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A família e a questão da negligência: papéis atribuídos e relações estabelecidasStamato, Juliane Stamato Taube [UNESP] January 2004 (has links) (PDF)
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stamato_jst_me_fran.pdf: 435926 bytes, checksum: 005593d47f109b6c55de056c759491f8 (MD5) / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / Universidade Estadual Paulista (UNESP) / O objetivo desse estudo foi caracterizar e entender o problema da negligência doméstica contra a criança, tendo como universo da pesquisa a instituição Berçário Dona Nina. Para esse estudo, buscamos compreender as relações familiares, por acreditarmos serem determinantes para a questão da negligência. Para a coleta de dados, utilizamos a pesquisa documental e a entrevista semi - estruturada, segundo método de análise de conteúdo. Realizamos o levantamento dos prontuários das crianças atendidas no Berçário do ano de 1999 a 2002 e entrevistamos sete mulheres, mães de crianças em recuperação da saúde no Berçário no ano de 2003. Através da análise dos dados obtidos, sistematizamos categorias de estudo referentes à composição familiar e relação pais e filhos, analisando vínculo afetivo e responsabilidade; condição de vida e trabalho das famílias e a história familiar. Nossas análises apontaram para as dificuldades relacionadas à abordagem da questão da negligência doméstica, que por geralmente ocorrer no âmbito das relações pessoais e familiares, dificulta sua detecção e intervenção. Os dados deste trabalho apontam, que a questão da negligência está intimamente relacionada com as condições estruturais da sociedade e não raras vezes, a família que apresenta comportamento negligente, foi e é também negligenciada pela sua família de origem e pela sociedade. / The objective of this work was to characterize and understand the problem of the domestic negligence against a child as a whole of the research the institution Berçário Dona Nina (Nursery Dona Nina). For this study we tried to understand the kinships, because we believe they are decisive to the question of negligence. For the data gathering we used documentary research and the semi-structured interview according to the content analysis method. We checked the registers of children being cared at Berçário Dona Nina from 1999 to 2002 and we interviewed seven women, mothers of children under health recovery at the nursery in 2003. Through the analysis of the obtained data, we systemized categories related to family make-up and parent-children relationship, analysis affectionate relationship and responsibility; condition of life and work of the families and family history. Our analyses pointed out to difficulties related to the approach of the question of domestic negligence and because it occurs in family and people's relationships, it becomes hard to detect and intervene it. The data of the present work point that the question of negligence is intimately related to the structural conditions of society and not rare, the family presenting negligent behavior was and is also neglected by their origin and by society.
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Conselho tutelar: enfrentamento à violência física domésticaSá, Salette Marinho de [UNESP] 12 March 2001 (has links) (PDF)
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sa_sm_me_fran.pdf: 581478 bytes, checksum: 5ed54dfd144bf74e22979d864e49d386 (MD5) / O presente estudo investiga os procedimentos que o Conselho Tutelar de Campo Grande-MS utiliza para o enfrentamento do fenômeno da violência física doméstica, bem como verifica a efetividade e o cumprimento das medidas de proteção aplicadas para a garantia dos direitos da população infanto-juvenil. A metodologia adotada foi a pesquisa qualitativa e a análise documental, constitui-se na técnica utilizada para coleta de dados. Os resultados encontrados revelam que o Conselho Tutelar é um importante instrumento para efetivação do Estatuto da Criança e do Adolescente. Esperamos que os dados obtidos neste trabalho, venham ter validade para elaboração de uma política de prevenção e atendimento às vítimas de violência doméstica, e às famílias agressoras, e ainda poderão constituir-se em subsídios para que o próprio órgão avalie sua prática cotidiana na comunidade, repensando seu papel defensor da criança e do adolescente. / The present study investigates the procedure Conselho Tutelar in Campo Grande-MS, follows to face the home physical violence phenomenon as well as it checks the effect and the completion of means of protection applied to guarantee the infant juvenile population's rights. The adopted methodology was the qualitative research and the documentary analysis constitutes the technique used to collect data. The found results reveal that Conselho Tutelar is an important instrumento to make children and adolescent's statute effective. We hope the information found on this work is worth for the elaboration of a policy to prevent and support home violence victims and aggressor families. It will also be able to constitute subsidies so that the own institution values its daily practice in the community rethinking about its role to defend children and adolescents.
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Eventos com aparente risco de vida: prevalência, causas e investigação clínicaAnjos, Alessandra Marques dos January 2006 (has links)
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Previous issue date: 2006 / Objectives: Describe the routine used for investigation of etiology and follow up of patients with ALTE studied prospectively at the Hospital São Lucas of PUCRS. Method: Transversal study with the prospective collection of data to determine the prevalence of ALTE in children from 0 to 2 years hospitalized in the São Lucas Hospital, with the description of the characteristics of these patients. A cohort study was carried out to evaluate the follow up of these patients. The Fischer’s exact test was used. A logistic regression was done with the variables that had more clinical relevance. Results: The prevalence of ALTE was 4,2% (IC95% 2,9 – 5,9%). Males were predominant (73,3%), at three months of age (80%) and term (70%). Neonatal neurological problems were reported in 13,4% of the cases, neurological alterations in 10%, previous illness in 20%, history of vaccination in 3,3%, occurred in the vigil state in 83% of the cases. Report of maternal tobacco use in 13,3% of the cases, 6,7% of the mothers had psychiatric consults. 53,3% of idiopathic cases were described, 20% of gastroesophagic reflux, 13,3% of neurological causes. The variables studied were not statistically significant. There was no report of sudden death. Conclusion: The prevalence, frequency of idiopathic cases and determined causes are similar to those described previously in literature. The case with the worst prognosis was related to the malformation of the central nervous system. The studied variables were not statistically significant in relation to the recurrence of the ALTE episode and were not elucidative for the diagnosis. There was no report of sudden death in this population. / Objetivos: Descrever os casos de ALTE acompanhados prospectivamente no Hospital São Lucas da PUCRS, determinando a prevalência e as causas de ALTE em crianças de 0 a 2 anos e sua associação com caracteristicas clínicas. Métodos: Estudo transversal com coleta prospectiva de dados para determinar a prevalência de ALTE em crianças de zero a 2 anos internadas no Hospital São Lucas com descrição das características destes pacientes. Realizado estudo de coorte para avaliar o seguimento destes pacientes. Realizada regressão logística com as variáveis de maior relevância clínica : sexo, idade, idade gestacional, problema neurológico neonatal, antecedentes médicos, ciclo sono-vigília, tratamento psiquiátrico materno. Resultados: A prevalência de ALTE foi 4,2%. Predomínio masculino em 73,3%, até 3 meses em 80%, em crianças nascidas a termo (70%), 13,4% com problemas neurológicos neonatais, 10% com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e 20% com doença prévia, história de vacinação prévia em 3,3%. 83% dos episódios ocorreram em vigília, tabagismo materno em 13,3% e 6,7% das mães realizaram acompanhamento psiquiátrico. Foram descritos 53,3% de casos idiopáticos, 20% de refluxo gastroesofágico, 13,3% de causas neurológicas. Não houve significância estatística entre as variáveis estudadas. Não ocorreu relato de morte súbita. Conclusão: A prevalência, a frequência de casos idiopáticos e causas determinadas assemelham-se à descrita previamente na literatura. O pior prognóstico relacionou-se com malformação do sistema nervoso central. As variáveis estudadas não foram preditivas quanto a recorrência do episódio de ALTE, nem influenciaram na elucidação do diagnóstico.
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A família e a destituição do poder familiar - um estudo psicanalíticoLemos, Suziani de Cássia Almeida 10 December 2015 (has links)
The removal of the family power appears as legal action applied to situations of extreme
violence, abandonment and neglect, in which parents and are considered unable to perform
paternity function / maternity, lose the position of rights and duties towards their children .
Thus, studies that problematize this legal institution and its reverberations for the family,
become extremely relevant to broaden the discussions in this context. This study aims to
analyze, from the psychoanalytic method, the family impeachment process, highlighting
aspects of the dynamics of mental functioning and parental and deadlocks family-judiciary
relationship. The research strategies used were clinical case and documentary research. 22
sessions were held with Amanda, a 10-year-old in the Family Power removal process, and her
guardian and aunt, Ruth. The case was referred for clinical care by the judiciary and involved
allegations of sexual abuse by the father and negligence on the part of the mother. The
documentary research with the removal process and guard played a support role to the clinical
case, allowing the seizure of meanings and forms of mental functioning and parental family.
Analyses made themselves from listening in clinical care and reading-directed attention to the
processes and session reports. Writing proved fundamental in the design of the analysis,
occupying important place in the encounter with the object of study. A pattern of familiar
psychic functioning with esquizoparanoides features is evidenced in the case and Amanda
identified as a scapegoat on which are designed and deposited threatening aspects of the
family. As a form of denial, these aspects are rejected and expelled by a movement away and
family estrangement towards the child. The countertransference experience pointed to the
feeling of being lost over different parts of research and spoke of a lost subject in the
processes. The judicial intervention in family made repeated violence, abandonment and
rejection felt by Amanda in the various situations of return for the family. Thus Case Amanda
denounces not only a tragic family organization of violence and abandonment, but also a
system that stumbles and tumbles in their attempts to protection of children and family.
System that is not restricted to the figure of the judge or the judiciary, but covers the organs
and entities of the society they propose to the care of families in socially vulnerable. The
study calls us to think beyond devices to rules implementing regulations and to consider the
subject and the family in its singularity. While professionals are challenged to broaden the
field of discussions about the family and children in our society. / A destituição do poder familiar configura-se como ação jurídica aplicada a situações de
extrema violência, abandono e negligência, nas quais os pais, sendo considerados incapazes
de desempenhar a função de paternidade/maternidade, perdem a posição de direitos e deveres
em relação aos filhos. O presente estudo tem como objetivo analisar, a partir do método
psicanalítico, a família em processo de destituição, evidenciando aspectos de sua dinâmica de
funcionamento psíquico e parental, bem como os impasses da relação família-judiciário. As
estratégias de pesquisa utilizadas foram o caso clínico e a pesquisa documental. Foram
realizadas 22 sessões com Amanda, uma criança de 10 anos de idade em processo de
destituição do Poder Familiar, e sua guardiã e tia-avó, Rute. O caso foi encaminhado para
atendimento clínico pelo judiciário e envolvia denúncias de abuso sexual por parte do pai e de
negligência por parte da mãe. A pesquisa documental junto aos processos de destituição e de
guarda desempenhou a função de amparo ao caso clínico, permitindo a apreensão de
significados e formas de funcionamento psíquico e parental da família. As análises se deram a
partir da escuta nos atendimentos clínicos e da leitura-escuta direcionada aos processos e
relatos de sessão. A escrita se revelou fundamental no delineamento das análises, ocupando
lugar importante no encontro com o objeto de estudo. Um padrão de funcionamento psíquico
familiar com características esquizoparanoides é evidenciado no caso e Amanda identificada
como bode expiatório no qual são projetados e depositados aspectos ameaçadores da família.
Como forma de negação, esses aspectos são rejeitados e expulsos através de um movimento
de afastamento e distanciamento da família em relação à criança. A vivência
contratransferencial apontava para a sensação de estar perdida em diversos momentos da
pesquisa e falava de um sujeito perdido nos processos. As intervenções do judiciário na
família faziam repetir a violência, o abandono e a rejeição sentida por Amanda nas várias
situações de devolução pela família. Dessa forma o Caso Amanda denuncia não somente uma
organização familiar trágica de violência e abandono, mas também, um sistema que tropeça e
despenca em suas tentativas de proteção à infância e à família. Sistema que não se restringe à
figura do juiz ou ao judiciário, mas abrange os órgãos e entidades da sociedade que se
propõem ao cuidado das famílias em situação de vulnerabilidade social. O estudo nos convoca
a pensar dispositivos que ultrapassem a aplicação normativa de regulamentos e que considere
o sujeito e a família em sua singularidade. Enquanto profissionais somos desafiados a ampliar
o campo das discussões a respeito da família e da infância em nossa sociedade. / Mestre em Psicologia Aplicada
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Violência contra idosos: aproximações e distanciamentos entre a fala do idoso e o discurso da mídia impressaSaraiva, Evelyn Rúbia de Albuquerque 13 April 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010-04-13 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / The main goal of this dissertation was to collect social representations from elder people
and press about violence, abuse, and negligence against the elderly. In this dissertation
violence against elder people was treated using a psycho sociological approach through a
theoretical framework of the Social Psychology, conducted by the Social Representations
Theory, from Moscovici, using the contributions of Doise. This study was composed by
two technicals of research: a field and a documental research. The locus of the field
research was public spaces used by elder people for recreational and physical activities, in
Joao Pessoa, Paraiba. The documental research was done using internet searching tools to
find news related to this study from two different newspapers: Folha de São Paulo, and O
Norte. The keywords used were: "violence against elder people", "abuse against elder
people", and "elder people negligence". In the field research, twenty-eight elders,
averaging 71 years old, answered a social demographic, family arrangement, violence and
abuse questionnaire, as well as a deep interview. The interview content was run through
the Lexical Analysis from Alceste software through a standard procedure and crossed
analysis. This software was also used to process 126 news collected from the press. The
collected data was analyzed using descriptive and inferential statistics (chi square). The
results from the interview showed that the elders socially represented the violence as the
lost of the power of managing their lives and being independent, and the detachment of
themselves from their ideological reference of family, as well as the lost of the respect of
their children and the affective and financial security. The news released social
representations of violence against elders based on the social gain experienced by the elder
people, mainly through the Elderly Statute which assure them assistance and rights,
searching for active elders valorization. When both of the speeches are compared, social
representations got closer when the content focused the elderly rights and the violence
experienced. On the other hand, speeches got further as, in the case of elders, the speech
denoted bio psychosocial suffering because of their stigma as excluded beings. In the case
of the press, published social actions pointed to the inclusion of the elderly into the
society s life. The results were discussed based on the current literature, indicating a lot of
convergence in what was found. The study s potential limitations were also searched, in
order to point its applicability and suggest future research and interventions. / O objetivo geral da presente tese foi apreender as representações sociais da mídia impressa
e dos idosos acerca da violência, dos maus-tratos e da negligência contra as pessoas idosas.
A violência contra a pessoa idosa foi tratada segundo um enfoque psicossociológico, por
meio do arcabouço teórico da Psicologia Social, conduzido pela Teoria das Representações
Sociais, de Moscovici, acompanhado das contribuições de Doise. O estudo compreendeu
duas técnicas de pesquisa, uma de campo e outra documental. O locus da pesquisa de
campo situou-se em espaços coletivos de atividades físico-recreativas de grupos de idosos
localizados no município de João Pessoa, na Paraíba. Para a pesquisa documental, foram
coletados materiais textuais, a partir de uma busca na internet, de notícias veiculadas em
dois jornais impressos: a Folha de S. Paulo e O Norte. As palavras-chave utilizadas foram:
violência contra idosos , maus-tratos contra idosos e negligência contra idosos . Na
pesquisa de campo, vinte e oito idosos, com idade média de 71 anos de idade, responderam
a um questionário sociodemográfico e de arranjos familiares, violência e maus-tratos e a
uma entrevista em profundidade. Os conteúdos da entrevista foram tratados pela Análise
Lexical do software Alceste, por meio dos procedimentos padrão e da análise cruzada. Este
programa computacional também foi utilizado para o processamento das 126 notícias
recolhidas a partir dos jornais investigados. Os dados coletados foram analisados pela
estatística descritiva e inferencial (qui-quadrado). Os resultados da entrevista
demonstraram que os idosos representaram socialmente a violência ancorando-a nas perdas
do poder de gerirem as suas vidas e de serem sujeitos autônomos e no distanciamento dos
seus referenciais ideológicos de família, de serem respeitados pelos filhos e de terem
segurança afetiva e financeira. As notícias dos jornais veicularam representações sociais da
violência ancoradas nos ganhos sociais experimentados pelas pessoas idosas,
principalmente a partir da vigência do Estatuto do Idoso, que lhes garante assistência e
direitos, na busca da valorização dos idosos ativos. Quando comparados os dois tipos de
discurso, as representações sociais se aproximaram quando os conteúdos focalizavam os
direitos dos idosos e as suas vivências da violência. Por outro lado, os discursos de
distanciaram à medida que, no caso dos idosos, as falas denotavam os sofrimentos
biopsicossociais decorrentes da sua estigmatização como seres excluídos socialmente,
enquanto que para a mídia impressa, as ações sociais publicadas apontaram para a inclusão
da pessoa idosa na vida da sociedade. Estes resultados foram discutidos à luz da literatura
especializada, indicando bastante convergência dos achados. Procurou-se ainda levantar as
limitações potenciais do estudo, apontar a sua aplicabilidade e sugerir os desdobramentos
de futuras pesquisas e intervenções.
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Desenho da figura humana : indicadores de abandono, abuso sexual e abuso físico em criançasAlbornoz, Ana Celina Garcia January 2011 (has links)
O abandono e os abusos vivenciados podem interferir no desenvolvimento psicológico das crianças. O presente estudo teve como objetivo descrever o perfil das crianças vitimizadas do ponto de vista dos dados sociodemográficos e verificar os itens mais frequentes em Desenhos de Figura Humana (DFH) de crianças abandonadas, negligenciadas, sexualmente abusadas e fisicamente abusadas a partir da comparação com os DFHs de crianças que não tiveram essas vivências. Participaram deste estudo 378 crianças e adolescentes, com idades entre 6 anos e 12 anos, 11 meses e 29 dias de idade e nível sócio-econômico baixo ou médio-baixo. Os participantes foram divididos em dois grupos: grupo clínico (281) e grupo de comparação (97). O grupo clínico, para fins de análise, foi agrupado com base nas diferentes tipologias de vitimização sofridas. A idade média para o primeiro ingresso no acolhimento institucional é de 6,8 anos para meninas e 7,5 anos para meninos, sendo que 35,6% dos participantes do grupo clínico vivem em um abrigo por um a três anos. As vivências de vitimização faziam parte da vida da maioria das crianças e adolescentes do grupo clínico há mais de um ano e 56,2% das vítimas de abuso sexual e de abuso físico sofriam violação sistemática. O DFH refletiu indicadores dessas vivências. A identificação dos Indicadores Emocionais do DFH que diferenciam (p < 0,1) o grupo clínico do grupo de comparação, por tipologia e sexo, resultaram na construção de cinco escalas avaliativas: duas escalas para abuso sexual (uma para meninas, outra para meninos), uma escala para abuso físico em meninos, duas escalas para abandono e negligência (uma para meninas e outra para meninos). Os achados se refletem em avanço para a área da avaliação psicológica, pois os critérios para a avaliação das crianças vitimizadas estão adaptados a sua realidade. / Abandonment and abuse experienced by children can interfere in their psychological development. The present study aimed at describing the profile of victimized children in terms of demographic data and checking the most frequent items in Human Figure Drawings (HFD) of neglected, abandoned, sexually and physically abused children in comparison of HFDs of children who have not had those experiences. Participated in this study 378 children and adolescents, aged from 6 to 12 years old, low and middle-low SES. They were divided into two groups: clinic (281) and comparison (97) groups. The clinic group was split based on the different types of victimization. As results, the mean age of first violence experience was 6.8 years old for girls and 7.5 years old for boys, and 35.6% of the clinic group lives in a shelter from one to three years. The majority of children and adolescents have been victimized for more than a year and 56.2% of them who were sexually and physically abused suffered systematic violence. HFD indicators reflected the experience of victimization. The emotional indicators of HFD which differentiate (p < 0,1) the clinic group from the comparison group, by typology and sex, resulted in the construction of five assessment scales: two for sexual abuse (one for girls and one for boys), one for boys physical abuse and two for abandonment and negligence (one for girls and one for boys). Results reflect advances to the psychological assessment area since the criteria for the evaluation of victimized children are adapted to their reality.
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Avaliação dos mecanismos de ruminação em pacientes com disforia de gêneroMueller, Andressa January 2016 (has links)
A Ruminação tem sido um importante campo de investigação para estudar os mecanismos cognitivos e alteração dos estados emocionais associados ao processo do desenvolvimento de condições de saúde mental. A presente dissertação, cujo relatório de pesquisa deriva nessa produção, busca elucidar as relações entre ruminação e disforia de gênero. Dessa forma, a dissertação apresentará dois estudos de delineamento transversal que, no entanto, sofrem adaptações na disposição dos indivíduos da amostra para testar hipóteses específicas. Em ambos os estudos foram recrutadas 39 mulheres transexuais, no período de 2014 a 2015, que atenderam aos critérios do DSM 5 para diagnóstico de Disforia de Gênero (DG). O primeiro estudo teve como objetivo analisar os níveis de ruminação em pacientes com disforia de gênero antes e depois da Cirurgia de Redesignação Sexual (CRS), o que contribui com a literatura que investiga marcadores de desfecho positivo para CRS. O primeiro subgrupo (T0) foi constituído por participantes com diagnósticos confirmados para DG e com, no máximo, um ano de acompanhamento em grupoterapia. O T1, por pacientes que atenderam os pré-requisitos em relação à frequência aos atendimentos dos grupos psicoterapêuticos de, no mínimo, um ano, e no máximo dois anos, sem contra-indicação para realização da CRS. E o T2, constituído por pacientes pós-cirúrgicos em um período superior a seis meses. O segundo estudo teve como objetivo tanto analisar a relação entre abuso emocional na infância e ruminação em mulheres transexuais quanto identificar, entre os indivíduos da amostra, quais ruminam em nível p[baixo] = (33) ≤18 e p[alto] = (67) ≥23. Essa classificação entre dois subtipos do pensamento ruminativo pode elucidar diferenças entre os fatores protetivos e os desfechos nocivos na saúde mental e física dessa população. No primeiro estudo, a ruminação diminuiu entre os pacientes no T2 e os escores em ruminação foram ainda gradualmente menores a cada procedimento realizado nas características sexuais secundárias por pacientes deste grupo. Esse achado contribui para pesquisas do paradigma Research Domain Criteria (RDoC), que almeja demonstrar marcadores psicológicos para condições de saúde mental. Nesse caso, a ruminação parece se mostrar como um marcador importante para o desfecho positivo em pacientes com disforia de gênero pós-CRS. No segundo estudo, nosso principal achado reside na prevalência em até 15 vezes (IC95%: 2,25-99,63) de maior chance para engajamento em ruminação elevada ou comportamento disfórico entre os indivíduos que foram expostos ao abuso emocional, sobretudo, entre aqueles que o vivenciaram no intervalo da tipologia que variou de moderado – grave a grave – extremo se comparado aos indivíduos com gravidade entre mínimo a moderado na escala Childhood Trauma Questionnaire (CTQ). O abuso emocional está relacionado com engajamento em ruminação, sobretudo, ao subtipo elevada, o que contribui para aumento em comportamentos disfóricos, e ao estar associado à desregulação da emoção, que contribui para os desfechos nocivos na saúde física e mental desta população. / The Rumination has recently become an important field of study to better understand cognitive mechanisms and emotional status associated to the development of mental health conditions. The current work aims to shine a light upon the relation between rumination and gender dysphoria (GD). In this sense, this work presents two cross-sectional studies, each testing two specific hypotheses. Therefore, they have suffered adaptations in the disposition of the sample. In both studies, 39 transexual women, who fulfilled the DSM 5 diagnostic criteria for GD, were recruited within the years of 2014 and 2015. The first study aimed to analyse how much GD patients have rumination processes before and after sex reassignment surgery (SRS), which contributes to the body of literature seeking for positive outcome markers for SRS. The first group (T0) was made of participants who had a confirmed DG diagnostic and participated of group therapy for up to one year (between 0 and 12 months). The second group (T1) was composed by participants who had a confirmed DG diagnostic and attended from one up to two years of group therapy and had no contraindications for SRS. The third group (T2) was comprised of patients who have gone through SRS surgery at least six months prior to the data collection. The second study aimed to analyse the relation between emotional abuse during childhood and rumination in transexual women and to identify, amongst sample individuals, those who ruminate at a low or high levels. This classification into two subsets of ruminative thinking might clarify diferences between protective factors and poor mental and physical health outcomes in this specific population. In the first study, patients of the T2 group ruminate significantly less than their counterparts; moreover, scores of the ruminative thinking process seems to fall gradually with each alteration in the secondary sex characteristics. This finding contributes to the researches of the Research Domain Criteria (RDoC) paradigm, which seeks to find physiological markers for mental health conditions. In this case, rumination seems to be an important marker for positive outcomes in post-SRS GD patients. In the second study, the main result is the higher (up to 15 fold) prevalence for likeliness to engane in high level of ruminative thinking or dysphoric behaviour amongst the individuals who were exposed to emotional abuse. Above all, the engagement in ruminative thinking process is even higher amongst those who lived through emotional abuse in the moderated - severe and the severe - extreme categories of the Childhood Trauma Questionnaire (CTQ) scale than those in the light - moderate category. Emotional abuse is related to ruminative engagement, specially to the high level subtype of rumination. This contributes to the increase in dysphoric behaviours and to the bad health and mental outcomes in this population, probably associated with emotional dysregulation.
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Impacto de eventos traumáticos em aspectos clínicosFontanari, Anna Martha Vaitses January 2015 (has links)
A Disforia de Gênero (DG) caracteriza-se pela marcada incongruência entre gênero e sexo atribuído ao nascer. Trata-se de uma condição rara, cuja prevalência varia muito de acordo com o local estudado: na Nova Zelândia, há 27,48 por 100 000 habitantes, enquanto que, no Irã, são 0,68 por 100 000 habitantes. Sua etiologia depende da interação entre fatores biológicos e psicossociais, sendo a herdabilidade estimada de 62%. Indivíduos diagnosticados com DG integram populações sujeitas a maior violência, desde bullying até violência sexual. História de maus-tratos na infância (HMI) associa-se a maior prevalência de psicopatologias e de envolvimento com trabalho sexual na vida adulta. O objetivo do nosso estudo é avaliar a HMI como indicador de consequências mal adaptativas na vida adulta de transexuais homem-para-mulher (HpM). Utilizamos dados transversais coletados de 289 transexuais HpM, que compareceram a atendimentos regulares, do ano de 1998 a 2014, em ambulatório do Sul do Brasil, chamado Programa de Identidade de Gênero (PROTIG). Elas foram diagnosticadas de acordo com os critérios do DSM-IV-TR para transtorno de identidade de gênero (TIG), avaliadas para comorbidades utilizando o Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI) e para história psiquiátrica, demográfica, psicossexual e familiar por questionários específicos. A presença de HMI foi investigada por três perguntas qualitativas, envolvendo abuso sexual, violência sexual e negligência, semelhantes ao Traumatic Events Screening Inventory – Self Report Revised (TESI-SRR). A associação entre o HMI e variáveis tanto psicossociais quanto clínicas foi realizada por análises bivariadas seguidas por modelo de regressão logística. O modelo utilizado para a regressão logística incluiu a cirurgia de redesignação sexual (CRS), tentativas de suicídio, vírus da imunodeficiência humana (HIV), doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), desordem depressiva maior, distimia, episódios maníacos e hipomaníacos, idade de início do cross-dressing definitivo, idade de início dos jogos trocados, atuação como profissional do sexo e apresentar, pelo menos, uma comorbidade psiquiátrica. O objetivo da regressão logística foi controlar potenciais confundidores nas associações bivariadas, não estabelecer relações de causa e efeito. Verificamos que a exposição à HMI associa-se com trabalho sexual (p < 0,001), com HIV (p = 0,006), com possuir pelo menos uma comorbidade psiquiátrica (p = 0,006), com transtorno de depressão maior (p = 0,025), com risco de suicídio (p = 0,014), com abuso de álcool (p = 0,027) e com maior idade de início do cross-dressing definitivo (p = 0,041) e dos jogos trocados (p = 0,009). Após a regressão logística, apenas a atuação como profissional do sexo (p < 0,001) e apresentar, pelo menos, uma comorbidade psiquiátrica (p = 0,005) permaneceram significativamente associadas com HMI. Nosso estudo sugere que as transexuais com HMI exibem maior frequência de envolvimento com trabalho sexual e psicopatologia em sua vida adulta. A partir disso, reforça-se a importância de ações preventivas direcionadas à coibir maus-tratos durante à infância, evitando-se, por exemplo, bullying homofóbico. Além disso, indivíduos diagnosticados com DG, que sofreram maus-tratos durante a infância, deverão receber especial atenção psicológica, a fim de impedir desfechos negativos, como doenças psiquiátricas e tentativas de suicídio. / Gender Dysphoria (DG) is characterized by marked incongruence between gender and sex assigned at birth. It’s a rare condition whose prevalence varies based on geographical location: in New Zealand, there are 27.48 per 100 000 inhabitants whereas, in Iran, there are 0.68 per 100 000 inhabitants. Its etiology depends on interaction between biological and psychosocial factors, presenting an estimated heritability of 62%. Individuals diagnosed with DG are victims of greater violence, from bullying to sexual violence. Childhood history of maltreatment (CHM) is associated with a higher prevalence of psychopathology and sex work in adulthood. The aim of our study is to further characterize the role of CHM as an indicator of maladaptive consequences in adult male-to-female transsexuals (MtF). Our study used cross-sectional data from a consecutive sample of 289 MTF transsexuals, which attended, from 1998 to 2014, an outpatient clinic in Southern Brazil, called Gender Identity Program (PROTIG). They were diagnosed according to the DSM-IV-TR criteria for gender identity disorder (GID), were evaluated for comorbities using Mini International Neuropsychiatric Interview and for demographic, psychosexual and family history with specific questionnaires. The lifetime presence or absence of childhood trauma was investigated by asking three separated questions, similar to specific questions related to sexual abuse and negligence included in the Traumatic Events Screening Inventory – Self Report Revised. The association between CHM and psychosocial and clinical variables was evaluated bivariate analyses followed by stepwise backwards logistic regression models. The logistic regression model included gender redesign surgery (GRS), suicide attempt, human immunodeficiency virus (HIV), sexually transmitted diseases (DST), major depression disorder, dysthymia, manic or hypomanic episode, age of cross-dressing definitive and age of exchanged games, sex work and psychiatric comorbidities. The purpose of the logistic regression was to control potential confounding factors in the bivariate associations, not to establish cause and effect relationships. We found that being exposed to CHM is associated with sex work (p < 0.001), HIV (p = 0.006), having at least one psychiatric comorbidity (p = 0.006), major depression disorder (p = 0.025), risk of suicide (p = 0.014), alcohol abuse (p = 0.027) and age of onset of definitive cross-dressing (p = 0.041) and of exchanged games (p = 0.009). After the logistic regression, only sex work (p < 0.001) and having at least one psychiatric comorbidity (p = 0.005) remained significantly associated with CHM. Our study suggests that transsexuals with CHM present a higher frequency of sex work and psychopathology in their adult life. These findings raise the important issue that prevention actions might be indicated to avoid children maltreatment especially in risk groups, for example, homophobic bullying in children with atypical gender behavior. In addition, individuals diagnosed with DG, who suffered abuse during childhood, should receive special psychological care, in order to prevent negative outcomes, such as psychiatric disorders and suicide attempts.
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Violência por parceiro íntimo contra a gestante: estudo sobre as repercussões obstétricas e neonatais / Intimate partner violence against pregnant women: study about the obstetric and neonatal repercussionsDriéli Pacheco Rodrigues 02 September 2013 (has links)
A violência por parceiro íntimo (VPI) é uma das formas mais frequentes de violência contra a mulher, e se constitui em um fenômeno complexo, que faz parte de uma construção histórica e possui íntima relação com as questões de gênero e suas relações de poder. Durante a gestação, a mulher utiliza com maior frequência os serviços de saúde, o que pode facilitar a construção de vínculo com a equipe de saúde e favorecer a identificação de casos de violência. Os objetivos deste estudo foram: identificar a prevalência de casos de VPI entre gestantes usuárias de um serviço público de saúde e classificar quanto ao tipo e frequência; identificar fatores sociais e demográficos das gestantes e seus parceiros que poderiam estar associados a episódios de violência; identificar os resultados obstétricos e neonatais e suas associações com a ocorrência da VPI na gestação atual. Trata-se de um estudo observacional, descritivo e analítico, desenvolvido no CRSM-MATER e no HCFMRP-USP, situados em Ribeirão Preto, SP. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo CEP da EERP-USP, sob nº 1383/2011. Os dados foram coletados no período de maio a dezembro de 2012, por meio de entrevista estruturada por um questionário que contemplava as características sociodemográficas da mulher e de seu parceiro e características obstétricas, além das questões relacionadas à violência; também foram coletados dados dos prontuários das participantes com a utilização de um instrumento que contemplava as variáveis relacionadas aos resultados obstétricos e neonatais. Durante a coleta de dados, iniciada no ambulatório de pré-natal do CRSM-MATER, algumas participantes foram encaminhadas ao HC-FMRP e tiveram a coleta nos prontuários realizada nesta última instituição. Para análise dos dados, utilizou-se o programa estatístico SAS® 9.0. Esta análise foi fundamentada na estatística descritiva, além da utilização do Teste Exato de Fisher e Regressão Logística. Verificou-se que 15,5% das participantes sofreram algum tipo de VPI durante a gestação, sendo que 14,7% sofreram violência psicológica, 5,2%, violência física e 0,4% sofreu violência sexual. As mulheres que se autorreferiram como pretas ou pardas, que não moravam com o parceiro e que referiram consumir bebida alcoólica eventualmente, apresentaram maior chance de sofrer VPI na gestação. Além disso, as mulheres que não desejaram a gestação tinham 4,3 vezes a chance de sofrer VPI na gestação, quando comparadas com aquelas que desejaram a gestação (p<0,00; OR= 4,32 e IC 95% [1,77 - 10,54]). As participantes com parceiros na faixa etária de 15 a 18 anos apresentaram 5,5 vezes a chance de sofrer violência, quando comparadas com aquelas que tinham parceiros com 30 anos ou mais (OR= 5,5; IC 95% [1,02 - 30,2]). Com relação às repercussões obstétricas, não houve associação estatisticamente significativa entre as variáveis investigadas. Quanto às repercussões neonatais dos filhos das participantes, as análises também não apresentaram resultados estatisticamente significativos. Conclui-se que, para as participantes do estudo, não houve repercussões obstétricas e neonatais negativas relacionadas à VPI na gestação. No entanto, outras variáveis se mostraram associadas a este tipo de violência, o que indica, aos profissionais de saúde, a importância de se atentar a outras características das gestantes e de seus parceiros, favorecendo a identificação da violência e o oferecimento de suporte adequado a estas mulheres, quando necessário / The intimate partner violence (IPV) is one of the most frequent ways of violence against women, and it is constituted in a complex phenomenon, which is part of a historical construction and is intimately related to gender questions and its power relationships. During pregnancy, the woman attend health care more frequently, which can facilitate the bond building with the health staff and favours the identifications of violence cases. This study aims were: identify the prevalence of IPV cases between pregnant women who use public healthcare service and classify according to its type and frequency; identify the pregnant e their partners\' social and demographic factors which could be associated with violence episodes; identify the obstetric and neonatal results and their associations with the IPV occurrence in the current pregnancy. This is an observational, descriptive and analytic study, developed at CRSM-MATER and HCFMRP-USP, located in Ribeirão Preto, SP. The research project was approved by ethics committee from EERP-USP, under number 1383/2011. The data were collected between May and December 2012, via interview structured by a questionnaire which beheld the woman\'s and their partner\'s social- demographic characteristics and obstetric characteristics, beside the questions related to violence; there were also collected the participants\' records data using an instrument that contemplated the variables related to the obstetric and neonatal results. During the data collection, initiated at CRSM-MATER prenatal clinic, some participants were leaded to HC- FMRP and had the records collection done at this last institution. To analyze the data the statistic program SAS® 9.0 was used. This analysis was underlay on descriptive statistic, besides using the Fisher Exact Test and Logistic Regression. It was verified that 15,5% of the participants suffered some sort of IPV during pregnancy, knowing that 14,7% suffered psychological violence, 5,2% physical violence and 0,4% sexual violence. Women whom were considered themselves as black or brown-skinned, who haven\'t lived with their partners and who were referred as eventual liquor drinkers showed bigger chance of suffering IPV during pregnancy. Furthermore, women who didn\'t desire the pregnancy had 4,3 times chances of suffering IPV during pregnancy when compared to those ones who desired the pregnancy (p<0,00; OR= 4,32 e IC 95% [1,77 - 10,54]). The participants with partners between 15 and 18 years old showed 5,5 times chances of suffering violence when compared to those ones whose partners were 30 years old or older (OR= 5,5; IC 95% [1,02 - 30,2]). Relating to the obstetric repercussions, there was no association statistically meaningful between the variables investigated. As the participants\' children\'s neonatal repercussion, the analysis didn\'t present results statistically meaningful either. In conclusion, for the study participants, there were no negative obstetric and neonatal repercussions related to IPV in pregnancy. Nevertheless, other variables are shown associated to this type of violence, which indicates, to the health care professionals, the importance to be attentive to other pregnant women\'s and their partners\' characteristics, favoring the violence identification and offering appropriate support to these women, when necessary
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Impacto de eventos traumáticos em aspectos clínicosFontanari, Anna Martha Vaitses January 2015 (has links)
A Disforia de Gênero (DG) caracteriza-se pela marcada incongruência entre gênero e sexo atribuído ao nascer. Trata-se de uma condição rara, cuja prevalência varia muito de acordo com o local estudado: na Nova Zelândia, há 27,48 por 100 000 habitantes, enquanto que, no Irã, são 0,68 por 100 000 habitantes. Sua etiologia depende da interação entre fatores biológicos e psicossociais, sendo a herdabilidade estimada de 62%. Indivíduos diagnosticados com DG integram populações sujeitas a maior violência, desde bullying até violência sexual. História de maus-tratos na infância (HMI) associa-se a maior prevalência de psicopatologias e de envolvimento com trabalho sexual na vida adulta. O objetivo do nosso estudo é avaliar a HMI como indicador de consequências mal adaptativas na vida adulta de transexuais homem-para-mulher (HpM). Utilizamos dados transversais coletados de 289 transexuais HpM, que compareceram a atendimentos regulares, do ano de 1998 a 2014, em ambulatório do Sul do Brasil, chamado Programa de Identidade de Gênero (PROTIG). Elas foram diagnosticadas de acordo com os critérios do DSM-IV-TR para transtorno de identidade de gênero (TIG), avaliadas para comorbidades utilizando o Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI) e para história psiquiátrica, demográfica, psicossexual e familiar por questionários específicos. A presença de HMI foi investigada por três perguntas qualitativas, envolvendo abuso sexual, violência sexual e negligência, semelhantes ao Traumatic Events Screening Inventory – Self Report Revised (TESI-SRR). A associação entre o HMI e variáveis tanto psicossociais quanto clínicas foi realizada por análises bivariadas seguidas por modelo de regressão logística. O modelo utilizado para a regressão logística incluiu a cirurgia de redesignação sexual (CRS), tentativas de suicídio, vírus da imunodeficiência humana (HIV), doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), desordem depressiva maior, distimia, episódios maníacos e hipomaníacos, idade de início do cross-dressing definitivo, idade de início dos jogos trocados, atuação como profissional do sexo e apresentar, pelo menos, uma comorbidade psiquiátrica. O objetivo da regressão logística foi controlar potenciais confundidores nas associações bivariadas, não estabelecer relações de causa e efeito. Verificamos que a exposição à HMI associa-se com trabalho sexual (p < 0,001), com HIV (p = 0,006), com possuir pelo menos uma comorbidade psiquiátrica (p = 0,006), com transtorno de depressão maior (p = 0,025), com risco de suicídio (p = 0,014), com abuso de álcool (p = 0,027) e com maior idade de início do cross-dressing definitivo (p = 0,041) e dos jogos trocados (p = 0,009). Após a regressão logística, apenas a atuação como profissional do sexo (p < 0,001) e apresentar, pelo menos, uma comorbidade psiquiátrica (p = 0,005) permaneceram significativamente associadas com HMI. Nosso estudo sugere que as transexuais com HMI exibem maior frequência de envolvimento com trabalho sexual e psicopatologia em sua vida adulta. A partir disso, reforça-se a importância de ações preventivas direcionadas à coibir maus-tratos durante à infância, evitando-se, por exemplo, bullying homofóbico. Além disso, indivíduos diagnosticados com DG, que sofreram maus-tratos durante a infância, deverão receber especial atenção psicológica, a fim de impedir desfechos negativos, como doenças psiquiátricas e tentativas de suicídio. / Gender Dysphoria (DG) is characterized by marked incongruence between gender and sex assigned at birth. It’s a rare condition whose prevalence varies based on geographical location: in New Zealand, there are 27.48 per 100 000 inhabitants whereas, in Iran, there are 0.68 per 100 000 inhabitants. Its etiology depends on interaction between biological and psychosocial factors, presenting an estimated heritability of 62%. Individuals diagnosed with DG are victims of greater violence, from bullying to sexual violence. Childhood history of maltreatment (CHM) is associated with a higher prevalence of psychopathology and sex work in adulthood. The aim of our study is to further characterize the role of CHM as an indicator of maladaptive consequences in adult male-to-female transsexuals (MtF). Our study used cross-sectional data from a consecutive sample of 289 MTF transsexuals, which attended, from 1998 to 2014, an outpatient clinic in Southern Brazil, called Gender Identity Program (PROTIG). They were diagnosed according to the DSM-IV-TR criteria for gender identity disorder (GID), were evaluated for comorbities using Mini International Neuropsychiatric Interview and for demographic, psychosexual and family history with specific questionnaires. The lifetime presence or absence of childhood trauma was investigated by asking three separated questions, similar to specific questions related to sexual abuse and negligence included in the Traumatic Events Screening Inventory – Self Report Revised. The association between CHM and psychosocial and clinical variables was evaluated bivariate analyses followed by stepwise backwards logistic regression models. The logistic regression model included gender redesign surgery (GRS), suicide attempt, human immunodeficiency virus (HIV), sexually transmitted diseases (DST), major depression disorder, dysthymia, manic or hypomanic episode, age of cross-dressing definitive and age of exchanged games, sex work and psychiatric comorbidities. The purpose of the logistic regression was to control potential confounding factors in the bivariate associations, not to establish cause and effect relationships. We found that being exposed to CHM is associated with sex work (p < 0.001), HIV (p = 0.006), having at least one psychiatric comorbidity (p = 0.006), major depression disorder (p = 0.025), risk of suicide (p = 0.014), alcohol abuse (p = 0.027) and age of onset of definitive cross-dressing (p = 0.041) and of exchanged games (p = 0.009). After the logistic regression, only sex work (p < 0.001) and having at least one psychiatric comorbidity (p = 0.005) remained significantly associated with CHM. Our study suggests that transsexuals with CHM present a higher frequency of sex work and psychopathology in their adult life. These findings raise the important issue that prevention actions might be indicated to avoid children maltreatment especially in risk groups, for example, homophobic bullying in children with atypical gender behavior. In addition, individuals diagnosed with DG, who suffered abuse during childhood, should receive special psychological care, in order to prevent negative outcomes, such as psychiatric disorders and suicide attempts.
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