
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