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Heródoto versus Khrónos : kléos, escrita da história e o autor em busca da posteridade

Guterres, Tiago da Costa January 2017 (has links)
Écrites pour empêcher que les faits humains étaient oubliés avec le temps, les Histoires d’Hérodote d’Halicarnasse soulignent, depuis le proême, leur potentiel de pérennisation. En réalisant son entreprise après la fin des guerres contre les perses, il veut préserver les actions de ceux qui, à son avis, méritent d’être rappelés. L’historien émerge en tant que figure d’auteur qui revendique la capacité de préserver les réalisations des êtres humains. S’agit-il aussi d’une préservation de soi-même en tant qu’auteur ? Cette thèse vise à répondre à la question posée. La Grèce des póleis a vu survenir la figure de l’auteur. Des nombreux auteurs grecs ont exprimé la volonté de signer leurs oeuvres. La présence autorielle de l’historien est inséparable du contenu exposé dans le texte. Il s’agit donc d’une quête de préservation de son propre kléos, ce qu’on peut vérifier dans sa signature ou sphragís, bien que dans le moi de l’écrivain et son dialogue avec le lecteur future. Pour atteindre son but, Hérodote dispose de l’écriture de l’histoire, un outil pour résister à Khrónos, cette figure qui représente le temps destructeur. / Escrita para impedir que os feitos humanos fossem esquecidos com passar do tempo, as Histórias de Heródoto de Halicarnasso sublinham, desde o proêmio, seu potencial perenizador. Realizando seu empreendimento após o fim das guerras contra os persas, ele pretende preservar as ações daqueles que, na sua opinião, merecem ser lembrados. O historiador surge como figura autoral que reivindica a capacidade de preservar as realizações humanas. A busca de preservação dos outros se refere de algum modo à preservação de si próprio? Esta tese consiste em uma tentativa de responder positivamente a esta questão. A Grécia das póleis vê surgir a ênfase cada vez mais demarcada da figura autoral. É grande a lista de autores gregos que manifestaram a vontade de assinar o nome em suas obras e os poetas, talvez, sejam o maior exemplo disso. Quanto ao historiador, que em muito se refere à poesia, sua presença autoral se tornou algo indissociável do conteúdo apresentado no texto. Trata-se, então, de uma busca de fazer com que seu kléos seja conhecido pela posteridade, o que podemos compreender se considerarmos alguns elementos presentes no seu texto, como a assinatura ou sphragís, a presença constante do eu do autor e uma espécie de “diálogo” com o leitor futuro. Para tal intento, Heródoto dispõe da sua escrita da história, uma ferramenta utilizada para resistir a Khrónos ou o tempo, que a todos destrói.
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Heródoto versus Khrónos : kléos, escrita da história e o autor em busca da posteridade

Guterres, Tiago da Costa January 2017 (has links)
Écrites pour empêcher que les faits humains étaient oubliés avec le temps, les Histoires d’Hérodote d’Halicarnasse soulignent, depuis le proême, leur potentiel de pérennisation. En réalisant son entreprise après la fin des guerres contre les perses, il veut préserver les actions de ceux qui, à son avis, méritent d’être rappelés. L’historien émerge en tant que figure d’auteur qui revendique la capacité de préserver les réalisations des êtres humains. S’agit-il aussi d’une préservation de soi-même en tant qu’auteur ? Cette thèse vise à répondre à la question posée. La Grèce des póleis a vu survenir la figure de l’auteur. Des nombreux auteurs grecs ont exprimé la volonté de signer leurs oeuvres. La présence autorielle de l’historien est inséparable du contenu exposé dans le texte. Il s’agit donc d’une quête de préservation de son propre kléos, ce qu’on peut vérifier dans sa signature ou sphragís, bien que dans le moi de l’écrivain et son dialogue avec le lecteur future. Pour atteindre son but, Hérodote dispose de l’écriture de l’histoire, un outil pour résister à Khrónos, cette figure qui représente le temps destructeur. / Escrita para impedir que os feitos humanos fossem esquecidos com passar do tempo, as Histórias de Heródoto de Halicarnasso sublinham, desde o proêmio, seu potencial perenizador. Realizando seu empreendimento após o fim das guerras contra os persas, ele pretende preservar as ações daqueles que, na sua opinião, merecem ser lembrados. O historiador surge como figura autoral que reivindica a capacidade de preservar as realizações humanas. A busca de preservação dos outros se refere de algum modo à preservação de si próprio? Esta tese consiste em uma tentativa de responder positivamente a esta questão. A Grécia das póleis vê surgir a ênfase cada vez mais demarcada da figura autoral. É grande a lista de autores gregos que manifestaram a vontade de assinar o nome em suas obras e os poetas, talvez, sejam o maior exemplo disso. Quanto ao historiador, que em muito se refere à poesia, sua presença autoral se tornou algo indissociável do conteúdo apresentado no texto. Trata-se, então, de uma busca de fazer com que seu kléos seja conhecido pela posteridade, o que podemos compreender se considerarmos alguns elementos presentes no seu texto, como a assinatura ou sphragís, a presença constante do eu do autor e uma espécie de “diálogo” com o leitor futuro. Para tal intento, Heródoto dispõe da sua escrita da história, uma ferramenta utilizada para resistir a Khrónos ou o tempo, que a todos destrói.
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Heródoto versus Khrónos : kléos, escrita da história e o autor em busca da posteridade

Guterres, Tiago da Costa January 2017 (has links)
Écrites pour empêcher que les faits humains étaient oubliés avec le temps, les Histoires d’Hérodote d’Halicarnasse soulignent, depuis le proême, leur potentiel de pérennisation. En réalisant son entreprise après la fin des guerres contre les perses, il veut préserver les actions de ceux qui, à son avis, méritent d’être rappelés. L’historien émerge en tant que figure d’auteur qui revendique la capacité de préserver les réalisations des êtres humains. S’agit-il aussi d’une préservation de soi-même en tant qu’auteur ? Cette thèse vise à répondre à la question posée. La Grèce des póleis a vu survenir la figure de l’auteur. Des nombreux auteurs grecs ont exprimé la volonté de signer leurs oeuvres. La présence autorielle de l’historien est inséparable du contenu exposé dans le texte. Il s’agit donc d’une quête de préservation de son propre kléos, ce qu’on peut vérifier dans sa signature ou sphragís, bien que dans le moi de l’écrivain et son dialogue avec le lecteur future. Pour atteindre son but, Hérodote dispose de l’écriture de l’histoire, un outil pour résister à Khrónos, cette figure qui représente le temps destructeur. / Escrita para impedir que os feitos humanos fossem esquecidos com passar do tempo, as Histórias de Heródoto de Halicarnasso sublinham, desde o proêmio, seu potencial perenizador. Realizando seu empreendimento após o fim das guerras contra os persas, ele pretende preservar as ações daqueles que, na sua opinião, merecem ser lembrados. O historiador surge como figura autoral que reivindica a capacidade de preservar as realizações humanas. A busca de preservação dos outros se refere de algum modo à preservação de si próprio? Esta tese consiste em uma tentativa de responder positivamente a esta questão. A Grécia das póleis vê surgir a ênfase cada vez mais demarcada da figura autoral. É grande a lista de autores gregos que manifestaram a vontade de assinar o nome em suas obras e os poetas, talvez, sejam o maior exemplo disso. Quanto ao historiador, que em muito se refere à poesia, sua presença autoral se tornou algo indissociável do conteúdo apresentado no texto. Trata-se, então, de uma busca de fazer com que seu kléos seja conhecido pela posteridade, o que podemos compreender se considerarmos alguns elementos presentes no seu texto, como a assinatura ou sphragís, a presença constante do eu do autor e uma espécie de “diálogo” com o leitor futuro. Para tal intento, Heródoto dispõe da sua escrita da história, uma ferramenta utilizada para resistir a Khrónos ou o tempo, que a todos destrói.
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La littérature des Coréens du Japon : la construction d’une nouvelle identité littéraire, sa réalisation et sa remise en cause / Literature by Koreans of Japan : construction of new literary identity, its realization and reconsideration

Yoshida, Aki 16 November 2018 (has links)
La littérature des Coréens du Japon ou la littérature des Coréens zainichi (zainichi signifie littéralement « étant au Japon ») obtient une large reconnaissance sur la scène littéraire japonaise à partir de la fin des années 1960, mais l’apparition des premiers écrivains zainichi remonte au lendemain de la Deuxième Guerre mondiale, dans une période marquée par la décolonisation de la Corée et plus tard par la guerre de Corée. Le présent travail consiste à mettre en perspective le processus de construction d’un discours littéraire à caractère identitaire et ce jusqu’à sa mise en question, ainsi qu’à examiner les stratégies esthétiques que mettent en œuvre les écrivains afin de se démarquer de la littérature japonaise. Cette recherche porte principalement sur le travail de trois écrivains majeurs de cette littérature : Kim Tal-su 金達寿(1919-1997), Kim Sŏk-pŏm 金石範(1925-) et Yi Yang-ji李良枝(1955-1992) qui représentent respectivement la période de l’émergence de l’écriture zainichi de 1946 jusqu’au début des années 1950, celle de la reconnaissance d’un statut littéraire spécifique au début des années 1970 et celle du renouvellement tant thématique que narratif des années 1980. Si ces auteurs se distinguent dans leur thématique et dans leur style, ils ont en commun d’inventer une nouvelle écriture dans une situation d’exigence – autrement dit diasporique – où représenter chaque vie et chaque voix singulière peut aussitôt prendre une dimension mémorielle aussi bien que politique. Ainsi, l’évolution de la littérature zainichi est-elle aussi celle de la voix narrative qui se forme et se renouvelle dans cette tension permanente entre le subjectif et le collectif. / Zainichi Korean literature (zainichi literally meaning “to be in Japan”) has met widespread recognition on the Japanese literary scene since the late 1960s. But in fact Korean zainichi writers emerged earlier: in the aftermath of WW2, during the decolonization of Korea and the subsequent Korean War. This dissertation focuses on the construction process of a new literary discourse, intricately linked to the question of identity, but also on the criticism it underwent. Furthermore, this work analyzes the aesthetic strategies used by each author to distance theirs works from Japanese literature. This dissertation focuses on the following three authors: Kim Tal-su (1919-1997), Kim Sŏk-pŏm (1925-) and Yi Yang-ji (1955-1992), who respectively represent a period of development of zainichi literature: the emergence of zainichi writers between 1946 to early 1950, the establishment of a new literary category in the early 1970s, and the thematical and narrative renewal in the 1980s.These authors worked on different themes and wrote in distinct styles, and yet their writings were all born within a complex relationship to their community, as a minority and diaspora. As such, they narrate individual histories, which also carry a memorial and political dimension. Thus, the history of zainichi literature is also a history of individual voices, which emerge from and permanently renew the tension between the subjective and the collective.
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L’histoire écoutée aux portes de la mythologie : l’écriture du mythe troyen autour des Illustrations de Lemaire de Belges / History Eavesdropping on Mythology : The Illustrations of Lemaire de Belges and the Rewriting of the Trojan Myth

Desbois-Ientile, Adeline 21 November 2015 (has links)
Ce travail étudie l’écriture de l’histoire et de la fiction mythologique à la Renaissance, à partir du mythe des origines troyennes des Français. Notre corpus est centré sur les Illustrations de Gaule et singularitez de Troye (1511-1513) de Lemaire de Belges, fresque généalogique qui comprend en son cœur le récit mythologique des amours de Pâris et de la guerre de Troie, que nous avons replacé dans un vaste réseau intertextuel comprenant notamment les œuvres de Bouchet, Thenaud, Helisenne de Crenne et Ronsard. La singularité des Illustrations en fait un observatoire privilégié des relations entre l’histoire et la fiction poétique à la Renaissance, permettant d’analyser les différents degrés d’intégration de la fable dans un discours de nature historiographique, sur les plans poétique, rhétorique et stylistique. Nous avons d’une part retracé l’histoire du mythe troyen entre la fin du Moyen Âge et la fin de la Renaissance, de façon à mesurer le renouvellement auquel a procédé Lemaire et l’influence que son œuvre a exercée au XVIe siècle ; nous avons d’autre part analysé le traitement différencié qu’il réserve à la mythologie à l’intérieur de l’œuvre, montrant que le mythe y est à la fois l’objet d’une quête des origines et un récit vraisemblable qui tend vers la fable ; enfin, étudiant les évolutions rhétoriques et stylistiques entre les différentes parties, nous avons mis en évidence la tension entre l’exigence de propriété du discours historiographique et l’élaboration d’une prose « poétique » nouvelle, haute en « couleurs de rhétorique » et en partie artificielle. L’œuvre nous donne ainsi accès à l’imaginaire historique et poétique de la Renaissance. / This dissertation studies historical writing and mythological fiction in the Renaissance, taking its starting point in the myth of the Trojan origins of the Franks. Although centered upon Lemaire de Belges’s Illustrations de Gaule et singularitez de Troye (1511-1513), a grand genealogical fresco containing the legendary narratives of the loves of Pâris and of the Trojan War, the corpus extends to a vast intertextual network that includes the works of Bouchet, Thenaud, Helisenne de Crenne, and Ronsard. The uniqueness of the Illustrations is such that it allows us to observe and analyze with conspicuous acuity the interactions, at the time of the Renaissance, between history and poetic fiction. In particular, it enables us to measure the extent to which fiction may be merged with historical narrative, and to articulate the distinctive features of the two writing styles from poetic, rhetorical, and stylistic points of view. On the one hand, we consider the history of the Trojan myth from the Middle Ages to the end of the Renaissance. On the other, we analyze the special treatment reserved for mythology within the work, showing that the Trojan myth is both a quest in search of the true origins of a people and a plausible narrative embellished in highly imaginative prose. Finally, observing the differences among the various parts of the work, we shed light on the tension between a neutral and matter-of-fact style of the sort required by historical writing and a newly invented “poetic prose” enriched with rhetorical devices and freshly crafted expressions. The Illustrations is thus seen to open an exceptional window upon the historical and poetic worlds of the Renaissance.
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Écrire l’histoire : figures du pouvoir dans l’œuvre historique de Voltaire / Writing history : representations of power in Voltaire’s historical work

Méricam-Bourdet, Myrtille 24 October 2009 (has links)
Bien qu’elle participe à une redéfinition de la pratique historiographique à l’Âge classique, l’œuvre historique de Voltaire a été peu étudiée. On s’est peu interrogé sur l’art de l’historien, et on a souvent résumé la conception de l’histoire et de la politique qui s’y exprime au rôle majeur joué par les « grands hommes ». Notre étude met à l’épreuve une telle conception et fait valoir la complexité de la lecture voltairienne de l’histoire, tant dans les ouvrages circonscrits à un règne que dans son histoire universelle, l’Essai sur les mœurs. Face aux apories des systèmes politiques élaborés par ses contemporains, et que Voltaire dénonce, l’écriture de l’histoire est le lieu privilégié où se déploie une conception réfléchie du pouvoir et des enjeux du politique. S’il est indéniable que Voltaire n’en propose pas de théorisation systématique, sa compréhension des ressorts du déroulement historique et l’interprétation qu’il en donne reposent sur un ensemble de principes relativement cohérents, tant du point de vue de l’appréciation des fondements du pouvoir – si importants au regard des enjeux de légitimation portés par l’écriture de l’histoire –, que de ses réalisations. L’œuvre historique ne s’intéresse ainsi pas seulement à l’action de quelques souverains ; elle prend aussi en compte l’action collective des peuples, et porte attention aux mutations des rapports de pouvoir qui infléchissent les politiques contemporaines. L’œuvre est alors en prise avec une actualité politique et polémique qui confère à l’écriture de l’histoire une tonalité spécifique, et qui conduit à s’interroger sur la délimitation même de ce qu’est le corpus voltairien des œuvres historiques. / Although the historical work of Voltaire takes part in a redefinition of Enlightenment historiography, the art of the historian or his conception of history have been little studied so far. His political view in his historical work has often been reduced to his praise of ‘great men’ and of their action in history. Our study puts this interpretation to the test and highlights the complexity of Voltaire’s reading of history, either in his works dealing with a single reign, or in his universal history, the Essay on the Manners. In order to face the shortcomings of the contemporary political systems, Voltaire uses history writing as a way to express considered conceptions of power and political issues. Voltaire does not expound a systematic theory of political facts; nonetheless, his understanding of historical progress relies on a coherent set of principles. Our study examines his appreciation of power and politics, of theirs foundations – where issues of legitimizing, so important in history writing, are at stake –, and of their achievements. The historical work does not exclusively focus on the action of a few monarchs; it takes also into account the collective action of peoples, and turns its attention to transformations which affect the balance of power and contemporary policies. Then, the work is in touch with current affairs and burning issues, which gives to history writing specific characteristics, and in particular a polemical tone. But it leads also to question the limits of his historical work as well as its definition.
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Ernesto Che Guevara et le Neuvième art (1968-2012) : l’étoffe d’un héros / Ernesto Che Guevara is made of : representation of the Che in the Ninth art

Pouzol, Camille 09 December 2017 (has links)
Cette thèse de doctorat a pour but d’étudier l’image d’Ernesto Che Guevara construite par le Neuvième art révélant ainsi les perceptions des auteurs, mais aussi celle de leur société. Notre corpus principal se compose de neuf œuvres provenant de divers horizons, Vida del Che de H. G. Oesterheld, A. et E. Breccia (1968) ; la trilogie de P. Muriana : CHE – Génesis, CHE – Cenit (1977) et CHE – Ocaso (1978) ; ABChé de Rius (1978) ; Libertad ! Che Guevara (2006) de M., J. F. Charles et Wozniak ; CHE de K. Yong-Hwe (2006) ; LE CHE – Une icône révolutionnaire de S. Rodriguez (2008) et EL CHE – La victoire ou la mort de G. Ramella et S. Cattaneo (2012). Notre travail d’analyse se divise en trois parties et postule que les bandes dessinées contribuent à l’élaboration d’un imaginaire guévariste en partageant plusieurs similitudes narratives et visuelles. Une première partie est consacrée à la présentation du corpus large et du sous-corpus afin de saisir les spécificités de chaque bande dessinée. Nous nous attachons ensuite à l’étude de la première phase ascendante du schéma actantiel héroïque de la naissance du guérillero à l’épiphanie héroïque. Enfin, notre dernière partie revient sur la phase descendante du schéma actantiel depuis la rupture jusqu’au devenir post mortem d’Ernesto Che Guevara. Les spécificités de chaque album apparaissent dans l’analyse du langage bédéïque qui modernise, de par son hybridité iconique et linguistique, la représentation d’Ernesto Che Guevara. Le Neuvième art s’inscrit ainsi dans la tradition de l’écriture de la vie du héros héritée de l’Antiquité et de la chrétienté, mais il interroge également l’écriture de l’Histoire. / This dissertation considers the representation of Ernesto Che Guevara as constructed by the Ninth Art, thus revealing the perceptions of the authors and the perception of their respective societies. Our main corpus is composed of nine works originating from diverse backgrounds, Vida del Che by H. G. Oesterheld, A. and E. Breccia (1968); P. Muriana’s trilogy : CHE – Génesis, CHE – Cenit (1977) and CHE – Ocaso (1978) ; ABChé by Rius (1978) ; Libertad ! Che Guevara (2006) by M., J. F. Charles and Wozniak ; CHE by K. Yong-Hwe (2006) ; LE CHE – Une icône révolutionnaire by S. Rodriguez (2008) and EL CHE – La victoire ou la mort by G. Ramella and S. Cattaneo (2012). Our analysis is divided into three parts and postulates that graphic novels contribute to the elaboration of a Guevarist imaginary by sharing several narrative and visual similarities. A first part is dedicated to the presentation of the large corpus and the secondary corpus in order to grasp the specificities of each graphic novel. Then we address the first phase of the upward heroic actantial model from the birth of the guerrillero to the heroic epiphany. To finish with, our last part tackles the downward phase of the actantial model from the break up to the post mortem process of becoming of Ernesto Che Guevara. Each album’s specificities appear in an analysis of the specific language at stake in the graphic novel, a language which, through its iconic and linguistic hybridity, modernizes the representation of Ernesto Che Guevara. Therefore, the Ninth Art is in line with the tradition of the writing of heroic lives, inherited from Antiquity and Christianity; the Ninth Art also delves into the writing of History.
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Du texte à l’histoire : la question de la chronologie coranique / From text to history : the issue of qur’ānic chronology

Stefanidis, Emmanuelle 19 January 2019 (has links)
Parole sans contexte évident ni trame narrative, le texte fondateur de l’islam ne dévoile pas aisément ses origines. Cette thèse examine un code de lecture particulier qui a pour effet de contextualiser le texte sacré de l’islam dans ce qu’on imagine avoir été son contexte premier. La lecture chronologique consiste à déterminer l’inscription temporelle de chaque sourate ou énoncé coranique par rapport, d’une part, aux autres énoncés et, d’autre part, à la carrière prophétique de Muḥammad. En (ré-)introduisant une dimension temporelle et narrative, l’interprétation du Coran est facilitée. Ce dernier est ainsi en mesure de raconter, sinon son histoire, du moins une histoire. La chronologie coranique structure à la fois l’exégèse musulmane prémoderne et la recherche universitaire occidentale sur le Coran. Dans cette thèse, nous examinons ces deux domaines de production de savoir, non pas en opposition l’un avec l’autre mais comme deux moments de la réception du texte coranique. Cette approche inclusive permet, à travers l’étude d’une problématique spécifique, d’entamer une réflexion sur les convergences et les divergences entre l’érudition islamique et la recherche occidentale. Notre point de départ et fil conducteur est la liste chronologique des sourates, qui circule dans la Tradition musulmane avant d’être reprise et retravaillée par des universitaires occidentaux. La quête de la séquence originelle du Coran a engendré des débats autant parmi les exégètes que dans la recherche historico-critique. Nous retraçons ces débats et portons une attention particulière à la « textualité » du Coran, qui en fait un texte particulièrement difficile à ancrer dans un contexte. / Devoid of a clear context and a narrative frame, the founding text of Islam does not easily reveal its origins. This thesis examines a particular reading code that contextualises the Muslim scripture in what is imagined to have been its original context. A chronological reading aims at determining the temporal position of each sura or qur'ānic passage in relation to, on the one hand, the rest of the text and, on the other hand, the prophetic career of Muḥammad. By (re-)introducing a temporal and narrative frame, the interpretation of the Qur’ān is facilitated. The text is thus allowed to tell its own story or – in any case – a story. The issue of qur’ānic chronology structures both pre-modern Muslim exegesis and Western academic research on the Qur’ān. In this thesis, we examine these two fields of knowledge, not in opposition to one another but as representing two moments in the Qur’ān’s reception. This inclusive approach enables a reflection on the continuities and discontinuities between the Muslim scholarly tradition and Western research. The chronological list of suras, transmitted by Muslim tradition and examined by Western academics, provides the starting point and the connecting thread of the thesis. The search for the original sequence of the Qur’ān has generated debates, both in exegetical circles and in historical-critical research. We explore what is at stake in these debates and pay specific attention to the textuality of the Qur’ān, which, we argue, does not easily allow us to inscribe the Muslim Scripture in a clear context.
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Juan de Betanzos et la Suma y narración de los Incas : médiation, écriture de l’histoire et construction de la société coloniale (Pérou, XVIe siècle) / Juan de Betanzos and the Suma y narración de los Incas : mediation, the Writing of History and the Construction of Colonial Society (Peru, 16th Century)

Berens, Loann 24 November 2018 (has links)
Le « cas » Juan de Betanzos (1519-1576) est en apparence extrêmement simple et peut se résumer en quelques mots : en 1551, à Cuzco, un Espagnol, marié à une princesse indigène, écrit une histoire des Incas à la demande du vice-roi de l’époque, don Antonio de Mendoza. Cette simplicité explique sans doute, pourquoi ce « cas » n’a pas suscité davantage d’intérêt. Si la Suma y narración de los Incas, depuis la découverte d’une version complète en 1987, est unanimement considérée comme une source fondamentale pour la connaissance du Tahuantinsuyo et un passage obligé pour tout spécialiste du Monde andin, son contexte d’élaboration, ses sources et même son auteur n’ont reçu qu’une attention fort limitée. Ce dernier a été relégué à l’arrière-plan au sein de son propre ouvrage et cantonné à un second rôle au sein de la société de son époque. Abordé comme un « passeur culturel » et un « expert » de la langue quechua et du monde inca, Betanzos acquiert un tout autre relief : il n’apparaît plus comme un personnage secondaire, mais comme un acteur du processus de transition entre monde préhispanique et monde hispanique et de la construction de la société coloniale péruvienne. / The “case” of Juan de Betanzos (1519-1576), apparently simple, can be summed up in a few words: in 1551, in Cuzco, a Spaniard, married to an indigenous princess, writes a history of the Incas, commissioned by the viceroy at the time, don Antonio de Mendoza. This simplicity undoubtedly explains why this "case" did not raise more interest. Although the Suma y narración de los Incas, since the discovery of a complete version in 1987, has been considered unanimously as a fundamental source for understanding the Tahuantinsuyo, as well as required reading for any specialist of the Andean world, the context of its production, its sources, and even its author have only received very limited attention. The author has been pushed to the background of his own work and confined to a secondary role in his own society. Approached, however, as a “passeur culturel” and an "expert" of the Quechua language and Inca world, Betanzos acquires an altogether different depth: he no longer appears as a secondary character, but as an agent in the process of transition between pre-Hispanic and Hispanic worlds and in the construction of colonial Peruvian society.
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Al-Ḥaǧǧāǧ b.Yūsuf al-Ṯaqafī : entre histoire et littérature / Al-Ḥaǧǧāǧ b.Yūsuf al-Ṯaqafī : between history and literature

El Yamani, Mohamed Saad Eddine 13 December 2014 (has links)
Al-Ḥaǧǧāǧ b. Yūsuf al-Ṯaqafī est considéré par l’historiographie médiévale musulmane comme l’archétype de l’homme de pouvoir tyrannique. Ayant fait face avec succès à de nombreuses révoltes, il a posé un problème moral aux historiens musulmans, dans la mesure où il est mort de mort naturelle, sans avoir été puni par Dieu. Comment donc rendre compte de sa période mouvementée, de ses actions, de sa défiance vis-à-vis des symboles religieux, des massacres qu’il a commis ? Nous tentons de démontrer qu’en recourant entre autres à la satire et à l’ironie, les historiens et les hommes de lettres qui ont écrit sur lui ont répondu, chacun à sa manière, à cette question épineuse, en dressant de lui un portrait noir, qui touche à tous les aspects de sa personne. En nous appuyant sur les projets de Paul Ricœur et surtout de Hayden White, nous démontrons également que les historiens musulmans intervenaient de façon notable dans la composition de leurs œuvres pour orienter leurs récits selon leur conception morale et « idéologique » propre, offrant ainsi des portraits différents d’al-Ḥaǧǧāǧ. Le résultat en est des lectures sceptiques (al-Ṭabarī), ironiques (al-Balāḏurī) ou satiriques et très pro-‘alide (al-Mas‘ūdī). Le contre-point offert par l’étude de trois textes non historiques permet d’élargir cette vision et de prouver si besoin est la proximité entre histoire et adab à l’époque médiévale. Par la même occasion, nous pensons avoir trouvé de nombreux exemples réfutant la thèse d’une histoire canonique écrite sous le califat ‘abbaside. / Al-Ḥaǧǧāǧ b. Yūsuf al-Ṯaqafī is considered by Islamic medieval historiography as the archetypal man of tyrannical power. Having successfully dealt with many revolts, he posed a moral problem to Muslim historians, to the extent that he died of natural causes, without being punished by God. How then to account for his turbulent times, his actions, his distrust vis-à-vis religious symbols, massacres he committed? We are trying to demonstrate that by using satire and irony, historians and writers who have written about him have responded, each in its own way, this thorny issue by drawing a black portrait of him, touching on all aspects of the person. Building on the accomplishments of Paul Ricœur and especially Hayden White, we also show that Muslim historians intervened significantly in the composition of their works to guide their narratives according to their moral conception and “ideological” own, offering portraits various al-Ḥaǧǧāǧ. The result is skeptical (al-Ṭabarī), ironic (al-Balāḏurī) or satirical and very pro-‘alide (al-Mas‘ūdī) readings. The study of three non-historical texts broadens the vision and demonstrate if necessary proximity between history and adab in medieval times. At the same time, we believe we have found many examples refuting the thesis that a canonical history was written under the Caliphate Abbasid.

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