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Do problema do direito em Agamben à mundivisão tragicômica da vida humanaSouza, Helder Félix Pereira de January 2017 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, Florianópolis, 2017. / Made available in DSpace on 2017-07-25T04:10:05Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2017 / A presente tese propõe uma aventura do pensamento com a investigação do problema do direito através das obras e dos escritos do filósofo italiano Giorgio Agamben. A partir disso, a vida fora do direito e o direito em sua não relação com a vida surgem como propostas de Agamben para uma saída ao viés juridicizador sobre a vida. Assim, dois âmbitos do direito são distinguidos: o direito em sua forma instrumental, que captura a vida em um laço lógico-dialético orientando o funcionamento do direito como ciência capaz de produzir conhecimento, e o Direito reflexivo, que busca o sentido do direito refletindo sobre ele mesmo e que não produz conhecimento, pois é aporético. Esses dois âmbitos aparecem com maior clareza na medida em que pensamos a crise atual do Ocidente em nossa época a partir das reflexões de Agamben em que o direito é colocado em questão. Em Nietzsche, filósofo alemão do século XIX, a mundivisão tragicômica da vida permite um olhar artístico sobre as coisas que escapa à captura dispositiva da vida pelo conhecimento lógico-dialético da ciência e que, combinada com o pensamento de Agamben sobre o direito, permite outro viés sobre a vida e sobre o próprio direito. Para isso, a pesquisa rompe a barreira entre a teoria e a filosofia e busca na narrativas mítica da tragédia Antígona o elemento mais originário do direito instrumental e do Direito reflexivo; busca na comédia Pluto a constatação originária da transformação do Deus em dinheiro; e, por fim, no mito do toque de ouro de Midas, o paradigma da tentativa de domínio total da vida e das coisas do mundo como condição humana elementar. Ao final da tese, propomos como possível um método peculiar de se investigar inter e supradisciplinarmente as coisas: a costura tragicômica dos saberes. <br> / Abstract : This thesis proposes an adventure of thought with the investigation of the problem of law through the works and writings of the Italian philosopher Giorgio Agamben. From this, the life outside o the right and the right in its non relation with the life arise like proposals of Agamben for an exit to the juridicization bias on the life. Thus, two areas of law are distinguished: the right in its instrumental form, which captures life in a logical-dialectic loop orienting the functioning of right as a science capable of producing knowledge, and reflective Right, which seeks the meaning of the right reflecting about himself and that does not produce knowledge, because it is aporetic. In Nietzsche, a nineteenth-century German philosopher, the tragicomic worldview of life allows an artistic glance at things that escapes the operative capture of life by the logical-dialectical knowledge of science and which, combined with Agamben's thinking about right, allows another perspective about the life and about the right. For this, the research breaks the barrier between theory and philosophy and searches in the mythical narratives of the tragedy of Antigone the most original element of instrumental right and reflexive Right; seeks in the comedy of Pluto the original realization of the transformation of the God into money; and, finally, in the myth of the golden touch of Midas, the paradigm of the attempt to master totality of life and things of the world as an elementary human condition. At the end of the thesis, we propose as possible a peculiar method of investigating inter and supradisciplinarily things: the tragicomic stitching of the knowledge.
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La petite mortLimas, Louisy de January 2014 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, 2014. / Made available in DSpace on 2015-02-05T20:58:19Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2014 / Existe um jogo de transgressão das interdições, e se trata de um jogo violento. "Essencialmente o campo do erotismo é o campo da violência".1 Acontece uma violação no ser fechado e distinto, separado na sua descontinuidade. Desprende-se de seu estado cotidiano, no mundo social e profano do trabalho, para entrar numa abertura de continuidade profunda, perdendo-se de si mesmo. La Petite Mort é como os franceses chamam o ápice erótico. Morro de não morrer. A questão que colocamos não é sobre uma vida no além, mas um mais além de vida. Não uma morte absoluta, se trata de uma pequena morte. Para Bataille, na pequena morte erótica se experimenta o impossível. Para Lacan é na morte simbólica que se encontra o real. A mesma experiência de ruptura atravessa os dois autores: o gozo. Não a morte do corpo, da carne, mas a morte do sujeito na dissolução das ilusões de um eu que se constitui como unidade. Encontramos no erotismo uma experiência de morte. Se gozar não é morrer seria, então, repetir uma morte que não nos matou? / Abstract : There is a game of transgressing prohibitions, and it is a violent game. "Essentially the field of eroticism is the field of violence". An infraction against the closed and distinctive human being, separated from its discontinuity, detaching himself from his everyday state in the social and profane world of work, to enter into a gap of deep continuity, losing himself . La Petite Mort is how the French call the erotic climax. I die by not dying! The question is not about a life hereafter, but life beyond. There is no absolute death, just a little death. For Bataille in small erotic death we experience the impossible. For Lacan it is in the symbolic death that we find realness. The same experience breaks through both of them : sexual rapture. Not the death of the body, the flesh, but the death of the individual by dissolving the illusions of a self unit. We find eroticism in a death experience. If sexual rapture is not dying, would it then repeat a death that did not kill us?
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Benedito Nunes e a moderna crítica literária brasileira (1946-1969) / Benedito Nunes and the modern brazilian literary criticism (1946-1969)NASCIMENTO, Maria de Fátima do 28 February 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012-02-28 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / O presente estudo sobre a crítica literária de Benedito Nunes, dividido em dois volumes, parte de variados gêneros textuais (tentativa de romance, poemas, aforismos, crônicas sobre ciência, poesia, filosofia e religião, entrevistas, crítica de poesia e de romances), ou seja, seus primeiros textos nos seguintes periódicos de Belém do Pará: “Arte Suplemento Literatura”, do jornal Folha do Norte (1946-1951), onde ele inicia sua carreira de crítico de literatura, continuada nas revistas Encontro (1948) e Norte (1952); sua produção em outros periódicos do Brasil, como seus textos no “Suplemento Dominical” do Jornal do Brasil e nos suplementos de O Estado de São Paulo e O Estado de Minas Gerais (ensaios com análises de poemas, romances e filosofia); e ainda seus primeiros livros: O mundo de Clarice Lispector (1966) e O dorso do tigre (1969), livro que o consagra como um dos expoentes da moderna crítica literária da segunda metade do Século XX no Brasil, principalmente das obras de autores que publicam da década 1940 em diante, a exemplo de Clarice Lispector, Guimarães Rosa e João Cabral de Melo Neto. A compilação de textos nos periódicos, além de possibilitar a identificação das principais leituras de Benedito Nunes, incorporadas à concepção de sua crítica, com leituras iniciais dos filósofos cristãos, São Tomás de Aquino, Pascal e especialmente, um precursor do existencialismo, Kierkegaard, que vai ser uma constante nas análises do ensaísta brasileiro, permite traçar a trajetória intelectual de Benedito Nunes, particularmente como crítico literário. Este, posteriormente, vai acrescentar em suas análises as ideias de Sartre e Heidegger. Com relação especificamente a Heidegger, o qual Nunes estuda durante toda a sua vida, verifica-se a concepção ontológica da criação artística pela linguagem verbal, que, para o filósofo alemão corresponde à fundação do ser pela palavra. Com respeito à divisão deste estudo, o primeiro volume contém a trajetória intelectual de Benedito Nunes, bem como as análises do material compilado nos periódicos e de dois livros do crítico brasileiro (O mundo de Clarice Lispector (ensaio), de 1966 e O dorso do tigre, 1969), enquanto que o segundo volume contém uma amostra do material compilado. / This dissertation, about the literary criticism of Benedito Nunes, divided in two parts, is based on a variety of textual genres (attempts to write novels, poems, aphorisms, chronicles on science, poetry and philosophy, interviews, criticism on poetry and novels). In other words, this study is about Nunes‟ first texts on some newspapers of Belém do Pará: “Supplement of Art and Literature”, on the newspaper Folha do Norte (1946-1951), in which the author starts his career as a literary critic, also writing on magazines such as Encontro (1948) and Norte (1952). This study is also based on Benedito Nunes‟ writings on other newspapers of Brazil, such as the “Sunday Supplement” of Jornal do Brasil and on the supplements of journals like O Estado de São Paulo and O Estado de Minas Gerais (texts containing analysis of poems, novels and philosophy); and, still, Nunes‟ first books: O mundo de Clarice Lispector (1966) and O dorso do tigre (1969). The latter causes the writer to be considered one of the exponents of modern literary criticism in the second half of the twentieth century in Brazil, mainly of the works of art of writers who published from the decade of 1940 on, namely, Clarice Lispector, Guimarães Rosa and João Cabral de Melo Neto, just to name a few. The compilation of the texts published on journals, besides enabling the identification of the main readings of Benedito Nunes, which were incorporated to the conception of his criticism, considering some Christian philosophers as Saint Thomas Aquinas, Pascal, and, particularly, a precursor of existentialism, Kierkegaard, which will be constant in the analysis of the Brazilian author, makes it possible to trace the intellectual path followed by Benedito Nunes, specially as a literary critic. The writer will, lately, add the ideas of Sartre and Heidegger to his analysis. Specifically considering Heidegger, who Nunes studies throughout his whole life, it is possible to see the ontological conception of artistic creation by verbal language, which, to the German philosopher, corresponds to the foundation of the self by the word. Regarding the division of this study, the first part contains the intellectual path Benedito Nunes followed, as well as analysis of the material compiled from the newspapers and from the two books of this Brazilian critic. The second part contains a sample of the material which was compiled.
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A verdade da desconstrução: o horizonte ético do pensamento de Jacques Derrida / La vérité de la déconstruction: l´horizont éthique de la dans la pensée de Jacques DerridaFonseca, Fernando Facó de Assis January 2008 (has links)
FONSECA, Fernando Facó de Assis. A verdade da desconstrução: o horizonte ético do pensamento de Jacques Derrida. 2008. 110f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Filosofia, Fortaleza (CE), 2008. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2013-11-05T18:08:31Z
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Previous issue date: 2008 / Este trabalho pretende analisar o pensamento de Jacques Derrida, em especial o lugar em que se situa sua idéia de desconstrução. Nesse sentido, procuro abordar duas possibilidades de leituras do pensamento derridiano. A primeira leitura consiste na leitura crítica de Habermas, que sustenta que a desconstrução derridiana deve ser compreendida como uma teoria do conhecimento. Tal posição me parece extremamente problemática, tendo em vista que o pensamento de Derrida não repousa sobre um fundo racionalista tradicional. Em contrapartida, eu pretendo desenvolver uma interpretacão da desconstrução derridiana sobre um prisma essencialmente ético. Neste caso, defendo a tese que o pensamento de Derrida não pode ser tomado em profundeza salvo quando situado próximo da filosofia prática de Emannuel Lévinas. O erro de Habermas e de todos outros intérpretes que enxergam o discurso derridiano como um discurso contraditório reside em tomar a desconstrução sob uma ótica estritamente epistemológica, ao passo que, a meu ver, a verdadeira idéia da desconstrução se relaciona com questões do campo da ética. / Cette recherche se propose d‟analyser la pensée de Jacques Derrida et plus particulièrement ce que se cache dans la vraie idée de la deconstruction. J‟examine d‟avant tout deux possibilités de lectures de la pensée de Derrida. La première lecture est la lecture critique de J.Habermas, qui soutient que la deconstruction derridienne doit être interprétée comme une théorie de la connaissance. Cette position me semble extremement erronée, puis que la pensée de Derrida ne repose pas sur un fond rationaliste traditionnel. Par opposition à la lecture habermasienne, je veux dévélopper une interpretation de la deconstruction derridienne sur une prisme essentiellement éthique. En ce sens, je défend la thése que la pensée de Derrida ne peut pas être compris en profondeur sauf quand on la situe à la proximité de la philosophie pratique de Emannuel Lévinas. L‟erreur de Habermas et de tous les autres intérpretes qui voient le discours derridienne comme une discours contradictoire réside en qu„ils prendrent la deconstruction en un sens strictement épistémologique, au pas que je veux démontrer que la vrai idée de la deconstruction se rapporte avec le champ de l‟éthique.
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Benedito Nunes e a moderna crítica literária brasileira (1946-1969) = Benedito Nunes and the Modern Brazilian Literary Criticism (1946-1969) / Benedito Nunes and the Modern Brazilian Literary Criticism (1946-1969)Nascimento, Maria de Fatima do, 1953- 28 February 2012 (has links)
Orientador: Suzi Franki Sperber / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-20T23:21:06Z (GMT). No. of bitstreams: 2
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Previous issue date: 2012 / Resumo: O presente estudo sobre a crítica literária de Benedito Nunes, dividido em dois volumes, parte de variados gêneros textuais (tentativa de romance, poemas, aforismos, crônicas sobre ciência, poesia, filosofia e religião, entrevistas, crítica de poesia e de romances), ou seja, seus primeiros textos nos seguintes periódicos de Belém do Pará: "Arte Suplemento Literatura", do jornal Folha do Norte (1946-1951), onde ele inicia sua carreira de crítico de literatura, continuada nas revistas Encontro (1948) e Norte (1952); sua produção em outros periódicos do Brasil, como seus textos no "Suplemento Dominical" do Jornal do Brasil e nos suplementos de O Estado de São Paulo e O Estado de Minas Gerais (ensaios com análises de poemas, romances e filosofia); e ainda seus primeiros livros: O mundo de Clarice Lispector (1966) e O dorso do tigre (1969), livro que o consagra como um dos expoentes da moderna crítica literária da segunda metade do Século XX no Brasil, principalmente das obras de autores que publicam da década 1940 em diante, a exemplo de Clarice Lispector, Guimarães Rosa e João Cabral de Melo Neto. A compilação de textos nos periódicos, além de possibilitar a identificação das principais leituras de Benedito Nunes, incorporadas à concepção de sua crítica, com leituras iniciais dos filósofos cristãos, São Tomás de Aquino, Pascal e especialmente, um precursor do existencialismo, Kierkegaard, que vai ser uma constante nas análises do ensaísta brasileiro, permite traçar a trajetória intelectual de Benedito Nunes, particularmente como crítico literário. Este, posteriormente, vai acrescentar em suas análises as ideias de Sartre e Heidegger. Com relação especificamente a Heidegger, o qual Nunes estuda durante toda a sua vida, verifica-se a concepção ontológica da criação artística pela linguagem verbal, que, para o filósofo alemão corresponde à fundação do ser pela palavra. Com respeito à divisão deste estudo, o primeiro volume contém a trajetória intelectual de Benedito Nunes, bem como as análises do material compilado nos periódicos e de dois livros do crítico brasileiro (O mundo de Clarice Lispector (ensaio), de 1966 e O dorso do tigre, 1969), enquanto que o segundo volume contém uma amostra do material compilado / Abstract: This dissertation, about the literary criticism of Benedito Nunes, divided in two parts, is based on a variety of textual genres (attempts to write novels, poems, aphorisms, chronicles on science, poetry and philosophy, interviews, criticism on poetry and novels). In other words, this study is about Nunes? first texts on some newspapers of Belém do Pará: "Supplement of Art and Literature", on the newspaper Folha do Norte (1946-1951), in which the author starts his career as a literary critic, also writing on magazines such as Encontro (1948) and Norte (1952). This study is also based on Benedito Nunes? writings on other newspapers of Brazil, such as the "Sunday Supplement" of Jornal do Brasil and on the supplements of journals like O Estado de São Paulo and O Estado de Minas Gerais (texts containing analysis of poems, novels and philosophy); and, still, Nunes? first books: O mundo de Clarice Lispector (1966) and O dorso do tigre (1969). The latter causes the writer to be considered one of the exponents of modern literary criticism in the second half of the twentieth century in Brazil, mainly of the works of art of writers who published from the decade of 1940 on, namely, Clarice Lispector, Guimarães Rosa and João Cabral de Melo Neto, just to name a few. The compilation of the texts published on journals, besides enabling the identification of the main readings of Benedito Nunes, which were incorporated to the conception of his criticism, considering some Christian philosophers as Saint Thomas Aquinas, Pascal, and, particularly, a precursor of existentialism, Kierkegaard, which will be constant in the analysis of the Brazilian author, makes it possible to trace the intellectual path followed by Benedito Nunes, specially as a literary critic. The writer will, lately, add the ideas of Sartre and Heidegger to his analysis. Specifically considering Heidegger, who Nunes studies throughout his whole life, it is possible to see the ontological conception of artistic creation by verbal language, which, to the German philosopher, corresponds to the foundation of the self by the word. Regarding the division of this study, the first part contains the intellectual path Benedito Nunes followed, as well as analysis of the material compiled from the newspapers and from the two books of this Brazilian critic. The second part contains a sample of the material which was compiled / Doutorado / Teoria e Critica Literaria / Doutora em Teoria e História Literária
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O poético e o político: últimas palavras de Paul Valéry / The poetic and the political: last words of Paul ValéryLucas, Fabio Roberto 07 May 2018 (has links)
A tese se dedica ao estudo das relações entre o poético e o político na escritura de Paul Valéry entre 1940 e 1945, anos arrasados pela segunda guerra e também os últimos da vida do escritor. O período estudado começa, assim, no verão de 1940, quando a França perde a batalha contra os alemães, Paris é ocupada pelos nazistas e Valéry, abrigado no norte do país, põe-se a escrever o terceiro Fausto que ele há tempos desejava compor. A pesquisa se estende até maio de 1945, pleno apogeu da Libération Française, quando o escritor publica em jornal gaulista (aquelas que [não] deveriam ser) as Ultima Verba do vencedor do conflito, e termina o poema em prosa LAnge depois de duas décadas de trabalho sobre esse texto. Seguindo a escritura diária dos cahiers de Valéry e as notas do curso de poïética ministrado pelo poeta no Collége de France naqueles anos, a tese busca apreender como as estratégias poéticas das obras analisadas Ultima Verba, LAnge e Mon Faust são concebidas para enfrentar os acontecimentos esmagadores daquele período. Com efeito, elas modulam recursos sensíveis, significativos e formais do ato poético, pondo em contradicção as forças heterogêneas do discurso e sua dicção, da voz e do pensamento (lógos e foné), ser e convenção, estabelecendo uma implicação recíproca do poético e do político: o poeta como político profundo, entre as majorités do som e do sentido. Essa implicação põe em jogo a autonomia e a soberania da linguagem poética, os modos de circulação do discurso numa sociedade democrática e o gesto do poeta frente às aporias do processo de escrita. Desse modo, procura-se menos revelar a política de suas escolhas (as vias que o escritor abre ou fecha; ainda que isso seja parte do problema, não é o principal) do que pensar na política de sua poética, perceptível na modulação das diferentes maneiras de ver que compõem o poema, uma modulação que cala ou interrompe, escuta ou prolonga suas hesitações. Assim, veremos que os dilemas da fiducia política e da ciência moderna elaborados nos brouillons do ciclo fáustico e nas notas do curso de poïética reencontram a hesitação prolongada, o inacabamento e infinitização contínua do ato poético, sempre em curso de driblar injunções fiduciárias e técnicas, num momento em que a Europa moderna tinha mais do que nunca carência de repensar os pactos, moedas, projetos e o próprio para, [vencedor, nesse] momento em curso na literatura e na comunidade. / The thesis aims to study the relations between the poetic and the political in the writings of Paul Valéry from 1940 to 1945, a time crushed by the war and the last years of the poets life. This study covers a period that goes from the summer of 1940 during the last weeks of the Battle of France, when Paris was occupied by the germans and the poet, sheltered in the countrys north, starts to write the third Faust that for a long time he wished to write up to may 1945, in the pinnacle of the Libération Française, when the writer publishes in a gaullist journal (those that should [not] be) the ultima verba of the wars winner, and completes, after two decades of writing labour, the prose poem LAnge. By following the the cahiers daily writings and the Collège de Frances course in poetics lesson notes of those years, we seek to understand the strategies conceived to confront the periods crushing events, specially in the analysed texts Ultima Verba, LAnge and Mon Faust. In fact, they modulate the aesthetic infinitys sensible, significant and formal resources in the contradiction of the heterogeneous forces of the discourse and its diction (its elocution), voice and thought (logos and phone), being and convention, thus establishing a reciprocal implication of the poetic and the political: the poet as a profound politician who works between the majorities of sound and sense. This implication reflects upon the poetic languages autonomy and sovereignty, the discourse circulation modes in a democratic society and the poets act in relation to the writing process issues. Thus, this gesture would be put in place less for revealing the politics in Valérys choices (the paths he opens or closes; this is also part of the problem, but it is not the main question) than for thinking about his poetics own politics, one deployed in the modulation of the different manners of seeing implicated in the poem, a modulation that silents or stops, listens or prolongs their hesitations. Then, we shall see that the fiducias politics and modern science dilemmas elaborated by the faustic cycle drafts and by the course in poetics lesson notes find theirselves in the company of the verse as prolonged hesitation, of the poetics act incompleteness and infinitization, always in the process of dribbling the fiduciary and technical injunctions, in a time when modern Europe had more than ever to rethink the pacts, currencies, projects and even the stop, [winner, in this] moment that had currency in literature and community.
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Rastro, hesitação e memoria : o lugar do tempo na poesia de Yves Bonnefoy / Trace, hesitation and memory : the place of time in Yves Bonnefoy"s poetrySimpson, Pablo 17 April 2006 (has links)
Orientador: Luiz Carlos da Silva Dantas / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-06T10:21:25Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2006 / Resumo: Yves Bonnefoy é um dos poetas franceses mais importantes da segunda metade do século XX. Sua obra poética, que se inicia em 1946 com Traité du pianiste e Le Coeur-espace, pode ser situada, num primeiro momento, a partir do diálogo com o surrealismo, de que se afastaria em 1947, mas cuja noção de sonho retomaria em suas narrativas publicadas a partir dos anos 1970: L¿Arrière-pays e Rue Traversière.
Pode ser situada, além disso, diante do existencialismo de Jean Wahl. Leitor de Plotino, Kierkegaard e Léon Chestov, importante crítico de arte e da obra de Baudelaire, além de tradutor de Shakespeare, Yves Bonnefoy traz, desde os ensaios de L¿Improbable de 1959, uma preocupação com o que chamaria de ¿presença¿, fundamental para a compreensão de seu projeto poético. Ela designaria, muitas vezes, uma oposição ao conceito filosófico e à linguagem. Traria um apelo a uma ¿realidade obscura¿, enigmática. Nesse sentido, a poesia pretenderia uma intuição do absoluto, uma esperança investida de uma vocação ontológica não sem relação com o questionamento heideggeriano. Este estudo pretende investigar as relações entre poesia e tempo. Há nos poemas de Anti-Platon e Du Mouvement et de l¿immobilité de Douve, tanto quanto em L¿Improbable, segundo Patrick Née, a condenação de um inteligível abstrato, em virtude do esquecimento do tempo. A poesia repercutiria uma tensão entre interioridade conceitual e exterioridade. As palavras do poema evocariam um apagamento: rastro, presença ausente. A perda se torna a origem da linguagem poética. Através da leitura dos poemas de Du Mouvement et de l¿immobilité de Douve, Hier régnant désert, Pierre écrite, Dans le leurre du seuil, Ce qui fut sans lumière e Les Planches courbes, e das narrativas L¿Arrière-pays, Rue Traversière e Lê Théâtre des enfants, este estudo buscará compreender a poesia de Yves Bonnefoy a partir das noções de rastro, hesitação e memória. Dividido em cinco capítulos principais, trata-se da tentativa de situar a sua poesia, a um só tempo, como expressão e reflexão de cada um desses lugares. Este estudo traz em anexo a tradução do livro de poemas Les Planches courbes (2001), da narrativa ¿L¿Égypte¿ do livro Rue Traversière (1977) e do ensaio ¿Les tombeaux de Ravenne¿ de L¿Improbable (1959) / Resumé: Cette étude concernant l¿oeuvre poétique d¿Yves Bonnefoy cherche à établir des rapports entre poésie et temps. À travers de lectures critiques interrogeant les poèmes de Du Mouvement et de l¿immobilité de Douve, Hier régnant désert, Pierre écrite, Dans le leurre du seuil, Ce qui fut sans lumière et Les Planches courbes, aussi bien que les récits L¿Arrière-pays, Rue Traversière et Le Théâtre des enfants, une trajectoire se dessine qui tente d¿aborder la pensée poétique d¿Yves Bonnefoy d¿après les notions de ¿trace¿, d¿¿hésitation¿ et de ¿mémoire¿. Le poème repose sur la tension qu¿il manifeste entre une intériorité conceptuelle et une extériorité que le poète appellerait ¿présence¿. Les mots du poème sont ce qui demeure de ce qui a disparu, ils gardent la ¿trace¿ de cette présence absente. Il y a dans les poèmes de l¿Anti-Platon et dans l¿essai ¿Les tombeaux de Ravenne¿, sélon Patrick Née, une reproche d¿un intelligible abstrait au nom de l¿oubli du temps. La perte devient l¿origine du langage poétique. Elle nous rappelle l¿abîme de l¿exil, de la séparation. Néanmoins, la poésie d¿Yves Bonnefoy veut apporter une intuition de l¿absolu, un espoir investi d¿une vocation ontologique non sans rapport avec le questionnement ontologique de Heidegger, de Kierkegaard, de Jean Wahl. Plutôt que d¿en brosser le sens philosophique, tout en veillant à ne pas confondre une approche conceptuelle du temps et sa ¿mise en intrigue¿ (muthos), selon Paul Ricoeur, cinq chapitres repèrent cet itinéraire. Les trois premiers, consacrés à la notion de trace, rejoindrent une affirmation du poète dans L¿Improbable: ¿Le fugace, l¿irrémédiablement emporté, sont le degré poétique de l¿univers¿. Il s¿agit de placer cette catégorie de l¿éphémère sous le signe de la recherche proustienne d¿un ¿équivalent spirituel¿ dans le chapitre ¿Marcel Proust & Yves Bonnefoy: inscription, présence¿. Dans le deuxième chapitre, l¿interpretation c¿est qu¿il y a un pari de la mort, de l¿absence, trace d¿un éloignement des dieux, où s¿affirme l¿importance de la perception dans les mots de leur composante sonore. Sous le signe des idées de ¿symbole¿ et ¿allégorie¿, on essaye d¿interroger les lectures d¿Yves Bonnefoy des oeuvres de Baudelaire et les poèmes ¿Vrai corps¿ et ¿Le lieu de la salamandre¿ du livre Du Mouvement et de l¿immobilité de Douve. Le troisième chapitre mène à la définition de la notion de ¿témoignage¿ en accord avec des idées d¿échange, de partage, selon la perspective du texte offert, de l¿amour d¿après Rimbaud et des images de la pierre et de la voix, celle-ci dans le poème ¿À la voix de Kathleen Ferrier¿ de Hier régnant désert. On situe ce questionnement à partir de la lecture d¿Emmanuel Lévinas et de l¿établissement des rapports entre poésie, temps et éthique. Le quatrième chapitre, ¿L¿Arrière-pays, Rue Traversière & Dans le leurre du seuil: rêve, hésitation et labirynthe¿, évoque l¿ambivalence du temps dans ce qu¿Yves Bonnefoy désigne comme ¿une hésitation profonde qui est en nous, dans l¿existence vécue et quant à la façon de la vivre¿. Le poète est celui qui hésite, à la fois, entre deux degrés d¿intensité ontologique, l¿existence et l¿écriture, l¿éveil et le rêve. L¿inquiétude aux carrefours de L¿Arrière-pays est la représentation même de cette interruption de l¿action, hantise d¿une terre au-delà de l¿horizon, insituable. Il s¿agit d¿une dialectique de la indécision et de la décision, de la ¿morne incuriosité¿ de Perceval chez le Roi Pêcheur et des questions qu¿il lui fallait poser. Autrement dit, l¿écriture engage une tension entre la gnose et l¿ici de la finitude, entre le rêve et le récit. Il fallait, selon le poète, ¿quelque chose comme une foi pour persister dans les mots¿. Finalement, le cinquième chapitre est consacré à la notion de ¿mémoire¿ dans les livres Ce qui fut sans lumière et Les Planches courbes, questionnement qui revient au vers ¿je ne me souviens¿ du livre Le Coeur-espace, publié en 1946.
Il y a dans la série de poèmes de ¿La maison natale¿ de Les Planches courbes un rétour à l¿enfance et aux mythes. Les images de l¿enfance, dès la publication de ¿L¿Égypte¿ ou à la fin de L¿Arrière-pays, celle de Moïse sauvé des eaux, les mythes de Cérès, de Marsyas, la quête d¿une origine y témoignent la nécessité d¿établir des rapports entre poésie et mémoire. La poésie ¿garde mémoire¿. Elle est ¿la mémoire qui se maintient en nous, qui parlons, des instants de présence que nous avons vécu¿. Quête de l¿origine, de l¿origine de la poésie, d¿où l¿apparition d¿Ulysse dans le poème ¿Dans le leurre des mots¿. On placerait cette tension sous le double signe du ¿fait humain toujours prêt à recommencer¿ de Léon Chestov, à partir de l¿opposition entre mort et réssurrection, et d¿une ¿mémoire appaisée, voire d¿un oubli heureux¿ de Paul Ricoeur. Cette étude a pour annexe la traduction du livre de poèmes d¿Yves Bonnefoy Les Planches courbes (2001), du récit ¿L¿Égypte¿ du livre Rue Traversière (1977) et de l¿essai ¿Les tombeaux de Ravenne¿ publié dans L¿Improbable (1959) / Doutorado / Literatura Geral e Comparada / Doutor em Teoria e História Literária
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O poético e o político: últimas palavras de Paul Valéry / The poetic and the political: last words of Paul ValéryFabio Roberto Lucas 07 May 2018 (has links)
A tese se dedica ao estudo das relações entre o poético e o político na escritura de Paul Valéry entre 1940 e 1945, anos arrasados pela segunda guerra e também os últimos da vida do escritor. O período estudado começa, assim, no verão de 1940, quando a França perde a batalha contra os alemães, Paris é ocupada pelos nazistas e Valéry, abrigado no norte do país, põe-se a escrever o terceiro Fausto que ele há tempos desejava compor. A pesquisa se estende até maio de 1945, pleno apogeu da Libération Française, quando o escritor publica em jornal gaulista (aquelas que [não] deveriam ser) as Ultima Verba do vencedor do conflito, e termina o poema em prosa LAnge depois de duas décadas de trabalho sobre esse texto. Seguindo a escritura diária dos cahiers de Valéry e as notas do curso de poïética ministrado pelo poeta no Collége de France naqueles anos, a tese busca apreender como as estratégias poéticas das obras analisadas Ultima Verba, LAnge e Mon Faust são concebidas para enfrentar os acontecimentos esmagadores daquele período. Com efeito, elas modulam recursos sensíveis, significativos e formais do ato poético, pondo em contradicção as forças heterogêneas do discurso e sua dicção, da voz e do pensamento (lógos e foné), ser e convenção, estabelecendo uma implicação recíproca do poético e do político: o poeta como político profundo, entre as majorités do som e do sentido. Essa implicação põe em jogo a autonomia e a soberania da linguagem poética, os modos de circulação do discurso numa sociedade democrática e o gesto do poeta frente às aporias do processo de escrita. Desse modo, procura-se menos revelar a política de suas escolhas (as vias que o escritor abre ou fecha; ainda que isso seja parte do problema, não é o principal) do que pensar na política de sua poética, perceptível na modulação das diferentes maneiras de ver que compõem o poema, uma modulação que cala ou interrompe, escuta ou prolonga suas hesitações. Assim, veremos que os dilemas da fiducia política e da ciência moderna elaborados nos brouillons do ciclo fáustico e nas notas do curso de poïética reencontram a hesitação prolongada, o inacabamento e infinitização contínua do ato poético, sempre em curso de driblar injunções fiduciárias e técnicas, num momento em que a Europa moderna tinha mais do que nunca carência de repensar os pactos, moedas, projetos e o próprio para, [vencedor, nesse] momento em curso na literatura e na comunidade. / The thesis aims to study the relations between the poetic and the political in the writings of Paul Valéry from 1940 to 1945, a time crushed by the war and the last years of the poets life. This study covers a period that goes from the summer of 1940 during the last weeks of the Battle of France, when Paris was occupied by the germans and the poet, sheltered in the countrys north, starts to write the third Faust that for a long time he wished to write up to may 1945, in the pinnacle of the Libération Française, when the writer publishes in a gaullist journal (those that should [not] be) the ultima verba of the wars winner, and completes, after two decades of writing labour, the prose poem LAnge. By following the the cahiers daily writings and the Collège de Frances course in poetics lesson notes of those years, we seek to understand the strategies conceived to confront the periods crushing events, specially in the analysed texts Ultima Verba, LAnge and Mon Faust. In fact, they modulate the aesthetic infinitys sensible, significant and formal resources in the contradiction of the heterogeneous forces of the discourse and its diction (its elocution), voice and thought (logos and phone), being and convention, thus establishing a reciprocal implication of the poetic and the political: the poet as a profound politician who works between the majorities of sound and sense. This implication reflects upon the poetic languages autonomy and sovereignty, the discourse circulation modes in a democratic society and the poets act in relation to the writing process issues. Thus, this gesture would be put in place less for revealing the politics in Valérys choices (the paths he opens or closes; this is also part of the problem, but it is not the main question) than for thinking about his poetics own politics, one deployed in the modulation of the different manners of seeing implicated in the poem, a modulation that silents or stops, listens or prolongs their hesitations. Then, we shall see that the fiducias politics and modern science dilemmas elaborated by the faustic cycle drafts and by the course in poetics lesson notes find theirselves in the company of the verse as prolonged hesitation, of the poetics act incompleteness and infinitization, always in the process of dribbling the fiduciary and technical injunctions, in a time when modern Europe had more than ever to rethink the pacts, currencies, projects and even the stop, [winner, in this] moment that had currency in literature and community.
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Clarice Lispector: criar é desobedecerMoreira, Yandara Virginia Ribeiro Costa 10 December 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-12-10 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Objetivou-se realizar uma leitura crítica de vários textos de Clarice Lispector, sobretudo contos e romances, a partir dos quais se notou uma afirmação da desobediência, principalmente aos domínios disciplinares da literatura e da filosofia e às regras canônicas de uso da linguagem. A escritura clariciana propõe essa estratégia de criação como necessária à liberação da vida em sua manifestação mais potente e impessoal. Para Clarice, portanto, a literatura se constitui como uma prática extrema e arriscada, porque requisita uma aproximação com intensidades desterritorializantes: o risco é desejar dar um passo fora do senso comum, do reconhecível; escapar das leis da língua; viver escrever intensamente; capturar a realidade do devir. A figuração desse pensamento foi percebida, de modo concentrado, no conto “Os obedientes”, do livro Felicidade Clandestina, texto cujas imagens relativas à profundidade e à superfície podem remeter a uma criação filosófico-conceitual a respeito da vida e do real. Essa escrita, interdisciplinar e intensiva, praticada por Clarice Lispector abriu espaços de encontros com outros criadores de pensamento, entre eles Roberto Corrêa dos Santos, Gilles Deleuze, Félix Guattari, Roland Barthes, Suely Rolnik, Nietzsche, Alberto Pucheu e André Monteiro. / Our objective inside this work was to critically read several texts by Clarice Lispector, most of them short stories and novels, from which was possible to see the affirmation of the indiscipline as a creative strategy. Through the experience of transgression – specially to the disciplinary boundaries of literature and philosophy, and to the canonical rules of the language –, Lispector‟s writing presents indiscipline as a necessary condition to the release of life in its most potent and impersonal form. To the writer Clarice Lispector, therefore, literature is an extreme and risky practice because it demands the proximity to non-territorial intensities: the risk is to desire to step outside the common sense, what can be recognized; escaping from the language rules; living and writing intensely; capturing the reality of devir. The image of this line of thinking can be seen mostly in the short story “Os obedientes”, published in the book Felicidade Clandestina. The images related to the deepness and the surface inside this text can be related to a philosophical and conceptual creation concerning life and reality. Lispector‟s intensifying and interdisciplinary writing made it possible to create connection and encounters with some other thinkers, e.g., Roberto Corrêa dos Santos, Gilles Deleuze, Félix Guattari, Roland Barthes, Suely Rolnik, Nietzsche, Alberto Pucheu and André Monteiro.
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"Depois, é o céu abscôndito do nada" : o niilismo e a poética de Augusto dos AnjosRibeiro, Sileyr dos Santos 22 February 2016 (has links)
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tese_9559_SILEYR DOS SANTOS RIBEIRO - MESTRADO EM LETRAS UFES - 2016 - DEPOIS É O CÉU ABSCÔNDITO DO NADA O NIILISMO E A POÉTICA DE AUGUSTO DOS ANJOS - DISSERTAÇÃO DE MESTRADO.pdf: 761532 bytes, checksum: b209a29e0d4099be6e4a75ccc1541f78 (MD5)
Previous issue date: 2016-02-22 / A presente dissertação de mestrado trata das relações imanentes ao fenômeno niilista,
estudando-o, principalmente, sob a perspectiva do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, e a
poética de Augusto dos Anjos, no que tange à desistência do conhecimento do espírito fatigado
e à ascese schopenhaueriana como meio de se evitar o sofrimento intrínseco ao sempre desejar,
atitudes consideradas passivas diante da quebra dos fundamentos que significavam
objetivamente o mundo / This master's dissertation studies both the inherent relations of the nihilist phenomenon
fathoming its core mainly under the perspective of Nietzsche’s philosophy and dos Anjos’s
poetry with a focus on the utmost renounce of knowledge symptomised by the wearied spirit
that engages in the schopenhauerian ascesis to shun of the pain of the ever returning desire.
Those attitudes, namely, the renounce and the ascesis are both passive outcomes of the loss
fundamental grounding and meaning of the objective world.
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