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As repercussões da violência entre parceiros íntimos na utilização de serviços de saúde nos primeiros seis meses de vida. / The impact of intimate partner violence in halth services itulization in the first six months of life

Aline Gaudard e Silva 02 March 2012 (has links)
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro / O objetivo principal desta Dissertação foi avaliar as relações entre a Violência Física entre Parceiros Íntimos (VFPI) nos primeiros seis meses após o parto e a utilização de serviços de saúde entre crianças menores de seis meses de idade. Para estudar o construto utilização de serviços de saúde utilizou-se o momento de início do acompanhamento e o número de consultas da criança em Unidades Básicas de Saúde (UBS). Adicionalmente, estimou-se a prevalência de VFPI nos primeiros seis meses após o parto entre mães de crianças desta faixa etária assistidas nas UBS do Rio de Janeiro. As informações que subjazem a pesquisa originaram-se de um estudo transversal realizado em 27 UBS do Município do Rio de Janeiro, entre junho e setembro de 2007. A população de estudo foi selecionada por meio de amostragem por conglomerado em dois estágios. As UBS unidades primárias de amostragem foram amostradas com probabilidade de seleção proporcional ao volume de consultas pediátricas realizadas conduzindo a uma amostra geograficamente representativa do município. As crianças unidades secundárias de amostragem foram selecionadas de forma sistemática, obedecendo à ordem de saída das consultas. A amostra incluiu 927 crianças nos primeiros seis meses de vida cujas mães relataram ter companheiro na ocasião da entrevista dentre aquelas que buscaram consulta pediátrica ou de puericultura. As informações foram obtidas por meio de entrevista com a mãe da criança utilizando-se um questionário estruturado, contendo escalas previamente validadas, como a Revised Conflict Tatics Scales (CTS2) para a mensuração da VFPI. O artigo inicial apresenta a prevalência de VFPI nos primeiros seis meses após o parto na população estudada e em certos subgrupos de acordo com características sociodemográficas e de saúde de mães e bebês. Elevadas frequências de violência conjugal foram evidenciadas, em especial entre mães em situação socioeconômica desfavorável e que apresentavam falhas no cuidado pré-natal, na amamentação e na utilização do serviço de saúde. Os outros dois artigos apontam que a VFPI após o parto apresenta um sério risco ao acompanhamento regular da criança nos serviços de saúde. O segundo artigo revelou que a VFPI é um fator de risco independente para o início tardio do acompanhamento da criança em UBS em mulheres que possuíam emprego informal ou não trabalhavam e entre aquelas que não haviam realizado um adequado acompanhamento pré-natal. Já o terceiro artigo mostrou que a VFPI aumenta o risco de crianças filhas de mães que não exerciam trabalho remunerado após o parto terem um número de consultas aquém do esperado para a idade nos seus primeiros seis meses de vida. Espera-se que a divulgação dos resultados desta Dissertação possa contribuir para aumentar a sensibilização de profissionais de saúde e dos planejadores de políticas públicas do Setor Saúde para a importância de ações de combate à violência e, assim, colaborar para a promoção da saúde no seu sentido mais amplo.
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Dor osteomuscular em membros superiores e casos sugestivos de LER/DORT entre trabalhadores bancários

Scopel, Juliana January 2010 (has links)
Introdução: As Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – LER/DORT – têm provocado grande impacto na vida dos trabalhadores e apresentam significativas repercussões socioeconômicas. Este estudo tem como objetivo estimar a prevalência de casos sugestivos de LER/DORT e dos sintomas em membros superiores, além da identificação de fatores associados a essas lesões e sintomas, em bancários de Porto Alegre. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, realizado com questionário validado, nomeado “LER-like condition” para o rastreamento de casos sugestivos de LER/DORT. Um total de 356 indivíduos foi selecionado aleatoriamente a partir da estratificação dos bancos em públicos e privados e das agências em unidades de pequeno, médio e grande porte, resultando em uma amostra representativa composta de seis estratos dos diferentes bancos de Porto Alegre. A análise estatística univariada e multivariada foi realizada pelo modelo de regressão de Poisson com variância robusta, incorporando-se a estrutura do delineamento e ajuste para os conglomerados. Resultados: A prevalência de casos sugestivos de LER/DORT foi de 35% nas mulheres e 21,5% nos homens (RP= 1,54 IC95% 1,18-2,02). Trabalhadores que apresentaram monotonia física (RP= 1,78 IC95% 1,07-2,97), idade entre 26 e 45 anos (RP= 1,99 IC95% 1,16-3,39) e com mais de 45 anos (RP= 2,84 IC95% 1,26- 6,39) apresentaram maior prevalência de casos sugestivos de LER/DORT do que os grupos de comparação. Conclusão: O estudo mostra que os aspectos importantes no adoecimento por sintomas osteomusculares e LER/DORT entre os bancários parecem ser diferentes hoje dos conhecidos historicamente. Os aspectos psicossociais da sobrecarga, como a monotonia no trabalho, parecem prevalecer, necessitando de estudos longitudinais para melhor avaliar as hipóteses levantadas no presente estudo. / Introduction: Repetitive Strain Injury/Work-Related Osteo-Muscular Disease – RSI/WROD – has had a major impact on the lives of workers, with significant socioeconomic effects. The purpose of the present study is to estimate the prevalence of “RSI-like condition” and of upper-limb symptoms, together with associated factors, amongst bank workers in Porto Alegre. Methods: A cross-sectional study was used with a questionnaire designed to screen “RSI-like condition”. A sample of 356 subjects were selected at random from a stratification of banks into public or private, with small, medium and large branches, resulting in a representative sample for Porto Alegre. Univariate and multivariate statistical analyses were applied using a Poisson regression with robust variance and incorporating the structure of the design and adjustment for sampling design. Results: The prevalence of “RSI-like condition” was greater amongst women than amongst men (RP= 1,54 IC95% 1,18-2,02). Workers facing physical monotony (PR = 1.78 95% 1,07-2,97) aged between 26 and 45 years (PR = 1.99 95% CI 1,16-3,39) and more than 45 years (PR = 2.84 95% 1,26-6,39) have significantly more “RSI-like condition” than comparative groups. Conclusion: This study shows that important aspects of musculoskeletal symptoms and RSI/WROD, on bank workers seem to be different today than the ones historically known and require further longitudinal studies to better evaluate the hypotheses raised in this study, pointing to psychosocial burdens such as the monotony at work.
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Influência da infecção pregressa pelo vírus da hepatite B em portadores de hepatite C crônica: análise histológica / Influence of previous HBV infection in patients with chronic hepatitis C: histological assessment

Gaspar Lisboa Neto 16 June 2009 (has links)
INTRODUÇÃO: Os vírus das hepatites B (VHB) e C (VHC) são os principais causadores de hepatopatia crônica em todo mundo. Ambos compartilham vias semelhantes de transmissão. Em pacientes portadores crônicos de VHC com sorologia compatível com infecção pregressa pelo VHB (anti-HBcAg[+] e HBsAg [-]), o VHB DNA residual tem sido detectado por técnicas de biologia molecular altamente sensíveis no soro, em células linfomononucleares de sangue periférico e em hepatócitos (como cccDNA), de forma que o anti-HBcAg tem sido associado a pior prognóstico, tanto histológico quanto terapêutico. OBJETIVOS: Analisar a associação entre infecção pregressa pelo VHB nos portadores crônicos do VHC e o dano histológico hepático, além das características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais destes pacientes em região de baixa prevalência para o VHB. MÉTODOS: A prevalência do anti-HBcAg foi avaliada em 574 pacientes portadores crônicos de VHC atendidos durante o ano de 2006 no ambulatório de Hepatites Virais do DMIP-HC FMUSP. Deste grupo, foram selecionados 215 pacientes (98 de 112 com anti-HBcAg[+] e 117 de 462 monoinfectados pelo VHC) para análise comparativa. Ainda, 145 indivíduos foram submetidos à análise estatística multivariada, por metodologia de Regressão Logística sequencial, para identificação de possíveis preditores de fibrose avançada. RESULTADOS: Foram avaliados 98 pacientes com marcadores sorológicos de infecção pregressa pelo VHB. Quarenta e seis indivíduos (47%) possuíam o anti-HBcAg de forma isolada. O principal fator de risco relacionado à infecção viral foi hemotransfusão (31,6%). Contudo, a freqüência de UDI foi maior no grupo com infecção pregressa pelo VHB, em relação aos 117 indivíduos monoinfectados pelo VHC (p<0,05). Não houve diferença estatisticamente significativa quanto ao estadiamento (p=0,40) ou à graduação necroinflamatória histológica (APP, p=0,70) entre esses dois grupos. O tempo de infecção e a taxa de progressão de fibrose também foram semelhantes (p=0,99 e p=0,61, respectivamente). A presença do anti-HBcAg não foi considerada preditora de fibrose hepática avançada (p=0,11), porém identificamos como variáveis independentes o tabagismo acentuado (OR 4,40; IC95%: 1,30-14,87), aumento da ALT (OR 1,01; IC95%: 1,00-1,03), de gamagt (OR 1,01; IC95%: 1,00-1,01) e leucopenia (OR 7,75; IC95%: 2,13-28,23). CONCLUSÃO: A prevalência de infecção pregressa pelo VHB em portadores de infecção crônica pelo VHC foi de 20%, sendo este valor compatível com outros estudos realizados em regiões de endemicidade semelhante. A freqüência do marcador anti-HBcAg isolado foi alta neste grupo, refletindo uma possível supressão da imunidade humoral contra o VHB frente a resposta dirigida ao VHC. A infecção pregressa pelo VHB não parece acentuar ou acelerar o dano histológico hepático no nosso meio. / INTRODUCTION: Hepatitis B (HBV) and C (HCV) virus are the main causers of chronic hepatic disease worldwide. Both viruses share similar transmission routes. In chronic HCV infected patients with serological markers of resolved HBV infection (anti-HBcAg [+] and HBsAg [-]), residual HBV-DNA has been detected through highly sensible techniques in serum, PBMC and hepatocytes (as cccDNA). In fact, anti-HBcAg has been associated with worse prognoses, severe histological liver damage and less sustained virological response to HCV treatment. OBJECTIVE: Assess the relationship between previous HBV infection (anti-HBcAg [+]; HBsAg [-]) in patients with chronic hepatitis C (HCV) and histological damage, considering epidemiological, clinical and laboratorial characteristics of this group in a region of low prevalence for HBV. METHODS: Anti-HBcAg prevalence was evaluated in 574 patients seen during a period of one year in a tertiary center (University of Sao Paulo General Hospital, Sao Paulo, Brazil). Of this group, 215 subjects addressed selection criteria and have been selected for evaluation (98 of 112 carriers of anti-HBcAg and 117 of 462 infected only by HCV). 145 individuals have undergone analysis for identification of predictors of advanced fibrosis through univariate and multivariate stepwise logistic regression. RESULTS: Nineteen-eight subjects with serological markers of previous HBV infection were evaluated. Forty-six (47%) patients had anti-HBcAg in isolated form. The main risk factor for infection was blood transfusion (31,6%). However, the IDU frequency was greater in this group (p<0.05). There was no difference regarding histological staging (fibrosis ranging from 0 to 4, p=0.40) or grading (portal inflammation, p=0.70) compared with subjects infected only by HCV with no markers of HBV infection. The rate of fibrosis progression (in units per year) and the infection length was similar in these two groups (p=0,61 and p=0,99, respectively). Anti-HBcAg was not considered a predictor for advanced fibrosis (p=0.11). However, we identified tobacco smoking (OR 4.40; CI 95%: 1.30-14.87), increased ALT (OR 1.01; CI 95%: 1.00-1.03), increased -gt (OR 1.01; CI 95%: 1.00-1.01) and leucopenia (OR 7.75; CI 95%: 2.13-28.23) as independent variables. CONCLUSION: The prevalence of resolved HBV infection in subjects with chronic hepatitis C was 20%. This result was equivalent to other studies carried out in regions of similar endemicity. The frequency of the isolated anti-HBcAg was higher in this group, reflecting a possible suppression of the humoral immunity against HBV caused by an active immune response directed to HCV. Former and resolved HBV infection does not seem to increase or accelerate histological damage in our geographical area.
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Uso da rede de urgência e emergência e suas conexões com as unidades de atenção básica: uma análise transversal / Use of the emergency care network and its connections with the primary care units: a cross-sectional analysis

Altino, Rita de Cássia [UNESP] 24 February 2017 (has links)
Submitted by RITA DE CÁSSIA ALTINO DELARMELINDO null (altino.blv@terra.com.br) on 2017-04-19T16:32:07Z No. of bitstreams: 1 TeseRitadeCássiaAltino.pdf: 1177929 bytes, checksum: 5973d9ac7cdd543da8b590d9369a39bf (MD5) / Approved for entry into archive by Luiz Galeffi (luizgaleffi@gmail.com) on 2017-04-19T16:56:10Z (GMT) No. of bitstreams: 1 altino_rc_dr_bot.pdf: 1177929 bytes, checksum: 5973d9ac7cdd543da8b590d9369a39bf (MD5) / Made available in DSpace on 2017-04-19T16:56:10Z (GMT). No. of bitstreams: 1 altino_rc_dr_bot.pdf: 1177929 bytes, checksum: 5973d9ac7cdd543da8b590d9369a39bf (MD5) Previous issue date: 2017-02-24 / Introdução. A Rede de Atenção à Urgência e Emergência (RUE), organizada por Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e outros serviços de urgência tem finalidade de oferecer assistência à saúde de complexidade intermediária entre a rede de Atenção Básica à Saúde (ABS) e a Rede Hospitalar. Contudo, estudos têm apontado a utilização expressiva das UPA, por usuários não urgentes, que poderiam ser atendidos em Unidades de Atenção Básica e da Família, alocadas nas regiões das UPA. Objetivo geral. Analisar a utilização de usuários, acima de 13 anos, da RUE de município do interior paulista, levando-se em consideração o aparelhamento da ABS adscrita às UPA. Método. Pesquisa epidemiológica do tipo transversal, conduzida junto à RUE, em município com 366.769 habitantes. Coletou-se dados secundários, de 2014 a 2015, referentes a atendimentos de usuários em unidades de urgência e emergência, a partir de sistema de informações, assim como realizou-se análise documental de planilhas sobre classificação de risco. Esses dados integraram o banco de dados em planilhas eletrônicas e foram analisados por estatística descritiva. Resultados. A população adscrita às UPA totalizou 328.900, a qual conta com 21 unidades da ABS, sendo 15 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e seis Unidades Saúde da Família (USF). Dos 270.990 usuários submetidos à classificação de risco, apenas 6% configurou-se em atendimentos de emergência (vermelho) e urgência (amarela) e a maioria (94%) pouco urgente (verde) e não urgente (azul). Dos agrupamentos de doenças, propostos pelo CID, destacou nas UPA (18 a 23%) sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, seguido de 15 a 17% de doenças do aparelho respiratório. As faixas etárias de usuários economicamente produtivos foram as mais acometidas por esse perfil diagnóstico. O período diurno reuniu 75% dos atendimentos realizados. O intervalo de quatro a sete vezes atendimentos anuais abarcou a maior porcentagem de usuários frequentes, de oito a 11%. Apenas um por cento dos usuários atendidos nas UPA tiveram desfecho para internação hospitalar. De acordo com a Correlação de Pearson, o número de usuários classificados como não urgentes (verde e azul), independe do número de UBS e USF alocadas nas regiões das UPA. Conclusões. As UPA que contam com maior número de unidades da ABS por habitante, não apresentaram números menores de atendimentos de usuários, com classificação de risco não urgente (verde e azul). Considera-se este estudo contribuir, principalmente, para reestruturação da acessibilidade de usuários a partir da ABS, para então reduzir o número de atendimentos não urgentes nas UUE. A originalidade deste estudo está na resposta à objeto escasso de pesquisa, analisando usuários da RUE, com o número de unidades e população adscrita à ABS. / Introduction. The Urgent and Emergency Care Network (RUE), organized by Emergency Care Units (UPAs), and other urgent services have the purpose of providing intermediate-complexity health care between the Primary Health Care Network (ABS) and the Hospital Network. However, studies have shown the expressive use of UPAs by non-urgent users who could be treated at Primary Care and Family Units allocated in the regions surrounding the UPAs. Goal. To analyze the utilization of RUE by users older than 13 years in a city in inner in São Paulo state, taking into account the facilities found at the ABS adjoined to the UPAs. Method. This is a cross-sectional epidemiological study conducted at the RUE in a city with 366,769 inhabitants. Secondary data referring to 2014 and 2015 concerning the treatment provided to users at urgent and emergency units were collected from an information system. The documental analysis of spreadsheets containing risk classifications was also performed. These data integrated the database in the form of Excel spreadsheets and were analyzed by descriptive statistics. Results. The population adjoined to the UPAs totaled 328,900 inhabitants, and counted on 21 ABS units, of which 15 were Primary Health Care Units (UBSs) and six were Family Health Care Units (USFs). Of the 270,990 users who underwent risk classification, only 6% showed to be emergency (red) and urgent (yellow) treatments, and most of them (94%) were fairly urgent (green) and non-urgent (blue). Of the groups of diseases, as proposed by ICD, symptoms, signs and abnormal findings of clinical and laboratory tests (18 to 23%) were noteworthy at the UPAs, which was followed by 15 to 17% of diseases of the respiratory system. The age ranges of economically productive users were the ones most often affected by such diagnostic profile. 75% of the treatments were performed at daytime. The interval of four to seven annual treatments comprised the highest percentage of frequent users, from eight to 11%. Only 1% of the users treated at the UPAs had a hospitalization outcome. According to Pearson Correlation, de number of users classified as non-urgent (green and blue) does not depend on the number of UBSs or USFs allocated in the regions of the UPAs. Conclusions. The UPAs that have the largest number of ABS units per inhabitant do not show smaller numbers of users’ treatments with a non-urgent risk classification (green and blue). This study is thought to mainly contribute to the reorganization of users’ accessibility starting from ABS so as to then reduce the number of non-urgent treatments at the RUEs. The originality of this study lies in the response to a scarce research object by analyzing RUE users with the number of units and population adjoined to the ABS.
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Associação entre deficiência auditiva, estilo de vida e doenças crônicas não transmissíveis autorreferidas no Brasil : dados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013

Soares, Midiany de Oliveira January 2016 (has links)
INTRODUÇÃO: Mais de 5% da população mundial - 360 milhões de pessoas - tem surdez incapacitante, já as doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por 38 milhões de mortes por ano e vem aumentando sua prevalência na população adulta. Já é sabido que as doenças crônicas e a perda auditiva estão associadas a aspectos ligados ao estilo de vida, como tabagismo, etilismo, exposições laborais, entre outros. OBJETIVO: Verificar a associação entre a deficiência auditiva, estilo de vida e doenças crônicas não transmissíveis autorreferidas em adultos no Brasil. MÉTODO: Estudo transversal baseado nos dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2013. A amostragem foi feita por conglomerados de três estágios, sendo os setores censitários a unidade primária, os domicílios as unidades secundárias e um morador adulto (maior ou igual a 18 anos) selecionado de cada domicílio como unidade terciária. Os domicílios e os moradores foram selecionados por amostragem aleatória simples. A população-alvo foi constituída por moradores adultos, residentes em domicílios particulares de todo o território nacional. Foram realizadas 60.202 entrevistas individuais com o morador selecionado no domicílio. O desfecho foi obtido através da pergunta: “O Senhor (a) tem deficiência auditiva?”. As variáveis foram descritas por frequências absolutas e relativas. A estimação do parâmetro populacional foi realizada a partir do intervalo de 95% de confiança. Os dados foram ponderados utilizando-se peso amostral. A medida de efeito calculada foi a Razão de Prevalências (RP) obtida a partir dos modelos de Regressão de Poisson com variância robusta univariável e multivariável. As variáveis que apresentaram valor de p<0,20 na análise univariável foram selecionadas para permanecer na análise multivariável. O modelo multivariável foi construído de forma hierárquica considerando a proximidade dos fatores com o desfecho em estudo. O critério para a permanência da variável no modelo subsequente foi de que a mesma apresentasse um valor p<0,10 no seu bloco. O nível de significância adotado foi de 5% (p<0,05). RESULTADOS: A prevalência de deficiência auditiva foi 2,4% (IC95% 2,3-2,6), de diabetes 6,0% (IC95% 5,9-6,2), de hipertensão arterial 20,8% (IC95% 20,4-21,1), de colesterol alto 12,1% (IC95% 11,9-12,4) e de AVC 1,6% (IC95% 1,5-1,7). A deficiência auditiva foi maior no sexo masculino 2,9% (IC95% 2,7-3,1), na faixa etária com mais de 75 anos, 13,5% (IC95% 12,3-14,8), em quem se autodeclarada de cor de pele ou raça branca, 2,9% (IC95% 2,7-3,1) e em quem tem nível de escolaridade até o ensino fundamental incompleto, 6,1% (IC95% 5,6-6,7). Na análise multivariável, obteve-se um modelo final com as variáveis sociodemográficas, tabaco e exposição ocupacional onde a associação entre deficiência auditiva e doenças crônicas não transmissíveis mostrou-se significativa. CONCLUSÕES: A prevalência de deficiência auditiva em adultos no Brasil é de 2,4%. Essa deficiência foi mais prevalente em homens, grupos com idade avançada e baixa escolaridade. Adultos tabagistas, diabéticos, hipertensos, com colesterol alto e com histórico de AVC, bem como com exposição ocupacional para deficiência auditiva apresentam maior risco de perda de audição. A compreensão dos fatores de risco etiológicos relacionados à deficiência auditiva redundará em ações mais direcionadas para populações adscritas, resultando em melhor aplicação dos recursos em saúde pública e contribuindo para o desenvolvimento de políticas públicas para a prevenção da deficiência auditiva. / INTRODUCTION: More than 5% of the world's population - 360 million people - have incapacitating deafness, since chronic noncommunicable diseases account for 38 million deaths annually and have been increasing in the adult population. It is already known that chronic diseases and hearing loss are associated with aspects related to lifestyle, such as smoking, alcoholism, occupational exposures, among others. OBJECTIVE: To verify the association between hearing loss, lifestyle and self - reported non - transmissible chronic diseases in adults in Brazil. METHODS: A cross-sectional study based on data from the National Health Survey of 2013. Sampling was done by three-stage clusters, census tracts being the primary unit, households secondary units and an adult (18 years or older) selected from each household as a tertiary unit. Households and residents were selected by simple random sampling. The target population consisted of adult residents living in private homes throughout the country. A total of 60.202 individual interviews were conducted with the resident selected at home. The outcome was obtained through the question: "Do you have a hearing impairment?". The variables were described by absolute and relative frequencies. The population parameter was estimated from the 95% confidence interval. The data were weighted using sample weight. The calculated effect measure was the Prevalence Ratio (RP) obtained from the Poisson Regression models with robust univariate and multivariate variance. The variables that presented p value <0.20 in the univariate analysis were selected to remain in the multivariable analysis. The multivariate model was constructed hierarchically considering the proximity of the factors with the outcome under study. The criterion for the permanence of the variable in the subsequent model was that it presented a p value <0.10 in its block. The level of significance was 5% (p <0.05). RESULTS: The prevalence of hearing loss was 2.4% (CI95% 2.3-2.6), diabetes 6.0% (CI95% 5.9-6.2), arterial hypertension 20.8% (CI95% 20.4-21.1), high cholesterol 12.1% (CI95% 11.9-12.4) and stroke 1.6% (CI95% 1.5-1.7). Hearing impairment was greater in males 2.9% (CI95% 2.7-3.1), in the age group older than 75 years, 13.5% (CI95% 12.3-14.8), in (CI95% 2.7-3.1), and in those with a level of schooling up to incomplete primary education, 6.1% (CI95% 5.6% 6,7). In the multivariate analysis, a final model was obtained with sociodemographic, tobacco and occupational exposure variables, where the association between hearing loss and chronic non-communicable diseases was significant. CONCLUSIONS: The prevalence of hearing impairment in adults in Brazil is 2.4%. This deficiency was more prevalent in men, older age groups and low schooling. Adult smokers, diabetics, hypertensives, high cholesterol and a history of stroke, as well as occupational exposure to hearing impairment present a higher risk of hearing loss. The understanding of etiological risk factors related to hearing impairment will result in more targeted actions for ascribed populations, resulting in a better application of resources in public health and contributing to the development of public policies for the prevention of hearing impairment.
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Adesão ao tratamento em idosos e hipertensos / Adherence of elderly and hypertensive patients to medical treatment

Tavares, Noemia Urruth Leão January 2012 (has links)
A adesão ao tratamento pode ser conceituada como o grau de concordância entre o comportamento de uma pessoa em relação às orientações do médico ou de outro profissional de saúde. O baixo grau de adesão pode afetar negativamente a evolução clínica do paciente e a sua qualidade de vida, constituindo-se em problema relevante, que pode trazer consequências pessoais, sociais e econômicas. A tese aqui apresentada aborda a adesão tratamento medicamentoso, analisando dois contextos de extrema importância epidemiológica: os fatores associados a baixa adesão ao tratamento medicamentoso em uma população idosa residente na comunidade e os determinantes da adesão ao tratamento anti-hipertensivo por pacientes hipertensos acompanhados pela Estratégia Saúde da família (ESF). Os resultados apresentados são de dois estudos distintos, realizados no município de Bagé, RS, em 2008 e 2010, respectivamente. O primeiro estudo foi transversal de base populacional, com amostra representativa de 1.593 idosos entrevistados em seus domicílios. A baixa adesão referida ao tratamento medicamentoso foi mensurada através do Brief Medication Questionaire (BMQ) e verificada a sua associação em relação aos fatores demográficos e socioeconômicos, comportamentais e de saúde, assistência e prescrição. No segundo estudo amostra foi composta por 1.588 indivíduos hipertensos adultos e idosos residentes na área de abrangência urbana da ESF do município. Os dados também foram coletados através de entrevistas domiciliares. Para mensuração da adesão ao tratamento anti-hipertensivo foram utilizados dois instrumentos de adesão referida pelo paciente, o Brief Medication Questionaire (BMQ) e o Morisky Medication Adherence Scale, 8- items (MMAS-8) e analisada a associação em relação aos fatores demográficos e socioeconômicos, comportamentais e de saúde e também relativos à assistência ao paciente e a prescrição de medicamentos antihipertensivos. Para a análise das associações foi utilizado modelo de regressão de Poisson para estimar as razões de prevalência bruta e ajustada, os respectivos intervalos com 95% de confiança e p-valor (teste de Wald). Do total de idosos entrevistados, 1.247 referiram ter usado algum medicamento nos últimos sete dias, e destes, cerca de um terço (28,7%) foram considerados com baixa adesão ao tratamento. Os fatores estatisticamente associados a baixa adesão ao tratamento foram: idade (65 a 74 anos), não ter plano de saúde, ter que comprar (totalmente ou em parte) os seus medicamentos, ter três ou mais morbidades, possuir 10 incapacidade instrumental para a vida diária e usar três ou mais medicamentos. Em relação ao segundo estudo, 1588 hipertensos foram entrevistados, onde a prevalência de pacientes aderentes ao tratamento foi de 19,1% pelo BMQ e 48,1% foram considerados com níveis de alta adesão pelo MMAS-8. Os principais fatores associados à adesão ao tratamento antihipertensivo avaliado pelo BMQ foram: renda maior que um salário mínimo, melhor autopercepção de saúde, ter menor número de morbidades e menor número de anti-hipertensivos utilizados. Os níveis de alta adesão ao tratamento pelo MMAS-8 foram associados a maior idade, melhor autopercepção de saúde e maior vínculo com a equipe assistencial. Os resultados aqui apresentados reforçam que a elevação da frequência de doenças crônico-degenerativas que acomete os idosos, o seu processo de envelhecimento que predispõe a incapacidade funcional, a dificuldade no acesso ao tratamento e a utilização aumentada de medicamentos são fatores importantes que devem ser considerados pelos profissionais de saúde visando a promoção da adesão ao tratamento nesta faixa etária e aumentando a resolutividade terapêutica e a qualidade de vida destes pacientes. E enfatiza que a equipe de saúde pode contribuir para melhorar a adesão dos pacientes ao tratamento anti-hipertensivo, prescrevendo regimes menos complexos, explicando os benefícios e efeitos colaterais dos medicamentos, e principalmente fortalecendo o vínculo com o paciente em um processo compartilhado permanente de cuidado em relação a sua saúde. / Adherence to treatment can be construed as the level of agreement of an individual's behavior towards the guidelines provided by a doctor or other health professional. Low levels of adherence might affect negatively both the patient's clinical progression as well as his quality of life, which represents a relevant problem that might entail personal, social and economic consequences. The present thesis addresses the issue Adherence to Medical Treatment by analyzing two crucial epidemiological contexts: factors related to low adherence to medical treatment within the elderly population living in a specific community and the determining factors of adherence to antihypertensive treatment of patients assisted by the Family Health Strategy (FHS). The findings presented refer to two different studies carried out in the municipality of Bagé, Rio Grande do Sul, in 2008 and 2010 respectively. The first was a cross-sectional population-based study, with a representative sample of 1.593 elderly citizens interviewed in their households. Low adherence to medical treatment was assessed through the Brief Medication Questionnaire (BMQ) and associated to demographic, socioeconomic and behavioral determiners, as well as health, assistance and prescription factors. The second study was also a cross-sectional study with a sample of 1.588 adult and senior hypertensive patients living in the urban area covered by the municipality’s FHS. The data were collected through household interviews as well. In order to measure adherence to antihypertensive treatment, there was a twofold tool responded by the patients themselves, the Brief Medication Questionnaire (BMQ) and the Morisky Medication Adherence Scale, 8-items (MMAS-8) and further association with demographic, socioeconomic and behavioral variables, as well as those related to patient assistance and prescription of antihypertensive medicaments. Analyses were carried out using the Poisson regression model to assess crude and adjusted prevalence ratios, with their respective 95% confidence and p-values intervals (Wald test). From the total number of the elderly interviewed, 1.247 claimed to have taken some kind of medicine in the previous seven days, and among these, approximately one third (28.7%) were considered to have low adherence to the treatment. The statistical factors associated to low adherence to treatment were: age (65 to 74 years old), not having a health plan, having to purchase (totally or partially) their own medicines, having three or more morbidities, having functional disabilities and using three or more medicines. Regarding the second study, 1.588 hypertensive patients were interviewed, with the prevalence of patients joining the treatment being 19.1% according to the BMQ and 48.1% with a high level of adherence according to the MMAS-8. The main factors related to higher or lower adherence to the antihypertensive treatment as per the BMQ were: income higher than the minimum wage, better health selfawareness, less comorbidity and fewer antihypertensive drugs used. Higher 12 taxes of adherence to the treatment as per the MMAS-8 were related to older age, better health self-awareness and greater bond to the health team. The results here presented reinforce the fact that the rise of chronic-degenerative diseases that affect the elderly, the ageing process that leads to functional disability, the difficulty to gain access to the treatment and the increased use of medicaments are crucial factors that should be considered by health professionals, aiming at fostering adherence to treatment and increasing therapeutic solutions and quality of life of said patients. In addition, they highlight that the health team can contribute to increase patient adherence to the antihypertensive treatment, by prescribing less strict and complex diets, by explaining the benefits and side effects of the medicaments, and most importantly, by strengthening the bond with the patient, participating actively in the health care process.
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Qualidade de vida e função sexual de mulheres com dor pélvica / Quality of life and sexual function of women with chronic pelvic pain

Luz, Rosa Azevedo da 26 July 2018 (has links)
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QoL was evaluated using the World Health Organization’s short-form WHOQOL-BREF questionnaire, and the Female Sexual Function Index was used to evaluate sexual function. Anxiety and depression were investigated using the Hospital Anxiety and Depression Scale. Student’s ttest, the chi-square test and the Mann-Whitney test were used to compare sociodemographic, clinical and behavioral characteristics between the groups. A generalized linear model was used to compare QoL and sexual function scores between the groups and to identify factors associated with QoL in the women with chronic pelvic pain. Multiple logistic regression analysis was used to identify factors associated with sexual dysfunction in women with chronic pelvic pain. Results: The mean age of the participants with chronic pelvic pain was 37.8 ± 8.0 years compared to 37.2 ± 9.6 years for those without this condition (p=0.648). Analysis adjusted for potential confounding factors showed that women with chronic pelvic pain had significantly lower QoL scores for the physical health (p<0.001) and social relationships (p=0.025) domains. Anxiety, depression, pain intensity, diabetes mellitus, arterial hypertension, sexual dysfunction, lower monthly income and marital status (not having a partner) were factors found to be negatively associated with QoL. Employment status (being employed/in paid work), parity (≥ 1) and menopausal status (postmenopausal) were positively associated with QoL. The prevalence of sexual dysfunction was 81% in the women with chronic pelvic pain and 58% in those without it (p=0.003). Women with chronic pelvic pain had significantly lower scores in the desire (p=0.038), arousal (p=0.002), lubrication (p=0.011), orgasm (p<0.002) and pain (p<0.001) domains. There were no statistically significant differences with respect to the satisfaction domain or the overall score. Depression was the only factor found to be positively and independently associated with sexual dysfunction in women with chronic pelvic pain (p=0.012). Conclusions: QoL was poorer in the group of women with chronic pelvic pain, with various factors being negatively associated with QoL in this group. Sexual dysfunction was also more common in the group with chronic pelvic pain, with these women scoring lower in most of the sexual function domains. Depression was positively associated with sexual dysfunction in the chronic pelvic pain group. These findings highlight the need to take into consideration the influence of various different factors that affect the QoL of women with chronic pelvic pain. Furthermore, these results suggest that women with chronic pelvic pain should be routinely screened for sexual dysfunction, taking into account the effect of psychological factors. / Objetivos: Comparar a qualidade de vida e a função sexual entre mulheres com e sem dor pélvica crônica e investigar os fatores associados à qualidade de vida e à disfunção sexual de mulheres com dor pélvica crônica. Métodos: Conduziu-se um estudo de corte transversal entre outubro de 2014 e fevereiro de 2016, no Ambulatório de Ginecologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil. Participaram do estudo 200 mulheres, sendo 100 com dor pélvica crônica e 100 sem dor pélvica crônica. Foram investigadas características sociodemográficas, clínicas e comportamentais. A intensidade da dor foi aferida aplicando-se a escala analógica visual. A qualidade de vida foi avaliada por meio do questionário da Organização Mundial de Saúde o WHOQOL-versão abreviada. Para avaliar a função sexual utilizou-se o Female Sexual Function Index. Ansiedade e depressão foram investigadas, utilizando-se a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão. Para comparar as características sociodemográficas, clínicas e comportamentais entre os dois grupos foram utilizados os testes t de Student, Qui-quadrado e Mann-Whitney. Utilizou-se o modelo linear generalizado para comparar os escores de qualidade de vida e de função sexual entre os grupos e identificar os fatores associados à qualidade de vida de mulheres com dor pélvica crônica. Utilizou-se a análise de regressão logística múltipla para identificar os fatores associados à disfunção sexual de mulheres com dor pélvica crônica. Resultados: A média de idade das participantes com dor pélvica crônica foi de 37,8±8,0 anos e daquelas sem dor pélvica crônica de 37,2±9,6 anos (p=0,648). Após a análise ajustada por potenciais variáveis confundidoras, mulheres com dor pélvica crônica apresentaram escores significativamente menores de qualidade de vida nos domínios físico (p< 0,001) e relações sociais (p=0,025). Verificou-se que ansiedade, depressão, intensidade da dor, diabetes mellitus, hipertensão arterial, disfunção sexual, menor renda familiar mensal e estado marital (sem companheiro) associaram-se negativamente à qualidade de vida. A situação de trabalho (estar empregada/ter um trabalho remunerado), paridade (≥1) e estado menopausal (pósmenopausa) relacionaram-se positivamente à qualidade de vida. A prevalência de disfunção sexual foi de 81% em mulheres com dor pélvica crônica e de 58% em mulheres sem dor pélvica crônica (p=0,003). Mulheres com dor pélvica crônica apresentaram escores significativamente menores nos domínios desejo (p=0,038), excitação (p=0,002), lubrificação (p=0,011), orgasmo (p<0,002) e dor (p<0,001). Não houve diferença significativa no domínio satisfação e no escore total. Depressão foi o único fator associado positivamente e independentemente à disfunção sexual de mulheres com dor pélvica crônica (p=0,012). Conclusões: Mulheres com dor pélvica crônica apresentaram pior qualidade de vida do que aquelas sem dor pélvica crônica. Foram identificados vários fatores que se associaram negativamente à qualidade de vida de mulheres com dor pélvica crônica. A disfunção sexual foi mais comum em mulheres com dor pélvica crônica do que em mulheres sem dor pélvica crônica. Mulheres com dor pélvica crônica apresentaram menores escores na maioria dos domínios da função sexual. A depressão associou-se positivamente à disfunção sexual de mulheres com dor pélvica crônica. Estes achados demonstram a necessidade de considerar a influência de diversos fatores sobre a qualidade de vida de mulheres com dor pélvica crônica. Além disso, os achados indicam a necessidade de rastrear rotineiramente a disfunção sexual em mulheres com dor pélvica crônica, considerando a influência de fatores psicológicos.
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Cobertura do exame de Papanicolaou no município de Manaus, Amazonas: um estudo de base populacional / Papanicolaou test coverage in Manaus, Amazonas: a population- based study

Dina Albuquerque Duarte Correa 07 March 2014 (has links)
O controle do câncer do colo do útero (CCU) representa um desafio para as políticas de saúde nos países em desenvolvimento. No Brasil, a prevenção deste câncer é baseada principalmente no rastreamento através do exame de Papanicolaou, que se tem mostrado útil em reduzir a incidência e mortalidade por esta neoplasia quando realizado periodicamente. O Amazonas, no norte do país, está entre os estados com maiores taxas de incidência e mortalidade pelo CCU. Com isso, realizou-se o presente estudo com objetivo de estimar a prevalência da realização do exame de Papanicolaou entre mulheres do município de Manaus- Amazonas e, secundariamente, descrever o perfil dessas mulheres, identificar a periodicidade da prática do exame e verificar os fatores associados à realização do mesmo. Trata-se de um estudo transversal de base populacional, com amostra aleatória por conglomerados. Foram incluídas na pesquisa 1100 mulheres entre 25 a 59 anos de idade residentes na zona urbana de Manaus, entrevistadas no domicílio no período de outubro a dezembro de 2011. Observou-se que 92,5% das mulheres relataram ter realizado pelo menos um exame de Papanicolaou alguma vez na vida e 76,5% (IC95%=74,04-79,05) das entrevistadas o realizaram nos últimos três anos, enquanto periodicidade anual foi referida por 66,6% das mulheres (IC95%=63,8- 69,3). A maioria das entrevistadas (56,8%) tinha entre 25 a 34 anos, relação estável (52,45), ensino médio completo (50,5%), renda familiar de até dois salários mínimos (66,1%) e não possuía linha telefônica residencial (64,2%). As variáveis associadas significativamente a realização do exame no período adequado foram: trabalhar em empresa pública; possuir nível superior completo; ter renda acima de dez salários mínimos; presença de telefone fixo na residência; não ser fumante; ter apenas um parceiro nos últimos 12 meses; ter tido uma ou duas gestações; usar métodos contraceptivos não cirúrgicos; conhecer a finalidade do exame; ter recebido informação sobre o exame na instituição de saúde; realizar consulta ginecológica mais de uma vez ao ano; realizar o exame periodicamente/ainda que esteja sadia; ter realizado o exame no serviço privado de saúde; ter realizado o primeiro exame devido solicitação médica; não referir dificuldade para realização do exame. Desta forma, constatou-se que cobertura do exame de Papanicolaou no município de Manaus encontra-se inferior ao nível mínimo necessário para haver impacto nos indicadores de morbimortalidade. O diagnóstico precoce precisa ser melhorado, devendo haver um planejamento de modo proativo, com distribuição heterogênea das ações de controle do câncer. Nesta perspectiva, é necessário assegurar o acesso equitativo, e produzir ações de informação e educação em saúde contínuas, sensibilizando as mulheres sobre a prevenção do câncer do colo do útero e seus fatores de risco / Uterine cervix cancer (UCC) control remains a challenge for health policies in developing countries. In Brazil, UCC prevention is mainly based on Pap smear screening, which has proven useful in reducing the incidence and mortality from this cancer when performed periodically. Amazonas, in the north of Brazil, is among the states with the highest rates of incidence and mortality from cervical cancer. Considering this background, it was proposed the present study that aimed to estimate the prevalence of Pap smear coverage among women in the city of Manaus, Amazonas, and secondarily, we intended to describe the profile of these women and to identify the frequency and factors associated with Pap smear realization. It is a cross-sectional population-based study, with individuals randomly selected through a household-sample frame. It were included in the study 1100 women aged 25-59 years who lived in the urban area of Manaus, through October to December 2011. It was observed that 92.5% of women reported having had at least one Pap test during lifetime and 76.5% (95% CI, 74.04 - 79.05) had had the exam in the past three years , while 66.6% of women (95% CI, 63.8 - 69.3) reported an annual basis. The majority of women (56.8 %) was 25 to 34 years, had stable relationship (52.45), had completed high school (50.5 %), had family income of up to two minimum wages (66.1 %) and had not a landline (64.2 %). The factors associated to the use of Pap smear in the past three years were working in a public company, having a college degree, having earned over ten minimum wages, the presence landline at home, not being a smoker, having only one partner in the last 12 months, having had one or two pregnancies, using non-surgical methods of contraception, knowing the purpose of Pap test, having received information about exam at the health institution, having gynecological examination more than once a year, having the Pap smear periodically even feeling healthy, having had the test at private practice, having had the first test due to medical recommendation, having not had difficult to perform the test. Thus, it was verified that coverage of Pap smear in Manaus is below the minimum level required to have impact on UCC morbidity and mortality indicators. Early diagnosis needs to be improved, and there should be a proactively strategies with heterogeneous distribution of UCC control actions. In this perspective, it is necessary to ensure equitable access, and to produce continuous information and health education actions, sensitizing women about UCC prevention and its risk factors
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Desnutrição infantil em dois municípios do estado do Acre: prevalência e fatores associados / Prevalence and factors associated to child malnutrition in two municipalities in the state of Acre

Orivaldo Florencio de Souza 05 March 2009 (has links)
Objetivo: Analisar a prevalência da desnutrição e fatores associados em crianças menores de 60 meses em dois municípios do estado do Acre. Métodos: Estudo transversal de base populacional com 667 crianças da área urbana dos municípios de Acrelândia e Assis Brasil. As prevalências de déficits nutricionais para os índices estatura para idade (E/I), peso para idade (P/I) e peso para estatura (P/E) foram calculadas com o ponto de corte -2 escores Z, utilizando-se o padrão de crescimento infantil da Organização Mundial da Saúde de 2006. Informações sobre condições socioeconômicas, acesso aos serviços e cuidado da criança, peso ao nascer e morbidades foram obtidas por questionário estruturado e pré-codificado. Análise múltipla e hierarquizada de regressão de Poisson (erro padrão robusto) foi utilizada para identificar os fatores associados à desnutrição infantil. Resultados: As prevalências dos déficits E/I, P/I e P/E foram de 9,9%, 6,3% e 4,1%, respectivamente. Os principais fatores associados ao déficit E/I foram: baixo índice de riqueza domiciliar (razão de prevalência [RP]: 1,74; intervalo de confiança [IC95%]: 0,95 - 3,18), analfabetismo do pai ou padrasto (RP: 1,82; IC95%: 1,01 - 3,27), ter 2 ou mais irmãos menores (RP: 2,88; IC95%: 1,45 - 5,72), ausência da mãe biológica no domicílio (RP: 2,63; IC95%: 1,32 - 5,24) e exposição ao esgoto a céu aberto no âmbito domiciliar (RP: 2,46; IC95%: 1,51 - 4,00). Para o déficit de P/E houve associação somente com o peso ao nascer igual ou abaixo de 2.500 g (RP: 2,91; IC95%: 1,16 - 7,24). Conclusão: Nos municípios estudados, a desnutrição infantil apresenta-se como um importante problema de saúde pública, associada aos indicadores de iniquidades sociais, acesso aos serviços de saúde e ausência da mãe no domicílio. / Objective: To describe malnutrition prevalence and associated factors in children under the age of 60 months from two municipalities in the state of Acre. Methods: A population-based, cross-sectional study was carried out using 667 children from urban areas in the municipalities of Acrelândia and Assis Brasil. The occurrence of nutritional deficit was determined by indexes of height for age (H/A), weight for age (W/A) and height for weight (H/W), which were calculated with cut point -2 for Z scores as determined by 2006 World Health Organization child growth standards. A structured and precoded questionnaire was applied to gather information about socioeconomic conditions, access to the services and child care, birth weight and morbidity. Multiple and hierarchical analysis of Poisson regression (robust standard error) was used to identify the factors associated to child malnutrition. Results: The incidence of H/A, W/A and H/W deficits was 9.9%, 6.3% and 4.1%, respectively. The main factors associated to H/A were low household wealth index (prevalence ratio [PR]: 1.74; 95% confidence interval [95% CI]: 0.95 3.18), illiterate father or stepfather (PR: 1.82; 95% CI: 1.01 3.27), the existence of 2 or more young siblings (PR: 2.88; 95% CI: 1.45 5.72), the absence of the biological mother at home (PR: 2.63; 95% CI: 1.32 5.24) and exposure to open wastewater near the house (PR: 2.46; 95% CI: 1.51 4.00). The W/H deficit was associated only to birth weight equal or lower than 2,500 g (PR: 2.91; 95% CI: 1.16 7.24). Conclusions: Child malnutrition in the municipalities studied is an important public health problem, which is associated to indicators of social inequality, access to health services and absence of a mother at home.
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Quantificação dos linfonodos em espécimes de esvaziamento cervical: estudo morfológico / Quantitative analysis of lymph nodes in neck dissection specimens: morphologic study

Fabio de Aquino Capelli 10 June 2016 (has links)
INTRODUÇÃO: O esvaziamento cervical é parte importante do tratamento das neoplasias de cabeça e pescoço, exercendo também função de estadiamento, ao quantificar os linfonodos e verificar seu grau de acometimento pela doença. Neste estudo a quantidade de linfonodos em espécimes de esvaziamento cervical radical modificado realizados em uma série de cadáveres não formolizados foi avaliada, procurando definir parâmetros que determinem o número mínimo desejável de linfonodos em um esvaziamento cervical efetuado na prática clínica, bem como o número de linfonodos em cada nível do esvaziamento cervical. O trabalho busca também verificar se existe relação entre o número de linfonodos nos espécimes de esvaziamento cervical radical modificado e dados demográficos e antropométricos do cadáver. MÉTODOS: Estudo anatômico transversal com a realização de dissecções em 28 cadáveres não formolizados do Serviço de Verificação de Óbitos da Capital, reproduzindose a técnica de esvaziamento cervical radical modificado bilateralmente, com a retirada do tecido fibroadiposo que contém os linfonodos cervicais profundos, nível por nível, segundo a divisão e limites anatômicos preconizadas pela American Head and Neck Society e pela American Academy of Otolaryngology-Head and Neck Surgery. Os espécimes foram dissecados manualmente a fresco, pelo mesmo patologista, com separação dos linfonodos encontrados e colocação em cassetes e armazenados em frascos separados para cada nível, contendo solução de formalina tamponada a 10%. O tecido adiposo remanescente também foi incluído para avaliação posterior. A análise das lâminas coradas por hematoxilina e eosina teve a finalidade de confirmar os linfonodos dissecados manualmente e avaliar a presença de linfonodos microscópicos. RESULTADOS: A amostra analisada foi constituída por 28 cadáveres, sendo 18 (64,3%) do sexo masculino e com média de idade de 67,4 ± 10,3 anos. Quinze indivíduos foram classificados como brancos (53,6%), 12 negros/pardos (42,9%) e um amarelo (3,6%), apresentando peso médio de 59,6 ± 13,3 kg, altura média de 164 ± 9,1 cm e índice de massa corpórea (IMC) médio de 22,0 ± 3,9 kg/m2. A média do número de linfonodos encontrados nos diferentes níveis dos 56 esvaziamentos cervicais radicais modificados realizados foram: nível IA - 1,5 (IC 95%: 1,1 - 1,8), nível IB - 2,5 (IC 95%: 2,1 - 2,9), nível IIA - 7,2 (IC 95%: 6,0 - 8,5), nível IIB - 6,5 (IC 95%: 5,5 - 7,4), nível III - 6,6 (IC 95%: 5,7 - 7,4), nível IV - 8,6 (IC 95%: 7,1 - 10,1), nível V - 11 (IC 95%: 9,2 - 12,7), totalizando 43,8 linfonodos (IC 95%: 40,3- 47,4). O número de linfonodos no nível IV à esquerda apresentou maior média em indivíduos do sexo masculino em relação aos do sexo feminino (11,9 X 7,2; p=0,040 - teste de Mann-Whitney), além de ter mostrado correlação positiva com a altura (r=+ 0,396, p=0,037 - teste de correlação de Spearman). A quantidade de linfonodos no nível V à direita, e quando considerada nos dois lados do pescoço em conjunto, também teve correlação positiva com o peso (r=+ 0,417, p=0,027 e r=+ 0,278, p=0,038; respectivamente, teste de correlação de Spearman) e o IMC (r=+0,456, p=0,015 e r=+0,317, p=0,021; respectivamente, teste de correlação de Spearman) do indivíduo. O número total de linfonodos de cada esvaziamento apresentou correlação negativa com a idade (r=-0,358, p=0,007 - teste de correlação de Spearman). Não houve diferenças em relação à raça dos indivíduos. CONCLUSÕES: A análise dos dados encontrados permite delinear um parâmetro em relação ao número mínimo recomendável de linfonodos a ser recuperado em um espécime de esvaziamento cervical radical modificado, bem como em cada nível deste esvaziamento, efetuado na prática clínica. Houve associação do número de linfonodos identificados nos espécimes de esvaziamento cervical radical modificado, em algumas situações, com o sexo, altura, idade, peso e índice de massa corpórea do cadáver / INTRODUCTION: Neck dissection is an important part of the treatment of head and neck neoplasms and also perform a staging function, by quantifying the lymph nodes and verifying their degree of involvement by the disease. In this study the amount of lymph nodes in modified radical neck dissection specimens conducted in a series of non-preserved cadavers was accessed, trying to define parameters which determine the minimum desired number of lymph nodes in a neck dissection performed in clinical practice, as well as the number of lymph nodes in each level of the neck dissection. The study also seeks to determine whether there is a relationship between the number of lymph nodes in the specimens of modified radical neck dissection and demographic and anthropometric data of the cadaver. METHODS: Cross-sectional anatomical study conducted in 28 non-preserved cadavers dissected in the Serviço de Verificação de Óbitos of the University of São Paulo, reproducing the modified radical neck dissection technique bilaterally, with the removal of fibroadipose tissue that contains the deep cervical lymph nodes, level by level, according to the division and anatomical limits recommended by the American Head and Neck Society and the American Academy of Otolaryngology-Head and Neck Surgery. Specimens were manually dissected by the same pathologist, with separation of the lymph nodes, which were placed in cassettes and stored in separate vials for each level, containing phosphate buffered formalin 10% solution. The remaining fat tissue was also included for further evaluation. The analysis of the slides stained with hematoxylin and eosin aimed to confirm manually dissected lymph nodes and to determine the presence of microscopic lymph nodes. RESULTS: There were 28 cadavers; 18 (64.3%) were male and the mean age was 67.4 ± 10.3 years. Fifteen subjects were classified as caucasian (53.6%), 12 afrodescendants (42.9%) and one asian (3.6%), with average weight of 59.6 ± 13.3 kg, mean height of 164 ± 9.1 cm and mean body mass index (BMI) of 22.0 ± 3.9 kg/m2. The average number of lymph nodes found in the levels of the 56 modified radical neck dissections performed were: level IA - 1.5 (95% CI: 1.1 - 1.8), level IB - 2.5 (95% CI: 2.1 - 2.9), level IIA - 7.2 (95% CI: 6.0 - 8.5), IIB level - 6.5 (95% CI: 5.5 - 7.4), level III - 6.6 (95% CI: 5.7 - 7.4), level IV - 8.6 (95% CI: 7.1 - 10.1), level V - 11 (95% CI: 9.2 - 12.7), totalizing 43.8 lymph nodes (95% CI: 40.3 - 47.4). The number of lymph nodes in the left side level IV was higher in males compared to females (11.9 X 7.2; P=0.040 - Mann-Whitney´s test), and correlated positive with height (r=+ 0.396, P=0.037 - Spearman´s correlation test). The amount of lymph nodes in the right side level V, and also when considered both sides of the neck, had positive correlation with the weight (r=+ 0.417 P=0.027 e r=+ 0.278, P=0.038; respectively, Spearman´s correlation test) and BMI (r=+ 0.456, P=0.015 e r=+0.317, P=0.021; respectively, Spearman´s correlation test) of the individual. The total number of lymph nodes in each neck dissection had a negative correlation with age (r=-0.358, P=0.007 - Spearman´s correlation test). There were no differences in relation to the race of individuals. CONCLUSIONS: The results defined a parameter in relation to the minimum recommended number of lymph nodes to be recovered in a modified radical neck dissection specimen, as well as on each level of this dissection, performed in clinical practice. There was association among the number of lymph nodes identified in specimens of modified radical neck dissection and some demographic and antropometric features: sex, height, age, weight and body mass index of the cadaver

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