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Investigação sobre o comportamento alimentar na vida adulta de ratos submetidos a regime de superalimentação no período de lactação

Portella, André Krumel January 2010 (has links)
Alimentação hedônica e homeostática são fatores independentes envolvidos no desenvolvimento da obesidade. Apesar de já se saber que a superalimentação precoce altera a alimentação não hedônica na vida adulta, pouco se sabe sobre seu impacto sobre a preferência por alimentos doces. O objetivo deste trabalho foi o de verificar o comportamento alimentar de ratos superalimentados no período de lactação, com foco principalmente no comportamento alimentar hedônico, e correlacionar com o funcionamento do sistema dopaminérgico mesolímbico, que sabidamente está envolvido na sua regulação. Ninhadas de ratos foram reduzidas a 4 filhotes (ninhada pequena - SL) ou 8 filhotes (ninhada normal - NL) no dia 1 de vida. O desmame ocorreu no dia 21, e todos os testes foram realizados a partir do dia 84 de vida. O consumo de ração foi realizado em condições basais, em resposta à jejum de 24h, na presença de comida palatável (doce), durante isolamento social, e em resposta ao teste de pinçamento da cauda (tail-pinch). Antes de testados com alimento doce, os ratos foram habituados a esse alimento. Locomoção foi aferida em um aparato automatizado. A Área Tegmentar Ventral (VTA) e o Núcleo Accumbens (Acc) foram dissecados a partir de microfatias congeladas. Tecido muscular foi dissecado e processado para medida da fosforilação de AKT (p-AKT) em resposta à insulina. AKT, p-AKT e Tirosina Hidroxilase (TH) foram medidas por método de western-blot. A quantidade de gordura abdominal foi cuidadosamente dissecada e pesada. Resultados: Ratos SL foram mais pesados que os NL em todas as medidas, e ao sacrifício apresentavam maior gordura abdominal (p=0,035). A atividade locomotora não foi diferente quanto à distância percorrida, mas os ratos SL exploraram a região central por mais tempo, indicando menor comportamento ansioso (p=0,036). Não se encontrou diferenças quanto ao consumo de ração padrão (p=0.085) ou alimento doce em condições basais (p=0,65), mas ratos SL tiveram maior consumo de doce num paradigma de escolha com ração-padrão (p=0,017) e em resposta ao estresse de pinçamento da cauda (interação teste x grupo, p=0,006). TH encontrou-se aumentada em ratos SL, tanto no VTA (p=0.016) quanto no Acc (p=0,022). Ratos SL não diferiram quanto a fosforilação do AKT no músculo, porém tiveram menor AKT (p=0,047), o que sugere uma resistência periférica à insulina latente. Em conclusão, a exposição a superalimentação no período de lactação reduz a ansiedade, induz obesidade e programa o comportamento alimentar persistentemente, de maneira que esses animais têm maior preferência por alimento doce. A esses resultados se soma a alteração dos níveis de TH nas vias mesolímbicas, o que sugere a participação destas nessa alteração de comportamento. / Hedonic and homeostatic food intakes are independent factors involved in the development of obesity. Although it is well known that early life overfeeding increases food intake in adulthood, little is know about its impact on the palatable food preference in adulthood. We aimed at verifying feeding behavior in this model, with special focus in the hedonic compound, and correlate it to the dopaminergic mesolimbic pathway known to be involved in its regulation. Rat litters were standardized to 4 (small litter - SL) or 8 pups (normal litter- NL) at postnatal day 1. Weaning was at day 21, and all tests were conducted after day 84 of life. Chow consumption was measured at baseline, in response to 24h fasting, in the presence of palatable food, during social isolation and after 1 min. tail pinch stress. Prior to testing sweet food, rats were habituated to the sweet pellets. Locomotion was assessed in an automated box. The ventral tegmentar area (VTA) and nucleus accumbens were micro dissected from frozen brain slices. Muscular tissue was also dissected for assessing the phosphorylation of Akt in response to an insulin challenge. Akt, pAkt and TH proteins were assessed by Western-blot. The abdominal fat content was weighed. Results: SL rats were heavier than NL at all time points and had increased abdominal fat at sacrifice (p=0.035). Locomotor activity was not different with regard to total distance, but RL rats spent more time in the center of the box, an indicative of less anxiety (p=0.036). No difference was found in chow (p=0.085) or sweet food intake at baseline (p=0.65), but SL rats had higher intake of sweet pellets in a two food choice paradigm (p=0.017) and in response to tail pinch stress (test x group interaction, p=0.006). TH was higher in SL rats VTA (p=0.016) and in the nucleus accumbens (p=0.022). SL animals had decreased Akt in the muscle (p=0.047), which suggest a latent peripheral insulin resistance, but p-AKT and the AKT/p-AKT ratio were not different. In conclusion, exposure to overfeeding during the neonatal period decreases anxiety, induces obesity and programs the feeding behavior persistently, in such a way that the animals eat more palatable food. These results are associated with a higher TH protein content and transport in these animals, which suggests that the dopaminergic mesolimbic circuitry may involved in the behavioral findings.
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Efeitos da exposição crônica a adoçantes artificiais durante a gestação sobre o desenvolvimento, metabolismo energético e parâmetros comportamentais de ratos na vida adulta

Toigo, Eduardo von Poser January 2015 (has links)
Ao longo das últimas décadas tem se verificado um aumento concomitante no consumo de adoçantes artificias e na epidemia da obesidade. Adicionalmente ao seu disseminado uso em bebidas dietéticas, os adoçantes artificias são utilizados em milhares de outros produtos, desde comidas congeladas, iogurtes até papinhas para bebês. Apesar de ser muito utilizado por pessoas que visam um estilo de vida mais saudável, vários estudos têm demonstrado que o consumo de adoçantes artificiais pode levar a ganho de peso e ao desenvolvimento de diversas alterações metabólicas enquadradas dentro da síndrome metabólica. Por outro lado, o número de estudos avaliando os efeitos do consumo materno de adoçantes artificiais não calóricos sobre o metabolismo dos filhotes ao longo de sua vida são quase inexistentes. Na primeira parte dessa tese verificamos que a exposição intrauterina a aspartame e sacarina, dois adoçantes artificiais não calóricos, interferiu no metabolismo dos animais quando adultos, sendo que o aspartame apresentou efeitos mais pronunciados. Demonstrou-se que os animais expostos ao aspartame durante o período pré-natal apresentaram um maior consumo de alimentos doces durante a idade adulta e que eles estavam mais suscetíveis a alterações metabólicas, apresentando níveis aumentados de glicose, LDL e triglicerídeos. Na segunda fase deste trabalho, verificou-se que os machos expostos ao aspartame apresentaram aumento nos níveis de leptina, um hormônio secretado por adipócitos e conhecidamente envolvido no controle do metabolismo energético. Concomitantemente, esses animais apresentaram uma diminuição em receptores hipotalâmicos envolvidos na via de sinalização da insulina. Os resultados encontrados nessa tese vão de encontro com a literatura, que também tem verificado efeitos mais expressivos dos adoçantes artificiais sobre os machos. Analisando-se em conjunto, os dados encontrados nessa tese sugerem que o consumo de adoçantes artificiais, especialmente o aspartame, durante a gravidez pode levar a efeitos deletérios ao filhote no longo prazo, sendo um fator de risco para o desenvolvimento de resistência à insulina e aumentando a susceptibilidade ao desenvolvimento de desordens metabólicas na idade adulta. / Over the past decades, the consumption of artificial sweeteners have grown alongside the obesity epidemic. In addition to its widespread use in diet drinks, artificial sweeteners are used in thousands of other products ranging from frozen foods, yogurt to baby food. Despite being widely used by those seeking a healthier lifestyle, several studies have shown that consumption of artificial sweeteners can lead to weight gain and development of several metabolic disorders classified in the metabolic syndrome spectrum. Nonetheless, the number of studies evaluating the effects of maternal consumption of non-caloric artificial sweeteners on the metabolism of offspring throughout his life are almost nonexistent. In the first part of this thesis we found that intrauterine exposure to aspartame and saccharin, two artificial non-caloric sweeteners, interfere with the metabolism of animals as adults, and the aspartame had more pronounced effects. The study showed that animals exposed to aspartame during prenatal period increased their intake of sweet foods during adulthood and that they were more susceptible to metabolic alterations, with elevated levels of glucose, triglycerides and LDL. In the second phase of this study, it was found that males exposed to aspartame showed increases in the plasma levels of leptin, a hormone secreted by adipocytes and known to be involved in the control of energy metabolism. Concomitantly, these animals showed a decrease in hypothalamic receptors involved in insulin signaling pathway. The result found in this thesis are in line with the literature that has also found that males are more sensitive to the effects of artificial sweeteners. Analyzing together, the data found in this thesis suggest that the consumption of artificial sweeteners, especially aspartame, during pregnancy can lead to deleterious effects on the puppy in the long run, being a risk factor for the development of insulin resistance and increasing the susceptibility to develop metabolic disorders in adulthood.
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Avaliação da preferência alimentar em modelo de poliartrite induzida por colágeno

Freitas, Eduarda Correa January 2014 (has links)
Introdução: Artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica associada a alterações no metabolismo proteico e energético. Objetivos: Investigar a preferência alimentar durante o desenvolvimento da inflamação crônica em ratas com artrite induzida por colágeno. Métodos: Ratas Wistar fêmeas foram alocadas em dois grupos: controle (CO, n=10) e artrite induzida por colágeno (CIA; n=11) e expostas simultaneamente a quatro diferentes dietas (padrão, hipercalórica, hiperlipidica e hiperproteica). Durante o período experimental foi observado dados clínicos da doença, consumo alimentar, peso corporal e parâmetros bioquímicos, bem como, peso muscular esquelético ao final do experimento. Os testes estatísticos realizados foram ANOVA de duas vias e test-t e nível de significância estabelecido para estes testes foi de 95%. Resultados: Os animais com artrite induzida demostram redução voluntária da ingestão total de alimento, redução do peso corporal e redução da relação sarcossomática quando comparados aos animais controles. Ainda, o grupo artrite aumentou o relativo consumo de dieta hiperproteíca, diminuiu as concentrações séricas de creatinina, triglicerídeos e glicose. Conclusão: Condições inflamatórias crônicas como a artrite reumatoide causam alterações no metabolismo energético e proteíco e estas alterações fisiológicas podem induzir a uma mudança na escolha alimentar. / Background: Rheumatoid arthritis is a chronic inflammatory disease associated with changes in energy and protein metabolism. Objective: To investigate food preferences during the development of chronic inflammation in rats with collagen-induced arthritis (CIA). Methods: Female Wistar rats were separated into two groups, control (CO, n=10) and CIA (n=11), and were simultaneously exposed to four different diets (standard, hypercaloric, hyperlipidic and hyperproteic). During the experimental period was observed clinical evidence of disease, food intake, body weight and biochemical parameters, as well as skeletal muscle weight at the end of the experiment. Statistical tests were two-away ANOVA and t-test and significance level for these tests was 95%. Results: CIA animals demonstrate voluntary reduction in total food intake, reduced body weight and reduced relative muscle weight compared to CO animals. In addition, CIA animals increased relative comsuption of high protein diet, decreased serum concentrations creatinine, triglycerides and glucose. Conclusion: Chronic inflammatory conditions such as rheumatoid arthritis cause changes in protein and energy metabolism, and these physiological alterations may induce a change in food choice.
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Efeito do polimorfismo A3669G do gene do receptor de glicocorticoide sobre o controle metabólico, comportamento alimentar e neuroimagem funcional em uma amostra de adolescentes

Rodrigues, Danitsa Marcos January 2015 (has links)
Introdução: Os glicocorticoides (GCs) estão envolvidos na regulação e adaptação da resposta ao estresse, exercendo seus efeitos através de seus receptores. Variações polimórficas no gene do receptor de glicocorticoide (GR) têm sido caracterizadas funcionalmente. O polimorfismo A3669G do gene do GR está relacionado a modificações na sensibilidade aos GCs e mudanças no perfil metabólico. Concentrações fisiológicas de GCs estimulam a ingestão calórica e, na presença de insulina, modificam a preferência alimentar. A variante A3669G do gene do GR parece levar a um menor risco para diabetes, em pacientes com Síndrome de Cushing, e para o tabagismo, quando associado a um polimorfismo do gene do receptor de mineralocorticoide, sugerindo uma modulação na via de recompensa. O objetivo deste trabalho é avaliar a associação de variantes do polimorfismo A3669G do gene do GR com o comportamento alimentar e parâmetros metabólicos em uma amostra de estudantes, correlacionando com dados de neuroimagem funcional. Métodos: A amostra provém de alunos de 6 escolas de Porto Alegre, avaliados em 2008 e em 2013. Em 2008, 131 indivíduos apresentavam o protocolo completo de avaliação e, destes, 74 retornaram em 2013. A avaliação incluiu genotipagem, antropometria, exames laboratoriais, comportamento alimentar e um paradigma avaliando a ativação cerebral em resposta a visualização de imagens de alimentos palatáveis, não palatáveis e de objetos neutros. A análise da associação com os fenótipos foi realizada através do teste t de Student e Chi quadrado; os dados do estudo longitudinal foram analisados por meio de Equações de Estimatição Generalizada. Resultados: A variante G do polimorfismo A3669G do gene do GR foi encontrado em 17,6% em 2008 e em 14,9% da amostra em 2013. Não houve diferença entre os grupos de carreadores do alelo G e não carreadores quanto a diferentes confundidores; a comparação entre as médias dos dois grupos sobre o consumo calórico proveniente de proteínas, carboidratos e gorduras em 2008 não revelou diferenças significativas; nesta etapa, as análises evidenciaram maior consumo de açúcares e de calorias totais no grupo não carreador do alelo G. Em 2013, estes indivíduos não carreadores do alelo G do polimorfismo A3669G apresentaram maior insulinemia e além de aumento no índice de resistência à insulina, sem diferenças no consumo alimentar. Os dados de neuroimagem funcional indicaram que a visualização de imagens de alimentos palatáveis pelo grupo não carreador do alelo G ativou o giro occipital médio, uma região implicada no processamento visual, mostrando menor ativação em giro pré central e nas áreas de Brodmann 4 e 6, relacionadas ao planejamento motor e sensibilidade ao sabor. Conclusão: Os resultados mostram que os indivíduos não carreadores da variante G do polimorfismo A3669G do gene do GR apresentaram menor sensibilidade à insulina, precedidos pela modulação na preferência alimentar. Os achados em neuroimagem funcional indicam maior saliência de incentivo aos alimentos palatáveis e predisposição à impulsividade no grupo não carreador do alelo G. Sugere-se que a redução na sensibilidade em nível celular aos GCs relacionada à presença do alelo G, afete a ingestão alimentar, reduzindo o consumo de alimentos palatáveis, diminuindo o risco para doenças metabólicas. / Introduction: Glucocorticoids are involved in regulation and adaptation of the stress response, exerting effects through its receptors. Variations on the glucocorticoid receptors genes have been characterized functionally. The A3669G polymorphism of the glucocorticoid receptor gene is related to a change in the tissue sensitivity to glucocorticoids and altered metabolic profile. Physiological concentrations of glucocorticoids stimulate food intake and in the presence of insulin affect food preferences. The G variant of the A3669G polymorphism appears to lead to a lower risk for diabetes, in patients with Cushing's syndrome, and smoking, when associated with a polymorphism of the mineralocorticoid receptor gene, suggesting a modulation in reward pathways. The objective of this study is to evaluate the association of A3669G polymorphism variants with feeding behavior and metabolic parameters in a sample of students correlating with functional neuroimaging data. Methods: The sample includes students of 6 schools in Porto Alegre, evaluated at two occasions 2008 and in 2013. In 2008, 131 individuals had complete protocol assessment and, from these, 74 returned in for re- evaluation in 2013. The evaluation included genotyping, anthropometry, laboratory tests, feeding behavior and a functional MRI paradigm to verify brain activation in response to the visualization of palatable, non- palatable foods and neutral items. The association with phenotypes was performed using Student's t test and Chi-square; longitudinal study data were evaluated using Generalized Estimating Equations. Results: The variant of the A3669G polymorphism was found in 17.6% of the students in 2008 and 14.9% of the sample in 2013. There was no difference between groups in the sample composition; the comparison between groups of the mean caloric intake originating from proteins, carbohydrates and fats in 2008 revealed no significant differences; at this time, analysis showed lower consumption of sugars and total calories in the G carrier group. In 2013, these individuals showed a reduction in insulin level and resistance, with no differences in food intake. The fMRI data indicated that viewing a food palatable image by the wild-type allele carrier group activated a region involved in visual processing (middle occipital gyrus) and deactivated an area related to motor planning and sensitivity to taste (pre central gyrus). Conclusion: The results showed that G carriers of the A3669G polymorphism of glucocorticoid receptor gene had lower insulin resistance levels, preceded by modulation of their food preference. The findings in functional neuroimaging showed increased incentive salience on viewing palatable food images and a predisposition for impulsivity in noncarriers. Data suggest that reduction in glucocorticoids sensitivity at a cellular level affects food intake, by reducing consumption of palatable foods, possibly decreasing the risk for metabolic diseases.
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Comparação dos Padrões de Consumo Alimentar em Adolescentes Eutróficos e com Excesso de Peso / Comparison of food Consumption Patterns in Adolescents Eutrophic and Overweight

Salvatti, Aline Giacomelli [UNIFESP] 31 March 2010 (has links) (PDF)
Made available in DSpace on 2015-07-22T20:49:44Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2010-03-31 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) / Objetivo: Identificar os padrões alimentares de adolescentes eutróficos e com excesso de peso. Métodos: Estudo transversal envolvendo 239 adolescentes de uma escola pública da cidade de São Paulo/SP, Brasil, de ambos os sexos, na faixa etária de 14 a 19 anos. Foram coletados dados antropométricos e registro alimentar de 4 dias. O estado nutricional foi avaliado pelo IMC, de acordo com os critérios de Must et al. Foi aplicada análise fatorial para a identificação dos padrões alimentares. Resultados: Foram identificados 4 padrões alimentares: Tradicional, Urbano, Saudável e Junk Food. O estado nutricional de eutrofia teve associação positiva com os padrões Tradicional e Urbano, o sobrepeso com os padrões Saudável e Junk Food e a obesidade associou-se negativamente com os Padrões Urbano, Saudável e Junk Food. Conclusão: O padrão saudável foi encontrado entre os adolescentes com sobrepeso, evidenciando preocupação com o controle do peso e tentativa de mudança do hábito alimentar. Entre os obesos, a ocorrência do subrelato, provavelmente, influenciou o resultado das associações. / Objective: Identify the dietary patterns of adolescents, both normal and overweight. Method: cross-sectional study of 239 adolescents from a public school in São Paulo/SP, Brazil; of both sexes, aged 14 to 19 years. Anthropometric data was collected and 4-day dietary records were collected. Nutritional status was assessed by BMI, according to the criteria of Must et al. A factor analysis was applied to identify dietary patterns. Results: Out of this assessment, four dietary patterns were identified: Traditional, Urban, Healthy, and Junk Food. The nutritional status of normal weight was positively associated with the Traditional and Urban patterns, the overweight was positively associated with the Healthy and Junk Food patterns, and, lastly, obesity was negatively associated with the Urban, Healthy and Junk Food patterns. Conclusion: The Healthy pattern was found among overweight adolescents, showing concern for weight control and an attempt to change eating habits. Among the obese, the occurrence of underreporting probably influenced the outcome of the associations. / FAPESP: 03/00415-4 / TEDE / BV UNIFESP: Teses e dissertações
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Composição corporal e avaliação do consumo e do comportamento alimentar em pacientes do transtorno do espectro autista

Grokoski, Kamila Castro January 2016 (has links)
Introdução: O transtorno do espectro autista (TEA) atualmente é definido como um distúrbio do desenvolvimento neurológico caracterizado por déficits na comunicação e interação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades. Estima-se que aproximadamente 1% da população mundial seja diagnosticada com esta desordem. O TEA manifesta-se por uma variedade de sintomas nas áreas cognitiva, emocional e neurocomportamental. Além dos sintomas característicos como estereotipias, ecolalia, déficits de comunicação, algumas manifestações envolvendo a alimentação podem ser observadas nesses pacientes. As desordens alimentares podem envolver aversão a determinados alimentos, insistência em comer um número limitado de alimentos e recusa de provar alimentos novos. O estado nutricional desses pacientes pode ser alterado pelo inadequado consumo alimentar e fatores relacionados ao comportamento alimentar. Objetivos: avaliar o estado nutricional [antropometria e bioimpedância elétrica (BIA)], o consumo e o comportamento alimentar em crianças e adolescentes com TEA, bem como os sentimentos e estratégias dos pais/cuidadores desses pacientes frente a esse comportamento. Métodos: Para a avaliação antropométrica foram realizadas medidas de peso (kg), altura (cm) e circunferência da cintura (CC). A composição corporal (massa magra e massa gorda) e o ângulo de fase foram verificados através da BIA. Foi calculado o Índice de Massa Corporal (IMC) e classificado o estado nutricional de cada participante. A avaliação do consumo alimentar foi realizada através do preenchimento do registro alimentar de 3 dias, posteriormente os nutrientes foram calculados no software NutriBase® e comparado com os valores das Dietary Reference Intake (DRIs) de acordo com o sexo e idade. O questionário Behavior Pediatrics Feeding Assessment Scale (BPFA) foi utilizado para avaliar o comportamento alimentar dos participantes e as estratégias e sentimentos dos pais/cuidadores referentes ao momento da alimentação das crianças e adolescentes. Resultados: De acordo com o percentual de gordura corporal obtido pela BIA e a CC um amplo percentual desta amostra apresentou adiposidade central e total elevada (49,2%). Segundo o IMC 38,9% apresentaram sobrepeso, 36,5% obesidade e 15,8% baixo peso. O grupo TEA ingeriu em média mais calorias do que o grupo controle apresentou repertório limitado de alimentos consumidos, e alta prevalência de inadequação no consumo de cálcio, sódio, ferro, vitamina B5, ácido fólico, e vitamina C. Os escores do BPFA foram maiores no grupo TEA comparados com controles para todos os domínios. Independente da frequência da manifestação de problemas alimentares estes impactam fortemente os pais/cuidadores. Conclusões: Esta dissertação fornece evidencias sobre seletividade alimentar que não parecem estar associadas com a redução da ingestão de calorias, mas sim com a qualidade da alimentação, sendo assim um potencial fator de risco para doenças nutricionais. Esses resultados contribuem para a importância da avaliação nutricional (antropométrica, da composição corporal e de problemas alimentares) dentro da rotina clínica de pacientes com TEA e seus familiares, sempre considerando as características singulares de cada paciente. / Introduction: The autism spectrum disorder (ASD) is currently defined as a neurodevelopmental disorder characterized by communication and social interaction deficits and restricted and repetitive patterns of behavior, interests and activities. Approximately 1% of the population have ASD diagnoses. ASD is manifested by a wide variety of cognitive, emotional, and neurobehavioral symptoms. In addition to the characteristic symptoms such as stereotypies, echolalia, communication deficits, some events involving nutrition aspects may be observed in these patients. Feeding problems may involve aversion to certain foods, insistence on eating only a small selection of foods and refusal to try new foods. Consequently, nutritional status can be changed by inadequate food consumption and factors related to feeding behavior. Objectives: evaluate the nutritional status [anthropometry and bioelectrical impedance (BIA)], consumption and feeding problems in children and adolescents with ASD. Methods: Anthropometric measurements - weight (kg), height (cm), waist circumference (WC) - were performed and the test of body composition (fat mass, fat free mass) and phase angle was held by BIA. The body mass index (BMI) was calculated and nutritional status of each participant was classified. The food intake evaluation was carried out by a 3-day food record, and nutrients subsequently calculated on the NutriBase® software and compared with the reference values according to sex and age in the Dietary Reference Intake (DRIs). The Behavior Pediatrics Feeding Assessment Scale (BPFA) questionnaire was used to evaluate the feeding problems of the participants and the strategies and feelings of parents / caregivers regarding the mealtime. Results: According to the body fat percentage obtained by BIA and WC, a large percentage of this sample showed a high central and total adiposity (49.2%). According to BMI 38.9% were overweight, 36.5% obesity and 15.8% underweight. The ASD group consumed on average more calories than the control group, showed limited repertoire of foods consumed, and high prevalence of inadequate calcium, sodium, iron, vitamin B5, folic acid, and vitamin C consumption. BPFA scores were higher in the ASD group when compared to controls for all domains. Independently of how often children and adolescents denote feeding problems, when they occur, it impacts strongly on their parents. Conclusions: These studies provides evidence on food selectivity that seem to be associated with the food quality, rather than the reduced calorie intake, thus being a potential risk factor for nutritional diseases. These results contribute to the importance of the nutritional assessment (anthropometric, body composition and eating problems) within the clinical setting in patients with ASD and parents/caregivers, always considering the unique characteristics of each patient.
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Aspectos cronobiologicos da síndrome do comer noturno

Harb, Ana Beatriz Cauduro January 2013 (has links)
Introdução: Os seres vivos sincronizam suas atividades com os ciclos ambientais influenciados por fatores externos como as condições de luz, horários de alimentação, interações sociais e por fatores endógenos como os genéticos, níveis hormonais e apetite, entre outros. Sensores percebem a variação temporal informando o estado de iluminação ambiental através da rede neural ou sistema endócrino mediado pelos relógios circadianos. Os genes do relógio pertencem a quatro famílias: CLOCK, BMAL1, Cryptochromes e Period onde a formação, expressão e supressão da transcrição destes e de seus heterodímeros resultam na ritmicidade de 24h. O relógio circadiano modula o metabolismo de energia através do controle da atividade de diversas enzimas, dos sistemas de transporte e de receptores nucleares envolvidos no metabolismo dos nutrientes. Alterações nos horários de alimentação podem modificar a relação entre o relógio central e or relógios periféricos podendo causar mudanças no metabolismo e afetar o sistema circadiano. Em algumas desordens alimentares como a Síndrome do Comer Noturno (SCN), reconhecida como um atraso de fase da alimentação, o ritmo de alimentação está alterado. Assim sendo, a SCN pode ser um fator que influencia na obesidade, modificando padrões do sono, padrão alimentar, apetite e regulação neuroendócrina. Objetivos: Estudar os aspectos cronobiológicos na SCN. Métodos: Características, como aspectos emocionais, cronotipo e qualidade do sono foram avaliadas por meio de questionários. Variáveis de ritmicidade da atividade e exposição à luz foram avaliadas por actigrafia e a expressão dos genes do relógio CLOCK, BMAL1, Cry 1 e Per 2 foi medida em leucócitos. Resultados: 28 pacientes (14 com SCN - 10 mulheres e 14 controles - 9 mulheres) participaram deste estudo. A média de idade foi de 40,71 ± 12,37 anos e IMC foi de 26,8 ± 5,7kg/m². Não foi encontrada nenhuma evidência cronobiológica nas análises realizadas relacionada à SCN. Conclusão: Nossos resultados não corroboram a hipótese de que o the time system pode ser ligado à fisiopatologia da SCN, pois a associação de sintomas que definem a SCN como uma síndrome. Os tempos e a qualidade da alimentação devem ser mais profundamente estudados para esclarecer a relação entre a alimentação e o fato de que se os seres humanos alocam a sua principal alimentação no turno da noite pode trazer consequências ao metabolismo e refletir mudanças no comportamento e contribuir no controle da obesidade. Este é o primeiro estudo em humanos para relacionar os genes do relógio e a SCN. / Introduction: Living beings synchronize their activities with environmental cycles influenced by external factors such as light conditions, feeding schedules, social interactions and endogenous factors such as genetics, hormone levels and appetite, among others. Sensors perceive the temporal variation informing the state of ambient lighting through the neural network or endocrine mediated by circadian clocks. The clock genes belong to four families: CLOCK, BMAL1, Cryptochromes and Period where the formation, expression and suppression of these transcriptions and their heterodimers result in 24h rhythmicity. The circadian clock modulates energy metabolism by controlling the activity of several enzymes, transport systems and nuclear receptors involved in the metabolism of nutrients. Changes in feeding schedules may modify the relationship between the central clock and peripheral clocks and cause changes in metabolism and affect the circadian system. Some eating disorders, such as Night Eating Syndrome (NES) recognized as a phase delay in the feed, the feed rthythmicity coul be changed. Thus, NES may be a factor that influences in obesity, changing sleep and eating patterns, appetite and neuroendocrine regulation. Objectives: Cross-sectional study to examine the chronobiological aspects of NES. Methods: Features such as emotional aspects, chronotype and sleep quality were assessed by questionnaires. Variables rhythmicity of activity and light exposure were assessed by actigraphy and expression of clock genes CLOCK, BMAL1, Cry 1 and Per 2 was measured in leukocytes. Results: 28 patients (14 with SCN - 10 women and 14 controls - 9 women) participated in this study. The age average was 40.71 ± 12.37y and BMI was 26.8 ± 5.7kg/m². We found no evidence in chronobiological analyzes related to SCN. Conclusion: Our results do not support the hypothesis that the time system can be conected to the pathophysiology of NES, because the association of symptoms that define the NES as a syndrome mainly by the characteristic temporal power that is possibly involved with the time system. The timing and quality of food should be further studied to clarify the relationship between food and the fact that humans allocate their main food in the night shift may have consequences for metabolism and reflect changes in behavior and contribute to the control of obesity. This is the first study in humans to relate the clock genes and NES.
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Restrição de crescimento intrauterino (RCIU) modifica a resposta ao alimento palatável em ratos : estudo da via dopaminérgica e opioidérgica

Laureano, Daniela Pereira January 2018 (has links)
Introdução: Evidências sugerem que alterações no ambiente intrauterino afetam o persistentemente o desenvolvimento de diferentes órgãos e sistemas de modo a programar o risco para doenças crônicas ao longo da vida. A restrição de crescimento intrauterino (RCIU) é associada com o aumento da preferência pelos alimentos palatáveis e risco para doenças metabólicas na vida adulta. Níveis alterados de insulina no ambiente fetal encontrados em indivíduos que sofreram RCIU podem modificar a formação das vias associadas ao prazer e recompensa (sistemas opioide e dopaminérgico), modificando o comportamento alimentar. O objetivo deste estudo foi avaliar possíveis alterações na resposta frente ao alimento palatável em animais submetidos à RCIU. Metodologia: No dia 10 de gestação ratas Sprague-Dawley receberam dieta à vontade (AdLib), ou dieta restrição de 50% (FR). No nascimento, houve adoção cruzada dos filhotes, gerando os grupos (gestação/lactação): AdLib/AdLib (Controles) e FR/AdLib (Restrição de Crescimento Fetal - FR). No estudo 1, foi avaliada a resposta hedônica dos animais em 2 momentos (nas primeiras 24h de vida e aos 90 dias de vida). Em ambas as idades os ratos receberam solução de sacarose ou água destilada e as respostas hedônicas faciais exibidas em 60 segundos foram analisadas. No estudo 2, na idade adulta (ratos machos ao redor dos 80 dias de vida) foi avaliado o consumo de dieta hiperpalatável e o nível de organização do comportamento alimentar usando o BioDAQ®, assim como a liberação de dopamina frente à ração padrão ou alimento palatável foi mensurada pela cronoamperometria no núcleo accumbens (NAcc), com ou sem o uso prévio de insulina sistêmica (5UI/kg) Resultados: Estudo 1; nos filhotes a resposta hedônica foi maior nos animais FR expostos a sacarose em comparação a água, sem diferenças nos filhotes do grupo controle. Houve diminuição na fosforilação do receptor mu opioide nos filhotes FR comparados aos controles. Na vida adulta, a resposta hedônica e a fosforilação mu opioide não foram diferentes entre os grupos, sugerindo que as alterações da resposta hedônica e a fosforilação mu opioide observadas no primeiro dia de vida não persistem. No estudo 2, existiu uma interação entre grupo e período do dia em relação ao consumo de ração hiperpalatável, os animais FR comeram mais ração hiperpalatável do que os controles no período ativo (ciclo escuro), e o padrão alimentar apresentou uma maior entropia (consumo imprevisível e fragmentado) no grupo FR neste ciclo. Existiu um atraso na liberação de dopamina no grupo FR em resposta ao Froot Loops® (tempo para a dopamina alcançar o pico máximo), mas não em resposta a ração padrão. O tratamento com insulina reverteu a diferença observada entre os grupos na resposta ao Froot Loops®. Western Blotting mostrou que SOCS3 diminui na área tegmentar ventral (VTA) dos FR; pTH/TH aumentou no NAcc de FR, como previamente demonstrado, mas similarmente aos achados da cronoamperometria, estas diferenças foram revertidas pela insulina Conclusão: Há alteração da resposta hedônica no primeiro dia de vida em animais RCIU, juntamente de modificações na fosforilação de receptores opioides, e estas diferenças não persistem na vida adulta. A RCIU altera a sensibilidade à insulina no VTA e consequentemente leva à modulação diferencial do sistema dopaminérgico, o que se reflete no padrão e preferência alimentar em machos adultos. A RCIU induz a alterações nos níveis de insulina possivelmente modificando a funcionalidade das vias hedônicas opioide e dopaminérgica. A RCIU programa alterações neurocomportamentais, afetando o comportamento alimentar, persistentes ao longo da vida que podem colaborar com o desenvolvimento da síndrome metabólica a longo prazo. / Introduction: Evidence suggests that alteration in the intrauterine environment persistently affects the development of different organs and systems and programs the risk for chronic diseases throughout the life. Intrauterine growth restriction (IUGR) is associated with increased preference for palatable foods and risk to metabolic disease in adulthood. Altered insulin levels in fetal environment in individuals who suffer IUGR can modify the development of the pathways associated with pleasure and reward (opioid and dopaminergic system), modifying eating behavior. The aim of this study was to evaluate possible changes in the brain response to palatable food in animals submitted to IUGR. Methods: At gestation day 10, Sprague-Dawley dams are assigned to receive ad libitum diet (AdLib) or 50% restricted diet (FR). At birth, pups were cross-fostered generating two groups (pregnancy/lactation): AdLib/AdLib (Controls) and FR/Adlib (Intrauterine growth restriction - FR). In the Study 1 the hedonic response of the animals was evaluated in 2 moments (24 hours after birth and at 90 days of life). In both ages, rats received sucrose solution or water and the hedonic facial responses exhibited within 60 sec were analyzed. The Study 2, in adulthood (male rats around 80 days of life) the palatable food consumption was evaluated and feeding behavior entropy was assessed using the BioDAQ®. The dopamine release facing standard chow and palatable food was measured by chronoamperometry recordings in nucleus accumbens (NAcc), with or without previous systemic insulin treatment (5UI/kg) Results: In the Study 1, pups’ hedonic responses were higher in FR pups exposed to sucrose as compared to water, without differences in Control pups. There was decreased phosphorylation of the mu opioid receptor in FR pups compared to Controls. In adult life, hedonic responses and mu opioid phosphorylation were not different between groups, suggesting that the alterations in hedonic response and in mu opioid phosphorylation observed in early life do not persist. In the Study 2, there was an interaction between group and time of the day on the palatable food consumption, FR rats eat more palatable foods than the Control group in the active period (dark cycle), and the eating pattern has a higher entropy (unpredictable and fragmented consumption) in the FR group in this cycle. There was a delayed dopamine release in the FR group in response to Froot Loops® (time to reach the peak dopamine release), but not in response to standard chow. Insulin treatment reverted the difference observed between groups in the dopamine (DA) response to Froot Loops®. Western blot showed that SOCS3 was decreased in the ventral tegmental area (VTA) of FR; pTH/TH was increased in the NAcc of FR, as we have previously shown, but similarly to the chronoamperometry findings, these differences was reverted by insulin Conclusion: There is an alteration in the hedonic response to sucrose in the first day of life in IUGR animals, together with modifications in opioid receptor phosphorylation, and these differences do not persist in adult life. IUGR alters insulin sensitivity in VTA and consequently leads to a differential dopaminergic modulation by insulin, which is reflected in the pattern and food preference in adult males. IUGR induces alterations in insulin levels possibly modifying the functionality of the opioid and dopaminergic hedonic pathways. IUGR programs neurobehavioral changes, affecting eating behavior, persistently throughout life that may contribute to the development of metabolic syndrome in the long term.
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Investigação sobre o comportamento alimentar na vida adulta de ratos submetidos a regime de superalimentação no período de lactação

Portella, André Krumel January 2010 (has links)
Alimentação hedônica e homeostática são fatores independentes envolvidos no desenvolvimento da obesidade. Apesar de já se saber que a superalimentação precoce altera a alimentação não hedônica na vida adulta, pouco se sabe sobre seu impacto sobre a preferência por alimentos doces. O objetivo deste trabalho foi o de verificar o comportamento alimentar de ratos superalimentados no período de lactação, com foco principalmente no comportamento alimentar hedônico, e correlacionar com o funcionamento do sistema dopaminérgico mesolímbico, que sabidamente está envolvido na sua regulação. Ninhadas de ratos foram reduzidas a 4 filhotes (ninhada pequena - SL) ou 8 filhotes (ninhada normal - NL) no dia 1 de vida. O desmame ocorreu no dia 21, e todos os testes foram realizados a partir do dia 84 de vida. O consumo de ração foi realizado em condições basais, em resposta à jejum de 24h, na presença de comida palatável (doce), durante isolamento social, e em resposta ao teste de pinçamento da cauda (tail-pinch). Antes de testados com alimento doce, os ratos foram habituados a esse alimento. Locomoção foi aferida em um aparato automatizado. A Área Tegmentar Ventral (VTA) e o Núcleo Accumbens (Acc) foram dissecados a partir de microfatias congeladas. Tecido muscular foi dissecado e processado para medida da fosforilação de AKT (p-AKT) em resposta à insulina. AKT, p-AKT e Tirosina Hidroxilase (TH) foram medidas por método de western-blot. A quantidade de gordura abdominal foi cuidadosamente dissecada e pesada. Resultados: Ratos SL foram mais pesados que os NL em todas as medidas, e ao sacrifício apresentavam maior gordura abdominal (p=0,035). A atividade locomotora não foi diferente quanto à distância percorrida, mas os ratos SL exploraram a região central por mais tempo, indicando menor comportamento ansioso (p=0,036). Não se encontrou diferenças quanto ao consumo de ração padrão (p=0.085) ou alimento doce em condições basais (p=0,65), mas ratos SL tiveram maior consumo de doce num paradigma de escolha com ração-padrão (p=0,017) e em resposta ao estresse de pinçamento da cauda (interação teste x grupo, p=0,006). TH encontrou-se aumentada em ratos SL, tanto no VTA (p=0.016) quanto no Acc (p=0,022). Ratos SL não diferiram quanto a fosforilação do AKT no músculo, porém tiveram menor AKT (p=0,047), o que sugere uma resistência periférica à insulina latente. Em conclusão, a exposição a superalimentação no período de lactação reduz a ansiedade, induz obesidade e programa o comportamento alimentar persistentemente, de maneira que esses animais têm maior preferência por alimento doce. A esses resultados se soma a alteração dos níveis de TH nas vias mesolímbicas, o que sugere a participação destas nessa alteração de comportamento. / Hedonic and homeostatic food intakes are independent factors involved in the development of obesity. Although it is well known that early life overfeeding increases food intake in adulthood, little is know about its impact on the palatable food preference in adulthood. We aimed at verifying feeding behavior in this model, with special focus in the hedonic compound, and correlate it to the dopaminergic mesolimbic pathway known to be involved in its regulation. Rat litters were standardized to 4 (small litter - SL) or 8 pups (normal litter- NL) at postnatal day 1. Weaning was at day 21, and all tests were conducted after day 84 of life. Chow consumption was measured at baseline, in response to 24h fasting, in the presence of palatable food, during social isolation and after 1 min. tail pinch stress. Prior to testing sweet food, rats were habituated to the sweet pellets. Locomotion was assessed in an automated box. The ventral tegmentar area (VTA) and nucleus accumbens were micro dissected from frozen brain slices. Muscular tissue was also dissected for assessing the phosphorylation of Akt in response to an insulin challenge. Akt, pAkt and TH proteins were assessed by Western-blot. The abdominal fat content was weighed. Results: SL rats were heavier than NL at all time points and had increased abdominal fat at sacrifice (p=0.035). Locomotor activity was not different with regard to total distance, but RL rats spent more time in the center of the box, an indicative of less anxiety (p=0.036). No difference was found in chow (p=0.085) or sweet food intake at baseline (p=0.65), but SL rats had higher intake of sweet pellets in a two food choice paradigm (p=0.017) and in response to tail pinch stress (test x group interaction, p=0.006). TH was higher in SL rats VTA (p=0.016) and in the nucleus accumbens (p=0.022). SL animals had decreased Akt in the muscle (p=0.047), which suggest a latent peripheral insulin resistance, but p-AKT and the AKT/p-AKT ratio were not different. In conclusion, exposure to overfeeding during the neonatal period decreases anxiety, induces obesity and programs the feeding behavior persistently, in such a way that the animals eat more palatable food. These results are associated with a higher TH protein content and transport in these animals, which suggests that the dopaminergic mesolimbic circuitry may involved in the behavioral findings.
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Alimentação, sensibilidade e preferência ao gosto doce na quimioterapia para o câncer de mama / Food experience, sweet taste sensibility and preference at breast cancer chemotherapy

Carina Carlucci Palazzo 20 June 2016 (has links)
O tratamento quimioterápico para o câncer de mama está relacionado a alterações do paladar, do hábito alimentar e ao ganho de peso, embora a relação entre estes três aspectos ainda não seja elucidada. O objetivo deste trabalho foi identificar e compreender como a alimentação é vivenciada e significada pelas mulheres em tratamento quimioterápico para o câncer de mama e avaliar as possíveis mudanças alimentares e como estas se relacionam à sensibilidade e preferência ao gosto doce, ao peso e a composição corporal. Utilizou-se metodologia mista, com emprego de abordagem quantitativa e qualitativa para coleta e análise dos dados. Foram avaliadas 31 mulheres com diagnóstico de câncer de mama e indicação para quimioterapia em esquema contendo antraciclinas, em dois momentos: antes do início (T0) e após a quarta sessão de quimioterapia (T1). Em T0 e T1, foram avaliados dados antropométricos (peso, altura e composição corporal a partir de bioimpedância elétrica), consumo de alimentos e bebidas de gosto doce (divididos nas categorias: \"doces saudáveis\" para frutas e sucos naturais e \"doces não saudáveis\" para bolos, bolachas, balas, sorvetes, refrigerantes, sucos artificiais, doces caseiros e chocolate), sensibilidade à sacarose e concentração preferida de sacarose em suco de caju. Em T1 foi também aplicada uma entrevista a partir de roteiro semi estruturado. Os resultados da etapa quantitativa mostraram que entre os tempos avaliados as pacientes apresentaram ganho médio de peso de 2,1 Kg (p = 0,00) e aumento do IMC, que passou de 29,3 Kg/m2 em T0 para 30,1 Kg/m2 em T1 (p = 0,00), embora sem variações dos parâmetros referentes à composição corporal (p >= 0,05). A avaliação do consumo de alimentos e bebidas de gosto doce mostrou aumento do consumo de \"doces saudáveis\" (p = 0,00), diminuição do consumo de refrigerantes (p=0,04) e manutenção dos demais produtos avaliados (p >= 0,05), com correlação positiva entre a variação do consumo de \"doces saudáveis\" e variação de peso (r = 0,38; p = 0,04). A avaliação sensorial apontou para a manutenção da sensibilidade e da concentração de sacarose preferida, embora diminuição da sensibilidade entre T0 e T1 esteja associada a maior consumo \"doces não saudáveis\" em T1, enquanto aumento da concentração de sacarose preferida esteja associada ao maior consumo de \"doces saudáveis\" em T1. A partir da análise das entrevistas, emergiram os temas: doença e tratamento, ganho de peso, a relação com a alimentação e alimentação como o que foge ao alcance. Constata-se que o tratamento quimioterápico para o câncer de mama foi acompanhado de mudanças alimentares que estão relacionadas ao ganho de peso observado. As mudanças alimentares podem estar associadas à mudanças no paladar, mas são mais fortemente relacionadas às representações, crenças e expectativas construídas em torno do diagnóstico e tratamento do câncer de mama. / Breast cancer chemotherapy can be related to taste disorders, food behavior and weight changes, although the relation between these aspects is not yet elucidated. The aim of this work was to identify and comprehend how food experience is meant by woman following breast cancer chemotherapy and to assess the extent between possible food behavior change, sweet taste sensibility and preference, body weight and body composition. It was used mixed method approach with quantitative and qualitative approach for data collecting and analysis. 31 woman with breast cancer diagnosis and anthracyclines chemotherapy scheme indication were evaluated at two time points: before the first (T0) and after the fourth (T1) chemotherapy session. At T0 and T1 it was evaluated: anthropometry (body weight, height and composition by electric bioimpedance), sweet taste food and beverage consumption (spread in two groups: \"healthy sweets\" for fruits and natural juices, and \"unhealthy sweets\" for cakes, cookies, candies, ice cream, soft drinks, artificial juices, homemade sweets and chocolate), sucrose sensibility and preferred sucrose concentration in cashew juice. At T1, it was also applied a semi-structured script interview. Quantitative results show that between assessed time points, patients gained 2,1 Kg average (p = 0,00). Increased body weight led to BMI increase, from 29,3 Kg/m2 at T0 to 30,1 Kg/m2 at T1 (p = 0,00), although without body composition parameters change (p >= 0,05). The assessment of sweet taste food and beverages consumption show increase of \"healthy sweets\" consumption (p = 0,00), decrease of soft drinks consumption (p = 0,04) and maintenance of others evaluated products (p>=0,05), with positive correlation between \"healthy sweets\" consumption variation and body weight change (r = 0,38; p = 0,04). Sensorial evaluation shows maintenance of sweet taste sensibility and preferred sucrose concentration, though decreased sensibility between T0 and T1 is associated to higher \"unhealthy sweets\" consumption at T1, while decreased of preferred sucrose concentration between T0 and T1 is associated to higher \"healthy sweets\" consumption at T1. The following themes emerged from interview analysis: sickness and treatment, weight gain, the relationship with food and food consumption as what is out of touch. It is noted, that breast cancer chemotherapy brings food behavior changes related to observed body weight gain. Food behavior change can be associated to taste disorders, but it is more strongly related to representations, beliefs and expectations about breast cancer diagnosis and treatment.

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