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Substituição parcial de proteína animal por vegetal na dieta de portadores de doença renal crônica: efeitos sobre a acidez em sangue e urina / Partial replacement of animal protein by vegetable in the diet of patients with chronic kidney disease: effects on acidity in blood and urine

Souza, Gabriela Cristina Arces de 23 April 2018 (has links)
A dieta tem forte influência sobre a formação de carga ácida no metabolismo dos pacientes com doença renal crônica (DRC), portanto é um fator que pode influenciar na gravidade da acidose metabólica. Esta é uma condição comumente encontrada em estágios mais avançados da DRC. Proteínas vegetais, como a proteína texturizada de soja (PTS), poderiam proporcionar uma formação de carga ácida menor e, pelo seu conteúdo de isoflavonas, consideradas antioxidantes, contribuiriam para a melhora do estresse metabólico. O objetivo do estudo foi avaliar os efeitos da substituição de fontes proteicas de origem animal por fonte vegetal (soja), durante uma semana, em parâmetros sanguíneos e urinários de acidose em pacientes com DRC. Foram avaliados 28 pacientes com DRC estadios 3, 4 e 5 antes e após a substituição de fontes de proteínas animais de uma refeição principal (almoço ou jantar) por PTS ao longo de 7 dias. Antes e após a intervenção foram avaliados: ingestão alimentar por registros, a carga ácida potencial dos alimentos (CAPA), exames clínicos de rotinas, antropometria (peso, altura e IMC), composição corporal por bioimpedância de espectroscopia multifrequencial (BIS), parâmetros de acidez sanguínea e urinária (bicarbonato e pH urinário) e marcadores de estresse oxidativo (CAT e AOPP). Para análise de resultados foram utilizados testes não paramétricos de Mann-Whitney e também testes de correlação de Spearman que foram empregados para avaliação de associações entre as variáveis. O valor de p<0,05 foi considerado para a significância estatística. Encontramos que em9 uma semana de intervenção com PTS houve aumento significativo nos marcadores de BIC e pH sanguíneos, assim como no pH urinário. A maioria dos pacientes saíram do estado de acidose metabólica. O marcador de estresse oxidativo CAT mostrou melhora, porém o AOPP não apresentou aumento significativo. Em relação a composição corporal, houve diminuição do peso e aumento nos marcadores de hiperhiratação (HH), porém aumento na massa livre de gordura (MLG) e massa gorda (MG). Esses resultados mostram que a diminuição de CAPA na dieta, pela inclusão da PTS pode gerar uma melhora na acidose metabólica e no estresse oxidativo, consolidando que o manejo dietético através da inclusão de proteína vegetal pode ser uma abordagem nutricional importante no tratamento do paciente com DRC. / The diet has a strong influence on the formation of the acid load in the metabolism of patients with CKD, and this is a factor that can influence the severity of metabolic acidosis. It is a condition commonly found in more advanced stages of CKD. Vegetable proteins, such as textured soy protein (PTS), could provide a lower acid charge formation and, because of their content of isoflavones, considered antioxidants, would contribute to the improvement of metabolic stress. The objective of this study was to evaluate the effects of replacing animal protein source to plant source (soybean) for one week and analyze the blood and urine parameters of acidosis in patients with CKD. We evaluated 28 patients with CKD stages 3, 4 and 5 before and after replacing animal protein sources of the main meal, either lunch or dinner, with PTS over 7 days. Before and after the intervention it was evaluated: feed intake per records, Load Acid Potential Food (CAPA), clinical routines, anthropometry (weight, height and BMI), body composition by bioelectrical impedance multifrequency spectroscopy (BIS), blood and urine parameters (Bicarbonate and urinary pH) and oxidative stress markers (CAT and AOPP) Mann-Whitney non-parametric tests were used to analyze the results, as well as the Spearman\'s correlation tests to evaluate associations between the variables. The p value <0.05 was considered for statistical significance. We found that in one week of intervention with PTS there was a significant increase in BIC markers and blood pH, as well as urinary pH. Most of the patients were not in the state of metabolic acidosis. The CAT oxidative stress marker showed11 improvement, but AOPP showed no significant increase. Regarding body composition, there was a decrease in weight and an increase in the hyper hydration markers, but an increase in fat free mass and fat mass. These results show that the decrease of CAPA in the diet and the inclusion of the PTS can generate an improvement in metabolic acidosis and oxidative stress, consolidating the dietary management using plant protein inclusion and this can be an important nutritional approach in the treatment of patients with DRC.
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Participação dos neurônios noradrenérgicos do Locus Coeruleus na geração central das atividades inspiratória e expiratória em resposta à ativação dos quimiorreceptores centrais de ratos / Participation of the noradrenergic neurons of Locus Coeruleus in the central generation of inspiratory and expiratory activities in response to the activation of the central chemoreceptors of rats

Magalhães, Karolyne Silva 25 February 2019 (has links)
Em condições basais a inspiração é um fenômeno ativo enquanto a expiração é um fenômeno passivo. Em condições de desafios metabólicos, como aumento da pressão parcial de CO2 e da [H+] no sangue arterial (hipercapnia/acidose), ocorre aumento da atividade inspiratória, a expiração passa a ser ativa, produzindo aumentos da atividade dos músculos abdominais, e a resistência das vias aéreas superiores reduz. O Locus Coeruleus (LC) contém neurônios noradrenérgicos (NE) que aumentam sua frequência de potenciais de ação quando expostos a elevados níveis de CO2/[H+] e se comunicam com os neurônios respiratórios do tronco encefálico para fazer ajustes compensatórios na ventilação pulmonar durante a hipercapnia/acidose. Utilizando preparações in situ de ratos avaliamos a contribuição dos neurônios NE do LC na geração central das atividades inspiratória e expiratória e no controle da resistência das vias aéreas superiores em condições basais e em resposta a hipercapnia/acidose. Neurônios NE do LC foram seletivamente silenciados de maneira aguda e reversível pela aplicação do peptídeo de inseto alatostatina (Alst) após a transfecção celular utilizando um vetor lentiviral para expressão de receptores de Drosophila para a Alst acoplados a proteína G inibitória (AlstR). Dez a doze dias após, realizamos a abordagem dorsal da preparação in situ de ratos. Os nervos frênico (PN), abdominal (AbN), hipoglosso (HN) e vago cervical (cVN) foram registrados e analisados em diferentes fases do ciclo respiratório. Registros extracelulares single unit dos neurônios do LC também foram realizados. A frequência respiratória (fR), a duração da inspiração (DI) e da expiração (DE), a expiração ativa, a magnitude da modulação respiratória e a frequência de potenciais de ação dos neurônios do LC também foram avaliadas. A inibição seletiva dos neurônios NE do LC usando Alst não provocou alterações significativas na atividade dos motores nervos respiratórios, na fR, DI e DE em normocapnia. A inibição desses neurônios antes e/ou durante à hipercapnia/acidose reduziu significantemente a amplitude do AbN e em alguns momentos, eliminou a expiração ativa, além de reduzir as respostas inspiratórias do PN e HN (amplitude) e a atividade pós-inspiratória (adução da glote) do cVN. Quandoda ausência da expiração ativa após a inibição dos neurônios NE do LC, a DI, DE e a duração da atividade pré-inspiratória do cVN (abdução da glote) e HN (protusão da língua) foram normalizadas. A adição de Alst em preparações in situ de ratos que não expressavam o AsltR durante a hipercapnia/acidose não causou alterações no padrão dos nervos motores respiratórios registrados, na incidência da expiração ativa e na fR, DI e DE. Entre os neurônios do LC registrados, encontramos três populações com diferentes padrões de modulação pela respiração e uma com atividade tônica. A hipercapnia/acidose aumentou a magnitude da modulação respiratória e a frequência de potenciais de ação destas populações neuronais. Esses dados demonstram que os neurônios NE do LC exercem importante papel modulatório excitatório na geração central da inspiração, expiração ativa e no controle da resistência das vias aéreas superiores evocados pela hipercapnia/acidose em preparações in situ de ratos / In basal conditions, inspiration is an active phenomenon while expiration is a passive phenomenon. Under conditions of high metabolic demands, such as increased in partial pressure of CO2 and [H+] in arterial blood (hypercapnia/acidosis), there is an increase in inspiratory activity, expiration becomes active, producing increases in abdominal muscle activity, and the resistance of the upper airways reduces. The Locus Coeruleus (LC) contains noradrenergic (NE) neurons that increase their firing frequency when exposed to elevated CO2/[H+] levels and communicate with respiratory brainstem neurons to make compensatory adjustments in lung ventilation during hypercapnia/acidosis. Using in situ preparations of rats, we evaluated the contribution of LC NE neurons in the central generation of inspiratory and expiratory activities, as well as in the control of upper airway resistance in basal conditions and in response to hypercapnia/acidosis. LC NE neurons were selectively acutely and reversibly silenced by application of the insect allatostatin peptide (Alst) after cellular transfection using a lentiviral vector for expression of Alst Drosophila receptors coupled to inhibitory G protein (AlstR). Ten to twelve days after, we performed the dorsal approach of the in situ preparation of rats. The phrenic (PN), abdominal (AbN), hypoglossal (HN) and cervical vagus (cVN) nerves were recorded and analyzed in different phases of the respiratory cycle. Single unit extracellular records of LC neurons were also performed. Respiratory frequency (fR), duration of inspiration (DI) and expiration (DE), active expiration, the magnitude of respiratory modulation and the firing frequency of LC neurons were also evaluated. Selective inhibition of LC NE neurons using Alst did not produce significant changes in the activity of respiratory motor nerves, fR, DI and DE in normocapnia. Inhibition of these neurons before and/or during hypercapnia/acidosis significantly reduced AbN amplitude and its incidence, as well as the inspiratory responses of PN and HN (amplitude) and post-inspiratory activity (glottal adduction) of the cVN. In the absence of active expiration after the inhibition of LC NE neurons, the DI, DE and the pre-inspiratory activity of cVN (glottal abduction) and HN (tongue protrusion) were normalized. The perfusion of Alst in in situ preparations of rats withoutthe expression of the AsltR during hypercapnia/acidosis did not change the pattern of the recorded respiratory motor nerves, the incidence of active expiration, fR, DI and DE. Among the registered LC neurons, we found three populations with different patterns of respiratory modulation and one with tonic activity. Hypercapnia/acidosis increased the magnitude of the respiratory modulation and their firing frequency. These data demonstrate that LC NE neurons exert an important excitatory modulatory role in the central generation of inspiration, active expiration and in the control of upper airway resistance evoked by hypercapnia/acidosis in in situ preparations of rats
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Modulação do transporte de prótons em osteoclastos: efeitos da acidose e do fluxo de fluido extracelular. / Modulation of proton transport in osteoclasts. Effects of acidosis and extracellular fluid flow.

Morethson, Priscilla 26 October 2011 (has links)
A acidose metabólica causa perda de mineral ósseo e a estimulação mecânica causa remodelamento ósseo adaptativo. A reabsorção óssea que caracteriza essas mudanças ósseas depende da acidificação extracelular pela secreção vetorial de H+ pelos osteoclastos. A H+-ATPase vacuolar em paralelo com o trocador Cl-/H+ (CLC7) são os mecanismos conhecidos envolvidos na reabsorção óssea, entretanto, os osteoclastos também expressam canais para H+ dependentes a voltagem. Este trabalho foi realizado para avaliar a contribuição dos canais para H+ na função celular visando à compreensão de seu relacionamento com a H+-ATPase vacuolar e o CLC7 (1); analisar se o fluxo de fluido extracelular modifica a secreção de H+ (2) e avaliar a diferenciação dos osteoclastos in vitro sob acidose metabólica devido à redução do HCO3- (3). Osteoclastos de ratos Wistar foram obtidos diretamente dos animais ou foram diferenciados in vitro (com M-CSF e RANKL) e semeados sobre vidro, plástico ou substratos mineralizados em <font face=\"Symbol\">&#945;-MEM + 10% SFB, em pH 7,4 ou 6,9, e então mantidos em incubadora com 5% CO2, a 37<font face=\"Symbol\">&#176;C. A diferenciação celular foi avaliada pela contagem de células TRAP-positivas ou de núcleos marcados por DAPI. A secreção de H+ foi avaliada por epifluorescência, utilizando-se BCECF-AM, sensível a pH. Os registros do pH intracelular foram feitos na vigência de soluções tamponadas por HEPES, na ausência de CO2/HCO3- (pH 7,4, 300 mOsm/L H2O, a 37<font face=\"Symbol\">&#176;C), na presença ou ausência de perfusão contínua de fluido extracelular a uma velocidade de 5 ml/min. Na ausência de perfusão, os osteoclastos exibiram variações cíclicas do pHi (acidificação e alcalinização espontâneas), com período de 12 a 45 minutos (n = 35) e amplitude de 0,12 a 1,43 unidades de pHi. As oscilações não foram abolidas por concanamicina (100 mM) (n = 3), por NPPB (100 <font face=\"Symbol\">mM) (n = 3), na ausência de Na+ extracelular (n = 5) ou na ausência de Cl- extracelular (n = 3). O fluxo de fluido aboliu as oscilações e a ausência de Cl- extracelular modificou significativamente seu padrão. Na ausência de perfusão, a secreção de H+ após acidificação intracelular induzida foi abolida por Zn2+ (100 <font face=\"Symbol\">mM) (n = 5). Além disso, na presença de perfusão, a secreção de H+ após acidificação intracelular induzida foi abolida por NPPB (n = 4) e não foi abolida por bafilomicina (200 nm) (n = 3). A acidose metabólica não modifica o número de osteoclastos diferenciados in vitro, entretanto, o tratamento das culturas com Zn2+ causou redução do numero de células mononucleares e aumento relativo do número de osteoclastos multinucleados em relação ao controle tanto em pH 7,4 quanto em pH 6,9. / Metabolic acidosis can cause a loss of bone mineral and the mechanic stimulation can cause adaptative bone remodeling. The bone resorption characteristic of these bone changes aforementioned depends on the extracellular acidification by osteoclastmediated proton secretion. The H+ secretion by vacuolar H+-ATPase together with Clsecretion through a Cl-/H+ exchanger (CLC7) are the known mechanisms involved in the bone resorption; however, osteoclasts also express voltage-gated proton channels. The proposed aims of these work were to evaluate the contribution of proton channels in the osteoclast function for better understanding its relation with vacuolar H+-ATPase and CLC7 (1); to analyze whether the flow of extracellular fluid modifies the H+ secretion or not (2); and to analyse the osteoclast differentiation in vitro under metabolic acidosis due to HCO3- reduction (3). Osteoclasts were freshly isolated or generated from bone marrow precursor cells (using M-CSF and RANK- L) from of Wistar rats. The cells were placed on glass coverslips, plastic coverslips, or on mineralized substrate in <font face=\"Symbol\">&#945;-MEM + 10% FBS, pH 7.4 or 6.9, and then maintained in a 5% CO2 incubator at 37<font face=\"Symbol\">&#176;C. The differentiation was analyzed by counting of TRAP-stained cells or DAPIstained nuclei. The H+ secretion was analysed by epifluorescence, using the pHsensitive dye BCECF-AM. The intracellular pH record was done using a standard HEPES-buffered solution free of CO2/HCO3- (pH 7.4, 300 mOsm/L H2O, at 37<font face=\"Symbol\">&#176;C), with or without continuous perfusion of extracellular fluid at a rate of 5 ml/min. In the absence of perfusion, the osteoclasts exhibit cyclic pHi variations (spontaneous acidification and alkalinization), with a period of 12 to 45 minutes (n = 35) and amplitude difference between maximal and minimal pHi of 0.12 to 1.43 units pHi. These oscillations were not abolished in the presence of oncanamycin (100 mM) (n = 3), NPPB (100 <font face=\"Symbol\">mM) (n = 3), in the absence of Na+ (n = 5) or in the absence of Cl- (n = 3) in the extracellular solution. The fluid flow itself abolished the pH oscillations and the absence of extracellular Cl- modifies significantly these patterns. In the absence of perfusion, the H+ secretion after induced intracellular acidification was abolished by Zn2+ (100 <font face=\"Symbol\">mM) (n = 5). In addition, in the presence of perfusion, the H+ secretion after induced intracellular acidification was abolished by NPPB (n = 4) and was not abolished by bafilomycin (200 nm) (n = 3). Metabolic acidosis does not modify the number of osteoclasts differentiated in vitro, however, when the cell culture was treated with Zn2+, there was a significant reduction in the number of mononuclear cells and a relative increase in the number of multinucleated osteoclasts compared to control, both in pH 7.4 and pH 6.9 medium.
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Acidose metabólica em pacientes cirúrgicos de alto risco: importância prognóstica / Metabolic acidosis assessment in high-risk surgical patients: prognostic importance

Silva Junior, João Manoel da 26 November 2015 (has links)
Justificativa e Objetivos: Acidose é uma desordem muito frequente em pacientes cirúrgicos. Neste cenário, permanecem incertas as implicações clínicas da acidose e características de cada tipo. Portanto, é relevante tentar elucidar o papel de cada tipo de acidose no prognóstico de pacientes cirúrgicos de alto risco. Método: Trata-se de estudo multicêntrico observacional prospectivo, realizado em três diferentes hospitais. Os pacientes que necessitassem no pós-operatório de cuidados intensivos foram incluídos no estudo consecutivamente. Pacientes com baixa expectativa de vida (câncer sem perspectiva de tratamento), pacientes com insuficiência hepática (child B ou C), insuficiência renal (Clearence de creatinina < 50 mL/min ou hemodiálise prévia), diagnóstico de diabetes previamente foram excluídos. Os pacientes classificados na admissão da UTI quanto ao tipo de acidose que desenvolviam no pós-operatório imediato foram acompanhados até 30 dias e alta hospitalar. Tal classificação avaliou acidose metabólica, pela quantificação da diferença de base menor que -4 mmol/L, anion gap corrigido pela albumina (AG) e lactato aumentados, quando maiores que 12 e 2 mmo/L, respectivamente. Então, os pacientes foram classificados como acidose metabólica hiperlactatemica, aumentado e normal (hipercloremica) anion gap corrigido pela albumina. Resultados: O total de 618 pacientes foram incluídos durante dois anos. A incidência de acidose metabólica foi 59,1% na UTI, porém 148 (23,9%) apresentaram hipercloremica, 131 (21,2%) revelaram hiperlactatemia, 86 (13,9%) AG aumentado e em 253 (40,9%) não ocorreu acidose metabólica. Dentre todas as cirurgias, pacientes de cirurgia gastrointestinal foram associados a maiores porcentagens de acidose metabólica 46,2% versus 19,8% sem acidose, P < 0,05. Interessantemente, acidose com hipercloremia apresentou mais altos valores de cloro na admissão da UTI 115,0 ± 5,7 meq/L (P < 0,05) e receberam maiores quantidades de solução fisiológica 0,9% no intraoperatório 3000,0 (2000,0 - 4000,0) mL (P < 0,05). Entretanto, apesar dos pacientes não apresentarem diferenças entre escores de gravidade (SAPS 3, SOFA e ASA), idade e tempo cirúrgicos, ocorreram diferenças em relação a complicações e mortalidade no pós-operatório quando os pacientes mantinham acidose após 12 horas de pós-operatório. Pacientes com lactato e AG aumentados no pós-operatório imediato apresentaram maiores complicações, seguido dos pacientes com hipercloremia, e os sem acidose, respectivamente 68,8%; 68,6%; 65,8% e 59,3%, P = 0,03. Cardiovascular e renal disfunções foram as principais complicações e o grupo hiperlactatemia mostrou maior incidência em comparação aos outros grupos. O mesmo foi verificado em relação à mortalidade hospitalar e em 30 dias de seguimento os grupos hiperlactatemia, AG aumentado, hipercloremicos e sem acidose foram respectivamente 30,1% (HR 1,61, IC 95% 1,02 - 2,53); 24,3% (HR 1,37, IC 95% 0,76 - 2,46); 18,4% (HR 1,55, IC 95% 0,90 - 2,67) e 10,3%, Log-Rank = 0,03. Conclusão: A incidência de acidose metabólica em pacientes cirúrgicos de alto risco no pós-operatório é elevada, principalmente a do tipo hipercloremia. Pacientes cirúrgicos que desenvolvem acidose metabólica, dependendo das características, apresentam piores prognósticos em relação aos pacientes sem acidose, além disso, este estudo demonstra que diferentes etiologias de acidose metabólica estão associadas com diferentes taxas de mortalidade e morbidade no pós-operatório / Background: Acidosis is a very frequent disorder in surgical patients. In this patient set there remains uncertainty the clinic implications from acidosis and characteristics postoperatively. Therefore, it is very important to evaluate the role of each acidosis type in outcome for high-risk surgical patients. Methods: Multicenter prospective observational study was performed in three different hospitals. The patients who needed postoperative ICU were involved in the study consecutively. Patients with low life expectancy (cancer without treatment), hepatic failure, renal failure, and diabetic diagnosis were excluded. The patients were followed until 30 days and hospital discharge. On ICU admission, immediately postoperative period, the patients were classified to each type of acidosis. The classification evaluated metabolic acidosis as base excess < -4 mmol/L and high albumin-corrected anion gap (AG) and hyperlactatemia, both > 12 and > 2 mmol/L, respectively. So, the metabolic acidosis classification patients were related to hyperlactatemic, high and normal (hyperchloremic) albumin-corrected anion gap. Results: The study enrolled 618 patients during 2 years. Overall, the acidosis incidence was 59.1% on ICU admission, 148 (23.9%) hyperchloremic, 131 (21.2%) hyperlactatemia, 86 (13.9%) a high anion gap and in 253 (40.9%) there was no metabolic acidosis. The hyperchloremic group presented the highest chlorine level, 115.0 ± 5.7 meq/L (P < 0.05) and highest administration of 0.9% physiologic solution intraoperatively, 3000,0 (2000,0 - 4000,0) mL (P < 0.05). However, in spite of patients didn\'t present difference in profile demographic and score prognostic, those who remain after 12 hours with acidosis, depend on groups classification in postoperatively showed greater ICU complications, respectively, hyperlactatemia group 68.8%; high anion gap 68.6%; hyperchloremic 65.8% and no acidosis 59.3%, P = 0.03. Cardiovascular and renal dysfunctions were the main complications and hyperlactatemia group showed the highest in all of them. The same was verified in related to 30 days follow-up and hospital mortality rate respectively 30.1% (HR 1.61, IC 95% 1.02 - 2.53) hyperlactatemic; 24.3% (HR 1.55, IC 95% 0.90 - 2.67) high anion gap; 18.4% (HR 1.37, IC 95% 0.76 - 2.46) hyperchloremic and 10.3% no acidosis group, Log-Rank = 0.03. Conclusions: Metabolic acidosis in surgical patients is a very important complication postoperatively, mainly hyperchloremic. Patients who developed metabolic acidosis postoperatively depend on group classification presented worst outcomes compared to no acidosis patients; this result showed that different kinds of acidosis represented different outcomes postoperatively
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Avaliação inicial e evolutiva de crianças com bexiga neurogênica congênita atendidas em ambulatório especializado de um hospital de ensino / Initial and evolutive evaluation of children with congenital neurogenic bladder treated in a specialized clinic in a university hospital

Olandoski, Karen Previdi 18 June 2009 (has links)
INTRODUÇÃO: A bexiga neurogênica é considerada um fator de risco importante para insuficiência renal crônica. A preservação da função renal é um dos principais objetivos do tratamento nefrourológico dos portadores desta doença. OBJETIVOS: Descrever as características demográficas de 58 pacientes com bexiga neurogênica congênita, as características anatômicas e funcionais do trato urinário superior e inferior desta população ao início do seguimento e ao final da coleta dos dados e identificar fatores de risco associados à piora de função glomerular e tubular nesta população, utilizando como marcadores a quantificação do ritmo de filtração glomerular e o desenvolvimento de microalbuminúria e acidose metabólica. MÉTODOS: Estudo retrospectivo de uma coorte de 58 pacientes portadores de bexiga neurogênica congênita com seguimento mínimo de seis meses, matriculados no ambulatório de Disfunções Miccionais da Infância da Unidade de Nefrologia Pediátrica do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. O período de coleta de dados foi encerrado em janeiro de 2006. Os resultados obtidos no estudo foram descritos por médias e desvios padrões, medianas, valores mínimos e máximos, ou por frequências e percentuais. A comparação entre a avaliação inicial e a final para variáveis quantitativas contínuas foi feita usando-se o teste t de Student para amostras pareadas. A associação entre variáveis dicotômicas foi feita considerando-se o teste exato de Fisher. Para avaliação da evolução dos pacientes e comparação de subgrupos definidos por variáveis dicotômicas, foram construídas curvas de Kaplan-Meier e aplicado o teste de Long-rank. Valores de p<0,05 indicaram significância estatística. RESULTADOS: Das 58 crianças avaliadas, 33 eram do sexo feminino (56,9%). A idade média com que as crianças chegaram ao serviço foi de 4,2±3,5 anos, a média de tempo de seguimento foi de 3,8±3,1 anos. A etiologia predominante de bexiga neurogênica foi mielomeningocele, em 42 dos 58 pacientes (72,4%). O encaminhamento à Unidade ocorreu por infecção urinária em 48 (82,8%) casos, por enurese em 5 (8,6%) e por retenção urinária em 5 (8,6%). Dentre os 49/58 (84,5%) pacientes com ITU de repetição ao início do seguimento, 41/49 (83,7%) pacientes apresentaram melhora no período de seguimento. A hipertensão arterial foi diagnosticada em 11 (19,3%) das crianças na avaliação inicial e em 18 (31%) na avaliação final. A média do RFG inicial foi de 146,7±70,1 mL/1,73m2/min e a média final de 193,6±93,6 mL/1,73m2/min, com p=0,0004. A microalbuminúria estava presente em 20 (54,1%) dos exames na avaliação inicial e em 26 (61,9%) na avaliação final. A acidose metabólica estava presente em 11 (19%) dos exames na avaliação inicial e em 19 (32,8%) na avaliação final. As crianças que chegaram à Unidade de Nefrologia mais precocemente (< 3 anos) foram aquelas que mais apresentaram acidose metabólica no decorrer do acompanhamento (p=0,01). Os pacientes que não tinham acidose metabólica ao final do estudo apresentaram valores menores de Z-escore peso final (p= 0,048), Zescore altura/estatura inicial (p= 0,047) e Z-escore altura/estatura final (p=0,022) com relação aos pacientes do grupo que evoluiu com acidose. CONCLUSÃO: Pacientes com bexiga neurogênica congênita evoluem com acometimento renal glomerular e tubular precoce, cujo manejo demanda acompanhamento por profissional especializado. / INTRODUCTION: Neurogenic bladder is considered an important risk factor for chronic renal failure. In these patients, preservation of renal function is one of the most important goals of nephro-urological treatment. PURPOSE: To describe demographic data of 58 children with congenital neurogenic bladder, the anatomic and functional characteristics of their upper and lower urinary tracts at the beginning of the follow-up and at the end of the data collection period and to identify risk factors associated with worsening of the glomerular and tubular functions using as markers the quantitation of glomerular filtration rate and the development of microalbuminuria and metabolic acidosis. METHODS: Retrospective study of a cohort of 58 children with congenital neurogenic bladder treated at the Voiding Dysfunction Clinic, Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, with a minimum follow-up period of 6 months. The period of data collection ended in January 2006. The obtained results were described as means, standard deviations, medians, minimum and maximum values, or as frequencies and percentages. The comparison between the initial and final evaluations for continuous quantitative variables was done using the Student´s t test for paired samples. The association between dichotomous variables was performed considering the Fisher´s exact test. For evaluation of patients` outcomes and comparison of subgroups defined by dichotomous variables, Kaplan-Meier curves were performed and Long-rank test was applied. P values < 0.05 indicated statistical significance. RESULTS: 58 children were evaluated with 33 females (56,9%). The mean age at presentation to the service was 4.2 ± 3.5 years, the mean follow-up period was 3.8 ± 3.1 years. Myelomeningocele was the leading aetiology, corresponding to 42/58 patients (72.4%). Referral to the service occurred in 48 (82.8%) patients due to urinary tract infection, in 5 (8.6%) due to enuresis and in 5 (8.6%) due to urinary retention. Recurrent urinary tract infections were found in 49/58 patients (84.5%) at the beginning and 41/49 (83.7%) had improvement during the follow-up period. Systemic Hypertension was diagnosed in 11 (19.3%) children at the first visit and in 18 (31%) in the final evaluation. The initial mean glomerular filtration rate was 146.7 ±70.1 mL/1.73m²/min and the final mean was 193.6±mL/1.73m²/min, p = 0.0004. Microalbuminuria was found in 20 (54.1%) samples in the initial evaluation and in 26 (61.9%) in the final evaluation. Metabolic acidosis was present in 11 (19%) samples in the initial evaluation and in 19 (32.8%) in the final assessment. The children who most developed metabolic acidosis during the follow-up period were those who presented earlier to the service (< 3 years of age), p= 0.01. The group of patients that did not present metabolic acidosis at the end of the study had lower values of final weight z-score (p=0.048), initial height/stature z-score (p=0.047) and final height/stature z-score (p=0.022) than the patients of the group that developed acidosis. CONCLUSIONS: Children with congenital neurogenic bladder develop early compromise of renal glomerular and tubular functions and require adequate management by specialized professionals.
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Estudo venográfico dos dígitos de bovinos jovens antes e após aplicação intrarruminal de oligofrutose / Venographic study of foot of young bovine before and after intrarruminal oligofructose application

Freitas, Sabrina Lucas Ribeiro de 11 September 2015 (has links)
Submitted by Cássia Santos (cassia.bcufg@gmail.com) on 2017-01-05T14:15:02Z No. of bitstreams: 2 Dissertação - Sabrina Lucas Ribeiro de Freitas - 2015.pdf: 1727922 bytes, checksum: 3502487e7bd9da8dda2d7674ddde726a (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) / Approved for entry into archive by Luciana Ferreira (lucgeral@gmail.com) on 2017-01-06T09:24:49Z (GMT) No. of bitstreams: 2 Dissertação - Sabrina Lucas Ribeiro de Freitas - 2015.pdf: 1727922 bytes, checksum: 3502487e7bd9da8dda2d7674ddde726a (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) / Made available in DSpace on 2017-01-06T09:24:49Z (GMT). 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In the study was used seven crossbred (Bos indicus X Bos taurus) steers, non castrated, aging 12,6±0,9 months and weigthing 156±37,8 kg. Animals were sorted in two groups (GI and GII) receiving 13 and 17 g/kg respectively of intrarruminal oligofructose. Venography were done in the digit of cattle in five different moments, 15 days before (M0), 36 hours (M1), seven (M2), 15 (M3) and 30 (M4) days after intrarruminal administration of high fermentative carboidrate. Venography examination intended to evaluate topographic anatomy and possible vascular changes in the distal pelvic limb of the animals. Description of topographic anatomy was done based on radiographs obtained in all moments and to vascular changes in the distal limb was evaluated diferences among moments, having M0 as control. In the evaluation of vascular changes, main veins and regions like coronary corium were evaluated. Three veins were chosen to measurement of its diameter and data was analysed using ANOVA and T test at 5% significance level. Main veins and regions of coronary region, in diferente moments, were evaluated descriptively. Were identified changes in vascularization at diferente moments, like vasodilation 36 hours after oligofructose administration and vasoconstriction in the other moments, in the main veins and regions of coronary corium and bulbs. Animals from GII, changes were more accentuated. There was statistical difference for common digital dorsal III vein beteween M1 and M4 in each group, with dilation in M1 and constriction in M4. For the palmar branch to the digital cushion of medial digit the existing difference was between the groups in M4, with the constriction of the vein more accentuated in GII. It was concluded that venogtraphic exam of digits in pelvic limbs of young crossbred (Bos indicus X Bos taurus) cattle, examining before and after intrarruminal administration of oligofructose permited description of local vascular anatomy and identified changes compatible with laminits in this specie. / A etiopatogenia de várias doenças podais dos bovinos ainda é motivo de especulação. Mas não se pode ignorar que o comprometimento da irrigação e da drenagem sanguínea dos dígitos tem uma relação estreita com diversas alterações que acometem os dígitos dessa espécie animal. Portanto, o conhecimento sólido da vascularização da extremidade distal dos membros locomotores de bovinos pode nortear o entendimento de enfermidades como a laminite. Esse estudo objetivou descrever achados venográficos dos dígitos dos pés de bovinos jovens, mestiços (Bos indicus X Bos taurus), antes e após aplicação intrarruminal de oligofrutose como alternativas ao estudo da etiopatogenia da laminite e auxiliar no estudo da anatomia vascular dos dígitos. No estudo foram empregados, sete animais mestiços (Bos indicus X Bos taurus), inteiros, com 12,6±0,9 meses de idade e peso de 156±37,8 kg. Distribuiu-se por sorteio os animais em dois grupos (GI e GII) que receberam 13 e 17 g/kg de oligofrutose via intrarruminal, respectivamente. Realizou-se venografia dos dígitos dos bovinos, em cinco momentos distintos, sendo 15 dias antes (M0), 36 horas (M1), sete (M2), quinze (M3) e trinta (M4) dias após aplicação intrarruminal do carboidrato de alta fermentação. A venografia teve a finalidade de avaliar a anatomia topográfica e possíveis alterações vasculares da extremidade distal dos membros pélvicos destes animais. A descrição da anatomia topográfica foi realizada com base nas radiografias obtidas em todos os momentos. Para as alterações vasculares da extremidade distal avaliou-se as diferenças entre os momentos, tendo o M0 como controle. Nesta avaliação veias principais e regiões como a rede do cório coronário foram avaliadas. Escolheu-se três veias para proceder a mensuração dos seus diâmetros e analisá-los utilizando-se a Análise de Variância (ANOVA) e o Teste t, com nível de significância de 5%. As veias principais e da região do cório coronário, nos diferentes momentos, foram avaliados de forma descritiva. Identificaram-se alterações na vascularização nos diferentes momentos, como vasodilatação com 36 horas após aplicação de oligofrutose e vasoconstrição nos demais momentos, nas veias principais e das regiões do cório coronário e rede bulbar. Nos animais do GII as alterações foram mais acentuadas. Houve diferença estatística para a veia digital dorsal comum III entre M1 e M4 dentro de cada grupo, sendo que em M1 estava dilatada e M4 constrita. Para o ramo plantar para o coxim digital do dígito medial a diferença existente foi entre os grupos no momento M4, sendo a constrição desta veia mais acentuada no GII. Concluiu-se que o exame venográfico dos dígitos dos membros pélvicos de bovinos jovens, mestiços (Bos indicus X Bos taurus), realizado antes e após aplicação intrarruminal de oligofrutose possibilitou a descrição da anatomia vascular local e identificou alterações compatíveis com a laminite nessa espécie animal.
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Avaliação inicial e evolutiva de crianças com bexiga neurogênica congênita atendidas em ambulatório especializado de um hospital de ensino / Initial and evolutive evaluation of children with congenital neurogenic bladder treated in a specialized clinic in a university hospital

Karen Previdi Olandoski 18 June 2009 (has links)
INTRODUÇÃO: A bexiga neurogênica é considerada um fator de risco importante para insuficiência renal crônica. A preservação da função renal é um dos principais objetivos do tratamento nefrourológico dos portadores desta doença. OBJETIVOS: Descrever as características demográficas de 58 pacientes com bexiga neurogênica congênita, as características anatômicas e funcionais do trato urinário superior e inferior desta população ao início do seguimento e ao final da coleta dos dados e identificar fatores de risco associados à piora de função glomerular e tubular nesta população, utilizando como marcadores a quantificação do ritmo de filtração glomerular e o desenvolvimento de microalbuminúria e acidose metabólica. MÉTODOS: Estudo retrospectivo de uma coorte de 58 pacientes portadores de bexiga neurogênica congênita com seguimento mínimo de seis meses, matriculados no ambulatório de Disfunções Miccionais da Infância da Unidade de Nefrologia Pediátrica do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. O período de coleta de dados foi encerrado em janeiro de 2006. Os resultados obtidos no estudo foram descritos por médias e desvios padrões, medianas, valores mínimos e máximos, ou por frequências e percentuais. A comparação entre a avaliação inicial e a final para variáveis quantitativas contínuas foi feita usando-se o teste t de Student para amostras pareadas. A associação entre variáveis dicotômicas foi feita considerando-se o teste exato de Fisher. Para avaliação da evolução dos pacientes e comparação de subgrupos definidos por variáveis dicotômicas, foram construídas curvas de Kaplan-Meier e aplicado o teste de Long-rank. Valores de p<0,05 indicaram significância estatística. RESULTADOS: Das 58 crianças avaliadas, 33 eram do sexo feminino (56,9%). A idade média com que as crianças chegaram ao serviço foi de 4,2±3,5 anos, a média de tempo de seguimento foi de 3,8±3,1 anos. A etiologia predominante de bexiga neurogênica foi mielomeningocele, em 42 dos 58 pacientes (72,4%). O encaminhamento à Unidade ocorreu por infecção urinária em 48 (82,8%) casos, por enurese em 5 (8,6%) e por retenção urinária em 5 (8,6%). Dentre os 49/58 (84,5%) pacientes com ITU de repetição ao início do seguimento, 41/49 (83,7%) pacientes apresentaram melhora no período de seguimento. A hipertensão arterial foi diagnosticada em 11 (19,3%) das crianças na avaliação inicial e em 18 (31%) na avaliação final. A média do RFG inicial foi de 146,7±70,1 mL/1,73m2/min e a média final de 193,6±93,6 mL/1,73m2/min, com p=0,0004. A microalbuminúria estava presente em 20 (54,1%) dos exames na avaliação inicial e em 26 (61,9%) na avaliação final. A acidose metabólica estava presente em 11 (19%) dos exames na avaliação inicial e em 19 (32,8%) na avaliação final. As crianças que chegaram à Unidade de Nefrologia mais precocemente (< 3 anos) foram aquelas que mais apresentaram acidose metabólica no decorrer do acompanhamento (p=0,01). Os pacientes que não tinham acidose metabólica ao final do estudo apresentaram valores menores de Z-escore peso final (p= 0,048), Zescore altura/estatura inicial (p= 0,047) e Z-escore altura/estatura final (p=0,022) com relação aos pacientes do grupo que evoluiu com acidose. CONCLUSÃO: Pacientes com bexiga neurogênica congênita evoluem com acometimento renal glomerular e tubular precoce, cujo manejo demanda acompanhamento por profissional especializado. / INTRODUCTION: Neurogenic bladder is considered an important risk factor for chronic renal failure. In these patients, preservation of renal function is one of the most important goals of nephro-urological treatment. PURPOSE: To describe demographic data of 58 children with congenital neurogenic bladder, the anatomic and functional characteristics of their upper and lower urinary tracts at the beginning of the follow-up and at the end of the data collection period and to identify risk factors associated with worsening of the glomerular and tubular functions using as markers the quantitation of glomerular filtration rate and the development of microalbuminuria and metabolic acidosis. METHODS: Retrospective study of a cohort of 58 children with congenital neurogenic bladder treated at the Voiding Dysfunction Clinic, Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, with a minimum follow-up period of 6 months. The period of data collection ended in January 2006. The obtained results were described as means, standard deviations, medians, minimum and maximum values, or as frequencies and percentages. The comparison between the initial and final evaluations for continuous quantitative variables was done using the Student´s t test for paired samples. The association between dichotomous variables was performed considering the Fisher´s exact test. For evaluation of patients` outcomes and comparison of subgroups defined by dichotomous variables, Kaplan-Meier curves were performed and Long-rank test was applied. P values < 0.05 indicated statistical significance. RESULTS: 58 children were evaluated with 33 females (56,9%). The mean age at presentation to the service was 4.2 ± 3.5 years, the mean follow-up period was 3.8 ± 3.1 years. Myelomeningocele was the leading aetiology, corresponding to 42/58 patients (72.4%). Referral to the service occurred in 48 (82.8%) patients due to urinary tract infection, in 5 (8.6%) due to enuresis and in 5 (8.6%) due to urinary retention. Recurrent urinary tract infections were found in 49/58 patients (84.5%) at the beginning and 41/49 (83.7%) had improvement during the follow-up period. Systemic Hypertension was diagnosed in 11 (19.3%) children at the first visit and in 18 (31%) in the final evaluation. The initial mean glomerular filtration rate was 146.7 ±70.1 mL/1.73m²/min and the final mean was 193.6±mL/1.73m²/min, p = 0.0004. Microalbuminuria was found in 20 (54.1%) samples in the initial evaluation and in 26 (61.9%) in the final evaluation. Metabolic acidosis was present in 11 (19%) samples in the initial evaluation and in 19 (32.8%) in the final assessment. The children who most developed metabolic acidosis during the follow-up period were those who presented earlier to the service (< 3 years of age), p= 0.01. The group of patients that did not present metabolic acidosis at the end of the study had lower values of final weight z-score (p=0.048), initial height/stature z-score (p=0.047) and final height/stature z-score (p=0.022) than the patients of the group that developed acidosis. CONCLUSIONS: Children with congenital neurogenic bladder develop early compromise of renal glomerular and tubular functions and require adequate management by specialized professionals.
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Modulação do transporte de prótons em osteoclastos: efeitos da acidose e do fluxo de fluido extracelular. / Modulation of proton transport in osteoclasts. Effects of acidosis and extracellular fluid flow.

Priscilla Morethson 26 October 2011 (has links)
A acidose metabólica causa perda de mineral ósseo e a estimulação mecânica causa remodelamento ósseo adaptativo. A reabsorção óssea que caracteriza essas mudanças ósseas depende da acidificação extracelular pela secreção vetorial de H+ pelos osteoclastos. A H+-ATPase vacuolar em paralelo com o trocador Cl-/H+ (CLC7) são os mecanismos conhecidos envolvidos na reabsorção óssea, entretanto, os osteoclastos também expressam canais para H+ dependentes a voltagem. Este trabalho foi realizado para avaliar a contribuição dos canais para H+ na função celular visando à compreensão de seu relacionamento com a H+-ATPase vacuolar e o CLC7 (1); analisar se o fluxo de fluido extracelular modifica a secreção de H+ (2) e avaliar a diferenciação dos osteoclastos in vitro sob acidose metabólica devido à redução do HCO3- (3). Osteoclastos de ratos Wistar foram obtidos diretamente dos animais ou foram diferenciados in vitro (com M-CSF e RANKL) e semeados sobre vidro, plástico ou substratos mineralizados em <font face=\"Symbol\">&#945;-MEM + 10% SFB, em pH 7,4 ou 6,9, e então mantidos em incubadora com 5% CO2, a 37<font face=\"Symbol\">&#176;C. A diferenciação celular foi avaliada pela contagem de células TRAP-positivas ou de núcleos marcados por DAPI. A secreção de H+ foi avaliada por epifluorescência, utilizando-se BCECF-AM, sensível a pH. Os registros do pH intracelular foram feitos na vigência de soluções tamponadas por HEPES, na ausência de CO2/HCO3- (pH 7,4, 300 mOsm/L H2O, a 37<font face=\"Symbol\">&#176;C), na presença ou ausência de perfusão contínua de fluido extracelular a uma velocidade de 5 ml/min. Na ausência de perfusão, os osteoclastos exibiram variações cíclicas do pHi (acidificação e alcalinização espontâneas), com período de 12 a 45 minutos (n = 35) e amplitude de 0,12 a 1,43 unidades de pHi. As oscilações não foram abolidas por concanamicina (100 mM) (n = 3), por NPPB (100 <font face=\"Symbol\">mM) (n = 3), na ausência de Na+ extracelular (n = 5) ou na ausência de Cl- extracelular (n = 3). O fluxo de fluido aboliu as oscilações e a ausência de Cl- extracelular modificou significativamente seu padrão. Na ausência de perfusão, a secreção de H+ após acidificação intracelular induzida foi abolida por Zn2+ (100 <font face=\"Symbol\">mM) (n = 5). Além disso, na presença de perfusão, a secreção de H+ após acidificação intracelular induzida foi abolida por NPPB (n = 4) e não foi abolida por bafilomicina (200 nm) (n = 3). A acidose metabólica não modifica o número de osteoclastos diferenciados in vitro, entretanto, o tratamento das culturas com Zn2+ causou redução do numero de células mononucleares e aumento relativo do número de osteoclastos multinucleados em relação ao controle tanto em pH 7,4 quanto em pH 6,9. / Metabolic acidosis can cause a loss of bone mineral and the mechanic stimulation can cause adaptative bone remodeling. The bone resorption characteristic of these bone changes aforementioned depends on the extracellular acidification by osteoclastmediated proton secretion. The H+ secretion by vacuolar H+-ATPase together with Clsecretion through a Cl-/H+ exchanger (CLC7) are the known mechanisms involved in the bone resorption; however, osteoclasts also express voltage-gated proton channels. The proposed aims of these work were to evaluate the contribution of proton channels in the osteoclast function for better understanding its relation with vacuolar H+-ATPase and CLC7 (1); to analyze whether the flow of extracellular fluid modifies the H+ secretion or not (2); and to analyse the osteoclast differentiation in vitro under metabolic acidosis due to HCO3- reduction (3). Osteoclasts were freshly isolated or generated from bone marrow precursor cells (using M-CSF and RANK- L) from of Wistar rats. The cells were placed on glass coverslips, plastic coverslips, or on mineralized substrate in <font face=\"Symbol\">&#945;-MEM + 10% FBS, pH 7.4 or 6.9, and then maintained in a 5% CO2 incubator at 37<font face=\"Symbol\">&#176;C. The differentiation was analyzed by counting of TRAP-stained cells or DAPIstained nuclei. The H+ secretion was analysed by epifluorescence, using the pHsensitive dye BCECF-AM. The intracellular pH record was done using a standard HEPES-buffered solution free of CO2/HCO3- (pH 7.4, 300 mOsm/L H2O, at 37<font face=\"Symbol\">&#176;C), with or without continuous perfusion of extracellular fluid at a rate of 5 ml/min. In the absence of perfusion, the osteoclasts exhibit cyclic pHi variations (spontaneous acidification and alkalinization), with a period of 12 to 45 minutes (n = 35) and amplitude difference between maximal and minimal pHi of 0.12 to 1.43 units pHi. These oscillations were not abolished in the presence of oncanamycin (100 mM) (n = 3), NPPB (100 <font face=\"Symbol\">mM) (n = 3), in the absence of Na+ (n = 5) or in the absence of Cl- (n = 3) in the extracellular solution. The fluid flow itself abolished the pH oscillations and the absence of extracellular Cl- modifies significantly these patterns. In the absence of perfusion, the H+ secretion after induced intracellular acidification was abolished by Zn2+ (100 <font face=\"Symbol\">mM) (n = 5). In addition, in the presence of perfusion, the H+ secretion after induced intracellular acidification was abolished by NPPB (n = 4) and was not abolished by bafilomycin (200 nm) (n = 3). Metabolic acidosis does not modify the number of osteoclasts differentiated in vitro, however, when the cell culture was treated with Zn2+, there was a significant reduction in the number of mononuclear cells and a relative increase in the number of multinucleated osteoclasts compared to control, both in pH 7.4 and pH 6.9 medium.
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Fonction et métabolisme énergétique musculaires dans un modèle de souris drépanocytaires et identification des mécanismes responsables des échanges des protons entre le muscle et le sang / Muscular function and energetics in a mouse model of sickle cell disease and identification of the mechanisms involved in proton exchanges between muscle and blood

Chatel, Benjamin 23 June 2017 (has links)
La drépanocytose est la maladie génétique la plus répandue au monde. Elle est caractérisée par la synthèse d’une hémoglobine anormale S (HbS) et associée à une altération des processus de distribution d’oxygène. Bien que ces anomalies puissent impacter le muscle strié squelettique, ce tissu n’a que très rarement été étudié. L’objectif de ce travail de thèse était de décrire les réponses fonctionnelles et énergétiques du muscle à l’exercice aigu, à l’ischémie – reperfusion et à l’entraînement en endurance dans un modèle de souris drépanocytaires, et d’identifier les mécanismes responsables des échanges de protons entre le muscle et le sang.Des souris drépanocytaires sédentaires et entraînées ont été soumises à des protocoles standardisés de repos – stimulation – récupération et repos – ischémie – reperfusion pendant lesquels la force et le métabolisme énergétique (par spectroscopie de résonance magnétique du phosphore 31) étaient mesurés. Des souris hétérozygotes pour le transporteur de monocarboxylate 1 (MCT1) ont également été soumises au protocole de stimulation. Des analyses in vitro du métabolisme énergétique et des mécanismes de régulation du pH ont également été réalisées.Ce travail a permis de démontrer que les réponses fonctionnelles et énergétiques à l’exercice musculaire et l’ischémie - reperfusion étaient affectées par la présence d’HbS et que l’entraînement en endurance permettait d’améliorer une partie de ces anomalies. Nous avons également observé que MCT1 était responsable de l’entrée des protons dans la cellule au repos, mais peu actif pendant l’exercice. / Sickle cell disease (SCD) is the most frequent inherited disorder in the world. It is characterized by the synthesis of an abnormal hemoglobin S (HbS) and associated with impairments in oxygen delivery processes. If these abnormalities could impact skeletal muscle, this tissue has been rarely investigated. The aim of this thesis was to investigate muscular function and energetics in response to acute exercise, ischemia – reperfusion and endurance training in a mouse model of SCD, as well as identify the mechanisms involved in proton exchanges between muscle and blood.Sedentary and trained SCD mice were submitted to protocols of rest – stimulation – recovery and rest – ischemia – reperfusion during which muscular force and energetics (by magnetic resonance spectroscopy of phosphorus 31) were measured. Monocarboxylate transporter 1 (MCT1) haploinsufficient mice were also submitted to the stimulation protocol. Several muscles were sampled and permitted to analyze in vitro enzyme activities, content of proteins involved in pH regulation and some markers of oxidative stress.This thesis demonstrated that muscular function and energetics were impaired in SCD mice in response to both exercise and ischemia – reperfusion and that endurance training could alleviate some of these abnormalities, particularly acting on oxidative processes. We have also observed that MCT1 is involved in proton uptake by myocytes at rest, but its action is less important during exercise.
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Dysfonctions mitochondriales associées à l’acidose lactique du Saguenay-Lac-Saint-Jean révélées par l’étude d’un nouveau modèle murin de la maladie

Cuillerier, Alexanne 01 1900 (has links)
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