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Significado niilista de ideais ascéticos no pensamento de Friedrich NietzscheCantalice, Gizolene de Fátima Barbosa da Silva 23 March 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-03-23 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / This work aims to understand what the philosopher Friedrich Nietzsche calls the ascetic ideals and nihilism. This dissertation is the result of a research that tries to show it specifically from the work On the Genealogy of Morals. The following is an attempt to identify and characterize this issue in other works of this thinker and in the works of some Nietzsche‟s experts. The study begins with an overview of the meaning of ascetic ideals down the forms of expression in the world, through religion, philosophy and art. It presents the ascetic priest as the element from which you get the main understanding of the ascetic ideal; seeks to indicate that talk of the ascetic ideal in the priest‟s talk about how to be critical of the ascetic ideal. On the Genealogy of Morals, the ascetic ideals are characterized as being essentially form of nihilism. We resort to Nietzschean nihilism to show that and how the character will to nothingness intrinsic to nihilism is also present in the ascetic ideal as a form of decay. The conclusion is based on that fact that the ascetic ideals make the decadent will to power because make a will to value where value in this case is the value of nothing. Finally is used to understand the concept of creation as a possibility for overcoming these ideals through tragic art and lawmaker philosophy as a way of will to power. / A presente dissertação tem como objetivo principal compreender o que o filósofo Friedrich Nietzsche chama de ideais ascéticos e de niilismo. Essa dissertação é o resultado de uma pesquisa que tenta mostrar isso especificamente a partir da obra Genealogia da moral. Segue-se buscando identificar e caracterizar este assunto também em outras obras deste pensador e em obras de alguns especialistas de Nietzsche. O estudo começa com um apanhado do significado dos ideais ascéticos estabelece as formas como se manifestam no mundo, através da religião, da filosofia e da arte. Apresenta-se o sacerdote ascético como o elemento a partir do qual se obtém a compreensão principal dos ideais ascéticos; procura-se indicar que falar do ideal ascético no sacerdote é falar do modo de ser fundamental do ideal ascético. Na Genealogia da moral, os ideais ascéticos são caracterizados como sendo essencialmente forma de niilismo. Recorre-se ao conceito nietzschiano de niilismo para mostrar que e como o caráter de vontade de nada intrínseco ao niilismo está presente também nos ideais ascéticos como uma forma de decadência. Conclui-se com base nesse fato que os ideais ascéticos tornam a vontade de poder decadente porque a tornam uma vontade de valorar em que valor neste caso é valor de nada. Por fim é empregada a compreensão do conceito de criação enquanto possibilidade de superação desses ideais através da arte trágica e da filosofia legisladora como forma da vontade de poder.
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Niilismo e t?cnica: a caminho da ultrapassagemOliveira, Williane de Souza 22 November 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010-11-22 / Pour formuler une discussion sur le nihilisme, l'enqu?te sur le premier chapitre examine les preuves historiques et philosophiques de montrer que la r?flexion sur le nihilisme comme un probl?me philosophique, suite ? l'analyse et la critique du philosophe
Friedrich Nietzsche ? partir des principaux concepts au sein de son travail: d?cr?pitude, la mort de Dieu, la d?valuation des valeurs, transvaluation des valeurs, volont? de puissance et
?ternel retour, ils sont quelques-uns des concepts et servir de cadre au point critique de la m?taphysique. Le deuxi?me chapitre est une analyse des id?es qui ont ?merg? de la lecture
de Nietzsche qui sont d?velopp?es entre le philosophe Martin Heidegger et Ernst J?nger. Un dialogue qui limite le nihilisme et ses ramifications pour l'?re de la technique, et finalement vaincre leur pens?e ou d?passement. / Para formular uma discuss?o sobre o niilismo, a investiga??o do primeiro cap?tulo considera o ambiente hist?rico e filos?fico em que se mostram evid?ncias para pensar o niilismo como problema filos?fico, seguindo a an?lise e cr?tica do fil?sofo Friedrich
Nietzsche a partir dos principais conceitos no interior de sua obra: decad?ncia, morte de Deus, desvaloriza??o de valores, transvaloriza??o de valores, vontade de poder e eterno
retorno; s?o alguns dos conceitos e servem de arcabou?o para apontar uma cr?tica ? metaf?sica. No segundo cap?tulo ? feita uma an?lise sobre as id?ias surgidas a partir da leitura de Nietzsche que s?o desenvolvidas entre o fil?sofo Martin Heidegger e Ernst
J?nger. Um di?logo que circunscreve o niilismo e os seus desdobramentos para a Era daT?cnica, e, em ?ltima an?lise pensar a sua supera??o ou ultrapassagem.
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Entre j?bilo e ru?na: a perspectiva tr?gica de NietzscheLima, Joana Brito de 15 June 2007 (has links)
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Previous issue date: 2007-06-15 / Coordena??o de Aperfei?oamento de Pessoal de N?vel Superior / It is investigating why reason Nietzsche affirms, in 1888, when revises his work (Ecce Homo), that to be exactly with The Birth of Tragedy it will be necessary to forget some things , and, in spite of, insist, in the same writing, in naming himself the first tragic philosopher - that is, the opposite and antipode of a pessimistic philosopher . Nietzsche elaborates in The Birth of Tragedy a theory about tragic starting from the opposition and complementarity among Apollo and Dionysian, rationalism and instinct, and in the refusal of the pessimistic perspective. The objective of the dissertation is to discuss how the theory of tragedy modifies due to the rupture with the inspiring of the first moment of the nietzschian philosophy, Schopenhauer and Wagner - maybe the such things to be forgotten about The Birth of Tragedy - and the implications of this rupture, that transforms the philosophy of Nietzsche in dissident of the metaphysical tradition. Like this, it is noticed that there is more continuity than estrangement in what concerns to the definition of tragic, just announced in 1871. By the sentence of the eternal return to the concept of will of power Nietzsche elaborates a tragic perspective, marked by the Dionysian celebration of the life, also acted through the pessimism dionisiac , defined in Gaya Science's ? 370 (1881-2), and of the sentence of the love fate, enunciated in the ?276 of the same work; all those concepts, discussed in this research, concentrate, decisively, the acceptance idea and statement of life, or more precisely, the decline of the tragic hero, between joy and ruin / Trata-se de investigar por que raz?o Nietzsche afirma, em 1888, quando revisa sua obra (Ecce Homo), que para ser justo com O Nascimento da Trag?dia ser? preciso esquecer algumas coisas , e, n?o obstante, insista, no mesmo escrito, em nomear-se o primeiro fil?sofo tr?gico isto ?, o extremo oposto e o ant?poda de um fil?sofo pessimista . Nietzsche elabora em O Nascimento da Trag?dia uma teoria do tr?gico a partir da oposi??o e complementaridade entre apol?neo e dionis?aco, racionalismo e instinto, e na recusa da perspectiva pessimista. Desse modo, o objetivo da disserta??o ? discutir como a teoria da trag?dia se modifica devido ? ruptura com os dois inspiradores do primeiro momento da filosofia nietzschiana, Schopenhauer e Wagner talvez as tais coisas a serem esquecidas de O Nascimento da Trag?dia e as implica??es desta ruptura, que transforma a filosofia de Nietzsche em dissidente da tradi??o metaf?sica. Assim, percebe-se que h? mais continuidade do que distanciamento no que concerne ? defini??o de tr?gico, apenas anunciada em 1871. Da senten?a do eterno retorno ao conceito de vontade de poder Nietzsche elabora uma perspectiva tr?gica, marcada pela celebra??o dionis?aca da vida, tamb?m representada atrav?s do pessimismo dionis?aco , definido no ? 370 da Gaia Ci?ncia (1881-2), e da m?xima do amor fati, enunciada no ?276 da mesma obra; todos esses conceitos nietzschianos, discutidos nesta pesquisa, concentram, decisivamente, a id?ia de aceita??o e afirma??o da vida, ou mais precisamente, o ocaso do her?i tr?gico, entre j?bilo e ru?na
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Deus morreu: consequências para pensar a religião em NietzscheLandim, Robione Antônio 22 March 2017 (has links)
Submitted by Renata Lopes (renatasil82@gmail.com) on 2017-08-18T18:31:28Z
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Previous issue date: 2017-03-22 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / O presente estudo parte do anúncio da morte de Deus para pensar o sentido de religião em Nietzsche. Ainda que a filosofia deste pensador tenha proclamado a morte de Deus, essa mensagem não implica necessariamente na erradicação da religião. Ela favorece pensá-la em outros termos que não a vinculam a uma instituição específica, nem a um conjunto de dogmas e ritos, mas enquanto afirmação da vida. Assim sendo, a morte de Deus é tematizada de modo a evidenciar uma crítica a determinada visão de civilização e cultura que contribuíram para a desvalorização da vida. Enquanto um filósofo crítico da desvalorização da vida compreende-se o discurso hostil de Nietzsche em relação à religião cristã. O cristianismo é uma visão de mundo derivada do platonismo e do judaísmo. Nesse sentido, o cristianismo não se identifica com a figura de Jesus. Este aponta para um tipo de vida que no decorrer da sua morte na cruz foi distorcido pela intepretação do apóstolo Paulo. O cristianismo se tornou uma invenção paulina. Não obstante a sua crítica à religião cristã, o que se pretende demonstrar é que o instinto religioso ainda vive na filosofia de Nietzsche. O aspecto religioso presente em Nietzsche, porém, não se apresenta mais sob a aparência metafísica-religiosa tradicional. A religião vive, ela é importante, mas desde que afirme a vida. Trata-se de pensá-la de modo alusivo, com uma linguagem que enfatiza menos o seu aspecto ontoteológico, para destacar muito mais a sua dimensão simbólico-existencial. Para Nietzsche, o elemento religioso se mostra como resultado de um instinto criador. A vida enquanto vontade de poder inventa a religião, novos deuses, enfim, vários mecanismos capazes de fazer aumentar o seu poder. Assim, o instinto religioso continua a forjar novas espiritualidades, novos deuses para a vida. / The present study starts from the announcement of the death of God to think the sense of religion in Nietzsche. Although the philosophy of this thinker has proclaimed the death of God, this message does not necessarily imply the eradication of religion. It favors thinking it in other terms that do not bind it to a specific institution, or to a set of dogmas and rites, but as an affirmation of life. Thus, the death of God is thematized in order to highlight a critique of a certain vision of civilization and culture that contributed to the devaluation of life. While a critical philosopher of the devaluation of life is understood Nietzsche's hostile discourse on the Christian religion. Christianity is a worldview derived from Platonism and Judaism. In this sense, Christianity does not identify with the figure of Jesus. It points to a type of life that in the course of his death on the cross was distorted by the interpretation of the apostle Paul. Christianity became a Pauline invention. Notwithstanding his criticism of the Christian religion, what is meant is that the religious instinct still lives in Nietzsche's philosophy. The religious aspect present in Nietzsche, however, no longer appears in the traditional metaphysicalreligious appearance. Religion lives, it is important, but as long as it affirms life. It is to think of it in a allusive way, with a language that emphasizes less its onto-theological aspect, in order to highlight its symbolic-existential dimension much more. For Nietzsche, the religious element shows itself as the result of a creative instinct. Life as a will to power invents religion, new gods, in short, various mechanisms capable of increasing its power. Thus, the religious instinct continues to forge new spiritualties, new gods for life.
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A discricionariedade (administrativa) à luz da crítica hermenêutica do direitoMadalena, Luis Henrique Braga 25 March 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-03-25 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / O estudo que aqui se resume possui como escopo o desvelamento do fenômeno que representa a ideia de discricionariedade administrativa no Brasil, que acaba por gerar uma armadilha teórica que leva a conclusão de que, em grande medida, os atos administrativos, por serem tidos como atos de caráter político, não seriam controláveis materialmente pelo direito, à exceção das aberrações. Muito disso ainda advém de um rasteiro discurso de separação dos poderes, que não poderia ser violado por uma atuação de controle por parte de qualquer um dos poderes que não seja o de onde emanou o ato contestado. Isso dá espaço para que a atividade administrativa, ao invés de ter garantida sua legitimidade democrática e republicana pelo direito, passa a ter sua ilegitimidade acobertada por um direito de viés conservador, que cada vez mais promove a manutenção de históricas dominações sociais, típicas do Brasil e da América Latina. Isso em grande medida é proporcionado por uma Teoria do Direito que mantém-se aprisionada em um paradigma filosófico ultrapassado e incompatível com o Estado Democrático de Direito pretendido pela Constituição de 1988: o da filosofia da consciência. Muitos discursos jus administrativos contemporâneos, como o que privilegia o paradigma gerencial da administração pública, que também dá azo a abundância de princípios, os quais acabam por servir de álibi para as decisões administrativas tomadas, na exata medida que são considerados em sua faceta teleológica, como verdadeiros mandados de otimização e não em seu viés deontológico. A partir daí a administração (presente em todos os poderes) possuiu uma permissão jurídico-normativa para agir da forma que melhor entender, com o que o direito passa a chancelar a pluralidade de respostas, as quais são consideradas como pertencentes a uma esfera política. A atividade administrativa do Estado, especialmente no Brasil, onde podem ser verificadas as influências da cordialidade, do patriarcalismo e de um patrimonialismo estamental, conforme tratado por Buarque de Holanda, Gilberto Freyre e Raymundo Faoro, é passível de equiparação à vontade de poder, abordada por Nietzsche, com base em seu conceito de niilismo. Para que se possa alcançar o almejado Estado Democrático de Direito, que necessariamente passa por uma firme atuação estatal, imperioso que se recupere a noção de ciência da atividade administrativa, direta e completamente vinculada ao Direito. Este Direito deve possuir um cunho transformador, de projeção, para o que tem-se como resposta a Crítica Hermenêutica do Direito, inaugura por Lenio Streck, fundada na hermenêutica filosófica/filosofia hermenêutica, de Hans Georg
Gadamer/Martin Heidegger e na integridade e coerência no Direito, de Ronald Dworkin, que afirma o direito fundamental à respostas corretas. O que em grande medida se faz é demonstrar que tal exigência é perfeitamente cabível na esfera da atividade administrativa e que a discricionariedade (administrativa) em nada difere da discricionariedade judicial, especialmente em sua função de álibi para o relativismo e para a chancela e manutenção de odiosas dominações. / The study that is here summarized has scoped the uncovering of the phenomenon that represents the notion of administrative discretion in Brazil, which generates a theoretical trap which leads to the conclusion that, to a large extent, administrative acts, once they have a political nature, would not be materially controllable by law, except for aberration. A lot of that still comes from a low speech of separation of powers, which could’t be violated by an act of control on the part of any of the powers, other than where issued the contested act. This gives space for administrative activity, rather than having guaranteed its democratic legitimacy and the Republican right, begins to have his illegitimacy covered up by a straight law, that increasingly promotes the maintenance of social dominations, typical of Brazil and Latin America. This, in a large extent, is provided by a Theory of Law that remains trapped in a philosophical paradigm, outdated and incompatible with the democratic State of Law required by the Constitution of 1988: the philosophy of consciousness. Many contemporary jus administrative speeches, as the one that favors the managerial paradigm of public administration, at the end favors the abundance of principles, which will serve as an alibi for the taken administrative decisions, at the exact extent which are considered in their teleological facet, like true optimization requirements and not on your deontological bias. From there the administration (present in all powers) possessed a normative legal permission to act in the manner that best understand, with what the law becomes to chancellor, the plurality of responses, which are considered as belonging to a political sphere. The administrative activity of the State, especially in Brazil, where it’s possible to be verified the influences of cordiality, patriarchy and patrimonialism estamental, as spoken by Buarque de Holanda, Gilberto Freyre and Raymundo Faoro, is amenable to assimilation to will to power, approached by Nietzsche, based on his concept of nihilism. In order to achieve the coveted democratic State of Law, which necessarily goes through a steady state performance, imperative that recovers the notion of administrative activity, directly and completely bound to the Law. This Law must have a transformer bias, of projection, for what you have as a response to Critical Hermeneutics, Law inaugurates by Padman Streck, founded on philosophical hermeneutics/philosophy hermeneutics by Hans Georg Gadamer/Martin Heidegger and the integrity and consistency of law, by Ronald Dworkin, who claims the fundamental right to correct answers. What largely if does is demonstrate that this requirement is perfectly appropriate
in the sphere of administrative activity and it’s discretion in nothing differs from the judicial discretion, especially in its role as an alibi for the relativism and for the seal and maintenance of odious dominations.
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O judiciário entre a vontade de poder e o controle remoto judicial: uma resposta hermenêuticaSantos Júnior, Rosivaldo Toscano dos 20 December 2013 (has links)
Submitted by Maicon Juliano Schmidt (maicons) on 2015-06-26T19:12:37Z
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Previous issue date: 2013-12-20 / Nenhuma / O estudo investiga duas posturas que deformam a interpretação do direito no Brasil e propõe a solução para resolver esse problema. Identifica, em ambas, o decisionismo fundado na vontade de poder, rompendo-se a normatividade. Na cúpula, sob a ideia do Judiciário como corporação, e a pretexto de maior eficiência, mas na vontade do Mercado, são importados institutos que, pretensamente, seriam da common law, mas que estão fora do contexto de sua criação e são aplicados de maneira deturpada, ou por não guardarem as especificidade do caso concreto ou por se descolarem na normatividade, constituem exercício escamoteado da vontade de poder. Súmulas, vinculantes ou não, e pretensos precedentes geram violência contra a independência funcional do magistrado de instâncias inferiores e contra as partes, pois a atribuição de sentidos não advém do caso concreto. Nas bases do Judiciário, nosso estudo investiga a predominância da aceitação acrítica e obediente desse common law à brasileira, expresso em súmulas e em enunciados assertóricos abstratizados. Criam-se mimetismos. Contudo, nossa formação histórica autoritária e estamental impede a percepção de que há uma diferença ontológica entre potestas e potentia - de que um não subsiste sem ou outro sem que se torne poder ilegítimo. Assim, nas bases o fenômeno do decisionismo subsiste como prática suplementar, numa aprendizagem por observação das cúpulas - a modelagem, criando-se ou se aderindo a princípios ad-hoc e a conceitos assertóricos. Tanto verticalmente (hierarquização - solipsismo da cúpula para as bases) quanto horizontalmente (solipsismo pelas bases), rompe-se a autonomia do direito, seja pela política, seja pela economia. "Liberdade do intérprete" como pretexto para a libertinagem normativa. "Eficiência econômica" como deficiência normativa. Outrora, o discurso patrimonialista em prol dos estamentos. Hoje, o discurso econômico neoliberal. Invade-se o direito pela economia, dessa vez em forma de Cavalo-de-Tróia: a análise econômica do direito - AED. Substitui-se a normatividade pelo utilitarismo mercadológico. Os pré-juízos inautênticos que sustentam essa dupla deformação hermenêutica nascem de um condicionamento operante (estímulo-reforço) dos profissionais do direito, desde os bancos de faculdade até a atividade profissional e, atingindo, em especial, seu principal destinatário: o magistrado. Esse discurso de poder produz realidades - tetos epistemológicos que encobrem o fato de que: a) só há interpretação no caso concreto porque não existem conceitos desprovidos de faticidade; b) não cabe argumento de autoridade para além da normatividade; c) a importação de teorias estrangeiras precisa sofrer um processo de compatibilização com nossa realidade jurídica, social, política e econômica. A partir do giro ontológico-linguístico, com a superação do esquema sujeito-objeto da filosofia da consciência e a consideração da diferença ontológica (ser e ente; texto e norma), dá-se o desvelamento da interpretação como existencial, e de que os sentidos não advêm da vontade do sujeito autônomo da modernidade, mas de uma intersubjetividade, de uma verdade que advém da fusão de horizontes dentro de uma tradição, bem como da importância da integridade e coerência do direito. A resposta constitucionalmente correta não pode depender da consciência do juiz, do livre convencimento, da busca da "verdade real". Decidir não é, definitivamente, escolher. / The study investigates two positions that distort the interpretation of law in Brazil and proposes a solution to solve this problem. Identifies, in both, the decisionism founded on the will to power, breaking up normativity. The idea of the judiciary as a corporation dominates the Supreme Court and the National Council of Justice. They imports institutes that would be the common law. Except that out of context, under the guise of efficiency and in accordance with the will of the market. Are concealed exercise of will power for neglecting the specificity of the case and normativity. Dockets, binding or not, and pseudoprecedents would generate violence against the functional independence of the judges of low courts and against the litigants because the attribution of meaning doesn’t comes the case. In the basis of the judiciary, our study investigates the prevalence of uncritical and obedient to this “Brasilian’s common law”, expressed in dockets and abstract statements. It creates memes. However, our national government history was authoritative and the states interrupts the perception that there is an ontological difference between potestas and potentia – that one can not exist without the other, or without it becoming illegitimate power. Thus, on the basis, the decisionism phenomenon subsists as an extra practice in a learning by observation of summit - modeling, creating or sticking to ad-hoc principles and abstracts concepts. Both vertically (hierarchical - solipsism from supreme court to the basis) and horizontally (on the low courts), it breaks up the autonomy of law, whether in politics and in the economy. “Freedom of the interpreter” as a pretext for libertinism of rules. “Economic efficiency” as disabiliting rules. Erstwhile, speaking on behalf of the casts. Today, neoliberal economic discourse. The economy invades the law, this time in the form of Trojan horse: the Economic Analysis of Law. Replaces up normativity by merchandising utilitarianism. The inauthentic prejudice that sustain this double deformation of hermeneutic born from a operant conditioning (stimulus-reinforcement) of legal practitioners from college to professional activity, and reaching, in particular, its main destination: the judges. This discourse of power produces realities - epistemological ceilings that hide the fact that: a) there is only interpretation in this case because there are no concepts without facticity; b) does not fit the argument from authority beyond normativity; c) the importation of foreign theories must undergo a process of 13 reconciling with our legal, social, political and economic reality. From the ontological-linguistic turn, with the overcoming of the subject-object scheme of the philosophy of consciousness and consideration of the ontological difference (between Being and beings, and text and norm), there is the unveiling of interpretation as existential and the senses will not come from the autonomous subject of modernity, but under intersubjectivity, a truth that comes from the fusion of horizons within a tradition as well as the importance of integrity and coherence of the law. The constitutionally correct answer can not depend on awareness of the judge, the free conviction or from search of the “real truth”. Deciding is not choose, definitely.
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A interpretação heideggeriana da vontade de poder em Nietzsche: uma leitura metafísicaZandavalli, Carol January 2013 (has links)
Submitted by Fabricia Fialho Reginato (fabriciar) on 2015-08-28T22:58:37Z
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Previous issue date: 2013 / Nenhuma / Nosso texto visa aprofundar a abordagem de Heidegger sobre o conceito de vontade de poder em Nietzsche e suas consequências. Para tanto, trataremos primeiramente de compreender alguns aspectos centrais do pensamento do próprio Heidegger. Esse preâmbulo inicial nos ajudará para uma melhor compreensão do contexto de onde parte a sua crítica. Em seguida, defrontarnos-emos com a interpretação heideggeriana da vontade de poder em modo mais estrito. Teremos, por fim, melhores condições de pensar a pertinência do que é apresentado por Heidegger, isto é, de sua visão sobre uma metafísica nietzschiana com bases nos conceitos de vontade de poder e eterno retorno do mesmo. / Our text aims to deepen Heidegger’s approach on the concept of will to power in Nietzsche and its consequences. To do so, we will try first to understand some central aspects of Heidegger's own thinking. This initial preamble will help us to have a better understanding of the context where his criticism comes from. Then we will face with the heideggerian interpretation of the will to power in a stricter mode. Finally, we will be more able to think about the relevance of what is presented by Heidegger, that is, of his vision on a Nietzschean metaphysics based on the concepts of will to power and eternal return of the same.
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Quando parte o último comboio? : Álvaro de Campos, um seguidor decadente de Walt Whitman e NietzscheDuarte, Carina Marques January 2015 (has links)
Este trabalho analisa a produção de Álvaro de Campos – heterônimo de Fernando Pessoa – em relação a duas linhas de força: a poesia de Walt Whitman e a filosofia de Friedrich Nietzsche. Busca comprovar que os poemas da segunda fase, a eufórica, em virtude do prolífico diálogo com o bardo norte-americano e o filósofo, estão investidos de uma vontade de potência, a qual se manifesta, especialmente, no ímpeto sensacionista de experimentar tudo e na analogia entre o poeta e Deus. Herdeiro do Decadentismo, Campos não consegue manter o discurso vitalista e dinamista e, frequentemente, um tom depressivo invade os textos. Nessas ocasiões, o eu lírico, em vez de estar marcado pela vontade de potência, assume uma feição decadente, que predominará na fase posterior. Pretendemos demonstrar que, apesar do cansaço, do tédio, da letargia e da lucidez, há, no Campos disfórico, uma vontade de potência. A fim de examinarmos os poemas do poeta eufórico, nos apoiaremos no conceito de intertextualidade, recorrendo aos estudos de Kristeva, Bakhtin, Laurent Jenny, Gerárd Genette, Leyla Perrone-Moisés e Tiphaine Samoyault. Com vistas à percepção do modo como o heterônimo ressignifica o legado de Whitman e Nietzsche, seguiremos, na análise, a metodologia comparatista de busca das analogias e das diferenças. Serão de grande valia as formulações de George Steiner, Eduardo Lourenço e Octavio Paz, entre outros. Na mesma proporção, serão importantes, para a compreensão do Campos disfórico, as colocações de Nietzsche acerca do niilismo e os argumentos de Steiner a respeito da tristeza inerente ao pensamento. Urdida com os influxos de Nietzsche e Whitman, a vontade de potência leva Campos, tal como os antecessores, a considerar-se divino. Entretanto, por ser demasiado consciente, Campos não pode persistir na embriaguez do Sensacionismo. Resta-lhe, então, manifestar a vontade de potência através da ideia de permanência da obra. / This paper analyzes the production of Álvaro de Campos - heteronym of Fernando Pessoa - in relation to two strong lines: the poetry of Walt Whitman and the philosophy of Friedrich Nietzsche. It seeks to prove that the poems of the second phase, the euphoric, are invested with a power to will which is manifested especially in the sensationist impetus to try everything and in the analogy between the American bard and the philosopher. Heir to the Decadentism, Campos cannot keep the vitalist and dynamistic discourse and often a depressing tone pervades his texts. On these occasions, the lyrical, rather than being marked by the will to power, assumes a decadent feature, which will predominate in the later stage. We intend to show that, despite the fatigue, boredom, lethargy and lucidity, there is in the dysphoric Campos a power to will. In order to examine the poems of the euphoric poet we will seek support in the concept of intertextuality, using the studies of Kristeva, Bakhtin, Laurent Jenny, Gérard Genette, Leyla Perrone-Moisés and Tiphaine Samoyault. With the objective of perceiving how the heteronym gives new meaning to legacy of Whitman and Nietzsche, we will follow in the analysis, the comparative methodology of search of analogies and differences. Of great value will be the approaches of George Steiner, Eduardo Lourenço and Octavio Paz, among others. In the same proportion, will be important for the understanding of the dysphoric Campos, the collocations of Nietzsche on nihilism and Steiner's arguments about the inherent sadness in thought. Warped with inflows of Nietzsche and Whitman, the will to power leads Campos, like his predecessors, to consider himself divine. However, because he is too conscious Campos cannot persist in the intoxication of Sensationism. Then, he left with expressing the will to power through the idea of the permanence of the work. / Este trabajo analiza la producción de Álvaro de Campos – heterónimo de Fernando Pessoa – en relación a dos líneas de fuerza: la poesía de Walt Whitman y la filosofía de Friedrich Nietzsche. Busca comprobar que los poemas de la segunda fase, la eufórica, a causa del prolífico diálogo con el bardo norte-americano y el filósofo, están investidos de una voluntad de potencia, la cual se manifiesta, especialmente, en el ímpetu sensacionista de probarlo todo y en la analogía entre el poeta y Dios. Heredero del Decadentismo, Campos no consigue mantener el discurso vitalista y dinamista y, frecuentemente, un tono depresivo invade los textos. En esas ocasiones, el yo lírico, en lugar de presentar voluntad de potencia, manifiesta rasgos decadentes, que dominarán en la fase siguiente. Pretendemos mostrar que, no obstante el cansancio, el hastío, el abatimiento y la lucidez, hay, en el Campos depresivo, una voluntad de potencia. A fin de examinar los poemas del poeta eufórico, nos basaremos en el concepto de intertextualidad, recurriendo a los estudios de Kristeva, Bakhtin, Laurent Jenny, Gerárd Genette, Leyla Perrone-Moisés y Tiphaine Samoyault. Con el objetivo de percibir el modo como el poeta resignifica la herencia de Whitman y Nietzsche, adoptaremos, en el análisis, la metodología comparatista de la búsqueda de las analogías y de las diferencias. Serán muy valiosos los aportes de George Steiner, Eduardo Lourenço y Octavio Paz, entre otros. Del mismo modo, serán importantes, en el abordaje del Campos depresivo, las aserciones de Nietzsche con respecto al nihilismo y los argumentos de Steiner en relación a la tristeza inherente al pensamiento. Entretejida con los influjos de Whitman y Nietzsche, la voluntad de potencia conduce Campos, a ejemplo de los antecesores, a considerarse divino. Sin embargo, demasiado consciente, Campos no puede seguir en la ebriedad del Sensacionismo. Quédale, pues, manifestar la voluntad de potencia a través de la idea de permanencia de la obra.
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Quando parte o último comboio? : Álvaro de Campos, um seguidor decadente de Walt Whitman e NietzscheDuarte, Carina Marques January 2015 (has links)
Este trabalho analisa a produção de Álvaro de Campos – heterônimo de Fernando Pessoa – em relação a duas linhas de força: a poesia de Walt Whitman e a filosofia de Friedrich Nietzsche. Busca comprovar que os poemas da segunda fase, a eufórica, em virtude do prolífico diálogo com o bardo norte-americano e o filósofo, estão investidos de uma vontade de potência, a qual se manifesta, especialmente, no ímpeto sensacionista de experimentar tudo e na analogia entre o poeta e Deus. Herdeiro do Decadentismo, Campos não consegue manter o discurso vitalista e dinamista e, frequentemente, um tom depressivo invade os textos. Nessas ocasiões, o eu lírico, em vez de estar marcado pela vontade de potência, assume uma feição decadente, que predominará na fase posterior. Pretendemos demonstrar que, apesar do cansaço, do tédio, da letargia e da lucidez, há, no Campos disfórico, uma vontade de potência. A fim de examinarmos os poemas do poeta eufórico, nos apoiaremos no conceito de intertextualidade, recorrendo aos estudos de Kristeva, Bakhtin, Laurent Jenny, Gerárd Genette, Leyla Perrone-Moisés e Tiphaine Samoyault. Com vistas à percepção do modo como o heterônimo ressignifica o legado de Whitman e Nietzsche, seguiremos, na análise, a metodologia comparatista de busca das analogias e das diferenças. Serão de grande valia as formulações de George Steiner, Eduardo Lourenço e Octavio Paz, entre outros. Na mesma proporção, serão importantes, para a compreensão do Campos disfórico, as colocações de Nietzsche acerca do niilismo e os argumentos de Steiner a respeito da tristeza inerente ao pensamento. Urdida com os influxos de Nietzsche e Whitman, a vontade de potência leva Campos, tal como os antecessores, a considerar-se divino. Entretanto, por ser demasiado consciente, Campos não pode persistir na embriaguez do Sensacionismo. Resta-lhe, então, manifestar a vontade de potência através da ideia de permanência da obra. / This paper analyzes the production of Álvaro de Campos - heteronym of Fernando Pessoa - in relation to two strong lines: the poetry of Walt Whitman and the philosophy of Friedrich Nietzsche. It seeks to prove that the poems of the second phase, the euphoric, are invested with a power to will which is manifested especially in the sensationist impetus to try everything and in the analogy between the American bard and the philosopher. Heir to the Decadentism, Campos cannot keep the vitalist and dynamistic discourse and often a depressing tone pervades his texts. On these occasions, the lyrical, rather than being marked by the will to power, assumes a decadent feature, which will predominate in the later stage. We intend to show that, despite the fatigue, boredom, lethargy and lucidity, there is in the dysphoric Campos a power to will. In order to examine the poems of the euphoric poet we will seek support in the concept of intertextuality, using the studies of Kristeva, Bakhtin, Laurent Jenny, Gérard Genette, Leyla Perrone-Moisés and Tiphaine Samoyault. With the objective of perceiving how the heteronym gives new meaning to legacy of Whitman and Nietzsche, we will follow in the analysis, the comparative methodology of search of analogies and differences. Of great value will be the approaches of George Steiner, Eduardo Lourenço and Octavio Paz, among others. In the same proportion, will be important for the understanding of the dysphoric Campos, the collocations of Nietzsche on nihilism and Steiner's arguments about the inherent sadness in thought. Warped with inflows of Nietzsche and Whitman, the will to power leads Campos, like his predecessors, to consider himself divine. However, because he is too conscious Campos cannot persist in the intoxication of Sensationism. Then, he left with expressing the will to power through the idea of the permanence of the work. / Este trabajo analiza la producción de Álvaro de Campos – heterónimo de Fernando Pessoa – en relación a dos líneas de fuerza: la poesía de Walt Whitman y la filosofía de Friedrich Nietzsche. Busca comprobar que los poemas de la segunda fase, la eufórica, a causa del prolífico diálogo con el bardo norte-americano y el filósofo, están investidos de una voluntad de potencia, la cual se manifiesta, especialmente, en el ímpetu sensacionista de probarlo todo y en la analogía entre el poeta y Dios. Heredero del Decadentismo, Campos no consigue mantener el discurso vitalista y dinamista y, frecuentemente, un tono depresivo invade los textos. En esas ocasiones, el yo lírico, en lugar de presentar voluntad de potencia, manifiesta rasgos decadentes, que dominarán en la fase siguiente. Pretendemos mostrar que, no obstante el cansancio, el hastío, el abatimiento y la lucidez, hay, en el Campos depresivo, una voluntad de potencia. A fin de examinar los poemas del poeta eufórico, nos basaremos en el concepto de intertextualidad, recurriendo a los estudios de Kristeva, Bakhtin, Laurent Jenny, Gerárd Genette, Leyla Perrone-Moisés y Tiphaine Samoyault. Con el objetivo de percibir el modo como el poeta resignifica la herencia de Whitman y Nietzsche, adoptaremos, en el análisis, la metodología comparatista de la búsqueda de las analogías y de las diferencias. Serán muy valiosos los aportes de George Steiner, Eduardo Lourenço y Octavio Paz, entre otros. Del mismo modo, serán importantes, en el abordaje del Campos depresivo, las aserciones de Nietzsche con respecto al nihilismo y los argumentos de Steiner en relación a la tristeza inherente al pensamiento. Entretejida con los influjos de Whitman y Nietzsche, la voluntad de potencia conduce Campos, a ejemplo de los antecesores, a considerarse divino. Sin embargo, demasiado consciente, Campos no puede seguir en la ebriedad del Sensacionismo. Quédale, pues, manifestar la voluntad de potencia a través de la idea de permanencia de la obra.
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Quando parte o último comboio? : Álvaro de Campos, um seguidor decadente de Walt Whitman e NietzscheDuarte, Carina Marques January 2015 (has links)
Este trabalho analisa a produção de Álvaro de Campos – heterônimo de Fernando Pessoa – em relação a duas linhas de força: a poesia de Walt Whitman e a filosofia de Friedrich Nietzsche. Busca comprovar que os poemas da segunda fase, a eufórica, em virtude do prolífico diálogo com o bardo norte-americano e o filósofo, estão investidos de uma vontade de potência, a qual se manifesta, especialmente, no ímpeto sensacionista de experimentar tudo e na analogia entre o poeta e Deus. Herdeiro do Decadentismo, Campos não consegue manter o discurso vitalista e dinamista e, frequentemente, um tom depressivo invade os textos. Nessas ocasiões, o eu lírico, em vez de estar marcado pela vontade de potência, assume uma feição decadente, que predominará na fase posterior. Pretendemos demonstrar que, apesar do cansaço, do tédio, da letargia e da lucidez, há, no Campos disfórico, uma vontade de potência. A fim de examinarmos os poemas do poeta eufórico, nos apoiaremos no conceito de intertextualidade, recorrendo aos estudos de Kristeva, Bakhtin, Laurent Jenny, Gerárd Genette, Leyla Perrone-Moisés e Tiphaine Samoyault. Com vistas à percepção do modo como o heterônimo ressignifica o legado de Whitman e Nietzsche, seguiremos, na análise, a metodologia comparatista de busca das analogias e das diferenças. Serão de grande valia as formulações de George Steiner, Eduardo Lourenço e Octavio Paz, entre outros. Na mesma proporção, serão importantes, para a compreensão do Campos disfórico, as colocações de Nietzsche acerca do niilismo e os argumentos de Steiner a respeito da tristeza inerente ao pensamento. Urdida com os influxos de Nietzsche e Whitman, a vontade de potência leva Campos, tal como os antecessores, a considerar-se divino. Entretanto, por ser demasiado consciente, Campos não pode persistir na embriaguez do Sensacionismo. Resta-lhe, então, manifestar a vontade de potência através da ideia de permanência da obra. / This paper analyzes the production of Álvaro de Campos - heteronym of Fernando Pessoa - in relation to two strong lines: the poetry of Walt Whitman and the philosophy of Friedrich Nietzsche. It seeks to prove that the poems of the second phase, the euphoric, are invested with a power to will which is manifested especially in the sensationist impetus to try everything and in the analogy between the American bard and the philosopher. Heir to the Decadentism, Campos cannot keep the vitalist and dynamistic discourse and often a depressing tone pervades his texts. On these occasions, the lyrical, rather than being marked by the will to power, assumes a decadent feature, which will predominate in the later stage. We intend to show that, despite the fatigue, boredom, lethargy and lucidity, there is in the dysphoric Campos a power to will. In order to examine the poems of the euphoric poet we will seek support in the concept of intertextuality, using the studies of Kristeva, Bakhtin, Laurent Jenny, Gérard Genette, Leyla Perrone-Moisés and Tiphaine Samoyault. With the objective of perceiving how the heteronym gives new meaning to legacy of Whitman and Nietzsche, we will follow in the analysis, the comparative methodology of search of analogies and differences. Of great value will be the approaches of George Steiner, Eduardo Lourenço and Octavio Paz, among others. In the same proportion, will be important for the understanding of the dysphoric Campos, the collocations of Nietzsche on nihilism and Steiner's arguments about the inherent sadness in thought. Warped with inflows of Nietzsche and Whitman, the will to power leads Campos, like his predecessors, to consider himself divine. However, because he is too conscious Campos cannot persist in the intoxication of Sensationism. Then, he left with expressing the will to power through the idea of the permanence of the work. / Este trabajo analiza la producción de Álvaro de Campos – heterónimo de Fernando Pessoa – en relación a dos líneas de fuerza: la poesía de Walt Whitman y la filosofía de Friedrich Nietzsche. Busca comprobar que los poemas de la segunda fase, la eufórica, a causa del prolífico diálogo con el bardo norte-americano y el filósofo, están investidos de una voluntad de potencia, la cual se manifiesta, especialmente, en el ímpetu sensacionista de probarlo todo y en la analogía entre el poeta y Dios. Heredero del Decadentismo, Campos no consigue mantener el discurso vitalista y dinamista y, frecuentemente, un tono depresivo invade los textos. En esas ocasiones, el yo lírico, en lugar de presentar voluntad de potencia, manifiesta rasgos decadentes, que dominarán en la fase siguiente. Pretendemos mostrar que, no obstante el cansancio, el hastío, el abatimiento y la lucidez, hay, en el Campos depresivo, una voluntad de potencia. A fin de examinar los poemas del poeta eufórico, nos basaremos en el concepto de intertextualidad, recurriendo a los estudios de Kristeva, Bakhtin, Laurent Jenny, Gerárd Genette, Leyla Perrone-Moisés y Tiphaine Samoyault. Con el objetivo de percibir el modo como el poeta resignifica la herencia de Whitman y Nietzsche, adoptaremos, en el análisis, la metodología comparatista de la búsqueda de las analogías y de las diferencias. Serán muy valiosos los aportes de George Steiner, Eduardo Lourenço y Octavio Paz, entre otros. Del mismo modo, serán importantes, en el abordaje del Campos depresivo, las aserciones de Nietzsche con respecto al nihilismo y los argumentos de Steiner en relación a la tristeza inherente al pensamiento. Entretejida con los influjos de Whitman y Nietzsche, la voluntad de potencia conduce Campos, a ejemplo de los antecesores, a considerarse divino. Sin embargo, demasiado consciente, Campos no puede seguir en la ebriedad del Sensacionismo. Quédale, pues, manifestar la voluntad de potencia a través de la idea de permanencia de la obra.
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