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Trabalho e linguagem na obra de A. R. Luria: um estudo à luz da ontologia marxiana. / Labor and language in the work of A. R. Luria: a study from the point of view of marxian ontologyNatalia Ayres Silva 09 August 2011 (has links)
CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / Esta dissertaÃÃo, de natureza teÃrico-bibliogrÃfica, centrou-se na anÃlise das categorias trabalho e linguagem na obra de Alexander Romanovich Luria. Partimos do pressuposto, presente na ontologia marxiano-lukacsiana, de que o trabalho foi o ato que fundou o mundo dos homens e todos os complexos que o comportam. Nessa perspectiva, a hipÃtese central da pesquisa à formulada em torno de que o trabalho, categoria fundante do ser social, dà origem, com a participaÃÃo fundamental da linguagem, à atividade consciente e Ãs funÃÃes psÃquicas superiores do homem, as quais decorrem das prÃprias necessidades engendradas pela atividade humana. Buscamos, assim, investigar como figuram as categorias trabalho e linguagem em Luria e em que medida elas guardam correspondÃncia com os termos postos na ontologia do ser social, identificando, ainda, a sua relaÃÃo na gÃnese e desenvolvimento das funÃÃes psÃquicas superiores. Antes de adentramos nas questÃes centrais de nossa pesquisa, consideramos fundamental a apresentaÃÃo da biografia do autor estudado, com o intuito de situarmos o contexto histÃrico no qual se gestaram suas idÃias, bem como a sua filiaÃÃo a Vigotski e Leontiev no campo do materialismo histÃrico-dialÃtico. Ao analisarmos as obras de Luria, pudemos constatar que o tratamento dado pelo autor Ãs categorias trabalho e linguagem se assenta nos preceitos fundamentais da ontologia do ser social, evidenciando o primado do trabalho em relaÃÃo aos demais complexos, incluindo, assim, a linguagem, que surge das necessidades engendradas por ele. Nesse contexto, o trabalho comparece, juntamente com a linguagem, como o ato que forja a atividade consciente do homem, desenvolvendo neste, funÃÃes complexas, as quais nÃo estÃo presentes nos animais. / This dissertation, which has a bibliographical nature, was centered upon the analysis of the categories of labor and language in the work of Alexander Romanovich Luria. From the point of view of Marxian-Lukacsian ontology, it assumed labor as the act that founded human world and all the complexes which encompass human experience. Therefore, it elected as the main hypothesis, that labor, as the founding category of the social being, with the special participation of language, accounts for the origin of the conscientious activity and of the higher psychological functions in humans, both resulting from the necessities engendered by human activity itself. In this perspective, we tried to investigate to what extent the treatment ascribed by Luria to the categories of labor and language are consistent with the premises put by the ontology of social being, identifying, moreover, their relationship within the genesis and development of the higher psychological functions. Before discussing the main research questions, we considered of great importance to present Luriaâs biography, in order to place the historical context in which his ideas were fostered, attesting his affiliation with Vigotski and Leontiev, as well, in the field of historical-dialectical materialism. The results of the research indicated that the treatment given by Luria to the categories of labor and language agree with the fundamental ontological concepts, emphasizing labor as the primary category in relation to the other complexes, herein included the complex of language. In this context, labor, together with language, brought about human conscientious activity, developing in man, complex functions, which are not present in animals.
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Vigotski: um estudo à luz da centralidade ontolÃgica do trabalho. / Vigotski: a study from the point of view of ontological centrality of labor.Francisca Maurilene do Carmo 04 December 2008 (has links)
Conselho Nacional de Desenvolvimento CientÃfico e TecnolÃgico / O presente trabalho tem por objetivo resgatar o fundamento ontolÃgico da obra de Vigotski, indicando que a categoria trabalho como momento central na constituiÃÃo do mundo dos homens à absorvida e expressa pelo psicÃlogo soviÃtico, em consonÃncia com os mais legÃtimos preceitos da teoria marxiana. Nesse sentido, num primeiro momento, resgata-se a retomada efetuada por LukÃcs do conceito marxiano de trabalho, extraindo, por essa via, a dimensÃo ontolÃgica da obra de Marx e anunciando, para alÃm da tradiÃÃo metafÃsica e idealista, uma ontologia de novo tipo, a qual aponta de forma radical para a historicidade da essÃncia humana. Prossegue-se com o registro da trajetÃria intelectual de Vigotski e seu papel na construÃÃo de uma psicologia marxista, ao lado de Luria e Leontiev, no contexto da RÃssia do perÃodo revolucionÃrio inaugurado em 1917; assinalando as principais dificuldades relativas à reconstruÃÃo da obra de Vigotski, no contexto do stalinismo, bem como à introduÃÃo de seu pensamento no Ocidente, particularmente nos Estados Unidos e no Brasil. Apontam-se, nesse sentido, os desvios essenciais operados pelo neovigotskianismo, particularizando o
tratamento atribuÃdo ao conjunto de categorias vigotskianas, como a linguagem, a cultura, a interaÃÃo, dentre outras, o qual, descolando do princÃpio marxiano do trabalho, distanciando o autor, por conseguinte da perspectiva da ontologia marxiana e, mais precisamente, do horizonte de destruiÃÃo do capital. Atribui-se especial atenÃÃo à anÃlise da obra Pensamento e Linguagem, fazendo-se, ainda, menÃÃo a outros textos selecionados do autor, como A transformaÃÃo socialista do homem, Psicologia concreta do homem, O significado histÃrico da crise da psicologia, dentre outros. Ao final do estudo, assevera-se que, nÃo obstante a valorizaÃÃo explÃcita atribuÃda à recuperaÃÃo do marxismo em sua dimensÃo metodolÃgica, està pressuposto na obra de Vigotski, o substrato ontolÃgico sobre o qual se funda o mÃtodo de Marx. / The study seeks to point out the ontological foundation of Vigotskiâs works, indicating that his theoretical construct as a whole is centered upon the category of labor as the complex which originated man as a social being in accordance with the basic principles of Marxism. In this sense, it emphasizes LukÃcsâ ontological retrieve of Marxâs legacy, announcing, therefore, a new kind of ontology, which goes far beyond the metaphysical and idealistic tradition to assert the radically historical character of human essence. It is, then, recovered Vigotskiâs intellectual trajectory, with emphasis on his central role in the process of constructing, alongside Luria and Leontiev, a Marxist psychology in the context of Russianâs revolutionary period opened up in 1917; and discussing the main difficulties in terms of reconstructing Vigotskiâs work, in the context of Stalinism; as well as those related to the introduction of his thought in the Western world, particularly in the United States and Brazil. It denounces the essential mistakes operated by the neovigotskian movement, which, treating vigotskian categories, such as language, culture and interaction, apart from the Marxist principle of work, ends up by isolating Vigotski from the Marxian ontological realm, and, more precisely, from the socialist project. The study places greater emphasis upon the analysis of Thinking and Speach, also reviewing in a lesser level of details, other selected texts, such as The socialist transformation of man; Concrete psychology; and The historical meaning of crisis in Psychology, among others. It is finally reassured that, despite the explicit relevance attributed by Vigotski to the methodological dimension of Marxism, it is presupposed in the context of his work, the ontological core which founds Marxâs method.
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Estatuto ontológico do conhecimento em Lukács: uma análise a partir da obra prolegômenos para uma ontologia do ser social / Ontological statute of knowledge in Lukács: an analysis based upon the prolegomena for an ontology of social beingBarbosa, Fabiano Geraldo January 2016 (has links)
BARBOSA, Fabiano Geraldo. Estatuto ontológico do conhecimento em Lukács: uma análise a partir da obra prolegômenos para uma ontologia do ser social. 2016. 122f. – Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Educação Brasileira, Fortaleza (CE), 2016. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2016-08-04T14:09:05Z
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Previous issue date: 2016 / The first two decades of the twentieth century define the moment of greatest expression of a set of efforts around the building of the neo-positivist thought. The Vienna Circle, a group of scientists from different fields, such as the German physicist Moritz Schlick, the German mathematicians Hans Hahn and Rudolf Carnap, the Austrian sociologist and economist Otto Neurath, among others, marked the history of philosophy trying to establish a scientific philosophy. The neo-positivist doctrine, on the wake of Scientism - Empiricism - Naturalism, proposes the experimental sciences procedures as the only ones to possess scientific validity, thus, denying the reality of any entity that is not empirically perceptible. Undeniably, over the last century, science has become the interest of various fields of knowledge. Historians, sociologists, thinkers of different hues have shown increased interest in this field of study and research. Even despite the fact that neopositivism has disqualified, as Lukács attests, every question about being, placing it as unscientific, the truth is that philosophical propositions in the field of ontological investigation developed, each in its own way, and constituted as direct evidence of the phenomenon of the relationship between the question of being and praxis. That is, it is the "inescapable character of the ontological approach to the world problems as a fact that can not be overlooked also in our times” (Lukács, 2010, p. 34). However, this recognition does not equal such philosophical propositions to the ontology outlined by Lukács, from Marx. The concept of being found in trends contemporary to Lukács relies upon an isolated individual, allegedly abandoned in the world. To resort to the reflection on being, Lukács points out the determination of a specific, objective being, the social social. His intellectual project aims to rescue the Marxist ontology as the only possible way to conduct the thinking of the world to the being. Thus, this work is part of a field of studies and research marked by Marxian ontology, inaugurated by Lukács, assuming, here, as an object of appreciation for our analysis, the work Prolegomena to an ontology of social being. / As duas primeiras décadas do século XX demarcam o momento de maior expressão de um conjunto de esforços em torno da edificação do pensamento Neopositivista. O Círculo de Viena, um grupo de cientistas de diversas áreas, tais como o físico alemão Moritz Schlick, os matemáticos alemães Hans Hahn e Rudolf Carnap, o sociólogo e economista austríaco Otto Neurath, entre outros, marcou a história da Filosofia ao tentar estabelecer uma filosofia científica. A doutrina Neopositivista, sobre a esteira do Cientificismo – Empirismo – Naturalismo, propõe os procedimentos das ciências experimentais como os únicos a possuírem validade científica, negando, desta forma, a realidade de qualquer ente que não seja empiricamente experimentável. Inegavelmente, ao longo do último século a ciência passou a ser interesse dos diversos campos do conhecimento. Historiadores, sociólogos, pensadores dos mais diversos matizes demonstram cada vez mais interesse nesse campo de estudo e investigação. Mesmo a despeito de o Neopositivismo haver desqualificado, como atesta Lukács, toda indagação acerca do ser, colocando-a como anticientífica, a verdade é que as proposições filosóficas no campo da investigação ontológica se desenvolveram, cada uma a seu modo, e se constituíram como fenômeno de comprovação direta da relação entre a questão do ser com a práxis. Ou seja, trata-se do “caráter ineludível da abordagem ontológica dos problemas do mundo como um fato que não pode ser negligenciado no pensamento também de nossa época (Lukács, 2010, p. 34)”. No entanto, esse reconhecimento não iguala tais proposições filosóficas à ontologia delineada por Lukács, a partir de Marx. A concepção de ser encontrada nas tendências contemporâneas a Lukács trata de um indivíduo isolado, supostamente abandonado ao mundo. Ao lançar mão da reflexão sobre o ser, Lukács aponta para a determinação de um ser específico, objetivo, o ser social. Seu projeto intelectual aponta para o resgate da ontologia do marxismo como único caminho possível de conduzir o pensamento do mundo para o ser. Desta forma, o presente trabalho se insere num campo de estudos e investigações demarcado pala ontologia marxiana, inaugurada por Lukács, assumindo, aqui, como objeto de apreciação para nossas análises a obra Prolegômenos para uma ontologia do ser social.
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A educaÃÃo social e a gestÃo da pobreza: gÃnese, desdobramentos e funÃÃo no contexto da sociabilidade do capital em crise / Social education and poverty management: genesis, development and function in the context of the sociability of capital in crisisMaria EscolÃstica de Moura Santos 30 March 2017 (has links)
nÃo hà / Esta pesquisa parte da compreensÃo de que o ser humano à um complexo constituÃdo na articulaÃÃo entre a subjetividade do indivÃduo e a objetividade da vida material. RelaÃÃo esta mediatizada pela atividade produtora de riqueza, ou seja, o trabalho, considerado ato fundante de todas as formas de sociabilidade e, portanto, do prÃprio ser social. Realizamos estudo de carÃter teÃrico e documental, fundamentado no referencial marxista, à luz da ontologia marxiano-lukacsiana, para compreender a funÃÃo que a educaÃÃo social, voltada a crianÃas e adolescentes pobres, ocupa no processo de reproduÃÃo da sociedade de classes. Para tanto, voltamos nossa atenÃÃo, inicialmente ao processo de constituiÃÃo do ser social, ressaltando que, para cumprir seus propÃsitos, o complexo do trabalho chama à cena, dentre outros complexos, a educaÃÃo. A educaÃÃo, por seu turno, possui a funÃÃo precÃpua de reproduzir no indivÃduo singular os elementos do gÃnero humano, transformando-se à medida que a sociedade foi se complexificando com a divisÃo do trabalho associada ao desenvolvimento das forÃas produtivas. Assim, buscamos elementos para explicar como a educaÃÃo na sociedade burguesa assume a funÃÃo de reproduzir, alÃm dos elementos genÃricos, o prÃprio sistema do capital, promotor de misÃrias e de conformaÃÃo. Essas questÃes sà ficaram mais explÃcitas quando analisamos o processo de produÃÃo da pobreza, como manifestaÃÃo necessÃria ao movimento de retroalimentaÃÃo do sistema capitalista, para, em seguida, apresentarmos o Estado como o responsÃvel por administrar os conflitos resultantes dos antagonismos de classes, que surgem a partir da separaÃÃo entre capital e trabalho. Isto nos ajudou a compreender o carÃter perverso das polÃticas de assistÃncia e educaÃÃo voltadas a crianÃas e adolescentes pobres. Pudemos entender, a partir de entÃo, como a educaÃÃo social nelas se inserem, como se deu seu surgimento, em que bases se sustentam os fins e os meios de uma proposta educativa que se diz responsÃvel por atuar nos contextos de exclusÃo social buscando reduzir as situaÃÃes de desamparo. O resgate histÃrico apontou para o fato de que ambas, educaÃÃo e assistÃncia, exibem um carÃter de classe, manifestado atravÃs do confinamento, da exclusÃo e do adestramento pelo e para o trabalho alienado; e que a educaÃÃo social possui nÃtida vinculaÃÃo com as situaÃÃes de pobreza, embora alguns teÃricos insistam em defender seu afastamento. VinculaÃÃo essa que ganha outros contornos no contexto da crise estrutural do capital, sobretudo, no Ãmbito das polÃticas neoliberais que advogam o Estado mÃnimo. Por fim, a anÃlise documental revelou que os fins postos para a educaÃÃo social apontam para o Ãmbito da objetividade e da totalidade social enquanto os meios definidos para atingirem os fins propostos restringem-se ao campo da subjetividade e da imediaticidade.
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Trabalho, família e ser social: elos que unem a centralidade do trabalho às relações familiares / Work, family and social beingPaula, Renato Francisco dos Santos 13 June 2005 (has links)
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Previous issue date: 2005-06-13 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The present thesis approaches family and work understood as element that constitute and are constituted by social totality. It is supported bu Marxist tradition rescued by Gyorgy Lukacs (1885-1971), wich consists in the study of the social being / A presente dissertação trata de família e trabalho entendidos como elementos constituintes e constituidos da e na totalidade social. Ancora-se na tradição marxista resgatada por Gyorgy Lukacs (1885-1971) consistente no estudo do ser social
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Trabalho e linguagem na obra de A. R. Luria: um estudo à luz da ontologia marxiana. / Labor and language in the work of A. R. Luria: a study from the point of view of marxian ontologySILVA, Natália Ayres January 2011 (has links)
SILVA, Natalia Ayres. Trabalho e linguagem na obra de A. R. Luria: um estudo à luz da ontologia marxiana. 2011. 116f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira, Fortaleza-CE, 2011. / Submitted by Maria Josineide Góis (josineide@ufc.br) on 2012-07-10T13:32:13Z
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Previous issue date: 2011 / This dissertation, which has a bibliographical nature, was centered upon the analysis of the categories of labor and language in the work of Alexander Romanovich Luria. From the point of view of Marxian-Lukacsian ontology, it assumed labor as the act that founded human world and all the complexes which encompass human experience. Therefore, it elected as the main hypothesis, that labor, as the founding category of the social being, with the special participation of language, accounts for the origin of the conscientious activity and of the higher psychological functions in humans, both resulting from the necessities engendered by human activity itself. In this perspective, we tried to investigate to what extent the treatment ascribed by Luria to the categories of labor and language are consistent with the premises put by the ontology of social being, identifying, moreover, their relationship within the genesis and development of the higher psychological functions. Before discussing the main research questions, we considered of great importance to present Luria’s biography, in order to place the historical context in which his ideas were fostered, attesting his affiliation with Vigotski and Leontiev, as well, in the field of historical-dialectical materialism. The results of the research indicated that the treatment given by Luria to the categories of labor and language agree with the fundamental ontological concepts, emphasizing labor as the primary category in relation to the other complexes, herein included the complex of language. In this context, labor, together with language, brought about human conscientious activity, developing in man, complex functions, which are not present in animals. / Esta dissertação, de natureza teórico-bibliográfica, centrou-se na análise das categorias trabalho e linguagem na obra de Alexander Romanovich Luria. Partimos do pressuposto, presente na ontologia marxiano-lukacsiana, de que o trabalho foi o ato que fundou o mundo dos homens e todos os complexos que o comportam. Nessa perspectiva, a hipótese central da pesquisa é formulada em torno de que o trabalho, categoria fundante do ser social, dá origem, com a participação fundamental da linguagem, à atividade consciente e às funções psíquicas superiores do homem, as quais decorrem das próprias necessidades engendradas pela atividade humana. Buscamos, assim, investigar como figuram as categorias trabalho e linguagem em Luria e em que medida elas guardam correspondência com os termos postos na ontologia do ser social, identificando, ainda, a sua relação na gênese e desenvolvimento das funções psíquicas superiores. Antes de adentramos nas questões centrais de nossa pesquisa, consideramos fundamental a apresentação da biografia do autor estudado, com o intuito de situarmos o contexto histórico no qual se gestaram suas idéias, bem como a sua filiação a Vigotski e Leontiev no campo do materialismo histórico-dialético. Ao analisarmos as obras de Luria, pudemos constatar que o tratamento dado pelo autor às categorias trabalho e linguagem se assenta nos preceitos fundamentais da ontologia do ser social, evidenciando o primado do trabalho em relação aos demais complexos, incluindo, assim, a linguagem, que surge das necessidades engendradas por ele. Nesse contexto, o trabalho comparece, juntamente com a linguagem, como o ato que forja a atividade consciente do homem, desenvolvendo neste, funções complexas, as quais não estão presentes nos animais.
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Vigotski: um estudo à luz da centralidade ontológica do trabalho / Vigotski: a study from the point of view of ontological centrality of laborCARMO, Francisca Maurilene do January 2008 (has links)
CARMO, Francisca Maurilene do. Vigotski: um estudo à luz da centralidade ontológica do trabalho. 2008. 201f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileria, Fortaleza-CE, 2008. / Submitted by Maria Josineide Góis (josineide@ufc.br) on 2012-07-11T13:47:42Z
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Previous issue date: 2008 / The study seeks to point out the ontological foundation of Vigotski’s works, indicating that his theoretical construct as a whole is centered upon the category of labor as the complex which originated man as a social being in accordance with the basic principles of Marxism. In this sense, it emphasizes Lukács’ ontological retrieve of Marx’s legacy, announcing, therefore, a new kind of ontology, which goes far beyond the metaphysical and idealistic tradition to assert the radically historical character of human essence. It is, then, recovered Vigotski’s intellectual trajectory, with emphasis on his central role in the process of constructing, alongside Luria and Leontiev, a Marxist psychology in the context of Russian’s revolutionary period opened up in 1917; and discussing the main difficulties in terms of reconstructing Vigotski’s work, in the context of Stalinism; as well as those related to the introduction of his thought in the Western world, particularly in the United States and Brazil. It denounces the essential mistakes operated by the neovigotskian movement, which, treating vigotskian categories, such as language, culture and interaction, apart from the Marxist principle of work, ends up by isolating Vigotski from the Marxian ontological realm, and, more precisely, from the socialist project. The study places greater emphasis upon the analysis of Thinking and Speach, also reviewing in a lesser level of details, other selected texts, such as The socialist transformation of man; Concrete psychology; and The historical meaning of crisis in Psychology, among others. It is finally reassured that, despite the explicit relevance attributed by Vigotski to the methodological dimension of Marxism, it is presupposed in the context of his work, the ontological core which founds Marx’s method. / O presente trabalho tem por objetivo resgatar o fundamento ontológico da obra de Vigotski, indicando que a categoria trabalho como momento central na constituição do mundo dos homens é absorvida e expressa pelo psicólogo soviético, em consonância com os mais legítimos preceitos da teoria marxiana. Nesse sentido, num primeiro momento, resgata-se a retomada efetuada por Lukács do conceito marxiano de trabalho, extraindo, por essa via, a dimensão ontológica da obra de Marx e anunciando, para além da tradição metafísica e idealista, uma ontologia de novo tipo, a qual aponta de forma radical para a historicidade da essência humana. Prossegue-se com o registro da trajetória intelectual de Vigotski e seu papel na construção de uma psicologia marxista, ao lado de Luria e Leontiev, no contexto da Rússia do período revolucionário inaugurado em 1917; assinalando as principais dificuldades relativas à reconstrução da obra de Vigotski, no contexto do stalinismo, bem como à introdução de seu pensamento no Ocidente, particularmente nos Estados Unidos e no Brasil. Apontam-se, nesse sentido, os desvios essenciais operados pelo neovigotskianismo, particularizando o tratamento atribuído ao conjunto de categorias vigotskianas, como a linguagem, a cultura, a interação, dentre outras, o qual, descolando do princípio marxiano do trabalho, distanciando o autor, por conseguinte da perspectiva da ontologia marxiana e, mais precisamente, do horizonte de destruição do capital. Atribui-se especial atenção à análise da obra Pensamento e Linguagem, fazendo-se, ainda, menção a outros textos selecionados do autor, como A transformação socialista do homem, Psicologia concreta do homem, O significado histórico da crise da psicologia, dentre outros. Ao final do estudo, assevera-se que, não obstante a valorização explícita atribuída à recuperação do marxismo em sua dimensão metodológica, está pressuposto na obra de Vigotski, o substrato ontológico sobre o qual se funda o método de Marx.
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Sociabilidade no Assentamento Rural de Santana - Ce: terra e trabalho na construÃÃo do ser social. / Sociability in teh Rural Settlement of Santana (Ce, Brazil): Land and Earth in the Construction of Social Being.Liana Brito de Castro AraÃjo 07 April 2006 (has links)
O trabalho analisa a sociabilidade no Assentamento Rural de Santana e os processos de aprendizagem objetivados pela prÃtica social cotidiana dos trabalhadores rurais nos processos de luta, de conquista e de permanÃncia na terra entre 1987 a 2005. O Santana, fundado a partir da polÃtica de reforma agrÃria do INCRA, està situado no MunicÃpio de Monsenhor Tabosa no SertÃo do CearÃ, Nordeste brasileiro. No Assentamento os trabalhadores rurais tecem uma maneira peculiar de organizaÃÃo da produÃÃo e da vida cotidiana. A pergunta de partida a qual este trabalho se propÃe: o que à viver em um assentamento rural, que mantÃm a propriedade coletiva da terra e uma produÃÃo organizada a partir do trabalho coletivo e individual? Quais os seus desdobramentos para a formaÃÃo dos assentados? O percurso teÃrico e metodolÃgico se fundamentou na ontologia do ser social a partir de Marx, LukÃcs e MÃszÃros. A pesquisa de campo, objetivando um estudo de caso, realizou-se dentro de uma abordagem antropolÃgica marxiana priorizando a totalidade representada pela sociabilidade do Assentamento. O Santana se estruturou basicamente sob dois momentos histÃricos. No primeiro momento, a sociabilidade do Assentamento tinha como base duas mediaÃÃes centrais: propriedade coletiva da terra e produÃÃo cooperada que, para a implementaÃÃo do projeto coletivo, foram combinadas a relaÃÃes de controle coletivo, necessÃrias à construÃÃo do Assentamento. A sua sociabilidade estava demarcada por vÃnculos de solidariedade e dependÃncia entre os assentados, pois âtudo era decidido coletivamenteâ, como costumavam afirmar. A prÃtica social cotidiana dos assentados engendrava um rico aprendizado demarcado pela produÃÃo associada, pelas reuniÃes e AssemblÃias permanentes, dentre outros. PorÃm este projeto nÃo teve sustentaÃÃo, pois as condiÃÃes de carÃncias materiais, dificuldades de ordem prÃtica nas relaÃÃes de produÃÃo coletiva e no estabelecimento de relaÃÃes estÃveis com o mercado forma impedindo a sua continuidade. No segundo momento o Assentamento, embora mantivesse a propriedade coletiva da terra, sofreu uma mudanÃa nas relaÃÃes de produÃÃo coletiva para uma produÃÃo mista. A partir de entÃo, estabeleceu-se uma combinaÃÃo de produÃÃo individual (de responsabilidade exclusiva do assentado) e de produÃÃo coletiva (mantida pela Cooperativa de assentados), uma alternativa posta a partir das demandas internas (de ampliaÃÃo da capacidade de trabalho e de consumo), e externas (da inserÃÃo na lÃgica de uma economia de mercado). Dos fatores externos que influenciaram a mudanÃa do projeto de Assentamento, destaca-se a polÃtica do Estado atravÃs do Programa Nacional de Agricultura Familiar (PRONAF) e das relaÃÃes de aproximaÃÃo de alguns assentados com a elite polÃtica da regiÃo. O trabalho, finalmente, afirma que o que à original na sociabilidade de Santana sÃo as mediaÃÃes necessÃrias à manutenÃÃo do projeto de Assentamento, que representam germes de relaÃÃes sociais superiores, e que diferem em certa medida da reproduÃÃo da sociabilidade burguesa. Embora tenha constatado os limites histÃricos da sociabilidade em Santana seja um fato, esta prÃtica social definitivamente trÃs elementos que contribuem para o processo de transiÃÃo para uma sociedade emancipada, para alÃm do capital. / This research analyses the sociability at the rural settlement of Santana (between 1987 and 2005) and the learning processes of the rural workers on the struggles of everyday life for land, production and well-being. The Santana settlement was created by the agrarian reform policy of INCRA, in Brazil. It is situated in the city of Monsenhor Tabosa in the hinterlands (SertÃo) of the State of CearÃ, Northeast of Brazil. In the settlement, the rural workers build, in a peculiar way, the organization of the production and of their everyday lives. The research purpose is to investigate what it is to live in a rural settlement that keeps the common propriety of land and an organized (both collective and individual) form of production. Furthermore, it is important to investigate what the impact of such life for the formation of the settlers is. The theoretical approach is based on the âontology of the social beingâ by Marx, LukÃcs and MÃszÃros. The field research had an anthropological Marxian approach, considering the totality represented by the sociability of the settlement as a case study. It could be observed that the rural settlement was strongly influenced by two historical moments. First, the settlers organized themselves based on two central mediations: collective property of the land and cooperative production, which led to the establishment of collective control of the settlement. Its sociability was characterized by solidarity and inter-dependency links of the settlers, because âall was decided collectivelyâ. The social practice fostered a rich learning process, influenced by the associative production, frequent meetings and assemblies, amongst others. Nonetheless, material needs, practical difficulties of the collective production, and market relations with the outer world prevented the original project to further develop. In the second period, although the settlement maintained the collective property of the land, it changed the production to a mixed system, a combination of individual (whose responsibility was merely of the settler) and collective (organized by the Cooperative Union of the settlers) production to respond to both internal (enhancement of work and consume capacity) and external (insertion of the settlement in the market logic) demands. Besides, the settlers counted on external support for the implementation of the new individual-production system, such as governmental programs (PRONAF, for instance) and the approximation of some workers to the local political elite. From the results, one can conclude that the originality of the Santana sociability are the mediations required to maintain the original project, which reflects seeds of superior social relations, different from those of the bourgeoisie sociability. Although historical limits for the amplification of such sociability are a fact, the experience of Santana definitely contributes for the transition process to an emancipated society, beyond capital.
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Sociabilidade no Assentamento Rural de Santana - Ce: terra e trabalho na construção do ser social. / Sociability in teh Rural Settlement of Santana (Ce, Brazil): Land and Earth in the Construction of Social Being.ARAÚJO, Liana Brito de Castro January 2006 (has links)
ARAÚJO, Liana Brito de Castro. Sociabilidade no Assentamento Rural de Santana - Ce: terra e trabalho na construção do ser social. 2006. 287 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal do Ceará. Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira, Fortaleza-CE, 2006. / Submitted by Raul Oliveira (raulcmo@hotmail.com) on 2012-07-05T13:56:52Z
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Previous issue date: 2006 / This research analyses the sociability at the rural settlement of Santana (between 1987 and 2005) and the learning processes of the rural workers on the struggles of everyday life for land, production and well-being. The Santana settlement was created by the agrarian reform policy of INCRA, in Brazil. It is situated in the city of Monsenhor Tabosa in the hinterlands (Sertão) of the State of Ceará, Northeast of Brazil. In the settlement, the rural workers build, in a peculiar way, the organization of the production and of their everyday lives. The research purpose is to investigate what it is to live in a rural settlement that keeps the common propriety of land and an organized (both collective and individual) form of production. Furthermore, it is important to investigate what the impact of such life for the formation of the settlers is. The theoretical approach is based on the “ontology of the social being” by Marx, Lukács and Mészáros. The field research had an anthropological Marxian approach, considering the totality represented by the sociability of the settlement as a case study. It could be observed that the rural settlement was strongly influenced by two historical moments. First, the settlers organized themselves based on two central mediations: collective property of the land and cooperative production, which led to the establishment of collective control of the settlement. Its sociability was characterized by solidarity and inter-dependency links of the settlers, because “all was decided collectively”. The social practice fostered a rich learning process, influenced by the associative production, frequent meetings and assemblies, amongst others. Nonetheless, material needs, practical difficulties of the collective production, and market relations with the outer world prevented the original project to further develop. In the second period, although the settlement maintained the collective property of the land, it changed the production to a mixed system, a combination of individual (whose responsibility was merely of the settler) and collective (organized by the Cooperative Union of the settlers) production to respond to both internal (enhancement of work and consume capacity) and external (insertion of the settlement in the market logic) demands. Besides, the settlers counted on external support for the implementation of the new individual-production system, such as governmental programs (PRONAF, for instance) and the approximation of some workers to the local political elite. From the results, one can conclude that the originality of the Santana sociability are the mediations required to maintain the original project, which reflects seeds of superior social relations, different from those of the bourgeoisie sociability. Although historical limits for the amplification of such sociability are a fact, the experience of Santana definitely contributes for the transition process to an emancipated society, beyond capital. / O trabalho analisa a sociabilidade no Assentamento Rural de Santana e os processos de aprendizagem objetivados pela prática social cotidiana dos trabalhadores rurais nos processos de luta, de conquista e de permanência na terra entre 1987 a 2005. O Santana, fundado a partir da política de reforma agrária do INCRA, está situado no Município de Monsenhor Tabosa no Sertão do Ceará, Nordeste brasileiro. No Assentamento os trabalhadores rurais tecem uma maneira peculiar de organização da produção e da vida cotidiana. A pergunta de partida a qual este trabalho se propõe: o que é viver em um assentamento rural, que mantém a propriedade coletiva da terra e uma produção organizada a partir do trabalho coletivo e individual? Quais os seus desdobramentos para a formação dos assentados? O percurso teórico e metodológico se fundamentou na ontologia do ser social a partir de Marx, Lukács e Mészáros. A pesquisa de campo, objetivando um estudo de caso, realizou-se dentro de uma abordagem antropológica marxiana priorizando a totalidade representada pela sociabilidade do Assentamento. O Santana se estruturou basicamente sob dois momentos históricos. No primeiro momento, a sociabilidade do Assentamento tinha como base duas mediações centrais: propriedade coletiva da terra e produção cooperada que, para a implementação do projeto coletivo, foram combinadas a relações de controle coletivo, necessárias à construção do Assentamento. A sua sociabilidade estava demarcada por vínculos de solidariedade e dependência entre os assentados, pois “tudo era decidido coletivamente”, como costumavam afirmar. A prática social cotidiana dos assentados engendrava um rico aprendizado demarcado pela produção associada, pelas reuniões e Assembléias permanentes, dentre outros. Porém este projeto não teve sustentação, pois as condições de carências materiais, dificuldades de ordem prática nas relações de produção coletiva e no estabelecimento de relações estáveis com o mercado forma impedindo a sua continuidade. No segundo momento o Assentamento, embora mantivesse a propriedade coletiva da terra, sofreu uma mudança nas relações de produção coletiva para uma produção mista. A partir de então, estabeleceu-se uma combinação de produção individual (de responsabilidade exclusiva do assentado) e de produção coletiva (mantida pela Cooperativa de assentados), uma alternativa posta a partir das demandas internas (de ampliação da capacidade de trabalho e de consumo), e externas (da inserção na lógica de uma economia de mercado). Dos fatores externos que influenciaram a mudança do projeto de Assentamento, destaca-se a política do Estado através do Programa Nacional de Agricultura Familiar (PRONAF) e das relações de aproximação de alguns assentados com a elite política da região. O trabalho, finalmente, afirma que o que é original na sociabilidade de Santana são as mediações necessárias à manutenção do projeto de Assentamento, que representam germes de relações sociais superiores, e que diferem em certa medida da reprodução da sociabilidade burguesa. Embora tenha constatado os limites históricos da sociabilidade em Santana seja um fato, esta prática social definitivamente trás elementos que contribuem para o processo de transição para uma sociedade emancipada, para além do capital.
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