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[pt] QUEM PODE REPRESENTAR A CONDIÇÃO HUMANA?: IMAGENS, MITOS E HIERARQUIAS NA CULTURA BRASILEIRA / [en] WHO CAN REPRESENT THE HUMAN CONDITION?: IMAGES, MYTHS, AND HIERARCHIES IN BRAZILIAN CULTURE

CAMILA LIMA DE OLIVEIRA 25 October 2024 (has links)
[pt] Quem pode representar a condição humana? Imagens, mitos e hierarquias na cultura brasileira é um estudo que apresenta a ideia de que diversos arquétipos herdados através da cultura nacional, pautados em hierarquizações que têm como base o conceito de raça (enquanto constructo social), inferiorizam pessoas negras e as destitui de sua humanidade. Tal fato produz consequências que vão desde entraves para a realização plena da cidadania e da democracia até a radical impossibilidade de existir. Caminhos de valorização da memória, da história, da literatura, da arte e das contranarrativas negras são propostos como forma de restituição e subversão de um longo processo de desumanização, exclusão e violência. / [en] Who can represent the human condition? Images, myths, and hierarchies in Brazilian culture is a study that presents the idea that several archetypes inherited through the national culture, based on hierarchizations determined by the concept of race (as a social construct), depreciate Black people, and deprive them of their humanity. This fact produces consequences ranging from obstacles to the full realization of citizenship and democracy to the radical impossibility of existing. Paths for valuing Black memory, history, literature, art, and counter-narratives are proposed as a way of restitution and subversion of a long process of dehumanization, exclusion, and violence.
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Os caminhos literários de Carolina Maria de Jesus: experiência marginal e construção estética / Literary paths of Carolina Maria de Jesus: marginal experience and aesthetic construction

Miranda, Fernanda Rodrigues de 20 September 2013 (has links)
Análise da obra da escritora Carolina Maria de Jesus (1914-1977), em particular dos livros Quarto de despejo diário de uma favelada (1960); Casa de Alvenaria diário de uma exfavelada (1961); Pedaços da fome (1963) e Diário de Bitita (1986). Investigamos aspectos da edição do primeiro livro publicado, analisando a intervenção do editor na construção do estereótipo da escritora favelada e o impacto que isso representou na trajetória discursiva da autora. Nosso objetivo foi analisar a internalização da experiência histórica da margem ao campo da dicção da obra literária, superando a introdução da temática, quase inédita na produção literária brasileira, da favela e da sobrevivência urbana marginal. A obra caroliniana, muitas vezes reduzida a mero documento de interesse sociológico, se realiza com contornos estéticos próprios a escrita é parte fundante de sua constituição subjetiva, pois a autora estetiza a si, cria para si identidade e alteridade, constrói sua subjetividade através da palavra escrita, tornando-se autora, narradora e personagem de si mesma. / Analysis of the work of writer Carolina Maria de Jesus (1914-1977), in particular the books Quarto de despejo diário de uma favelada (1960); Casa de Alvenaria diário de uma exfavelada (1961); Pedaços da fome (1963) e Diário de Bitita (1986). We investigate aspects of the edition of the first book published, analyzing editor intervention in the construction of the stereotype of \"writer slum\" and the impact this discourse represented in the trajectory of the author. Our aim was to analyze the internalization of the historical experience of the margin to the field of the literary diction, surpassing the introduction of the theme, almost unprecedented in Brazilian literary production, the slum and marginal urban survival. The work of Carolina Maria de Jesus often reduced to mere document of sociological interest, is done with own aesthetic contours - writing is a fundamental part of its subjective constitution, aestheticized as the author himself, creates for itself identity and otherness, constructs his subjectivity through written word, becoming author, narrator and character herself.
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Os caminhos literários de Carolina Maria de Jesus: experiência marginal e construção estética / Literary paths of Carolina Maria de Jesus: marginal experience and aesthetic construction

Fernanda Rodrigues de Miranda 20 September 2013 (has links)
Análise da obra da escritora Carolina Maria de Jesus (1914-1977), em particular dos livros Quarto de despejo diário de uma favelada (1960); Casa de Alvenaria diário de uma exfavelada (1961); Pedaços da fome (1963) e Diário de Bitita (1986). Investigamos aspectos da edição do primeiro livro publicado, analisando a intervenção do editor na construção do estereótipo da escritora favelada e o impacto que isso representou na trajetória discursiva da autora. Nosso objetivo foi analisar a internalização da experiência histórica da margem ao campo da dicção da obra literária, superando a introdução da temática, quase inédita na produção literária brasileira, da favela e da sobrevivência urbana marginal. A obra caroliniana, muitas vezes reduzida a mero documento de interesse sociológico, se realiza com contornos estéticos próprios a escrita é parte fundante de sua constituição subjetiva, pois a autora estetiza a si, cria para si identidade e alteridade, constrói sua subjetividade através da palavra escrita, tornando-se autora, narradora e personagem de si mesma. / Analysis of the work of writer Carolina Maria de Jesus (1914-1977), in particular the books Quarto de despejo diário de uma favelada (1960); Casa de Alvenaria diário de uma exfavelada (1961); Pedaços da fome (1963) e Diário de Bitita (1986). We investigate aspects of the edition of the first book published, analyzing editor intervention in the construction of the stereotype of \"writer slum\" and the impact this discourse represented in the trajectory of the author. Our aim was to analyze the internalization of the historical experience of the margin to the field of the literary diction, surpassing the introduction of the theme, almost unprecedented in Brazilian literary production, the slum and marginal urban survival. The work of Carolina Maria de Jesus often reduced to mere document of sociological interest, is done with own aesthetic contours - writing is a fundamental part of its subjective constitution, aestheticized as the author himself, creates for itself identity and otherness, constructs his subjectivity through written word, becoming author, narrator and character herself.
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De Quarto de despejo a Le dépotoir, o processo de refração na reescrita do diário de Carolina Maria de Jesus / From Quarto de Despejo to Le Dépotoir, the refraction process on Carolina Maria de Jesuss diarys rewriting

Oliveira, Érica Cristina de 26 October 2012 (has links)
Quarto de Despejo, diário escrito por Carolina Maria de Jesus, foi lido e discutido em treze idiomas, dentre eles o francês. A história da mulher negra e semianalfabeta que viveu na favela do Canindé, em São Paulo, foi divulgada pela primeira vez na França em 1962 sob o título de Le Dépotoir. Publicado no Brasil em 1960, após revisão do jornalista Audálio Dantas, Quarto de Despejo, tal qual os leitores o conheceram, em muito se difere dos manuscritos da autora. Apesar de sua pouca alfabetização dois anos de escola Carolina, graças ao gosto pela leitura cultivado desde a infância, deu vida a uma obra cujas páginas revelam uma linguagem singular: aos seus erros de ortografia e sintaxe, a escritora alia um vocabulário rebuscado. Na transposição dos manuscritos ao livro publicado, Dantas substituiu quase todos os termos cultos da autora por correspondentes coloquiais no intuito de reforçar o estereótipo da favelada que escreve. Ou seja, no trabalho de edição do Quarto houve a atuação de uma ideologia que buscou influenciar o modo como o público veria Carolina e leria seu diário. Andre Lefevere, em Mother courages cucumbers : text, system and refraction in a theory of literature (1982), explica que a refração é a adaptação de uma obra literária para um público diferente, com a intenção de influenciar a forma como o público lerá a obra. Nesse sentido, a tradução é indicada pelo autor como um tipo de refração. Partindo do pressuposto de que o livro publicado no Brasil constituiu uma refração do verdadeiro texto de Carolina, e de que, segundo Lefevere, o processo de refração se manifesta na tradução, as publicações do diário caroliniano em diferentes idiomas difundiram pelo mundo uma imagem ainda mais refratada da autora e de seus escritos. Nosso objetivo é, pois, analisar o texto de Le Dépotoir a partir da noção lefeveriana de refração, a fim de mostrarmos como a imagem de Carolina e de sua vida no Canindé foram refratadas no original e, consequentemente, no diário traduzido. / Quarto de Despejo, diary written by Carolina Maria de Jesus, has been read and discussed within thirteen languages, French among them. The history of a semi-illiterate black woman who lived in the slums of Canindé, in São Paulo, was divulged for the first time in France in 1962 and entitled Le Dépotoir. Published in Brazil in 1960, after being revised by the journalist Audálio Dantas, Quarto de Despejo, just as its readers recognise it, mostly differs from the authors writings. Despite her low-rated literacy two years in school Carolina, inspired by a taste for reading since her childhood, brought life up to a piece of work in which pages unveil singular language: the writer allies laboured vocabulary to spelling and syntax mistakes. On the transposition of her writings to the publishing, Dantas substituted almost every formal terms used by the author for informal terms with a view to reinforcing the slum writing stereotype. In other words, there has been an ideological act on the edition of Quarto so as to influence the way the public would see Carolina and would read her diary. Andre Lefevere, in Mother courages cucumbers: text, system and refraction in a theory of literature (1982), explains that refraction is the adaptation of a certain literary work to a different public, so as to influence the way this public will read the book. According to that, the translation is suggested by the author as a kind of refraction. Having as an idea that the book published in Brazil is considered a refraction of Carolinas real text, and, according to Lefevere, that the refraction process is manifested in the translation, Carolinas diary publications in different languages disseminated throughout the world an even refracted image of the author and her writings. We aim to analyse the text in Le Dépotoir based on Lefeveres notions of refraction with a view to showing how Carolinas image and her life in Canindé have been refracted into the original text and consequently into the translated diary.
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TONI MORRISON E CAROLINA MARIA DE JESUS: DOIS TIMBRES MARCANTES DA VOZ AUTORAL FEMININA

Nascimento, Cleideni Alves do 28 February 2012 (has links)
Made available in DSpace on 2017-07-21T14:53:59Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Cleideni Alves Nascimento.pdf: 1376081 bytes, checksum: 12bfe23b9d76fb29cf19a42689ba4fb7 (MD5) Previous issue date: 2012-02-28 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This research aims to reflect on the relation between reading and writing and how the contact with engaged literature (SARTRE, 1989) has the power of changing a person’s identity, giving him/her an own voice. This voice would allow him to think and speak about himself, providing the person autonomy as subject. Nevertheless, this research emphasis is limited to the analysis of the authorial voice, the writer’s voice (ALVAREZ, 2006). On this purpose, the voices of two great writers of the 20th century were chosen - the North American Toni Morrison and the Brazilian Carolina Maria de Jesus. They overcame the adversities of their respective social contexts and got notability through their writing. As in a circular movement, it is noticed that reading and writing are not separable (BARTHES, 1970) and by analyzing the relation both writers have with reading, it is expected to show they developed their voices while writers, exactly because they were readers. For analyzing their authorial voices, their first books were chosen: the novel The Bluest Eye (2003) by Morrison and the diary “Quarto de Despejo”(2007) by Carolina Maria de Jesus. It is believed that even in the most contrary situations and in groups socially discriminated, literature can act a humanizing role (CÂNDIDO, 2004; PETIT, 2009; TODOROV, 2010) and make those people conscious about themselves and about the world around them, helping them live better. Literature would have done that for the researched writers. As the conclusion, it is noticed that Morrison’s and Jesus’s authorial voices stand out by their authenticity and engagement with social matters, but also by the work of aesthetical elaboration. Their writings would act on the reader on the same way other writers’ work acted on them. / Esta pesquisa de dissertação busca refletir sobre a relação leitura e escrita e de como o contato com a literatura engajada (SARTRE, 1989) com as questões sociais tem o potencial de modificar identitariamente um indivíduo, dando a ele uma voz própria. Essa voz permitiria que ele pensasse e falasse por si, conferindo ao indivíduo autonomia enquanto sujeito. No entanto, a ênfase deste trabalho se limita à análise da voz autoral, a voz do escritor (ALVAREZ, 2006). Com esse intuito, foram escolhidas as vozes de duas grandes escritoras do século XX - a norte-americana Toni Morrison e a brasileira Carolina Maria de Jesus. Elas superam as adversidades dos seus respectivos contextos sociais e se destacam através da sua escrita. Percebe-se que como em um movimento tautológico, a escrita não se separa da leitura (BARTHES, 1970) e ao analisar a relação das duas escritoras com a leitura, busca-se mostrar que elas desenvolveram suas vozes como escritoras, justamente por serem leitoras. Para analisar suas vozes autorais foram escolhidos seus primeiros trabalhos: o romance O Olho Mais Azul (2003) de Toni Morrison e o diário Quarto de Despejo (2007) de Carolina Maria de Jesus. Acredita-se que mesmo nas situações mais adversas e em grupos marginalizados socialmente, a literatura pode exercer um papel humanizador (CÂNDIDO, 2004; PETIT, 2009; TODOROV, 2010) e dar a essas pessoas uma consciência de si mesmas e do mundo ao seu redor, ajudando-as a viver melhor. A literatura teria feito isso pelas escritoras pesquisadas. Conclui-se que as vozes autorais de Morrison e Jesus se destacam pela sua autenticidade e engajamento com as questões sociais. Mas também se destacam pelo seu trabalho de elaboração estética. Suas obras atuariam sobre o leitor da mesma forma que os trabalhos de outros escritores atuaram sobre elas.
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Análise de marcadores culturais em quarto de despejo e casa de alvenaria e as respectivas traduções, à luz dos estudos da tradução baseados em corpus / Analysis of cultural marks in child of the dark and i m going to a little house, based on translation studies in corpus

Capelett, Patrícia Cristina 01 March 2016 (has links)
Made available in DSpace on 2017-07-10T18:55:57Z (GMT). No. of bitstreams: 1 CAPELETT_Patrcia Cristina.pdf: 1425464 bytes, checksum: 5bb2f15d726cc45a3bdb727a4d30fe12 (MD5) Previous issue date: 2016-03-01 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / In this study, we investigated the translation of cultural markers present in two works written by Carolina Maria de Jesus: Quarto de Despejo: diário de uma favela, translated by David St. Clair as Child of the Dark; and the other, Casa de Alvenaria: diário de uma ex-favelada, by Robert M. Levine and Arrington Jr. as I m going to a little house: the second diary of Carolina Maria de Jesus. We investigated features of explicitation and simplification found in the respective translated texts. We also analyzed how the vocabularies that represent Brazilian cultural aspects were translated in the respective target texts. For it, we adopted Camargo s interdisciplinary proposal (2005, 2007), based on Corpus-Based Translation Studies (Baker, 1993, 1995, 1996); Corpus Linguistics (Berber Sardinha, 2004, 2009), studies on cultural domains (Nida, 1945; Aubert, 1981), and on translation modalities (Aubert, 1998). For data generation we used the linguistic program WordSmith Tools, version 6.0, which enable us to analyse data in a more dynamic way. The results obtained suggest that David St. Clair s output shows patterns more likely to be consciously reproduced on the basis of the source text. On the other hand, Robert M. Levine and Arrington Jr seem to be closer to the normal patterning of translated English, because they used more strategies to adapt both language/cultural complexes. / No presente trabalho, investigamos a tradução de marcadores culturais (MCs) presentes em duas obras da escritora Carolina Maria de Jesus: Quarto de Despejo: diário de uma favela, traduzida por David St. Clair como Child of the Dark; e a outra, Casa de Alvenaria: diário de uma ex-favelada, traduzida por Robert M. Levine e Arrington Jr. com o título de I m going to a little house: the second diary of Carolina Maria de Jesus. Investigamos, nos respectivos textos traduzidos, aspectos referentes à tendência de explicitação e simplificação. Além disso, também examinamos como os vocábulos que representam aspectos culturais do contexto da obra brasileira foram traduzidos nos respectivos textos de chegada. Para isso, adotamos a proposta interdiscilplinar por Camargo (2005, 2007) com bases nos Estudos da Tradução Baseados em Corpus (Baker, 1993, 1995, 1996), na Linguística de Corpus (Berber Sardinha, 2004, 2009), nos trabalhos sobre domínios culturais de Nida (1945) e de Aubert (1998), e nos estudos sobre modalidades tradutórias de Aubert (1998). Para a geração de dados, utilizamos como auxílio na pesquisa o programa WordSmith Tools, versão 6.0, o qual permite análises de forma mais dinâmica. Os resultados obtidos revelam que David St. Clair está mais voltado para o texto de partida buscando uma maior aproximação entre o leitor de língua inglesa e a mensagem do original. Já Robert M. Levine e Arrington Jr procuram deixar o texto mais próximo à cultura do leitor de chegada, tendo em vista que utilizam mais recursos que buscam adaptar os dois complexos cultura/língua.
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De Quarto de despejo a Le dépotoir, o processo de refração na reescrita do diário de Carolina Maria de Jesus / From Quarto de Despejo to Le Dépotoir, the refraction process on Carolina Maria de Jesuss diarys rewriting

Érica Cristina de Oliveira 26 October 2012 (has links)
Quarto de Despejo, diário escrito por Carolina Maria de Jesus, foi lido e discutido em treze idiomas, dentre eles o francês. A história da mulher negra e semianalfabeta que viveu na favela do Canindé, em São Paulo, foi divulgada pela primeira vez na França em 1962 sob o título de Le Dépotoir. Publicado no Brasil em 1960, após revisão do jornalista Audálio Dantas, Quarto de Despejo, tal qual os leitores o conheceram, em muito se difere dos manuscritos da autora. Apesar de sua pouca alfabetização dois anos de escola Carolina, graças ao gosto pela leitura cultivado desde a infância, deu vida a uma obra cujas páginas revelam uma linguagem singular: aos seus erros de ortografia e sintaxe, a escritora alia um vocabulário rebuscado. Na transposição dos manuscritos ao livro publicado, Dantas substituiu quase todos os termos cultos da autora por correspondentes coloquiais no intuito de reforçar o estereótipo da favelada que escreve. Ou seja, no trabalho de edição do Quarto houve a atuação de uma ideologia que buscou influenciar o modo como o público veria Carolina e leria seu diário. Andre Lefevere, em Mother courages cucumbers : text, system and refraction in a theory of literature (1982), explica que a refração é a adaptação de uma obra literária para um público diferente, com a intenção de influenciar a forma como o público lerá a obra. Nesse sentido, a tradução é indicada pelo autor como um tipo de refração. Partindo do pressuposto de que o livro publicado no Brasil constituiu uma refração do verdadeiro texto de Carolina, e de que, segundo Lefevere, o processo de refração se manifesta na tradução, as publicações do diário caroliniano em diferentes idiomas difundiram pelo mundo uma imagem ainda mais refratada da autora e de seus escritos. Nosso objetivo é, pois, analisar o texto de Le Dépotoir a partir da noção lefeveriana de refração, a fim de mostrarmos como a imagem de Carolina e de sua vida no Canindé foram refratadas no original e, consequentemente, no diário traduzido. / Quarto de Despejo, diary written by Carolina Maria de Jesus, has been read and discussed within thirteen languages, French among them. The history of a semi-illiterate black woman who lived in the slums of Canindé, in São Paulo, was divulged for the first time in France in 1962 and entitled Le Dépotoir. Published in Brazil in 1960, after being revised by the journalist Audálio Dantas, Quarto de Despejo, just as its readers recognise it, mostly differs from the authors writings. Despite her low-rated literacy two years in school Carolina, inspired by a taste for reading since her childhood, brought life up to a piece of work in which pages unveil singular language: the writer allies laboured vocabulary to spelling and syntax mistakes. On the transposition of her writings to the publishing, Dantas substituted almost every formal terms used by the author for informal terms with a view to reinforcing the slum writing stereotype. In other words, there has been an ideological act on the edition of Quarto so as to influence the way the public would see Carolina and would read her diary. Andre Lefevere, in Mother courages cucumbers: text, system and refraction in a theory of literature (1982), explains that refraction is the adaptation of a certain literary work to a different public, so as to influence the way this public will read the book. According to that, the translation is suggested by the author as a kind of refraction. Having as an idea that the book published in Brazil is considered a refraction of Carolinas real text, and, according to Lefevere, that the refraction process is manifested in the translation, Carolinas diary publications in different languages disseminated throughout the world an even refracted image of the author and her writings. We aim to analyse the text in Le Dépotoir based on Lefeveres notions of refraction with a view to showing how Carolinas image and her life in Canindé have been refracted into the original text and consequently into the translated diary.
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[es] LOS VARIOS GÉNEROS DE LA PRODUCCIÓN ARTÍSTICA DE CAROLINA MARIA DE JESUS Y LA LITERATURA MARGINAL CONTEMPORÁNEA / [pt] OS VÁRIOS GÊNEROS DA PRODUÇÃO ARTÍSTICA DE CAROLINA MARIA DE JESUS E A LITERATURA MARGINAL CONTEMPORÂNEA

DANIELE FERNANDA FELIZ MOREIRA 10 December 2019 (has links)
[pt] A presente pesquisa tem como objetivo analisar o trabalho de Carolina Maria de Jesus à luz de temas como: gênero, raça, arte e política, considerando sua posição incisiva entre casos isolados de escritoras do passado e a geração atual de artistas, ligada a movimentos de periferia e iniciativas da vertente brasileira do chamado feminismo negro. Explora-se o protagonismo da autora de Quarto de despejo, tanto na ampliação do campo da literatura quanto, com sua agudeza ao expor experiências vividas, levanta e discute questões econômico-políticas, com vistas a uma tomada de posição libertária. O trabalho se valerá de contrapontos entre a obra variada e complexa de Carolina e as intervenções de escritores e performers das periferias, nos anos 2000, diante das transformações no panorama cultural do presente, quando emergem, em especial, motivos de negritude e ancestralidade nas pautas do debate contemporâneo. / [es] La presente investigación tiene como objetivo analizar el trabajo de Carolina María de Jesús a la luz de temas como: género, raza, arte y política, considerando su posición incisiva entre casos aislados de escritoras del pasado y la generación actual de artistas, vinculados a movimientos e iniciativas periféricas del lado brasileño del llamado feminismo negro. Los trabajos de la autora de la obra Cuarto Despejo es explorado, tanto en la ampliación del campo de la literatura y, con su nitidez en exponer experiencias vividas, proponer y discutir cuestiones económico-políticas, teniendo en vista una posición libertaria. El trabajo utilizará contrapuntos entre el trabajo variado y complejo de Carolina y las intervenciones de escritores e intérpretes de las periferias en los años 2000, ante las transformaciones en el paisaje cultural del presente, cuando emergen, especialmente, motivos de negritud y ancestralidad en los patrones del debate contemporáneo.
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Carolina Maria de Jesus: análise identitária em Quarto de despejo - diário de uma favelada

Santos, Lara Gabriella Alves dos 27 March 2015 (has links)
Submitted by Luciana Ferreira (lucgeral@gmail.com) on 2015-11-13T11:45:11Z No. of bitstreams: 2 Dissertação - Lara Gabriella Alves dos Santos - 2015.pdf: 706069 bytes, checksum: cc405fd85d5bb200843063067f3602e3 (MD5) license_rdf: 23148 bytes, checksum: 9da0b6dfac957114c6a7714714b86306 (MD5) / Approved for entry into archive by Luciana Ferreira (lucgeral@gmail.com) on 2015-11-13T11:46:31Z (GMT) No. of bitstreams: 2 Dissertação - Lara Gabriella Alves dos Santos - 2015.pdf: 706069 bytes, checksum: cc405fd85d5bb200843063067f3602e3 (MD5) license_rdf: 23148 bytes, checksum: 9da0b6dfac957114c6a7714714b86306 (MD5) / Made available in DSpace on 2015-11-13T11:46:31Z (GMT). No. of bitstreams: 2 Dissertação - Lara Gabriella Alves dos Santos - 2015.pdf: 706069 bytes, checksum: cc405fd85d5bb200843063067f3602e3 (MD5) license_rdf: 23148 bytes, checksum: 9da0b6dfac957114c6a7714714b86306 (MD5) Previous issue date: 2015-03-27 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / El presente trabajo oferece uma reflexión acerca de la formación de identidad de la autora Carolina Maria de Jesus, por medio de la analise delas narraciones de su publicacion Quarto de Despejo - Diário de uma favelada (1960), y las representaciones sociales abarcadas por ella. El tema es abordado desde un punto de vista psicosocial, en un diálogo entre conceptos como la identidade la memoria, el espacio, el lenguaje y la cultura. Pensando la identidad como "identidade metamorfosis", constituida en la interacion entre individuo y ambiente social como un processo dinámico de trasnformaciones permanentes. Carolina, que recoge los restos de basura de la ciudad, "sujeto histórico", por medio de su narracion, un relato individual de su historia, produce una representacion sobre las identidades colectivas de la favela de Canindé. La elección de la obra autobiográfica como objecto fué intencional, una vez que describe el percurso historico de transformacion social y de búsqueda (o no) de la emancipacion de la autora/personaje. Además, también expresa el potencial de asignar nuevos significados a la existencia, en la conctrucción de una identidad caracterizada por movimientos de reposición y/o superación, en vista de evaluar cualquier manera emancipatoria. La escritura de Carolina era la conexión entre el mundo de la favela y el mundo alfabetizado. Con esta "arma", fue inmortalizada por medio de su texto, con pasajes líricos, crítico social y conciencia política, marcando su existencia para la sociedad y para el universo literario. / O presente trabalho oferece a reflexão acerca da formação identitária da autora Carolina Maria de Jesus, por meio da análise das narrativas de sua publicação Quarto de Despejo- Diário de uma favelada (1960) e as representações sociais presentes na mesma. O tema é abordado a partir de uma visão psicossocial, em um diálogo entre conceitos como identidade, memória, espaço, linguagem e cultura. Pensando a identidade como “identidade-metamorfose”, constituída na interação entre indivíduo e ambiente social, sendo um processo dinâmico de transformações permanentes. Carolina, uma catadora dos restos da cidade, de lixo, “sujeito histórico”, a partir de sua obra, um relato individual de sua história, produz uma representação acerca das identidades coletivas da favela do Canindé. A escolha da obra autobiográfica como objeto deu-se intencionalmente, pois descreve o percurso histórico de transformação social e de busca (ou não) de emancipação da autora/personagem. Além disso, também expressa o potencial de atribuição de novos sentidos à existência, na construção de uma identidade caracterizada por movimentos de reposição e/ou de superação, tendo em vista avaliar eventuais sentidos emancipatórios. A escritura de Carolina era o elo entre o mundo da favela e o mundo letrado. Munida dessa “arma”, imortalizou-se por meio do seu texto, apresentando passagens líricas, crítica social e consciência política, marcando e demarcando sua existência diante da sociedade e do universo literário.
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Carolina Maria de Jesus e Clarice Lispector: representações do feminino na literatura brasileira contemporânea / Carolina Maria de Jesus and Clarice Lispector: representations of the feminine in contemporary brazilian literature

Macena, Fabiana Souza Valadão de Castro 08 November 2017 (has links)
Submitted by Franciele Moreira (francielemoreyra@gmail.com) on 2017-11-14T13:03:00Z No. of bitstreams: 2 Tese - Fabiana Souza Valadão de Castro Macena - 2017.pdf: 2259967 bytes, checksum: 3d008681167e95989cb690adde21ed1d (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) / Approved for entry into archive by Luciana Ferreira (lucgeral@gmail.com) on 2017-11-16T10:10:21Z (GMT) No. of bitstreams: 2 Tese - Fabiana Souza Valadão de Castro Macena - 2017.pdf: 2259967 bytes, checksum: 3d008681167e95989cb690adde21ed1d (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) / Made available in DSpace on 2017-11-16T10:10:21Z (GMT). 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In the process of writing, women emerge the anxieties, conflicts and longings proper to their universe; this means the opportunity for the subaltern to represent himself and, in this sense, conscious of his voice, to be empowered (LÉON, 2001). Thus, it is hypothesized that women's writing will reverberate the social, cultural and ethnic conditions to which the woman was and is submitted, allowing a comparison that reflects on the path taken by this gender in the attempt to leave the periphery and goes forward the conquest of an “own roof" (WOOLF, 2004). If in the text of Clarice Lispector, the flow of consciousness and the existential dimension prevail, there being room for the expansion and evaluation of feelings such as love; in Carolina Maria de Jesus’ writing hatches the material aspect, represented in incipient necessities like children’s education, the lack of money and food that will culminate in the degradation of the individual without perspectives. In order to observe and contrast the writing of these two authors, it is necessary to recognize the ethnic elements studied by Regina Dalcastagnè (2012), to use the social and identity studies proposed by Stuart Hall (2015) and to analyze the cultural analyzes of Pierre Bourdieu (2012) and Simone de Beauvoir (1980), observing the influence of these markers in the writing process. The Claricean text enjoys the privilege that comes from an educated woman, admitted in the niche of the intellectuality, while the Carolinean production arises under the same marginalization suffered by the author. In short, through the analysis, it can be seen that the woman in the text of Clarice Lispector may not get rid of the social and cultural domination that has been pursuing her for centuries, however, she begins to have a small right over her body and to reflect about her desires. Although in more arid soil, it is in the same emancipatory sense that goes through Carolina Maria de Jesus, who, under the prejudice of being a woman, without a husband, with no schooling, money or professionalization, realizes the dream of becoming a writer and opens space for other voices, subalternized like hers, to be heard and considered in the social and literary space. / O presente trabalho tem como objetivo analisar os textos Quarto de Despejo (1960) e Onde estaes felicidade? (2014) de Carolina Maria de Jesus e Perto do Coração Selvagem (1998) e Amor (1998) de Clarice Lispector. A partir dos estudos comparados de Tânia Carvalhal (2006), procuramos estabelecer um diálogo entre essas duas autoras e alguns de seus textos, a fim de ponderar como a participação feminina na produção literária interfere na representação da mulher (BUTLER, 2017). O percurso de análise compreende os aspectos étnicos, sociais e culturais que repercutem na escrita e, consequentemente, criam pontos de dissonância entre essas duas autoras, enquanto a convergência decorre da possibilidade de uma mulher representar a si mesma. No processo de escritura, a mulher faz emergir as angústias, os conflitos e os anseios próprios de seu universo, isso significa a oportunidade de o subalterno se representar e, nesse sentido, consciente de sua voz, empoderar-se (LÉON, 2001). Assim, suscita-se a hipótese de que a escrita feminina irá reverberar as condições sociais, culturais e étnicas a que a mulher esteve e está submetida, possibilitando uma comparação que repercuta no caminho trilhado por esse gênero na tentativa de sair da periferia da submissão rumo à conquista de um “teto todo seu” (WOOLF, 2004). Se no texto de Clarice Lispector imperam o fluxo de consciência e a dimensão existencial, havendo espaço para a expansão e avaliação de sentimentos como o amor; na escrita de Carolina Maria de Jesus eclode o aspecto material, representado em necessidades incipientes como a criação dos filhos, a falta de dinheiro e comida que culminarão na degradação do indivíduo sem perspectivas. Para observar e contrapor a escrita dessas duas autoras, é preciso, portanto, reconhecer os elementos étnicos estudados por Regina Dalcastagnè (2012), recorrer aos estudos sociais e identitários propostos por Stuart Hall (2015) e perfilhar as análises culturais de Pierre Bourdieu (2012) e Simone de Beauvoir (1980), observando a influência desses marcadores no processo de escrita. O texto clariceano goza do privilégio que advém de uma mulher escolarizada e admitida no nicho da intelectualidade, enquanto a produção carolineana surge sob a mesma marginalização sofrida pela autora. Em suma, por meio das análises, percebe-se que a mulher no texto de Clarice Lispector pode não se livrar inteiramente da dominação social e cultural que por séculos a tem perseguido, contudo, começa a ter um pequeno direito sobre seu corpo e a refletir sobre seus desejos. Embora em solo mais árido, é no mesmo sentido emancipatório que caminha Carolina Maria de Jesus, a qual, sob o preconceito de ser mulher, sem marido, sem escolaridade, sem dinheiro nem profissionalização, realiza o sonho de se tornar escritora e abre espaço para que outras vozes, subalternizadas como a sua, sejam ouvidas e consideradas no espaço social e literário.

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