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Aborto provocado: sua incidência e características; um estudo com mulheres em idade fértil (15 a 49 anos), residentes no subdistrito de Vila Madalena / Induced abortion: its incidence and characteristics; a study of women of childbearing age (15-49 years) living in the sub-district of Vila MadalenaSilva, Rebeca de Souza e 31 March 1992 (has links)
O conhecimento da incidência e das características do aborto provocado, sobretudo o ilegal, é de grande interesse tanto para a Saúde Pública, como para a Demografia. Não obstante, poucos são os estudos na América Latina e no Brasil, que se propõem a investigar sua ocorrência. Ocorre que a conotação de \"crime\", que lhe é atribuída, dificulta sobremaneira sua abordagem. A presente pesquisa foi realizada entre 2.000 mulheres em idade fértil - 15 a 49 anos -, residentes no sub-distrito de Vila Madalena, São Paulo, Brasil, com o objetivo central de aprofundar o conhecimento do aborto provocado, relacionando-o a variáveis sociais, econômicas e demográficas, reconhecidamente ligados à sua ocorrência, e, especialmente à fecundidade. Em caráter experimental, utilizou-se a Técnica de Resposta ao Azar (TRA) que, segundo a literatura internacional, propicia a obtenção de informação mais fidedigna. A avaliação da viabilidade deta técnica é outro objetivo da pesquisa. Pela TRA pôde-se estimar que 41 em cada 1.000 mulheres, provocaram um aborto em 1987, enquanto apenas 8 em 1000 mulheres admitiram, por abordagem direta, terem provocado um aborto nesse período. Os resultados confirmam, por um lado, omissões voluntárias de informação e, por outro, a conveniência de se trabalhar com a TRA. A análise de diferenciais dos abortos ocorridos no transcorrer da vida reprodutiva, identificou as não casadas, as sem nascidos vivos, as com menor nascimentos que o desejado, as que possuem entre 15 e 19 anos de idade, as que verbalizaram aceitar a prática do aborto provocado em qualquer circunstância, como sendo as categorias de mulheres que ao engravidarem, recorrem com maior intensidade ao abortamento provocado. Mediante o estabelecimento de paralelismos entre TRA e abordagem direta, pôde-se evidenciar que as mulheres que mais omitem informação são, em geral, as que mais abortam. A elaboração dos modelos multivariados, por sua vez, permitiu evidenciar que, não possuir restrições à prática do aborto e não ser casada, são potenciais fatores de risco. Ao que tudo indica, enquanto as mulheres não casadas, particularmente as solteiras, recorrem ao aborto para se livrarem de uma gravidez indesejada, as casadas o buscam para manter o número de filhos dentro dos limites desejados ou para espaçar um nascimento de outro. Há razões para se suspeitar que a prática do aborto se intensificará em nosso meio, num futuro próximo. Ao que parece, nem a renda familiar nem a escolaridade, intervêem na opção da mulher pelo aborto. Enfim, apesar das dificuldades existentes em se trabalhar o tema aborto, os resultados conseguidos nesta pesquisa, deste ponto de vista, superaram a expectativa, fundamentalmente, em função do sucesso da TRA. / The incidence and associated factors related with illegal induced abort are areas of interest for Public Health and Demography. Nevertheless, there are few studies in Brazil and others countries of Latin America about it. It\' s possible that this omission can be justified by the fact that abort is considered crime in these countries. This study looks toward filling this lack of infonnation. An specific questionnaire was used to get more trustworthy information, the Randomized Response Technic (RRT). The results of this questionnaire were compared with the usual direct way of getting information. Social, economic and demographic variables related with fertility were studied. The studied population was two thousand women between 15 and 49 years old, the fertile period. They live on Vila Madalena, a neighborhood of São Paulo city, Brazil. The estimate incidence of induced abort in 1987 by RRT was 41/1000 women and by the usual direct way was 8/1000 women. This difference justify the use of the RRT in this kind of research. It was observed that women who more omit information, have more history of abort. The univariate analyses identified the following associated factors with induced abort: not married, without lifeborn children, age between 15 and 19 years old, those who accept the practice of induced abmt in any circumstance, and women with less children then desired. At the multivariate analyses, it remained in the model the following factors: not married and accept the practice of induced abort in any circumstance. Family income and schoollevel were not associated with induced abort in this studied population. The results are coherent with what it\'s expected and they demonstrate the value of the RRT questionnaire.
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Aborto provocado: sua incidência e características; um estudo com mulheres em idade fértil (15 a 49 anos), residentes no subdistrito de Vila Madalena / Induced abortion: its incidence and characteristics; a study of women of childbearing age (15-49 years) living in the sub-district of Vila MadalenaRebeca de Souza e Silva 31 March 1992 (has links)
O conhecimento da incidência e das características do aborto provocado, sobretudo o ilegal, é de grande interesse tanto para a Saúde Pública, como para a Demografia. Não obstante, poucos são os estudos na América Latina e no Brasil, que se propõem a investigar sua ocorrência. Ocorre que a conotação de \"crime\", que lhe é atribuída, dificulta sobremaneira sua abordagem. A presente pesquisa foi realizada entre 2.000 mulheres em idade fértil - 15 a 49 anos -, residentes no sub-distrito de Vila Madalena, São Paulo, Brasil, com o objetivo central de aprofundar o conhecimento do aborto provocado, relacionando-o a variáveis sociais, econômicas e demográficas, reconhecidamente ligados à sua ocorrência, e, especialmente à fecundidade. Em caráter experimental, utilizou-se a Técnica de Resposta ao Azar (TRA) que, segundo a literatura internacional, propicia a obtenção de informação mais fidedigna. A avaliação da viabilidade deta técnica é outro objetivo da pesquisa. Pela TRA pôde-se estimar que 41 em cada 1.000 mulheres, provocaram um aborto em 1987, enquanto apenas 8 em 1000 mulheres admitiram, por abordagem direta, terem provocado um aborto nesse período. Os resultados confirmam, por um lado, omissões voluntárias de informação e, por outro, a conveniência de se trabalhar com a TRA. A análise de diferenciais dos abortos ocorridos no transcorrer da vida reprodutiva, identificou as não casadas, as sem nascidos vivos, as com menor nascimentos que o desejado, as que possuem entre 15 e 19 anos de idade, as que verbalizaram aceitar a prática do aborto provocado em qualquer circunstância, como sendo as categorias de mulheres que ao engravidarem, recorrem com maior intensidade ao abortamento provocado. Mediante o estabelecimento de paralelismos entre TRA e abordagem direta, pôde-se evidenciar que as mulheres que mais omitem informação são, em geral, as que mais abortam. A elaboração dos modelos multivariados, por sua vez, permitiu evidenciar que, não possuir restrições à prática do aborto e não ser casada, são potenciais fatores de risco. Ao que tudo indica, enquanto as mulheres não casadas, particularmente as solteiras, recorrem ao aborto para se livrarem de uma gravidez indesejada, as casadas o buscam para manter o número de filhos dentro dos limites desejados ou para espaçar um nascimento de outro. Há razões para se suspeitar que a prática do aborto se intensificará em nosso meio, num futuro próximo. Ao que parece, nem a renda familiar nem a escolaridade, intervêem na opção da mulher pelo aborto. Enfim, apesar das dificuldades existentes em se trabalhar o tema aborto, os resultados conseguidos nesta pesquisa, deste ponto de vista, superaram a expectativa, fundamentalmente, em função do sucesso da TRA. / The incidence and associated factors related with illegal induced abort are areas of interest for Public Health and Demography. Nevertheless, there are few studies in Brazil and others countries of Latin America about it. It\' s possible that this omission can be justified by the fact that abort is considered crime in these countries. This study looks toward filling this lack of infonnation. An specific questionnaire was used to get more trustworthy information, the Randomized Response Technic (RRT). The results of this questionnaire were compared with the usual direct way of getting information. Social, economic and demographic variables related with fertility were studied. The studied population was two thousand women between 15 and 49 years old, the fertile period. They live on Vila Madalena, a neighborhood of São Paulo city, Brazil. The estimate incidence of induced abort in 1987 by RRT was 41/1000 women and by the usual direct way was 8/1000 women. This difference justify the use of the RRT in this kind of research. It was observed that women who more omit information, have more history of abort. The univariate analyses identified the following associated factors with induced abort: not married, without lifeborn children, age between 15 and 19 years old, those who accept the practice of induced abmt in any circumstance, and women with less children then desired. At the multivariate analyses, it remained in the model the following factors: not married and accept the practice of induced abort in any circumstance. Family income and schoollevel were not associated with induced abort in this studied population. The results are coherent with what it\'s expected and they demonstrate the value of the RRT questionnaire.
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Aborto provocado no contexto da violência doméstica: o discurso das mulheresSouza, Zannety Conceição Silva do Nascimento 29 May 2013 (has links)
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Dissertação_Enf_Zannety Souza.pdf: 1707061 bytes, checksum: 2616bfdb6378db44492901621b5e1b07 (MD5) / Aborto provocado e violência doméstica são considerados problemas de saúde pública pela magnitude de conseqüências que afetam à saúde física e mental das mulheres. Não é uma prática recente e a depender da cultura adquire representações sociais diferentes, sendo alvo de discussões na atualidade. O objetivo geral deste estudo foi analisar o discurso das mulheres que vivenciaram o aborto provocado no contexto da violência doméstica. Pesquisa descritiva com abordagem qualitativa realizada numa maternidade pública do município de Salvador, Bahia, com 17 mulheres internadas por aborto provocado. A coleta de dados foi por entrevista semi-estruturada, com auxílio de gravador, feita entre julho a setembro de 2008. A organização e análise do material foram feitas pela estratégia metodológica do discurso do sujeito coletivo de Lefévre, que busca a fala da coletividade, a partir da identificação de idéias centrais sínteses e expressões-chave contidas nos discursos individuais das mulheres. A análise fundamentou-se em estudos de gênero, direitos reprodutivos, aborto provocado, violência doméstica e políticas públicas. Resultados: as mulheres se caracterizam como adolescentes e adultas jovens, baixa escolaridade, autodeclaradas negras e pardas; solteiras, morando com familiares, dependentes financeiramente de pai e mãe, desempregadas, desenvolvendo atividades autônomas de baixo retorno financeiro, outras sustentadas pelo companheiro. A maioria já tivera três filhos ou mais, utilizaram o Cytotec como método abortivo e justificam o aborto provocado, pela falta de emprego, ou baixa renda para sustentar uma criança; abandono, instabilidade financeira e violência doméstica por parte do companheiro e de familiares. Apresentam sentimento de culpa, vergonha e arrependimento, temem os julgamentos da família e da sociedade, já que o aborto representa um estigma social caracterizado como pecado e crime. Concluímos que as mulheres que abortam, precisam de espaço para acolhimento, escuta e resolução de suas demandas pelos serviços de saúde, no que se refere aos aspectos subjetivos e biológicos; o Estado precisa garantir os direitos reprodutivos das mulheres e a sociedade discutir e aprovar a descriminalização do aborto pensando no contexto destas mulheres. Mesmo com o reconhecimento das políticas públicas de saúde acerca da humanização do atendimento nos casos de aborto provocado, existe um distanciamento da efetivação desta prática por parte dos profissionais de saúde. A Enfermagem, caracterizada pelo cuidado, deve passar por processo de capacitação para o entendimento do contexto social das mulheres que abortam no sentido de reformular suas práticas; além disso, fomentar o debate sobre esta realidade nos currículos de formação. / Salvador
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Percepções sociais do aborto provocado: uma explicação em termos de crenças sociais e familiaridadeSantos, Adriana Pereira dos 28 August 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008-08-28 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / For appearing in a question of public health, the induced abortion has been the subject of the
social debate. Nevertheless, the discussion is around the speeches that evaluate this behavior not
only as a morally inacceptable fact, but also as an action passive of punishment inside the
Brazilian legislation. From this reflection, this work analyzed the social perception of induced
abortion and its relationship with a whole series of psychosocial factors that make this perception
possible. The perception is understood inside three evaluative dimensions: community (how
much the action of induced abortion is common), justice (how much the action of induced
abortion is fair) and punishment (how much the action of induced abortion must be punished).
They were presented stories of abortion in the conditions allowed by law (normalized) and in the
not allowed conditions (non-normalized), and also participants who were requested to evaluate
them as fair, ordinary and passive of punishment behavior. The considered psychosocial factors
were social beliefs that support the social position facing the induced abortion, essentialist beliefs
in the differences among men and women, religiosity and familiarity with the induced abortion.
For this, it was realized a study correlated to the application of a questionnaire to 614 university
students from both male and female sexes from a public university in Paraíba. The results found
indicated, for the studied sample, that the induced abortion is perceived as a common behavior,
for both situations, normalized (allowed by law) and non-normalized (illegal abortion). The
normalized abortion was considered as fairer and less passive of punishment, while the
participants considered the non-normalized abortion as less fair and more passive of punishment.
As to the position, there was an adhesion to the arguments against the abortion practice, except
the arguments linked to the autonomy and individual freedom of the woman to decide about her
own body. The sample admitted a small familiarity with the phenomenon of abortion. In the
perception of the abortion community (normalized and non-normalized), the explained variations
were the position and the familiarity. But for the perception of the justice (normalized and nonnormalized)
and the perception of the normalized punishment, the explained variations were the
position and the religiosity. And for the perception of the non-normalized punishment, only the
position appeared as an explained variation. It was observed that the essentialism does not appear
as an explained variation of any perception. The results point to the fact that the more familiarity
with the phenomenon of abortion the more is the attribution of the community, it is, there is the
recognition of the raised occurrence of abortions for those who admit some type of proximity
with the question. It makes sense then to strengthen the institutional role as promotional of the
visibility of the abortion, to go beyond the perspective of the morality, but for the social
problematic that it is involved with, while behavior daily practiced to the default of the moral
judgments made by it. / Por configurar-se numa questão de saúde pública, o aborto provocado tem sido pauta do debate
social. No entanto, a discussão se faz atravessada dos discursos que avaliam esse comportamento
como um ato tanto moralmente inaceitável, como também passível de punição dentro da
legislação brasileira. Partindo dessa reflexão, o presente trabalho analisou a percepção social do
aborto provocado e sua relação com uma série de fatores psicossociais que fundamentariam essa
percepção. A percepção é entendida dentro de três dimensões avaliativas: comunidade (o quanto
a prática do aborto provocado é comum), justiça (o quanto a prática do aborto provocado é justa)
e punição (o quanto a prática do aborto provocado deve ser punida). Foram apresentadas historias
de abortamento dentro das condições permitidas em lei (normatizadas) e das condições não
permitidas (não-normatizadas) e os participantes solicitados a avaliá-las como comportamento
comum, justo e passível de punição. Os fatores psicossociais considerados foram crenças sociais
que fundamentam o posicionamento social frente ao aborto provocado, crenças essencialistas nas
diferenças entre homens e mulheres, religiosidade e familiaridade com o aborto provocado. Para
tanto, realizou-se um estudo correlacional com a aplicação de questionário a 614 estudantes
universitários de ambos os sexos de uma universidade pública da Paraíba. Os resultados
encontrados indicaram que, para a amostra estudada, o aborto provocado é percebido como um
comportamento comum, tanto nas situações normatizadas (permitidas em lei) e não-normatizadas
(aborto ilegal). O aborto normatizado foi percebido como mais justo e menos passível de
punição, enquanto que os participantes perceberam o aborto não-normatizado como menos justo
e mais passível de punição. Quanto ao posicionamento houve uma adesão aos argumentos
contrários á prática do aborto, com exceção dos argumentos que vinculam-se a autonomia e
liberdade individual da mulher para decidir sobre o próprio corpo. A amostra admitiu uma baixa
familiaridade com o fenômeno do abortamento. Na percepção da comunidade do aborto
(normatizado e não-normatizado), as variáveis explicativas foram o posicionamento e a
familiaridade. Já para a percepção da justiça (normatizado e não-normatizado) e a percepção da
punição normatizada, as variáveis explicativas foram o posicionamento e a religiosidade. E para a
percepção da punição não-normatizada, apenas o posicionamento apareceu como variável
explicativa. Observou-se que o essencialismo não aparece como variável explicativa de nenhuma
das percepções. Os resultados encontrados apontam para o fato de que quanto mais familiaridade
com o fenômeno do abortamento maior é atribuição de comunidade, ou seja, há o
reconhecimento da elevada ocorrência de abortos por aqueles que admitem algum tipo de
proximidade com a questão. Faz sentido então reforçar o papel institucional como promotor da
visibilidade do abortamento, para além da perspectiva da moralidade, mas sim da problemática
social que o envolve, enquanto comportamento cotidianamente praticado à revelia dos
julgamentos morais a ele feito.
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A experiência de mulheres e a decisão pelo aborto provocado em uma região do Espírito Santo, BrasilMilanez, Núbia 26 March 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014 / O escopo deste trabalho buscou compreender as percepções de mulheres que passaram pela decisão do aborto provocadona Microrregião de São Mateus (norte do estado do Espírito Santo, Brasil), a partir do percurso e das interações que se
sustentaram nesse processo. Foram realizadas entrevistas com roteiro
semiestruturado com sete mulheres sobre essa experiência no ambiente domiciliar dos sujeitos do presente estudo. Os dados foram colhidos em entrevistas abertas e foram analisados à luz do referencial teórico de autores que discorrem acerca do
tema e também acerca da ciência bioética.O estudo apresenta seis categorias: O aborto na perspectiva da decisão íntima; o aborto como fonte de revelações de sentimentos; o contemplar peremptório da atitude;técnicas empregadas na
intencionalidade e no ato de abortar; sustentando a decisão pelas relações comunitárias; e conteúdos e confidências femininas. A experiência das mulheres foi marcada poruma diversidade de sentimentos, como tristeza, culpa, arrependimento,
desespero e dor emocional, todavia, também, pelo alívio com o fim da gravidez e do
risco de morte. Angústia adicional foi condicionadaa partir da percepção de fatores
contribuintes da decisão, como falta de condições financeiras, falta de apoio da
família ou do parceiro e instabilidade no relacionamento com parceiro. Este estudo
também sinalizou que o caráter cultural e histórico da gestação, no sentido da norma
social, faz-se presente nas mulheres que vivenciam o aborto provocado; demonstrou
que as mulheres do presente estudo encontram-se à margem das políticas públicas
e de saúde; assinalou que os programas de planejamento familiar ou de saúde
reprodutiva deveriam ser estruturados de forma a ajudar também a lidar com
problemas de destituição social, econômica e educacional dessa população
vulnerada, no sentido de que essas mulheres ultrapassem a proteção social básica e
sejam amparadas por serviços de saúde, que constituam espaços equânimes de
escuta, orientação e resolução. / The scope of this study sought to understand the perceptions of women who have
gone through the decision of induced abortion in the micro-region of St. Matthew
(northern Espírito Santo, Brazil) from the path and interactions that are supported in
this process. Semi-structured interviews with seven women on that experience in the
home environment of the subjects of this study were performed. Data were collected
on open interviews and were analyzed based on the theoretical framework of authors
who talk about the subject and also about bioethics science. The study presents six
categories: Abortion in view of the close decision; abortion as a source of revelation
of feelings ; contemplate the peremptory attitude , intention and techniques employed
in the act of abortion, upholding the decision by relations, and content and
confidences female. Women's experience was marked by a variety of feelings such
as sadness, guilt, regret, despair and emotional pain, but also the relief at the end of
pregnancy and the risk of death. Additional distress was affected by perceptions of
contributing factors of the decision, as the lack of financial resources, lack of support
from family or partner and instability in the relationship with partner. This study
indicated that the cultural and historical character of gestation towards the social
norm is present in women who experience abortion; showed that women in this study
are the margin of public policies and health; noted that programs family planning or
reproductive health are also structured to help deal with social, economic,
educational problems removal of this population in the sense that these women
beyond the basic social protection and are supported by health services that are
equitable opportunities to listen, guidance and resolution.
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Aborto provocado e seletivo na interface da saúde e do direitoWiese, Iria Raquel Borges 26 March 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012-03-26 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / Abortion is considered an ethical problem of public health, and this stands just when there are conflicts between moral rights and obligations. So, actors are perceived in different scenes claiming a decision-making power about the life. They are doctors, lawyers, government officials and others. The reasons to investigate the abortion from these professionals are justified by the fact that these are representatives of biopower from an institutional place, whether in the health care of women in situations of abortion or in formulating the complaint and in the judgment and interpretation of the rights. Objectives: to analyze the beliefs of health-care professionals and jurists about the abortion and selective abortion. Method: the sample was composed of 16 health professionals (doctors, nurses and psychologists), as well as by 10 professionals of law (prosecutors and judges). Initially, a type structured interview was conducted with the participants in order to investigating their beliefs about selective abortion and the abortion. Then, they replied to a questionnaire. Quantitative data were analyzed through descriptive statistics (frequency, average, standard deviation). The interviews were operationalized based in categories, processed in a series of steps. Results: the data of questionnaire pointed out a rigid position of the participants regarding the change in criminal legislation on abortion, which are greatly influenced by their religious beliefs. There was a lack of information from professionals about the documentation required for the authorization of the practice of legal abortion and fetal malformation. For interviews, emerged two thematic classes: abortion and selective abortion. The first covered the categories: attitude, legal aspects, bio psychosocial aspects and coping proposals. The second covered the categories attitude and legal aspects. The beliefs contrary to abortion practice focused on heteronomy and sacredness of life. Favorable beliefs, in turn, emerged only among health professionals, anchored in the perspective of reproductive and sexual rights, reducing risks and damage and, finally, on women's autonomy over their own body. Jurists had a stiffer punishment on the positioning of women who practice abortion. The participants suggested the public politics and education, as sexual education, adoption programs, psychological and social assistance and, for the ones who showed favorable beliefs, its decriminalization in order to reduce risk and damage of unsafe abortion for the confrontation of abortion. In General, some beliefs have referred strictly to the group of jurists, because of the peculiarities of this profession. Others, however, seemed not to relate to the professional group itself, but other aspects which may demarcate groups, following the example of beliefs linked to heteronomy of life and, in contrast, reproductive autonomy. Conclusion: the Brazilian society needs to broaden the discussion of abortion. It s necessary to exit of the extremes "against" and "favour" abortion and see that this topic is of a complexity that cannot be summarized by these words, or terminate the legal or ethical point of view, unlike, cover a wide range of considerations, which might be observed throughout this study. / O aborto é considerado um problema ético de saúde pública, e este se sobressai justamente quando existem conflitos entre os direitos e os deveres morais. Nesse sentido, são percebidos vários atores, em cenas diferentes, que reivindicam um poder de decisão sobre a vida, sejam médicos, juristas, governantes e outros providos de poderes Os motivos de se investigar o aborto a partir desses profissionais justificam-se pelo fato destes serem representantes do bio-poder, de um poder de decisão sobre a vida a partir de um lugar institucional, seja na assistência à saúde das mulheres em situações de aborto, seja na formulação da denúncia, no julgamento e interpretação dos direitos. Objetivos: Analisar as crenças dos profissionais de saúde e dos profissionais de direito sobre o aborto provocado e o aborto seletivo. Método: A amostra foi composta por 16 profissionais de saúde (médicos ginecologistas/obstetras, enfermeiros e psicólogos), bem como por 10 profissionais de direito (promotores de justiça e juízes de direito). Inicialmente, foi realizada uma entrevista do tipo semi-estruturada com os participantes da pesquisa com a finalidade de investigar suas crenças sobre o aborto seletivo e o aborto provocado. Em seguida, estes responderam a um questionário auto-aplicável. Os dados quantitativos foram analisados através de estatística descritiva (frequência, média, desvio padrão). As entrevistas foram operacionalizadas com base em categorias determinadas a partir dos sentidos suscitados, processados em uma série de etapas. Resultados: Os dados do questionário apontaram uma posição rígida dos participantes quanto à mudança na legislação penal sobre o aborto, os quais são influenciados sobremaneira por suas crenças religiosas. Observou-se um desconhecimento dos profissionais sobre a documentação necessária para a autorização da prática do aborto legal e em caso de malformação fetal grave. Em relação às entrevistas, emergiram duas classes temáticas: Aborto provocado e aborto seletivo. A primeira abarcou as categorias: atitude, aspectos jurídicos, aspectos biopsicossociais e propostas de enfrentamento. A segunda abrangeu as categorias atitude e aspectos jurídicos. As crenças contrárias à prática do aborto centraram-se na heteronomia e sacralidade da vida. As crenças favoráveis, por sua vez, emergiram apenas dentre os profissionais de saúde, ancorados na perspectiva dos direitos reprodutivos e sexuais, na redução de riscos e danos e, por fim, na autonomia da mulher sobre seu próprio corpo. Os profissionais de direito apresentaram um posicionamento mais rígido quanto à punição das mulheres que praticam aborto. No tocante às propostas de enfrentamento a essa prática, os profissionais afirmaram a necessidade de políticas públicas e de educação, contemplando a educação sexual, os programas de adoção, a assistência social e psicológica e, para os que apresentaram crenças favoráveis, a sua descriminalização a fim de reduzir riscos e danos do aborto inseguro. No geral, algumas crenças referiram-se estritamente ao grupo de profissionais de direito, devido às especificidades desta profissão. Outras, no entanto, pareceram não se relacionar ao grupo profissional em si, mas a outros aspectos que também podem demarcar grupos, a exemplo de crenças vinculadas à concepção de heteronomia da vida e, contrariamente, de autonomia reprodutiva. Considerações finais: A sociedade brasileira precisa ampliar a discussão sobre o aborto. É necessário sair dos extremos contra e a favor do aborto e enxergar que essa temática é de uma complexidade que não pode ser resumida por essas palavras, nem se encerram no ponto de vista jurídico ou deontológico, ao contrário, abrangem um leque variado de considerações, as quais puderam ser observadas ao longo deste trabalho.
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Violência por parceiro íntimo e aborto provocado entre mulheres cadastradas na ESF em área urbana do Nordeste do BrasilCAVALCANTE, Carla Menezes 30 August 2013 (has links)
Submitted by Fernanda Rodrigues de Lima (fernanda.rlima@ufpe.br) on 2018-08-31T21:53:01Z
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Previous issue date: 2013-08-30 / Um crescente interesse sobre o aborto provocado vem sendo observado no âmbito da saúde pública mundial, no entanto, no Brasil, poucos estudos foram realizados sobre a sua relação com a Violência pelo Parceiro Íntimo (VPI). O presente trabalho teve como objetivo estudar essa relação, assim como outros fatores associados à prática do aborto. Este estudo, de corte transversal com base populacional, foi realizado na linha de base de estudo de coorte sobre violência na gravidez. Foram entrevistadas 738 mulheres, com idades de 18 a 49 anos, independentemente de coabitação com o parceiro e que estavam cadastradas no Programa Saúde da Família, do Distrito Sanitário II, do Recife. Os fatores associados ao aborto provocado foram analisados através da regressão logística múltipla não condicional. A prevalência de aborto provocado encontrada foi de 13,4% e 34,3% das mulheres declaram ter sofrido alguma forma de VPI. No modelo final a associação entre VPI e aborto provocado manteve-se (OR: 1,70; IC 95%: 1,01-2,89), mesmo quando ajustada pelas variáveis identificadas como confundidoras - número de gravidezes não pretendidas, número de gravidezes anteriores e paridade. Os resultados do presente trabalho evidenciaram que a VPI é um fator importante na decisão da mulher em abortar. Assim, apontam para a necessidade em se abordar a VPI nos programas de planejamento reprodutivo e reiteram a importância do envolvimento de vários setores (saúde, educação, assistência social e segurança pública) na prevenção e resolução dos casos de violência. Os resultados apontam para a importância de discutir reformulação da política de aborto no país e de fortalecer políticas que coibam a VPI. / A growing interest in the abortion has been observed in the field of public health, however, in Brazil, few studies have been conducted on its relationship to intimate partner violence (IPV). The present work aimed to study this relationship, as well as other factors associated with abortion. This cross-sectional study was population-based and conducted in the baseline cohort study on violence in pregnancy. We interviewed 738 women, aged 18-49 years, regardless of cohabitation with the partner and who were enrolled in the Family Health Program, Health District II, Recife. Factors associated with induced abortion were analyzed by unconditional logistic regression. The prevalence of abortion was found to be 13.4% and 34.3% of women say they have suffered some out of VPI. In the final model the association between IPV and abortion remained (OR: 1.70, 95% CI: 1.01 to 2.89), even when adjusted for confounding variables identified as - number of unintended pregnancies, number of previous pregnancies and parity. The results of this study indicated that IPV is an important factor in woman's decision about abortion. Thus, point to the need for addressing IPV programs in reproductive planning and reiterate the importance of the involvement of various sectors (health, education, social welfare and public safety) in the prevention and resolution of cases of violence. The results point to the importance of discussing recasting of abortion politics in the country and to strengthen policies that restrain the VPI.
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Aborto provocado: vivência e significado. Um estudo fundamentado na fenomenologia / Induced abortion: experience and meaning. A study based on phenomenologyBorsari, Cristina Mendes Gigliotti 04 April 2012 (has links)
Introdução: O aborto é assunto bastante polêmico e ainda muito estigmatizado pela sociedade brasileira. Seja aborto espontâneo ou provocado, apresenta repercussões emocionais ambivalentes para as mulheres que o vivenciam. Este estudo trata do tema aborto em um contexto plural e multifacetado, com o objetivo de identificar e analisar a vivência e o significado do aborto provocado enquanto fenômeno existencial concreto na vida da mulher, e comparar com mulheres que tiveram o aborto espontâneo. Método: Trata-se de estudo quali-quantitativo em que foram entrevistadas mulheres com diagnóstico de aborto atendidas em dois hospitais públicos da cidade de São Paulo no período de julho de 2008 a março de 2010. Para fins de análise qualitativa foram incluídas as 11 mulheres que provocaram aborto e para análise quantitativa, foi realizado estudo caso controle comparando-se com 22 que sofreram aborto espontâneo. As 11 mulheres que provocaram aborto foram entrevistadas em profundidade e os dados analisados qualitativamente com embasamento teórico Fenomenológico-Existencial. Resultados: As mulheres do grupo com aborto provocado, em relação ao grupo com aborto espontâneo, apresentaram menor escolaridade sendo mais freqüente o nível fundamental (82% vs. 36%, P=0,04); menor renda familiar (mediana, R$1000 vs. R$1400, P=0,04); menor renda pessoal (mediana, R$200 vs. R$333, P=0,04), maior frequência de sentimentos negativos na suspeita (82% vs. 22%, P=0,004) e na confirmação (72% vs. 22%, P=0,03) da gravidez. Na análise qualitativa fenomenológica, foram revelados nos discursos das mulheres cinco temáticas: percepção do conflito, a culpa como recurso de enfrentamento, identidade parental, relações afetivas fragilizadas e significado do aborto provocado (desamparo, sofrimento e dor). Um tema único e maior prevaleceu no discurso de todas as mulheres que provocaram o aborto as relaçoes afetivas fragilizadas e a culpa, entendendo-se este tema como a essência da vivência das mulheres que provocaram o aborto. Conclusão: Este estudo permitiu lançar um novo olhar, um recorte da vivência de mulheres menos favorecidas que se utilizaram de serviços públicos de saúde em momento de sofrimento diante da experiência do aborto provocado, e os sentimentos de relacionamentos fragilizados associados à culpa ressaltam como significados da vivência dessas mulheres / Introduction: The abortion subject is very controversial and still much stigmatized by the Brazilian society. Is miscarriage or induced abortion, shows ambivalent has emotional repercussions for women who experience. This study addresses the abortion issue in a plural and multifaceted context, aiming to identify and analyze the experience and meaning of abortion as the concrete existential phenomenon in women\'s lives, and to compare with women who had spontaneous abortion. Method: This is a qualitative and quantitative study based upon interviews with women diagnosed as abortion treated at two hospitals in São Paulo in the period July 2008 to March 2010. For purposes of qualitative analysis were included the 11 women who had an abortion and for quantitative analysis was conducted case-control study compared yourself to 22 who suffered miscarriage. The 11 women who had induced abortion were interviewed in depth and analyzed qualitatively with theoretical background Existential-Phenomenological. Results: The women in group with induced abortion in compared to those with spontaneous abortion, had less education and are more frequent in primary level (82% vs. 36%, P=0,04); lower family income (median $580 vs. $812, P = 0.04), lower personal income (median, $115 vs. $193, P = 0.04), higher frequency of negative feelings in the suspicion (82% vs. 22%, P = 0.004) and confirmation (72% vs. 22%, P = 0.03) of pregnancy. In phenomenological qualitative analysis, were revealed in the discourses of women at five themes: the perception of conflict, guilt as a means of coping, parental identity, vulnerable emotional relationships and meaning of abortion (abandonment, pain and suffering). The single theme and more prevalent in discourse of all women who had an induced abortion - the guilt and vulnerable affective relationships, understanding of this as the essence of the experience of women who had an induced abortion. Conclusion: This study has generated a new look, a clipping of the experience of disadvantaged women who used public health services in moment of suffering in the face of experience of abortion, and feelings of guilt associated with vulnerable relationships stand out as meanings of experiences of these women
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Desesperança e depressão em mulheres com diagnóstico de abortamento / Hopelessness and depression in women with abortion diagnosisBordini, Débora Cristina Nozzella 31 January 2018 (has links)
Introdução: A desesperança encontra-se amplamente associada com depressão maior e risco de suicídio. O suicídio, por sua vez, é um problema de saúde pública que está associado a uma diversidade de fatores e contextos econômicos, sociais e emocionais. No Brasil, a ocorrência de suicídio parece se relacionar diretamente com situações de perda, frustrações e sofrimento emocional, como a situação de abortamento na vida da mulher. Objetivos: este estudo tem como objetivos identificar desesperança em mulheres que viveram/provocaram abortamento; avaliar depressão maior; verificar a associação entre ocorrência de abortamento espontâneo ou provocado e depressão e desesperança. Método: este estudo foi composto por duas fases. Na primeira fase, foi verificado o prontuário de 162 mulheres que tiveram diagnóstico de abortamento e participaram do projeto anterior \"Culpa, ansiedade e depressão na vivência do abortamento provocado\", sendo que, destas 144 tinham vivido abortamento espontâneo e 18, abortamentos provocados. Nessa fase foram analisadas entrevista semidirigida; Primary Care Evaluation of Mental Disorders (PRIME-MD) e Escala de Desesperança de Beck (BHS). Após uma média de tempo de 95,75 meses da ocorrência do abortamento, foi realizado contato telefônico com as 162 mulheres, visando convidá-las a participar da segunda fase; 12 mulheres aceitaram retornar. Foram aplicados os seguintes instrumentos: entrevista semidirigida, o PRIME-MD e BHS. Foi realizada análise quantitativa e qualitativa dos dados, os quais foram analisados pela técnica de análise temática e posteriormente foi utilizado o programa IBM SPSS Statistics Standard Edition. O nível de significância utilizado foi p < 0,05. Também foi realizada analise qualitativa dos discursos das mulheres que compareceram na segunda fase deste estudo. Resultados: constatou-se que 14,6%(n=21) das mulheres que sofreram abortamento espontâneo apresentaram alto nível de desesperança (índice <= 9) e 30,6%(n=44) apresentaram diagnóstico de depressão maior. Desta forma, foi observada associação significativa entre alto nível de desesperança e diagnóstico depressivo em mulheres com abortamento espontâneo (p=0,03). Entre as mulheres que relataram abortamento provocado, contatou-se que 27,8% (n=5) apresentaram altos índices de desesperança e 55,6%(n=10) foram diagnosticadas com depressão maior. Ao associar as duas variáveis, não foi encontrada significância estatística (p=0,9). Os resultados da segunda fase revelaram que 2 mulheres encontravam- se com alta desesperança, sendo que uma referiu abortamento espontâneo e a outra, provocado, ambas também tinham diagnóstico de depressão maior. Conclusão: foi constatado alto nível de sofrimento emocional e de desesperança associado com a situação do abortamento independente de sua natureza, se espontânea ou provocada. Foi observada associação estatística significativa entre depressão e desesperança entre as mulheres que vivenciaram abortamento espontâneo. Nas avaliações da segunda fase, constatou-se que o sofrimento de algumas mulheres permanecia atual, independente do tempo decorrido ou do tipo do abortamento / Introduction: Hopelessness is widely associated with Major Depression and suicide risk. The suicide, on the other hand, is a public health problem that may be associated with economic, social and emotional factors. In Brazil, the ocurrence of suicide seems to be directly related to situations involving loss, frustrations and emotional distress, such as the abortion situation in woman\'s life. Objectives: This study aims to identify hopelessness in women who have received abortions or miscarriage diagnosis; to evaluate major depression; to verify the association between miscarriage, abortion; depression and hopelessness. Method: This study was composed of two phases. In the first phase, it was verified the medical records of 162 women who had a diagnosis of abortion and participated in the previous Project \"Guilt, anxiety and depression in the experience of induced abortion\". Of these, 144 had a miscarriage and 18 had a induced abortion. For this phase, a semidiriged interwiew; Primary Care Evaluation of Mental Disorders (PRIME-MD) and Beck`s Hopelessness Scale (BHS) was analyzed. In the second phase, after an average time of 95,75 months from the abortion, a telephone call was made to the 162 women in order to invite them to participate at this time; twelve women agreed to return to the second phase of this study. The following instruments were applied: semi-directed interwiew, PRIME-MS and BHS. Quantitative and qualitative analysis was performed. The data were analyzed by the thematic analysis technique and later using the IBM SPSS Statistics Standard Edition. The significance level was p < 0,05. A qualitative analysis of the discourses of the women who attended the second phase was also performed. Results: It was found that 14,6% (n=21) of the women who suffered miscarriage had a high level of hopelessness (índex <= 9) and 30,6% (n=44) presented a diagnosis of major depression. Statistical significance was observed between high level of hopelessness and depressive diagnosis in women with miscarriage (p=0,03). Among women reporting induced abortion, 27,8% (n=5) had high rates of hopelessness and 55,6% (n=10) were diagnosed with major depression. When the two variables were associated, no statistical significance was found (p=0,9). The results of the second phase revealed that 2 women presented a high level of hopelessness, 1 that reported miscarriage and 1 that reported induced abortion. Both had a diagnosis of Major Depression. Conclusion: It was observed a high level of emotional distress associated with the abortion experience regardless of its natures, whether spontaneous or induced. There were There were high rates of hopelessness among women who experienced abortion, whether spontaneous or induced; and a statistically significant association was found between depression and hopelessness among women who experienced spontaneous abortion. In the evaluations of the second phase it was found that the suffering of some women remained current, regardless of the time elapsed or the type of abortion
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Desesperança e depressão em mulheres com diagnóstico de abortamento / Hopelessness and depression in women with abortion diagnosisDébora Cristina Nozzella Bordini 31 January 2018 (has links)
Introdução: A desesperança encontra-se amplamente associada com depressão maior e risco de suicídio. O suicídio, por sua vez, é um problema de saúde pública que está associado a uma diversidade de fatores e contextos econômicos, sociais e emocionais. No Brasil, a ocorrência de suicídio parece se relacionar diretamente com situações de perda, frustrações e sofrimento emocional, como a situação de abortamento na vida da mulher. Objetivos: este estudo tem como objetivos identificar desesperança em mulheres que viveram/provocaram abortamento; avaliar depressão maior; verificar a associação entre ocorrência de abortamento espontâneo ou provocado e depressão e desesperança. Método: este estudo foi composto por duas fases. Na primeira fase, foi verificado o prontuário de 162 mulheres que tiveram diagnóstico de abortamento e participaram do projeto anterior \"Culpa, ansiedade e depressão na vivência do abortamento provocado\", sendo que, destas 144 tinham vivido abortamento espontâneo e 18, abortamentos provocados. Nessa fase foram analisadas entrevista semidirigida; Primary Care Evaluation of Mental Disorders (PRIME-MD) e Escala de Desesperança de Beck (BHS). Após uma média de tempo de 95,75 meses da ocorrência do abortamento, foi realizado contato telefônico com as 162 mulheres, visando convidá-las a participar da segunda fase; 12 mulheres aceitaram retornar. Foram aplicados os seguintes instrumentos: entrevista semidirigida, o PRIME-MD e BHS. Foi realizada análise quantitativa e qualitativa dos dados, os quais foram analisados pela técnica de análise temática e posteriormente foi utilizado o programa IBM SPSS Statistics Standard Edition. O nível de significância utilizado foi p < 0,05. Também foi realizada analise qualitativa dos discursos das mulheres que compareceram na segunda fase deste estudo. Resultados: constatou-se que 14,6%(n=21) das mulheres que sofreram abortamento espontâneo apresentaram alto nível de desesperança (índice <= 9) e 30,6%(n=44) apresentaram diagnóstico de depressão maior. Desta forma, foi observada associação significativa entre alto nível de desesperança e diagnóstico depressivo em mulheres com abortamento espontâneo (p=0,03). Entre as mulheres que relataram abortamento provocado, contatou-se que 27,8% (n=5) apresentaram altos índices de desesperança e 55,6%(n=10) foram diagnosticadas com depressão maior. Ao associar as duas variáveis, não foi encontrada significância estatística (p=0,9). Os resultados da segunda fase revelaram que 2 mulheres encontravam- se com alta desesperança, sendo que uma referiu abortamento espontâneo e a outra, provocado, ambas também tinham diagnóstico de depressão maior. Conclusão: foi constatado alto nível de sofrimento emocional e de desesperança associado com a situação do abortamento independente de sua natureza, se espontânea ou provocada. Foi observada associação estatística significativa entre depressão e desesperança entre as mulheres que vivenciaram abortamento espontâneo. Nas avaliações da segunda fase, constatou-se que o sofrimento de algumas mulheres permanecia atual, independente do tempo decorrido ou do tipo do abortamento / Introduction: Hopelessness is widely associated with Major Depression and suicide risk. The suicide, on the other hand, is a public health problem that may be associated with economic, social and emotional factors. In Brazil, the ocurrence of suicide seems to be directly related to situations involving loss, frustrations and emotional distress, such as the abortion situation in woman\'s life. Objectives: This study aims to identify hopelessness in women who have received abortions or miscarriage diagnosis; to evaluate major depression; to verify the association between miscarriage, abortion; depression and hopelessness. Method: This study was composed of two phases. In the first phase, it was verified the medical records of 162 women who had a diagnosis of abortion and participated in the previous Project \"Guilt, anxiety and depression in the experience of induced abortion\". Of these, 144 had a miscarriage and 18 had a induced abortion. For this phase, a semidiriged interwiew; Primary Care Evaluation of Mental Disorders (PRIME-MD) and Beck`s Hopelessness Scale (BHS) was analyzed. In the second phase, after an average time of 95,75 months from the abortion, a telephone call was made to the 162 women in order to invite them to participate at this time; twelve women agreed to return to the second phase of this study. The following instruments were applied: semi-directed interwiew, PRIME-MS and BHS. Quantitative and qualitative analysis was performed. The data were analyzed by the thematic analysis technique and later using the IBM SPSS Statistics Standard Edition. The significance level was p < 0,05. A qualitative analysis of the discourses of the women who attended the second phase was also performed. Results: It was found that 14,6% (n=21) of the women who suffered miscarriage had a high level of hopelessness (índex <= 9) and 30,6% (n=44) presented a diagnosis of major depression. Statistical significance was observed between high level of hopelessness and depressive diagnosis in women with miscarriage (p=0,03). Among women reporting induced abortion, 27,8% (n=5) had high rates of hopelessness and 55,6% (n=10) were diagnosed with major depression. When the two variables were associated, no statistical significance was found (p=0,9). The results of the second phase revealed that 2 women presented a high level of hopelessness, 1 that reported miscarriage and 1 that reported induced abortion. Both had a diagnosis of Major Depression. Conclusion: It was observed a high level of emotional distress associated with the abortion experience regardless of its natures, whether spontaneous or induced. There were There were high rates of hopelessness among women who experienced abortion, whether spontaneous or induced; and a statistically significant association was found between depression and hopelessness among women who experienced spontaneous abortion. In the evaluations of the second phase it was found that the suffering of some women remained current, regardless of the time elapsed or the type of abortion
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