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O romance-folhetim de Camilo Castelo Branco e Eça de Queirós / The roman feuilleton of Camilo Castelo Branco and Eça de QueirósCastro, Andréa Trench de 01 June 2012 (has links)
O presente estudo tem como objetivo a aproximação de dois escritores praticamente contemporâneos, Camilo Castelo Branco e Eça de Queirós, usualmente afastados em manuais de literatura e até mesmo no ensino universitário por serem classificados como pertencentes a dois movimentos literários antagônicos. Através da perspectiva do comparatismo histórico e das transferências culturais, pretendemos relativizar o modo panorâmico de análise, que os distancia para fins didáticos, e a visão de que a literatura e cultura francesas teriam representando para Portugal e seus escritores uma influência hegemônica e centralizadora, perspectiva dominante em parte da crítica literária, lançando um novo olhar sobre a produção inicial de ambos os escritores de forma a aproximá-los e repensando alguns aspectos do romance-folhetim oitocentista produzido em Portugal. Para tanto, realizaremos uma análise comparativa dos seguintes romances: Les Mystères de Paris (1843), do escritor francês Eugène Sue; Mistérios de Lisboa (1854), de Camilo Castelo Branco; e O Mistério da Estrada de Sintra (1870), de Eça de Queirós e Ramalho Ortigão. / Our research is aimed at approximating two writers Camilo Castelo Branco and Eça de Queirós who are practically contemporary, and usually studied separately in literature manuals, and even at university for they are classified as belonging to two antagonistic literary movements. Through the perspective of the historical comparatism and cultural transfers, we intend to reconsider a panoramic way of studying, which separates the writers because of didactic reasons, as well as the perspective that the French literature and culture would have represented to Portugal and its writers an hegemonic and centralizing influence, which is a dominant perspective in part of the literary criticism, by adopting a new perspective on the initial production of both writers and rethinking some aspects of the Roman feuilleton from the 19th century produced in Portugal. We will therefore perform a comparative analysis of the following novels: Les Mystères de Paris (1843), by the French writer Eugène Sue; Mistérios de Lisboa (1854), by Camilo Castelo Branco; and O Mistério da Estrada de Sintra (1870), by Eça de Queirós and Ramalho Ortigão.
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O triunfo da inércia:- poder, violência e alienação em \'La Colmena\' de Camilo José Cela / The inertia\'s triumph: power, violence and alienation in \'La Colmena\' de Camilo José CelaNabeta, Frank 31 March 2006 (has links)
Após a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), conflito que durou quase três anos e culminou com a vitória das forças conservadoras fascistas e o estabelecimento da ditadura do general Francisco Franco, a Espanha atravessou um período de extrema miséria e desolação, período também conhecido como \"años de hambre\". Camilo José Cela retrata as mazelas sociais deste período em uma narrativa repleta de ironia e cinismo em La Colmena, romance que abriu portas para o realismo social na década de 50. Na obra de Cela, a perspectiva fragmentada da realidade, a reprodução dos valores conservadores e o conformismo disseminados no cotidiano constroem um quadro de inércia e desolação sociais, onde cada indivíduo é obrigado a aceitar a condição em que se encontra, tentando sobreviver por mais um dia em uma sociedade alienada e violenta. / After the Spanish Civil War (1936-1939), which lasted nearly three years and culminated in the victory of the conservative fascist forces and the establishment of General Franco\'s dictatorial regime, Spain experienced times of extreme poverty and despair known as \"años de hambre\". In La Colmena, Camilo José Cela depicts the social maladies of that time through a narrative where irony and cynicism abound. The novel cleared the way for social realism in the 50\'s. In Cela\'s work the fragmented perspective of reality, the reproduction of conservative values and the resignation disseminated in everyday life paint a portrait of inertia and social despair, where each individual is obliged to accept the conditions in which they find themselves and tries to survive one more day in a violent and alienated society.
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A ficção camiliana: a escrita em cena / Fiction camillian: writing on the sceneMoizeis Sobreira de Sousa 11 February 2009 (has links)
A recepção à ficção camiliana se subsume fundamentalmente a dois operadores hermenêuticos consagrados por uma parcela significativa da crítica literária luso-brasileira: a conjunção vida/obra e o enquadramento da produção literária assinada por Camilo no Romantismo português. Por meio do estudo de dois romances camilianos, Amor de Perdição (1862) e Onde Está a Felicidade?(1856), interessa problematizar a análise da produção ficcional camiliana que se baseia nesses operadores hermenêuticos. Nesse sentido, parte-se das indagações: terá Camilo assimiliado e culminado na tradição literária portuguesa a sacralização do amor? Será Camilo essencialmente um escritor ultra-romântico, autor, sobretudo, de novelas passionais? A resposta dada a essas questões se baseou na relação entre esses textos e a vigorosa tradição literária metaficcional, fortemente enraizada nos períodos que antecedem e sucedem a atuação de Camilo como escritor. A presença dos expedientes metaficcionais em Amor de Perdição e Onde Está a Felicidade revela uma representação mimética que se desdobra em representar o mundo, particularmente o burguês, e os mecanismos que envolvem essa representação, evidenciando uma construção literária que não se limita a criar a sugestão do real, tomando também a sua problematização como eixo. O ato de criar torna-se alvo de questionamento, exigindo dos seus participantes, nomeadamente narrador/autor e leitor, novas posturas mentais em que a origem e a destinação do significado não se apresentam tranquilamente assumidas por aquele e este, respectivamente, derivando desse arranjo um texto em processo, que se constrói, que se assume como mise en scène. / The reception to the camilian fiction is basically due to two hermeneutic operators consecrated by a significant part of the literary Luso-Brazilian critics: the conjunction life/work and the literary production frame signed by Camilo in the Portuguese Romanticism. The observation of Amor de Perdição (1862) and Onde Está a Felicidade? (1856), allows the debate on the analysis of the camilian production that is based on these hermeneutic operators. In this way, we raise some questions: has Camilo assimilated and culminated in the Portuguese literary tradition the religion of love? Is Camilo essencially an extreme-romantic writer, especially a romantic novels author? The answer given to these questions was based on the relation between these texts and the vigorous metafictional literary tradition, strongly rooted in the periods that precede and succeed Camilos performance as a writer. The occurrence of the metafictional expedients in Amor de Perdição and Onde Está a Felicidade? discloses a mimetic representation that unfolds into representing the world, particularly the bourgeois, and the mechanisms that involve this representation, evidencing a literary construction that is not limited to create the suggestion of reality, as well as taking its debate as base. The action of creating becomes a target to questioning, demanding from its participants, nominated narrator/author and reader, new mental positions in which the origin and the destination of its meaning are not completely assumed for the author and the reader, respectively, deriving from this arrangement a text in process, that constructs itself is assumed as mise en scène.
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A mulher fatal e O que fazem mulheres: a representação da figura feminina na narrativa camilianaCunha, Maria de Lourdes da Conceição 25 February 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010-02-25 / The romantic novel, characterized by plots full of love affairs ended up in great passions which culminated in happy endings or the maintenance of lover´s faithfulness through death, was in the 19th century one of the main forms of fun disseminated by feuilletons . It´s of that romantic fiction that this research is constituted based
on the study of the novels O que fazem mulheres and A mulher fatal by Camilo Castelo Branco. Through female characters in love, involved by men who had dominated them, the romantic author determined punishments, sadness,
betrayals and abandonment resulting from the female figure´s dependency, obedience or lack of autonomy. Thus, the main aim of this work is show the different formations of the female characters and their fates, controlled by the behaviorist rule which was attributed to them, assessing the results of passivity or the reaction before
destiny which was determined by male hands. / O romance romântico, caracterizado por enredos repletos de
aventuras amorosas convertidas em grandes paixões que culminavam em finais felizes ou manutenção da fidelidade dos amantes por meio da morte, foi, no século XIX, uma das principais formas de diversão difundidos por meio dos folhetins.
É dessa ficção romântica que se constitui esta pesquisa pautada no estudo dos romances O que fazem mulheres e A mulher fatal de Camilo Castelo Branco. Por meio de personagens femininas apaixonadas e envolvidas pelos homens que as dominavam, o autor romântico imputou castigos, tristezas, traições e abandonos, resultantes da situação de dependência, servilismo ou falta de autonomia da figura feminina. Desse modo, o objetivo principal deste trabalho é pontuar as diferentes construções das personagens femininas e de seus destinos, comandados pela norma comportamental que a elas era determinada, avaliando os resultados da passividade ou da reação frente ao destino que lhe era determinado pelas mãos masculinas.
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A clepsidra e o labirinto: figurações do exílio em Camilo Pessanha e Mário de Sá-CarneiroBaialuna, Patrícia Helena [UNESP] 13 March 2009 (has links) (PDF)
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baialuna_ph_me_arafcl.pdf: 347318 bytes, checksum: ef4b10d42c3b3093a6bb4af587c30914 (MD5) / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / O presente estudo se propõe a investigar, dentre as manifestações poéticas de um determinado período da literatura portuguesa, o motivo do exílio. O momento literário a que nos restringimos é o que compreende as escolas simbolistadecadentista e a geração de Orpheu, também conhecida como primeira geração modernista. Como representantes dos dois principais movimentos abrangidos pela transição entre os séculos XIX e XX, escolhemos dois dos poetas de maior projeção para uma leitura um pouco mais cuidadosa dos textos poéticos. Tanto em Camilo Pessanha (representante do Simbolismo) como em Sá-Carneiro (uma das figuras centrais da geração de Orpheu), analisamos de que formas o eu-poético manifesta o sentimento de não pertencer ao mundo, de haver perdido algo, algum momento, ou a si mesmo, enfim: a sensação de estar ele, o Poeta, tal qual exilado em seu próprio viver. / The objective of the present study is to investigate the occurrences of exile as poetic motive, among the poetry production in a certain period of Portuguese literature. The literary scenery we focus on is the one in which Simbolism-Decadence and the poets of Orpheu (also considered as the first modernist generation in Portugal) are inserted. Representing these two main movements of the period of transition between the 19th and the 20th century, two poets were chosen for a closer analysis of poems. In Camilo Pessanha (representing the Simbolism) and in Mário de Sá-Carneiro (one of the central characters of the Orpheu generation), we search to analyze in which manners the Poet manifests the feeling of not belonging to this world, of having lost something, some time, or even himself, the feeling of being a castaway inside his own living.
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O romance-folhetim de Camilo Castelo Branco e Eça de Queirós / The roman feuilleton of Camilo Castelo Branco and Eça de QueirósAndréa Trench de Castro 01 June 2012 (has links)
O presente estudo tem como objetivo a aproximação de dois escritores praticamente contemporâneos, Camilo Castelo Branco e Eça de Queirós, usualmente afastados em manuais de literatura e até mesmo no ensino universitário por serem classificados como pertencentes a dois movimentos literários antagônicos. Através da perspectiva do comparatismo histórico e das transferências culturais, pretendemos relativizar o modo panorâmico de análise, que os distancia para fins didáticos, e a visão de que a literatura e cultura francesas teriam representando para Portugal e seus escritores uma influência hegemônica e centralizadora, perspectiva dominante em parte da crítica literária, lançando um novo olhar sobre a produção inicial de ambos os escritores de forma a aproximá-los e repensando alguns aspectos do romance-folhetim oitocentista produzido em Portugal. Para tanto, realizaremos uma análise comparativa dos seguintes romances: Les Mystères de Paris (1843), do escritor francês Eugène Sue; Mistérios de Lisboa (1854), de Camilo Castelo Branco; e O Mistério da Estrada de Sintra (1870), de Eça de Queirós e Ramalho Ortigão. / Our research is aimed at approximating two writers Camilo Castelo Branco and Eça de Queirós who are practically contemporary, and usually studied separately in literature manuals, and even at university for they are classified as belonging to two antagonistic literary movements. Through the perspective of the historical comparatism and cultural transfers, we intend to reconsider a panoramic way of studying, which separates the writers because of didactic reasons, as well as the perspective that the French literature and culture would have represented to Portugal and its writers an hegemonic and centralizing influence, which is a dominant perspective in part of the literary criticism, by adopting a new perspective on the initial production of both writers and rethinking some aspects of the Roman feuilleton from the 19th century produced in Portugal. We will therefore perform a comparative analysis of the following novels: Les Mystères de Paris (1843), by the French writer Eugène Sue; Mistérios de Lisboa (1854), by Camilo Castelo Branco; and O Mistério da Estrada de Sintra (1870), by Eça de Queirós and Ramalho Ortigão.
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A POÉTICA DE MANOEL CAMILO DOS SANTOS: UM DIÁLOGO ENTRE A POESIA POPULAR DO NORDESTE E A LITERATURA CULTA / THE POETRY OF MANOEL CAMILO DOS SANTOS: A DIALOGUE BETWEEN THE POPULAR POETRY OF THE NORTHEASTERN BRAZIL AND THE ERUDITE LITERATURENunes, Geice Peres 28 February 2014 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The course of the Brazilian literature seems to have a negative focus on popular literature.
There is an ambiguous feeling of rejection, resentment and nostalgia that permeates art and
criticism, mainly, in the romantic manifestation that, for being the crucial moment of such
contact, represented the sharpest cut of any influence from a popular tradition. In the
movement preceding it, we detected the generalized criticism in which, if the canonical
literature was focused on the analysis, the marginal literature was also experiencing a moment
of opinions and theorizations which reached their main producers: the mixed-race people
from the inner Northeastern Brazilian states. Our main focus in this study was to recreate, on
the grounds of the popular literature, a dialogue with the erudite literature, which was taking
shape in the poetical and critical speech. Thus, we selected a case of relevant expression:
Manoel Camilo dos Santos. Together with this popular phenomenon, there were pleasant
surprises, for its complex production shows, from the most ordinary manifestation, a constant
dialogue with the erudite literature. This author's body of work may be reviewed in its several
forms: the pamphlets; the works in verse and prose in the Autobiografia do poeta (1979); the
paratextual elements in the inside covers, which in addition to evidencing a different use, also
evidenced the use of renown strategies towards the pamphlet readers, but, mainly, towards the
erudite audience which might read his pamphlets; and finally, O livro dos sete episódios de
Manoel Camilo dos Santos, a manuscript belonging to the collection of the Brazilian
Academy of Cordel Literature, dated 1985 that has never been published. / O transcurso da literatura brasileira parece concentrar em negativo a história da literatura
popular. Há um sentimento ambíguo de rejeição, de ressentimento e de nostalgia que
permeiam a arte e a crítica, sobretudo, na manifestação romântica que, por ser o momento
crucial desse contato, representou o corte mais incisivo de qualquer influência de uma
tradição popular. No movimento que o sucede, detectamos a crítica generalizada em que, se a
literatura canônica encontrava-se como foco de exame, a literatura à margem também
vivenciava juízos e teorizações que atingiam seus principais produtores: o povo miscigenado
do interior dos estados nordestinos. Nosso foco principal nessa tese foi recriar, com base na
literatura de caráter popular, um diálogo com a literatura culta, que tomava forma no discurso
poético e crítico. Para tanto, selecionamos um caso de relevante expressão: Manoel Camilo
dos Santos. Junto a esse fenômeno popular vieram gratas surpresas, pois a sua complexa
produção demonstra, desde a mais corriqueira manifestação, um diálogo constante com a
literatura culta. O conjunto da obra desse autor pode ser revisado em suas mais variadas
formas: os folhetos; a escrita em prosa e verso presente na Autobiografia do poeta (1979); os
elementos paratextuais presentes nas contracapas, que além de atestarem um uso diferenciado,
atestavam ainda o uso de estratégias de consagração diante dos consumidores de folhetos,
mas, sobretudo, diante do público culto que porventura lesse o folheto; por fim, O livro dos
sete episódios de Manoel Camilo dos Santos, um manuscrito pertencente ao acervo da
Academia Brasileira de Literatura de Cordel, datado de 1985 e jamais publicado.
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\'Memórias Póstumas de Brás Cubas\' e \'Coração, Cabeça e Estômago\' - Machado de Assis e Camilo Castelo Branco: leitores e críticos do romantismo / \'Memórias Póstumas de Brás Cubas\' and \'Coração, Cabeça e Estômago\' - Machado de Assis and Camilo Castelo Branco: readers and critics of Romantism.Geraldo da Aparecida Ferreira 29 November 2007 (has links)
O presente trabalho tem como objetivo principal analisar as posturas de Camilo Castelo Branco e Machado de Assis como leitores e como críticos do Romantismo que, de certa forma, colocaram em xeque a aplicação rígida das teorias e doutrinas vigentes para a crítica oitocentista como o naturalismo, o positivismo, o racionalismo e os ideais românticos. Realizamos este trabalho partindo do estudo das obras Coracão, Cabeça e Estômago, de Camilo Castelo Branco, e Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Buscamos demonstrar aproximações e similaridades presentes nas duas obras, destacando textos críticos que apontaram tais semelhanças para apresentarmos algumas idéias que desenvolvemos ao longo da pesquisa. Como substrato teórico para o trabalho, utilizamos os livros Introdução ao estudo da novela camiliana, de Jacinto do Prado Coelho e Um mestre na periferia do capitalismo, de Roberto Schwarz. / This work aims to analyse the postures of Camilo Castelo Branco and Machado de Assis as readeres and critics of Romantism, questioning the strict application of prevailing theories and doctrines estabilished by 19th century critics like naturalism, positivism, rationalism and romantics models. We started from the studies of Coração, Cabeça e Estômago, by Camilo and Memórias Póstumas de Brás Cubas, by Machado. We try to evidence approaches and similarities between those books, detaching studies that appointed those common aspects in order to discuss some ideas that we develop during our research. We used like theoretical subsidies, Introdução ao estudo da novela camiliana, by Jacinto do Prado Coelho and Um mestre na periferia do capitalismo, by Roberto Schwarz.
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Camilo Castelo Branco e Joaquim Manuel de Macedo: convergências na ascensão do romance nas periferias do capitalismo / Camilo Castelo Branco and Joaquim Manuel de Macedo: convergences in the rise of the novel in the peripheries of capitalismLuciene Marie Pavanelo 07 May 2013 (has links)
O objetivo deste trabalho é analisar a ficção de Camilo Castelo Branco e Joaquim Manuel de Macedo, escritores muito populares em Portugal e no Brasil, respectivamente, entre as décadas de 1840 e 1880, período em que publicaram suas expressivas produções, que englobam romances, contos, poemas e peças de teatro, que foram, de certa forma, obliteradas pela historiografia literária ao longo do século XX. A fim de abranger uma parte significativa de suas produções ficcionais, foram selecionadas obras que, num primeiro momento, poderiam representar os principais subgêneros do romance oitocentista: os romances sentimentais Amor de Perdição e A Moreninha; as narrativas de viagem Vinte Horas de Liteira e A Carteira de Meu Tio; as narrativas fantásticas O Esqueleto e A Luneta Mágica; os romances históricos O Demônio do Ouro e As Mulheres de Mantilha; e os romances (pré-) naturalistas O Senhor Ministro e As Vítimas-Algozes. A partir da leitura destas obras, é possível depreender aspectos convergentes entre os autores, como a subversão de algumas convenções romanescas, a quebra de expectativas de leitura e o desvio das temáticas recorrentes e dos procedimentos narrativos mais usuais no século XIX. Sendo assim, o estudo parte da hipótese de que, por terem sido protagonistas da ascensão do romance em Portugal e no Brasil, periferias do capitalismo na expressão utilizada por Roberto Schwarz , países que, além disso, partilhavam a mesma língua e um fundo cultural comum, esses escritores compartilharam contextos socioculturais, de certa forma, similares. Se por um lado, a fim de atender ao mercado consumidor, precisavam manter os laços com a literatura em voga, por outro procuravam distanciar-se dela, num movimento de adesão e repulsa aos modelos romanescos. / The objective of this work is to analyze the fiction of Camilo Castelo Branco and Joaquim Manuel de Macedo, very popular writers in Portugal and Brazil, respectively, among the 1840s and 1880s, a period in which they published their expressive productions, which include novels, short stories, poems and plays, that were somehow obliterated by literary historiography throughout the 20th century. In order to cover a significant part of their fictional productions, works that, at first, could represent the major subgenres of 19th century novel were selected: the sentimental novels Amor de Perdição and A Moreninha; the travel narratives Vinte Horas de Liteira and A Carteira de Meu Tio; the fantastic narratives O Esqueleto and A Luneta Mágica; the historical novels O Demônio do Ouro and As Mulheres de Mantilha; and the (pre-)naturalist novels O Senhor Ministro and As Vítimas-Algozes. From the reading of these works, it is possible to deduce converging aspects between these authors, as the subversion of novelistic conventions, the break of reading expectations and the deviation from the recurring thematic and the narrative procedures most commonly used in the 19th century. Thus, the study starts from the hypothesis that, because they were protagonists of the rise of the novel in Portugal and Brazil, peripheries of capitalism in the expression used by Roberto Schwarz , countries that also shared the same language and a common cultural background, these writers shared, in some ways, similar socio-cultural contexts. On one hand, in order to serve the consumer market, they needed to maintain ties with the literature in vogue, on the other they sought to distance themselves from it, in a movement of attraction and repulsion by the novelistic models.
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Periódico literário luso-brasileiro O Futuro / Luso-Brazilian literary magazine O FuturoDamares Rodrigues de Oliveira 06 October 2016 (has links)
Esta pesquisa se insere na área de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa, tentando compreender o surgimento da revista literária O Futuro. Criada por Faustino Xavier de Novais em 15 de setembro de 1862, circulou até 1 de julho de 1863 e contou com vinte exemplares. Diferiu-se das publicações vigentes no período, pois reuniu escritores portugueses e brasileiros propondo a criação de um campo comum que fortaleceria as relações luso-brasileiras e combateria o estranho domínio representado, sobretudo, pela presença marcante da literatura francesa. Assim, esta revista defendeu a divulgação e livre circulação de obras literárias das nações do futuro: Portugal e Brasil. À luz de estudos sobre o desenvolvimento da imprensa no país, realizados por Molina (2014) e Sodré (1999), e baseando-se nas reflexões elaboradas por Massa (2009) e Sandmann (2004) acerca da existência de relações luso-brasileiras intermediadas, principalmente, pelo escritor Machado de Assis, buscamos compreender o que foi esta revista e refletir sobre alguns círculos de sociabilidade da época. Para tanto, realizamos, primeiramente, um mapeamento do periódico. Criamos três tabelas dispondo os dados encontrados e um dicionário biobibliográfico sobre os colaboradores desta revista. Em seguida, pontuamos alguns elementos presentes na carta de abertura escrita por R. Carlos Montoro e, por fim, elencamos dados em torno de três escritores: Faustino X. de Novais, Camilo C. Branco e Machado de Assis, grandes responsáveis pela concretização deste periódico. O corpus estudado apresentou novidades literárias sobretudo o romance Agulha em Palheiro - partituras musicais e gravuras, denotando os aspectos modernos deste periódico que visou, aparentemente, atingir não só o público masculino como também o feminino. / This research is included in the field of Comparative Studies of Literatures of Portuguese Language, and intends to understand the emergence of the literary magazine O Futuro. Created by Faustino Xavier de Novais on September 15, 1862, this magazine circulated until July 1, 1863, and had a total of twenty editions. It differed from the other magazines published at that time, for it counted with both Portuguese and Brazilian writers, who proposed the creation of a common field that would strengthen the Luso-Brazilian relations and fight the strange domain represented, mainly, by the remarkable presence of the French Literature. This way, this magazine defended the spread and the free circulation of the literary works of the nations of the future: Portugal and Brazil. In the light of the studies about the press development in the country, conducted by Molina (2014) and Sodré (1999), and based on the reflections produced by Massa (2009) and Sandmann (2004) regarding the existence of the Luso-Brazilian relations mediated, mainly, by the writer Machado de Assis, we intend to understand what this magazine was and reflect on some circles of sociability at that period. To make it possible, at first, we mapped the magazine. Then, we made three tables organizing the data found and also made a biographical dictionary about the collaborators on the magazine. After that, we pointed out some elements present in the opening letter written by R. Carlos Montoro and, finally, we listed data around three writers: Faustino X. de Novais, Camilo C. Branco and Machado de Assis, who were largely responsible for the embodiment of the magazine. The corpus studied presented literary novelties notably the novel Agulha em Palheiro musical scores and illustrations, denoting the modern aspects of this magazine that intended, apparently, to reach not only the male public, but also the female one.
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