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O conceito de vontade em Agostinho

Guimarães, Elias de Medeiros 20 October 2008 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Humanidades, Departamento de Filosofia, Programa de Pós-Gradução, 2008. / Submitted by Natália Cristina Ramos dos Santos (nataliaguilera3@hotmail.com) on 2009-09-24T12:47:53Z No. of bitstreams: 1 2008_EliasMedeirosGuimaraes.pdf: 600000 bytes, checksum: 44eb797523e427eab42fc22e641f85e4 (MD5) / Approved for entry into archive by Luanna Maia(luanna@bce.unb.br) on 2009-10-02T14:54:56Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2008_EliasMedeirosGuimaraes.pdf: 600000 bytes, checksum: 44eb797523e427eab42fc22e641f85e4 (MD5) / Made available in DSpace on 2009-10-02T14:54:56Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2008_EliasMedeirosGuimaraes.pdf: 600000 bytes, checksum: 44eb797523e427eab42fc22e641f85e4 (MD5) Previous issue date: 2008-10-20 / Agostinho classifica a vontade como um bem médio, que pode se deslocar tanto para os bens inferiores como para os superiores. O que causa o deslocamento da vontade? A resposta pode ser dividida em três partes, que correspondem às três fases da vida do Bispo de Hipona. Num primeiro momento, a vontade é soberana para decidir qual o sentido a ser tomado, independentemente do que é mostrado pela razão como sendo o certo e o errado. Assim, para que a vontade se dirija para os bens eternos, é necessário ser um cristão erudito. Posteriormente, Agostinho defende que a vontade se torna enfraquecida pela influência do mau hábito (consuetudo), que nasce do pecado. A origem desse pecado encontra-se no deleite das lembranças da memória. Por último, a vontade é considerada como sendo impotente para cumprir a vontade de Deus. Assim, é necessária a atuação da Graça para preparar e capacitar a vontade, para que esta seja efetiva no deslocamento para o Eterno. __________________________________________________________________________________________ ABSTRACT / Augustine classifies the will as an intermediate good that can move itself as much toward inferior goods as to superior ones. What cause the moving of the will? The answer can be divided in three parts, which correspond to the three phases of the bishop of Hippo’s life. First, the will is free to decide any direction, regardless of what is right or wrong according to the reason. In this way, it is necessary to be a learned Christian in order that the will be able to move to the superior goods. After that, Augustine maintains that the will becomes weaker by the influence of bad habit (consuetudo), which originates from the sin. The origin of this sin is situated in the delight of the recollections of the memory. Finally, our will is regarded as incompetent to carry out the will of God. Therefore, the divine Grace is necessary in order to prepare the human will for the direction of the Eternal.
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Matrix e o medo da previsibilidade

Silva, Carlos Daniel 27 February 2007 (has links)
Orientador : Carlos Eduardo Albuquerque Miranda / Dissertação (mestrado) ¿ Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação / Made available in DSpace on 2018-08-08T05:51:52Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Silva_CarlosDaniel_M.pdf: 483602 bytes, checksum: 53dd7af97089a1c3d8eacd9fec7764c3 (MD5) Previous issue date: 2007 / Resumo: A abordagem filosófica apresentada neste trabalho caminha na direção do autoconhecimento. Para a sua realização utilizamos o filme ¿Matrix¿ que nos respalda para refletir sobre a previsibilidade, insatisfação e vaticínio. A análise profunda destes conceitos nos permite perceber que não somos vítimas de nenhuma situação, ao contrário, somos agentes. E como agentes, somos responsáveis por nós e pelo nosso entorno. A trajetória do herói no filme nos faz refletir sobre nossa própria condição humana e, a partir de tal reflexão, despertar para o fato de que está na hora de assumirmos a responsabilidade por nossa própria existência, caso contrário nos tornaremos escravos de nossas próprias injunções. O medo e a insegurança são fatores que nos fazem titubear, porém, quando fizermos uso prático e consciente do livre-arbítrio, por amor a nós mesmos, amor aos semelhantes e amor à Divindade, nossas vidas terão boas chances de se tornarem plenas. O primeiro passo para quem quer trilhar o caminho do autoconhecimento se dá a partir de uma nova relação consigo mesmo, por intermédio dos próprios pensamentos, veiculados pelo uso da palavra, culminando em ações conscientes / Abstract: The philosophical approach taken in this work is directed to self-knowledge. We used the film ¿Matrix¿ to help us reflect on prevision, dissatisfaction and predictability. The thorough analysis of these concepts allows us to perceive that we are not victims of situations, but, to the contrary, we are agents. And as agents we are responsible for ourselves and our surroundings. The trajectory of the hero in the film makes us reflect on our proper human condition and wake up to the fact that it is time to assume responsibility for our proper existence. If we do not, we will become slaves of our own proper admonitions. Fear and insecurity are factors that make us vacillate; however, when we make use of free will in a practical and conscious manner for love of ourselves, our fellow creatures and the Divinity, our lives will have better chances of becoming fulfilled. The first step for one who wants to travel on the road of self-knowledge is to begin a new relationship with oneself through one¿s own thoughts arising from words and culminating in conscious actions / Mestrado / Educação, Conhecimento, Linguagem e Arte / Mestre em Educação
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Identidade entre ideia e volição: a crítica à imagem do livre-arbítrio em Espinosa / Identité entre l\'idée et volition: la critique à l\'image du libre arbitre chez Spinoza

Juarez Lopes Rodrigues 11 February 2014 (has links)
Le but de cette dissertation est dexpliciter, autant que possible, les critiques formulées par Spinoza par rapport à Descartes, en particulier sa doctrine du libre arbitre. En comprenant la notion cartésienne de volonté libre, nous essayons de préciser la rupture existante entre les deux philosophes. Nous analyserons dans lÉtique et dans le Traité de la Reforme de lEntendiment la conception de la nature de lidée et sa distinction entre des idées adéquates et inadéquates, qui nos conduira à sa critique de la faculté de la volonté libre. Cette analyse se detient en particulier sur lidentification que Spinoza fait entre lidée et volition, étant lidée conçue comme un acte daffirmation ou de négation, de sorte que la volition est constitutive de lidée. Cest en vertu de cette identité que Spinoza affirmera que le vrai et le faux ne se réfèrent pas à un jugement extérieure aux idées, mais à un jugement qui opère internement, dans les idées elles-mêmes. Avec cette analyse, nous essaieront de montrer que lidentité entre lidée et volition nélimine pas le caractère volontaire de laction cognitive de lhomme dans la philosophie spinoziste. La critique de Spinoza à la notion de volonté, comprise comme une faculté abstraite, cest à dire, un universel abstrait, vise à rompre avec lidée que la volonté est absolument libre. La volonté cessera dêtre la faculté qui affirme à partir de lindétermination entre contraires et deviendra laffirmation de la libre necessité. Par contre, cest la conception dune faculté universelle et abstraite qui donnera lieu à lilusion du libre arbitre. / O escopo dessa dissertação é explicitar, na medida do possível, as críticas formuladas por Espinosa em relação a Descartes, notadamente em sua doutrina do livre-arbítrio. Compreendendo a noção de livre-arbítrio cartesiano, tentaremos precisar a ruptura existente entre os dois filósofos. Analisaremos na Ética e no Tratado da emenda do intelecto a concepção da natureza da ideia e a sua distinção entre ideias adequadas e inadequadas, o que nos levará à sua crítica da faculdade da vontade livre. Essa análise se deterá especialmente na identificação que Espinosa realiza entre ideia e volição, sendo a ideia concebida como um ato de afirmação ou negação, de modo que a volição é constitutiva da ideia. É em virtude dessa identidade que Espinosa afirmará que o verdadeiro e o falso não se referem a um juízo exterior às ideias, mas a um juízo que opera internamente, nas próprias ideias. Com essa análise, tentaremos evidenciar que a identidade entre ideia e volição não elimina o caráter voluntário da ação cognitiva do homem na filosofia espinosana. A crítica de Espinosa em relação ao conceito de vontade, entendida como uma faculdade abstrata, isto é um universal abstrato, visa a romper com a ideia de que a vontade é absolutamente livre. A vontade deixa de ser a faculdade que afirma a liberdade entre contrários e torna-se a afirmação da livre necessidade. É essa concepção de uma faculdade universal e abstrata que acarretará ilusão do livre-arbítrio.
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Agostinho de Hipona : o mal e sua relação com a vontade humana

Gomes, Izaias dos Santos Goes 28 February 2018 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / This study aims to analyze the relationship between thehuman will with the problem of evil from the of Augustine thought. Since your youth Augustine questioned about the problem of evil and saw in the Manichean dualism a reasonable response as a solution to the problem. After nearly a decade in Manichaeism, Aurelio Augustine moved to Rome and then Milan, where he participated in Platonic studies group. However, the contact of Augustine, in Milan, with the Catholic Bishop Ambrose led him to conversion to Catholicism and the abandonment of Manichaeism. From this, Augustine prepared your theory about evil, that relate directly to human will. In this perspective, evil is not a being, as he taught the Manichaeism, but as a result of the free will of the human being by your will stop wanting want God as supreme good for wanting a well more than himself. In this way, the desire human being deprived of God, corrupting the relationship between the divine and the human. / Este estudo visa analisar a relação entre a vontade humana com o problema do mal a partir do pensamento de Agostinho. Desde a sua juventude Aurélio Agostinho questionava-se sobre o problema do mal e viu no dualismo maniqueísta uma resposta razoável como solução para o problema. Depois de quase uma década no maniqueísmo, Agostinho mudou-se para Roma e posteriormente, Milão onde participou de grupo de estudos platônicos. Contudo, o contato de Agostinho, em Milão, com o bispo católico Ambrósio levou-o a conversão ao catolicismo e com isso o abandono do maniqueísmo. A partir disso, Agostinho elaborou sua teoria sobre o mal, a que está relacionada diretamente à vontade humana. Nessa perspectiva, o mal não é um ser, como ensinava o maniqueísmo, mas fruto da vontade livre do ser humano que, por livre vontade, deixa de querer Deus como bem supremo para querer um bem inferior ou a si mesmo. Dessa forma, pela vontade o ser humano se priva de Deus corrompendo a relação entre o divino e o humano. / São Cristóvão, SE
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Descartes - o cortesão exilado: política e paixão / Descartes - the courtier exiled: passion and politics

Souza, Alexandre de Oliveira 15 October 2013 (has links)
O presente trabalho visa compreender as relações entre a revolução científica do século XVII, com a passagem do antropocentrismo renascentista à subjetividade moderna, e as questões políticas no pensamento de Descartes. A partir de uma concepção mecanicista da natureza, Descartes elabora uma espécie de mecânica geometrizada das paixões que conduz ao estabelecimento de sua moral provisória, que, à luz de sua compreensão da necessidade e da contingência, se revelará como uma moral definitiva. A Moral cartesiana e a política que com ela se orienta requerem a condição do exílio e do mascaramento de índole libertina no teatro do mundo, a fim de que o livre-pensar possa distanciar-se das controvérsias do tempo, elegendo-se as virtudes da prudência e da generosidade como norteadoras de uma política de ideias regida pelo livre arbítrio / This study aims to understand the relationship between the scientific revolution of the seventeenth century, the passing of the Renaissance anthropocentrism to modern subjectivity, and the political issues in the thought of Descartes. From a mechanistic view of nature, Descartes elaborates a kind of geometrized mechanics of passions leading to the establishment of a provisional morality which, in light of his understanding of necessity and contingency, will prove to be a definitive morality. The Cartesian morality and the politics by which it is guided require the condition of exile and the libertine masquerading in the \"theater of the world\", so that free-thinking can distance itself from the controversy of time, electing the virtues of prudence and generosity as the guides of a policy of ideas ruled by free will
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Identidade entre ideia e volição: a crítica à imagem do livre-arbítrio em Espinosa / Identité entre l\'idée et volition: la critique à l\'image du libre arbitre chez Spinoza

Rodrigues, Juarez Lopes 11 February 2014 (has links)
O escopo dessa dissertação é explicitar, na medida do possível, as críticas formuladas por Espinosa em relação a Descartes, notadamente em sua doutrina do livre-arbítrio. Compreendendo a noção de livre-arbítrio cartesiano, tentaremos precisar a ruptura existente entre os dois filósofos. Analisaremos na Ética e no Tratado da emenda do intelecto a concepção da natureza da ideia e a sua distinção entre ideias adequadas e inadequadas, o que nos levará à sua crítica da faculdade da vontade livre. Essa análise se deterá especialmente na identificação que Espinosa realiza entre ideia e volição, sendo a ideia concebida como um ato de afirmação ou negação, de modo que a volição é constitutiva da ideia. É em virtude dessa identidade que Espinosa afirmará que o verdadeiro e o falso não se referem a um juízo exterior às ideias, mas a um juízo que opera internamente, nas próprias ideias. Com essa análise, tentaremos evidenciar que a identidade entre ideia e volição não elimina o caráter voluntário da ação cognitiva do homem na filosofia espinosana. A crítica de Espinosa em relação ao conceito de vontade, entendida como uma faculdade abstrata, isto é um universal abstrato, visa a romper com a ideia de que a vontade é absolutamente livre. A vontade deixa de ser a faculdade que afirma a liberdade entre contrários e torna-se a afirmação da livre necessidade. É essa concepção de uma faculdade universal e abstrata que acarretará ilusão do livre-arbítrio. / Le but de cette dissertation est dexpliciter, autant que possible, les critiques formulées par Spinoza par rapport à Descartes, en particulier sa doctrine du libre arbitre. En comprenant la notion cartésienne de volonté libre, nous essayons de préciser la rupture existante entre les deux philosophes. Nous analyserons dans lÉtique et dans le Traité de la Reforme de lEntendiment la conception de la nature de lidée et sa distinction entre des idées adéquates et inadéquates, qui nos conduira à sa critique de la faculté de la volonté libre. Cette analyse se detient en particulier sur lidentification que Spinoza fait entre lidée et volition, étant lidée conçue comme un acte daffirmation ou de négation, de sorte que la volition est constitutive de lidée. Cest en vertu de cette identité que Spinoza affirmera que le vrai et le faux ne se réfèrent pas à un jugement extérieure aux idées, mais à un jugement qui opère internement, dans les idées elles-mêmes. Avec cette analyse, nous essaieront de montrer que lidentité entre lidée et volition nélimine pas le caractère volontaire de laction cognitive de lhomme dans la philosophie spinoziste. La critique de Spinoza à la notion de volonté, comprise comme une faculté abstraite, cest à dire, un universel abstrait, vise à rompre avec lidée que la volonté est absolument libre. La volonté cessera dêtre la faculté qui affirme à partir de lindétermination entre contraires et deviendra laffirmation de la libre necessité. Par contre, cest la conception dune faculté universelle et abstraite qui donnera lieu à lilusion du libre arbitre.
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O livre-arbítrio em Agostinho / Free-choice in Augustine

Marques, Maria Janaina Brenga 12 September 2012 (has links)
Para considerar o livre-arbítrio da vontade, Agostinho deve mobilizar concepções já estabelecidas sobre a natureza divina, sobre a natureza do mal e também sobre a natureza da alma humana. À medida que tais concepções se modificam, o livre-arbítrio da vontade assume contornos diversos até obter sua forma mais acabada, na qual se revela como raiz do mal moral sem nada referir à autoria divina e na qual se revela também como essencialmente viciado sem ter outra alternativa senão a de aceitar a ajuda divina. Assim, se de um lado o livre-arbítrio da vontade não exige relacionar Deus com a causa do mal, de outro lado exige relacionar Deus com a única forma de corrigir o mal. Nosso trabalho tem o objetivo de analisar as tramas conceituais supostas na concepção de livre-arbítrio, vendo nesta uma chave de leitura com força de evidenciar certa lógica interna no movimento envolvendo a conversão de Agostinho ao cristianismo. / In order to consider the free choice of the will, Augustine has to mobilize concepts already established about the divine nature, the nature of evil and also the nature of the human soul. As such concepts change, the free choice of the will takes on different features until it reaches its most defined form, in which it is revealed as the origin of moral evil without reference to the divine authorship and in which it is also revealed as essentially vicious without any alternative but to accept divine aid. Therefore, if on the one hand the free choice of the will does not entail a relationship between God and the cause of evil, on the other hand it requires the relationship between God and the only way to stop evil. The objective of this work is to analyse the conceptual webs entailed in the concept of free choice, viewing it as a reading key capable of evidencing a certain internal logic in the movement involving Augustine\'s conversion to Christianity.
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O \'De libero arbitrio\' de Agostinho de Hipona / Augustine of Hippo\'s De libero arbitrio

Taurisano, Ricardo Reali 22 June 2007 (has links)
Este trabalho tem por objetivos, além de apresentar uma tradução da primeira parte do De libero arbitrio libri tres, de Agostinho de Hipona, empreender um estudo, dos três livros, em seus diferentes aspectos, retóricos e filosóficos. O De libero arbitrio, apesar de seu sentido de unidade, tem características específicas em cada uma de suas três partes. O livro I, de forte influência estóica, apresenta-se um diálogo; o livro II, se mantém a mesma estrutura dialógica, apresenta, porém, evidentes características neoplatônicas. Se as duas primeiras partes podem dizer-se dialéticas, a terceira, no entanto, sofre grave transformação, tanto em sua dispositio, quando Agostinho abdica da forma dialogal para empreender um longo discurso contínuo, como em sua elocutio, ao lançar mão de uma linguagem que, de modo inequívoco, evidencia uma mudança não só de auditório como de pensamento. O De libero arbitrio, em seu livro III, torna-se, a certa altura, uma obra de teologia, em que a concepção platônicosocrática de mundo, do Agostinho dos primeiros dois livros, cede espaço a uma visão mais cristã, influenciada sobremodo pela teologia do apóstolo Paulo, uma visão menos otimista do ser humano como ser autônomo e capaz de soerguer-se, por sua livre iniciativa. Essa mudança conceitual considerável, em seus aspectos discursivo e filosófico, evidencia uma alteração muito mais profunda, uma espécie de turning point, não apenas na obra e na vida do próprio homem, então não mais o filósofo e sim o presbítero de Hipona; não mais o pensador neoplatônico, e sim o doutor eclesiástico; mas também um turning point para a época, demarcando, de certo modo, o fim de toda uma civilização, o fim do mundo antigo, com a derrocada da visão clássica do homem, e o conseqüente princípio da era medieval. / This work has as main objectives, besides offering a translation of the first part of the De libero arbitrio libri tres of Augustine of Hippo, undertake a study of the three books, in its different aspects, rhetorical and philosophical. The De libero arbitrio, in spite of its sense of unity, has specific characteristics in each of its three parts. Book I, predominantly influenced by Stoicism, shows itself a dialog; book II, although maintaining the same dialogical structure, shows, nevertheless, evident Neoplatonic characteristics. If the two first parts may be called dialectical, the third, however, is the object of a severe metamorphosis, as in its dispositio, when Augustine resigns the cross-examination form to undertake a long uninterrupted discourse; as in its elocutio, when he adopts a style that undoubtedly makes clear a change not only in his auditory, but in his thought as well. The De libero arbitrio, then, in its third book becomes at a certain point a theological work, in which the Platonic-Socratic comprehension of the world of the young Augustine (of the first two books) yields to a more Christianized view, much influenced by the theology of the apostle Paul, which sustains a less optimistic image of man as a autonomous being, capable of raising himself through his free choice of the will. This remarkable conceptual change, in its discursive and philosophical aspects, shows a still deeper mutation, a kind of \"turning point\", not only in the works and life of the man, no longer the philosopher, but the presbyter of Hippo; no longer the Neoplatonic thinker, but the Doctor of the Church; but also a \"turning point\" to the epoch, delimiting, to a certain extent, the end of a civilization, the end of Antiquity, with the overthrow of the classical view of man and the consequential beginning of the mediaeval era.
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Para além dos preconceitos: as implicações da negação do livre-arbítrio na filosofia política de Espinosa / Beyond prejudices: implications of the denial of the free will in Spinozas political philosophy

Augusto, Victor Fiori 02 May 2019 (has links)
O objetivo deste trabalho é investigar as implicações políticas da negação do livre-arbítrio da vontade na filosofia de Bento de Espinosa. Trata-se de compreender como é possível pensar a vida em sociedade sem recorrer à livre vontade humana para punir os atos contrários aos direitos comuns. Se o ser humano possui livre-arbítrio para fazer ou deixar de fazer algo, isto é, se a vontade é causa total das ações humanas, é compreensível que as pessoas sejam punidas por suas ações que são prejudiciais à liberdade comum, já que poderiam perfeitamente ter escolhido agir de outra forma. Contudo, em uma filosofia como a espinosana, para a qual a liberdade da vontade não passa de um preconceito e para a qual tudo ocorre necessária e não contingentemente, é preciso indagar qual a melhor maneira de lidar com as injustiças que causam danos aos cidadãos. / The aim of this research is to investigate the political implications of the denial of the free will in Spinozas philosophy. Our goal is to understand how is it possible to think about social life without having to resort to human free will to punish the acts that are contrary to the common rights. If human beings have the free will to do or to avoid doing something, that is, if the will is the total cause of human actions, it is comprehensible that a person is punished for acting against the common freedom, because the person could have chosen otherwise. However, in a philosophy like that of Spinoza, in which the freedom of the will is just a prejudice and everything happens necessarily, not contingently, we must inquire what is the best way to deal with the injustices that do harm to the citizens.
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O estado atual do legado de Benjamin Libet, sua coerência e seu impacto na filosofia da mente e no estudo do livre arbítrio

Félix, Francisco Hélio Cavalcante January 2014 (has links)
FÉLIX, Francisco Hélio Cavalcante. O estado atual do legado de Benjamin Libet, sua coerência e seu impacto na filosofia da mente e no estudo do livre arbítrio. 2014. 116f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Filosofia, Fortaleza (CE), 2014. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2015-03-12T14:12:25Z No. of bitstreams: 1 2014_dis_fhcfelix.pdf: 646316 bytes, checksum: 1e7496a8ad9966924cff8a1359d6e39a (MD5) / Approved for entry into archive by Márcia Araújo(marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2015-03-13T17:10:52Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2014_dis_fhcfelix.pdf: 646316 bytes, checksum: 1e7496a8ad9966924cff8a1359d6e39a (MD5) / Made available in DSpace on 2015-03-13T17:10:52Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2014_dis_fhcfelix.pdf: 646316 bytes, checksum: 1e7496a8ad9966924cff8a1359d6e39a (MD5) Previous issue date: 2014 / Benjamin Libet’s legacy and the current status of his findings were analysed. Libets’ works on neurophisiology of voluntary act prompted a huge discussion on philosophy of mind in general and specifically on free will. The evidence from his main studies shows that the brain process that is responsible for the so called voluntary act begins preconsciously. The beginning of this neural process would be defined as the appearance of a readiness potential in eletroencephalographics recordings. This defies the common notion that a person can counsciously and freely choose how and when to act. The scientist holds the idea of consciously vetoing the act that has unconsciously begun and thus enable the exercise of free will. One would have about 200 milliseconds to use this veto power before the concrete onset of the respective action. Libet has tried to figure out a philosophic mind-brain interaction theory to compound with his empiric findings and so to shape what he understood as a human action and free will characterization. The reactions to these works were substantial. It seems to be a noticeable example of close interaction between philosophic and scientific knowledge, with a prospect of both enrichment and misunderstandings. A comprehensive review of Libet’s work and the main thinkers who commented on it shows that the discussion was quite rich and still has a great ammount at the present days. New methods of assessing brain activities and the recent replications of Libet’s experimental model emphasize the importance of his work. Some of his conclusions are now strengthened, in spite of the weakening of other points in his argumentations. His legacy can be ultimately regarded as an unavoidable reference to every person who investigates the free will issue. / Analisou-se o legado de Benjamin Libet e o estado atual de seus achados. Os trabalhos de Libet sobre neurofisiologia do ato voluntário provocaram uma intensa discussão no campo da filosofia da mente em geral e do livre arbítrio em particular. As evidências de seus principais estudos são de que o processo cerebral responsável pelo ato tido como voluntário inicia-se de modo pré-consciente. O início desse processo neural seria definido pelo aparecimento do potencial de prontidão em registros eletroencefalográficos. Isso desafia a noção comum de que o sujeito pode escolher, de modo consciente e livre, sobre o como e quando agir. O cientista defende a ideia de que a possibilidade de se vetar conscientemente o ato que se iniciou inconscientemente pode garantir o exercício do livre arbítrio. O indivíduo teria cerca de 200 milissegundos para usar esse poder de veto antes da concretização da respectiva ação enquanto tal. Libet procurou elaborar uma teoria filosófica de interação mente-corpo para compor com seus achados empíricos o que entendia ser a configuração do agir humano e do livre arbítrio. As reações a esses trabalhos foram consideráveis. Trata-se de exemplo significativo de interseção estreita entre o conhecimento filosófico e o conhecimento científico, onde há tanto a possibilidade de enriquecimento quanto de mal entendidos. Um levantamento do trabalho de Libet e um apanhado dos principais comentadores de suas reflexões mostram que a discussão foi muito rica e que ainda continua bastante intensa em nossos dias. Os novos métodos de registro de atividade cerebral e as recentes replicações do modelo experimental libetiano enfatizam a importância de sua obra. O exame conceitual mais rigoroso e sofisticado de seus achados e de suas análises se mostrou enriquecedor. Algumas de suas conclusões estão fortalecidas com o tempo, apesar de certos pontos de suas ilações se mostrarem mais frágeis. Pode-se considerar seu legado como referencial inescapável para qualquer um que se debruce sobre a questão do livre arbítrio.

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