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Núcleo Accumbens Medeia o efeito pró-nociceptivo da privação de sono REM : o papel dos receptores A2A de adenosina e D2 de dopamina

Sardi, Natalia Fantin January 2017 (has links)
Orientadora : Profª Drª Luana Fischer / Dissetação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Fisiologia. Defesa: Curitiba, 13/02/2017 / Inclui referências : f. 68-74 / Resumo: Distúrbios de sono alteram a sensibilidade à dor e predispõem ao desenvolvimento de condições dolorosas. No entanto pouco é conhecido a respeito dos mecanismos pelos quais a privação de sono afeta a dor. O Núcleo Accumbens (NAc), no estriado ventral, desempenha importante papel na modulação da dor e na regulação do ciclo sono/ vigília. No entanto, não se sabe se este núcleo medeia o efeito pró-nociceptivo da privação de sono. Desse modo, o objetivo deste trabalho foi testar a hipótese de que o NAc medeia o efeito pró-nociceptivo da privação se sono REM (movimento rápido dos olhos) e, caso medeie, investigar os mecanismos envolvidos. A privação de sono REM por 24 horas através do método de plataforma única induziu um efeito pró-nociceptivo intenso e duradouro, demonstrado pela diminuição do limiar nociceptivo mecânico em ratos Wistar. Esse efeito diminui progressivamente ao longo do período de sono rebote, mas ainda permanece significativo 48 h depois. A atividade motora, aferida por actimetria, é significativamente diminuída na fase escura em ratos privados de sono, o que é compatível com um aumento do tempo de sono após a privação. A lesão excitotóxica induzida por N-metil D-Aspártico (NMDA) no NAc preveniu o efeito pró-nociceptivo da privação de sono REM enquanto o bloqueio agudo do NAc por Qx-314 (2%), um derivado quaternário de lidocaína, reverteu esse efeito. Esses dados mostram que o NAc medeia o efeito pró-nociceptivo da privação de sono REM, sendo essencial à sua indução e manutenção. Uma vez que o NAc regula o ciclo sono-vigília através de um balanço entre a atividade adenosinérgica sobre receptores A2A e a atividade dopaminérgica sobre receptores D2, investigamos se estes receptores também medeiam o efeito pró-nociceptivo da privação de sono REM. A administração de um antagonista do receptor A2A (SCH 58261, 7 ng) ou de um agonista do receptor D2 (Piribedil, 6 ?g) no NAc aumentou a atividade dos animais e bloqueou o efeito pró-nociceptivo da privação de sono REM. De forma complementar, a administração de um agonista do receptor A2A (CGS 21680, 24 ng) ou de um antagonista do receptor D2 (Raclopride, 5 ?g) no NAc diminuiu a atividade e pelo menos o agonista do receptor A2A prejudicou a reversão do efeito pró-nociceptivo durante o período de sono rebote. A privação de sono REM não afetou a expressão da proteína c-fos no NAc. Juntos os dados obtidos no presente trabalho sugerem que privação de sono REM aumenta a dor por aumentar a atividade adenosinérgica sobre receptores A2A e diminuir a atividade dopaminérgica sobre receptores D2 localizados no NAc. Entender os mecanismos pelos quais prejuízos no sono aumentam a dor é essencial para que se obtenha sucesso no complexo manejo da dor em pacientes que sofrem de distúrbios de sono. Palavras-chave: nocicepção; Dor; Núcleo Accumbens; Privação de sono REM; Adenosina; Dopamina. / Abstract: Sleep disorders alter pain sensitivity and predispose the development of painful conditions. However little is known about the mechanisms by which sleep deprivation affects pain. The Nucleus Accumbens (NAc), in the ventral striatum, plays an important role in pain modulation and in sleep-wake cycle regulation. However, it is not known whether NAc mediates the pronociceptive effect of sleep deprivation. Thus, the objective of this study was to test the hypothesis that the NAc mediates the pronociceptive effect of REM (rapid eye movement) sleep deprivation and, if it mediates, investigate the underline mechanisms. A 24 hours REM sleep deprivation through the single platform method induced an intense and long-lasting pronociceptive effect, demonstrated by the decrease of mechanical nociceptive threshold in Wistar rats. This effect decreases progressively over the rebound sleep period, but still remains significant 48 h later. The activity, measured by actimetry, was significantly decreased in the dark phase in sleep deprived rats, which is compatible with an increase in sleep time after deprivation. N-methyl D-Aspartic (NMDA) induced excitotoxic lesion in NAc, prevented the pronociceptive effect of REM sleep deprivation while the acute blockade by Qx-314 (2%), a quaternary derivative of lidocaine, reversed this effect. These data show that NAc mediates the pronociceptive effect of REM sleep deprivation, being essential to its induction and maintenance. Since NAc regulates the sleep-wake cycle through a balance between adenosine activity on A2A receptors and dopaminergic activity on D2 receptors, we investigated whether these receptors also mediate the pronociceptive effect of REM sleep deprivation. Administration of an A2A receptor antagonist (SCH 58261, 7 ng) or a D2 receptor agonist (Piribedil, 6 ?g) in NAc increased animal activity and blocked the pronociceptive effect of REM sleep deprivation. Complementarily, administration of an A2A receptor agonist (CGS 21680, 24 ng) or a D2 receptor antagonist (Raclopride, 5 ?g) in NAc decreased activity and at least the A2A receptor agonist impaired the reversal of the pronociceptive effect during the sleep rebound period. REM sleep deprivation did not affect expression of c-fos protein in NAc. Together the data obtained in the present study suggest that REM sleep deprivation increases pain by increasing NAc adenosinergic A2A activity and by decreasing NAc dopaminergic D2 activity. The understanding of the mechanisms by which sleep loss affect nociception will contribute to pain management in patients suffering from sleep disorders. Keywords: Nociception; Pain; Nucleus Accumbens; REM sleep deprivation; Adenosine; Dopamine.
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Avaliação do componente P50 do potencial evocado auditivo em pacientes com doença de Parkinson

Fricke, Daniele January 2005 (has links)
Resumo não disponível
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Relação entre fumaça de cigarro no período gestacional de ratas wistar e o desenvolvimento de esquizofrenia na vida adulta da prole: machos e fêmeas

Mastella, Gustavo Antunes January 2017 (has links)
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, da Universidade do Extremo Sul Catarinense UNESC, para obtenção do título de Mestre em Ciências da Saúde. / A esquizofrenia é um transtorno neuropsiquiátrico grave com fisiopatologia pouco conhecida. O tabagismo durante o período pré-natal vem sendo estudado como fator causador de anormalidades obstétricas, levando à alterações cognitivas e comportamentais associadas à esquizofrenia. O objetivo desse trabalho foi avaliar, níveis de dopamina e marcadores neuroquímicos cerebrais em ratos Wistar machos e fêmeas na fase da vida adulta, cujas mães foram expostas à fumaça de cigarro durante o período pré-natal. O estudo utilizou um total de 40 ratas que foram mantidas com um rato macho cada por 7 dias para acasalamento. Após o segundo dia de contato, as fêmeas foram separadas em dois grandes grupos, MC (mães controle) e ME (mães expostas). As fêmeas do grupo ME foram expostas à fumaça de cigarro 3 vezes ao dia, 4 cigarros por vez, totalizando 12 cigarros ao dia, durante todo o período gestacional (21 dias). Na fase adulta, a prole foi submetida à administração de salina ou cetamina (25 mg/kg), via intraperitoneal, (i.p.) durante 7 dias. Após a realização deste protocolo, os animais foram mortos por decapitação e suas estruturas cerebrais (córtex pré-frontal, hipocampo e estriado) retiradas para a realização das análises neuroquimica: Níveis de BDNF, NGF e GDNF, além dos níveis de dopamina. Pode-se concluir que a exposição à fumaça do cigarro seguido do protocolo de indução a esquizofrenia utilizando a cetamina mostrou alterações nos níveis de dopaminas em córtex de ratos machos dos grupos Cigarro e cigarro+cetamina, e também alterações em ratas fêmeas quando analisado neurotrofinas, para BDNF tivemos alterações no grupo cigarro+cetamina no estriado, NGF tivemos alterações no grupo cigarro no córtex, no estriado e hipocampo tivemos alterações no grupo cigarro+cetamina para níveis de GDNF tivemos alterações noestriado no grupo cigarro+cetamina, e no hipocampo nos grupos cigarro e cigarro+cetamina.
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Determinação de levodopa, carbidopa, entacapona, tolcapona, 3-0-metildopa e dopamina em plasma humano utilizando CLAE-EM/EM

Ribeiro, Rômulo Pereira January 2014 (has links)
Orientador : Prof. Dr. Roberto Pontarolo / Co-orientador: Prof. Dr. João Cleverson Gasparetto / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. Defesa: Curitiba, 25/02/2014 / Inclui referências / Área de concentração: Insumos, medicamentos e correlatos / Resumo: No presente trabalho foi desenvolvido e validado um método para quantificação simultânea de levodopa, carbidopa, entacapona, tolcapona, 3-O-metildopa e dopamina em plasma, através de cromatografia líquida de alta eficiência acoplada à espectrometria de massas sequencial (CLAE-EM/EM). A fonte de ionização por electrospray (ESI) operada no modo positivo de ionização foi o mecanismo mais eficiente para ionizar os compostos de interesse. Na cromatografia, foi utilizada uma coluna XBridge C8 (150 x 4,6 mm com tamanho de partícula de 5 ?m) mantida a 30 ºC. A fase móvel foi composta de um gradiente entre água e acetonitrila:metanol (90:10, v/v) ambos contendo 0,1% de ácido fórmico. A extração dos analitos foi realizada por meio da precipitação de proteínas com acetonitrila contendo 0,1% de ácido fórmico. Dados da validação demonstraram que o método é seletivo e não sofre efeito residual e de matriz. O método foi considerado sensível por apresentar baixos limites de detecção (5 ng/mL para levodopa; 7 ng/mL para a carbidopa; 1 ng/mL para entacapona; 1,5 ng/mL para tolcapona; 2,5 ng/mL para 3-O-metildopa; 1,25 ng/mL para dopamina) e baixos limites de quantificação (20 ng/mL para levodopa; 30 ng/mL para a carbidopa; 5 ng/mL para dopamina e 10 ng/mL para entacapona, tolcapona e 3-O-metildopa). As curvas de calibração apresentaram um coeficiente de correlação linear ? 0,9948 ao longo do intervalo de 20-1000 ng/mL para levodopa, 30-600 ng/mL para carbidopa, 10-750 ng/mL para entacapona, 10-500 ng/mL para tolcapona, 10-1000 ng/mL para 3-O-metildopa e 5-500 ng/mL para dopamina. Nos diferentes níveis de concentração das amostras controle, o método apresentou precisão (CV%: ?11,31%) e exatidão (ER%: ?11,88%). O estudo de estabilidade mostrou que, nas condições normais de trabalho do laboratório, a levodopa, carbidopa, 3-O-metildopa, dopamina e metildopa são facilmente degradadas tanto em plasma quanto em solução. A recuperação dos analitos utilizando precipitação de proteínas foi maior que 59,15% com variações de reprodutibilidade menores que 8%. O método validado foi aplicado no plasma de pacientes com doença de Parkinson que estavam em tratamento com o medicamento Stalevo® (100 mg de levodopa, 25 mg de carbidopa e 200 mg de entacapona) e quantificou com sucesso os fármacos levodopa, carbidopa e entacapona e os metabólitos da levodopa (3-O-metildopa e dopamina). Portanto, o método pode ser utilizado como uma ferramenta bioanalítica para acompanhar o tratamento de pacientes com a doença de Parkinson e promover a segurança e eficácia clínica da dose medicamentosa administrada. / Abstract: An HPLC-MS/MS method for simultaneous quantification of levodopa, carbidopa, entacapone, tolcapone, 3-O-methyldopa and dopamine in human plasma was developed and validated in this study. The electrospray ionization source was operated in positive ion mode. The chromatographic separation was achieved using a XBridge C8 column (150 x 4.6 mm; 5 ?m particle size). The mobile phase consisted of a gradient of water and acetonitrile:methanol (90:10, v/v), both containing 0.1% formic acid. The extraction of the analytes was performed by protein precipitation with acetonitrile (0.1% formic acid).The validation procedures showed that the new method is selective and free of residual and matrix effects. The high sensitivity of the developed method was demonstrated by the low limits of detection (signal-to-noise ? 3) estimated at 5.0 ng/mL for levodopa; 7.0 ng/mL for carbidopa; 1.0 ng/mL for entacapone; 1.5 ng/mL for tolcapone; 2.5 ng/mL for 3-O-methyldopa and 1.25 ng/mL for dopamine. The limits of quantification with appropriate precision was estimated at 20.0 ng/mL for levodopa; 30.0 ng/mL for carbidopa; 5.0 ng/mL for dopamine and 10.0 ng/mL for entacapone, tolcapone and 3-O-methyldopa. The calibration curves showed linear correlation coefficient superior to 0.9948 over the range of 20-1000 ng/mL for levodopa, 30-600 ng/mL for carbidopa, 10-750 ng/mL for entacapone, 10-500 ng/mL for tolcapone, 10-1000 ng/mL for 3-O-methyldopa and 5-500 ng/mL for dopamine. Variations from the precision and accuracy were within suitable range (<15%). The stability assay demonstrated that under normal working conditions levodopa, carbidopa, 3-O-methyldopa, dopamine and methyldopa (internal standard) are easily degraded in solution and in plasma. The recovery of the analytes and internal standard (> 59.0%) was achieved after protein precipitation with desirable reproducibility (RSD < 8%). The validated method was applied to evaluate plasmatic levels of levodopa, carbidopa, entacapone, 3-O-methyldopa and dopamine in patients with Parkinson's disease using Stalevo® (100.0 mg of levodopa, 25.0 mg of carbidopa and 200.0 mg of entacapone) and all analytes were successfully determined. Therefore, the method can be used as a bianalytical tool for monitoring treatment of patients with Parkinson's disease and promote the clinical efficacy and safety of the administered drug dose.
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Avaliação da função renal de cães sadios e nefropatas sob infusão de dopamina

Brum, Alexandre Martini de [UNESP] 23 February 2007 (has links) (PDF)
Made available in DSpace on 2014-06-11T19:23:46Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2007-02-23Bitstream added on 2014-06-13T18:19:59Z : No. of bitstreams: 1 brum_am_me_jabo.pdf: 342441 bytes, checksum: 76ea043eafca848acccc425ff6c78e8f (MD5) / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) / A dopamina e um composto endogeno amplamente utilizado em terapia intensiva. Possui um amplo espectro de acoes, tanto sobre o sistema cardiovascular como urinario. Aumento da taxa de filtracao glomerular, do fluxo sanguineo renal e excrecao fracionada de sodio e fosforo sao efeitos renais esperados em individuos normais, porem sao pouco explorados na medicina veterinaria. Com o proposito de testar a hipotese que a dopamina e capaz de aumentar a excrecao fracionada de fosforo em caes nefropatas, este estudo foi conduzido. Diferentes doses de dopamina foram administradas em caes nefropatas. Avaliacoes laboratoriais foram realizadas durante e apos os tratamentos. O clearance de creatinina e a excrecao fracionada de fosforo apresentaram aumento dose-dependente nos caes sadios. Em caes nefropatas, a dose de 1 Êg/kg/min aumentou discretamente a TFG, alem de aumentar o volume urinario e excrecao de fosfato, sem modificar a U-P/C e pressao arterial sistemica, enquanto a dose de 3 Êg/kg/min nao aumentou os beneficios e, ainda, promoveu aumento da excrecao urinaria de proteinas. / Dopamine is a endogenous compound largely used in critical care. It has a large spectrum of actions on cardiovascular and urinary systems. Increases in glomerular filtration rate, renal blood flow and frational excretion of sodium and phosphate are renal effects expected in healthy patient, but there are few reports in veterinary medicine. In order to test the hypothesis that dopamine can increase frational excretion of phosphate in nephropathy dogs this study was conducted. Different dopamine doses were administered in nephropathy dogs. Laboratory evaluations were done during and after treatments. Creatinin clearance and frational excretion of phosphate increases dose-dependent form in healthy dogs. In the nephropathy dogs, the dose of 1ìg/kg/min increased the glomerular filtration rate, urinary volume and phosphate excretion, without modified U-P/C and systemic arterial blood pressure, while the dose of 3ug/kg/min don t increased the benefits and promoted a increase in the urinary excretion of proteins.
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Ratos espontaneamente hipertensos (SHR) s?o resistentes a um modelo animal progressivo da doen?a de Parkinson: um estudo neuroqu?mico e comportamental

Le?o, Anderson Henrique Fran?a Figueredo 06 May 2016 (has links)
Submitted by Automa??o e Estat?stica (sst@bczm.ufrn.br) on 2016-12-29T19:00:45Z No. of bitstreams: 1 AndersonHenriqueFrancaFigueredoLeao_TESE.pdf: 9217812 bytes, checksum: cac2716089a2fdc3b21b756ad7ac5444 (MD5) / Approved for entry into archive by Arlan Eloi Leite Silva (eloihistoriador@yahoo.com.br) on 2017-01-02T21:43:34Z (GMT) No. of bitstreams: 1 AndersonHenriqueFrancaFigueredoLeao_TESE.pdf: 9217812 bytes, checksum: cac2716089a2fdc3b21b756ad7ac5444 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-01-02T21:43:34Z (GMT). No. of bitstreams: 1 AndersonHenriqueFrancaFigueredoLeao_TESE.pdf: 9217812 bytes, checksum: cac2716089a2fdc3b21b756ad7ac5444 (MD5) Previous issue date: 2016-05-06 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient?fico e Tecnol?gico (CNPq) / Coordena??o de Aperfei?oamento de Pessoal de N?vel Superior (CAPES) / A Doen?a de Parkinson (DP) ? um dist?rbio motor relacionado ao envelhecimento que atualmente acomete de 1-2% da popula??o mundial acima dos 60 anos. No Brasil, estima-se que esta acometa aproximadamente 600 mil indiv?duos, configurando-se como uma enfermidade de import?ncia para pa?ses em processo de incremento da expectativa de vida. A epidemiologia da DP revela fatores de risco intr?nsecos e extr?nsecos ao paciente que definem a chance de desenvolvimento do dist?rbio. Muta??es pontuais e polimorfismos com significado funcional s?o tidos como fatores gen?ticos predisponentes, enquanto a exposi??o a pesticidas e toxinas destacam-se como fatores ambientais. No entanto, poucos estudos em modelos animais focam em investigar a intera??o entre estes fatores. Isto pode ser alcan?ado comparando-se os efeitos de subst?ncias indutoras de parkinsonismo em linhagens de ratos com diferentes contextos gen?ticos. Recentemente, o tratamento repetido com baixas doses de reserpina - um inibidor irrevers?vel do transportador vesicular de monoaminas (VMAT2) - foi proposto como um modelo progressivo para a DP. Sob este regime de tratamento, roedores apresentam, de forma progressiva, comprometimento motor, cognitivo, e altera??es neuroqu?micas compat?veis com a fisiopatologia da DP. Em paralelo, comparados a ratos Wistar, animais da linhagem SHR (Spontaneously Hypertensive Rats) s?o resistentes ? indu??o da discinesia oral pelo tratamento agudo com reserpina. Em vista destes achados, n?s buscamos avaliar se ratos SHR seriam resistentes aos d?ficits motores e altera??es neuroqu?micas quando submetidos ao modelo progressivo para DP induzido por reserpina. Portanto, n?s submetemos ratos Wistar e SHR ao tratamento agudo (1 mg/kg) ou repetido (15 inje??es de 0,1 mg/kg, em dias alternados) com reserpina e investigamos a progress?o dos d?ficits motores nas tarefas de catalepsia em barra, discinesia oral, e atividade espont?nea em campo aberto. Observamos ent?o que, para ambos os regimes de tratamento, animais SHR se mostram resilientes ao preju?zo motor em todas as dimens?es motoras avaliadas. Ainda, estas diferen?as se manifestaram tanto na lat?ncia para o surgimento do comprometimento motor como para a magnitude deste. Estas altera??es foram ainda acompanhadas por decr?scimo na express?o da tirosina hidroxilase (TH) e incremento na express?o de ?-sinucle?na na via nigro-estriatal de ambas linhagens submetidas ao tratamento com reserpina. Estas altera??es neuroqu?micas resultantes do tratamento com reserpina tamb?m se refletiram nos n?veis de monoaminas - dopamina e serotonina - na via nigro-estriatal destes animais. De modo geral, como no comportamento motor, animais SHR apresentaram atraso para a deple??o de monoaminas e menor magnitude deste efeito. Em conclus?o, os resultados aqui apresentados claramente corroboram a resili?ncia de ratos SHR ao modelo progressivo da DP. Estes achados exp?em novos alvos potenciais para as diferen?as neuroqu?micas, moleculares e gen?ticas na linhagem SHR relevantes para o estudo da susceptibilidade ? DP. / Parkinson?s disease (PD) is an aging-related progressive neurodegenerative disorder characterized by motor and non-motor symptoms, which affects 1-2% of the world population above 60 years old. In Brazil, this approximately 600 thousand people live with this disorder. Thus, PD is an important burden to countries with increasing life expectancy. The epidemiology of PD highlight intrinsic and extrinsic risk factors that are stochastic to the development of the disorder. Predisposing genetic factors comprise punctual mutations and polymorphisms with functional significance, while exposition to toxins is emphasizedas environmental factors. Nevertheless, few animal studies focus on the investigation of the interaction between these factors. Such may be accomplished by comparing the effects of substances that cause parkinsonism on rat strains with different genetic backgrounds. Recently, the repeated treatment with a low-dose of reserpine ? an irreversible inhibitor of the vesicular monoamine transporter (VMAT2) ? was suggested as a progressive model of PD. Rats under this treatment regimen show progressive catalepsy behavior, oral dyskinesia and spontaneous motor activity decrement. In parallel, compared to Wistar rats, SHR (Spontaneously Hypertensive Rat) are resistant to acute reserpine-induced oral dyskinesia. In view of these findings, we aimed to assess whether SHR would be resistant to repeated reserpine-induced motor and neurochemical deficits when submitted to the progressive model of PD. Thus, we submitted Wistar and SHR rats to the acute (1 mg/kg) or repeated (0,1 mg/kg, 15x, every other day) treatment with reserpine and investigated the progression of motor deficits in the catalepsy bar, oral dyskinesia, and spontaneous activity on the open field. Our results revealed that, for both treatment regimens, SHR rats were resistant to the motor impairment for all motor parameters assessed. Moreover, these differences were detected for both the latency to instauration and the magnitude of the impairment. The alterations were concomitant to a decrement in the optical density of tyrosine hydroxylase and an increment in ?-synuclein immunostaining by immunohistochemistryin the nigro-striatal pathway of both strains submitted to reserpine treatment. These neurochemical alterations resulted from reserpine treatment also reflected in the levels of monoamines ? dopamine and serotonin ? in the nigro-striatal pathway of these animals. Altogether, similarly to the motor behavior, SHR rats displayed lower magnitude and a delay to monoamine depletion. In conclusion, the current results clearly evidence the resilience of SHR to the repeated low-dose reserpine protocol. These findings uncover new potential underlying neurochemical, molecular and genetic differences in the SHR strain relevant to the study of susceptibility to PD.
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Estudo da influência de polimorfismos do gene do receptor D4 de dopamina (DRD4) sobre a etiologia e manifestações clínicas do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

Martins, Gláucia Chiyoko Akutagava January 2010 (has links)
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um dos transtornos psiquiátricos mais comuns da infância e adolescência, caracterizado por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade. É uma doença bastante complexa, com uma herdabilidade estimada de 76%. A maioria dos estudos moleculares com o TDAH teve como alvo genes codificadores de componentes do sistema dopaminérgico. Entre esses, o gene do receptor D4 de dopamina (DRD4) é o loco mais investigado, sendo considerado um gene de suscetibilidade ao TDAH. Entretanto, ainda existem resultados conflitantes. O objetivo do presente estudo foi contribuir para um maior esclarecimento acerca da participação do gene DRD4 na etiologia e nas manifestações clínicas do TDAH. Para tanto, a hipótese de associação do TDAH com o gene DRD4 foi testada através do estudo de quatro polimorfismos: a duplicação de 120 pb e os SNPs -616C>G (rs747302) e -521C>T (rs1800955), todos localizados na região promotora, e o VNTR de 48 pb do exon 3. A amostra foi obtida junto ao Programa do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (ProDAH/HCPA) e em escolas públicas de Porto Alegre, consistindo de 478 crianças e/ou adolescentes com TDAH, diagnosticados de acordo com os critérios do DSM-IV, e seus pais biológicos. Os polimorfismos do gene DRD4 foram genotipados por PCR convencional seguido de clivagem com endonuclease de restrição quando necessário. A hipótese de associação foi testada por métodos baseados em famílias (Transmit e FBAT) e através de análises dimensionais (PBAT e ANOVA), tanto para cada polimorfismo isoladamente como em haplótipos, tendo-se estimado o desequilíbrio de ligação (DL) entre os polimorfismos estudados (MLocus). Através do método baseado em famílias, nenhuma das três variantes da região promotora foi associada ao TDAH, seja na amostra clínica total ou em subgrupos de pacientes definidos por diferentes características clínicas (valores de P entre 0,139 e 1). Em relação ao VNTR, houve evidência de associação entre o TDAH e o alelo 2R: observou-se um déficit de transmissão desse alelo dos pais para a prole, através de ambos os programas Transmit e FBAT (valores de P de 0,031 e 0,032, respectivamente), no subgrupo de pacientes do tipo combinado, o que sugere um efeito protetor para esse alelo. Foi detectado um excesso de transmissão do alelo 4R nesse mesmo subgrupo (P=0,017) e no grupo de pacientes que apresentavam as comorbidades transtorno de oposição desafio (TOD) e/ou transtorno de conduta (TC) (P=0.036), ambos através do Transmit, sugerindo um novo alelo de risco na nossa amostra. Esses achados não foram significantes ao se aplicar o FBAT (valores de P de 0,076 e 0,134, respectivamente). As análises dimensionais realizadas não revelaram qualquer associação com nenhum polimorfismo (valores de P entre 0,073 e 0,992). Da mesma maneira, o estudo de haplótipos não teve resultados positivos (valores de P entre 0,234 e 0,981). Houve uma forte evidência de DL entre a duplicação de 120 pb (polimorfismo de posição 5’ mais extrema) e o VNTR de 48 pb (P≤0,001/ D’=0,425 entre o alelo não-duplicado e 2R e P≤0,001/ D’=0,521 entre o alelo duplicado e 7R), mas não entre esses marcadores e os SNPs -616C>G e -521C>T. resultados que confirmam uma estrutura gênica bastante complexa. Embora atípicos, uma vez que o alelo 7R é o considerado de risco pela literatura, nossos achados são plausíveis. É possível que alelos diferentes confiram risco ou proteção ao TDAH em populações diversas. Entender a estrutura e função do gene DRD4 e então estudar sua associação com o TDAH, usando fenótipos definidos através de diferentes abordagens (como, por exemplo, endofenótipos) e diferentes métodos de análise podem ser estratégias mais produtivas do que as empregadas até o momento para elucidar a verdadeira contribuição do loco DRD4 a essa doença. / Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder (ADHD) is one of the most common psychiatric disorders of childhood and adolescence, characterized by symptoms of inattention, hyperactivity and impulsivity. It is a very complex disease, with an estimated heritability of 76%. The majority of molecular studies with ADHD had as targets dopaminergic system encoding genes. Among these, dopamine D4 receptor gene (DRD4) is the most investigated locus, being considered an ADHD susceptibility gene. However, there are some conflicting results. The aim of the present study was to contribute to a better understanding of DRD4 role on ADHD etiology and its clinical manifestations. For this, association hypothesis was tested through the study of four polymorphisms: 120 bp tandem duplication, -616C>G (rs747302) and -521C>T (rs1800955) SNPs, all located at promoter region, and 48 bp VNTR of exon 3. The sample was obtained at Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder Program of Hospital de Clínicas de Porto Alegre (ProDAH/HCPA) and from public schools from Porto Alegre, consisting of 478 children and/or adolescents with ADHD, diagnosed according to DSM-IV criteria, and their biological parents. The polymorphisms were genotyped through conventional PCR followed by restriction endonuclease cleavage when necessary. Association hypothesis was tested by family-based methods (Transmit and FBAT) and through dimensional analyses (PBAT and ANOVA), for each isolated polymorphism as well as for haplotypes, with linkage disequilibrium (LD) estimated between the studied polymorphisms (MLocus). Using family-based methods, none of the three promoter region variants were associated with ADHD, for either total clinical sample or subgroups of patients defined according to different clinical characteristics (P values ranging from 0.139 to 1). For the VNTR, there was evidence of association between ADHD and 2R allele: it was observed a transmission deficit of this allele from parents to offspring, by both Transmit and FBAT softwares (P values of 0.031 and 0.032, respectively) in the group of combined subtype patients, what suggests a protective effect of this allele. An excess of 4R allele transmission was detected in this same subgroup (P=0.017) and in the group of patients presenting oppositional defiant disorder (ODD) and/or conduct disorder (CD) (P=0.036), with Transmit, suggesting a new risk allele in our sample. These findings were not significant when applying FBAT (P values ranging from 0.076 to 0.134, respectively). Dimensional analyses performed did not reveal association with any polymorphism (P values ranging from 0.073 to 0.992). Haplotype study also did not show positive results (P values ranging from 0.234 to 0.981). There was strong evidence of LD between 120 bp tandem duplication (the most 5’UTR investigated polymorphism) and 48 bp VNTR (P≤0.001/ D’=0.425 between non-duplicated allele and 2R and P≤0.001/ D’=0.521 between duplicated allele and 7R), but not between these markers and -616C>G and -521C>T polymorphisms, results that support a very complex genetic structure. Although unusual, once 7R allele is considered a risk allele by the literature, our findings are plausible. It is possible that different alleles confer risk or protection to ADHD in different populations. To comprehend DRD4 genetic structure and function and then investigate its association with ADHD, using phenotypes defined through different approaches (as endophenotypes, for example) and different methods of analyses might be more productive than strategies applied until now to elucidate the true contribution of DRD4 locus to this disease.
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Avaliação do componente P50 do potencial evocado auditivo em pacientes com doença de Parkinson

Fricke, Daniele January 2005 (has links)
Resumo não disponível
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Influência dos genes DRD2 e ANKK1 na resposta ao tratamento da doença de Parkinson

Rieck, Mariana January 2012 (has links)
A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais frequente na espécie humana. A doença é caracterizada por tremor de repouso, bradicinesia (lentidão para executar os movimentos) e rigidez muscular. Os pacientes apresentam um processo de degeneração da substantia nigra, região produtora de dopamina e que modula a geração e manutenção do movimento ao liberar dopamina no estriado. Entre todos os distúrbios neurodegenerativos, esse é o único que possui uma opção terapêutica realmente eficaz: o precursor de dopamina levodopa. Porém, efeitos adversos, como discinesia e flutuações motoras, surgem como frequentes e sérios problemas decorrentes do seu uso crônico. O receptor de dopamina D2 (DRD2) é reconhecido como um dos maiores sítios de ação da dopamina no sistema nigroestriatal, controlando funções relacionadas ao movimento. Visto que fatores genéticos podem ter papel fundamental na determinação da ocorrência desses problemas, o objetivo do presente trabalho foi de investigar se polimorfismos na região dos genes DRD2 e ANKK1 (ankyrin repeat and kinase domain containing 1) estão associados com o risco de desenvolver discinesia e flutuações motoras em pacientes com Parkinson. Foram selecionados e avaliados 199 pacientes do ambulatório de Distúrbios do Movimento do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (RS), com diagnóstico de doença de Parkinson idiopática. Foram excluídos pacientes com: menos de um ano de tratamento com levodopa, diagnóstico incerto ou características consistentes de parkinsonismo atípico. Cento e noventa e nove pacientes foram genotipados para os polimorfismos ‐141C Ins/Del (rs1799732), rs2283265, rs1076560, C957T (rs6277), TaqIA (rs1800497) e rs2734849 na região dos genes DRD2/ANKK1. Portadores do haplótipo TTCTA apresentaram um risco aumentado para o aparecimento de discinesia (P=0.007; 1.538 [CI95% 1.126-2.101]). Não foi encontrada nenhuma associação entre o polimorfismo ‐141C Ins/Del e risco para o desenvolvimento de discinesia. Nenhum polimorfismo ou haplótipo teve associação com o aparecimento de flutuações motoras ou estava relacionado com a dose de medicação administrada diariamente aos pacientes. Nossos dados sugerem que polimorfismos na região envolvendo os genes DRD2 e ANKK1 estão associados com o aparecimento de discinesia decorrente do uso prolongado de levodopa. / Parkinson's disease is the second most common neurodegenerative disorder. The disease is marked by tremors, muscular rigidity, bradykinesia (slowness in the execution of movement) and postural instability. The patients present an ongoing degeneration process of substantia nigra, a dopamine producing region that modulates the generation and maintenance of movement by releasing dopamine in the striatum. The patients exhibit degeneration of substantia nigra dopamine, producing region and modulates the generation and maintenance of movement to release dopamine in the striatum. Among all neurodegenerative disorders, this is the only one who has a really effective therapeutic option: the dopamine precursor levodopa. However, its chronic use is associated with the occurrence of adverse effects such as motor fluctuations and dyskinesias. The dopamine receptor type 2 (DRD2) is recognized as one of the largest sites of action of dopamine in the nigrostriatal circuit, controlling functions related to movement. Since genetic factors could play a role in determining the occurrence of those problems, the aim of the present study was to investigate whether polymorphisms among DRD2 and ANKK1 (ankyrin repeat and kinase domain containing 1) genes are associated with the risk of developing dyskinesia and motor fluctuations in Parkinson’s disease patients. A total of 199 patients diagnosed with idiopathic Parkinson's disease were recruited and evaluated at the Movement Disorder Clinics at Hospital de Clínicas de Porto Alegre (RS). Patients with less than one year of treatment with levodopa, atypical or secondary Parkinsonisms were excluded. One hundred ninety-nine patients were genotyped for the ‐141CIns/Del, rs2283265, rs1076560, C957T, TaqIA and rs2734849 polymorphism at the DRD2/ANKK1 gene region. Carriers of the TTCTA haplotype showed an increased risk for the presence of dyskinesia (P=0.007; 1.538 [CI95% 1.126-2.101]). No association between the ‐141C Ins/Del polymorphism and dyskinesia was observed. No polymorphism or haplotype was associated with the appearance of motor fluctuations or was related to the daily dosage medication administered to patients. These results suggest that polymorphisms at the DRD2/ANKK1 gene region might play a role in the pathogenesis of levodopa-induced dyskinesia.
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Estudo da influência de polimorfismos do gene do receptor D4 de dopamina (DRD4) sobre a etiologia e manifestações clínicas do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

Martins, Gláucia Chiyoko Akutagava January 2010 (has links)
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um dos transtornos psiquiátricos mais comuns da infância e adolescência, caracterizado por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade. É uma doença bastante complexa, com uma herdabilidade estimada de 76%. A maioria dos estudos moleculares com o TDAH teve como alvo genes codificadores de componentes do sistema dopaminérgico. Entre esses, o gene do receptor D4 de dopamina (DRD4) é o loco mais investigado, sendo considerado um gene de suscetibilidade ao TDAH. Entretanto, ainda existem resultados conflitantes. O objetivo do presente estudo foi contribuir para um maior esclarecimento acerca da participação do gene DRD4 na etiologia e nas manifestações clínicas do TDAH. Para tanto, a hipótese de associação do TDAH com o gene DRD4 foi testada através do estudo de quatro polimorfismos: a duplicação de 120 pb e os SNPs -616C>G (rs747302) e -521C>T (rs1800955), todos localizados na região promotora, e o VNTR de 48 pb do exon 3. A amostra foi obtida junto ao Programa do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (ProDAH/HCPA) e em escolas públicas de Porto Alegre, consistindo de 478 crianças e/ou adolescentes com TDAH, diagnosticados de acordo com os critérios do DSM-IV, e seus pais biológicos. Os polimorfismos do gene DRD4 foram genotipados por PCR convencional seguido de clivagem com endonuclease de restrição quando necessário. A hipótese de associação foi testada por métodos baseados em famílias (Transmit e FBAT) e através de análises dimensionais (PBAT e ANOVA), tanto para cada polimorfismo isoladamente como em haplótipos, tendo-se estimado o desequilíbrio de ligação (DL) entre os polimorfismos estudados (MLocus). Através do método baseado em famílias, nenhuma das três variantes da região promotora foi associada ao TDAH, seja na amostra clínica total ou em subgrupos de pacientes definidos por diferentes características clínicas (valores de P entre 0,139 e 1). Em relação ao VNTR, houve evidência de associação entre o TDAH e o alelo 2R: observou-se um déficit de transmissão desse alelo dos pais para a prole, através de ambos os programas Transmit e FBAT (valores de P de 0,031 e 0,032, respectivamente), no subgrupo de pacientes do tipo combinado, o que sugere um efeito protetor para esse alelo. Foi detectado um excesso de transmissão do alelo 4R nesse mesmo subgrupo (P=0,017) e no grupo de pacientes que apresentavam as comorbidades transtorno de oposição desafio (TOD) e/ou transtorno de conduta (TC) (P=0.036), ambos através do Transmit, sugerindo um novo alelo de risco na nossa amostra. Esses achados não foram significantes ao se aplicar o FBAT (valores de P de 0,076 e 0,134, respectivamente). As análises dimensionais realizadas não revelaram qualquer associação com nenhum polimorfismo (valores de P entre 0,073 e 0,992). Da mesma maneira, o estudo de haplótipos não teve resultados positivos (valores de P entre 0,234 e 0,981). Houve uma forte evidência de DL entre a duplicação de 120 pb (polimorfismo de posição 5’ mais extrema) e o VNTR de 48 pb (P≤0,001/ D’=0,425 entre o alelo não-duplicado e 2R e P≤0,001/ D’=0,521 entre o alelo duplicado e 7R), mas não entre esses marcadores e os SNPs -616C>G e -521C>T. resultados que confirmam uma estrutura gênica bastante complexa. Embora atípicos, uma vez que o alelo 7R é o considerado de risco pela literatura, nossos achados são plausíveis. É possível que alelos diferentes confiram risco ou proteção ao TDAH em populações diversas. Entender a estrutura e função do gene DRD4 e então estudar sua associação com o TDAH, usando fenótipos definidos através de diferentes abordagens (como, por exemplo, endofenótipos) e diferentes métodos de análise podem ser estratégias mais produtivas do que as empregadas até o momento para elucidar a verdadeira contribuição do loco DRD4 a essa doença. / Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder (ADHD) is one of the most common psychiatric disorders of childhood and adolescence, characterized by symptoms of inattention, hyperactivity and impulsivity. It is a very complex disease, with an estimated heritability of 76%. The majority of molecular studies with ADHD had as targets dopaminergic system encoding genes. Among these, dopamine D4 receptor gene (DRD4) is the most investigated locus, being considered an ADHD susceptibility gene. However, there are some conflicting results. The aim of the present study was to contribute to a better understanding of DRD4 role on ADHD etiology and its clinical manifestations. For this, association hypothesis was tested through the study of four polymorphisms: 120 bp tandem duplication, -616C>G (rs747302) and -521C>T (rs1800955) SNPs, all located at promoter region, and 48 bp VNTR of exon 3. The sample was obtained at Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder Program of Hospital de Clínicas de Porto Alegre (ProDAH/HCPA) and from public schools from Porto Alegre, consisting of 478 children and/or adolescents with ADHD, diagnosed according to DSM-IV criteria, and their biological parents. The polymorphisms were genotyped through conventional PCR followed by restriction endonuclease cleavage when necessary. Association hypothesis was tested by family-based methods (Transmit and FBAT) and through dimensional analyses (PBAT and ANOVA), for each isolated polymorphism as well as for haplotypes, with linkage disequilibrium (LD) estimated between the studied polymorphisms (MLocus). Using family-based methods, none of the three promoter region variants were associated with ADHD, for either total clinical sample or subgroups of patients defined according to different clinical characteristics (P values ranging from 0.139 to 1). For the VNTR, there was evidence of association between ADHD and 2R allele: it was observed a transmission deficit of this allele from parents to offspring, by both Transmit and FBAT softwares (P values of 0.031 and 0.032, respectively) in the group of combined subtype patients, what suggests a protective effect of this allele. An excess of 4R allele transmission was detected in this same subgroup (P=0.017) and in the group of patients presenting oppositional defiant disorder (ODD) and/or conduct disorder (CD) (P=0.036), with Transmit, suggesting a new risk allele in our sample. These findings were not significant when applying FBAT (P values ranging from 0.076 to 0.134, respectively). Dimensional analyses performed did not reveal association with any polymorphism (P values ranging from 0.073 to 0.992). Haplotype study also did not show positive results (P values ranging from 0.234 to 0.981). There was strong evidence of LD between 120 bp tandem duplication (the most 5’UTR investigated polymorphism) and 48 bp VNTR (P≤0.001/ D’=0.425 between non-duplicated allele and 2R and P≤0.001/ D’=0.521 between duplicated allele and 7R), but not between these markers and -616C>G and -521C>T polymorphisms, results that support a very complex genetic structure. Although unusual, once 7R allele is considered a risk allele by the literature, our findings are plausible. It is possible that different alleles confer risk or protection to ADHD in different populations. To comprehend DRD4 genetic structure and function and then investigate its association with ADHD, using phenotypes defined through different approaches (as endophenotypes, for example) and different methods of analyses might be more productive than strategies applied until now to elucidate the true contribution of DRD4 locus to this disease.

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