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Mulheres negras: tradições orais, artes, ofícios e identidadesMARCELINO, J. L. L. 19 December 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-12-19 / Sob uma perspectiva comparatista, analisam-se as oralidades das tradições africanas e as artes/ofícios como elementos constituintes das identidades de mulheres negras, protagonistas dos romances: The Color Purple / A cor púrpura (1986), de Alice Walker (afro-americana); Ponciá Vicêncio (2003), de Conceição Evaristo (afro-brasileira); e Niketche: uma história de poligamia (2004), de Paulina Chiziane (africana de Moçambique). São privilegiadas questões de gênero e etnia, contextualizadas e problematizadas com o apoio de referencial histórico, dos estudos feministas e pós-coloniais. As narrativas selecionadas e suas protagonistas se tangenciam através de memórias de escravidão e/ou colonização que impactaram os africanos e seus descendentes, mas não apenas isso. Compreende-se que as representações de oralidades nas três narrativas indicam o apreço das personagens pelo retorno ao passado como forma de autoconhecimento, e pela preservação de suas origens e tradições como forma de resistência. A correlação existente entre as mulheres negras e suas artes e ofícios do cotidiano, por sua vez, marca um saber/fazer transmitido de geração em geração. Esses constituintes identitários apresentam forte ligação com memória e ancestralidade, porém sem essencialização; as personagens necessitam conhecer suas origens para, com essa base e força, (re)elaborar suas identidades.
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Movimento dos trabalhadores rurais sem terra (MST): as contradições vivenciadas na produção sem a participação das mulheres negrasSouza, Simone Maria de 31 January 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / O Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é uma organização
política, constituída pela superpopulação relativa formada por trabalhadores/as
proletários/as, em sua maioria, negros/as. Assim como as organizações
tradicionais de classe – partidos políticos de esquerda e sindicatos —, o MST
abandonou o trabalho enquanto categoria central na luta socialista. O MST luta
pela reforma agrária e pela organização, majoritária, do trabalho com base na
família. Segundo Marx e Engels (2002), é na divisão do trabalho que tem como
base a família, que há a apropriação e exploração do trabalho da mulher e dos
filhos e filhas, que se organiza a divisão do trabalho, a formação das classes
sociais e do Estado. A divisão do trabalho, no Brasil, é marcada pela divisão
“racial” e sexual do trabalho. É decorrente das relações “raciais” e sociais de
sexo. Estas relações sociais são assimétricas e antagônicas, estruturantes e
transversais à totalidade do campo social. Geram hierarquia do homem branco
em relação à mulher negra. A divisão “racial” e sexual do trabalho, separa e
hierarquiza o trabalho, razão porque, predominantemente, os homens brancos
não vão ser encontrados nos trabalhos manuais, na esfera da
reprodução/produção social, em trabalhos considerados inferiores, menos
valorizados e de menor remuneração, mas sim, vão ser encontradas as
mulheres negras. Por isso, as mesmas têm menos acesso à riqueza do que os
homens brancos. Situação que produz e perpetua privilégios e desigualdades.
O MST, ao abandonar o trabalho e não incorporar os debates sobre a divisão
“racial” e sexual do trabalho e sobre as questões de “raça” e gênero faz com
que as mulheres negras não participem da produção. Diante deste fato, nosso
objetivo é analisar as contradições vivenciadas pelo MST na produção sem a
participação das mulheres negras. Sendo assim, nossa tese está inserida na
linha de pesquisa Processos de Mobilização e Organização Popular, que tem
como área temática Serviço Social, Ação Política e Sujeitos Coletivos. Em
nossa pesquisa qualitativa, nos fundamentamos na teoria marxista e utilizamos
a pesquisa bibliográfica e documental. E como técnicas de pesquisa, a
observação direta e a realização de entrevistas semi-estruturadas com as
dirigentes do Coletivo de Mulheres do Setor de Gênero do MST/PE. A partir
dos dados obtidos, concluímos que o MST ao optar pela reforma agrária e
organização do trabalho com base na família, sustenta a divisão “racial” e
sexual do trabalho e faz com que o trabalho das mulheres negras seja
apropriado e explorado e elas estejam disponíveis para serem exploradas. Tal
fato ocorre, porque o MST não incorpora em seu debate as discussões sobre o
trabalho, a divisão “racial” e sexual do trabalho e sobre as questões de “raça” e
gênero, mas apenas sobre a categoria gênero. Isso faz com que os pilares de
sustentação do capitalismo no Brasil sejam mantidos
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“Eu me alimento, eu me alimento, força e fé das iabás buscando empoderamento!” : expressões de mulheres negras jovens no Hip-hop baianoBarbosa, Lícia Maria de Lima January 2013 (has links)
Submitted by Programa Pos-Graduação Estudos Etnicos Africanos (posafro@ufba.br) on 2013-09-16T12:16:13Z
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LMLBarbosa.pdf: 2414623 bytes, checksum: e0d3810678ad879500a24c65c50bf87d (MD5) / Esta tese aborda as expressões de mulheres negras jovens nos elementos que constituem o repertório cultural, estético e político do Hip-hop. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada com onze mulheres negras, na faixa etária entre 18 e 32 anos, que atuam como rappers, b.girls, grafiteiras e ativistas no Hip-hop em Salvador e Lauro de Freitas/BA. O argumento aqui defendido é de que, para se evidenciar a pluralidade de pontos de vista de mulheres negras jovens no hip-hop, é necessário se explicitar as diferenças intragênero, marcando o entrecruzamento de raça, gênero, classe, sexualidades e geração nas experiências destas mulheres. O aporte teórico metodológico utilizado foi o feminismo da diferença interseccional, da teoria do ponto de vista expressa no feminismo negro. A geração de dados se deu a partir da realização de entrevistas, observações sistemáticas na participação de eventos, dos produtos culturais e pesquisas em sites, blogs, relacionados ao movimento hip-hop. No rap, no break e no grafite, o corpo aparece como uma forma de expressão artística revelando o papel do artista na luta política. As letras de rap rompem com representações sexistas, quebram e subvertem uma lógica de invisibilidade e silenciamento social das mulheres negras. Na relação entre mulheres no hip-hop, as interlocutoras afirmam as diferenças entre elas, sem negar identidades específicas. As grafiteiras pintam mulheres e concepções de si mesmas estão expressas nas pinturas. No break, os corpos femininos se tornam um modo pessoal de examinar e interpretar normas de gênero recebidas. Nas expressões artísticas do hip-hop analisadas, as mulheres defendem uma liberdade estética como forma de se diferenciar dos homens. Intersecções de raça, gênero, classe e política operam nas questões da afetividade das ativistas, influenciam suas escolhas políticas e experiências de solidão. A sexualidade é percebida como um local de intersecção dos sistemas de opressão, raça/classe/gênero/heterossexismo. A autodefinição da sexualidade se revela como local de resistência às múltiplas opressões que intersectam a vida de mulheres negras. As interlocutoras indicam a existência de feminismos plurais no hip-hop, com predomínio de um caráter mais prático do que teórico. / This thesis addresses the expressions of young black women in the elements that constitute the cultural, aesthetic and political hip-hop. This is a qualitative study conducted with 11 black women aged between 18 and 32 years, who act as rappers, b.girls, grafiteiras and activists in Hip-hop in Salvador and Lauro de Freitas/BA. The argument of the thesis is to show that the plurality of views of young black women in ip-hop, it is necessary to explain the differences intra-gender, marking the intersection of race, gender, class, sexuality and generation in the experiences of these women. The theoretical approach used was the difference intersectional feminism, theory point of view expressed in black feminism. The generation of data was from the interviews, systematic observations participation in events of hip hop, the cultural products of the hip-hop movement and research on websites, blogs, related to hip-hop. On rap, graffiti and break the body appears as a form of artistic expression, revealing the artist's role in the political struggle. Rap lyrics break with break and sexist representations subvert the logic of social invisibility and silencing of black women. The relationship between women in hip-hop the interlocutors say the differences between them, without denying specific identities. The grafiteiras paint women and conceptions of themselves are expressed in paintings. No break women's bodies become a personal way to examine and interpret received gender norms. In the artistic expressions of hip-hop analyzed, women advocate an aestheticfreedom as a way to differentiate themselves from men. Intersections of race, gender, class and politics operate in matters of affection of activists, influence their political choices and experiences of loneliness. Sexuality is perceived as a place of intersection of the systems of oppression, race/class/gender/heterosexism. The selfdefinition of sexuality is revealed as a place of resistance to multiple oppressions intersect the lives of black women. The interlocutors indicate the existence of feminisms plural in hip-hop, with a predominance of a more practical than theoretical. / Centro de Estudos Afro-Orientais
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Subjetividade e identidade das mulheres negras – efeitos da discriminação racialOliveira, Maria Luísa Pereira de 24 August 2006 (has links)
Made available in DSpace on 2015-03-05T20:06:23Z (GMT). No. of bitstreams: 0
Previous issue date: 24 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Atualmente, o tema da violência racial/étnica contra as mulheres ainda se constitui em uma fonte de pesquisas pouco explorada no contexto social. Faz-se imprescindível uma reflexão sobre a importância da produção de conhecimentos referentes a aspectos teóricos e conceituais de questões que perpassam a vida em sociedade e a forma como essa sociedade encontra-se estruturada. Para que se possa avançar na compreensão das especificidades da violência contra as mulheres negras, que repercutem na subjetividade e na constituição da identidade dessas mulheres, é preciso que áreas das Ciências da Saúde – Saúde Mental e Saúde Coletiva - construam um olhar sobre esse tema, pesquisem e sistematizem os conhecimentos produzidos.
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As inter-relações entre discriminação racial, de gênero e exclusão social na trajetória de mulheres negras da EJALeal, Maristela Pereira 12 1900 (has links)
Submitted by Fernanda Weschenfelder (fernanda.weschenfelder@uniceub.br) on 2018-01-22T10:15:11Z
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Previous issue date: 2018-01 / O presente trabalho buscou analisar as inter-relações entre diversas formas de discriminação sofridas pelas mulheres negras. Ao analisar os prejuízos na construção das identidades de mulheres cujas marcas de pertencimento são historicamente atreladas a estereótipos negativos, pretendeu-se compreender a complexa teia de deslegitimação, a qual as mulheres negras brasileiras, descendentes das mulheres negras africanas escravizadas, estão submetidas. A pesquisa teve como objetivo geral analisar o papel das discriminações na trajetória de mulheres negras na Educação de Jovens e Adultos – EJA. De forma mais específica, foram focalizados os seguintes marcadores sociais: raça, gênero e classe. Foi utilizada uma metodologia qualitativa de investigação. Para tanto, foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas, em uma escola nas imediações de Brasília - DF, com oito mulheres autodeclaradas negras, alunas da Educação de Jovens e Adultos - EJA, de forma integrada à apresentação de imagens previamente selecionadas de mulheres negras em situações de prestígio ou protagonismo. Foi utilizada a técnica de Análise de Conteúdo para orientar o trabalho interpretativo em relação às entrevistas. A partir da pesquisa de campo realizada, foi possível compreender que o racismo e o sexismo são elementos estruturantes na sociedade brasileira, afetando de diversas maneiras a trajetória de vida das mulheres negras pesquisadas, impactando, inclusive, na manutenção da sua condição historicamente subalternizada. / 2999
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Outras falas: feminismos na perspectiva de mulheres negras brasileirasCardoso, Cláudia Pons 03 August 2012 (has links)
Submitted by Rangel Sousa Jamile Kelly (jamile.kelly@ufba.br) on 2012-12-01T13:40:01Z
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Previous issue date: 2012-08-03 / Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (FAPESB) / Esta tese investiga trajetórias de mulheres negras ativistas brasileiras para compreender como as desigualdades de raça, gênero, classe e sexualidade são transformadas em instrumentos para a construção de uma organização própria, espaço de protagonismo e exercício de experiências exitosas no desafio aos poderes constituídos. Explora, ainda, como o discurso feminista é recriado a partir de demandas específicas das mulheres negras. O argumento central está na afirmativa de que as ativistas negras, no Brasil, elaboraram um pensamento feminista próprio à luz de saberes, práticas e experiências históricas de resistência das mulheres negras. Um pensamento feminista crítico alimentado por valores, princípios e cosmovisão organizados a partir de referenciais negro-africanos, que defende a pluralidade epistemológica para revelar a contribuição das mulheres negras em diversas áreas do conhecimento. Um pensamento feminista negro que sustenta uma teoria e uma práxis, visando não só transformar efetivamente a vida das mulheres, mas a própria sociedade, na medida em que se assenta no enfrentamento de estruturas de poder: racismo, sexismo, divisão de classes e heterossexismo. Um pensamento que visa a descolonização do conhecimento, isto é, aposta no desprendimento epistêmico do conhecimento europeu para pensar a própria história a partir de categorias baseadas em nossas experiências de mulheres negras na diáspora. Adoto na tese como lente para ler a realidade sobre a qual as ativistas se voltam, a perspectiva interseccional, lente usada também pelos movimentos de mulheres negras brasileiras para empreender suas ações de intervenção política. A categoria se mostra útil para o reconhecimento do modo como diferentes eixos de opressão se configuram, produzindo desigualdades e situações adversas de múltiplas discriminações a grupos específicos de mulheres, como as mulheres negras. Utilizo como orientação teórico-metodológica a História Oral para recuperar e registrar os depoimentos de 22 ativistas integrantes dos movimentos de mulheres negras brasileiras, obtidos por intermédio de entrevistas. Na História Oral opto por entrevistas de história de vida realizadas de forma a revelar a relação entre a história social e trajetória individual de cada depoente e assim entender como construíram suas identidades a partir de referências de gênero, raça/etnia, sexualidade, religião, entre outros, tendo por cenário os acontecimentos da sociedade brasileira. / Salvador
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Desapocadas : concepções de beleza e conhecimentos tradicionais de mulheres quilombolas do Puris- MGPassold, Sirlene Barbosa Corrêa 12 May 2017 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Centro de Desenvolvimento Sustentável, 2017. / Submitted by Raquel Almeida (raquel.df13@gmail.com) on 2017-12-01T20:45:38Z
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Previous issue date: 2018-02-05 / Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR). / A dissertação busca compreender como as mulheres quilombolas do Puris constroem representações acerca da beleza, relacionando essas concepções com os conhecimentos tradicionais relativos ao embelezamento e cuidados com o corpo feminino nesta comunidade. O ponto de partida para a análise é a categoria “desapocada”, formulada pelas mulheres do Puris como designação da característica fundamental para a beleza feminina. Inicialmente, apresenta uma historicização dos processos de territorialidade e identidade do Quilombo Puris, pensando esses processos desde o tempo dos antigos até os dias de hoje. Em seguida, a partir da análise de relatos orais, diversos elementos são problematizados: as interseccionalidades que constituem a identidade dessas mulheres; as interlocuções possíveis com as representações ocidentais sobre a beleza negra; algumas histórias de vida e as concepções de beleza formuladas por essas mulheres; os conhecimentos tradicionais relativos à estética negra; as ressignificações em torno do lenço e turbante, bem como, das vestimentas, desde o algodão produzido até o uso da chita. Por fim, como sinalização de um exercício epistemológico, a autora constrói uma narrativa em que reflete sobre a sua história de vida ao relacionar os conhecimentos aprendidos tradicionalmente e aqueles que exercitou na universidade, durante a experiência do mestrado. / The dissertation tries to understand how the quilombola women of the Puris construct representations about the beauty, relating these conceptions with the traditional knowledge regarding the beautification and care with the feminine body in this community. The starting point for the analysis is the category "snuffed out", formulated by Puris women as a designation of the fundamental characteristic for feminine beauty. Initially, it presents a historicization of the processes of territoriality and identity of the Quilombo Puris, thinking these processes from the time of the ancients until the present day. Then, from the analysis of oral reports, several elements are problematized: the intersectionalities that constitute the identity of these women; the possible interlocutions with Western representations of black beauty; some life stories and the conceptions of beauty formulated by these women; traditional knowledge of black aesthetics; the resignifications around the handkerchief and turban, as well as of the clothes, from the cotton produced to the use of the cheetah. Finally, as a sign of an epistemological exercise, the author constructs a narrative in which she reflects on her life history by relating the knowledge learned traditionally and those she has practiced at the university during the masters experience.
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Mulheres negras e (in)visibilidade : imaginários sobre a intersecção de raça e gênero no cinema brasileiro (1999-2009)Silva, Conceição de Maria Ferreira 25 April 2016 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Comunicação, Programa de Pós-Graduação em Comunicação, 2016. / Submitted by Fernanda Percia França (fernandafranca@bce.unb.br) on 2016-06-30T17:55:57Z
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2016_ConceiçãodeMariaFerreiraSilva.pdf: 12566815 bytes, checksum: f014a666e37d971efc84223497d0fdfc (MD5) / Esta tese se propõe a investigar as inter-relações entre a cultura e o cinema brasileiro na construção e veiculação de imaginários sobre as mulheres negras, considerando a experiência histórica diferenciada e as estratégias de resistência feminina negra como possíveis elementos de mediação desses repertórios audiovisuais e seus regimes de visibilidade. Para isso, esta pesquisa, a partir das contribuições dos estudos culturais, da crítica feminista, da teoria do cinema e do feminismo negro acerca da intersecção de gênero e raça, desenvolve a análise fílmica de três longas-metragens de ficção: Orfeu, de Cacá Diegues (1999), Bendito fruto, de Sérgio Goldenberg (2004) e Besouro, de João Daniel Tikhomiroff (2009). É realizado ainda o estudo de recepção de uma das produções desse corpus, por meio da aplicação do modelo codificação/decodificação de Stuart Hall em grupos de discussão, buscando articular a representação e a recepção fílmicas, âmbitos distintos mas interligados no circuito contínuo de produção de sentido. Considerando-se o papel do cinema como produto e produtor de imaginário, verificou-se na análise fílmica a predominância de imagens preestabelecidas sobre as mulheres negras, no que se refere ao corpo e à sexualidade, aos trânsitos e deslocamentos espaciais, sociais e simbólicos sobre os quais incidem o entrecruzamento do racismo, do sexismo e da desigualdade social, embora também emerjam estratégias criativas na construção das personagens femininas negras quanto às relações de afeto e pertencimento, e sua capacidade de agência, exploradas no espaço fílmico, na construção narrativa e nos elementos da linguagem audiovisual. A pesquisa de recepção do filme Bendito fruto em três grupos de discussão também apresenta essa relação de força entre os sentidos instituídos e as novas possibilidades de interpretação, que se ancoram nas experiências pessoais das/dos participantes, assim como em suas identificações afetivas com outras representações audiovisuais e televisivas. Logo, essa investigação integrada do filme, de suas práticas de recepção e dos recortes de gênero e raça como categorias de análise viabiliza a reflexão sobre o reconhecimento das mulheres negras no cinema e na convivência inter-racial brasileira. ________________________________________________________________________________________________ ABSTRACT / The present thesis investigates the interrelations between Brazilian culture and cinema in the construction and transmission of imaginaries surrounding black women, considering their unique historical experience and the strategies of black women's resistance as possible mediation elements of these audiovisual repertoires and their regimes of visibility. In order to do that and by applying contributions from cultural studies, feminist critique, film theory, and black feminism, this research analyses three fiction films: Cacá Diegues' Orfeu (1999), Sérgio Goldenberg's Bendito fruto (2004), and João Daniel Tikhomiroff's Besouro (2009). One of these productions is also the object of a reception study which applies Stuart Hall’s encoding/decoding model to discussion groups in order to associate filmic representation and reception, distinct but interconnected domains in the ongoing circuit of production of meaning. Grounded on cinema’s role as a product and a producer of imaginaries, the filmic analysis reveals a predominance of preconceived images of black women when it comes to body and sexuality, to the spatial, social, and symbolic movements and displacements affected by the merging of racism, sexism, and social inequality, even though creative strategies also emerge from the construction of black female characters as far as their relations of affection and sense of belonging are concerned, as well as their ability to act, all of which are explored in filmic space, in narrative construction, and in audiovisual language elements. The reception study of Bendito fruto by three discussion groups also brought forth this relation of force between the established meanings and new interpretative possibilities which rely on participants' personal experiences and affective identifications with other audiovisual and televised representations. Therefore, the combined investigation of the film, its reception practices, and the selection of gender and race as analytical categories enables the debate on the recognition of black women in Brazilian cinema and interracial relations.
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Para além do político mulheres ativistas na Cdade do Cabo, África do sulCabanillas, Natalia 06 September 2016 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Intituto de Ciências Sociais, Departamento de Sociologia, 2016. / Submitted by Fernanda Percia França (fernandafranca@bce.unb.br) on 2017-02-02T19:15:03Z
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2016_NataliaCabanillas.pdf: 57923705 bytes, checksum: 2546f50c42a8abf166cb15d08f548c3b (MD5) / A presente tese versa sobre feminismos, prática e ideias dos ativismos de Mulheres Negras na Cidade do Cabo post apartheid com trabalho de campo realizado entre Maio 2014 e Novembro 2015. O texto tem por objetivo construir uma ponte de entendimento –uma tradução possível- de práticas e ideias políticas diversas sustentadas em condições de hiper-heterogêneidade humana, linguística, nacional, racial, de pertenças. Para isso fiz um relevamento do campo acadêmico feminista e /ou que tematiza mulheres ativistas (cap.3), incluindo estratégias feministas no campo das metodologias de pesquisa desenvolvidas por acadêmicas sul-africanas (cap. 1 y 3); analisei de forma breve alguns elementos históricos do ativismo capetownian de hoje, tal como a interseccionalidade, o debate acerca da auto representação e construção de redes (cap. 2, baseado principalmente no trabalho de campo com Rigth to Know Campaign). O trabalho de campo foca-se em três grupos divergentes entre si, e que nos seus caminhos trabalham nas principais brechas de desigualdade do post-apartheid: as desigualdades sócio-racial- econômicas e a recomposição das comunidades; a integração de grupos diversos; a violência contra as mulheres, a violência lesbofóbica e as desigualdades entre homes e mulheres. Em particular descreve-se e analisa-se as intervenções públicas da coletiva Free Gender (capítulos 4 y 5), as comunidades as quais reclamam pertencer e as formas nas quais imaginam e constroem tal pertença (cap. 6); sua aposta pela auto representação nos projetos de art-ivismo visual e a articulação com a fotógrafa Zanele Muholi (cap. 7); a pesquisa também foca-se no trabalho de Mustadafin Foundation para criar espaços de trabalho, exercício de direitos, participação política, crescimento intelectual e social de mulheres provenientes de comunidades relegadas (cap. 8); analisa-se os registros da política criados por MF, assim como as dimensões estatalidade da sua estrutura (cap. 9); por último, retomando as experiências com MF e com a Right to Know Campaign são analisadas as noções de comunidades e territórios na Cidade do Cabo e Cape Flats. A tese conclui com a retomada dos fios condutores entre os grupos que participaram da pesquisa, refletindo sobre as principais estratégias das atoras para a produção artesanal de espaço para existirem e exercerem seus direitos. / The present thesis describes and analyses practices and ideas of black women activists in post apartheid Cape Town, as a result of a fieldwork and bibliographical research during 17 month in 2014-2015. The text objective is directed to bridge-building an understanding –a possible translation- of a diversity of practices and political ideas based on hiper-heterogeneity conditions, in human, linguistic, national, racial and identity terms. The analyse starts by a debate on critical methodolical issues concerning feminist and sociological research in African contexts and its problematic extractive implications (Chapter 1). Then on, avoiding the teleological trap of lineal history, the context is build considering “the past as an Actor” in movement building. It is analysed how the fundational moment of the struggle comes into play to legitimate (or not) nowaday activism; professionalization of activism, net building and interseccional politics as a deep historical knowledge are also part of the “historical context” operating in present times. Chapter 3 proposed a reading guide to South African academic feminism and its main debates. After that, the text concentrate of two public interventions of the black lesbian organization, Free Gender and other LGTBI collectives: 2015 Khumbulani Pride (Chapter 4) and the Inclusive Alternative Pride protest during the Cape Town Pride 2015 (Chapter 5). The political statement reclaiming african belonging is analysed in chapter 6, and Chapter 7 engages into de debate over self-representation, contesting the colonial archive in relation to Zanele Muholi´s art-ivism. The next three chapters are mainly result of field research with Mustadafim Foundation describing their community activism and political definition on building communities and mothering communities from an islamic filosofical background. It is analysed the subversive content in Mustadafim politics of everyday transformation and handcrafting of citizenship; and as a closing chapter, I engage in an essay on the polyvalent meanings of communities and territories in Cape Town activism. / Cette thèse est le résultat d’une recherche bibliographique et sur terrain, à propos des féminismes et formes assumées par l’activisme de femmes noires, dans la ville du Cap, de l’ère post-d’apartheid (2014-2015). Pour cela, j’ai fait un relevé détaillé du domaine du débat académique féministe (chap. 4), y compris les stratégies féministes de recherche développées par des chercheuses sud-africaines (Chap 1); j’ai analysé certains éléments historiques qui caractérisent aujourd’hui l’activisme capetownien, tels que l’inter-sectionnalité, le débat sur l’autoreprésentation et la construction de réseaux (chap. 2). Parmi les organisations qui font partie de cette recherche, je me suis concentrée sur trois groupes différents qui travaillent de manières diverses pour dénoncer et combler les principales lacunes ou dettes de la période post-apartheid: l’inégalité socio-économique et raciale, et la recomposition des communautés ; l’intégration de groupes diverses ; la violence contre les femmes, la violence lesbophobique et les inégalités entre hommes et femmes. D’une façon particulière, la thèse décrit et analyse les interventions publiques du collectif de femmes noires lesbiennes « Free Gender » (chap. 4 et 5), les communautés dont elles revendiquent l’appartenance et la façon dont elles imaginent et articulent cette appartenance (chap. 6) ; son engagement à l'autoreprésentation par le biais des projets artistiques et militants de Zanele Muholi (chap. 7). La recherche reprend le travail de « Mustadafin Foundation » (MF), en décrivant son approche et les voies à travers lesquelles cette fondation crée des espaces de travail, la participation politique et le progrès intellectuel et social pour les femmes des communautés les plus délaissées (chap. 8); j’analyse aussi le registre du politique dans lequel cette organisation est régie, et les dimensions étatiques de la structure et les ressources gérées para cette organisation (chap.9) ; Enfin, en partant du travail de MF et en reprenant certaines notions des membres du collectif « Right To Know », j’analyse les notions de communautés et territoires dans la ville du Cap. 10.
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Matronas afropacíficas : fluxos, territórios e violências : gênero, etnia e raça na Colômbia e no EquadorMelo, Paula Balduino de 13 August 2015 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Antropologia, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, 2015. / Submitted by Tania Milca Carvalho Malheiros (tania@bce.unb.br) on 2015-11-23T17:31:58Z
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2015_PaulaBalduinodeMelo.pdf: 5826876 bytes, checksum: 0f46e8a0c785eb5be4c1eef398ab6b62 (MD5) / Esta tese resulta de etnografia realizada com mulheres negras/afrodescendentes na região fronteiriça entre Equador e Colômbia, às margens do Oceano Pacífico. Categorias interseccionais como raça/etnia e gênero conduziram-me pelo universo afro-pacífico, o qual conheci por intermédio da escuta atenta às matronas: mulheres que constroem redes de irmandade política e afetiva, conectando doméstico e público. A partir de suas posições de parteiras, curandeiras, rezadeiras ou cantadoras, tornaram-se lideranças políticas em organizações afro/negras, em organizações de mulheres e de mulheres negras. Partindo de suas narrativas, propus uma análise da classificação étnico-racial, buscando compreender os matizes, as tensões e articulações da concepção colombo-equatoriana em torno do antirracismo e da luta pelos direitos territoriais das comunidades negras. A territorialidade afro-pacífica, por sua vez, consiste em uma construção política baseada na vivência do território-água, articulada a uma ideia de permeabilidade entre rural e urbano. A ação feminina dá-se em um contexto de violência nas relações interpessoais de gênero e, contemporaneamente, de violências sociopolíticas decorrentes da ação bélica organizada. Bandas criminais, grupos guerrilheiros e paramilitares, bem como os exércitos nacionais intervêm cotidianamente nos territórios coletivos ancestrais, atravessando as vivências da territorialidade. As matronas são peça-chave na resistência do povo afro-pacífico às violências. ____________________________________________________________________________________ ABSTRACT / This thesis is the result of ethnography with black / afrodescendent women, in the border region between Ecuador and Colombia, along the Pacific Ocean. Intersectional categories such as race / ethnicity and gender led me by Afropacific universe, which I met through the attentive listening to the matrons: women that build networks of political and emotional sisterhood, connecting domestic and public. From their positions of midwives, healers, mourners or traditional singers have become political leaders in afrodescendent / black organizations, in women‟s organization and black women's organizations. Starting from their narratives, I proposed an analysis of ethno-racial classification, trying to understand the nuances, tensions and articulations of the Colombian-Ecuadorian conception around anti-racism and the struggle for land rights of black communities. The Afropacific territoriality, in turn, consists of a political construction, articulated with an idea of permeability between rural and urban. The women‟s action takes place in a context of violence in interpersonal relationships of gender and, simultaneously, of socio-political violence arising from organized warlike action. Criminal bands, guerrillas and paramilitary groups, as well as national armies, intervene daily in the ancestral collective territories, transforming the experiences of territoriality. The matrons are key pieces in Afropacific people‟s resistance to violence.
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