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A modificação de grau em Karitiana / Degree modification in Karitiana

Luciana Sanchez-Mendes 22 April 2014 (has links)
O objetivo desta tese é apresentar uma análise para a modificação de grau em Karitiana. Karitiana é uma língua da tronco Tupi, família Arikém, falada por aproximadamente 320 pessoas em uma área demarcada no noroeste do Brasil (Storto e Vander Velden 2005). A tese está dividida em quatro capítulos. O primeiro capítulo é sobre o contexto teórico e sobre algumas características da língua. O conexto teórico é relativo à Semântica Formal. Apresentamos uma introdução sobre esse paradigma teórico e sobre as ferramentas utilizadas para a composição semântica (Heim e Kratzer 1998). A parte sobre o Karitiana apresenta algumas características da língua, como o modo, o tempo, o aspecto e os sintagmas nominais (Storto 1999 e Müller et al. 2006). O segundo capítulo é sobre a metodologia utilizada para a realização dos trabalhos de campo. Discutimos a importância da elicitação controlada de dados para uma pesquisa em Linguística Formal (Matthewson 2004). Discutimos também algumas questões práticas a respeito dos trabalho de campo, como a negociação com os membros da comunidade que fala a língua, assim como os princípios éticos aplicados à pesquisa linguística (Rice 2012). O terceiro capítulo é a respeito dos sintagmas verbais em Karitiana. Primeiramente, fazemos uma discussão sobre a teoria do aspecto lexical (Aktionsart) (Vendler 1957, Verkuyl 1996, Krifka 1998 e Rothstein 2004). Em seguida, apresentamos uma análise sobre a telicidade, a cumulatividade, e a atomicidade dos predicados verbais em Karitiana. Aplicamos os testes clássicos da literatura linguística sobre a telicidade, como o paradoxo do imperfectivo e as expressões com por/em uma hora. Fazemos também uma análise sobre a cumulatividade e a atomicidade em Karitiana. Os resultados obtidos são os seguintes: (i) alguns testes devem ser adaptados para serem aplicados em Karitiana (considerando-se as propriedades de tempo, aspecto e dos sintagmas nominais na língua); (ii) há uma diferença entre predicados télicos e atélicos em Karitiana; (iii) os predicados verbais eventivos são cumulativos e contáveis na língua. O quarto capítulo é sobre a modificação de grau em Karitiana realizada pelo advérbio pita(t) \'verdadeiro/muito/completamente/mesmo\'. Pita(t) pode aparecer nos domínios nominal, adjetival e verbal. Sua interpretação depende do tipo de escala associada ao predicado modificado. Quando pita(t) modifica sintagmas nominais, ele pode ser traduzido por \'verdadeiro\'. Quando pita(t) modifica os sintagmas adjetivais, ele é interpretado como \'muito\', se o adjetivos for de escala aberta, e \'completamente\' se for de escala fechada. No domínio verbal, pita(t) tem uma restrição de distribuição, ele pode aparecer somente com sintagmas com predicados atélicos com uma interpretação de grau, e tem uma interpretação equivalente à do muito do português. Por outro lado, quando se usa pita(t) com predicados télicos (accomplishments e achievements), a interpretação é algo como \'mesmo\'. Para analisar essas características atípicas de pita(t), utilizamos o pano de fundo teórico da Semântica Escalar (Kennedy e McNally 2005, Kennedy 2007). Uma vez que os predicados nominais e verbais não possuem uma escala lexical como os adjetivos graduáveis, propomos uma função de grau Deg que é responsável por fornecer um argumento de grau e uma escala à denotação de nomes e verbos. A escala associada aos predicados nominais é uma escala fechada de precisão e a escala associada aos sintagmas verbais é uma variável, preenchida de acordo com o tipo do verbo. Os predicados atélicos são considerados como predicados que são associados a uma escala aberta e indeterminada, enquanto que os predicados télicos são predicados associados a escalas fechadas e determinadas. Na análise, propomos que pita(t) é um modificador de grau que manipula o grau associado ao ponto de corte da escala representado pelo grau ds em Kennedy (2007), que é o grau normal quando a escala é aberta e o grau máximo quando a escala é fechada. A tese defendida apoia que se considere o ponto de corte de uma escala como um grau disponível para modificação e para que se considere a indeterminação como um traço importante para a tipologia dos predicados graduáveis. / The aim of this dissertation is to present an anaysis of degree modification in Karitiana. Karitiana is a language of the Tupi family, Arikém branch, spoken by about 320 people on a demarcated area in the northwest of Brazil (Storto and Vander Velden 2005). This dissertation is divided in four chapters. The first chapter is about the theoretical framework and about the basic properties of Karitiana grammar. The theoretical framework of this work is Formal Semantics. We present an introduction to this theoretical paradigm and to the tools used for semantic composition (Heim and Kratzer 1998). The part on Karitiana presents some of the basic characteristics of the language, like mood, tense, aspect, and the denotation of nominal phrases (Storto 1999, Müller et al. 2006). The second chapter presents the methodology used in fieldwork. We discuss the importance of controled elicitation as a fieldwork methodology within a research in Formal Linguistics (Matthewson 2004). We also discuss some pratical issues of fieldwork, like the negociation with the comunity members and some ethical principles associated to a research in Linguistics (Rice 2012). The third chapter is on the verbal phrases of Karitiana. First, we discuss the theories on lexical aspect (Aktionsart) (Vendler 1957, Verkuyl 1996, Krifka 1998 and Rothstein 2004). Then we present an analysis of telicity, cumulativity and atomicity of verbal phrases in Karitiana. We apply the classical tests found in the linguistic literature about telicity, like the imperfective paradox and expressions like for/in one hour. We also analyze cumulaticity and atomicity in Karitiana. The theses defended at the chapter are the following: (i) some of tests had to be adapted to be applied in Karitiana (considering the properties of tense, aspect and nominal phrases in the language); (ii) there is a difference between telic and atelic predicates in Karitiana; (iii) eventive verbal predicates are both cumulative and countable in the language. The fourth chapter in on degree modification in Karitiana as performed by the adverb pita(t) \'true/very/completely/a lot/indeed\'. Pita(t) can appear in the nominal, adjectival, and v verbal domains. Its interpretation depends on the type of scale associated to the modified predicate. When pita(t) modifies Noun Phrases, it is interpreted as \'true\'. They can be associated with a closed scale of precision. When pita(t) modifies Adjectival Phrases, it is interpreted as \'very\' if the adjective has an open scale, and as \'completely\' if the adjective has a closed scale. On the verbal domain, pita(t) has a restriction on its distribution. It can appear only with atelic predicates with a degree interpretation. On the other hand, when we use pita(t) with telic predicates (accomplishments and achievements), the interpretation is something like \'indeed\'. To analyze these atypical characteristics of pita(t), we assume a theoretical background based on a Scalar Semantics (Kennedy and McNally 2005, Kennedy 2007). Since nominal and verbal predicates don\'t have a lexical scale like the gradable adjectives we propose a Deg function that is responsible to provide a degree argument and a a scale to the denotation of nouns and verbs. The scale associated to nominal predicates is a closed scale of precision and the scale associated to Verb Phrases is a variable, filled according to the type of the verb. Atelic predicates are considered predicates that are associated to open and indetermined scales whereas telic predicates are associated to closed and determined scales. The analysis we propose is that pita(t) is a degree modifier that manipulates the degree associated with the cutoff point of the scale represented by the degree ds in Kennedy (2007). That cutoff point is the standard degree when the scale is open and the maximal degree when the scale is closed. The thesis defended gives support for considering the cotoff point of a scale as an available degree for modification and for considering indeterminacy as an importanr feature of the typology of gradable predicates.
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Selling \"cultures\": the traffic of cultural representations from the Yawanawa / \"Culturas\" à venda: o tráfico de representações culturais dos Yawanawa

André Vereta Nahoum 25 October 2013 (has links)
What are the tensions, alliances, negotiations, and translations underlying the traffic of cultural representations in markets? This research analyzes two economic projects maintained by the Yawanawa, an indigenous population from the southwestern Amazon: one project produces annatto seeds for an American cosmetic firm, and the other involves the public performance of cultural and, notably, spiritual practices. The indigenization of market practices and specific Euro-American categories - such as monetary exchange, environmental protection, and cultural difference - allow cultural elements to be translated into representations of enduring cultures, harmonious lifestyles and good environmental practices. The economic valuation of cultural representations is being used as a new tool in local conflicts that occur internally among leaders and groups in their quest for prestige, loyalty, and material resources, and externally with the region\'s non-native population and with national initiatives to develop profitable activities in the Amazon. Part of our global market society, the Yawanawa can also employ the demand and valuation of representations associated with their culture to individual projects on the construction of reputation and leadership, and more broadly, to the reassertion of their collective identity as a specific indigenous population with special rights. This research explores market exchange as an arena of complex sociability and conflict. It analyzes how values are created and exchanged within the market in a true cultural economy, and how individual and collective identity projects are constructed, challenged, and sometimes reproduced by the traffic of material and immaterial objects. / Quais são as tensões, alianças, negociações e traduções que subjazem ao tráfico de representações culturais no mercado? Esta pesquisa analisa dois projetos de inserção no mercado dos Yawanawá, população indígena do sudoeste amazônico: um projeto para produção de sementes de urucum para uma empresa estadunidense de cosméticos, e outro que envolve a exibição pública de práticas culturais, notadamente espirituais. A indigenização de práticas de mercado e categorias específicas da cultura Euro-Americana tais como o intercâmbio monetário, a proteção ambiental e a diferença cultural permitem a tradução de elementos culturais em estilos de vida harmoniosos e boas práticas ambientais. A valorização econômica de representações culturais é utilizada internamente como um novo instrumento em conflitos locais entre líderes e grupos em sua busca por prestígio, lealdade e recursos materiais e, externamente, junto à população regional e nacional não-nativa como contraponto a outras iniciativas para o desenvolvimento de atividades lucrativas na Amazônia. Parte de nossa sociedade global de mercado, os Yawanawa também podem empregar a demanda e valorização de representações associadas à sua cultura em projetos individuais de construção de reputação e liderança, e mais amplamente, para a reafirmação de sua identidade coletiva, como uma população indígena com direitos especiais. Esta pesquisa explora a troca mercantil como uma arena de sociabilidade complexa e conflituosa. Ela analisa como valores são criados e intercambiados no mercado em uma verdadeira economia cultural, e como projetos de identidade individual e coletiva são construídos, questionados e, às vezes, reproduzidos por meio do tráfico de objetos materiais e imateriais.
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A formação do movimento Katarista. classe e cultura nos Andes bolivianos / The formation of Katarista movement: class and culture in bolivian Andes

Mauricio Hiroaki Hashizume 23 December 2010 (has links)
O protagonismo social de camponeses e indígenas na Bolívia é comumente associado à particular composição étnico-cultural da população do país vizinho. O exame do katarismo - nome herdado do índio insurgente Tupac Katari, que liderou rebelião contra os colonizadores espanhóis no final do século XVIII -, especialmente em sua fase inicial (1969 a 1985), permite uma compreensão mais ampla e complexa do processo de formação, mudança e consolidação da classe trabalhadora boliviana. Antes disso, o trabalhador era representado pela figura do operário mineiro. A partir do surgimento de corrente político-ideológica de valorização étnico-cultural nos grandes centros urbanos e do fortalecimento de novas lideranças do sindicalismo no campo (como Jenaro Flores e Raimundo Tambo), os camponeses-indígenas se consolidam, em um intervalo de aproximadamente 15 anos, como os principais atores sociais das classes populares na Bolívia e reforçam o seu papel no que se refere à organização da sociedade. Ao assumir a problematização da dialética entre os rasgos tradicionais (ou pré-modernos) e as características tipicamente modernas que compõem o movimento, são enfocados os elementos de classe, de um lado, e os antecedentes mais ligados à etnia, de outro. A obra de E. P. Thompson acerca da centralidade das classes sociais é utilizada como referência, juntamente com contribuições de outros autores como Marx, Fernandes, Stavenhagen, Wood e Sewell, para ajudar a decifrar essa combinação entre mobilizações de cunho tradicional e aspectos ligados à modernidade, com especial destaque para a opção katarista pela disputa institucional dentro da estrutura sindical. Nesse sentido, fatores subjetivos (como a teoria dos dois olhos) se imiscuem com a concretude do racismo e do paternalismo, em meio a choques e influências decorrentes da relação com outras correntes de pensamento. Além da questão territorial, também são abordadas as práticas do cotidiano como a atuação das igrejas, o futebol, a rádio e o comércio popular com significados próprios dos povos originários. A análise da formação do katarismo permite um olhar privilegiado de como as estruturais por trás da classe social moderna ideal podem se articular com costumes, tradições e valores étnico-culturais reais dentro de um complexo contexto de país subdesenvolvido. / The social prominence of peasants-indigenous people in Bolivia is trivially associated with a \"special\" ethnic and cultural composition of country\'s population. Through the analysis of katarist movement, on behalf of Tupac Katari (aymara leader who headed a mass rebellion against Spanish colonial administration in 1781), it\'s possible to stress the making of \"working class\" with all wide changes and/or continuities. Until the emergence of Katarism, workers are almost synonymous with miners. After the organization of urban groups promoting the ethnic and cultural values and cosmology and the rising of new leadership in agrarian unions (like Jenaro Flores and Raimundo Tambo) in the end of 1960\'s, the peasant-indigenous sector become a strong social and political agent, taking a crucial role for whole working class and society\'s organization, in a just few 15 years. Traditional (or pre-modern) customs and heritages coexist with modern logics and patterns in the core of katarist movement. Putting the class in central position - as E. P. Thompson does, adding contributions from Marx, Fernandes, Stavenhagen, Wood and Sewell -, this dissertation assumes the challenge of tracking this combination of traditional mobilizations and subjects around modernity. In this effort, it\'s important to point that the katarist leaders have been chosen an \"institutional\" path (within the official agrarian union schemes) to put their demands and proposals. Subjective factors (the aymara \"theory of two eyes\", one more indigenous e another more peasant, bounded in a class structure) are mixed with racism and paternalism. Notable shocks and influences come from outside the movement as well. Beyond the territorial issue, there were little parts of Katarism in everyday\'s practices involving foreign churches, soccer, radio shows and popular commerce (that curiously reveals ancient peoples beliefs in street fairs,, not just monetary and goods exchange). Katarist movement show in a sense how \"unreal\" can be the ideal and \"pure\" theories about the social class and how \"real\", different and apparently controversial elements of class and culture are acting together to change Bolivian society.
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Pelos caminhos das águas: um estudo da hidromínia da mesorregião Norte maranhense / By the waterways: a study of the hydronymia of the Northern maranhense mesoregion

Pereira, Edson Lemos 20 April 2017 (has links)
Submitted by Rosivalda Pereira (mrs.pereira@ufma.br) on 2017-06-13T19:19:18Z No. of bitstreams: 1 EdsonPereira.pdf: 2711659 bytes, checksum: ba8a70353cbf78b60434a5fb7efc06b7 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-06-13T19:19:18Z (GMT). No. of bitstreams: 1 EdsonPereira.pdf: 2711659 bytes, checksum: ba8a70353cbf78b60434a5fb7efc06b7 (MD5) Previous issue date: 2017-04-20 / The occupation of determined physical space by the human being and the need of localization in the geographic space perform that the man names spaces, ensuring his survival. So, by means of toponymic studies, knowledge which composes the Onomastic, it is verified the relationship established between the naming and culture and the history. The Toponymy occupies it studies in the names of places, cities, villages etc., besides of geographical elements. The research approaches the toponymy from the Brazilian State of Maranhão, specially focused in the hydronymia from indigenous origin related to the region comprised for the North Mesoregion from Maranhão that is located inside the hidrographic region of the western northest ocidental. This area, also known as Frente Litorânea de expansão do espaço maranhense, represents a dense water network (rivers, lakes, lagoons, streams, igarapes, swamps) that allowed/allows the displacement and the survival of the man in the Maranhão territory, as integrant part of the territory which belonged, in the eighteenth century, to the Maranhão Colonial State which possessed an indigenous population composed by 30 peoples, approximately 250.000 individuals, being one of the Brazilian centers with a huge density of indigenous speaks which belongs to two language trunks – Macro-jê and Tupi-Guarani or Macro-Tupi. Currently, Maranhão has an indigenous self-declared population of 37,272 individuals (IBGE, 2010). Considering this reality, we aim to delineate general trends of the Maranhão hydronymy, with emphasis on the names of indigenous origin that fall within the area delimited for this study. For collecting the data, we performed na indirect research in the public collection, intending to collect old maps, besides of research in documents and official sites, for the search of current maps. To the achievement of the corpus, it was realized the survey of: (i) the whole hydronymia of the mesoregion from the North of Maranhão, by means of current maps from IBGE and (ii) hydronymia in maps from the territoty of Maranhão from seventeenth, eihteenth, nineteenth and twentieth centuries and in works of chroniclers as Claude d’Abbeville, Yves d’Évreux and Frei Francisco de Nossa Senhora dos Prazeres Maranhão The studies of Dauzat (1926), Vasconcelos (1931), Dick (1990, 1992, 1999, 2000, 2001, 2004, 2007), Isquerdo (2006, 2009, 2011), Seabra (2006, 2008, 2012), Isquerdo e Seabra (2010), Rosselló i Verger (2010) and Mujika Ulazia (2010) based this research. With this material we constitute the corpus of the research with: (i) current maps that are inserted in six microregions and total 60 municipalities in Maranhão and correspond to a total of 823 hydrographies, of which 233 are of indigenous origin (more specifically Tupi - LT), 551 (NE), and (ii) ancient maps whose data reveal a considerable indigenous presence in the Maranhão hydronymy of the region investigated. Some rather emblematic examples can be noticed in Itapecuru-Mirim, Icatu, Pindaré and Mearim. The data presented the phytotopyms and zootopony taxa of physical nature as the most recurrents, so that the influence of the environment (vegetables and animals) was significant on the nomination of the hydronymies collected. According to the data, it was possible to understand the relationship that the man establishes with the language, culture and environment, since the toponym, as a part of the lexicon of a language, reflects values and beliefs of a linguistic community. / A ocupação de determinado espaço físico pelo ser humano e a necessidade de se localizar no ambiente geográfico fazem com que o homem nomeie esses espaços, garantindo assim sua sobrevivência. Desse modo, por meio dos estudos toponímicos, área do conhecimento que compõe a Onomástica, verifica-se a relação que se estabelece entre o ato de nomear e a cultura e a história. A Toponímia se ocupa do estudo dos nomes de lugares, cidades, aldeias etc., além de elementos geográficos. Esta pesquisar se volta, portanto, para a toponímia maranhense, com foco precisamente na hidronímia de origem indígena relativa à região compreendida pela Mesorregião Norte Maranhense que se situa dentro da Região Hidrográfica do Atlântico Nordeste Ocidental, na parte maranhense. Essa área, também conhecida como Frente Litorânea de expansão do espaço maranhense, reúne uma densa rede hídrica (rios, lagos, lagoas, riachos, igarapés, brejos) que permitiu/permite o deslocamento e a sobrevivência do homem na região. O Maranhão, como parte integrante do território que pertenceu, no século XVIII, ao Estado Colonial do Maranhão, possuía uma população indígena formada por cerca de 30 povos, aproximadamente 250.000 indivíduos, sendo assim um dos centros brasileiros de maior densidade de falares indígenas pertencentes a dois troncos linguísticos – Macro-Jê e Tupi-Guarani ou Macro-Tupi. Atualmente o Maranhão conta com uma população autodeclarada indígena de 37.272 indivíduos (IBGE, 2010). Considerando essa realidade, objetivamos delinear tendências gerais da hidronímia maranhense, com ênfase nos nomes de origem indígena que se inserem na área delimitada para este estudo. Para coleta dos dados realizamos, pesquisa indireta, nos acervos públicos do Estado do Maranhão, com vista à recolha de mapas antigos. Ainda, em documentos e em sites oficiais, para a busca de mapas atuais. Para obtenção do corpus, foi realizado o levantamento de: (i) a hidronímia da Mesorregião Norte Maranhense, por meio de mapas atuais do IBGE (2010) e (ii) da hidronímia em mapas do território maranhense dos séculos XVII, XVIII, XIX e XX, e em trabalhos de cronistas, como Claude d’Abbeville, Yves d’Évreux e Frei Francisco de Nossa Senhora dos Prazeres Maranhão. Os estudos de Dauzat (1926), Vasconcelos (1931), Dick (1990, 1992, 1999, 2000, 2001, 2004, 2007), Isquerdo (2006, 2009, 2011), Seabra (2006, 2008, 2012), Isquerdo e Seabra (2010), Rosselló i Verger (2010) e Mujika Ulazia (2010) fundamentaram esta pesquisa. Com esse material constituímos o corpus da pesquisa com: (i) mapas atuais que estão inseridos em seis microrregiões e somam 60 municípios maranhenses e corresponde a um total de 823 hidrônimos, sendo 233 de origem indígena (mais especificamente tupi – LT), 551 de origem portuguesa (LP) e 38 de origem desconhecida, que foram por nós considerados como não encontrados (NE), e (ii) mapas antigos cujos dados revelam uma considerável presença indígena na hidronímia maranhense da região investigada. Alguns exemplos bastante emblemáticos podem ser notados em Itapecuru-Mirim, Icatu, Pindaré e Mearim. Os dados ainda apresentaram as taxionomias Fitotopônimos e Zootopônimos, de natureza física, como as mais recorrentes. Desse modo a influência do ambiente (vegetais e animais) foi significante na nomeação dos hidrônimos coletados. Com base nesses dados, foi possível entender a relação que o homem estabelece com a língua, a cultura e o ambiente, uma vez que o topônimo, como parte do léxico de uma língua, reflete valores e crenças de uma comunidade linguística.
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Povos indígenas e saúde mental: a luta pelo habitar sereno e confiado / Indigenous peoples and mental health: the struggle to live serene and trusting

Flaviana Rodrigues de Sousa 15 May 2018 (has links)
Esta pesquisa empirica discute pontos de tensoes emergidos no dialogo interetnico em torno das questoes de saude indigena, dando enfase ao tema da saude mental. As tensoes foram analisadas segundo diferentes pontos de vista sobre a promocao da saude indigena, identificadas a partir da producao de um mapeamento que expressa os conteudos discursivos marcados por um grande divisor: de um lado a perspectiva ocidental, composta pelo Estado, compreendido atraves das Politicas Publicas de Saude Indigena; do Sistema Unico de Saude e sua assistencia a saude; pelos Conselhos Federal e Regional de Psicologia e pela Organizacao Mundial da Saude. Do outro lado esta a perspectiva dos indigenas, especialmente do povo Mbya Guarani, analisados com apoio da literatura antropologica, a partir da nocao de Teko Pora (Bem Viver); dos noticiarios produzidos e veiculados por coletivos indigenas; do conteudo narrativo contido no documentario Teko Rexa - Saude Guarani Mbya e dos discursos presentes nos noticiarios produzidos por entidades indigenistas. As nocoes de saude e saude mental discutidas por Gadamer (2006), bem como as nocoes de saude e de ethos refletidas por de Figueiredo (2008), referencial teorico-metodologico assumido nesta dissertacao fundamentam sobre a importancia do territorio nos processos de saude/doenca para os povos indigenas, bem como auxiliam a refletir sobre as tensoes presentes em ambas as perspectivas. Os dados foram analisados a partir da nocao de multiplicacao dialogica (Guimaraes, 2013) no ambito do construtivismo semiotico-cultural em psicologia. A partir da identificacao de tensoes presentes, foram levantadas questoes a respeito de como estruturar o cuidado em psicologia, refletindo sobre as possibilidades de seu transito entre diferentes perspectivas em saude / This empirical research discusses points of tension emerging in the interethnic dialogue around indigenous health issues, emphasizing the theme of Mental Health. The tensions were analyzed according to different points of view on the promotion of indigenous health, identified from the production of a mapping that expresses the discursive contents marked by a great divide: on the one hand the western perspective, composed by the State, understood through Policies Public Health Indigenous; of the Unified Health System and its health care; by the Federal and Regional Councils of Psychology; and the World Health Organization. On the other side is the perspective of the indigenous people, especially the Mbya Guarani people, analyzed with the support of anthropological literature, based on the notion of Teko Pora (Bem Viver); of the news produced and transmitted by indigenous collectives; of the narrative content contained in the documentary \"Teko Rexa - Saude Guarani Mbya\" and the speeches present in the news produced by indigenist entities. The notions of \"health\" and \"mental health\" discussed by Gadamer (2006), as well as the notions of \"health\" and \"ethos\" reflected by de Figueiredo (2008), theoretical and methodological reference assumed in this dissertation, importance of the territory in health / disease processes for indigenous peoples, as well as helping to reflect on the tensions present in both perspectives. The data were analyzed from the notion of dialogical multiplication (Guimaraes, 2013), within the scope of semiotic-cultural constructivism in psychology. From the identification of present tensions, questions were raised about how to structure care in psychology, reflecting on the possibilities of its transit between different perspectives in health
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Não-finitude em Karitiana: subordinação versus nominalização / Non-finiteness in Karitiana: subordination versus nominalization

Ivan Rocha da Silva 02 May 2016 (has links)
A meta da presente tese é analisar as orações não-finitas em Karitiana. Esta é uma língua Ameríndia falada atualmente por 400 pessoas que habitam a Terra Indígena Karitiana. A reserva Karitiana está localizada a 95 quilômetros ao sul da área urbana de Porto Velho, Rondônia, Brasil. A língua é a única representante do ramo Arikém, família Tupi. A presente pesquisa investiga as diferenças entre as orações subordinadas que funcionam como orações subordinadas adverbiais, relativas e completivas, bem como a nominalização oracional e as orações infinitivas marcadas pelos sufixos e , respectivamente. Apesar de a língua não apresentar morfologia de tempo, modo ou concordância em subordinadas, ela possui várias outras características, tais como núcleos aspectuais, voz, variação na ordem de palavras (SOV ou OSV), morfologia de foco do objeto, o que sugere que se trata subordinação e não nominalização (Storto 1999, Storto 2012, Vivanco 2014). Mostramos ainda que as orações encaixadas Karitiana podem ser modificadas por advérbios, negação e evidenciais que estão associados a orações ou sintagmas verbais. Esta pesquisa levantou uma discussão que tem sido amplamente abordada na literatura sobre as orações subordinadas nãofinitas em línguas Ameríndias. A literatura sobre essas orações não-finitas mostra que muitos autores que assumem que elas são nominalizações utilizam dois argumentos: (1) a falta de traços finitos e (2) o fato de algumas línguas exibirem marcas de caso. Os argumentos com base no item (2) supramencionado não parece muito convincentes para assumirmos uma análise de nominalização em Karitiana, visto que orações subordinadas finitas em várias línguas podem ser usadas como complemento verbal e receber marcas de caso. A nossa análise apresentada nesta tese assume que a falta de traços finitos não significa necessariamente que estas orações sejam nominalizadas porque elas exibem em suas estruturas várias características de orações ativas, tais como núcleos funcionais de voz, aspecto, advérbios, negação e evidenciais. Tipologicamente, esses núcleos funcionais estão associados a orações ou a sintagmas verbais. E, internamente à língua, eles estão também relacionados a orações ou a sintagmas verbais tanto em ambientes finitos quanto em ambientes não-finitas. / The main aim of this dissertation is to analyze non-finite clauses in Karitiana. Karitiana is an endangered Amerindian language spoken today by approximately 400 people who live in a reservation located 59 miles south of the urban area of Porto Velho, the capital of the state of Rondônia, Brazil (Amazonian region). The language is the unique representative of the Arikém branch, one of the ten linguistic groupings identified inside the Tupian family. The current research investigates differences among embedded clauses that function as adverbial, relative, and complement clauses in Karitiana, as well as nominalization and infinitival embedding marked respectively by the suffixes and . Even though subordinate clauses in Karitiana do not display any finite morphology of agreement, tense, or mood, it is true that the language shows many other functional heads such as morphemes of causativization, passivization, and object focus construction, as well as aspectual nuclei, and word order variation (SOV, OSV), suggesting that they are clauses and not nominalizations (Storto 1999; Vivanco 2014). Furthemore, we show that Karitiana embedded clauses can be modified by adverbs, negation and evidentials that are associated with clauses or verbal phrases. The literature on non-finite clauses in Amerindian languages shows that many specialists in these languages have claimed that these clauses are nominalized based on two arguments: (1) lack of finite traits and (2) the fact that some of these languages display case-marking. The argument that the presence of case-marking in subordination characterizes them as nominalizations seems to be unconvincing because finite subordinate clauses in several languages can be used as verbal complement and can be marked with case. In our analysis, the lack of finite features also does not necessarily mean that these clauses are nominalizations, since Karitiana subordinate clauses exhibit other properties of active clauses such as functional heads: voice, aspect, adverbs, negation, and evidentials. Typologically, these functional heads are associated with clauses and, internally to the language, they are also correlated with clauses and verbal phrases, functioning either in matrix clauses or in subordinate clauses.
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Trajetórias de estudantes universitários (as) indígenas

Castorino, Adriano Batista 28 November 2014 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-26T14:55:06Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Adriano Batista Castorino.pdf: 1259193 bytes, checksum: 2cf2ccfac69905ab899656c34d658155 (MD5) Previous issue date: 2014-11-28 / This thesis is the result of a job that was made in the Universidade Federal do Tocantins, with the quota program for indigenous students. The outline that guides this work is designed to broaden the research I did on this same topic for my dissertation, made in April 2011. Therefore, in August 2011 beginning the doctoral program in which I developed the following text. For this, I decided to broaden the scope of analysis and I dedicated myself to find mechanisms that would allow me to meet other indigenous education projects. After then, I went to the Faculdade Indígena Intercultural da Universidade do Estado de Mato Grosso. In addition, the proposed project a trip to Mexico to meet some projects intercultural universities in that country. I also looked for mechanisms that would allow me to go to Mexico. There met the Universidade Intercultural do Chiapas. My initial goal in developing this work is to meet the trajectory, or the life trajectories of indigenous students entering the university. So do not put the focus in the discussion of models of education offered. Before I make a tour of the very idea of the university in the western world. I opt for this method to elucidate that independent of the university or higher education model, there are elements that do not change, as the predominance of meritocracy and closed curricula. From this premise, turn me on experiences with indigenous students with whom I noticed as there is a discontinuity in their ways of seeing the world from the moment they enter the university. The impact of vocational training, the idea of profession somehow alters the relationship with the culture and way of life of the village. In UFT, I travel with some students to their villages and realize the amount of nostalgia that has the home and their relatives. In Unemat could live with students who stay longer than 30 days outside their villages. It is notoriously difficult to remain in the classroom after days away from home. In Unich realized how this is a recurring fact of the absence of family and relatives, even if there is a university almost exclusively indigenous / Esta tese resulta de um trabalho que levei a termo na Universidade Federal do Tocantins, com o programa de cotas para estudantes indígenas. O recorte que orienta este trabalho foi concebido no sentido de ampliar a pesquisa que fiz sobre esse mesmo tema para a minha dissertação, defendida em abril de 2011. Por isso, em agosto de 2011 inicio o programa de doutorado no qual desenvolvi o texto que segue. Para isso, resolvi ampliar o escopo de análise e me dediquei a encontrar mecanismos que me possibilitasse conhecer outros projetos de educação indígena. Nesse sentido, fui conhecer a Faculdade Indígena Intercultural da Universidade do Estado de Mato Grosso. Além disso, propus no projeto uma viagem ao México, para conhecer alguns projetos de universidades interculturais daquele país. Também busquei mecanismos que me possibilitasse ir ao México. Por lá conheci a Universidade Intercultural de Chiapas. O meu objetivo inicial em desenvolver esse trabalho é conhecer a trajetória, ou as trajetórias de vida dos estudantes indígenas que ingressam na universidade. Por isso, não ponho o foco na discussão dos modelos de educação ofertados. Antes, faço um percurso da própria noção de universidade no mundo ocidental. Opto por essa metodologia para elucidar que independente do modelo de universidade ou de educação superior, há elementos que não mudam, como a predominância da meritocracia e dos currículos fechados. Partindo dessa premissa, me ative nas vivências com os estudantes indígenas com os quais percebi como há uma descontinuidade nas suas maneiras de ver o mundo a partir do momento que ingressam na universidade. O impacto da formação profissional, da ideia de profissão de alguma maneira altera a relação com a cultura e modo de vida da aldeia. Na UFT, pude viajar com alguns estudantes para suas aldeias e perceber a dimensão da saudade que tem de casa e de seus parentes. Na Unemat pude conviver com estudantes que ficam mais 30 dias fora de suas aldeias. É notória a dificuldade de permanecer nas aulas depois de dias longe de casa. Na Unich percebi como é recorrente esse fato da ausência da família e dos parentes, ainda que lá a universidade seja quase que exclusivamente indígena
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Sobre os viventes do Rio Doce e da Fazenda Guarany: dois presídios federais para índios durante a Ditadura Militar / About living Rio Doce and Guarany Farm: two federal prisons for Indians during the Military Dictatorship

Dias Filho, Antonio Jonas 06 March 2015 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-26T14:55:08Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Antonio Jonas Dias Filho.pdf: 4948509 bytes, checksum: 591f08db205a4509e148a38514fc76ee (MD5) Previous issue date: 2015-03-06 / This thesis is the result of research work done in two phases: first in the graduation when we had first contact with this theme and now when we do our doctorate. This work is about an episode of repression in Military Dictatorship against indigenous peoples who were taken from their lands for two federal prisons in the state of Minas Gerais between the years 1967 and 1979. The reasons given by FUNAI for prisons were generally crimes like theft, murder and assault but research has shown that the actual and specific reasons were linked: first the participation of the same in meetings against the occupation of their land by development projects created by Military regime and; second to face due to the internal rules of the FUNAI in the indigenous areas. The theoretical discussion is set in the environment of dictatorships in South America over the years 60, 70 and 80 whose motto was development and national security. We compared the Argentine, Chilean and Brazilian scenarios to show the similarities and differences of regimes lived in those countries pointed out that there was a common project that led to armed repression and intelligence against all groups and individuals considered subversive by those governments. We call this type of totalitarianism as "Development of dictatorships in Latin America" because we understand that the military that took power believed in the binomial economic control-growth. Then we discuss the role of Development Projects and National Integration as factors that have led, during that period, the occupation of indigenous lands not only by Brazil and his great works but also by the northeastern and southern migrants and multinational companies attracted by military government. The reaction of indigenous peoples led the military regime to take repressive measures. First the Indians were arrested for a paramilitary unit formed by members of various indigenous peoples. Were then transferred to the reformatory (in Indian Post Krenak between 1967 and 1972 and Guarany Farm, between 1972 and 1979). In these places suffered confinement in solitary, forced labor, torture, disappearances and deaths. Both repression in areas as prisons are human rights violations and the Indian Statute itself. The importance and originality of this thesis not only in the fact to go public this little-known story of our recent history, we believe that merit is to discuss the failure of the state and civil society as the non-inclusion of the case in the laws that make up the Amnesty process initiated in 1979 with Law 6.683 and continued in 1995 with the Law 9.140 of the Dead and Disappeared / Esta tese resulta de um trabalho de pesquisa feito em duas fases: a primeira na graduação quando tivemos o primeiro contato com esse tema e agora quando realizamos nosso doutorado. Trata de um episódio de repressão na Ditadura Militar contra os povos indígenas que foram levados de suas terras para duas prisões federais no Estado de Minas Gerais entre os anos de 1967 e 1979. Os motivos alegados pela FUNAI para as prisões eram em geral crimes como roubo, homicídios e agressões, mas a pesquisa mostrou que os motivos reais e concretos estavam ligados: primeiro, à participação dos mesmos em Assembleias contra a ocupação de suas terras pelos projetos de desenvolvimento criados pelo Regime Militar e; segundo, ao enfrentamento diante das regras internas da FUNAI nas áreas indígenas. A discussão teórica tem como cenário o ambiente das Ditaduras na América do Sul ao longo dos anos 60, 70 e 80 cujo mote era desenvolvimento e segurança nacional. Comparamos os cenários argentino, chileno e brasileiro para mostrar as semelhanças e diferenças dos regimes vividos nesses países para assinalar que havia um projeto comum que levou à repressão armada e de inteligência contra todos os grupos e indivíduos considerados subversivos por esses governos. Denominamos esse tipo de totalitarismo como Ditaduras de Desenvolvimento na América Latina porque entendemos que os militares que tomaram o poder acreditavam no binômio controle-crescimento econômico. Em seguida discutimos o papel dos Projetos de Desenvolvimento e de Integração Nacional como fatores que propiciaram, durante o referido período, a ocupação das terras indígenas não apenas pelo Estado brasileiro e suas grandes obras, mas também pelos migrantes nordestinos e sulistas e pelas empresas multinacionais atraídas pelo governo militar. A reação dos povos indígenas levou o Regime Militar a tomar medidas repressivas. Primeiro os índios eram presos por uma unidade paramilitar formada por integrantes de vários povos indígenas. Depois eram transferidos para os Reformatórios (no Posto Indígena Krenak entre 1967 e 1972 e na Fazenda Guarany, entre 1972 e 1979). Nesses locais sofreram com confinamentos em solitárias, trabalhos forçados, torturas, desaparecimentos e mortes. Tanto a repressão nas áreas quanto as prisões são violações dos direitos humanos e do próprio Estatuto do Índio. A importância e a originalidade desta tese não reside apenas no fato de trazer a público este episódio pouco conhecido da nossa história recente, acreditamos que o seu mérito é discutir a omissão do estado e da sociedade civil quanto à não inclusão do caso nas leis que compõem o processo de Anistia iniciado em 1979 com a Lei 6.683 e continuado em 1995 com a Lei 9.140 dos Mortos e Desaparecidos
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A criança indígena nos estudos acadêmicos no Brasil: uma análise das produções científicas (2001 – 2012) / A native child in academic studies in Brazil: an analysis of scientific production (2001 - 2012)

ARAÚJO, Sheila Alves de 04 September 2014 (has links)
Submitted by Cleide Dantas (cleidedantas@ufpa.br) on 2014-12-23T12:02:35Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 23898 bytes, checksum: e363e809996cf46ada20da1accfcd9c7 (MD5) Dissertacao_CriancaIndigenaEstudos.pdf: 3046656 bytes, checksum: b267d0c210eec4ff9e48309a5a018556 (MD5) / Approved for entry into archive by Ana Rosa Silva (arosa@ufpa.br) on 2014-12-23T16:49:41Z (GMT) No. of bitstreams: 2 license_rdf: 23898 bytes, checksum: e363e809996cf46ada20da1accfcd9c7 (MD5) Dissertacao_CriancaIndigenaEstudos.pdf: 3046656 bytes, checksum: b267d0c210eec4ff9e48309a5a018556 (MD5) / Made available in DSpace on 2014-12-23T16:49:41Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 23898 bytes, checksum: e363e809996cf46ada20da1accfcd9c7 (MD5) Dissertacao_CriancaIndigenaEstudos.pdf: 3046656 bytes, checksum: b267d0c210eec4ff9e48309a5a018556 (MD5) Previous issue date: 2014 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / UFPA - Universidade Federal do Pará / Governo Federal / O presente trabalho versa sobre as Concepções de Infância Indígena presentes em estudos acadêmicos produzidos no Brasil. Para os aportes deste estudo, considerou-se como questão norteadora: quais as concepções de Infância para as diversas etnias indígenas nas produções acadêmicas no Brasil no período de 2001 a 2012? O objetivo geral consistiu em investigar as concepções de infância para as diversas etnias indígenas presentes nas produções acadêmicas no Brasil no período de 2001 a 2012, visando (1) identificar e mapear essas concepções de infância indígena nas diversas etnias presentes nas produções acadêmicas; (2) descrever o processo de educação da criança indígena nas diversas etnias indígena brasileira; (3) abordar as práticas culturais da infância indígena mencionadas nesses estudos; (4) discutir a relevância, avanços e limites desses estudos para a compreensão da infância indígena no Brasil. O caminho metodológico percorrido para o desenvolvimento deste estudo foi de caráter bibliográfico tendo como fonte Dissertações e Teses coletadas no portal da CAPES no período de 2001 a 2012 sobre a infância indígena. Para efeito de sistematização do corpus de análise desse estudo e facilitar a compreensão do material, as dissertações e teses foram organizadas em três eixos temáticos: (1) Concepção étnica de infância indígena; (2) Práticas culturais da infância indígena; (3) Educação indígena. A partir da escolha dos eixos temáticos, pensou-se em categorias que pudessem facilitar o entendimento da metodologia escolhida para essa dissertação. Então foi escolhida para cada eixo temático uma categoria, a saber: (1) Liberdade; (2) Brincadeiras; (3) Educação indígena (escolar e tradicional). No que tange às categorias, foi possível perceber quão importante foi mencioná-las neste estudo, pois entendê-las nos permitiu também trazer à tona o rico arsenal que emergem ao estudar as concepções de infância ligadas à liberdade, à brincadeira e à educação. Tais concepções nos permitiu ter um novo olhar a respeito da infância nas sociedades indígenas, a partir de avanços/limites. Os resultados mostraram também que os estudos sobre a infância e/ou a criança indígena é incipiente, principalmente no estado do Pará e isso se deve ao fato de que os pesquisadores locais ainda não despertaram o interesse pela temática em questão, sendo possível elencar algumas razões para esse “não interesse”: falta de motivação de pesquisadores nessa área, a inserção desses estudos em várias áreas do conhecimento que não necessariamente no campo da educação e o difícil acesso as comunidades. Percebeu-se também que as produções realizadas em nossa região sobre a temática infância indígena são computadas no local de origem dos pesquisadores que para cá vêm realizar seus estudos deixando a região Norte no limite das produções sobre infância indígena. Ademais, urge a necessidade de investigar a infância e/ou a criança que vivem nas mais diversas sociedades indígenas. Eis aí um grande desafio e intento a ser superado para a compreensão do universo infantil e suas lógicas de pensar a realidade, o aprendizado, como sujeito complexo e pleno, de modo que suas percepções do cotidiano da aldeia, da escola, da família, dos rituais e dos símbolos constituam-se em tarefa de suma importância. / This paper examines the conceptions of Indigenous Childhood in academicians present studies produced in Brazil. Contributions to this study, it was considered as a guiding question: what conceptions of Childhood for the various indigenous ethnic groups in academic productions in Brazil in the period 2001-2012? The overall objective was to investigate the conceptions of childhood to the various indigenous ethnic groups present in academic productions in Brazil in the period 2001-2012, aimed (1) to identify and map these conceptions of indigenous children in different ethnic groups present in academic productions; (2) describe the process of education of indigenous children in several Brazilian indigenous ethnicities; (3) address the cultural practices of indigenous children mentioned in these studies; (4) discuss the relevance, progress and limits of such studies to the understanding of indigenous children in Brazil. The methodological path followed for the development of this study was bibliographical whose source Dissertations and Theses collected on the portal of CAPES in the period 2001-2012 on indigenous children. For the purpose of systematizing the corpus of analysis of this study and facilitate understanding of the material, the theses were organized into three themes: (1) ethnic conception of indigenous children; (2) cultural practices of indigenous children; (3) Indigenous education. From the choice of themes, it was thought in categories that could facilitate the understanding of the methodology chosen for this dissertation. Was then chosen for each thematic axis a category, namely: (1) Freedom; (2) Play; (3) Indigenous education (traditional school). Regarding the categories, it was possible to realize how important it was to mention them in this study because it allowed us to understand them well to bring out the rich arsenal that emerge when studying the conceptions of childhood linked to freedom, play and education. Such conceptions allowed us to have a new look about childhood in indigenous societies, from advances / limits. The results also showed that studies of childhood and / or indigenous child is incipient, particularly in the state of Pará and this is due to the fact that local researchers have not yet awakened the interest in the topic in question, and list some possible reasons for this "no interest": lack of motivation of researchers in this area, the inclusion of these studies in various areas of knowledge that are not necessarily in the field of education and poor access communities. We also noticed that the productions performed in our region on the theme Indigenous children are computed at the source of the researchers who come here to study it in leaving the North in the limit of production on indigenous children. Moreover, there is an urgent need to investigate the childhood and / or children living in the most diverse indigenous societies. Here is a challenge to be overcome and attempt to understand the child's world and your logical thinking to reality, learning as complex and full guy, so their perceptions of everyday village, school, family, rituals and symbols constitute themselves into a task of paramount importance.
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Terras tradicionalmente ocupadas por índios: fundamentos para uma aplicação limitada da Súmula 650 do STF

SILVA, Maria Eliza Nogueira da January 2007 (has links)
Submitted by Edisangela Bastos (edisangela@ufpa.br) on 2015-05-27T21:40:27Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 22974 bytes, checksum: 99c771d9f0b9c46790009b9874d49253 (MD5) Dissertacao_TerrasTradicionalmenteOcupadas.pdf: 1112132 bytes, checksum: 6548a8530c09de9d79468d86416d699f (MD5) / Approved for entry into archive by Ana Rosa Silva (arosa@ufpa.br) on 2015-06-03T14:03:19Z (GMT) No. of bitstreams: 2 license_rdf: 22974 bytes, checksum: 99c771d9f0b9c46790009b9874d49253 (MD5) Dissertacao_TerrasTradicionalmenteOcupadas.pdf: 1112132 bytes, checksum: 6548a8530c09de9d79468d86416d699f (MD5) / Made available in DSpace on 2015-06-03T14:03:19Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 22974 bytes, checksum: 99c771d9f0b9c46790009b9874d49253 (MD5) Dissertacao_TerrasTradicionalmenteOcupadas.pdf: 1112132 bytes, checksum: 6548a8530c09de9d79468d86416d699f (MD5) Previous issue date: 2007 / O pluralismo é uma marca da democracia contemporânea e a Constituição de 1988 representou um importante avanço na proteção das diversidades no Brasil, consagrando a multiplicidade de idéias, culturas e etnias, e pressupondo o diálogo entre opiniões e pensamentos divergentes. Neste contexto, os povos indígenas adquiriram o direito à alteridade, ou seja, foram respeitadas as suas especificidades étnico-culturais, garantindo-lhes o direito de serem e permanecerem índios. A delimitação, a desintrusão e a proteção de um espaço territorial adequado para os diferentes povos indígenas são consideradas como uma condição essencial para a sobrevivência física e cultural desses grupos. O presente trabalho pretende, então, analisar a interpretação adotada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Súmula 650, acerca do termo “terras tradicionalmente ocupadas por índios” (CF/88 art. 231, §§ 1º e 2º), de forma a compreender o seu alcance e os seus limites de aplicação. Para tanto, inicialmente, foi reconstruído o itinerário do conceito nos julgados do STF, analisando-se as decisões que trataram do tema. O marco inicial é a Súmula 480 e seus precedentes e o final, a Súmula 650, com a análise dos casos que a conformaram. Como resultado, verificou-se que, nas decisões anteriores à Súmula 650, o Tribunal se afastou do conceito civil de posse para contemplar um conceito de posse indígena, no qual a atualidade pode ser secundária, diante de provas que comprovem a ocupação tradicional. Da análise dos precedentes da Súmula 650, constatou-se que o julgamento envolveu um contexto histórico específico, onde os povos indígenas estavam extintos. Por outro lado, foram utilizados argumentos generalizantes que se indiscriminadamente aplicados poderão causar sérios prejuízos aos direitos territoriais indígenas, sobretudo quanto à restituição de terras tradicionais. A partir dos resultados, concluiu-se que o Enunciado da Súmula 650 não pode ser aplicado de forma generalizada, apresentando-se como fundamentos para uma aplicação limitada a faticidade e historicidade do caso concreto; a Convenção 169 da OIT e orientações da Agenda 21; e as demais interpretações do STF acerca do termo “terras tradicionalmente ocupadas”. / The pluralism is a mark of the contemporary democracy and the Constitution of 1988 represented an important progress in the protection of the diversities in Brazil, consecrating the multiplicity of ideas, cultures and ethnic groups, and presupposing the dialogue between opinions and divergent thoughts. In this context, the indigenous people acquired the right of have its culture recognized, in other words, their ethnic-cultural specificities were respected, guaranteeing them the right to be and to remain as Indians. The delimitation and the protection of an appropriate territorial space for the different indigenous people are considered as an essential condition for the physical and cultural survival of those groups. The present work intends, then, to analyze the interpretation adopted by Federal Supreme Court of Brazil (Supremo Tribunal Federal - STF) in a document named Súmula 650, concerning the term "Native Lands" (Federal Constitutions of Brazil/1988 art. 231, §§ 1st and 2nd), in way to understand its reach and application limits. For this, initially, the itinerary of the concept was rebuilt on STF, analyzing the decisions concerning this subject. The initial landmark of this discussion is the document named Súmula 480 and his precedents, and the end is the Súmula 650, including the analysis of the cases that it conformed. As a result, was verified, that in the decisions before Súmula 650, the Court moved away from the civil concept of possession to contemplate a concept of native possession, in which the present time can be secondary, faced with evidences that attest the traditional occupation. From the precedents analysis of the Súmula 650, was verified that the judgment involved a specific historical context, in which the native people were extinct. On the other hand, generalizing arguments has been used and if they are indiscriminately applied they are supposed to cause serious damages to the native territorial rights, especially related to the restitution of traditional lands. From the results, it is possible to conclude that the Title of the Súmula 650 cannot be applied in generalized way, it must be presented as ground for an application limited to the facts related and historicity of the concrete case; the Convention 169 of the OIT and orientation of the “Agenda 21”; and the other interpretations from STF about the term "Native Lands".

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