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Nas fronteiras da normalidade : institucionalização psiquiátrica, práticas de recolhimento e caracterizações sobre a loucura em São Luís (1901-1941)Sousa, Fabio Henrique Gonçalves 04 May 2011 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Departamento de História, 2011. / Submitted by Shayane Marques Zica (marquacizh@uol.com.br) on 2011-09-06T21:07:08Z
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2011_FabioHenriqueGoncalvesSousa.pdf: 1153784 bytes, checksum: 97bf5f9822573f89854511ac5b7c417e (MD5) / Esta dissertação tem o objetivo principal de compreender as possibilidades existentes em São Luís quanto às formas de recolhimento e tratamento direcionadas aos indivíduos classificados de loucos. O recorte temporal delimitado foram as quatro primeiras décadas do século XX. Em março de 1941 foi inaugurado aquele que para os contemporâneos era o primeiro estabelecimento destinado à assistência psiquiátrica no Maranhão: a Colônia de Psicopatas Nina Rodrigues. Seguindo um modelo adotado pela política de saúde do Governo Federal em todo o Brasil a partir de meados dos anos 30, argumentava-se que aquela instituição deveria ter no trabalho o principal recurso para o tratamento de seus pacientes. Enquanto não houve na capital maranhense um local aos moldes da Colônia de Psicopatas, as alternativas para o tratamento/recolhimento dos ditos loucos eram a internação na Santa Casa de Misericórdia e a reclusão nas cadeias públicas. Uma prática que vinha desde o século anterior. Em ambos os casos, houve reiteradas críticas no que se refere à condição a qual essas pessoas eram submetidas: acomodações improvisadas, falta de higiene e salubridade, agressões e espancamentos. As primeiras décadas do século XX também assistiram à consolidação, a partir do saber psiquiátrico, da figura do indivíduo anormal. Este último se caracterizava por uma extensão maior em relação ao louco no sentido mais tradicional, inclusive pela possibilidade de atribuir a uma doença mental os mais diversos comportamentos que passassem ao largo dos padrões de moralidade e sociabilidade admitidos como corretos e adequados. _______________________________________________________________________________ RESUMÉ / Cette thèse vise auparavant comprendre les possibilités de Saint-Louis sur les moyens de collecte et de traitement destinées aux personnes classées comme fous. Le délai a été limitée aux quatre premières décennies du XXe siècle. En Mars 1941, a été inauguré celle que pour les contemporains a été le premier établissement de soins psychiatriques au Maranhão: la Colonie de Psychopathes Nina Rodrigues. Suivant un modèle utilisé par la politique de santé du gouvernement fédéral au Brésil à partir du milieu des années 30, on a fait valoir que cette institution devrait avoir au travail la principale ressource pour le traitement de leurs patients. Bien qu'il n’y ait pas une place à la capitale aux moules de la Colonie de Psychopathes, les solutions de rechange pour le traitement et la collecte des fous c’était seulement rester dans la Sainte Maison de la Miséricorde et dans l'isolement aux prisons publiques. Une pratique qui est venu du siècle précédent. Dans les deux cas, il a eu beaucoup de critique à l'égard de la condition à que ces personnes ont été soumises: improvisé, manque d'hygiène et de santé, les agressions et les coups.Les premières décennies du XXe siècle a également vu la consolidation, à partir du savoir psychiatrique, de la figure de l'anormal. Ce dernier a été caractérisé par une plus grande mesure en ce qui concerne le fou dans le sens le plus traditionnel, y compris la possibilité d'attribuer une maladie mentale aux comportements les plus divers pour faire passer les normes de la morale et de la sociabilité acceptée comme correcte et appropriée.
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História de sensibilidades : espaços e narrativas da loucura em três tempos (Brasil, 1905/1920/1937)Santos, Nádia Maria Weber January 2005 (has links)
A realização deste texto envolve um exercício interdisciplinar, que possui o intuito de perceber a forma pela qual os escritos de si são reveladores de sensibilidades sobre a loucura. A partir do diálogo da História Cultural com a Literatura e com a Psicologia Analítica lançam-se luzes nas fontes da ficção e dá-se a voz ao próprio louco. Ele conta sua história. Ele expressa sua sensibilidade sobre sua doença, sobre o meio que o abriga e sobre o mundo em que vive. São analisados três conjuntos de textos - romance, diário e cartas – que versam sobre loucura e internações em hospícios. Revisitando a história da psiquiatria brasileira nas primeiras três décadas do século XX e cruzando com a vida e obra dos três autores e de personagens da ficção, em que alguns escrevem seus textos durante hospitalização em manicômio, descortinam-se nuanças na sensibilidade fina destes escritores. Alguns aspectos deste longo processo de rupturas e permanências, que foi o complexo movimento de institucionalização da loucura no Brasil, poderão ser percebidos e avaliados sob um outro enfoque, desde dentro dos escritos de pessoas que, de alguma forma, se viram envolvidas com esta temática. A literatura, neste sentido, aparece como uma fonte profícua para este fim. / The present text is an interdisciplinary exercise. It aims at showing that self-writings can reveal sensibility about madness. The sources of fiction are enlightened and the mad is given voice from the dialog established among Cultural History, Literature and Analytical Psychology. The mad himself tells his history. He expresses his sensibility about his sickness, about the environment that surrounds him and about the world in which he lives. Three groups of texts are analyzed – novels, diaries and letters about madness and admissions in mental hospitals. By revisiting the history of Brazilian Psychiatry in the early decades of the 20th century and by crossing these pieces of information with the lives of the three authors studied and their fiction characters – some of them wrote their texts during hospitalization – one can notice nuances in the fine sensibility of these authors. Some aspects of this long process of rupture and permanence, which was the complex movement of the institutionalization of madness in Brazil, can be seen and evaluated under another focus – from inside the writings of people who, in a certain way, saw themselves involved with this theme. Literature, in this sense, comes up as one useful source for this aim.
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As aparências enganam : aspectos da construção da loucura feminina no Recife dos anos 1930-1945Padovan, Maria Concepta 31 January 2012 (has links)
Submitted by Marcelo Andrade Silva (marcelo.andradesilva@ufpe.br) on 2015-03-06T12:57:39Z
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Previous issue date: 2012 / CNPQ / Esta pesquisa visa analisar a utilização de teorias da biotipologia, testes de inteligência e
personalidade, nos fundamentos e práticas psiquiátricas pernambucanas, durante as décadas de 1930-1945, e o comportamento social daí resultante para pacientes e familiares. As questões que permearam o trabalho partiram do principio de que em Pernambuco, durante o período do Governo Vargas (1930-1945), classificar os tipos de doença mental passou a ser um aspecto essencial do trabalho dos psiquiatras. E que, apesar deste processo estar baseado numa análise completa dos aspectos de vida do paciente, a maioria feminina de pacientes do hospital tinha a detecção de seu estado patológico com base em aspectos majoritariamente físicos. Neste sentido, e com base nos estudos do Boletim de Higiene Mental, da Revista Neurobiologia, periódicos da época, além dos próprios prontuários psiquiátricos, investigou-se como tais relações, entre as classificações e a doença mental feminina, foram sendo construídas e adaptadas ao meio, até o momento de seu emprego no Hospital de Alienados de Pernambuco. Observa-se, portanto, como a loucura foi sendo traçada a partir das estruturas morfológicas do corpo, consideradas como fortes determinantes da constituição psicológica e dos valores sociais de uma sociedade.
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De médicos e médiuns: medicina, espiritismo e loucura no Brasil na primeira metade do século XXJabert, Alexander January 2008 (has links)
Este estudo tem como objetivo investigar como foi construída, no Brasil, uma forma de
terapêutica e de saber de orientação kardecista sobre a loucura, tomando também como aspecto a ser investigado a percepção e o posicionamento da classe médico-psiquiátrica diante desse saber, que era, e ainda é, embora de forma menos contundente, seu concorrente pela hegemonia do tratamento da loucura e do louco. Destaco, neste estudo, os pontos de aproximação e de afastamento que podem existir entre as estratégias de atuação dessas duas propostas de intervenção sobre este mesmo objeto.
Nesse sentido, este trabalho se propõe a
investigar o modelo espírita de definição e tratamento da loucura e os efeitos que esta
produção conceitual produziu no interior da própria classe médica. Também pretendo
analisar como se deu o estabelecimento de instituições destinadas à internação de alienados, dirigidas por associações de doutrina espírita e possuidoras de um modelo próprio de tratamento. Ao propor a investigação do problema social gerado pela loucura e pelo louco, pretendo enfatizar o seu aspecto multidimensional, isto é, enquanto fato social capaz de criar diferentes análises e soluções conceituais po
r grupos heterogêneos de atores sociais
que irão inscrevê-la dentro de seus sistemas próprios de significação e de entendimento.
Mesmo possuindo modelos explicativos diferenciados, estes grupos apresentam uma
mesma capacidade de produzir intervenções, desenvolver políticas, administrar instituições de internamento e tratamento, mobilizar vários setores da sociedade e estabelecer alianças com o poder público. _________________________________________________________________________________ ABSTRACT: This academic work has the objective to investigate how a therapeutic form and Kardecist knowledge regarding madness was built in Brazil, also investigating the perception and approach of the medical and psychiatric class with
regards to this knowledge, that was and
still is, even though in a less incisive manner, it s competitor for the leadership in the treatment of madness and the insane. In this study I have emphasized the approach and exclusion that might exist between the strategies of these two intervention proposals regarding the same subject. In such a manner, this paper proposes to investigate the spiritualist model of defining and treating madness and the effects that this conceptual production caused within the medical class in itsel
f. I also intend to analyze how the
installation of the institutions destined for the internment of the insane was made and
managed by associations with spiritualist doctrine which had their own forms of treatment. When proposing the investigation about the social problem generated by madness and by the insane, I intend to emphasize its multidimensional aspect, i.e. as a social factor with the possibility of creating different analysis and conceptual solutions by heterogeneous groups of social actors that will include it in their own
systems of significance and understanding.
Even having different explanatory models, these groups present the same capacity of
internment, policy development, management of internment and treatment institutions,
mobilization of various sectors of the society and establishment of alliances with the public power.
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Atribuição de causalidade e de controle a loucura por diversos profissionais e por religiososSilva, Lucia Helena Lopes de Mello e 14 September 1984 (has links)
Submitted by Estagiário SPT BMHS (spt@fgv.br) on 2012-05-17T13:50:02Z
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Previous issue date: 1984 / The present study was designed to obtain data regarding perception about causes and control of mental health, among university level professionals and members of a religious denomination (priests and nouns). Two questionnaries were utilized for the study, with two point scales: the Mental Health Locus of Origin (MHLO) and the Mental Health Locus of Control (MHLC) questionnaries. The questionnaries were submitted to and answered by a total of 420 subjects, 360 of whom were professionals (psychologists, psysicians including psychiatrists, nurses including psychiatric nurses, social assistants, sociologísts, administration technologists, economists and engineers) and 60 were priests and nuns. Distribution of the subject s was performed according to the number of points achieved in each scale: utilizing the MHLO scale, subjects were separated be tween those that hold the opinion that mental disease has organic causes and those that believe mental disease is linked to environmental causes. Utilizing the MHLC scale, the subjects were separated according to their opinion on whether the success of psychotherapy depends more on the behavior of the patient or on the therapists capabilities. Results obtain e d from both questionnaries were statistícally analysed for each professional group. The correlation coefficient between locus of origin and locus of control was obtaíned. These results allowed the A. to conclude that humanities-oriented professionals believed more than humanities-oriented professionals, and these more than religious subjects and technologists, that mental desease is caused by environmental factors and that its control depends more on the patient's behavior than on the therapist's capabilities. / O presente trabalho objetivou conhecer a percepção de profissionais de nível superior e religiosos sobre as causas e o controle da doença mental. Levantou-se opiniões de 360 profissionais (psicólogos, médicos e médicos psiquiatras, enfermeiros e enfermeiros psiquiatras, assistentes sociais, sociólogos, técnicos de administração, economistas e engenheiro s) e 60 religiosos (padres e freiras). Foram utilizadas duas escalas em forma de questionário: a Mental Health of Locus of Origin (MHLO) e a Mental Health Locus of Control (MHLC). Foi feita a distribuição dos sujeitos de acordo com os pontos obtidos em cada escala; discriminou-se o número de sujeitos que acreditam mais nas causas orgânicas da doença mental e o número de sujeitos que acreditam nas causas ambientais, segundo cada item da MHLO. Também discriminou-se quantos sujeitos acreditam que o sucesso da psicoterapia depende mais do comportamento do cliente e os que acreditam que tal sucesso depende mais da capacidade do terapeuta, segundo cada item da MHLC. Caluulou-se o coeficiente de correlação entre locus de origem e locus de controle da doença mental, e coeficiente de confiabilidade das duas escalas. As principais conclusões indicam que os psicólogos, assistentes sociais e ·sociólogos acreditam mais que os médicos e enfermeiros e estes mais do que os religiosos e os tecnólogos que a doença mental e causada por fatores ambientais e que o seu controle depende mais do comportamento do cliente do que d a capacidade do terapeuta.
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Saude mental e arquitetura : um estudo sobre o espaço e o ambiente e sua inserção no processo terapeuticoNogueira, Maribel Azevedo Mendes, 1958- 20 September 2001 (has links)
Orientador : Mario Eduardo Costa Pereira / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas / Made available in DSpace on 2018-08-01T18:04:43Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2001 / Resumo: o presente estudo busca demonstrar que, entre as disciplinas Saúde Mental e Arquitetura existe uma profunda ligação e que, do estudo de suas inter-relações, decorrem conseqüências decisivas para a prática clínica. Trilhando o caminho metodológico da pesquisa do tipo exploratória, é realizada uma revisão histórica dos espaços destinados à loucura e são apresentados dois episódios que permitem melhor visualizar os problemas que se colocam na interface das duas disciplinas. O referencial teórico escolhido para a análise das questões espaço e ambiente que emergiram da revisão histórica e dos episódios foram o enfoque psicanalítico em suas vertentes fteudiana e winnicottiana. O tema Saúde Mental e arquitetura relacionada ao processo terapêutico acabam por conduzir a uma reflexão sobre a importância do abrigo na existência humana, envolvendo o ser na dimensão do pathas, palavra grega que designa ao mesmo tempo sommento, paixão, passividade. Neste sentido, este estudo vem demonstrar que espaço e ambiente constituem-se em uma linguagem específica que permite a própria narrativa dessepathas / Abstract: This study aims to show the deep connection between Mental Health and Architecture subjects, and that there are important consequences for the clinical practice hom the study of all their inter connections. Through the methodologycal and exploratory research process, a historical review of all spaces for insanity is done, and two episodes alloding a better vieu of the problems when both issues are interfacedis presented. The theorical reference chosen was the psychiatric focus on Freudian and Winnicottian view, for the study of space and atmosphere ftom the historical review and of the two episodes presend. This Mental Health and Architecture connection related to thetherapeutic process leads to a reflexion about the importance of shelter for human beings, insoling the human in the dimension of pathos. A greek word that means suffering, passion and passivity at the some time. This way this study shows that space and atmosphere constituse in a specificlanguage that allous the oun narrative ofthe pathos / Mestrado / Saude Mental / Mestre em Ciências Médicas
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Loucos nas ruas : um estudo sobre o atendimento à população de rua adulta em sofrimento psíquico na cidade do RecifeMaria da Cunha Albuquerque, Cintia 31 January 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008 / A concretização deste trabalho só foi possível devido à existência de tantas histórias
de vida marcadas pelo estigma da loucura e pela condição de vivenciá-la nas ruas da
cidade do Recife. É pela preocupação e cuidado com essas histórias que este
trabalho se justifica e ganha sentido, propondo-se a refletir sobre a temática do
direito e acesso à saúde da população de rua em sofrimento mental. Mais
especificamente, buscando compreender como os serviços de assistência social e
saúde mental estão acolhendo a demanda de sofrimento psíquico que acomete
pessoas adultas que moram nas ruas da nossa cidade. Ao trabalhar com População
de Rua colocamos em cheque muitos dos conceitos imprescindíveis para o
funcionamento normal e correto dos serviços, pois historicamente as
contingências e realidades desta população não vêm sendo levadas em
consideração. Para alcançar tais objetivos, foram escutadas diversas vozes e versões
sobre três histórias de vida de pessoas em sofrimento psíquico que vivem nas ruas
da cidade do Recife. Narrativas apresentadas por familiares, profissionais, exvizinhos
foram ouvidas e refletidas, na tentativa de entender o percurso desde o
início do sofrimento, a ida para as ruas e as alternativas construídas para a
resolução de cada caso. Procurei compreender os diversos posicionamentos e as
diferentes versões das pessoas envolvidas em cada caso escolhido, buscando
entendê-los nos endereçamentos do diálogo. Na narrativa dos familiares, procurei
as explicações e sinais para o início do sofrimento psíquico de cada usuário, bem
como os motivos que os levaram a sair de casa e se distanciarem de suas famílias;
com os profissionais do SESR, as entrevistas tiveram como foco a situação
encontrada no primeiro atendimento na rua e os caminhos percorridos junto a cada
usuário no seu processo de atendimento; com os profissionais dos Caps e das Casas
de Acolhida do Iasc, quis saber como cada usuário chegou e foi acolhido naquele
serviço, qual a avaliação feita de cada história de vida e que encaminhamentos foram
construídos para solucionar cada caso. Dessa forma, foram escutadas diversas
versões e opiniões sobre as referidas histórias, o que permitiu a construção de uma
outra versão para análise, que será aqui apresentada. Essa, trouxe um leque de
possibilidades e questionamentos sobre o cuidado em saúde mental oferecido à
população em situação de rua na nossa cidade. Algumas questões saltaram aos
olhos, que foram: a transferência da responsabilidade pelo cuidado do Estado para a
família; a exigência de ter que sair das ruas, possuir referência familiar e domiciliar
para iniciar o tratamento em saúde mental; e, por fim, a (im)possibilidade de compartilhamento da responsabilidade pelos moradores de rua pelas políticas de
Saúde e Assistência Social da nossa cidade. Para que o atendimento oferecido à
população de rua em sofrimento mental em Recife consiga ser efetivado de forma tal
que respeite as especificidades dessas pessoas, parece necessário que ocorra o
estranhamento dos profissionais e serviços frente às condições dessas pessoas que
vivem nas ruas, ocasionando a desnaturalização de conceitos e pré-requisitos já
estabelecidos, pois só assim será possível a invenção de novas e diferentes formas
de atenção e cuidado para com a População de Rua. Por fim, defendo que o respeito
às diferenças e a garantia universal e integral de proteção social, tão presentes nos
discursos e nas leis vigentes em nosso país, precisam ser ampliados para qualquer
grupo social, mesmo que ele desorganize e se contraponha às nossas certezas e
convicções sobre a melhor forma de estar no mundo
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A construção de categorias e de lugares para a loucura: Uma análise dos discursos de usuários de CAPS IFigueirêdo, Alessandra Aniceto Ferreira de 27 February 2013 (has links)
Submitted by Felipe Lapenda (felipe.lapenda@ufpe.br) on 2015-03-03T12:54:45Z
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Previous issue date: 2013-02-27 / Este estudo foi desenvolvido com o intuito de ouvir as pessoas em sofrimento psíquico, partindo do pressuposto que as diversas categorizações existentes favorecem, ou não, a circulação dessas em determinados lugares. Para tanto, teve como objetivo geral analisar os discursos dos usuários de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS I) da cidade de Itaporanga-PB sobre as pessoas em sofrimento psíquico e como objetivos específicos: identificar as classificações dadas a essas pessoas; identificar os lugares definidos para as mesmas; analisar se os locais de reclusão, como hospitais psiquiátricos, permanecem sendo caracterizados como lugares para pessoas em sofrimento mental. A pesquisa se assentou numa abordagem qualitativa, tendo como aporte teórico-metodológico a Psicologia Social Discursiva. Foram realizadas observações participantes e quatro rodas de conversa, compostas por sete usuários de procedimento intensivo. As rodas foram áudio-gravadas e transcritas na íntegra, para as observações, foram elaborados diários de campos, os quais foram analisados à luz da Psicologia Discursiva. Considerou-se que os usuários tentaram se afastar das categorias louco, doido, maluco, fazendo uso do discurso da psiquiatria, da psicologia, da psicanálise, da reforma psiquiátrica e do discurso religioso. Além disso, eles sustentaram o argumento de que o louco é o outro, numa tentativa de se distanciarem de classificações e de lugares que levariam à exclusão, como o hospital psiquiátrico, aproximando-se do CAPS I, ou de outros espaços sociais, como a sorveteria, as igrejas, as festas, os quais não trariam consigo o estigma da loucura.
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PERCEPÇÕES SOBRE TRANSTORNOS MENTAIS EM USUÁRIOS EM REGIME INTENSIVO NO CAPS II DE MURIAÉ/MGAna Maria Luciano Ligeiro da Mata 22 August 2008 (has links)
Objetivou-se nesse estudo, compreender a percepção atribuída ao modelo de assistência a portadores de transtorno mental do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Adélia Bizzo Xaia em Muriaé-MG, pelos profissionais dessa instituição e pelos usuários, buscando-se a inclusão e aceitação desses no convívio familiar e comunidade local e identificar como o meio ambiente influencia na saúde mental, além de caracterizar o perfil e patologias mais incidentes. A problematização refere-se à necessidade de compreender o modelo de atendimento e manutenção dos indivíduos com transtornos mentais atendidos e assistidos, uma vez que estes, não conseguem se (re)inserir no convívio com a família e a sociedade como um todo, considerando-se suas limitações na convivência. Este estudo tem caráter descritivo, qualitativo e busca-se um entendimento sobre os procedimentos de atendimento aos usuários. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados questionário e entrevista semi-estruturada, além da observação participante com alguns usuários no período de janeiro de 2007 a junho de 2008. Dos 45 usuários em regime intensivo, foram inquiridos 20 (44%) por meio de sorteio e 6 profissionais que trabalham nessa unidade, sendo um médico-psiquiatra, uma psicóloga, uma enfermeira, um técnico em enfermagem, um monitor de oficina e um auxiliar de serviços gerais. Concluiu-se que a percepção dos usuários foi positiva em relação ao trabalho desenvolvido no CAPS; chegando a referirem-se como sua segunda casa e às vezes como sua primeira; a loucura continua ainda hoje como um enigma que desperta uma variedade de sentimentos, concepções e buscas, onde o homem se limita apenas a buscar uma compreensão ainda difícil de alcançar; existe um distanciamento entre o discurso e a prática, indicando diferentes modos de lidar com a loucura por parte dos profissionais, gestores, instituições (CAPS) e famílias; os usuários não estão inseridos na dinâmica da comunidade, família, associações de qualquer classe e até do próprio CAPS.
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A loucura engarrafadaMarques, Elisa Paula January 2007 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-graduação em História / Made available in DSpace on 2012-10-23T07:34:28Z (GMT). No. of bitstreams: 1
242823.pdf: 2152019 bytes, checksum: 239e5f887b7203e723f9848b90132e3e (MD5) / Este trabalho analisa a internação de pacientes alcoólicos na Colônia Santana desde sua fundação, na década de 40, até o início dos anos 60 do século XX, assim como a influência no discurso médico das campanhas antialcoólicas empreendidas pela Liga Brasileira de Higiene Mental. Aspectos como a construção da imagem do trabalhador ideal propagada pelo governo Vargas e resquícios de teorias eugênicas sobre os efeitos do álcool na degenerescência foram levantados para formar o panorama no qual se inseria o alcoolismo como fator de debilidade moral e social. Realizaram-se entrevistas com familiares e ex-pacientes da Colônia, nas quais se percebeu que a doença interferia nas relações familiares e sociais dos internos. A análise de casos a partir dos prontuários médicos tornou possível demonstrar os tipos de tratamento oferecidos pela instituição e suas conseqüências.
This dissertation aims to analyse the admission of alcoholic patients in Colônia Santana since its foundation in the 1940#s until the beginning of the 1960#s, as well as the influence made in medical discourse by the antialcoholic campaigns done for the Liga Brasileira de Higiene Mental. Certain aspects such as the construction of the image of the ideal worker in the Vargas#s government, and the Eugenic theories about the alcoholic effects in the degeneration, were the starting point to an exploration about the formation of a view in which alcoholism was seen as a factor of moral and social debility. In interviews done with relatives and ex-patients of Colônia, we realized that the illness interfered in the patients# familiar and social relationships. The case study, based in the medical charts made it possible to show the kinds of therapy applied by the institution, as well as its consequences.
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