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Incesto e desenvolvimento humano: considerações a partir de uma abordagem psicanalítica / Incest and Human Development: Considerations From a Psychoanalytical ApproachFaiman, Carla Julia Segre 19 May 2003 (has links)
O presente trabalho consiste em um estudo do incesto entre pai e filha (ou padrasto e enteada) a partir de um enfoque psicanalítico. A prática clínica serve como ponto de partida para a reflexão, que se desenvolve através da aplicação da psicanálise na compreensão dos aspectos emocionais presentes nas situações em questão. A interdição ao incesto é considerada um elemento fundamental no desenvolvimento do ser humano, tanto no nível individual ou familiar, como no que se refere ao aspecto social. O incesto entre pai e filha transgride esta norma, denunciando uma falha ou distorção no exercício das funções parentais, que são referências básicas para o desenvolvimento emocional. Os conceitos de narcisismo e de superego são utilizados na compreensão da dinâmica psicológica envolvida na violência sexual incestuosa cometida por pais. Esta pode, em alguns casos, denotar um nível de angústia que ameaça o funcionamento psíquico, para o qual a única resposta que se afigura, para determinado perfil de pessoas, é a atuação violenta. A concretização do incesto corresponde à realização dos impulsos proibidos identificados como a base do complexo de Édipo. No entanto, a prática clínica demostra que a atuação incestuosa geralmente não corresponde à simples satisfação direta destes impulsos, o que se confirma na ampla variabilidade de configurações emocionais presentes em diferentes famílias com ocorrência de incesto. Diversos contextos e diferentes repercussões associam-se a cada vivência de incesto, que deve ser analisada em sua complexidade e em sua particularidade / This work is a study of the incest between father and daughter (or step father and step daughter) under the light of the Psychoanalysis. The clinical practice helps as a starting point in this reflection, that develops itself through the applied psychoanalysis for the understanding of the existing emotional aspects in the observed situations . The interdiction of the incest is considered to be a fundamental element for human development, at a personal level, at a family level, and even as a social aspect. The incest between father and daughter infringes this rule, denouncing a failure or distortion within the parental duty, which is very important on ones emotional growth. This research uses concepts of narcissism and superego to understand the psychological dynamics involved in incestuous sexual abuse practiced by the father. In some cases, such actions denote a high anguish level, which threatens the proper mental functioning in a way that the only possible response, to a certain profile of people, is through violent actions. The incest act relates to the acting out of forbidden impulses identified as the basis for the Oedipus complex. However, the clinical practice demonstrates that the incestuous attitude doesnt relate simply to the direct satisfaction of these impulses. The wide variability of emotional configurations in each of the different families with incestuous history, confirms that. Diverse family environments and different repercussions relate to each incestuous experience. Each occurrence should be evaluated within its complexity and peculiarity
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La protección penal de los infantes y adolescentes frente a los delitos de pornografía infantil en el código penal peruano y aspectos sustantivos principalesTiclla Paredes, Patricia del Carmen 19 February 2015 (has links)
En este estudio queremos proponer una interpretación desde un enfoque penal
y constitucional para analizar el fenómeno de la explotación sexual infantil, en
particular la pornografía infantil, comprendiendo ante todo que los hechos se
gestan cuando los explotadores sexuales ejercen su poder y se aprovechan de la
fragilidad y la vulnerabilidad de los infantes y adolescentes para someterlos
como objetos sexuales con o sin su «consentimiento» a cambio de prestaciones
dinerarias como de beneficios no económicos para satisfacer la demanda sexual
de los adultos en el mercado del sexo. Este es el punto de encuentro entre la
demanda de los consumidores y la organización de la oferta de los explotadores
sexuales, donde «todo se compra y todo se vende», especialmente el material
pornográfico infantil.
Observamos que si bien con la demanda se tiene el material pornográfico
infantil, esta demanda de pornografía infantil también implica que se promueva
la demanda del servicio sexual de los infantes y los adolescentes en contextos
de explotación. En efecto, los individuos también podrían incurrir en otras
conductas delictivas de explotación sexual que prohíbe la Ley 28251 del 8 de
junio de 2004. Entre ellas se encuentran el favorecimiento a la prostitución
(artículo 179 Código Penal, forma agravada), la modalidad usuario-cliente
(artículo 179A del Código Penal), el rufianismo (artículo 180 del Código Penal,
segundo párrafo forma agravada), el proxenetismo (artículo 181 del Código
Penal, segundo párrafo forma agravada), el turismo sexual infantil (artículo
181A del Código Penal), la trata de personas (artículo 182 del Código Penal,
segundo párrafo forma agravada) y los delitos de pornografía infantil (artículo
183-A del Código Penal). Estos últimos tipos son materia de nuestro estudio, y
examinaremos su legitimidad bajo los principios de legalidad y de
proporcionalidad, así como bajo la jurisprudencia del Tribunal Constitucional
peruano y la doctrina penal. En estrecha relación con lo explicado, también
evaluaremos la legitimidad del tipo de posesión de pornografía infantil, en
especial la posesión para el propio consumo y el orientado al tráfico de
pornografía infantil, para investigar su compatibilidad con el principio de
proporcionalidad. En definitiva, nuestro estudio lo abordaremos en tres
capítulos. / Tesis
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Resiliência familiar : processos vivenciados por uma família com vítima de abuso sexual / FAMILY RESILIENCE: PROCESSES EXPERIENCED BY A FAMILY WITH A SEXUAL ABUSE VICTIM (Inglês)Coutinho, Márcia Moraes Lima 06 November 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-11-06 / The present study aimed to understand processes of resilience of a family that
experienced the domestic sexual abuse of a member. More specifically, we sought to
describe the process of revelation of sexual abuse, the structure and dynamics of the
family before and after the abuse, the support network with which the family counted on,
as well as the family resilience indicators. For this, only one experimental case study
research was performed. The participant family consisted of a mother and four children,
and the victim (now a 17 years old girl) was abused by her stepfather from 9 to 14 years
old, when the revelation/denunciation of the violence occurred and the consequent
removal of the assailant. The research was based on Ecological Insertion in the
triangulation of data from different instruments (interviews, field journal, genogram and
analysis of the victim s medical records) and the listening to several participants (the
victim, the victim's mother, older brother, biological father, neighbor, church leadership
and psychologist of CREAS). Content analysis procedures guided the systematization of
seven categories of analysis, which were discussed in the light of the systemic frame. The
results showed a very confrontational family dynamics between mother and victim; the
victim s symptoms as a form of communication; the existence of an extra family support
network that was decisive in the process of revelation of the abuse and in the postrevelation
period (neighbor s role and the Church leadership, for example); frequent
interruptions in service received by the victim on the CREAS; as well as the importance
of a listening space to the victim's mother suffering. The indicators of family resilience
(beliefs system, organizational and communicational processes) were also identified.
This study is concluded by underlining the importance of a more dynamic, dialectic and
contextualized vision of the families who experience sexual abuse and family resilience
processes experienced by them.
Keywords: sexual abuse; family resilience; family; vulnerability; protection. / O presente estudo teve como objetivo compreender processos de resiliência de uma
família que vivenciou o abuso sexual intrafamiliar de um membro. Especificamente,
buscou-se descrever o processo da revelação do abuso sexual, a estrutura e dinâmica da
família antes e após o abuso, a rede de apoio com a qual a família contou, assim como os
indicadores de resiliência familiar.Para isso, realizou-se uma pesquisa com delineamento
de estudo de caso único. A família participante era composta por mãe e quatro filhos,
sendo que a vítima (hoje com 17 anos) foi abusada pelo padrasto dos 9 aos 14 anos,
quando ocorreu a revelação/denúncia da violência e o consequente afastamento do
agressor. A pesquisa baseou-se na Inserção Ecológica, na triangulação de dados de
diferentes instrumentos (entrevistas, diário de campo, genograma e análise de prontuários
da vítima) e na escuta de vários participantes (vítima, mãe da vítima, irmão mais velho,
pai biológico, vizinha, liderança da Igreja e psicóloga do CREAS). Os procedimentos da
Análise de Conteúdo orientaram a sistematização de sete categorias de análise, as quais
foram discutidas à luz do referencial sistêmico. Os resultados evidenciaram uma
dinâmica familiar bastante conflituosa entre mãe e vítima; a sintomatologia da vítima
como uma forma de comunicação; a existência de uma rede de apoio extrafamiliar que
foi decisiva no processo de revelação do abuso e no período pós-revelação (papel da
vizinha e da liderança da igreja, por exemplo); frequentes interrupções no atendimento
recebido pela vítima no CREAS; assim como a importância de um espaço de escuta do
sofrimento da mãe da vítima. Os indicadores de resiliência familiar (sistema de crenças,
processos organizacionais e comunicacionais) também foram identificados. Conclui-se
sublinhando a relevância de uma visão mais dinâmica, dialética e contextualizada das
famílias que vivenciam o abuso sexual e dos processos de resiliência familiar por elas
vividos.
Palavras-chave: abuso sexual; resiliência familiar; família; vulnerabilidade; proteção.
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O abuso sexual e o traumático : escuta de adolescentes numa perspectiva psicanalítica / THE SEXUAL ABUSE AND THE TRAUMATIC: LISTENING TO TEENAGERS IN A PSYCHOANALYTIC APPROACH (Inglês)Silva, Roberta Araújo 14 December 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-12-14 / This is a study about sexual abuse and their implications on adolescence using psychoanalysis as theoretical and practical reference. The main objective of this research was to know the subjective implications related to sexual abuse in adolescence by adopting a psychoanalytic listening. In order to achieve this, we set two specific objectives. In the first one, we resumed a bibliographic study about sexual abuse in adolescence in the areas of Psychology and Psychoanalysis, considering the experience of sexual abuse as traumatic, we presented the conception of trauma in Freud, Ferenczi and Winnicott ¿ starting from the Freudian conceptions of repetition compulsion and psychic process, as well as the conceptions of Ferenczi about the psychic destinies of trauma: identification with the aggressor and thee traumatic progression, and Winnicott¿s contribution about the environmental failure. As second objective, we proposed to think about the possible psychic destinies given to the experiences of sexual abuse by female teenagers. For that purpose, we planned two clinical cases who denounced violence of sexual abuse in the Police Station of Fight to Exploitation to Children and Teenagers (DCECA). For the construction of clinical cases, we used the method of therapeutic counselling or psychotherapeutic interview, according to the conception of Winnicott. According to the study of the cases, we observed that teenagers had a life story in such a specific family context presenting psychic features that preceded the experience of sexual abuse, since the first object relations are constructed in the relationship with the mother and are essential for the constitution of the subjective identity and the establishment of the relations to the world. In the abuse relation, we noticed that violence of abuse cannot be translated only by the sexual relation, but mainly by the identification models of the relations established with the parents¿ models, especially with the mothers. We emphasize that in trauma, the psyche, can exclude the area of representation, the excess of drive, therefore determining primitive ways of organization in
which the traumatic, prevented from being expressed by the word, is expressed in acts and bodily marks. Besides, the contribution of psychoanalysis to the clinic of trauma occurs mainly my emphasizing the psychic process of trauma. As a conclusion, beyond the situation of sexual harassment, there is the unique experience of every subject that varies accord to the singularity and life history of each person and, therefore, the public policies, whether in mental health, social assistance, law, must take into account the singularities of each subject, going beyond what is considered as normalization. Different contexts and multiple repercussions relate to the experience of sexual abuse that must be analyzed in its complexity and particularity.
Keywords: Sexual Abuse. Adolescence. Psychoanalysis. Trauma. Therapeutic Counselling / Consiste em um estudo sobre o abuso sexual e suas implicações na adolescência, utilizando como referencial teórico e técnico a Psicanálise. Esta pesquisa teve como objetivo geral conhecer, por meio da escuta psicanalítica, as implicações subjetivas referentes ao abuso sexual na adolescência. Neste intuito, estabelecemos dois objetivos específicos. No primeiro, retomamos um estudo bibliográfico acerca do abuso sexual na adolescência nos campos da Psicologia e da Psicanálise, considerando a vivência de abuso sexual como traumática, apresentamos a concepção de trauma em Freud, Ferenczi e Winnicott ¿ a partir das noções freudianas de compulsão à repetição e elaboração psíquica, bem como das concepções de Ferenczi sobre os destinos psíquicos do trauma: identificação com o agressor e progressão traumática, e a contribuição winnicottiana sobre falha ambiental. Como segundo objetivo, nos propusemos pensar sobre quais os possíveis destinos psíquicos dados às experiências de abuso sexual pelas adolescentes. Para tal, elaboramos dois casos clínico-institucionais a partir de consultas terapêuticas com adolescentes que denunciaram violência de abuso sexual na Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (DCECA). Mediante as consultas terapêuticas, verificamos que as adolescentes traziam uma história de vida em um contexto familiar específico, apresentando marcas psíquicas que antecedem a vivência do abuso, já que as primeiras relações objetais são constituídas na relação com a mãe-ambiente e essenciais para a constituição da identidade subjetiva e estabelecimento das relações com o mundo. Ademais, a contribuição da Psicanálise para a compreensão do impacto do abuso sexual no desenvolvimento e funcionamento psíquico se dá, fundamentalmente, pela compreensão dos processos mentais relativos ao funcionamento psíquico, sobretudo no aprofundamento do conhecimento sobre a singularidade dos destinos psíquicos dados a experiência traumática pelas adolescentes. No que concerne à clínica do trauma, a Psicanálise faz uma aposta na elaboração psíquica do trauma. Enfatizamos que, no
trauma, o psiquismo pode excluir do campo da representação, o excesso pulsional, determinando assim, modos primitivos de organização em que o traumático, impedido de representar-se pela palavra, é expresso em atos e marcas corporais. Em conclusão, para além da situação de abuso sexual, há uma vivência única para cada sujeito, que varia de acordo com a singularidade e a história de vida de cada um, portanto as políticas públicas, seja no âmbito jurídico, assistencial ou de saúde mental, devem considerar as singularidades de cada sujeito, indo além do que está posto como normatização. Diferentes contextos e múltiplas repercussões associam-se a cada vivência de abuso sexual, que deve ser analisada em sua complexidade e em sua particularidade.
Palavras chave: Abuso Sexual. Adolescência. Psicanálise. Trauma. Consulta Terapêutica
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Abuso sexual infantil - uma cartografia: silenciamento, testemunho, ressentimento, esquecimentoCamargo, Karina Acosta 21 March 2016 (has links)
Submitted by Filipe dos Santos (fsantos@pucsp.br) on 2016-08-23T12:17:22Z
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Karina Acosta Camargo.pdf: 1412678 bytes, checksum: 2f59e0e0b546f1e40f86fc7ec293bbc2 (MD5)
Previous issue date: 2016-03-21 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Child sexual abuse – a cartography starts from the author’s body fissures, presenting her own lacerations due to sexual abuses experienced during childhood. This path goes through the issues of silencing, testimony, resentment, forgetfulness, and, lastly, lead – like a birth made through the womb of the earth – to the amor fati. It is a research that aims to overcome the victim-aggressor dichotomy, in order to discuss the complex web that invisibly establishes itself and enables the incitement and the continuity of the sexual abuses, mainly in the family scope. Furthermore, it highlights ways of life invention from the unbearable, excessive and cruel, and art as a possibility of resistance and creation of new ways of existence / Abuso sexual infantil – uma cartografia parte das fissuras do corpo da autora, apresentando seus próprios dilaceramentos, decorrentes de abusos sexuais vividos durante a infância. Este percurso atravessa as questões do silenciamento, do testemunho, do ressentimento, do esquecimento e, por último, leva – como um nascimento que se faz através do útero da terra – ao amor fati. É uma pesquisa que busca ir além da dicotomia vítima-agressor, para pensar a complexa trama que se estabelece invisivelmente e possibilita a incitação e a continuidade dos abusos sexuais, principalmente no âmbito familiar. Além disso, ressalta as modalidades de invenção vital a partir do insuportável, excessivo e cruel, e a arte como possibilidade de resistência e criação de novos modos de existência
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La valoración de la prueba pericial psicológica de la víctima en procesos contra la indemnidad sexual en Lima norte, año 2013Ulfe Herrera, Elizabeth Consuelo January 2017 (has links)
El documento digital no refiere un asesor / Publicación a texto completo no autorizada por el autor / Determina la relación entre la valoración de la prueba pericial psicológica de la víctima y el fallo condenatorio o absolutorio emitido en los procesos penales contra la indemnidad sexual, según opinión de los jueces y según fallos, en la Corte Superior de Lima Norte en el periodo 2013. La muestra está conformada por 18 jueces de las seis salas de Lima Norte y por la evaluación de 66 sentencias expedidas por las Salas Penales de la Corte Superior de Justicia de Lima Norte, durante el año judicial 2013. Para la recolección de datos se utilizan dos cuestionarios, el de la valoración de la prueba con una confiabilidad del 0. 745 y el cuestionario de fallos con una confiabilidad de 0.709. De las conclusiones más relevantes referidas a los fallos absolutorios apreciamos que existe una tendencia a absolver al procesado, dando un menor valor a la afectación de la víctima (menor de edad) evidenciada en la pericia psicológica, que a otros elementos que favorecen al procesado, por lo que queda un gran porcentaje de víctimas afectadas sin recibir una respuesta justa ante un hecho tan grave como la violación de su indemnidad sexual. Asimismo, no coinciden los resultados de los fallos con los de la encuesta, lo que pondría en evidencia que en la judicatura en Lima Norte no existe un criterio uniforme respecto a la valoración de la prueba pericial psicológica en los casos de violación de la indemnidad sexual. / Tesis
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Arte Terapia al Servicio del Proceso de Reparación de una Adolescente en Riesgo Social con Abuso Sexual en la InfanciaCastillo Montt, Bernardita January 2007 (has links)
No description available.
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Submissão e resistência : explodindo o discurso patriarcal da dominação femininaNarvaz, Martha January 2005 (has links)
O objetivo deste estudo foi o de examinar as diferentes posições ocupadas por uma mulher diante da violência sofrida tanto por ela quanto por suas filhas, ao longo de sua história de vida. A participante foi uma mulher, vítima de diversas formas de violência, cujas filhas foram vítimas de incesto. O delineamento utilizado foi o estudo de caso, baseado em entrevistas. A análise de discurso qualitativa mostrou que a participante ocupou posições alternadas, ora de submissão, ora de resistência no enfrentamento da violência sofrida tanto por ela quanto pelas filhas. Os resultados apontaram que diversos processos contribuíram à posição de submissão. Alguns desses processos referem-se aos valores patriarcais que influenciaram a concepção de família da participante e a concepção de papéis familiares ao longo das várias gerações de sua família. Sua concepção de família revelou um modelo de família nuclear, burguesa, patriarcal e monogâmica. A concepção de papéis familiares da participante apareceu associada a valores patriarcais, que prescrevem papéis de gênero hierárquicos e estereotipados encontrados em famílias violentas e incestuosas. Ainda assim, estes papéis não foram vividos pela participante de forma homogênea. A análise qualitativa encontrou que o suporte social foi a contribuição fundamental ao engendramento das estratégias de resistência da participante e de suas filhas no enfrentamento da violência. Estes resultados indicaram que as mulheres são plurais e heterogêneas e que não são sempre ou apenas vítimas da violência, o que explode o discurso patriarcal da dominação feminina. Uma vez que os dados foram coletados com base em apenas um caso, novas investigações sobre o tema são recomendadas.
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Avaliação e intervenção psicológica para meninas vítimas de abuso sexual intrafamiliarHabigzang, Luísa Fernanda January 2006 (has links)
O abuso sexual contra crianças e adolescentes é um fenômeno complexo que envolve aspectos psicológicos, sociais e jurídicos. Esta forma de violência tem sido considerada um problema de saúde pública devido aos altos índices de incidência e ao impacto negativo para o desenvolvimento das vítimas. O presente estudo teve como objetivo aplicar e avaliar o efeito de um modelo de grupoterapia cognitiva-comportamental para meninas vítimas de abuso sexual intrafamiliar. Participaram do estudo 10 meninas com idade entre 09 e 13 anos. As participantes foram clinicamente avaliadas em três encontros individuais, nos quais foram aplicados instrumentos psicológicos que avaliaram sintomas de ansiedade, depressão, transtorno do estresse pós-traumático, stress infantil e crenças e percepções da criança em relação à experiência abusiva. Após a avaliação clínica, as participantes foram encaminhadas para a grupoterapia, constituída por 20 sessões semi-estruturadas. O processo terapêutico foi dividido em três etapas, segundo os objetivos e técnicas aplicadas, em: psicoeducação, treino de inoculação do estresse e prevenção à recaída. A reavaliação clínica foi realizada após cada etapa da intervenção e os resultados apontaram que as meninas apresentaram melhoras significativas nos sintomas de depressão, ansiedade e transtorno do estresse pós-traumático, bem como reestruturaram crenças disfuncionais sobre culpa, diferença em relação aos pares, percepção de credibilidade e confiança. Tais resultados sugerem que a grupoterapia foi efetiva, reduzindo a sintomatologia das participantes e proporcionando a elaboração de pensamentos funcionais em relação ao abuso sexual.
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A associação de abuso e negligência na infância com prejuízo da funcionalidade em esquizofrênicosGil, Alexei January 2005 (has links)
Foi feito um estudo de associação de fatores de risco na infância com grau de incapacitação na vida adulta em pacientes portadores de esquizofrenia. O estudo faz parte Protocolo “Bases Moleculares da Esquizofrenia em População Portuguesa e Brasileira” e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Os pacientes e familiares responsáveis assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O instrumento diagnóstico utilizado foi o Inventário de Critérios Operacionais para Doenças Psicóticas (OPCRIT), o qual é composto por um checklist de 90 itens, um glossário e um sistema computadorizado que fornece o diagnóstico segundo as principais classificações diagnósticas em psiquiatria. Os fatores de risco investigados foram abuso sexual, negligência emocional, abuso físico, negligência física e abuso emocional. Utilizou-se o instrumento auto-aplicável denominado Questionário sobre Traumas na Infância (CTQ), o qual é composto por 28 assertivas sobre a infância dos sujeitos que, através de uma escala Linkert de 5 pontos, marcam as alternativas que mais se adaptam às suas vivências infantis. A medida do desfecho grau de incapacitação foi feita através da Escala de Avaliação da Incapacitação Psiquiátrica (WHO/DAS), que é um dos principais instrumentos da Organização Mundial da Saúde para avaliar a incapacitação funcional de pacientes psiquiátricos e os possíveis fatores causais. Foram selecionados consecutivamente 102 pacientes do ambulatório do Programa de Esquizofrenia de Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Após a aplicação do OPCRIT, dois sujeitos foram excluídos por apresentarem diagnóstico de transtorno afetivo bipolar e transtorno esquizoafetivo. Portanto, 100 sujeitos constituíram a amostra deste estudo. A análise dos resultados para se estabelecer a associação de traumas infantis com grau de incapacitação em esquizofrênicos foi feita através do teste de correlação de Spearman. Os resultados sugerem que história de trauma na infância, o que inclui as cinco dimensões investigadas, demonstrou estar significativamente associada com prejuízo do comportamento geral (p=.023) e da funcionalidade global (p=.032), ou seja, Seções 1 e 5 da WHO/DAS, respectivamente. Negligência física na infância mostrou forte associação com prejuízo do comportamento geral (p<.000), além de também ter demonstrado associação significativa com prejuízos na performance social (p=.037) e na funcionalidade global (p=.014). Encontrou-se, ainda, associações significativas de abuso emocional na infância com prejuízo no comportamento geral (p=.026) e de negligência emocional com a prejuízo na funcionalidade global (p=.047). No estudo, abuso sexual e abuso físico não demonstraram associação com as medidas de funcionalidade utilizadas. Essas formas de abuso têm sido mais freqüentemente relacionadas com a etiologia de transtornos mentais do que formas de abuso aparentemente menos impactantes, tais como negligência física, negligência emocional e abuso emocional. Possivelmente, as conseqüências prejudiciais dessas formas menos traumáticas de abuso estejam relacionadas à etiologia dos transtornos mentais em períodos diferentes de vulnerabilidade do que abuso sexual e físico (os primeiros talvez mais importantes em períodos mais precoces do desenvolvimento humano). A ocorrência de abuso e negligência na infância e sua relação com esquizofrenia estão de acordo com recentes modelos etiológicos que sugerem que adversidades precoces podem ocasionar alterações psicológicas e biológicas que aumentam a vulnerabilidade para psicose. A associação de experiências traumáticas na infância com o desenvolvimento de transtornos psiquiátricos no adulto é amplamente conhecida e estudada. O presente estudo permite considerar a possibilidade de tais traumas interferirem não só na etiologia, mas também no desempenho funcional e social dos pacientes. A identificação precoce dos fatores de risco para o desenvolvimento de esquizofrenia permite o desenvolvimento de estratégias de intervenção com o objetivo de evitar as conseqüências diretas do trauma na gênese do transtorno em pessoas com risco ou, pelo menos, minimizar o impacto deletério dessa doença na vida dos pacientes. A implicação prática deste estudo está no reforço da necessidade de reconhecer as crianças que têm maior vulnerabilidade para o desenvolvimento de esquizofrenia, por exemplo, netos, filhos e irmãos de esquizofrênicos, e oferecer proteção especial quanto à exposição a traumas através ações de saúde e educacionais. / We did an association study of childhood risk factors with disability in schizophrenic adults. This study is part of the protocol named “Bases Moleculares da Esquizofrenia em População Portuguesa e Brasileira” and was approved by Ethics Committee of Hospital de Clínicas de Porto Alegre. All the patients have signed an informed consent before getting in the study. (Annex 1) The diagnostic instrument was the Operational Criteria Checklist for Psychotic Illness (OPCRIT); witch includes 90 items, a glossary and a computer system, that generates diagnosis according most important classifications in psychiatry. The childhood risk factors that we investigated were sexual abuse, emotional neglect, physical abuse, physical neglect and emotional abuse. To assert this variables we used the Childhood Trauma Questionnaire (CTQ), a self-report instrument that is composed of 28 items about subjects childhood that, through a five point Linkert scale, choose the appropriated answer considering their previous experiences. The outcome measure has been gotten using the World Mental Health / Disability Assessment Schedule (WHO/DAS) witch is one of the most important WHO instrument to access psychiatric illnesses disability and possible etiologic factors. We first selected consecutively 102 patients of the Schizophrenia Outpatients Program of Hospital de Clínicas de Porto Alegre. After that, two of them were excluded because they were not schizophrenics according the OPCRIT analysis. Then, the final sample was composed of 100 subjects. Spearman’s correlation test was used to make the association of childhood trauma and disability in this sample of schizophrenics. The results suggest that childhood trauma history, which includes the all five kinds of trauma, is associated with worse general behaviour (p=.023) and worse global functionality (p=.032), which means, WHO/DAS Sections 1 and 5, respectively. Child physical neglect showed strong association with worse general behaviour (p<.000), worse social performance (p=.037) and worse global functionality (p=.014). We have also found significant associations between emotional abuse with worse general behaviour (p=.026) and between emotional neglect with worse global functionality (p=.047). In this study, sexual and physical abuse didn’t demonstrate association with those functionality measures used. These kinds of child abuse have been more often associated with mental disorders aetiology than other ones that have less impact on, like physical neglect, emotional neglect and emotional abuse. Possibly, the damage consequences of these “less traumatic” abuses are linked to mental disorders aetiology in different periods of vulnerability than are sexual and physical abuse (maybe the first ones are more important in premature periods of human neurodevelopment). Child abuse and neglect occurrence and its relation to schizophrenia are in agreement with the recent etiologic models that suggest precocious adversities may lead to psychological and biological changes that increase psychoses vulnerability. The association of traumatic experiences in childhood with the development of psychiatric disorders in adults is largely known and studied. The present study allows to consider the possibility of such traumas intervene not only in the aetiology but also in the functional and social performance of patients. The preventive identification of the risk factors to schizophrenia development allows to create strategies of interventions with the objective of avoiding direct consequences of the trauma in people with high risk of being affected by this disorder; or at least decrease the impact of this damage in the patient’s life. The practical implications of this study is in the highlighted need to recognize the children with higher vulnerability to develop schizophrenia, for example, grandchildren, next of a kin and siblings of schizophrenics; and offer especial protection against trauma exposure through health and educational programs.
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