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A gramaticalização de A Gente no português brasileiro : análise histórico-social-linguística da fala das comunidades gaúchas de Jaguarão e PelotasBorges, Paulo R.S. January 2004 (has links)
O objetivo deste trabalho é descrever e analisar a gramaticalização de a gente no português brasileiro. A análise está apoiada nas concepções teóricas de gramaticalização e na Teoria da Variação Laboviana. O corpus da pesquisa é constituído de dois tipos de dados: fala de personagens de onze peças de teatro de autores gaúchos, correspondente a um período de cem anos (1896 até 1995), e fala de sessenta indivíduos das cidades gaúchas de Jaguarão e Pelotas. As entrevistas foram realizadas em 2000 e 2001: trinta e seis em Pelotas (VarX) e vinte e quatro em Jaguarão (BDS Pampa). Os corpora possuem uma divisão equilibrada de informantes por gênero, faixa etária e classe social. Os resultados do uso de a gente indicam que: a gramaticalização de a gente decorre de vários processos de mudança concomitantes e inter-relacionados – mudança semântica, sintática, morfológica e fonológica; a partir da década de 1960 a forma a gente cristaliza-se como pronome pessoal de primeira pessoa do plural; a utilização de a gente, em variação com nós, está relacionada a condicionadores lingüísticos de natureza discursiva, sintática, morfológica e fonológica; o uso de a gente em Pelotas está em um estágio mais adiantado do que em Jaguarão; a divisão por classe social indica que em Pelotas a mudança acontece ‘de cima para baixo’ e em Jaguarão ‘de baixo para cima’; o uso de a gente é maior nas faixas etárias mais jovens nas duas comunidades; em Pelotas ocorre a redução (mudança incipiente) de a gente para a ‘ente (~ ‘ente); a propagação da mudança ocorre dos grandes centros para os menores.
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Uma análise de sujeitos genéricos nulos de terceira pessoa do singular em sentenças finitas raízes no português brasileiro /Gonçalves, Alberto January 2000 (has links)
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão. / Made available in DSpace on 2012-10-17T15:43:34Z (GMT). No. of bitstreams: 0Bitstream added on 2014-09-25T19:17:54Z : No. of bitstreams: 1
170079.pdf: 1444884 bytes, checksum: 3d21ff9e1ddcb6e12b7773e5b5f783d9 (MD5) / Análise de construções impessoais/genéricas de 3a pessoa do singular em sentenças finitas raízes declarativas sem se no português brasileiro (PB). Há inicialmente uma revisão da literatura a respeito da análise de sujeitos nulos na teoria de regência e ligação, destacando-se o PB, que não permite sujeitos nulos referenciais. Em seguida, são estudadas construções arbitrárias de 3a pessoa com se, considerando-se o estatuto argumental de se/si. Apresenta-se também a distinção de se/si indefinido e se/si genérico e sua relação com a interpretação quasi-existencial e quasi-universal. Também é estudado o desaparecimento de se apassivador e, posteriormente, de se indeterminador (não-argumental) no PB atual, bem como a associação de se não-argumental com um morfema de concordância apresentando especificação de pessoa e número. Depois, apresenta-se a análise minimalista de morfemas de concordância como pronominais "deficientes" em distribuição complementar com pronomes fracos livres e clíticos sujeito. Sugere-se também que há duplicação do morfema de 3a pessoa zero (Æ) com o pronominal forte PRO. Finalmente, são analisadas as características da construções arbitrárias de 3a pessoa do singular sem se relacionadas com aspecto verbal, estrutura temática do verbo e restrição de escopo sobre o sujeito.
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Os pronomes nós e a gente em livros didáticos de língua portuguesaJunkes, Márcia Maria January 2008 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão. Programa de Pós-Graduação em Linguística. / Made available in DSpace on 2012-10-24T02:33:30Z (GMT). No. of bitstreams: 1
261555.pdf: 5937080 bytes, checksum: 9f1724c22ac2f365beb755181e942d92 (MD5) / O objetivo central desta pesquisa é descrever o tratamento dado aos pronomes pessoais de primeira pessoa do plural (NÓS e A GENTE), na função de sujeito, em alguns livros didáticos do Ensino Fundamental, indicados pelo MEC - Ministério da Educação e Cultura, nas últimas duas décadas. A idéia que sustenta esta pesquisa é a de que há variação nas formas pronominais de primeira pessoa do plural nos textos que são publicados nos livros didáticos e essa variação não está vinculada à descrição do A GENTE como pronome nos exercícios de gramática constantes nos conteúdos desses livros. As amostras para pesquisa foram constituídas pelos textos escolhidos para fazerem parte das duas diferentes coleções de livros didáticos de Língua Portuguesa para as últimas quatro séries do Ensino Fundamental, utilizadas na rede pública de ensino no final da década de 1990 e início de 2000. Para o estudo do fenômeno em variação, os dados foram analisados sob o aparato teórico da teoria da variação e mudança lingüística, proposto por Labov (1972). Foram controlados grupos de fatores lingüísticos e estilísticos, entre eles: pessoa do discurso, paralelismo formal, preenchimento do sujeito, saliência fônica, gênero textual, finalidade do texto, série de estudo e autor/coleção. Também foi realizada uma análise qualitativa de cada coleção, com o intuito de averiguar se há de fato uma preocupação dos autores ou editoras em apresentar, nos livros, questões sobre a valorização da variedade lingüística, visto que uma das coleções fora publicada após a divulgação dos PCNs _ Parâmetros Curriculares Nacionais; e, este documento sugere que a disciplina de Língua Portuguesa valorize as variedades da linguagem oral produzidas pelos falantes. De modo geral, os resultados apontam para um significativo indicador de uso do pronome A GENTE como primeira pessoa nos textos que compõem os livros didáticos de Língua Portuguesa (principalmente da 5a. série), no entanto, o mesmo não é apresentado como uma das formas do paradigma pronominal. Por outro lado, apresentam-se, com evidências na coleção publicada após a introdução dos PCNs, algumas discussões sobre variação lingüística.
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A variação do TE/LHE em cartas pessoais de cearenses no século XX / The TE/LHE variability in personal letters written by people from Ceará, Brazil, in the 20th. CenturyAraújo, Francisco Jardes Nobre January 2014 (has links)
ARAÚJO, Francisco Jardes Nobre. A variação do TE/LHE em cartas pessoais de cearenses no século XX. 2014. 153f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Departamento de Letras Vernáculas, Programa de Pós-graduação em Linguística, Fortaleza (CE), 2014. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2014-08-26T14:32:01Z
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Previous issue date: 2014 / The linguistic variation is a universal phenomenon that affects all levels of grammar (CAMACHO, 2011). In many languages, of all the word classes, the pronouns, especially the so-called personal pronouns, are more inclined to variation and to rearrangement in the system (MONTEIRO, 1994), although they use to be constituted by a relatively small number of grammatical items, restricted to a kind of closed inventory. The 2nd PERS SING is which more has been coded in a variant way, not only in the Portuguese language, as in many other Indo-European languages, in which there is a dual system of pronouns for 2nd PERS: the T-forms and the V-forms (derived, respectively, from the use of Latin "tu" and "vos") – the first are used both familiarly and informally, while others denote politeness and distance. From the third decade of the twentieth century, with the use of "você" (a V-form) in variation with "tu" (a T-form), the entire pronominal frame of the Portuguese language, including the 2nd PERS possessive, began to undergo change. Assuming the ideas defended by Variationist Sociolinguistics, especially with William Labov (1978, 1983, 1994, 2008), that the linguistic variation occurs motivated by factors both internal and external to the system, this work aims to analyze the variation of forms "te" and "lhe" as 2nd PERS SING, both in accusative and in dative function, in Brazilian Portuguese written in the twentieth century. It uses a sample of 186 personal letters written between 1940 and 2000, obtained in a search among the inhabitants of the town of Quixadá, in the middle of the state of Ceará. The letters are collected from common people, that is, not from language professionals, having been exchanged between friends or relatives. As methodology, the sample was stratified into three periods of the twentieth century in which the letters were written (years 1940’s and 50’s, years 1960’s and 70’s, years 1980’s and 90’s) and gender of authorship (letters from men and letters from women) and submits the data to the computer program GoldVarb X in order to obtain statistical results and interpret these results in light of theories of Sociolinguistics Variationist. The survey results showed that variation of the pronoun forms "te"/"lhe" is conditioned by linguistic factors, such as the form of the verb, the position of the pronoun and the presence of a V-form before "te" or "lhe", and that, although "lhe" was more used than "te" in the letters, its use has declined over the three periods of time analyzed. / A variação linguística é um fenômeno universal que atinge todos os níveis da gramática (CAMACHO, 2011). Em muitas línguas, a classe dos pronomes, especialmente a dos chamados pronomes pessoais, é a que sofre mais variação e a que mais se reorganiza dentro do sistema (MONTEIRO, 1994), embora esta costume ser constituída por um número relativamente pequeno de itens gramaticais, formando um inventário fechado. Dentre as pessoas do discurso, é a 2ª a que mais tem sido codificada de maneira variada, não só na língua portuguesa, como em diversas outras línguas indo-europeias, nas quais há um sistema dual de pronomes para a 2ª PESS.: as formas T e as formas V (derivadas, respectivamente, do uso do "tu" e do "vos" latinos) – as primeiras são de uso familiar ou informal, enquanto as outras denotam polidez e distanciamento. A partir da terceira década do século XX, com o uso de "você" (forma V) em variação com "tu" (forma T), todo o quadro pronominal da língua, incluindo os possessivos de 2ª PESS, passou a sofrer variação. Partindo do pressuposto defendido pela Sociolinguística Variacionista, sobretudo com Labov (1978; 1983; 1994; 2008), de que a variação linguística se dá motivada tanto por fatores internos quanto externos ao sistema, o presente trabalho busca analisar a variação das formas "te" e "lhe" como pronomes de 2ª PESS. SING., tanto na função de acusativo, quanto na de dativo, no português brasileiro escrito do século XX. Para isso, utiliza uma amostra de 186 cartas pessoais escritas entre 1940 e 2000, obtidas numa busca entre os habitantes do município de Quixadá, no Sertão Central cearense. As cartas coletadas são de pessoas do povo, isto é, não de profissionais da linguagem, tendo sido trocadas entre amigos ou parentes. Como metodologia, estratifica a amostra em três períodos do século XX nos quais as cartas foram escritas (anos 1940-50, anos 1960-70 e anos 1980-90) e por gênero da autoria (cartas de homens e cartas de mulheres) e submete os dados ao programa computacional GoldVarb X para obter dados estatísticos e interpreta esses dados à luz das teorias da Sociolinguística Variacionista. Os resultados da pesquisa demonstraram que a variação das formas pronominais "te"/"lhe" é condicionada por fatores linguísticos, como a forma do verbo, a posição do pronome e a presença de forma V antes de "te" ou "lhe", e que, apesar de mais frequente do que o uso de "te", o uso de "lhe" sofreu declínio ao longo dos três períodos de tempo analisados.
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A alternância entre tu e você na correspondência de florianopolitanos ilustres no decorrer de um séculoSouza, Christiane Maria Nunes de January 2015 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Florianópolis, 2015. / Made available in DSpace on 2018-01-23T03:03:37Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2015 / O objetivo principal desta tese, orientada pelos pressupostos da Teoria da Variação e Mudança (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006 [1968]; LABOV, 1982), é descrever a alternância entre os pronomes tu e você nas categorias morfossintáticas de sujeito e de complementos verbais acusativos, dativos e oblíquos em 149 cartas de florianopolitanos ilustres datadas de fins do século XIX a fins do século XX. De modo complementar, são analisadas 17 cartas assinadas por florianopolitanas não ilustres produzidas na década de 1960 e 22 cartas de missivistas lageanos não ilustres produzidas entre as décadas de 1950 e 1980, a fim de discutir a representatividade da escrita epistolar de ilustres. Considerando-se o universo dessas amostras, observam-se as seguintes tendências: (i) no século XIX, o uso de tu é categórico, e no século XX, há variação entre tu e você, e essa distribuição parece mostrar alguma relação com a sócio-história da cidade de Florianópolis; (ii) o pronome tu é majoritariamente associado a sujeitos nulos, enquanto o pronome você é majoritariamente associado a sujeitos plenos; (iii) na correlação entre sujeito e complementos verbais, em cartas de sujeito categoricamente realizado por tu, os complementos verbais são, predominantemente, formas pronominais associadas a tu, em cartas de sujeito categoricamente realizado por você, os complementos verbais são, predominantemente, formas pronominais associadas a você, e em cartas de sujeito misto, os complementos são realizados de acordo com as preferências gerais observadas em cada amostra; (iv) há preponderância do uso do clítico te como complemento acusativo no século XIX, enquanto no século XX, o clítico passa a competir, sobretudo, com os clíticos o/a e com a forma você; (v) no século XIX, o complemento dativo é realizado majoritariamente por te, ao passo que, no século XX, as variantes lhe e zero são também bastante produtivas; (vi) o complemento verbal oblíquo é realizado basicamente pela forma zero e por sintagmas preposicionados de tu no século XIX, e no século XX, é também realizado por zero, além de sintagmas preposicionados de você; (vii) o uso de tu parece estar relacionado a cartas de teor mais pessoal, ao passo que o uso de você parece estar relacionado a cartas de teor mais profissional; e (viii) há preferência pelo uso de tu em Florianópolis e de você em Lages na escrita epistolar da segunda metade do século XX, o que pode ser explicado pelo fator ?colonização?. Tais resultados são discutidos teoricamente à luz dos problemas de transição e de encaixamento, e são explorados, também, problemas que se colocam ao pesquisador que investiga a língua em uma perspectiva diacrônica (Cf. CONDE SILVESTRE, 2007). Acredita-se que os resultados evidenciados neste estudo possam contribuir para a descrição do uso dos pronomes de segunda pessoa do singular no português escrito no Brasil e, mais especificamente, em Santa Catarina. / Abstract : Based on the Theory of Variation and Change (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006 [1968]; LABOV, 1982), this study aims to describe the alternation between tu and você as subject pronoun and as accusative, dative and oblique verbal complements in 149 personal letters written by famous people from Florianópolis from the last decades of the 19th century to the last decades of the 20th century. In addition, in order to discuss the representativeness of these samples, 17 personal letters written by non famous people from Florianópolis in the 1960?s and 22 personal letters written by non famous people from Lages throughout the second half of the 20th century were analyzed. Considering the five samples examined in this study, some tendencies may be signalized: (i) in the 19th century tu is largely used, while in the 20th century variation between tu and você is observed, and it seems that this change is somehow related to the social history of Florianópolis; (ii) tu is mostly correlated to null subjects, and você is mostly correlated to explicit subjects; (iii) letters with categorical subject tu show pronouns related to tu as verbal complements mostly, letters with categorical subject você show pronouns related to você as verbal complements mostly, and letters with ?mixed? subject show complements related to both pronouns depending on the general tendencies observed in each sample; (iv) as accusative complement, te is the only variant in the 19th century, while in the 20th century variation among te, o/a and você is noted; (v) as dative complement, in the 19th te was the most productive form, and in the 20th lhe and zero are also productive; (vi) as oblique complements, in the 19th there were zero and prepositional syntagma related to tu, and in the 20th century besides those forms there are also zero and prepositional syntagma related to você; (v) tu seems to be associated to personal issues and você seems to be associated to professional issues; (vi) in Lages você is the most productive pronoun, while in Florianópolis tu is the most productive pronoun, and it seems that these preferences have some relation to the colonization of these cities. These results are discussed based on the transition and embedding problem on problems faced by researchers who investigated language use in a diachronic perspective (CONDE SILVESTRE, 2007), and may contribute to the second person singular pronouns description concerning written Portuguese in Brazil and in Santa Catarina specifically.
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A INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO NO PORTUGUÊS POPULAR DE SALVADORJesus, Gracielle de Barros January 2017 (has links)
Submitted by Roberth Novaes (roberth.novaes@live.com) on 2018-07-17T12:24:08Z
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dissertacao versao definitiva gracielle.pdf: 1321607 bytes, checksum: 94fd18facbe195b30c7663528eab4764 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-07-17T17:58:56Z (GMT). No. of bitstreams: 1
dissertacao versao definitiva gracielle.pdf: 1321607 bytes, checksum: 94fd18facbe195b30c7663528eab4764 (MD5) / Nessa dissertação, estudaremos as estratégias pronominais para expressar a indeterminação do sujeito no português popular da Bahia, estudando amostras de fala de quatro bairros da cidade de Salvador: Liberdade, Cajazeiras, Itapuã e Subúrbio. Traremos, aqui, os resultados obtidos a partir da análise das variáveis sociais nas quais os informantes estão estratificados, e seguiremos a hipótese de que o quadro atual de variação das estratégias pronominais de indeterminação é resultado de mudanças desencadeadas pelo contato do português com as línguas indígenas e africanas, nos primeiros séculos da formação da sociedade brasileira. Observaremos, também, se existem diferenças significativas entre os resultados encontrados nas localidades. As análises aqui realizadas seguem os pressupostos teóricos e metodológicos da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 1972) e nossas hipóteses se relacionam diretamente com o processo de Transmissão Linguística Irregular (BAXTER, 1995; LUCCHESI & BAXTER, 2009) e da realidade bipolarizada do português brasileiro (LUCCHESI, 2015). Na nossa análise, foram identificadas cinco estratégias pronominais de indeterminação do sujeito: a gente, você, eles, nós e Ø + verbo na terceira pessoa do singular (Ø + V3PS). Essas variantes foram analisadas de acordo com as variáveis linguísticas Realização fonética do sujeito indeterminado, Desinência verbal, Paralelismo formal, Referência ao falante, Tipo de verbo, Tipo de frase, Nível de referencialidade do agente e Modo, e com as variáveis sociais Sexo, Faixa etária, Estada fora da comunidade, Escolaridade e Localidade. / In this dissertation we study the pronominal strategies expressing the indetermination of the subject in vernacular Portuguese of Bahia, analyzing speech samples from four neighborhoods of the city of Salvador: Liberdade, Cajazeiras, Itapuã and Subúrbio. We present results obtained from the analysis of the social variables whereby the informants are stratified, and interprets them from the perspective of the hypothesis that the current pattern of variation in pronominal strategies of indetermination is the result of changes triggered by the contact of Portuguese with indigenous and African languages during the first centuries of the formation of Brazilian society. We will also observe if there are significant differences between the results found in the different neighbourhoods. The analyses carried out here follow the theoretical and methodological assumptions of Variationist Sociolinguistics (LABOV, 1972) and our hypotheses are directly related to the concept of the Irregular Linguistic Transmission process (BAXTER, 1995; LUCCHESI & BAXTER, 2009) and to the bipolarized reality of Brazilian Portuguese (LUCCHESI, 2015). In our analysis, five pronominal strategies of indeterminacy of the subject were identified: nós, você, eles, a gente and Ø + verb in the third person singular (Ø + V3PS). These variants were analyzed according to their potential conditioning by linguistic variables - phonetic realization of the indeterminate subject, verbal agreement, formal parallelism, reference to the speaker, type of verb, type of sentence, level of agent referentiality and mood of verb; and in terms of the social variables of gender, age, periods spent away from community, schooling and neighbourhood.
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A SINTAXE DO PRONOME ACUSATIVO DE TERCEIRA PESSOA NO PORTUGUÊS BRASILEIRO SALVADOR 2015Cerqueira, Fernanda de Oliveira January 2015 (has links)
Submitted by Roberth Novaes (roberth.novaes@live.com) on 2018-09-10T14:10:37Z
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PDF Final.pdf: 1157529 bytes, checksum: 32a78e2314ea3c917b4f7d6b30f36057 (MD5) / Approved for entry into archive by Setor de Periódicos (per_macedocosta@ufba.br) on 2018-09-12T17:47:32Z (GMT) No. of bitstreams: 1
PDF Final.pdf: 1157529 bytes, checksum: 32a78e2314ea3c917b4f7d6b30f36057 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-09-12T17:47:32Z (GMT). No. of bitstreams: 1
PDF Final.pdf: 1157529 bytes, checksum: 32a78e2314ea3c917b4f7d6b30f36057 (MD5) / Neste trabalho, desenvolvo um estudo sintático, levando em conta aspectos semânticos
e pragmáticos, da estrutura interna do pronome pleno de terceira pessoa, ele, em posição
de complemento verbal não preposicionado, no Português Brasileiro (PB), visando
descrever e analisar a sua composição de traços e como a organização hierarquica destes
traços interfere na sua distribuição. Por conseguinte, faço uma discussão acerca da
concepção de pronome como primitivo linguístico e de traços-ϕ como um rótulo
cristalizado de traços, pois assumo com Harley e Ritter (2002), Béjar (2003) e Carvalho
(2008) que os pronomes são compostos por um conjunto de traços e pessoa, número e
gênero são categorias que dominam outros traços presentes nos modelos de geometria
apresentados por tais autores. Portanto, defendo que o licenciamento do pronome ele em
posição acusativa se dá a partir da presença dos traços [Definite] e [Specific] em sua
geometria, uma vez que estes traços se mostram relevantes a sua distribuição, sendo
valorados por Agree através do acarretamento com o traço [D]. / In this work I develop a syntactic study of the internal structure of the third person
pronoun ele as the non-prepositioned verbal complement in Brazilian Portuguese (BP),
considering its semantic and pragmatic aspects, aiming to describe and analyse its
feature composition and how a feature hierarchy interfere in its distribution. To do so, I
discuss the conception of pronoun as a linguistic primitive and ϕ-feature as a
crystallized label of features, since I assume with Harley and Ritter (2002), Béjar (2003)
and Carvalho (2008) that pronouns are built as a set of features and person, number and
gender are categories which dominate other features which are present in the geometry
model assumed by the mentioned authors. Thus, I advocate that the licensing of a
pronoun in accusative position is done by the presence of [Definite] and [Specific]
features in its geometry, since such features show relevance for its distribution, being
valued by Agree through entailment of feature [D].
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Estudo da referência indeterminada do pronome "você" na perspectiva funcionalista da linguagemSouza, Mônica dos Santos 23 September 2014 (has links)
Made available in DSpace on 2016-08-29T15:08:58Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2014-09-23 / A proposta desta pesquisa centra-se no estudo do sujeito de referência indeterminada na perspectiva funcionalista da linguagem. Concordamos, assim, com os preceitos do Funcionalismo Linguístico, ancorados na visão de Givón (2001). Entre outras questões, Givón (2001) fala da origem do funcionalismo linguístico e da importância de não fazermos análises isoladas, isto é, o linguista chama a nossa atenção para a relação existente entre as estruturas gramaticais e os diferentes contextos comunicativos em que essas estruturas são usadas. Aliada a essa abordagem, elegemos também para o estudo e análise da questão a ótica da Linguística Textual referente às noções de texto veiculadas nesse campo investigativo, mais precisamente, por não considerá-lo uma estrutura pronta e acabada, mas sim, parte de atividades mais globais da comunicação, visto como atividade verbal consciente e interacional (BENTES, 2004). Neste sentido, adotamos também o olhar de Cavalcante e Custódio Filho (2010) e de Dionísio (2008) ao destacarem a necessidade de uma investigação que leve em conta o caráter multimodal dos textos que circulam atualmente em nossa sociedade e de irmos além da materialidade linguística, considerando outras semioses não linguísticas pertencentes às estratégias textual-discursivas da atividade de produção. Partimos, pois, do princípio de que o falante dispõe de diversas formas quando deseja indeterminar o sujeito em suas interações diárias. Atentamos, assim, em observar e analisar o comportamento da forma pronominal você, como também, todo o contexto envolvido na situação comunicativa. Sabemos que esse pronome geralmente é utilizado em contextos para interpretação anafórica e dêitica, mas que em determinadas situações de uso demonstra ter referência indeterminada. Percebemos, porém, que tradicionalmente a maioria dos gramáticos afirma que há duas formas de se indeterminar o sujeito na Língua Portuguesa; uma se dá quando se apresenta o verbo na terceira pessoa do plural sem antecedentes (cf. Quebraram a vidraça da escola); e, a outra se dá quando se tem o verbo transitivo indireto na terceira pessoa do singular mais a partícula se (cf. Precisa-se de secretária). Para a constituição de nosso corpus, foram eleitos diversos textos que circulam em nossa sociedade contemporânea e que trazem a forma pronominal você na função sujeito de referência indeterminada. / This research focuses the undetermined-reference subject under the functionalist perspective
of language. We thus agree with Linguistic Functionalism, based on view's Givón (2001).
Among other issues, Givón (2001) addresses the origin of linguistic functionalism and the
importance of not performing isolated analyses, that is to say, the linguist draws our attention
to the relationship between the grammatical structures and the different communicative
contexts where those structures are used. Along with that approach, we selected for
assessment the analysis of the matter through Textual Linguistics on text notions propagated
in that investigation field, specifically where the text is not considered a finished structure, but
a part of more comprehensive communication activities, a conscious and interactional verbal
activity (BENTES, 2004). Accordingly, we also adopted the view of Cavalcante and
Custódio Filho (2010) and Dionísio (2008) stressing the necessity of an inquiry
comprehending the multimodal character of the texts presently circulating in our society, as
well as the necessity of surpassing linguistic materiality, considering other non-linguistic
semiotic interpretations belonging to textual-discursive strategies from the production
activity. We thus depart from the principle that the speaker disposes of several forms
whenever they intend to un-determine the subject in their daily interactions. Therefore, we
analyze the pronominal form você (you), along with the communicative context. We know
that this pronoun is generally used in anaphoric and deitic interpretation contexts, but it has
sometimes undetermined reference. Traditionally, however, Portuguese grammar allows two
indetermination forms: verb in the third person of the plural without antecedents (Quebraram
a vidraça da escola); indirect-transitive verb in the third person of the singular plus particle se
(Precisa-se de secretária). For the constitution of our corpus, several current texts with the
pronominal form você in the function of undetermined-reference subject were selected.
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A variação dos pronomes sujeitoLaureano, Dayse Costa January 2003 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão. Programa de Pós-Graduação em Linguística. / Made available in DSpace on 2012-10-20T19:25:46Z (GMT). No. of bitstreams: 0 / O presente trabalho tem por objetivo apresentar a ocorrência de variação entre as formas pronominais nós e a gente ocupando a função de sujeito, sendo estas as formas que comumente são representantes da primeira pessoa do plural. A nossa pesquisa se deve à observação de um uso constante do pronome a gente na fala cotidiana de muitas pessoas, ou seja, um uso constante de uma forma não considerada como pronome pelas gramáticas tradicionais. Para a análise deste fenômeno em estudo, seguimos os pressupostos teóricos da Teoria da Variação, coletando uma amostra de vinte e quatro entrevistas de informantes nativos da cidade de Florianópolis de ambos os sexos, de diversas idades e grau de escolaridade, obtendo assim, um corpus com 1199 dados. Com a finalidade de constatar a variação em curso optamos por controlar possíveis fatores condicionantes, como: traço semântico do sujeito, desinência número-pessoal da primeira pessoa do plural, paralelismo formal, sexo, faixa etária, e grau de escolaridade. Após a rodada estatística notamos que assim como os fatores lingüísticos, os fatores sociais apresentaram influência sobre as variantes nós e a gente na fala de nossos informantes, nos permitindo constatar que o a gente está deixando de ter apenas o caráter de coletividade e indeterminação e está passando a ser usado freqüentemente como pronome determinado, indicativo da primeira pessoa do plural, co-ocorrendo com o pronome nós.
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Lingüística de corpusGarcia, Tania Mikaela January 2002 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão. Programa de Pós-Graduação em Lingüística. / Made available in DSpace on 2012-10-20T01:42:51Z (GMT). No. of bitstreams: 0Bitstream added on 2014-09-26T01:51:48Z : No. of bitstreams: 1
184731.pdf: 3048506 bytes, checksum: 88898b74285a6ce4e69815aa47c96294 (MD5) / Este trabalho apresenta um estudo realizado com alunos de 8ª série do ensino fundamental de um colégio da rede particular de ensino de Itajaí - SC, que adota a Metodologia de Projetos de Pesquisa, numa concepção sociointeracionista do processo de ensino/aprendizagem. O estudo teve como objetivos: 1) proporcionar aos alunos o contato com a Lingüística de Corpus (LC), uma metodologia de análise lingüística que pode ser aliada à metodologia aplicada no colégio para o ensino/aprendizagem do Português como língua materna; 2) propor um uso mais produtivo do computador em sala de aula, uma vez que é ele a ferramenta de manipulação de corpora usada na LC; e 3) levantar as contribuições da LC para o estudo do uso dos pronomes pessoais TE/LHE, em contraste com uma abordagem tradicionalista de ensino que se fundamenta na Gramática Normativa e no mero repasse de regras desvinculadas do uso autêntico da língua. A pesquisa parte do pressuposto de que, dentre dois grupos de alunos envolvidos no estudo do uso dos pronomes TE/LHE, um com base em corpus, outro num repasse tradicional de conteúdos, o primeiro grupo obteria melhores resultados numa posterior avaliação, o que parece ser verdadeiro, a despeito do pequeno número de dados disponíveis.
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