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[fr] DE L`ARCHÉOLOGIE À LA GÉNÉALOGIE: LA QUESTION DU SUJET DANS LE PARCOURS PHILOSOPHIQUE DE MICHEL FOUCAULT / [pt] DA ARQUEOLOGIA À GENEALOGIA: A QUESTÃO DO SUJEITO NO PERCURSO FILOSÓFICO DE MICHEL FOUCAULTFABIANE MARQUES DE CARVALHO SOUZA 14 April 2009 (has links)
[pt] Pretende-se, neste estudo, demonstrar a coerência interna do percurso
filosófico de Michel Foucault, quando considerado desde o ponto de vista
utilizado pelo filósofo, ao definir toda a sua obra como uma problematização da
questão do sujeito. A fim de demonstrar essa coerência interna do percurso
foucaultiano, dividiu-se, este estudo, em duas partes. Na primeira parte, estuda-se
a objetivação do sujeito pelo que se chama aqui de “práticas epistêmicas”, isto é,
pelas práticas objetivantes das ciências humanas. Analisa-se, então, a objetivação
do sujeito por práticas epistêmicas em História da loucura, em O nascimento da
clínica e em As palavras e as coisas. Nesta primeira parte da tese, estuda-se
também o modo como Foucault critica a a-historicidade do sujeito constituinte,
analisando-se duas obras, onde essa crítica se faz presente: As palavras e as
coisas e A arqueologia do saber. Na segunda parte da tese, estuda-se a
objetivação do sujeito por práticas disciplinares, confessionais e normalizadoras,
analisando-se Vigiar e punir e o primeiro volume da História da sexualidade, A
vontade de saber. Ainda nessa segunda parte, em que se trata de estudar a
questão do sujeito na genealogia do presente de Michel Foucault, estuda-se, por
fim, concluindo a demonstração da hipótese acerca da coerência interna do
percurso filosófico de Foucault, a subjetivação do sujeito por práticas de si e a
dimensão ética conferida por Foucault às suas pesquisas, analisando-se os dois
últimos volumes da História da sexualidade, O uso dos prazeres e O cuidado de
si e o curso de 1982, no Collège de France, A hermenêutica do sujeito. / [fr] Cette étude a pour objet la démonstration de la cohérence interne du
parcours philosophique de Michel Foucault, ici considéré, dans son ensemble,
comme une problématisation de la notion de sujet. Pour ce faire, la recherche est
divisée en deux parties: dans la prémière est etudiée l`objectivation du sujet par
les “pratiques épistémiques”, c`est à dire, par les pratiques objectivantes des
sciences humaines, analisées dans L`histoire de la folie, La naissance de la
clinique et Les mots et les choses. Il suit, encore dans cette prémière partie,
l`analise de la manière par laquelle l`auteur critique l`anhistoricité du sujet dans
Les mots et les choses et L`archéologie du savoir. Dans la deuxième est étudiée
l`objectivation du sujet par les pratiques disciplinaires, confessionelles et
normalisatrices, mises en évidence dans Surveiller et punir et La volonté de
savoir. Encore dans cette partie est analisée la subjectivation du sujet dans les
pratiques de soi, bien comme la dimension éthique des recherches de l`auteur,
presentes dans L`usage des plaisirs, Le souci de soi, et dans son cours du Collège
de France, L`herméneutique du sujet.
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[es] IMÁGENES MI(G)RANTES / [pt] IMAGENS MI(G)RANTESDANUSA DEPES PORTAS 16 May 2017 (has links)
[pt] Esta tese se propõe à construção de uma perspectiva teórica que observe as aporias e antinomias reveladas pelo regime contemporâneo das imagens. As imagens constituem um ponto de peculiar fricção e desconforto junto às ciências humanas, não só como um tópico de estudo, mas como característica cultural divisada. Esse campo vem se definindo de modo interdisciplinar e alargando sua perspectiva na linha de pesquisa denominada Cultura Visual (Visual Culture). T.W. Mitchell fala de um pictorial turn ou inclusive um visual turn que estariam relacionados com um enfoque apoiado por infiltrações mútuas entre duas epistemologias, a visual e a linguística, o que problematiza a premissa naturalizada de se entender o ato interpretativo como o núcleo da competência profissional dos especialistas de nossa área. As imagens ou as visualidades demandam seus próprios modos de análise e exigem do investigador um tratamento operacional e uma consequente definição de termos que suportem suas particularidades. Ao tópico, acrescenta-se a reinstalação warburguiana que coincide, não por acaso, com este giro e induz à pesquisa fundamental atenção em algumas vertentes heurísticas do trabalho de Aby Warburg, pensador alemão que ao princípio do século XX explorou um campo de inter-relações entre a antropologia, imagens e arte. No exemplo do projeto Der Bilderatlas Mnemosyne, antecipa-se a reflexão atual. As proposições de Warburg, bem como as pesquisas teóricas de importante exegeta de sua obra George
Didi-Huberman, buscam entender qualquer imagem como um cruzamento de múltiplas migrações – tanto em seu modelo de tempo, Nachleben, como em seu modelo de sentido, Pathosformel – e oferecem ferramenta metodológica central a essa investigação. A partir de uma moldura teórica sistêmica, a tese enfoca o projeto de artistas visuais, como Harun Farocki, cujo trabalho realiza uma arqueologia do saber visual através da prospecção e montagem de tempos heterogêneos, mediante imagens animadas por uma energia expressiva e por uma enorme espessura histórico-cultural. A análise desses agenciamentos procura delinear sua inserção ambivalente na cena contemporânea em que o sistema de comunicação impõe-se como força estruturante de novas formas de socialização através de práticas culturais e tecnologia, com amplas consequências para o campo humanístico, oferecendo enfoques inovadores à dinâmica de articulação de formas de vida e de cultura com as tecnologias de imediação. A dimensão transnacional do tráfico e da produção de imagens situa a imagem no centro dos debates sobre o papel da representação nas culturas globais. Estas questões poderiam cumprir-se em dois problemas fundamentais, a hibridação dos campos disciplinares e a relação entre a imagem e o arquivo com relação à memória, à história, à justiça. No horizonte destes problemas, o objetivo da tese é distinguir o papel constitutivo das sobrevivências (Nachleben) na dinâmica da imaginação ocidental e as funções politicas dos agenciamentos memorialísticos de que se revelam portadores. / [es] Esta tesis se propone a la construcción de una perspectiva teórica que amaitine las aporías y antinomias reveladas por el régimen contemporáneo de imágenes. Las imágenes son un punto de fricción y desasosiego junto de las ciencias humanas, no sólo como un tema de estudio, sino como característica cultural percebida. Este campo se ha definido de manera interdisciplinaria y amplía su perspectiva a una línea de investigación denominada Cultura Visual (Visual Culture). T. W. Mitchell habla de un pictorial turn o incluso un visual turn que estarían relacionados con un enfoque respaldado por infiltraciónes recíprocas entre dos epistemologías, visual y lingüística, lo que cuestiona la premisa naturalizada de comprender el acto interpretativo como el núcleo de la competencia profesional de los especialistas en nuestra área. Las imágenes o visualidades exigen sus propios modos de análisis y requieren del investigador un tratamiento operativo y una consecuente definición de términos que sostenga sus particularidades. Al tema, se suma la reinstalación warburguiana que coincide, no por causalidad, con este giro e induce a investigación fundamental atención sobre la figura y algunas vertientes heurística del trabajo de Aby Warburg, pensador alemán que exploró a principios del siglo XX, un campo de interrelaciones entre antropología, imágenes y arte. En el exemplo Der Bilderatlas Mnemosyne, se anticipa todo una reflexión actual. Las proposiciones de Warburg, así como la investigación teórica de importante exégeta de su obra George Didi-Huberman buscan entender cualquier imagen como un cruce de múltiples migraciones – tanto en su modelo de tiempo, Nachleben, como en su modelo de sentido, Pathosformel – y ofrecen herramienta metodológica central a esta investigación. Desde un marco teórico sistémico, la tesis enfoca el proyecto de artistas visuales, como Harun Farocki, cuyo trabajo realiza una arqueología del saber visual a través de la prospección y montaje de tiempos heterogéneos, mediante imágenes animadas por una potencia expresiva y por un enorme espesor histórico-cultural. La análisis de estos agenciamientos busca delinear su inserción ambivalente en la escena contemporánea, donde se impone el sistema de comunicación como una fuerza estructurante de nuevas formas de socialización a través de prácticas culturales y tecnología, con amplias consecuencias para el campo humanístico, ofrecendo enfoques innovadores a dinámica de articulación de formas de vida y de cultura con las tecnologías de inmediación. La dimensión transnacional del tráfico y la producción de imágenes situa la imagen en el centro de los debates sobre el papel de la representación en las culturas globales. Estas cuestiones podrían cumplirse en dos problemas fundamentales, la hibridación de los campos disciplinarios, la relación entre la imagen y el archivo con respecto a la memoria, la historia, la justicia. En el horizonte de estos problemas, el objetivo de este trabajo consiste en distinguir el papel constitutivo de supervivencias (Nachleben) en la dinámica de la imaginación occidental y las funciones políticas de los agenciamientos de que se revelan portadores.
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[fr] COMMENT ET JUSQU OÙ IL SERAIT POSSIBLE DE PENSER AUTREMENT? UNE LECTURE CRITIQUE DU PROJET PHILOSOPHIQUE DE MICHEL FOUCAULT / [pt] COMO E ATÉ ONDE É POSSÍVEL PENSAR UM OUTRO PENSAMENTO? UMA LEITURA CRÍTICA DO PROJETO FILOSÓFICO DE MICHEL FOUCAULTFERNANDA GOMES DA SILVA 11 April 2007 (has links)
[pt] Esta Dissertação propõe uma leitura do trabalho de Michel
Foucault na perspectiva
de um projeto filosófico. Para empreender esta tarefa
privilegiamos os textos em que
ele demarca o espaço que torna possível as suas pesquisas,
responde a questões
direcionadas à sua investigação histórico-filosófica,
analisa, em retrospectiva, o seu
próprio trabalho. Essa opção de abordagem nos possibilitou
elucidar a especificidade
da descrição arqueológica e sua articulação com a
filosofia e com outras dimensões
do seu trabalho e nos colocou diante de uma constante
problematização das relações
que o sujeito estabelece com a verdade. Assim, deixamos em
suspenso as
interpretações já consolidadas em torno de sua obra, que
em geral a classificam
como: textos arqueológicos que têm por tema o saber
(década de 60), textos
genealógicos que tematizam o poder (década de 70) e, por
fim, nos últimos anos de
sua vida textos preocupados com a questão do sujeito.
Fazemos esse recuo por
pensarmos que a leitura, acima descrita, enfraquece seu
projeto pois impossibilita
visualizar as relações que se estabelecem entre o discurso
e as demais práticas não
discursivas. As nossas conclusões apontam, ainda, para a
definição do seu projeto
como uma tarefa e não como um sistema. Um exercício
filosófico, de forte inspiração
na filosofia crítica de Kant, que pode ser resumido na
questão de saber como e até
onde seria possível pensar de outro modo; desprender-se de
si. / [fr] Cette dissertation est une lecture du travail de Michel
Foucault dans la perspective
d un projet philosophique. Pour faire cet tâche nous avons
privilégié les textes dans il
marque l espace que faire possible ses recherches,
répondre des questions à propos de
l investigation historique-philosophique, analyse en
retrospective son travail même.
A partir de cet abordage il a été possible d élucider le
propre de la discrition
archèologique et s articulation avec la philosophie et des
outres dimensions de son
travail et nous avons posé en face d une constant
problematization des rapports entre
le sujet et la verité. Alors, nous avon suspendu
l interpretation dèjá consolidés à
propos de l´ouvre de Michel foucault, que d une façon
général classifie son travail
comme : textes archéologiques lesquels à propos du savoir
(annés 1960), textes
généalogiques lesquels à propos du pouvoir (annés 70) et
enfin, dans le dernier
moment de sa vie les textes qui s occupent de la question
du sujet. Nous faisons ce
recul à cause de la lecture plus fréquent, affaiblit son
projet à mesure que ne permet
pas de voir des rapports entre le discours et d outres
pratiques non-discoursives.
Notre conclusion indique, encore, par une définicion de
son projet comme une tâche e
nom comme um système. Un exercice philosophique, de fort
inspiration dans la
philosophie critique de Kant, que peut se résumer dans la
question de savoir
Comment et jusqu où il serait possible de penser
autrement? ; se déprendre de soi- même.
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[en] THE CRITIQUE OF THE SUBJECT IN MICHEL FOUCAULTNULLS ARCHAELOGY / [pt] A CRÍTICA DO SUJEITO NA ARQUEOLOGIA DE MICHEL FOUCAULTFABIANE MARQUES DE CARVALHO SOUZA 17 March 2004 (has links)
[pt] A crítica do sujeito na arqueologia de Michel Foucault tem,
como foco principal, a investigação da emergência histórica
das ciências humanas e a teorização da história
arqueológica realizadas por Foucault respectivamente em Les
mots et les choses e em Larchéologie du savoir. Essa
dissertação procura desenvolver uma leitura sistemática da
crítica que o filósofo francês faz à noção de sujeito no
período em que concentra seus esforços na realização de uma
história filosófica denominada arqueológica. Para tanto, foi
necessário, primeiramente, além de reunir elementos da
crítica empreendida por Foucault ao humanismo presente na
filosofia moderna, explicar em que consiste o método
histórico-filosófico denominado arqueológico, para, em
seguida, tematizar a tentativa de uma, por assim dizer,
desconstrução crítica da filosofia do sujeito moderno, tal
como realizada por Foucault nas obras analisadas ao longo
dessa pesquisa. / [en] The criticism of subject in Michel Foucaults archaeology,
specially as shown in Les mots et les choses and
L archéologie du savoir, has its focus on the investigation
into the historical emergency of human sciences and the
theoretical attempt to elaborate what the french
philosopher calls an archeological history. This work
intends to develop a systematic reading on Foucaults
criticism of the notion of subject in the period in
which the achievement of a new philosophical history an
archeological history is his main concern. Considering
this, we must not only put togheter the essential points of
Foucaults criticism towards modern philosophical humanism,
but also explain the foundations of his archeological
method. The next step is an attempt to analize what
could be called the critical deconstruction of the modern
subject-philosophy achieved by Foucault in the works above.
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[fr] PARCOURS DE LA MÉMOIRE: RÉCITS AUTOUR DU PATRIMOINE AU MUSÉE D ARCHÉOLOGIE D ITAIPU / [pt] PERCURSOS DA MEMÓRIA NARRATIVAS SOBRE PATRIMÔNIO NO MUSEU DE ARQUEOLOGIA DE ITAIPUMARIA DE SIMONE FERREIRA 28 November 2017 (has links)
[pt] A tese tem por objetivo investigar os discursos construídos pelo Museu de Arqueologia de Itaipu (MAI) e a partir dele através de narrativas do patrimônio cultural. O trabalho parte da hipótese de que a produção de memórias e de identidades em Itaipu estrutura-se em relação à cultura material e ao espaço. Para tanto, a pesquisa problematiza o processo de tombamento das ruínas do Recolhimento de Santa Teresa em 1955 e o projeto de uso do monumento como museu. A partir da abertura do MAI em 1977, constitui-se uma nova temporalidade pelo viés do patrimônio arqueológico pré-histórico, cujos vestígios serão mobilizados tanto por agentes do Iphan quanto pelos pescadores locais para proclamar suas memórias e escrever suas histórias. Por fim, a análise recai no reverso do processo, quando os nativos se apropriarão do discurso patrimonial para legitimar a antiguidade de sua presença e de seu saber-fazer em Itaipu em interlocução com o MAI, que destinará seu olhar para o patrimônio cultural e o patrimônio natural desse território. / [fr] L objectif de cette thèse est d enquêter sur les discours élaborés par le Musée d Archéologie d Itaipu (MAI) et à partir de lui à travers les récits du patrimoine. L hypothèse de travail est que la production de mémoires et d identités à Itaipu se structure autour de la culture matérielle et de l espace. Ainsi, la recherche discute le processus de classement des ruines de la Retraite de Sainte-Thérèse en 1955 et le projet d utilisation du monument comme musée. A partir de l ouverture du MAI en 1977, une temporalité nouvelle se constitue par le biais du patrimoine archéologique préhistorique, dont les vestiges seront mobilisés par les agents de l Iphan autant que les pêcheurs locaux pour proclamer leurs mémoires et écrire leurs histoires. Finalement, l analyse se tourne vers l inverse du processus, moment où les natifs s approprient le discours patrimonial pour légitimer l antiquité de leur présence et de leur savoir-faire à Itaipu en poursuivant l interlocution avec le MAI, qui jettera son regard sur le patrimoine culturel et le patrimoine naturel de ce territoire.
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[en] FOUCAULT, THE TRANSFORMATION OF CRITIC AND PHILOSOPHY OF LAW / [pt] FOUCAULT, A TRANSFORMAÇÃO DA CRÍTICA E A FILOSOFIA DO DIREITOMARCELO NEVES DE MELLO RAPOSO 11 September 2003 (has links)
[pt] Esse trabalho busca responder à seguinte questão: é
possível uma Filosofia do Direito a partir da utilização
dos conceitos, dos métodos e da filosofia de Michel
Foucault? Ou seja, essa questão não é idêntica àquela que
busca na trajetória do pensador francês o conjunto
transformado de suas formulações, colocações e enunciações
de problemas relativos ao direito. Aqueles que o conhecem
sabem da importância desse objeto nas preocupações
filosóficas de Foucault. Assim, apostando numa afirmativa,
dirigi meus esforços no sentido de determinar a forma
específica a ser dada ao que chamei, pelo menos
provisoriamente, nova filosofia do direito, cujo
distanciamento em relação às filosofia instituídas do
direito seria equivalente àquele que se verifica entre a
arqueologia e a genealogia relativamente ao conjunto das
filosofias acadêmicas.
Admitida essa hipótese inicial, era preciso então definir a
arqueologia e a genealogia como instrumentos críticos de
interpretação (abstraindo-me de toda problemática
envolvendo as relações desse método específico de Foucault,
elaborado para dar conta dos discursos das ciências
humanas, com a hermenêutica em geral e seus postulados
filosóficos) e transformação da realidade histórica e
política (e de nós mesmos), pois o uso que dela estamos
legitimado a fazer no âmbito de construção de uma outra
filosofia do Direito está condicionado à orientação
imprimida por Foucault em seus trabalhos históricos. Como
poderíamos fazer valer os postulados nietzsheanos do autor
de As Palavras e as Coisas, Vigiar e Punir, A Vontade de
Saber, tomando como referência o conjunto dos discursos,
dos procedimentos e das práticas jurídicas no interior de
formações históricas específicas que o arqueologista e
genealogista deve recortar e descrever.
Uma filosofia do Direito, construída em oposição à uma
Filosofia do Estado de Direito; um pensamento pragmático,
orientado criticamente (busca do a priori do
conhecimento e da ação) pela história, cuja característica
pós-moderna está em recusar qualquer tipo de antropologismo
transcendental, e cujo objetivo é a descrição do
funcionamento das práticas jurídicas sem se valer jamais dos
universais históricos, a não ser para denunciá-los,
desmascará-los. O contrário, portanto, de uma crítica que
pressupõe a transcendência desses universais históricos em
seu próprio interior, prisioneira de uma tensão permanente
entre as estruturas transcendentais do sujeito e suas
formas empíricas de existir, ou seja, aquilo que Foucault
chamava de sono antropológico, nosso novo sono dogmático.
Assim, aproveitei-me estrategicamente de um texto que se
tornou central para o desenvolvimento das hipóteses dessa
dissertação de mestrado. Em O Que São as Luzes?, Foucault
busca inserir seu pensamento crítico, o tipo específico de
crítica histórica que ele buscou desenvolver, em relação ao
conjunto das filosofias modernas que buscaram, de formas
diferentes, responder à questão kantiana lançada em 1784
por um periódico alemão, a Berlinische Monatsschrift: Was
ist Aufklärung? O pensamento que ele descreve como
constituindo o tipo de crítica que ele propõe abandonar é
justamente o de Habermas1. Ao defini-la como um ethos
filosófico, uma ontologia histórica de nós mesmos, Foucault
aponta para a necessidade de se transformar a crítica
kantiana tradicionalmente transcendental, antropológica,
cujos limites são negativos, interditórios, numa crítica
históricagenealógica do próprio sujeito que assuma uma
atitude positiva diante dos limites historicamente (não
mais transcendentais) configurados que nos determinam
como sujeitos do que pensamos, dizemos e fazemos; uma
crítica direcionada, portanto, para uma ultrapassagem
possível desses limites historicamente arbitrários.
Podemos dizer que esta dissertação é essencialmente um
trabalho de método, de planejamento metod / [en] This paper aims answering the following question: is it
possible a Philosophy of Law starting from the use of
concepts, methods and Michel Foucault s philosophy? That
is, this question is not identical to that which searches
in the French philosopher s path, the transformed group of
his formulations, statements and enunciation of problems
related to Law. Those who know him are aware of the
importance of this object in Foucault s philosophical
concerns. Thus, betting on this statement, I focused my
efforts in the sense of determining the specific form to be
given to what I called, at least temporarily, new
philosophy of Law, whose distance towards the instituted
philosophies of Law would be equivalent to those seen
between archeology and genealogy relatively to the group of
academic philosophies. Admitting this initial hypothesis,
it was necessary to define archeology and genealogy as
critical interpretation instruments (abstracting me from
the whole problem involving the relationships of this
specific method of Focault, elaborated to fit the
discourses of human sciences, as hermeneutics in general
and its philosophical postulates) and transformation of
historical and political reality (and of ourselves),since
the its use from which we are legitimated to do in the
field of the construction of na other philosophy of Law is
linked to the guidelines highlighted by Foucault in his
historical trials. How could we make Nietzshe s postulates
worth by the autor of Les Mots et les Choses, Surveiller et
Punir, Volonté de savoir takin as reference the group of
discourses, procedures and juridical practices inside the
formationof specific histories which the archeologist
and genealogist must cut out and describe? Other philosophy
of Law erected in opposition to a Philosophy of the Rule of
Law; a pragmatic thought, critically guided (searching for
the a priori of knowledge and action) by history, whose
post-modern characteristic lies in refusing any kind of
transcendental anthopologism, and whose objectives is the
functioning description of juridical practices without
considering the historical universals, only if it is to
denounce and expose them. The contrary, however, of a
critic which presupposes the transcendence of those
historical universals in their inner selves, prisoner of a
permanent tension between the subject s transcendental
structures and its empiric forms of existing, that is, what
Foucault called anthropologic sleep, our new dogmatic sleep.
Thus, I strategically took chance of a text that has become
central for the development of the hypothesis of this
Master s degree dissertation. In Qu est-ce que les
Lumières?, Focault attempts to insert his critical thought,
the specific type of historical critic that he aimes to
develop, regarding the group of modern philosophies which
tried, in different ways, to answer to Kant s issue
introduced in 1784 by a German newspaper, the Berlinische
Monnatsschrift: was ist Aufklarung? The line of thought
which he describes as constituting the type of critic that
he proposes to abandon is just the same as Habermas. When
defining it as a philosophical ethos, na ontology of
ourselves, Foucault points out the need of turning Kant s
critic traditionally anthropologic, whose limits are
negative, into a historical genealogical critic of the
individual who assumes himself a positive attitude about
historically configured limits which determines us as
subjects of what we think, say and do; na addresses critic,
therefore, to possibly exceed these historically arbitrary
limits.
It could be said that this paper is essentially a work of
methods, methodological planning of a line of though which
seeks production, adapting new concepts to this new
philosophy of Law that it is not only supposed to be
possible, but could truly be found in classes, lectures,
interviews, in the works of a French historian. It is in
this sense that the name critic mus be understood,
fundam
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[en] SOVIETOLOGISM: SOVIET UNION AS A WESTERN REPRESENTATION / [pt] SOVIETOLOGISMO: A UNIÃO SOVIÉTICA COMO REPRESENTAÇÃO OCIDENTAL07 December 2021 (has links)
[pt] O objetivo desta Tese é demonstrar como discursos de poder-‐ conhecimento criam subjetividades enquanto as descrevem. Especificamente, ela trata da relação entre produção de conhecimento e a produção da União Soviética como sujeito na década de 1950. Para tanto, as condições de emergência do discurso sovietologista são descritas. O termo discurso está associado à contribuição de Foucault ao estudo da relação entre poder e conhecimento, enquanto o termo sovietologista refere-‐se à influência que a sovietologia, uma subárea da ciência política / relações internacionais cujo objeto de estudo era a União Soviética, exerceu sobre esse discurso. Teoricamente, minha análise baseia-‐se sobre a representação, inspirada por Foucault, do poder como produtivo, e no pressuposto de que discursos são entremeados por relações de poder. Por intermédio de uma leitura espacial do discurso, eu proponho que o lugar discursivo onde as subjetividades são produzidas seja chamado de espaço intertextual; este sendo o lugar onde poder e conhecimento se encontram nas formações discursivas. Analiticamente, a abertura do espaço intertextual do sovietologismo é alcançada por intermédio do uso de insights críticos, genealógicos, arqueológicos e hermenêuticos. O sovietologismo é caracterizado por um modo de apreender a subjetividade de União Soviética no qual as noções de padrões de cultura, Estado totalitário e personalidade social desempenharam um papel importante. Esses eram os três discursos mais importantes entre os que habitavam o espaço intertextual do sovietologismo, por que eles foram responsáveis por delimitar os contornos da subjetividade emergente da URSS. Como eu pretendi demonstrar, a emergência da União Soviética como um sujeito coletivo dotado de uma natureza imutável esteve intimamente relacionada a eles. Eles criaram as condições de possibilidade para que a subjetividade da União Soviética fosse representada e se mantivesse como inferior, expansionista e contraditória. / [en] The aim of this PhD dissertation is to demonstrate and describe how power-‐knowledge discourses create subjectivities. Specifically, it deals with the relation between the production of knowledge and the production of the Soviet Union as a subject by describing the conditions of emergence of sovietologist discourse in the 1950 s. The term discourse comes from Foucault s study of the power-knowledge nexus, while the term sovietologist comes from the influence that sovietology, a subfield of political science / international relations that took the USSR as its object of analysis, had over this discourse. Theoretically, my analysis relies on the Foucauldian inspired figuration of power-as-productive and on the presupposition that discourses are traversed by power. Through a spatial reading of discourse, I propose that the discursive locus where subjectivities are produced is the intertextual space, which is the place where power and knowledge conjoin in discursive formations. Analytically, the opening of sovietologism s intertextual space is achieved through the deployment of critical, genealogical, archaeological and hermeneutical insights. Sovietologism is characterized by a mode of apprehending the Soviet Union s subjectivity in which notions of patterns of culture, the totalitarian State, and social personality play an important role. These were the three most important discourses amongst many others that inhabited the intertextual space of the sovietologist discourse, because they were responsible for delimiting the contours of the USSR s emergent subjectivity. As I intend to demonstrate, the emergence of the Soviet Union as a collective subject with an unchanging nature was intimately related to these discourses. They created the conditions of possibility needed to maintain portrayals of the Soviet Union s subjectivity as inferior, expansionist, and contradictory.
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