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Os ventos do norte não movem moinhos : arte contemporânea e feminismos descoloniais/decoloniais /Gorjon, Melina Garcia. January 2018 (has links)
Orientadora: Dolores Cristina Gomes Galindo / Banca: Fernando Silva Teixeira Filho / Banca: Angela Aparecida Donini / Resumo: Junto às leituras do feminismo decolonial, incorporo uma parte do meu processo artístico ao texto, além das obras de algumas artistas intercessoras. Busco com a obra de arte evidenciar aspectos críticos às configurações de colonialidade. Para tanto, entendo que, como pontua Nochlin (2016, p.23),"a arte não é a atividade livre e autônoma de um indivíduo dotado de qualidades", a arte e o artista são construídos dentro de um contexto social e todos os elementos que os circundam passam e são mediados por estruturas sociais. A colonialidade são os ecos do poder instituído durante a colonização, se diferindo de colonialismo que é o tempo histórico, político e econômico. A colonialidade atua nos processos de subjetivação, nas relações entre os sujeitos, na constituição e difusão do conhecimento e pensamento, isso quer dizer que essas estruturas são generificadas, racializadas e nortistas. O objetivo geral dessa pesquisa foi empreender a discussão dos efeitos da colonialidade de gênero por meio das autoras, Silvia Cusicanqui, Maria Lugones, Ochy Curiel, entre outras, conjugando tais produções à processos artísticos que também pensam as questões de opressão de gênero, raça e cultura ao mesmo tempo produzem resistência por meio da radicalidade própria da imagem, do próprio corpo como instrumento crítico de expressão de si e do mundo. Consoante com Yuderkys Spinosa, a qual traz uma definição que cabe aqui, o feminismo decolonial é antes de tudo uma aposta epistêmica pois, faz uma... (Resumo completo, clicar acesso eletrônico abaixo) / Abstract: Along with the readings of decolonial feminism, I incorporate a part of my artistic process into the text, in addition to the works of some intercessory artists. I seek with the artwork to evidence critical aspects to the configurations of coloniality. For that end, I understand that, as Nochlin (2016, p.23) points out, "art is not the free and autonomous activity of an individual endowed with qualities", art and the artist are built within a social context and all elements that surround them pass and are mediated by social structures. Coloniality is the echoes of power instituted during colonization, differing from colonialism, which is historical time, political, and economic. Coloniality acts in the processes of subjectivation, in the relations between the subjects, in the constitution and diffusion of knowledge and thought; this means that these structures are generalized, racialized and northerly. The general objective of this research was to discuss the effects of the coloniality of gender through the authors, Silvia Cusicanqui, Maria Lugones, Ochy Curiel, among others, combining such productions with artistic processes that also think about the oppression of gender, race and culture at the same time produce resistance through the radicalness of the image itself, of the body itself as a critical instrument of expression of self and of the world. According to Yuderkys Spinosa, which brings a definition that fits here, decolonial feminism is above all an epistemic bet because it makes a critique of feminism that is universal and one, not taking into account the asymmetries and differences marked by the categories of culture, race, class, sexual choice and cisgenerity. It is important to note that decolonial feminism is not one, there are a plurality of authors / activists with similarities and distances... (Complete abstract click electronic access below) / Mestre
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Novos tipos de estado e regimes na África negra no pós-colonialismo: uma visão humanistaGuimarães, Newton Sabba January 1990 (has links)
Tese (Doutorado) Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciencias Juridicas, 1990 / Made available in DSpace on 2013-12-05T20:06:03Z (GMT). No. of bitstreams: 0
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78923.pdf: 35400914 bytes, checksum: 681de932a516f3bec4add7e8f6de7dc5 (MD5) / Ninguém mais põe em dúvida que a descolonização da África Negra veio trazer um outro significado para o mundo de hoje, pela grande quantidade de Estados independentes, pelas vicissitudes porque têm passado e, também, por sua contribuição para a história do mundo. Séculos de passividade, de lutas intestinas, de opressão e de silêncio, com o surgimento desses Estados, sofreram uma mudança radical e o silêncio foi substituído por uma incessante gritaria, que vinha de todos os quadrantes da África. Eles queriam, que boas ações de seus líderes e governantes, fazer-se ouvir. E o continente foi então chamado de muitas maneiras diferentes, de África imatura, de África jovem, de África cruel, a difícil África Negra e nem se sabe de quantas maneiras mais. Só não foi chamada de África, de Nova África, que precisava de quem a conhecesse e a compreendesse, também, da melhor maneira possível . Ela buscava desesperadamente um caminho, um caminho seu, que se ajustasse ao modo de ser de sua gente, de suas muitas nações, de seus povos e muitíssimas línguas. A África Negra e sua compreensão é um trabalho muito árduo, de paciência, tolerância, impactos e desenganos também. É uma matéria complexa como podem ser as mais complexas, requer uma visão sobretudo humanística e, como tal, acreditamos que deva ser feita com os olhos voltados para a idio-sincrasia dos africanos, ou suas idiossincrasias. Torna-se, às vezes, difícil a tolerância quando se nos deparam exemplos chocantes de brutalidade e violência, de antinomias gritantes, de teimosias que levam a destruição de velhas instituições e de experimentos por vezes perigosos, em substituição a modelos que pareciam estáveis e bem adaptados. Mas em nenhuma parte do mundo a polícia tem sido tão vibrantemente dinâmica do que na África. A polícia formal, exterior, para os olhos dos que estão fora. Em contrapartida, sobreexistem velhas instituições que parecem estacionadas no tempo e, contudo, convivem com o presente. E essa convivência nos ensina a tolerância para com a própria África dos jornais, das manchetes, dos noticiários e dessa tolerância, uma compreensão muito mais vasta, muito mais ampla: não é possível olharmos a África Negra apenas com olhos científicos. Resultaria um trabalho profundamente antipático e duro. É preciso olhá-la com humanismo. Foi a nossa proposta básica na tese "Novos Estados em África", que antecedeu a esta outra, tese acadêmica de Doutorado , "Novos tipos de Estados e regimes na África Negra no Pós-colonialismo - Uma visão humanística", apresentada agora. Um tanto "à vol d'oiseau" passamos revista pelo continente, a sua geografia e geologia, a sua etnologia, as línguas ali faladas, os muitos povos que a habitam e os muitos Estados que se criaram, sobre os escombros e cinzas de velhos impérios e reinos, muitos deles encobertos pela lenda, pasto fértil do mito. O mito pervagava a maioria dos Estados do passado africano. Já não havia deles a não ser restos quando os europeus chegaram e retalharam a terra africana, gananciosamente, ambiciosamente, impiedosamente. Depois, estudamos os movimentos de libertação, os grandes movimentos políticos que sacudiram - e encheram de sangue - a África. Vimos seus líderes, homens cultos, de muito mais sólido presente preparo universitário que a maioria dos governantes latino-americanos, força é dizê-lo, mas ao mesmo tempo homens duros, sempre prontos à vingança pessoal, à perseguição, ao autoritarismo mais exagerado. Passamos em revista, da maneira mais imparcial, a significação que eles tiveram no refazimento de uma Nova África, e não esquecemos as suas indecisões que, muita vez, mergulharam em conflitos os novos Estados. Essa parte e a seguinte, sustentaram teoricamente a nossa tese de que existe um Estado Africano emerso da multidão de tipos diferentes de Estados e regimes e que esse Estado pode ser chamado, sem qualquer erro, de Estado Africano, isto é, um tipo de Estado, genérico, forte, diferente, que só vamos encontrar em África, ou, mais precisamente, na África Negra. O estudo de casos, com o capítulo que o antecede, serve, pois, de sustentação teórica da tese. Os exemplos foram escolhidos, segundo a metodologia científica, aleatoriamente dentre uma colcha de retalhos que é o mapa político do continente. Curiosamente, os Estados de expressão portuguesa não foram contemplados e coincidem com aqueles cujos experimentos institucionais e modelos constitucionais são mais inexpressivos, falha quiçá da colonização portuguesa ou de ser a região a menos fértil em modelos institucionais. Não há demérito nisso, apenas mostra, uma vez mais, a diversidade que é a África. Aparentemente volumosa, a tese, porém, é um resumo, um primeiro capítulo de um estudo, que pode ser feito ainda mais pacientemente, das instituições políticas africanas e não serão de estranhar se, dentro de um ou dois anos, novos modelos se juntem a esses estudados e novas conclusões possam ser apresentadas. Não há uma conclusão definitiva - o que é definitivo em Política e na vida das Nações e Estados? - mas propostas acadêmicas, fruto de uma dedicação de muitos anos à África Negra. Mas recorremos às conclusões sentimentais que abundam nos autores nacionais que tratam da matéria, como uma vinculação brasileira à África Negra, até onde vão as nossas influências e até onde chegam as influências deles em nossa terra. As teses do passado, que se ligavam umbilicalmente à hereditariedade e raça, estão, faz longo tempo, ultrapassadas. A visão, hoje, prende-se mais a uma Kulturkampf, apesar de seu nome antipático, a um problema sociológico. Talvez alguns passos da tese possam parecer duros e até muito críticos. Se-lo-ão, mas jamais irônicos ou injustos. É a visão humanística de compreender a África, vendo-a como ela é criticando o que deve ser criticado e sendo duro quando necessário. Nunca intolerante. Sempre tentando explicá-la, que é isso a "Kritik Kantiana". O homem está sempre presente nesta tese. O homo-africanus e, como ele, a sua weltanschauung, o que tentamos explicar na tese.
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A descolonização da Namíbia : as negociaçõesPini, André Mendes 04 April 2014 (has links)
Universidade de Brasília, Instituto de Relações Internacionais, Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais, 2014. / Submitted by Victor Pinheiro (chido_sk8_90@hotmail.com) on 2014-07-21T20:28:15Z
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2014_AndréMendesPini.pdf: 653934 bytes, checksum: fe3fbecfaafe9a424ff470c37d3f7b96 (MD5) / Approved for entry into archive by Raquel Viana(raquelviana@bce.unb.br) on 2014-07-21T20:43:06Z (GMT) No. of bitstreams: 1
2014_AndréMendesPini.pdf: 653934 bytes, checksum: fe3fbecfaafe9a424ff470c37d3f7b96 (MD5) / Made available in DSpace on 2014-07-21T20:43:06Z (GMT). No. of bitstreams: 1
2014_AndréMendesPini.pdf: 653934 bytes, checksum: fe3fbecfaafe9a424ff470c37d3f7b96 (MD5) / O longo processo de descolonização da Namíbia prolongou-se até o ano de 1990, resultando na vitória do Partido do Povo do Sudoeste Africano, a SWAPO, na primeira eleição democrática realizada no país. A história da Questão da Namíbia confunde-se com a própria história do partido, tendo em vista a participação intensa que a SWAPO teve tanto nas negociações multilaterais internacionais quanto na Guerra de Independência travada a partir de 1963. O presente trabalho analisa o processo de descolonização da Namíbia, a partir do final da Segunda Guerra Mundial, quando se configura a ocupação ilegal do território namibiano pela União Sul-Africana, levando em consideração todos os aspectos relacionados às negociações multilaterais conduzidas ao longo das décadas posteriores, principalmente no âmbito da Organização das Nações Unidas, assim como a dinâmica interna do Sudoeste Africano e a conjuntura internacional na qual a Questão se inseriu. A conjunção dessas análises permitiu concluir que a condução do processo de descolonização da Namíbia pelas vias diplomáticas redundou num processo de burocratização da Questão, que serviu aos interesses dos países ocidentais interessados na manutenção da presença sul-africana na região, enquanto a Guerra de Independência, travada pela SWAPO, foi uma disputa assimétrica entre a guerrilha namibiana e o poderoso exército sul-africano, a qual, no entanto, exerceu pressão internacional para que a Questão da Namíbia fosse solucionada. ______________________________________________________________________________ ABSTRACT / The long process of Namibia's decolonization was extended until the year of 1990, resulting in the victory of the South West Africa People's Organization, SWAPO, in the first democratic elections held in the country. The History of Namibia's quarrel intertwines with the history of the party itself, taking into account the intense participation that SWAPO had both in international multilateral negotiations as in the War of Independence, waged since 1963. This paper analyzes the process of decolonization of Namibia , since the end of World War II, when the illegal occupation of Namibian territory by the South African Union was configured, taking into consideration all the aspects related to the multilateral negotiations conducted over the subsequent decades, especially within the United Nations, as well as the internal dynamics of the South West Africa and also the international context in which the quarrel was inserted. The conjunction of these analyzes showed that the conduction of the process of Namibia's decolonization through diplomatic channels resulted in a process of bureaucratization, that served the interests of Western countries interested in maintaining the South African presence in the region, while the War of Independence, waged by SWAPO, was an asymmetric contest between the Namibian guerrillas and the powerful South African army. However, the War of Independence brought international pressure on the resolution of the Namibian quarrel.
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Sociogênese do estado plurinacional na Bolívia contemporânea : etnografando o viceministerio de descolonizaciónCamargo, Tamara Lopes Martins 29 July 2014 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Centro de Pesquisa e Pós-Graduação sobre as Américas, Programa de Pós-Graduação em Estudos Comparados sobre as Américas, 2014. / Submitted by Larissa Stefane Vieira Rodrigues (larissarodrigues@bce.unb.br) on 2014-12-12T18:50:10Z
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2014_TamaraLopesMartinsCamargo.pdf: 5244382 bytes, checksum: 8e0e591bb256132a084349008956248d (MD5) / Approved for entry into archive by Raquel Viana(raquelviana@bce.unb.br) on 2014-12-30T19:13:08Z (GMT) No. of bitstreams: 1
2014_TamaraLopesMartinsCamargo.pdf: 5244382 bytes, checksum: 8e0e591bb256132a084349008956248d (MD5) / Made available in DSpace on 2014-12-30T19:13:08Z (GMT). No. of bitstreams: 1
2014_TamaraLopesMartinsCamargo.pdf: 5244382 bytes, checksum: 8e0e591bb256132a084349008956248d (MD5) / Como ideias e experiências sobre descolonização atravessam fronteiras dos povos que se organizam em grupos diferenciados cosmologicamente, para avivar círculos acadêmicos e ser devolvido à institucionalidade estatal? Como esta circulação de diferentes representações acerca do mesmo assunto – através do Viceministerio de Desconolización (órgão sediado na Bolívia), os autores decoloniais e os movimentos sociais indígenas bolivianos – influenciam ideias locais sobre propostas e visões de futuro em ações práticas de Estado? Como estas ideias dão forma e remodelam políticas publicas e dão novos entendimentos acerca deste assunto? Este trabalho multidisciplinar procura visualizar tais questões. Uma compilação de teorias e evidências empíricas dão substância ao exame da prática decolonial na Bolívia, em ordem de explorar a consubstanciação entre teoria, prática e discurso. Trata-se da investigação do que se entende por tal conceito, ademais, averigua-se se tal proposta é alcançada no horizonte da atuação da instituição em pauta e como a população local organizada interpreta o trabalho que vem sendo realizado. ____________________________________________________________________________________ ABSTRACT / How do ideas about, and experiences of, decolonization travel across peoples organized into different cosmological groups, that enliven academic circles and than return to state institutions? How does this circulation of different representations of the same subject – through the Viceministerio de Desconolización (agency based in Bolivia), the decolonial authors and the bolivian indigenous social movements – influence local ideas and propose visions of the future into practical actions of State? How does these ideas shape and remodel public policies and give new understanding on this subject? This multidisciplinary work attempts to answer such questions. A compilation of theories and empirical evidence give substance to the examination of decolonial practices in Bolivia, in order to explore consubstantiation of theory, practice and discourse. It is the research about what is meant by such concept, furthermore, it ascertains whether such a proposal is reached on the horizon of the performance of the institution in question and how the local organized population interprets the work that is being done.
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A descolonização epistemológica pela morte aos olhos da infância : análises da literatura de Bartolomeu Campos de Queirós e de Mia Couto: análises da literatura de Bartolomeu Campos de Queirós e de Mia CoutoSabino, Camila Lima 08 February 2017 (has links)
Submitted by Josimara Dias Brumatti (bcgdigital@ndc.uff.br) on 2017-02-08T17:12:07Z
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camila versão final 1.pdf: 595083 bytes, checksum: 87ff55de9be0f34a5e9f0c19bc605c37 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-02-08T17:12:07Z (GMT). No. of bitstreams: 1
camila versão final 1.pdf: 595083 bytes, checksum: 87ff55de9be0f34a5e9f0c19bc605c37 (MD5) / Este trabalho consiste em uma análise comparativa das obras Até passarinho passa e
Por parte de pai do escritor brasileiro Bartolomeu Campos de Queirós e O beijo da
palavrinha e A chuva pasmada do escritor moçambicano Mia Couto, obras endereçadas
ao público infantil e juvenil. O objetivo é investigar consonâncias e divergências dos
tratamentos literários dados às temáticas da morte e da infância, e analisar, a partir
desses tratamentos, processos histórico-culturais que permitem equacionar as heranças
coloniais nos contextos sociais e políticos do Brasil e de Moçambique.
O protagonismo infantil e as representações literárias das famílias frente à morte
permitem refletir sobre o lugar da infância como lugar de trânsito e de produção de
cultura o que, em consequência, desloca o papel do adulto e das instituições sociais e
permite pensar na multiplicidade sócio-cultural constitutiva das identidades individuais
e sociais.
Buscamos, com tais deslocamentos observados nas propostas literárias concernentes ao
corpus deste trabalho, defender a necessidade de aprimorar o processo de
descolonização política e epistemológica dos espaços sociais marginalizados,
compreendendo a modernidade e o sistema-mundo capitalista como a dupla face da
colonialidade. / This work consists of a comparative analysis of the works Até passarinho passa and
Por parte de pai of the Brazilian writer Bartolomeu Campos de Queirós and O beijo da
palavrinha and A chuva pasmada of the Mozambican writer Mia Couto, works
addressed to the young people and children . The objective is to investigate consonance
and differences of literary treatments given to the themes of death and childhood, and
analyze , from these treatments , historical and cultural processes that allow equate the
colonial heritage in the social and political contexts in Brasil and Moçambique .
The children's role and literary representations of families facing death allow reflect on
childhood place as a place of transit and cultural production which consequently shifts
the adult role and social institutions and to suggest the socio multiplicity constitutive of
individual cultural and social identities.
We seek, with such displacements, observed in the literary proposals concerning the
corpus of this work, defending the need to improve the process of political and
epistemological decolonization of marginalized social spaces, including the modernity
and the capitalist world-system as the double face of colonialism.
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Entre evidências visuais e novas históriasDossin, Francielly Rocha January 2016 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História, Florianópolis, 2016. / Made available in DSpace on 2016-09-20T04:27:45Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2016 / A presente tese buscou identificar e compreender estratégias empreendidas por artistas contemporâneos brasileiros com objetivo de questionar o regime representacional racializado. Imbuídos de objetivos antirracistas, tais trabalhos questionam o regime de visualidade racializado com discursos e técnicas que envolvem fotografia, corpo, arquivo e história. Essas poéticas estão inscritas numa crítica pós-colonial e são entendidas nesta pesquisa como agentes de uma descolonização estética ao mesmo tempo em que são também agenciadas por este processo. A partir da instalação Assentamento de Rosana Paulino, da pintura Incômodo de Sidney Amaral e do vídeo O que o cabelo fez para ser chamado de ruim? do coletivo Frente 3 de Fevereiro procuramos compreender como as questões de desconstrução da visualidade racializada são agenciadas por artistas contemporâneos atuantes no cenário brasileiro e como essas ações e obras podem se constituir como um caminho para uma descolonização estética possível. As análises dessas obras são precedidas pela reflexão sobre a trajetória e a obra de Wilson Tibério nas quais identificamos estratégias antirracistas que antecederam às práticas contemporâneas, sendo finalizadas com a análise da instalação Exhibit B, nos possibilitando compreender as complexidades das estratégias antirracistas. Para essas interpretações foi necessário buscar nos estudos pós-coloniais e na historiografia e teoria da arte contemporânea os alicerces para as relações que possibilitassem a compreensão do fenômeno em questão.<br> / Abstract : This research aimed to identify and comprehend the counter-hegemonic strategies, which we call counter-strategies, undertaken by Brazilian contemporary artists in the racialized representational regime. Imbued with anti-racist objectives these artworks questions the racialized visuality regime with discourses and techniques involving photography, body, archives and history. These poetics are inscribed in a postcolonial critic and are understood, in this research, as agents of an aesthetic decolonization at the same time that they are agencied by such process. Starting from the installation Assentamento by Rosana Paulino, the painting Incômodo by Sidney Amaral and the videoO que o cabelo fez para ser chamado de ruim? by the artist collective Frente 3 de Fevereiro, we tried to understand how the questions of deconstruction of racialized visuality are agencied by contemporary artists working in the Brazilian scenario and how these actions and works can constitute themselves as a path to a possible aesthetics decolonization. The analysis of these works are preceded by reflection about the trajectory and works of Wilson Tibério in which we identify antiracist strategies leading to contemporary practices, being finalized with the analysis of the art installation Exhibit B, enabling us to understand the complexities of antiracist strategies. To that end it was necessary to search in the postcolonial studies and in the historiography and theory of contemporary art the basis to relations that enabled the comprehension of the phenomenon in question.
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Eles carregavam a dança no corpo : um estudo sobre a identidade cultural de imigrantes haitianos a partir da estética decolonial /Thomazelli, Patrícia Pires, 1986-, Lamar, Adolfo Ramos, 1958-, Universidade Regional de Blumenau. Curso de Pós-Graduação em Educação. January 2017 (has links) (PDF)
Orientador: Adolfo Ramos Lamar. / Dissertação (Mestrado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Centro de Ciências da Educação, Universidade Regional de Blumenau, Blumenau.
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A responsabilidade da escola na descolonização do conhecimento: encontrando os significados de \'transmissão cultural\' e de \'voz do sujeito\' para o nosso tempo / The school\'s responsibility in the decolonization of knowledge: finding the meanings for \'cultural transmission\' and \'subject\'s voice\' for our timeRocha, Maristela do Nascimento 08 March 2019 (has links)
Esta tese enfrenta uma dificuldade tradicional da pesquisa em Educação, que é a de associar a cultura que já existe anteriormente ao sujeito e o seu direito de se apropriar dela de maneira não dogmática. Essa dificuldade tem sido acompanhada de dicotomias que nos levam ora a centralizar o currículo no sujeito - o que tende a suprimir o papel de transmissão cultural da escola -, ora no conhecimento como um fim em si mesmo, o que tende a silenciar a voz do sujeito. Ao identificar que as soluções propostas atualmente pelas filosofias liberais fazem uma falsa inclusão do sujeito, reivindicamos propostas que o incluam de fato - propostas éticas. Nossa principal hipótese é a de que este problema educacional carrega problemas filosóficos em torno do conceito de \'conhecimento\' e nos propomos a dissolvê-lo através da desnaturalização do que estamos acostumados a chamar de \'conhecimento\' e de uma posterior redefinição do papel fundamental da escola em diálogo com diferentes filosofias da educação. Para desnaturalizar o conhecimento, realizamos uma terapia wittgensteiniana da linguagem no contexto da física com o intuito de dissolver as dicotomias levantadas e de colher argumentos para o debate geral a respeito do papel da escola. A terapia é realizada através da análise pragmática da linguagem utilizada nos textos de Newton e das criações marginais feitas a partir de sua mecânica pelos físicos André Assis, Julio Garavito e Ernst Mach. Esta metodologia de trabalho reflete a própria natureza da dificuldade, que é a de associação entre \'universal\' e \'particular\'. O diálogo nos levou a redefinir o significado de \'transmissão cultural\' e de \'voz do sujeito\' de acordo com as necessidades do nosso tempo e com as limitações epistemológicas dos conteúdos que escolhemos para compor o currículo escolar, nos auxiliando a escapar a dificuldade inicial e a construir critérios éticos e epistemológicos para a redefinição do papel da escola. A partir dos novos significados, defendemos um papel fundamental da escola em nosso tempo: o de descolonizar o conhecimento. Em outras palavras, a escola, que muitas vezes é considerada como não responsável pela solução de problemas sociais, possui, sim, a grande responsabilidade na libertação das mentes colonizadas, e assim, a de auxiliar na retirada do conhecimento do controle de poucos através da desmistificação da imagem de mundo que o suporta. Essa tarefa só pode ser realizada pela escola pública, única instituição obrigatória para todos e que é consagrada por sua estreita conexão ao conhecimento. / This thesis faces a traditional difficulty of the educational research, which is that of transmitting the pre-existing culture and maintaining the subject\'s right to share it in a non-dogmatic way. This difficulty is usually accompanied of dichotomies that have led us to either centralize the curriculum on the subject - which tends to suppress the school\'s role of transmitting culture, or either on the knowledge as an end in itself, which, in its turn, tends to suppress the subject\'s voice. After identifying that the current solutions proposed by liberal philosophies make a false inclusion of the subject in the curriculum, we claim for proposals that in fact include him (ethical proposals). Our main hypothesis is that this educational problem is founded on philosophical ones, and therefore we propose to dissolve it through the denaturalization of what we are used to call \'knowledge\' followed by a redefinition of the role of school in dialogue with different philosophies of education. In order to denaturalize knowledge, we perform a Wittgensteinian therapy of language in the context of physics with the aim both of dissolving the philosophical dichotomies and of collecting arguments for the general debate about the role of school. The therapy is performed through a pragmatic analysis of the language used by Newton and marginal creations from his mechanics made by the physicists André Assis, Julio Garavito and Ernst Mach. This methodology reflects the very nature of the difficulty, which is that of connecting \'universal\' and \'particular\'. The dialogue led us to redefine the meaning of \'cultural transmission\' and \'the voice of the subject\' in accordance both to the needs of our time and to the epistemological limitations of the content we choose to compose the school curriculum - which allowed us to escape the initial difficulty and to construct ethical and epistemological criteria to redefine the role of school. Based on the new meanings, we were able to redefine the role of school in a way that fits better our current condition: the role of decolonizing knowledge. In other words, contrary to what one thinks, the school has responsibility in the solving of social problems when it is related to the freeing of colonized minds, and in this way, it is responsible for contributing to the removal of knowledge from the hands of groups in control by demystifying it through disclosing the world-picture that gives support to it. This task can only be performed by the public school, the only compulsory institution for all and known for its close connection to knowledge.
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Nas fronteiras da liberdade: colonização, descolonização e ritos fúnebres na Angola contemporânea / On the frontiers of freedom: colonization, decolonization and funeral rites in Angola nowadaysBarbosa, Francisco José 23 June 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-06-23 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / This thesis is aimed to investigate the history of Angola by approaching the violence and suffering caused by Portuguese colonization and decolonization, and by underlining the arrival of its first inhabitants, particularly regarding the tradition of honoring their ancestors in a heritage of belonging, which has somehow echoed in society nowadays. This study highlights the contentious relationship between the colonizer and the colonized due to disputes over land acquisition, a factor which led to violent conflicts between them, as well as to ongoing violence by Angolan political groups in the post-colonial period, eventually leading to the physical and moral devastation of the country. Thus, it also emphasizes the importance that death rites currently have in Angolan society. The results investigated herein show that the Portuguese metropolis explored and enslaved Angolan people through physical violence and colonial oppression, and later, in the period of decolonization, violence was driven by the pursuit of power, hence culminating in a civil war and in increased social inequality. All the suffering caused to the people was diminished during slavery through death rites driven by suicide, which was regarded as a legitimate way to draw them closer to their ancestors and to help relieve their suffering from the hardships of colonization. However, given the influence of the Catholic Church, the practice of suicide was no longer possible during the civil war, so this method was replaced by the funeral ritual as the main gateway to heaven and also as a way of honoring the ancestors in life. Therefore, the symbolic framework of death rituals is of major importance in society nowadays, as it demonstrates how this practice draws together people of any social level / Esta tese tem por questão investigativa abordar a história de Angola com ênfase na violência e no sofrimento a partir da colonização e descolonização de Portugal, ressaltando a chegada dos primeiros habitantes com destaque na tradição de honrar a sua ancestralidade como herança de pertencimento, que de alguma forma vem reverberando até a sociedade atual. A pesquisa ressalta a relação conflituosa entre colônia e colonizados pela aquisição da terra, fator esse gerador da prática da violência entre si, e também a continuidade da violência no período pós-colônia cometido pelos grupos políticos angolanos, levando o país a uma destruição física e moral, destacando também a importância que o rito de morte tem na atual sociedade angolana. Dentre os resultados investigados na pesquisa, aponta-se que a forma usada pela metrópole portuguesa para explorar e escravizar esse povo africano era a violência física através da opressão colonial e, posteriormente, no período da descolonização, a violência gerada pela busca do poder, culminando numa guerra civil e aumento da desigualdade social. Todo esse sofrimento, que foi causado ao povo, era arrefecido no período da escravatura através do rito de morte causado pelos suicídios, sendo essa uma forma legítima usada para traçar aproximação à ancestralidade, e de amenizar o sofrimento ante as agruras da colonização; entretanto, já no período da guerra civil, por influência da igreja católica, não era mais possível praticar o suicídio, sendo esse método agora trocado pelo ritual fúnebre como a principal conexão para chegar ao céu e também honrar a ancestralidade em vida, evidenciando, assim, a importância que o arcabouço simbólico do ritual de morte tem na atual sociedade, mostrando como essa prática une o povo em qualquer segmento da estrutura social
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Ilê Oju Odé: políticas de resistência e territorialidades no candomblé de Goiás / Ilê Oju Odé: policies of resistance and territorialities in the candomblé of GoiásNunes, Victor Hugo Basílio 16 March 2018 (has links)
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Previous issue date: 2018-03-16 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / This work is carried out by the candomblé Ilê Oju Odé terreiro (cult-house), located at Machado
de Assis Street, 37th, neighborhood Cidade Satélite São Luís, Aparecida de Goiânia-GO, and in the
spaces where this terreiro (cult-house) operates through Afoxé Omo Odé and the organization of
the Goian Forum of Religions of African Matrix. Our main objective is to think of how the work of
Ilê Oju Odé, through Afoxé and the Forum, enables the valorization of the Afrodescendant cultural
contribution, creates a space for political discussion in which the terreiro becomes a space of
signification of life. The daily coexistence with this community has shown us the complexity of
this social reality, marked by a relationship of sociability that is close to that observed by Catherine
Walsh (2013) when she says that decolonial pedagogies produce "intersubjectivity, mutual
recognition, subaltern solidarity." In this way religion and political organization are mixed in the
quest to find solutions to the problems created by a racist society, which gives rise to the need to
organize the terreiros (cult-houses). The reflections of Carlos Rodrigues Brandão (1999) guided us
to define participatory research as one of the methodologies of our work. At first we seek to
understand the inner perspective, the point of view of the individuals about the situations that they
live. We understand, as Brandão (1999), that it is the social reality with which we face that must
determine the methodological strategies, and that the method is not something ready and finished
and can be constructed together with the investigation of social reality. The other methodological
resource to which we have recourse, oral history, served as our research since, in order to resort to
the speech of our interviewees, we aim to achieve with maximum clarity the experience of
organization against the colonial matrix of power, which articulates the social and epistemic
marginalization, subordinating knowledge and populations, as in the example of candomblé. We
believe that our objective was achieved through the semi-structured interview, taking into account
that the interview allows a study on the reporting of the facts, filtered by the subjectivity of the
interviewees. The theoretical perspective that we use to dialogue with our sources consisted in the
debate conducted by the modernity/coloniality/decoloniality group. The research showed us that if
we want we can think a relationship between the candomblé and the reflections raised by this
group. We can affirm, from the experience in the terreiro (cult-house) surveyed, that candomblé
constitutes as alternative knowledge to the matrix of colonial thought, or using the concept of
Walsh (2013) as an example of a "decolonial pedagogy". Finally, the conclusion of this master's
thesis confirmed the hypotheses we raised at the beginning of our research: the performance of Ilê
Oju Odé is characterized as a decolonization practice, since, through the Forum and Afoxé, it
organizes the community of the terreiros (cult-houses) de candomblé de Goiânia and metropolitan
region in the fight against racism, religious intolerance and the invisibility imposed on the
practitioners of this religion in the society of Goiás. Our research has shown us that there is a
significant level of individual awareness, a political project. A study like this can contribute to
perceive decoloniality as an alternative proposition to the hegemonic epistemologies that support
Eurocentred social models and relations, presenting to the academic community and to society as a
whole knowledge that has been historically subordinated, as in the case of candomblé. Perhaps we
can say that the Forum and the Afoxé allow the members of the terreiros (cult-houses) to read the
world from themselves, their values and propose something. Through the interviews and
coexistence we could conclude that the Forum is an organization of the terreiros to defend their
interests, solving their problems through political and social articulations. The Forum and Afoxé
have been establishing themselves as a political organization and have stood out in order to present
candomblé for the society of Goiás and to claim its space in it. / Este trabalho se desenvolve junto ao terreiro de candomblé Ilê Oju Odé, situado na Rua Machado
de Assis, chácara 37, Cidade Satélite São Luís, em Aparecida de Goiânia-GO, e nos espaços de
atuação deste terreiro através do Afoxé Omo Odé e da organização do Fórum Goiano de Religiões
de Matriz Africana. Nosso objetivo principal é pensar de que forma a atuação do Ilê Oju Odé, por
meio do Afoxé e do Fórum, possibilita a valorização do aporte cultural afrodescendente, cria um
espaço de discussão política no qual o terreiro se torna um espaço de ressignificação da vida. A
convivência diária com esta comunidade nos mostrou a complexidade desta realidade social,
marcada por uma relação de sociabilidade que se aproxima da observada por Catherine Walsh
(2013) ao afirmar que as pedagogias decoloniais produzem uma “intersubjetividade,
reconhecimento mútuo, solidariedade subalterna”. Desta forma religião e organização política se
misturam na busca de encontrar saídas para os problemas criados por uma sociedade racista, o que
faz surgir à necessidade de organização dos terreiros. As reflexões de Carlos Rodrigues Brandão
(1999) nos orientaram no sentido de definir a pesquisa participante como uma das metodologias do
nosso trabalho. Num primeiro momento buscamos compreender a perspectiva interna, o ponto de
vista dos indivíduos acerca das situações que vivem. Compreendemos assim como Brandão (1999)
que é a realidade social com a qual nos deparamos que deve determinar as estratégias
metodológicas, e que o método não é algo pronto e acabado podendo ser construído junto com a
investigação da realidade social. O outro recurso metodológico ao qual recorremos, a história oral,
serviu à nossa pesquisa uma vez que, objetivamos, ao recorrer à fala de nossos entrevistados,
atingir com o máximo de clareza a experiência de organização contra a matriz colonial do poder,
que articula a marginalização social e epistêmica, subalternizando saberes e populações, como no
exemplo do candomblé. Acreditamos que nosso objetivo foi alcançado por meio da entrevista
semiestruturada, levando em consideração que a entrevista possibilita um estudo sobre o relato dos
fatos, filtrados pela subjetividade dos entrevistados. A perspectiva teórica que utilizamos para
dialogar com nossas fontes consistiu no debate conduzido pelo grupo
modernidade/colonialidade/decolonialidade. A pesquisa nos mostrou que se quisermos podemos
pensar uma relação entre o candomblé e as reflexões levantadas por este grupo. Podemos afirmar, a
partir da experiência no terreiro pesquisado, que o candomblé se constitui como conhecimento
alternativo à matriz do pensamento colonial, ou utilizando o conceito de Walsh (2013) como
exemplo de uma “pedagogia decolonial”. Por fim, a conclusão dessa dissertação de mestrado
confirmou as hipóteses que levantamos no início de nossa pesquisa: a atuação do Ilê Oju Odé se
caracteriza como prática de descolonização, uma vez que através do Fórum e do Afoxé, organiza a
comunidade dos terreiros de candomblé de Goiânia e região metropolitana no combate ao racismo,
à intolerância religiosa e a invisibilização imposta aos praticantes dessa religião na sociedade
goiana. Nossa pesquisa nos mostrou que há um nível significativo de conscientização dos
indivíduos, um projeto político. Um estudo como esse pode contribuir para se perceber a
decolonialidade como proposição alternativa às epistemologias hegemônicas que sustentam
modelos e relações sociais eurocentrados, apresentando para a comunidade acadêmica e para a
sociedade como um todo saberes que foram historicamente subalternizados, como no caso do
candomblé. Talvez possamos dizer que o Fórum e o Afoxé possibilitam aos membros dos terreiros
lerem o mundo a partir de si, dos seus valores e proporem algo. Por meio das entrevistas e da
convivência pudemos concluir que o Fórum é uma organização dos terreiros para defender seus
interesses, resolvendo seus problemas por intermédio de articulações políticas e sociais. O Fórum e
o Afoxé vêm se constituindo como organização política e se destacando no sentido de apresentar o
candomblé para a sociedade goiana e reivindicar seu espaço nela.
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