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Esculpir o tempo: arte, educação e ancestralidade entre os Fons, os Iorubás e os Tchokwes / Sculpt the past: art, education and between Fons ancestry, the Yoruba and TchokwesBoaro, Júlio César 30 April 2013 (has links)
Esta dissertação aponta para um caminho cuja trajetória é a busca e o entendimento da complexidade da arte e da cultura africana, especialmente da África subsaariana e, dessa forma, contribuir para uma reflexão sobre a formação da cultura brasileira nos seus modos de ser e de pensar, através das características atribuídas aos descendentes de africanos que para o Brasil foram trazidos na condição de escravos. Nosso ponto de partida é a religiosidade de matriz africana reinventada no Brasil, e o motivo pelo qual a escolhemos como base, sem nos aprofundarmos em seus significados, é que ela guarda, mesmo que recriados, traços importantes da linguagem e de um modo de ser que refletem uma maneira muito peculiar característica dos habitantes daquele continente. Aportando nossos estudos no citado território, especialmente nos sítios dos iorubás (Nigéria, principalmente), dos fons (Benim) e dos tchokwes (Angola e Congo), utilizamos a arte não somente como uma maneira de expressão da cultura, mas também apresentando a produção escultórica como uma forma de dialogar com a mitologia. História, arte, mitologia, ancestralidade, poesia e educação africana estão presentes nesta pesquisa que também visa contribuir com as Leis 10639/03 e 11.645/08, de ensino de história e culturas africanas e afro-brasileiras nas salas de aula. / This work points to a path whose trajectory is seeking and understanding of the complexity of art and African culture, especially Sub-Saharan Africa and thereby contribute to a reflection on the formation of Brazilian culture in their ways of being and thinking, through the characteristics attributed to the descendants of Africans who were brought to Brazil as slaves. Our starting point is the religiosity of African reinvented in Brazil, and the reason we chose as the base, without delving into their meanings, is that she keeps, even recreated important features of language and a way of being that reflect a very peculiar characteristic of the inhabitants of that continent. Bringing our studies in the said territory, especially in sites Yoruba (Nigeria, mostly), the fons (Benin) and tchokwes (Angola and Congo), we use the art not only as a way of expression of culture, but also showing the production sculpture as a form of dialogue with the mythology. History, art, mythology, ancestry, poetry and African education are present in this study also aims to contribute to the Laws 10639/03 and 11.645/08, teaching history and African cultures and african-Brazilian classrooms.
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A representação do corpo humano na arte Iorubá / The representation of the human body in the Iorubá artReis, Edmilson Quirino dos 01 October 2014 (has links)
A dissertação tem como objeto de pesquisa obras de arte tradicionais de origem africana do grupo étnico Iorubá onde se encontra representado o corpo humano. Busco elucidar as causas sociais, históricas, filosóficas que possibilitaram as produções escultóricas artísticas que apresentam geralmente formas antropóides. / The dissertation has as object of research works of traditional art from Africa\'s Yoruba ethnic group where the representation of the human body. Seeking to explain the social, historical, philosophical causes that allowed the artistic sculptural productions usually feature anthropoid forms.
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Cooperação Sul-Sul: o acordo Brasil-Moçambique na área de biocombustíveis / South -South Cooperation: Brazil and Mozambique agreement in biofuels areaBambo, Tomé Fernando 31 March 2014 (has links)
O objetivo deste trabalho é analisar a dinâmica da cooperação Sul-Sul (CSS) nos últimos decênios, tomando como foco, o acordo entre Brasil e Moçambique na área dos biocombustíveis. Foi ressaltado que a cooperação Sul-Sul resultou da tomada de consciência dos países em desenvolvimento de que deveriam ser parceiros integrais de si mesmos na solução de seus problemas. O Brasil se insere no processo de CSS na década de 1960. Porém, devido aos constrangimentos tanto estrutural quanto conjuntural, as relações Brasil-África têm-se caracterizado por momentos de alta e baixa intensidade. Com Lula no poder (2003-2010) e com ele a sua política de diversificação de atores e de \"solidariedade\", as relações Brasil - África ganham novos contornos e dinamismo, um dos quais, a assinatura do acordo Brasil - Moçambique na área dos biocombustíveis. Concluiu-se, que no setor dos biocombustíveis, o que está por detrás da solidariedade, são os objetivos econômicos de empresas brasileiras. / The aim of this research is to analyze the dynamics of South-South cooperation (SSC) in recent decades, taking as its focus, the agreement between Brazil and Mozambique in biofuels area. It was emphasized that South-South cooperation resulted from the awareness of developing countries that should be full partners themselves in solving their problems. Brazil fits into the SSC process in the 1960s. However, due to both structural and conjunctural constraints, Brazil - Africa relations have been characterized by moments of high and low intensity. With Lula in power (2003-2010) and with it his policy of diversification of actors and \"solidarity\", Brazil - Africa relations gain prominence and dynamism, one of which is the agreement signed Brazil - Mozambique in the area of biofuels. It was concluded that in biofuels which is behind the solidarity sector are the economic goals of Brazilian companies.
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Falência de Estados na África Subsaariana: uma questão de autoridade / State failure in Sub-Saharan Africa: a matter of authorityCarvalho, Daniel Duarte Flora 28 April 2017 (has links)
Este trabalho tem como objetivo avaliar o papel da autoridade estatal e do desenvolvimento na estabilidade dos Estados da África Subsaariana e a influência que têm nos processos de falência estatal e de eclosão de guerras intraestatais. Desde o fim da Guerra Fria, a corrente de pensamento que fundia segurança e desenvolvimento tornou-se predominante para analisar as causas e fornecer sugestões de políticas para impedir que os Estados sucumbissem a dinâmicas de violência, fomentadas por necessidade, ganância e agravo - todos gerados e intensificados em situações de subdesenvolvimento. Palco de boa parte dos países menos desenvolvidos (PMDs) do mundo e da grande maioria dos conflitos intraestatais que ocorreram nos últimos trinta anos, a África Subsaariana foi retratada como locus immutabilis, cujos problemas tinham poucas ou nenhuma solução possível. Desta forma, o subdesenvolvimento endêmico da região foi usado como guarda-chuva conceitual uma vez que intensificaria as consequências nocivas de certos tipos de regimes políticos, da distribuição desigual das riquezas e oportunidades econômicas e da incompatibilidade étnica que existiria em seus países. Seguindo esta linha de pensamento, bastaria resolver a situação do subdesenvolvimento nos Estados da África Subsaariana que seus processos de falência seriam revertidos e as guerras civis não mais aconteceriam. No entanto, é possível questionar esta relação entre segurança e desenvolvimento dado que países que têm o mesmo nível de subdesenvolvimento diferiram em seus destinos, tendo alguns sucumbido às dinâmicas violentas e outros não. Este trabalho pretende, portanto, identificar as causas das guerras civis e da falência de Estados na região. Este trabalho argumenta que é a baixa autoridade estatal (e não o subdesenvolvimento) a condição determinante para o advento de guerras civis e da falência de Estado na África Subsaariana. Para chegar a tal resultado, analisou-se os dados de 44 Estados da região fornecidos pelo Worldwide Governance Indicators do Banco Mundial e os mesmos dados utilizados pela ONU para classificar os PMDs. Também se utilizou análise qualitativa sobre a história dos países onde a paz imperou desde a independência para avaliar as fundações da autoridade estatal. / This thesis looks forward to assessing the role of state authority and development in the stability of Sub-Saharan African states and their influence on state failure processes and on the outbreak of intra-state wars. Since the end of the Cold War, the current of thought that merged security and development has become prevalent in analysing the causes and in providing policy suggestions to prevent states from succumbing to dynamics of violence fuelled by need, greed, and grievance - which are generated and intensified in situations of underdevelopment. As the stage for most of the world\'s least developed countries and the largest number of intrastate conflicts that have taken place over the last thirty years, Sub-Saharan Africa has been portrayed as locus immutabilis, whose problems had few or none feasible solutions. In this regard, the region\'s endemic underdevelopment was used as a conceptual umbrella since it would intensify the harmful consequences of certain types of political regimes, of the unequal distribution of wealth and economic opportunities, and the ethnic incompatibility that would exist in their countries. Following this line of thought, resolving the situation of underdevelopment in Sub-Saharan African states would suffice to reverse processes of state failure and civil wars would no longer happen. However, it is possible to question this relationship between security and development since countries that have the same level of underdevelopment had different outcomes, having some of them capitulated to violent dynamics and others not. This thesis therefore aims to identify the causes of civil wars and state failure in the region. It argues that it is the low level of state authority (and not underdevelopment) that is the determining factor for the advent of civil wars and state failure in Sub-Saharan Africa. In order to achieve this result data from 44 countries in the region provided by the World Bank\'s Worldwide Governance Indicators and the same data used by the UN to classify the LDCs were analysed. Qualitative analysis was also conducted about the history of countries where peace has prevailed since independence to assess the foundations of state authority.
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Sociedades africanas frente à situação colonial europeia: o Estado Independente do Congo (1876-1908) / African societies in the face of European colonial situation: the Congo Free State (1876-1908)Gonçalves, Rosana Andréa 08 August 2016 (has links)
O Estado Independente do Congo foi reconhecido internacionalmente em 1885 como resultado da ação de representantes europeus em obter tratados de cessão de soberania junto às autoridades e chefes africanos da região da bacia do Congo. No entanto, a implantação de uma missão civilizadora, em consonância com os interesses comerciais do monarca belga Leopoldo II, não se deu sem conflitos, embates e resistências. A crueldade e a arbitrariedade que marcaram tal processo ecoaram na opinião pública internacional, gerando movimentos de denúncias sobre as violências que vitimaram as populações africanas. Este trabalho busca analisar as reações e acomodações ocorridas a partir da situação colonial que se impôs frente a um contexto no qual se faziam presentes múltiplas e variadas formas de organização política das sociedades africanas da região. / The Congo Free State was internationally recognized in 1885 as a result of the action of European representatives in obtaining sovereignty transfer treaties with the African authorities and leaders of the Congo Basin region. However, the implementation of a \"civilizing mission\" aligned to the commercial interests of the Belgian king Leopold II, has not been without conflicts, struggles and resistances. The cruelty and arbitrariness that have marked this process echoed on the international public opinion, generating movements of complaints about violence toward the African populations. This work seeks to analyze the reactions and accommodations that followed the colonial situation that was imposed in a context in which were present multiple and varied forms of political organization of African societies in the region.
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\"Da boa guerra nasce a boa paz\": a expulsão dos portugueses do planalto do Zambeze - reino do Monomotapa, África austral (1693-1695) / \"From the good war is born the good peace\": the expulsion of the Portuguese from the Zambeze plateau kingdom of Monomotapa, Southern Africa (1693-1695)Muscalu, Ivana Pansera de Oliveira 23 June 2017 (has links)
Este trabalho tem por objetivo investigar a História Política do reino Monomotapa, na África austral, em sua relação com os agentes portugueses e luso-africanos estabelecidos no vale e no planalto do Zambeze no século XVII. A partir da última década do século anterior, sucessivos mutapa solicitaram apoio militar tanto à Coroa ibérica quanto a seus súditos que, instalados em terras africanas, arregimentaram e controlavam poderosos exércitos privados, compostos por homens escravizados. Em 1628, o assassinato de um embaixador português enviado à corte do mutapa Nyambo Kapararidze (c.1623-1629), seguido de um embargo comercial no decorrer do qual muitos comerciantes lusos foram atacados e mortos, precipitou um confronto armado entre portugueses e o Estado shona, que se prolongou até o ano de 1632. No centro deste conflito, uma luta pela sucessão dinástica: de um lado aquele que pode ser considerado o legítimo herdeiro do trono, de acordo com o direito costumeiro, Mhande Mavura; de outro, Nyambo Kapararidze, filho do mutapa anterior, Gatse Rucere, que ocupava o trono desde 1623. Mavura derrotou Kapararidze e, em troca do apoio das forças portuguesas, assinou um tratado diplomático com Filipe III, por cujos termos ele passaria a pagar um tributo anual em ouro ao rei ibérico, franquearia aos portugueses o trânsito, o comércio e a exploração das eventuais minas encontradas em seu território, aceitaria a presença permanente de um capitão português em sua corte e permitiria a construção de igrejas católicas de qualquer ordem em suas terras, entre outras concessões. Na visão de alguns historiadores, a assinatura deste tratado representa a conquista portuguesa do território do planalto. Mavura é considerado o fundador de um período de mutapas marionetes monarcas sem personalidade política que, embora oficialmente mantivessem o título dinástico e controle de um território paulatinamente reduzido, atuariam a serviço 10 dos interesses econômicos e políticos alheios ao reino, até a queda do último mutapa, em 1902. Em 1693, contudo, um ataque aos comerciantes estabelecidos na feira de Dambarare, orquestrado pelo mutapa Nyakunembire (1692-1694), pôs fim às pretensões lusitanas de controle do território do planalto. Objeto do presente trabalho, a sublevação deu início a um curto, porém intenso período de agressões que logrou expulsar definitivamente todos os comerciantes portugueses e luso-africanos estabelecidos nas feiras do planalto. Com base em uma cuidadosa releitura das fontes escritas portuguesas, este trabalho funda-se na hipótese de que a assinatura do Tratado de 1629 não inaugurou um período de mutapas marionetes, uma vez que a Coroa portuguesa nunca logrou estabelecer-se formalmente na região, e que a Revolta de 1693-95 foi uma resposta das sociedades do planalto à desestruturação política e social provocada por agentes lusitanos que, agindo à revelia das autoridades portuguesas, perseguiam interesses privados. / This work aims to investigate the Political History of the Monomotapa kingdom in Southern Africa in its relationship with the Portuguese and Luso-African agents established in the valley and plateau of the Zambezi in the 17th century. From the last decade of the previous century, successive mutapa requested military support both to the Iberian Crown and to its subjects who, settled in African lands, regrouped and controlled powerful private armies, made up by enslaved men. In 1628, the Portuguese ambassador\'s murder sent to the court of the mutapa Nyambo Kapararidze (c.1623-1629), followed by a commercial embargo in the course of which many Portuguese merchants were attacked and killed, precipitated an armed confrontation between the Portuguese and the Shona State, which lasted until the year of 1632. At the centre of this conflict was a struggle for dynastic succession: on the one hand, one who can be considered the \"legitimate\" heir to the throne, according to customary law, Mhande Mavura; on the other, Nyambo Kapararidze, son of the previous mutapa, Gatse Rucere, who occupied the throne from 1623. Mavura defeated Kapararidze and, in exchange for the support of the Portuguese forces, signed a diplomatic treaty with Philip III, under whose terms he would pay an annual gold tribute to the Iberian king, granting the Portuguese the transit, the trade and the exploitation of eventual mines found in its territory, he also would accept the permanent presence of a Portuguese captain in his court and allow the construction of Catholic churches of any order in his lands, among other concessions. In the opinion of some historians, the signature of this treaty represents the Portuguese conquest of the territory of the plateau. Mavura is considered the founder of a period of \'puppets mutapas\' monarchs without 12 political personality who, although they officially maintained the dynastic title and the control of a territory gradually reduced, would act to the service of economic and political interests unrelated to the kingdom, until the fall of the last mutapa, in 1902. In 1693, however, an attack on merchants established at the Dambarare fair, orchestrated by the Nyakunembire mutapa (1692-1694), put an end to the Lusitanian claims to control the plateau territory. Object of the present work, the uprising started a short but intense period of aggression that managed to definitively expel all the Portuguese and Luso-African traders established in the fairs of the plateau. Based on a careful re-reading of Portuguese written sources, this work is based on the hypothesis that the signing of the Treaty of 1629 did not inaugurate a period of \' puppets mutapas\', since the Portuguese Crown was never able to establish itself formally in the region, and that the Revolt of 1693-95 was a response from the plateau societies to the political and social disruption provoked by Lusitanian agents who, acting in the absence of the Portuguese authorities, pursued private interests.
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Habemus Africas: Islã, Renascimento e África em João Leão Africano (século XVI) / Habemus Africas: Islam, Renaissance and Africa in Leo Africanus (sixteenth century)Meihy, Murilo Sebe Bon 11 June 2013 (has links)
A obra mais emblemática do viajante do século XVI João Leão Africano, intitulada Della descrittione dell\'Africa et delle cose notabli che ivi sono, sugere a existência de duas racionalidades integradas: a árabe-islâmica e a europeia-latina. A presente tese busca identificar essas duas camadas de racionalidade no trabalho de João Leão Africano, mostrando que o século XVI produziu um conhecimento plural entre essas duas matrizes culturais, que se relacionavam intensamente no período do Renascimento. Seja pela perspectiva de conflito, pela interação cultural ou pela negociação comercial entre povos cristãos e muçulmanos, o Norte da África e o Mediterrâneo se consolidaram no século XVI como espaços simbióticos. Esses elementos conjunturais, combinados à trajetória pessoal de João Leão Africano e sua relação com o Papa Leão X, moldaram sua visão sobre a África por meio de uma concepção fluida e intersticial do continente. A reflexão sobre o mundo moderno do referido viajante é reforçada pela formação de um padrão de pensamento definido por conceitos como: astúcia, tradução cultural, Fortuna, vergonha, incerteza, e fluidez civilizacional. / The most representative work of the sixteenth century traveler Leo Africanus, entitled Della descrittione dell\'Africa et delle cose che notabli ivi sono, suggests the existence of two intertwined rationalities: the Arab-Islamic and the European-Latin. This research seeks to identify these two layers of rationality in the work of Leo Africanus, showing that the sixteenth century produced plural knowledge between these two cultural sources, intensely connected during the Renaissance. Either from the perspective of conflict, of the cultural interaction or of the commercial negotiation between Christian and Muslim peoples, North Africa and the Mediterranean developed in the sixteenth century as symbiotic spaces. These circumstantial elements, combined with the personal path of Leo Africanus, and his relationship with Pope Leo X, shaped his view of Africa through a fluid and interstitial conception of the continent. Leo Africanus idea about the modern world is strengthened by a thought pattern raised and defined by concepts such as cunning, cultural translation, Fortuna, shame, uncertainty, and civilization fluidity.
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Vozes de Lagos: brasileiros em tempos do Império Britânico / Lagos voices: Brazilians in the age of the British EmpireSilva, Angela Fileno da 25 April 2016 (has links)
A ideia de que os brasileiros estabelecidos em Lagos elaboraram identidades cambiantes que se reformularam em resposta aos contextos apresentados ao longo do período de 1840 a 1900, constituiu o foco central desta tese. Neste sentido, proponho compreender os contextos em que os brasileiros de Lagos tiveram de ressignificar e atualizar os signos responsáveis por conferir identificação aos integrantes de seu grupo. Para isto, selecionei um conjunto de documentos formado por três tipos de fontes. Com o propósito de entender como os brasileiros eram representados por missionários anglicanos e metodistas, exploradores, oficiais da marinha e cônsules britânicos analisei as narrativas de viagem, relatórios enviados ao Foreign Office e artigos publicados em revistas mantidas por associações científicas da época. O segundo grupo de documentos corresponde a três jornais publicados em Lagos entre os anos de 1881 e 1900, a saber: The Lagos Observer, The Lagos Weekly Record e o periódico oficial do governo colonial britânico, The Government Gazette. A leitura destas fontes revelou aspectos importantes acerca da participação dos brasileiros na sociedade lagosiana da segunda metade do século XIX. O terceiro compêndio de fontes é formado por relatórios anuais elaborados pela administração colonial da cidade e reunidos sob a denominação de Blue Books. Este conjunto de registros trata dos mais diferentes assuntos relacionados ao governo britânico operado na cidade e constitui importante fonte para análise acerca da maneira como os brasileiros eram representados pelo governo colonial. A partir destes três conjuntos de documentos tornou-se possível perceber as formas como os signos de pertencimento que definiam as identidades dos brasileiros foram elaborados a partir do contato, das trocas e das disputas entre os demais componentes sociais existentes na cidade de Lagos oitocentista. / The Brazilians established in Lagos developed shifting identities which were reshaped in response to the presented contexts throughout the period 1840 to 1900, was the central focus of this thesis. In this regard, I propose to understand the contexts in which the Brazilian from Lagos had to reframe and update the responsible signs for checking identification to the members of their group. For this, I selected a set of documents composed of three types of sources. In order to understand how Brazilians were represented by Anglican and Methodist missionaries, explorers, officers of the Navy and British consuls, I analyzed the travel narratives, reports to the Foreign Office and articles published in magazines kept by scientific associations at the time. The second group of documents corresponds to three newspapers published in Lagos between the years 1881 and 1900, namely: The Lagos Observer, The Lagos Weekly Record and the official journal of the British colonial government, The Government Gazette. Reading these sources revealed important aspects concerning the Brazilian participation in Lagos society in the second half of the nineteenth century. The third compendium of sources consists of annual reports by the colonial administration of the city and gathered under the name of Blue Books. This set of records focus on the most different topics related to the British government based in the city and is an important source of analysis about the way the Brazilians were represented by the colonial government. From these three sets of documents it was possible to see the ways in which the belonging signs which defined the identity of Brazilians were prepared from the contact, exchanges and disputes between the other social components existing in the Lagos of the nineteenth century.
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África indômita:missionários capuchinhos no reino do Congo (século XVII) / Indomitable Africa: capucin missionaries in kingdom of Congo (XVII centrury)Gonçalves, Rosana Andréa 15 August 2008 (has links)
Durante o século XVII, uma acentuada presença de missionários capuchinhos marcou definitivamente a história da África Central. Buscamos verificar até que ponto a entrada dos capuchinhos influenciou as relações estabelecidas entre a coroa portuguesa e as autoridades locais na África Central, uma vez que estes missionários eram subordinados diretamente ao papado, por meio da Sagrada Congregação de Propaganda Fide. Dessa forma, analisamos o modo (conflituoso ou não) como os capuchinhos se relacionaram com as autoridades e população locais e com a coroa portuguesa. Por meio de relatos e correspondência dos missionários da Ordem do Frades Menores Capuchinhos, que estiveram no reino do Congo entre 1645 e 1665, período de inúmeras conversões de africanos ao cristianismo, estudamos o contexto político-social e as características deste catolicismo africano, buscando compreender como africanos e europeus adaptavam e reelaboravam a crença cristã no contexto das experiências de contato. / During the XVII century, an accentuated presence of capucin missionaries in Central Africa marked definitely its history. This work analizes the extension of the impact of the Capucin missions in the established relations between the Portuguese crown and the local authorities in Central Africa, since these missionaries were directly under the papado authority, by means of the Sacred Congregation of Propaganda Fide. In doing that, we analyze the way (conflicted or not) that the Capucins dealed with local authorities and population and with the Portuguese royal house. Through the accounts and mailing of the Order of Capucin Minor Friars missionaries, that had been in Congo kingdom between 1645 and 1665, period of countless conversions of Africans to Christianity, we examine the political-social context and the characteristics of this African Catholicism, in order to understand how Africans and Europeans adapted and reelaborated the Christian belief in the context of contact experiences.
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Apartheid nas páginas da Revista Veja (1968-1985)Pacheco, Ana Júlia January 2018 (has links)
Este trabalho objetiva analisar representações e sentidos políticos acerca do Apartheid - regime de segregação racial da África do Sul entre os anos de 1948 a 1990 -, através de discursos, interpretações e imagens presentes em notícias impressas nas páginas da Revista Veja que circularam durante 1968 a 1985, período marcado por intensas mudanças político-culturais no Brasil sob regime civil-militar, em África recorrente aos processos de descolonização e independências, e em África do Sul pelos eventos decorrentes do emprego do regime do Apartheid. Nesse momento no Brasil, os meios de comunicação em massa, em especial a imprensa, foram fundamentais na construção e difusão de um repertório discursivo atuante na fabricação de um projeto de país. Veja, publicada a partir de 1968 pela Editora Abril, tornou-se um importante veículo de produção de informação no mercado editorial na década de 1970, difundindo em suas páginas temas relacionados aos universos da política, da economia e do social, em âmbito nacional e internacional. Deste modo, por meio da análise de seus materiais, pretende-se compreender de que forma este periódico interpretou os acontecimentos relacionados a política de segregação sul africana e entender qual o papel da veiculação dessas imagens na construção desse novo projeto de Brasil adotado pelos governos militares. / This work aims to analyze the representations and his political senses about Apartheid - South African racial segregation scheme between the years 1948 to 1990 - , through the speeches, interpretations and images present in printed news in the pages of Veja Magazine which circulated during 1968 to 1985 between the years 1948 to 1990, period marked by intense political-cultural changes in Brazil under the civil-military regime, in Africa recurrent to the processes of decolonization and independence, and in South Africa by the events resulting of the Apartheid regime. At this moment in Brazil, the mass media, in particular the press, were fundamental in the construction and diffusion of a discursive repertoire active in the manufacture of a country project. Veja, published since 1968 by Editora Abril, has become an important vehicle for producing information in the publishing market on 1970s, spreading on your pages themes related to the universes of politics, economy and social, at national and international levels. That way, through the analysis of its materials, it is intended to understand how does this newspaper interpreted the events related to South African segregation policy and understand the role of the placement of these images in construction of this new project in Brazil adopted by the military governments.
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