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“Já veio tudo dos antepassados": História, memória e identidade étnica em Caiana dos CrioulosLima, Herzom Vieira Costa 07 July 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-07-07 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / How can we define a maroon? This issue is the main issue of this paper. Therefore, we draw as the object of our research, community of Caiana dos Crioulos, in the municipality of Alagoa Grande - PB and recognized as a legitimate Community Remnant of Quilombo - CRQs, aiming to understand how the ethnic identity of the residents is articulated at different times and how they perceive themselves as Maroons. In this sense, for the research, we use various media, such as oral sources obtained with five interviewed, belonging to community or linked to it in some way; CDs with records of Cocos and Cirandas; reports conveyed by newspapers at different times and provided an overview of the community before his legitimacy as well as baptisms of books and the 1872 Census regarding discussions concerning the nineteenth century period. Regarding the theoretical framework, we work from the concepts of individual memory and collective memory (Maurice Halbwachs), tradition (Caroline Luvizotto), invented tradition (Eric Hobsbawm and Terence Ranger), identity (Maria Lucia Montes), ethnic groups and ethnicity ( Fredrik Barth), place of memory (Pierre Nora), in addition to document concepts and monuments, proposed by Jacques Le Goff, which were of great relevance to the research, as it led to the understanding of the hypotheses that explain the emergence of the community. Through the obtained reports, realized in the versions on community origin which Hebe Mattos characterized as resistance memory, once all are associated with fight against the slave system and the denial of enforcement captivity imposed by his captors. We also realize that the ancestors occupy a prominent place in the collective memory of the inhabitants, as they contributed to the consolidation of cultural practices and ways of perceiving the world that have become traditions and that older residents seek reproduce, passing on to more residents new inheritance of the Maroons. Therefore, the quilombo identity of residents of Caiana dos Crioulos is a field where articulate symbiotically memory and tradition, where the past is constantly elucidated and front reframed the settings of contemporary society. / Como podemos definir um quilombola? Essa questão diz respeito à principal problemática do presente trabalho. Para tanto, traçamos como objeto de nossa pesquisa, a Comunidade de Caiana dos Crioulos, localizada no município de Alagoa Grande – PB e reconhecida como uma legítima Comunidade Remanescente de Quilombos – CRQs, objetivando compreender como a identidade étnica dos moradores é articulada em tempos distintos e como eles se percebem enquanto quilombolas. Nesse sentido, para a realização da pesquisa, utilizamos suportes variados, como fontes orais obtidas com cinco entrevistadas, pertencentes a comunidade ou vinculadas a ela de alguma forma; CD’s com registros de Cocos e Cirandas; reportagens veiculadas por jornais em diferentes épocas e que forneceram um panorama sobre a comunidade antes de sua legitimação, assim como livros de batismos e o Censo Geral de 1872 no que concerne as discussões referentes ao período Oitocentista. Em relação ao aporte teórico, trabalhamos a partir dos conceitos de memória individual e memória coletiva (Maurice Halbwachs), tradição (Caroline Luvizotto), tradição inventada (Eric Hobsbawm e Terence Ranger), identidade (Maria Lúcia Montes), grupos étnicos e etnicidade (Fredrik Barth), lugar de memória (Pierre Nora), além dos conceitos de documento e monumento, propostos por Jacques Le Goff, os quais foram de suma relevância para a realização da pesquisa, uma vez que propiciaram o entendimento acerca das hipóteses que explicam o surgimento da comunidade. Através dos relatos obtidos, percebemos nas versões sobre a origem da comunidade o que Hebe Mattos caracterizou como memória de resistência, uma vez que todas estão associadas à
luta contra o sistema escravista e a negação da imposição ao cativeiro imposta pelos seus algozes. Percebemos também que os antepassados ocupam lugar de destaque na memória coletiva dos moradores, na medida em que estes contribuíram para a consolidação de práticas culturais e formas de percepção do mundo que se tornaram tradições e que os moradores mais velhos buscam reproduzir, transmitindo aos moradores mais novos as heranças dos quilombolas. Portanto, a identidade de quilombola dos moradores de Caiana dos Crioulos é um campo onde se articulam de forma simbiótica memória e tradição, onde o passado é constantemente elucidado e ressignificado frente as configurações da sociedade contemporânea.
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A querência fabril : o tradicionalismo gaúcho entre trabalhadores de empresas metal-mecânicas de Caxias do Sul da década de 1980 à de 2000Kieling Júnior, Bolivar January 2015 (has links)
O tradicionalismo tem se estabelecido nas últimas décadas de forma bastante eficaz promovendo uma determinada versão acerca da identidade sul-rio-grandense. Seu surgimento inicia na segunda metade do século XX entre jovens urbanizados egressos do interior pastoril do estado e recém-estabelecidos em Porto Alegre. Em poucas décadas se espalha por várias cidades do estado através de clubes submetidos ao MTG, uma instituição hierarquizada com fins de controle e regulamentação das representações relativas a esta identidade. Na década de 1980 o movimento amplia sua penetração social através de festivais musicais e nesta e na próxima década, em virtude do apoio de variadas plataformas midiáticas, se massifica. O estabelecimento desta identidade regional não ocorreu de maneira uniforme nos diferentes grupos sociais que compunham a sociedade sul-rio-grandense, notadamente de caráter multiétnico devido às múltiplas correntes migratórias que a formaram e às diferentes dinâmicas sociais de estabelecimento de identidades étnicas destes grupos. No caso de Caxias do Sul, a segunda maior cidade do estado e polo regional da Região de Colonização Italiana, o tradicionalismo passou a ter uma quantidade significativa de adeptos e visibilidade social a partir da década de 1980. Ainda nos anos 2000, a cidade tornou-se reconhecida como a capital mundial dos CTGs, por ser a que concentra o maior número deste tipo de agremiação no mundo inteiro. Percebe-se num espaço de tempo de 30 anos uma popularização notável desta versão acerca da identidade regional. Um dos espaços que concentraram estas dinâmicas sociais de popularização do tradicionalismo na cidade e acompanharam este crescimento durante estes 30 anos são os CTGs formados por funcionários de grandes empresas metal mecânicas locais. Neste trabalho, objetiva-se investigar a história destes estabelecimentos na perspectiva de compreender o fenômeno do sucesso do tradicionalismo em Caxias, bem como a forma como foi construída esta identidade gaúcha neste lugar. Para efetuar a análise deste trabalho, serão apropriadas as ferramentas teóricas e conceitos de representação e de identidade de autores como Pierre Bourdieu, Roger Chartier, Stuart Hall, entre outros. Foram utilizados três tipos de fontes: documentação dos acervos dos CTGs, publicações sobre o tradicionalismo e sobre a identidade gaúcha na imprensa local no período da Semana Farroupilha e depoimentos de história oral de sujeitos que participaram dos CTGs abordados. / Traditionalism has been established in recent decades quite effectively due to the promotion of a particular version about the south rio grande identity. Its appearance begins at the second half of the twentieth century between urbanized young graduates of the pastoral upstate and recently established in Porto Alegre. In a few decades it spans for several cities in the state through clubs submitted to the MTG, a hierarchical institution that works in the control and regulation of the representations related to this regional identity. In the 1980’s the movement extends its social penetration through music festivals and in this and in the next decade, due to the support of various media platforms, it massifies. The establishment of this regional identity did not occur uniformly in the different social groups that composes the south rio grande society, notably multiethnic due to multiple migration flows that formed it and different social dynamics of establishment of ethnic identities of these groups. In the case of Caxias do Sul, the second largest city in the state and regional center of the Italian Colonization Region, traditionalism began to have a significant amount of supporters and social visibility from the decade of 1980. Still in the 2000 the city became recognized as the world capital of Centros de Tradições Gaúchas, for being that concentrate the largest number of this type of guild worldwide. It can be seen in a 30 year time span a remarkable popularization of this release about the regional identity. One of the places that concentrated these social dynamics of popularization of traditionalism in the city and accompanied this growth during these 30 years are the CTGs formed by employees of large local metal mechanical companies. This work aimed to investigate the history of these institutions in order to understand the successful phenomenon of traditionalism in Caxias, as well as the way it was built this gaucho identity in this place. To make the analysis of this work, the theoretical tools and concepts of representation and identity of authors such as Pierre Bourdieu, Roger Chartier, Stuart Hall, and others will be appropriate. Three types of sources were used: documentation of files of CTGs, publications on traditionalism and the gaucho identity in the local press in the period of the Semana Farroupilha and oral history testimonies of subjects who participated in the covered CTGs.
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Identidade étnica e território chiquitano na fronteira (Brasil-Bolívia) / Chiquitano territory and ethnic identity in the frontiers (Bolivia-Brazil) / Identidad étnica y territorio chiquitano en la frontera (Brasil-Bolivia)Pacini, Aloir January 2012 (has links)
Este trabalho, dividido em três partes que se interpenetram, toma o território chiquitano na fronteira em tensão com os territórios transnacionais como elemento fundamental para elaborar uma compreensão da identidade étnica resiliente dos Chiquitanos. Primeiro observa as construções geográficas, políticas, culturais e os diferentes sujeitos que atuam nesta fronteira. Assim mostra a agência própria dos Chiquitanos dita indigenismo que perpassa e articula suas identidades, o cuidado com suas igrejas, com suas fontes de água e os córregos, seus rituais e suas músicas. O tempo da Missão de Chiquitos (1691-1767) é percebido como um tempo idealizado de grande fecundidade, uma espécie de mito de origem dos Chiquitanos em diversas etnias que passaram a viver juntas com artes e estéticas próprias na música, na escultura, na pintura, na devoção aos Santos. Estes aspectos que foram incorporados pelos Chiquitanos já fazem parte intrínseca das manifestações étnicas acionadas como sinais diacríticos na construção de suas identidades e territórios. As fronteiras de identidades nas redes de parentesco e de intercâmbio de bens entre os Chiquitanos são mais um elemento para pensar a importância dos caminhos que cruzam as fronteiras, suas tensões e rupturas. Os diferentes rituais chiquitanos do curussé, das romarias, das festas de Santo e outros elementos revelam suas identidades e os constantes fluxos culturais pelo seu território tradicional. As bandeiras de luta do curussé elaboram a etnicidade chiquitana em festa sem fronteiras ou modificando-as. O mosaico étnico chiquitano na área de fronteira forma uma colcha de retalhos ou uma rede de relações entre as dezenas de comunidades chiquitanas no Brasil com outras centenas de comunidades na Bolívia. Estas comunidades não estão isoladas, pelo contrário, se conectam de diversas formas, por caminhos e estradas (carreteiras), e a sociedade envolvente participa intensamente destas unidades sociais concebidas como “nós”. A forma dos Chiquitanos conceberem seu território tradicional marcado pelo dom da água não exclui o que chega, mas tende a integrá-lo, a encontrar um lugar geográfico e social para ele. Este aspecto fez com que os Chiquitanos passassem gradativamente de “donos que cuidam das terras” para meeiros ou simplesmente empregados nas fazendas. O território chiquitano pode ser lugar de chegada e/ou de partida para esta “viagem de volta” através da etnografia do drama das relações com pessoas marcadas pela propriedade privada (fazendeiros, militares, comerciantes) e os outros Chiquitanos num faccionalismo intrínseco que gera uma rede de comunidades e processos de intercâmbio e negociação diversos em cada nó (local) desta rede. Não se trata de uma transposição dos pueblos misionales pura e simplesmente para as aldeias rurais que estudo (Vila Nova Barbecho, Fazendinha, Acorizal ou Santa Aparecida), mas de uma agency que está presente no fato de grupos dissidentes deixarem seus pueblos e criarem suas comunidades no interior do seu território tradicional com características que as identificam como Chiquitanos. Com isso elabora-se uma visão a respeito do território tradicional chiquitano com relevos e estrias próprios marcados pela água que dá valor à terra, que a fecunda e permite moldá-la para fazer seus potes e suas casas. Com clareza o pajé Lourenço Ramos Rup e os caciques têm manifestado que as terras que ocupam tradicionalmente são um dom de Deus, não uma propriedade privada comerciável. Contudo, respeitam com detalhes a cerca (os limites) que o fazendeiro colocou, por causa da insegurança diante das leis dos policiais e dos fazendeiros. O modo de ser eticamente localizado dos Chiquitanos impressiona porque possuem a paciência histórica para esperar as coisas mudarem, isso para não criarem conflitos com os políticos ou os patrões que tomaram o poder de serem os “donos” da terra que eles ocupam tradicionalmente. / This work, divided into three parts interwoven with one another, takes the Chiquitano territory as far as it is a tensioned transnational frontiers. This situation is one key element in order to elaborate a correct understanding of resilient ethnic identity of the Chiquitanos. First the work takes in a account the geographical, cultural and political constructs as well as the different active subjects in the chiquitano landscape. This way the text shows the agency itself of the Chiquitanos that permeates and articulates their personal identities, the care for their churches, for their water sources and streams, for their rituals and their music. The time of Mission of the Chiquitos (1691-1767) is perceived as a time of great fecundity, a kind of Chiquitano’s myth of the origin in various ethnic groups who now live together maintaining common cultures of arts and aesthetic, music, sculptures, paintings, devotions to the Saints. These aspects have been incorporated by Chiquitanos and are already an intrinsic part of the ethnic manifestations such as diacritical marks in the construction of their identities and territories. These frontiers of identity, witch create networks of parents and exchanges of goods between the Chiquitanos, are one more element to think about the importance of those ways crossing the frontiers causing tensions and ruptures. The different rituals (curussé, romarias, festas de Santo, festivals of chiquitana music) are elements which reveal their identities and constant cultural flows in their traditional territory, especially these flags of struggle of the curussé somehow weaving Chiquitano’s ethnical identity among them over the frontiers. The chiquitano ethnic mosaic in the border area is a kind of patchwork quilt, a “network” of relationships between tenths of communities in Brazil with others hundreds of communities in Bolivia. Those communities are not isolated, are connected in various ways, paths and roads (highways). The society has a whole participates actively engaging in these social units called as "nodes-nós". The way Chiquitanos designate their traditional territory appoints out to the gift of water, to the hospitality of strangers, to the tendencies to integrate all in order to find a geographical and social place to live. This way of living and acting gradually changed the Chiquitanos from "owners who care about the land” into sharecroppers on farms or into simple employees. The Chiquitano’s territory can be understood as a place of arrival and departure for themselves. The ethnography of the drama of relationships with farmers, soldiers, traders, and even with other Chiquitanos, characterized by private ownership, shows an intrinsic factionalism that generates a network of communities, exchanges processes and different negotiating issues on each node (nó) of this network. Those changes do not mean a simple implementation of a misional pueblo in rural villages such as Vila Nova Barbecho, Fazendinha, Acorizal or Santa Aparecida. By observing how these villages are organized, this work shows different types of internal relations and to the environment, an agency that is present even in the fact that dissident groups elsewhere leave their pueblos and create their own communities or villages within their traditional territory. In this way we come to develop a vision of the traditional chiquitano territory with their own hills, valleys and grooves marked by the waters that fertilizes and give value to the land, that allows the molding of their pots and their own houses. The shaman Lorenzo Ramos Rup and the chiefs expressed clearly that the lands they traditionally occupy, are a gift from God, not a private institution. But they respect the limits put by the farmers, even without their consent, because of their feelings of insecurity about the police and the farmers themselves. The way of the Chiquitanos are being ethically educated touches our hearts because they have an historical patience to wait for things to change, in order to avoid from creating conflicts with the farmers or the political boss who have the power to be the "owners" of the land they traditionally occupy. / Este trabajo, dividido en tres partes que se inter-penetran, toma el territorio chiquitano en la frontera que está en tensión con los territorios trasnacionales como elemento fundamental para elaborar una comprensión de la identidad étnica resiliente de los Chiquitanos. Primero observa las construcciones geográficas, políticas, culturales y los diferentes sujetos que actúan en este campo de la frontera, así el texto muestra la agencia de los Chiquitanos como una forma de indigenismo que comparte y articula sus identidades, el cuidado con sus iglesias, con sus fuentes de agua y los arroyos, sus rituales y sus músicas. El tiempo de la Misión de Chiquitos (1691-1767) es leído como un tiempo idealizado de gran fecundidad, un mito de origen de los Chiquitanos a partir de diferentes etnias que pasaron a vivir juntas con artes y estéticas propias en la música, en la escultura, en la pintura, en la devoción a los Santos. Estos aspectos que fueron incorporados por los Chiquitanos hacen parte intrínseca de las manifestaciones étnicas accionadas como señales diacríticos en la construcción de sus identidades y territorios. Las fronteras de identidades en las redes de parentesco y de intercambio de bienes entre los Chiquitanos es más un elemento para pensar la importancia de los caminos que cruzan las fronteras, sus tensiones y rupturas. Los diferentes rituales chiquitanos del curussé, de las romerías, de las fiestas de los Santos Patronos y otros elementos revelan sus identidades y los constantes flujos culturales por su territorio tradicional. Las banderas de lucha del curussé elaboran la etnicidad chiquitana en fiesta sin fronteras o modificando-las. El mosaico étnico chiquitano en la área de la frontera forma una colcha de retallos o una red de relaciones entre las docenas de comunidades chiquitanas en Brasil con otras centenas de comunidades en Bolivia. Estas comunidades no están aisladas, al contrario, se conectan de diversas formas, por caminos y carreteras, y la sociedad envolvente participa intensamente de estas unidades sociales concebidas como “nudos”. La forma de los Chiquitanos concibieren su territorio tradicional marcado por el don de la agua no excluye lo que llega tiende a integrar-lo, a encontrar un lugar geográfico y social para él. Este aspecto hizo con que los Chiquitanos llegasen paulatinamente de “dueños que cuidan de las tierras” para trabajadores asalariados en las estancias. El territorio chiquitano puede ser lugar de llegada y de partida en este viaje de retorno de los propios Chiquitanos. La etnografía del drama de las relaciones con personas marcadas por la propiedad privada (los hacenderos, los militares, los comerciantes) y los otros Chiquitanos muestran un faccionalismo intrínseco que genera una red de comunidades y procesos de intercambio y negociaciones diversos en cada nudo (local) de esta red, sin ser una transposición de los pueblos misionales pura y simplemente para aldeas rurales del estudio (Vila Nova Barbecho, Fazendinha, Acorizal, Santa Aparecida), una agency que está presente hasta el facto de grupos disidentes dejaren sus pueblos y crearen sus comunidades en otros lugares en el interior de su territorio tradicional. Así llega-se a una visión del territorio tradicional chiquitano con relevos y estrías propios marcados por el agua que agrega valor a la tierra, que la fecunda y permite trabaja-la para hacer tinajas y sus propias casas. Con clareza el curandero Lourenço Ramos Rup y los caciques manifiestan que las tierras que ocupan tradicionalmente son un don de Dios, no una propiedad privada negociable, más respetan con detalles la cerca (los deslindes) que el hacendero colocó, mismo sin su consentimiento, por causa de la inseguridad delante de las leyes, de los policiales y de los estancieros. El modo de ser eticamente localizado de los Chiquitanos impresiona porque poseen una paciencia histórica para esperar las cosas cambiaren, eso para no criaren conflictos con los políticos o el patrón que ahora tiene el poder de ser el “dueño” de la tierra que ellos ocupan tradicionalmente.
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Jovens oriundos de países africanos de Língua Portuguesa na Universidade de Brasília : experiências de migração internacional estudantil / Youth from Portuguese-speaking African countries : experiences of international student migrationRodrigues, Silvia Helena 17 December 2013 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2013. / Submitted by Ana Cristina Barbosa da Silva (annabds@hotmail.com) on 2014-10-27T16:34:55Z
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2013_SilviaHelenaRodrigues.pdf: 2621982 bytes, checksum: 1481b2d3a63ced4f46859bb8497e217d (MD5) / O presente trabalho pretende contribuir com os estudos na área de educação, precisamente na temática jovens universitários, com foco na migração internacional e percursos identitários de jovens, estudantes de graduação na Universidade de Brasília (UnB), oriundos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). Para fundamentar o estudo, buscou-se caracterizar as discussões sobre juventude universitária, educação superior no contexto de internacionalização, migração e identidade. No decorrer da pesquisa foram realizados cinco grupos de discussão com estudantes dos PALOP, organizados por países de origem. Com o objetivo de reconstruir suas orientações coletivas a respeito das suas motivações, de suas experiências na UnB e em Brasília e de seus projetos de futuro foram selecionados para a análise em profundidade, quatro grupos de discussão dos seguintes países: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe. A análise dos dados foi realizada com base no Método Documentário, desenvolvido por Ralf Bohnsack com base na Sociologia do Conhecimento de Karl Mannheim. Percebeu-se que, durante o período de migração estudantil, as reflexões sobre os países de origem adquirem uma dimensão estreitamente vinculada às bases da identidade nacional, expressas no compromisso com o desenvolvimento socioeconômico dos seus países. A família exerce papel importante nas decisões e pelo fato de estarem longe dos familiares, vivendo muitas vezes somente com a bolsa de estudo, esses jovens universitários passam a ensaiar a autonomia do adulto. As experiências do dia-a-dia desconstroem a imagem abstrata que tinham do Brasil e cedem lugar às interações, que os conduzem à negociação constante de seus padrões culturais, frente ao "outro", que muitas vezes se apresenta como pouco tolerante às diferenças e à singularidade desses estudantes. As análises apresentadas reforçam a necessidade de que é preciso refletir e aperfeiçoar as ações de cooperação internacional no âmbito estudantil, com os países PALOP: é necessário ir além da garantia de vagas nas universidades e planejar meios de garantir condições plenas de acolhimento e permanência dos alunos. _______________________________________________________________________________________ ABSTRACT / This work intends to contribute to studies in education, specifically on university students, focusing on international migration and identity pathways of young undergraduate students at the University of Brasilia (UNB) from Portuguese-speaking African Countries (PALOPs). During the research, five discussion groups were established with students from PALOPs, organized by country of origin. In order to reconstruct their collective motives and orientations about their experience in the University, in Brasilia, as well as their projects for the future, four groups of discussion were selected, from Angola, Cape Verde, Guinea Bissau and Sao Tome and Principe. Data analysis was performed based on the Documentary Method, developed by Ralf Bohnsack based on Karl Mannheim’s Sociology of Knowledge. It was noticed that during the period of migration, reflections on the country of origin acquire a dimension closely linked to the bases of national identity, expressed in the commitment to socio-economic development of their home countries. Family plays an important role in the decisions and, due to the fact of being away from their relatives, often living only on scholarships, these young students start to rehearse adult autonomy. Everyday experiences deconstruct the abstract image they had of Brazil and give way to interactions that lead to constant negotiation of their cultural patterns, opposite the "other", which often presents itself as little tolerant to differences and the uniqueness of these students. Analyses presented reinforce the need to reflect on and enhance the actions of international student cooperation with PALOP countries: it is necessary to assure more than enrollment, but to plan ways to ensure full conditions of admission and residence to these students.
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Derechos territoriales indígenas, movimientos etno políticos y Estado : un estudio comparativo en la Amazonía de Brasil y EcuadorVallejo Real, Ivette Rossana 16 December 2006 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Centro de Pesquisa e Pós-Graduação sobre as Américas, 2006. / Submitted by Érika Rayanne Carvalho (carvalho.erika@ymail.com) on 2009-11-02T20:02:17Z
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Previous issue date: 2006-12-16 / Análise dos movimentos etno-políticos amazônicos, suas ações de judiciabilidade, como de incidência política, para efetivar e operacionalizar direitos territoriais indígenas reconhecidos constitucionalmente no Brasil e no Equador; como também no marco das convenções internacionais pertinentes. Na Amazônia brasileira, o foco de estudo são as formas de acionar dispositivos legais e redes de apoio, em torno à homologação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, localizada no norte da Amazônia, no estado de Roraima. No caso do Equador, o foco são as iniciativas indígenas, de defesa e consolidação territorial existentes na província de Pastaza frente ao extrativismo petroleiro, na Amazônia central. Apresenta-se um olhar circunstancialista que faz ênfase na situação histórica que modela processos nas relações interétnicas, faz uma relação entre a práxis social e as estruturas produzidas, na dialogicidade dos processos e bem poderia ser uma etnografia historizada, como uma historização etnográfica dos processos contemporâneos que envolvem organizações indígenas e os Estados Nacionais, ao redor do tema dos direitos coletivos, especificamente direitos territoriais. _______________________________________________________________________________ ABSTRACT / Analysis of the Amazonian etnopolitics movements, their legal itinerary and politics actions for efective indigenous constitutionally territorial rights recognized by Brasil and Equador, as well as in the international related conventions. In the Brasilian Amazon, the research focus are the ways of use and activate legal dispositives and partner links in relation with the homologation of the Terra Indigena Raposa Serra do Sol, localized at the northern Amazon basin in Roraima State. In Equador, the research focus are the indigenous iniciatives to defend and consolidate ethnic territories in the Pastaza province, towards the oil extractivism in central Amazon. A circunstancialism view is presented, with emphasis in the historic situation that model processes in the interethnic relations; offers as well a link between social praxis and the social structures produced in the dialogical contemporary process that envolves indigenous organizations and the National states, towards the theme of colective rights, especifically territorial indigenous rights.
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Enegrecendo o cotidiano escolar : estudo de caso em uma escola classe de Ceilândia (DF)Gonçalves, Marillia Pereira January 2013 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2013. / Submitted by Alaíde Gonçalves dos Santos (alaide@unb.br) on 2013-09-25T13:32:02Z
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2013_MarilliaPereiraGonçalves.pdf: 2280109 bytes, checksum: 33c08e18e335347549c17d54b862fbae (MD5) / Nas últimas décadas, a sociedade civil negra brasileira se organizou para discutir, propor e realizar políticas públicas de educação, o que culminou na alteração dos artigos 26-A e 79 B da Lei nº 9.394/1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que traz como obrigatório o ensino da História e Cultura Africana e Afro-Brasileira no currículo da Educação Básica brasileira. A preposição da legislação educacional indica o reconhecimento da diversidade de identidades raciais e culturais baseada na afirmação da igualdade dos direitos humanos. Porém esse reconhecimento não basta apenas na forma da lei, é preciso que as novas políticas educacionais sejam efetivamente aplicadas. O seguinte trabalho tem como objetivo Identificar e analisar práticas pedagógicas de reconhecimento e valorização da cultura e história africana e afro-brasileira desenvolvidas por uma Escola Classe da Ceilândia, que atendam ao artigo 26 A da LDB. Para trabalhar com o referido objetivo, traçamos alguns caminhos iniciais que são: a) compreender como é feita a transposição dos conteúdos do artigo 26 A da LDB em prática educativa; e b) identificar como as práticas pedagógicas desenvolvidas pela escola a partir do artigo 26 A da LDB se refletem na comunidade. Para a realização, optamos por fazer uma pesquisa qualitativa, que se apoiou em um estudo de caso etnográfico na referida escola durante seis meses. Durante o período citado, foram realizadas entrevistas, observações, conversas informais e também a aplicação de questionários para compreender o campo no que diz respeito à implementação do artigo 26 A da LDB e o funcionamento da escola a partir do Projeto “Orgulho e Consciência Negra”. A educação para as relações raciais está longe de alcançar o ideal, no entanto foi percebido nessa escola que o trabalho já começou e é realizado de forma comprometida com os(as) alunos(as) e com toda a comunidade escolar. _______________________________________________________________________________________ ABSTRACT / In the last decades, the Brazilian black civil society was organized to discuss, propose and implement public education policies, which culminated changes in the articles 26-A and 79 B of the Law n. 9.394/96, Law of Guidelines and Bases of National Education (LDB), that brings as compulsory the teaching of History and African Culture and Afro-Brazilian in Brazilian Basic Education curriculum. The preposition of educational legislation indicates recognition of the diversity of cultural and racial identities, based on the affirmation of the equality of human rights. But this recognition is not enough under the law requires. The new educational policies must be effectively implemented in the schools. The following study aims to identify and analyze teaching practices of recognition and appreciation history and culture of African and Afro-Brazilian, developed by a School Class in Ceilândia, that meets the Article 26 A of the LDB. To achieve the goal we draw some initial ways: a) to understand how it is done to implement the contents of Article 26 of the LDB in educational practice and; b) identify how pedagogical practices developed by the school, from the Article 26 A LDB, reflects in the community. To make it happen, we decided to make a qualitative research that relied on an ethnographic case study in that school, for six months. During the mentioned period, it included interviews, observations, informal conversations and also the application of questionnaires to understand the field, as regards the implementation of Article 26 of the LDB and operation of the school from Project Pride and Black Consciousness. The Education related to race issues is far from achieving the ideal. However, it was noticed that in this school the work has begun and it is engaged with the students and the entire school community.
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"Eu moro no Prata, no Ouro e no Bronze" : processos de territorialidade e etnicidade no quilombo Povoado do Prata - TORosa, Raoni da 28 August 2013 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Antropologia, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, 2013. / Submitted by Elna Araújo (elna@bce.unb.br) on 2013-11-20T22:47:12Z
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2013_RaoniDaRosa.pdf: 1536196 bytes, checksum: 06a20b76d3c37db234357c6efdb66ca0 (MD5) / Approved for entry into archive by Guimaraes Jacqueline(jacqueline.guimaraes@bce.unb.br) on 2013-11-21T11:19:41Z (GMT) No. of bitstreams: 1
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2013_RaoniDaRosa.pdf: 1536196 bytes, checksum: 06a20b76d3c37db234357c6efdb66ca0 (MD5) / Essa dissertação tem por finalidade refletir acerca dos processos identitários vividos pela comunidade remanescente de quilombo Povoado do Prata sob o prisma da relação entre o território quilombola e a identidade étnica desse grupo social. Mais especificamente busquei entender, a partir de pesquisa empírica, em que medida os processos de territorialidade são constitutivos da identidade – étnica – do grupo estudado; identificar os mecanismos acionados para manutenção desse grupo étnico; e como a territorialidade e etnicidade desse grupo são subsidiários do empoderamento étnico-político desse grupo étnico. Nessa perspectiva, identifiquei fenômenos socialmente significativos ao Povoado do Prata que possibilitaram ao grupo a manutenção de suas fronteiras étnicas e seu empoderamento étnico-político na luta pela manutenção de sua identidade e de seu território. ______________________________________________________________________________________ ABSTRACT / This dissertation analyzes on the processes of identity experienced by the Quilombo Povoado do Prata from the perspective of the relationship between the black rural territory and ethnic identity of this social group. More specifically, focused how the processes of territoriality are constitutive of identity - ethnic - the group studied, to identify the mechanisms triggered to maintain this ethnic group, and as territoriality and ethnicity in this group are the subsidiary ethno-political empowerment of that ethnic group. In this perspective, socially significant phenomena identified the Povoado do Prata which enabled the group to maintain their ethnic boundaries and ethnic and political empowerment in the struggle to maintain their identity and their territory.
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"O mito atlântico" : relatando experiências singulares de mobilidade dos estudantes africanos em Porto Alegre no jogo de construção e reconstrução de suas identidades étnicasMungoi, Dulce Maria Domingos Chale João January 2006 (has links)
A partir da aplicação do método etnográfico que envolve a observação participante e a realização de entrevistas abertas, a presente pesquisa faz um estudo antropológico sobre as experiências singulares de deslocamento de estudantes universitários, provenientes de diferentes países africanos, matriculados em Instituições de Ensino Superior, localizadas na cidade e região metropolitana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Partindo do pressuposto de que todos indivíduos e grupos constroem categorias para se conhecer, classificar a si e ao “’outro”, definindo fronteiras entre “eu” e “outro”, “nós” e “eles”, o estudo dá enfoque especial sobre as referências identitárias e práticas cotidianas destes sujeitos, onde se busca compreender como estes estudantes se constroem, se identificam e são identificados e as retóricas que eles adotam para se afirmarem como africanos no Brasil. Na nova realidade social e frente a uma “nova” identidade, os estudantes universitários africanos se reconstroem cotidianamente no jogo das relações sociais, acionando as suas identidades continental, nacional e racial. O idioma étnico, “ser africano” torna-se uma referência que aprendem a utilizar, manejando alguns traços diacríticos e desenvolvendo práticas que lhes permite a sua identificação como africanos pela população de acolhimento. As festas “típicas”, a comida, o traje, a língua, o sotaque e o penteado são alguns dos elementos simbólicos manipulados pelos estudantes na construção de seu discurso identitário. / From the application of the etnografic method that involves the participant observation and the accomplishment of opened interviews, the present research makes a antropologic study on the singular experiences of displacement of universitaries students, proceeding from different African countries, registered in Institutions of Superior Education, located in the city and region metropolitan of Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil. Setting out of the motive of that all individuals and groups they construct categories to know, to classify itself and to "' the other", defining boundaries between "I" and "another one", "we" and "they", the study it gives special approach on daily the identitaries and practical references of these citizens, where if it searchs to understand as these students if they construct, if they identify, they are identified and the rhetorical that they adopt to affirm themselves as African in Brazil. In the new social reality and front to "new" an identity, the African university students if reconstruct daily in the game of the social relations, setting in motion its identities continental, national and racial. The ethnic language, "to be African" becomes a reference that learns to use, setting in motion some traces and developing that it allows its identification them as African for the shelter population. "the typical" parties, the food, the suit, the language, accent and the hairdo are some of the symbolic elements manipulated by the students in the construction of its identitarie speech.
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A querência fabril : o tradicionalismo gaúcho entre trabalhadores de empresas metal-mecânicas de Caxias do Sul da década de 1980 à de 2000Kieling Júnior, Bolivar January 2015 (has links)
O tradicionalismo tem se estabelecido nas últimas décadas de forma bastante eficaz promovendo uma determinada versão acerca da identidade sul-rio-grandense. Seu surgimento inicia na segunda metade do século XX entre jovens urbanizados egressos do interior pastoril do estado e recém-estabelecidos em Porto Alegre. Em poucas décadas se espalha por várias cidades do estado através de clubes submetidos ao MTG, uma instituição hierarquizada com fins de controle e regulamentação das representações relativas a esta identidade. Na década de 1980 o movimento amplia sua penetração social através de festivais musicais e nesta e na próxima década, em virtude do apoio de variadas plataformas midiáticas, se massifica. O estabelecimento desta identidade regional não ocorreu de maneira uniforme nos diferentes grupos sociais que compunham a sociedade sul-rio-grandense, notadamente de caráter multiétnico devido às múltiplas correntes migratórias que a formaram e às diferentes dinâmicas sociais de estabelecimento de identidades étnicas destes grupos. No caso de Caxias do Sul, a segunda maior cidade do estado e polo regional da Região de Colonização Italiana, o tradicionalismo passou a ter uma quantidade significativa de adeptos e visibilidade social a partir da década de 1980. Ainda nos anos 2000, a cidade tornou-se reconhecida como a capital mundial dos CTGs, por ser a que concentra o maior número deste tipo de agremiação no mundo inteiro. Percebe-se num espaço de tempo de 30 anos uma popularização notável desta versão acerca da identidade regional. Um dos espaços que concentraram estas dinâmicas sociais de popularização do tradicionalismo na cidade e acompanharam este crescimento durante estes 30 anos são os CTGs formados por funcionários de grandes empresas metal mecânicas locais. Neste trabalho, objetiva-se investigar a história destes estabelecimentos na perspectiva de compreender o fenômeno do sucesso do tradicionalismo em Caxias, bem como a forma como foi construída esta identidade gaúcha neste lugar. Para efetuar a análise deste trabalho, serão apropriadas as ferramentas teóricas e conceitos de representação e de identidade de autores como Pierre Bourdieu, Roger Chartier, Stuart Hall, entre outros. Foram utilizados três tipos de fontes: documentação dos acervos dos CTGs, publicações sobre o tradicionalismo e sobre a identidade gaúcha na imprensa local no período da Semana Farroupilha e depoimentos de história oral de sujeitos que participaram dos CTGs abordados. / Traditionalism has been established in recent decades quite effectively due to the promotion of a particular version about the south rio grande identity. Its appearance begins at the second half of the twentieth century between urbanized young graduates of the pastoral upstate and recently established in Porto Alegre. In a few decades it spans for several cities in the state through clubs submitted to the MTG, a hierarchical institution that works in the control and regulation of the representations related to this regional identity. In the 1980’s the movement extends its social penetration through music festivals and in this and in the next decade, due to the support of various media platforms, it massifies. The establishment of this regional identity did not occur uniformly in the different social groups that composes the south rio grande society, notably multiethnic due to multiple migration flows that formed it and different social dynamics of establishment of ethnic identities of these groups. In the case of Caxias do Sul, the second largest city in the state and regional center of the Italian Colonization Region, traditionalism began to have a significant amount of supporters and social visibility from the decade of 1980. Still in the 2000 the city became recognized as the world capital of Centros de Tradições Gaúchas, for being that concentrate the largest number of this type of guild worldwide. It can be seen in a 30 year time span a remarkable popularization of this release about the regional identity. One of the places that concentrated these social dynamics of popularization of traditionalism in the city and accompanied this growth during these 30 years are the CTGs formed by employees of large local metal mechanical companies. This work aimed to investigate the history of these institutions in order to understand the successful phenomenon of traditionalism in Caxias, as well as the way it was built this gaucho identity in this place. To make the analysis of this work, the theoretical tools and concepts of representation and identity of authors such as Pierre Bourdieu, Roger Chartier, Stuart Hall, and others will be appropriate. Three types of sources were used: documentation of files of CTGs, publications on traditionalism and the gaucho identity in the local press in the period of the Semana Farroupilha and oral history testimonies of subjects who participated in the covered CTGs.
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Identidade étnica e território chiquitano na fronteira (Brasil-Bolívia) / Chiquitano territory and ethnic identity in the frontiers (Bolivia-Brazil) / Identidad étnica y territorio chiquitano en la frontera (Brasil-Bolivia)Pacini, Aloir January 2012 (has links)
Este trabalho, dividido em três partes que se interpenetram, toma o território chiquitano na fronteira em tensão com os territórios transnacionais como elemento fundamental para elaborar uma compreensão da identidade étnica resiliente dos Chiquitanos. Primeiro observa as construções geográficas, políticas, culturais e os diferentes sujeitos que atuam nesta fronteira. Assim mostra a agência própria dos Chiquitanos dita indigenismo que perpassa e articula suas identidades, o cuidado com suas igrejas, com suas fontes de água e os córregos, seus rituais e suas músicas. O tempo da Missão de Chiquitos (1691-1767) é percebido como um tempo idealizado de grande fecundidade, uma espécie de mito de origem dos Chiquitanos em diversas etnias que passaram a viver juntas com artes e estéticas próprias na música, na escultura, na pintura, na devoção aos Santos. Estes aspectos que foram incorporados pelos Chiquitanos já fazem parte intrínseca das manifestações étnicas acionadas como sinais diacríticos na construção de suas identidades e territórios. As fronteiras de identidades nas redes de parentesco e de intercâmbio de bens entre os Chiquitanos são mais um elemento para pensar a importância dos caminhos que cruzam as fronteiras, suas tensões e rupturas. Os diferentes rituais chiquitanos do curussé, das romarias, das festas de Santo e outros elementos revelam suas identidades e os constantes fluxos culturais pelo seu território tradicional. As bandeiras de luta do curussé elaboram a etnicidade chiquitana em festa sem fronteiras ou modificando-as. O mosaico étnico chiquitano na área de fronteira forma uma colcha de retalhos ou uma rede de relações entre as dezenas de comunidades chiquitanas no Brasil com outras centenas de comunidades na Bolívia. Estas comunidades não estão isoladas, pelo contrário, se conectam de diversas formas, por caminhos e estradas (carreteiras), e a sociedade envolvente participa intensamente destas unidades sociais concebidas como “nós”. A forma dos Chiquitanos conceberem seu território tradicional marcado pelo dom da água não exclui o que chega, mas tende a integrá-lo, a encontrar um lugar geográfico e social para ele. Este aspecto fez com que os Chiquitanos passassem gradativamente de “donos que cuidam das terras” para meeiros ou simplesmente empregados nas fazendas. O território chiquitano pode ser lugar de chegada e/ou de partida para esta “viagem de volta” através da etnografia do drama das relações com pessoas marcadas pela propriedade privada (fazendeiros, militares, comerciantes) e os outros Chiquitanos num faccionalismo intrínseco que gera uma rede de comunidades e processos de intercâmbio e negociação diversos em cada nó (local) desta rede. Não se trata de uma transposição dos pueblos misionales pura e simplesmente para as aldeias rurais que estudo (Vila Nova Barbecho, Fazendinha, Acorizal ou Santa Aparecida), mas de uma agency que está presente no fato de grupos dissidentes deixarem seus pueblos e criarem suas comunidades no interior do seu território tradicional com características que as identificam como Chiquitanos. Com isso elabora-se uma visão a respeito do território tradicional chiquitano com relevos e estrias próprios marcados pela água que dá valor à terra, que a fecunda e permite moldá-la para fazer seus potes e suas casas. Com clareza o pajé Lourenço Ramos Rup e os caciques têm manifestado que as terras que ocupam tradicionalmente são um dom de Deus, não uma propriedade privada comerciável. Contudo, respeitam com detalhes a cerca (os limites) que o fazendeiro colocou, por causa da insegurança diante das leis dos policiais e dos fazendeiros. O modo de ser eticamente localizado dos Chiquitanos impressiona porque possuem a paciência histórica para esperar as coisas mudarem, isso para não criarem conflitos com os políticos ou os patrões que tomaram o poder de serem os “donos” da terra que eles ocupam tradicionalmente. / This work, divided into three parts interwoven with one another, takes the Chiquitano territory as far as it is a tensioned transnational frontiers. This situation is one key element in order to elaborate a correct understanding of resilient ethnic identity of the Chiquitanos. First the work takes in a account the geographical, cultural and political constructs as well as the different active subjects in the chiquitano landscape. This way the text shows the agency itself of the Chiquitanos that permeates and articulates their personal identities, the care for their churches, for their water sources and streams, for their rituals and their music. The time of Mission of the Chiquitos (1691-1767) is perceived as a time of great fecundity, a kind of Chiquitano’s myth of the origin in various ethnic groups who now live together maintaining common cultures of arts and aesthetic, music, sculptures, paintings, devotions to the Saints. These aspects have been incorporated by Chiquitanos and are already an intrinsic part of the ethnic manifestations such as diacritical marks in the construction of their identities and territories. These frontiers of identity, witch create networks of parents and exchanges of goods between the Chiquitanos, are one more element to think about the importance of those ways crossing the frontiers causing tensions and ruptures. The different rituals (curussé, romarias, festas de Santo, festivals of chiquitana music) are elements which reveal their identities and constant cultural flows in their traditional territory, especially these flags of struggle of the curussé somehow weaving Chiquitano’s ethnical identity among them over the frontiers. The chiquitano ethnic mosaic in the border area is a kind of patchwork quilt, a “network” of relationships between tenths of communities in Brazil with others hundreds of communities in Bolivia. Those communities are not isolated, are connected in various ways, paths and roads (highways). The society has a whole participates actively engaging in these social units called as "nodes-nós". The way Chiquitanos designate their traditional territory appoints out to the gift of water, to the hospitality of strangers, to the tendencies to integrate all in order to find a geographical and social place to live. This way of living and acting gradually changed the Chiquitanos from "owners who care about the land” into sharecroppers on farms or into simple employees. The Chiquitano’s territory can be understood as a place of arrival and departure for themselves. The ethnography of the drama of relationships with farmers, soldiers, traders, and even with other Chiquitanos, characterized by private ownership, shows an intrinsic factionalism that generates a network of communities, exchanges processes and different negotiating issues on each node (nó) of this network. Those changes do not mean a simple implementation of a misional pueblo in rural villages such as Vila Nova Barbecho, Fazendinha, Acorizal or Santa Aparecida. By observing how these villages are organized, this work shows different types of internal relations and to the environment, an agency that is present even in the fact that dissident groups elsewhere leave their pueblos and create their own communities or villages within their traditional territory. In this way we come to develop a vision of the traditional chiquitano territory with their own hills, valleys and grooves marked by the waters that fertilizes and give value to the land, that allows the molding of their pots and their own houses. The shaman Lorenzo Ramos Rup and the chiefs expressed clearly that the lands they traditionally occupy, are a gift from God, not a private institution. But they respect the limits put by the farmers, even without their consent, because of their feelings of insecurity about the police and the farmers themselves. The way of the Chiquitanos are being ethically educated touches our hearts because they have an historical patience to wait for things to change, in order to avoid from creating conflicts with the farmers or the political boss who have the power to be the "owners" of the land they traditionally occupy. / Este trabajo, dividido en tres partes que se inter-penetran, toma el territorio chiquitano en la frontera que está en tensión con los territorios trasnacionales como elemento fundamental para elaborar una comprensión de la identidad étnica resiliente de los Chiquitanos. Primero observa las construcciones geográficas, políticas, culturales y los diferentes sujetos que actúan en este campo de la frontera, así el texto muestra la agencia de los Chiquitanos como una forma de indigenismo que comparte y articula sus identidades, el cuidado con sus iglesias, con sus fuentes de agua y los arroyos, sus rituales y sus músicas. El tiempo de la Misión de Chiquitos (1691-1767) es leído como un tiempo idealizado de gran fecundidad, un mito de origen de los Chiquitanos a partir de diferentes etnias que pasaron a vivir juntas con artes y estéticas propias en la música, en la escultura, en la pintura, en la devoción a los Santos. Estos aspectos que fueron incorporados por los Chiquitanos hacen parte intrínseca de las manifestaciones étnicas accionadas como señales diacríticos en la construcción de sus identidades y territorios. Las fronteras de identidades en las redes de parentesco y de intercambio de bienes entre los Chiquitanos es más un elemento para pensar la importancia de los caminos que cruzan las fronteras, sus tensiones y rupturas. Los diferentes rituales chiquitanos del curussé, de las romerías, de las fiestas de los Santos Patronos y otros elementos revelan sus identidades y los constantes flujos culturales por su territorio tradicional. Las banderas de lucha del curussé elaboran la etnicidad chiquitana en fiesta sin fronteras o modificando-las. El mosaico étnico chiquitano en la área de la frontera forma una colcha de retallos o una red de relaciones entre las docenas de comunidades chiquitanas en Brasil con otras centenas de comunidades en Bolivia. Estas comunidades no están aisladas, al contrario, se conectan de diversas formas, por caminos y carreteras, y la sociedad envolvente participa intensamente de estas unidades sociales concebidas como “nudos”. La forma de los Chiquitanos concibieren su territorio tradicional marcado por el don de la agua no excluye lo que llega tiende a integrar-lo, a encontrar un lugar geográfico y social para él. Este aspecto hizo con que los Chiquitanos llegasen paulatinamente de “dueños que cuidan de las tierras” para trabajadores asalariados en las estancias. El territorio chiquitano puede ser lugar de llegada y de partida en este viaje de retorno de los propios Chiquitanos. La etnografía del drama de las relaciones con personas marcadas por la propiedad privada (los hacenderos, los militares, los comerciantes) y los otros Chiquitanos muestran un faccionalismo intrínseco que genera una red de comunidades y procesos de intercambio y negociaciones diversos en cada nudo (local) de esta red, sin ser una transposición de los pueblos misionales pura y simplemente para aldeas rurales del estudio (Vila Nova Barbecho, Fazendinha, Acorizal, Santa Aparecida), una agency que está presente hasta el facto de grupos disidentes dejaren sus pueblos y crearen sus comunidades en otros lugares en el interior de su territorio tradicional. Así llega-se a una visión del territorio tradicional chiquitano con relevos y estrías propios marcados por el agua que agrega valor a la tierra, que la fecunda y permite trabaja-la para hacer tinajas y sus propias casas. Con clareza el curandero Lourenço Ramos Rup y los caciques manifiestan que las tierras que ocupan tradicionalmente son un don de Dios, no una propiedad privada negociable, más respetan con detalles la cerca (los deslindes) que el hacendero colocó, mismo sin su consentimiento, por causa de la inseguridad delante de las leyes, de los policiales y de los estancieros. El modo de ser eticamente localizado de los Chiquitanos impresiona porque poseen una paciencia histórica para esperar las cosas cambiaren, eso para no criaren conflictos con los políticos o el patrón que ahora tiene el poder de ser el “dueño” de la tierra que ellos ocupan tradicionalmente.
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