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Internet e HIV/AIDS: o poder da informação e da desinformação. / Internet and HIV/AIDS: the power of information and desinformation.Alfredo de Oliveira Neto 05 May 2015 (has links)
Desde o final do século XX, o tema saúde é um das mais procurados na internet para diversos fins. As pessoas que convivem com HIV/AIDS não estão afastadas dessa tendência, formando inclusive um dos grupos de usuários que mais acessam a internet. Um grupo com um passado e presente de produção de movimento social que muito contribuiu para a reconhecida política HIV/AIDS brasileira. O objetivo desta tese é identificar e analisar os padrões de busca e interação com o conteúdo em saúde na internet no cotidiano das pessoas com HIV/AIDS, em particular nos potenciais desdobramentos em processos de medicalização, tomada de decisão sobre condutas em saúde e relação com movimento social. A metodologia se baseou em análise de conteúdo de entrevistas e realização de etnografia virtual de uma página fechada no Facebook. As discussões sobre o material pesquisado foram divididas em categorias analíticas, cuja análise gerou os seguintes resultados: a sociabilidade produzida na internet contribui para diminuir o sofrimento em relação ao preconceito, tanto em relação ao HIV/AIDS, quanto à homossexualidade; há uma carência de espaços de acolhimento virtual em detrimento a uma maior oferta de espaços para discussão sobre políticas públicas; a medicalização na rede produz a chance de se obter condutas não recomendadas, no entanto, pessoas vinculadas a grupos virtuais possuem mais estímulos a não abandonar a medicação; a confiabilidade nos conteúdos da internet em geral possui um padrão de acesso a sites recomendados pelos órgãos oficiais do setor saúde; é comum pesquisar antes ou depois da consulta médica, no entanto a negociação se dá em cyberespaços de acolhimento; muitos ativistas do HIV/AIDS foram estimulados a participar do ativismo político através da internet. Há necessidade de se ampliar espaços virtuais de acolhimento através de políticas públicas incentivadoras; a formação médica precisa contemplar questões relacionadas à internet e saúde sobre sociabilidade, adesão, e terapêutica digital, prescrição de sites, blogs e redes sociais, devendo-se ponderar com questões de medicalização e prevenção quaternária. / Since the late twentieth century, health is one of the most popular subjects on the Internet for various reasons. People living with HIV/AIDS are not apart from this trend, being one of the groups of users with most intensive Internet access. This group is characterized by a intense participation in a social movement that greatly contributed to the acclaimed HIV/AIDS Brazilian policy. The objective of this thesis is to identify and analyze the search patterns and interaction with content on the Internet in the daily health of people with HIV/AIDS, particularly in potential developments in medicalization processes, decision making on health behaviors and relationship with social movements. The methodology involved interviews, which were later subject to content analysis, and a virtual ethnography of a closed secret group on Facebook. The discussion of the produced material was divided into analytical categories, whose analysis yielded the following results: sociability produced in the internet helps to reduce suffering in relation to prejudice, both with regard to HIV/AIDS and homosexuality; there are not many welcoming zones for people living with HIV and AIDS (PLHA) on the internet at the expense of a greater supply of spaces for discussion on public policy; medicalization produces opportunities to incur in unhealthy behaviors, however, people linked to social networks have more encouragement to not give up the medication; the reliability of internet content in general has a pattern of access to sites recommended by official agencies of the health sector; it is common to search before or after medical consultations, though negotiations about medication and symptoms take place in social networks; activists of HIV/AIDS were encouraged to participate in political activism over the internet. There is a need to have welcoming zones to PLHA on the internet guaranteed by public policy; medical education needs to cover issues related to the internet and health, such as sociability, compliance, and "digital therapy", prescription sites, blogs and social networks, but should consider issues of medicalization and quaternary prevention as well.
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Internet e HIV/AIDS: o poder da informação e da desinformação. / Internet and HIV/AIDS: the power of information and desinformation.Alfredo de Oliveira Neto 05 May 2015 (has links)
Desde o final do século XX, o tema saúde é um das mais procurados na internet para diversos fins. As pessoas que convivem com HIV/AIDS não estão afastadas dessa tendência, formando inclusive um dos grupos de usuários que mais acessam a internet. Um grupo com um passado e presente de produção de movimento social que muito contribuiu para a reconhecida política HIV/AIDS brasileira. O objetivo desta tese é identificar e analisar os padrões de busca e interação com o conteúdo em saúde na internet no cotidiano das pessoas com HIV/AIDS, em particular nos potenciais desdobramentos em processos de medicalização, tomada de decisão sobre condutas em saúde e relação com movimento social. A metodologia se baseou em análise de conteúdo de entrevistas e realização de etnografia virtual de uma página fechada no Facebook. As discussões sobre o material pesquisado foram divididas em categorias analíticas, cuja análise gerou os seguintes resultados: a sociabilidade produzida na internet contribui para diminuir o sofrimento em relação ao preconceito, tanto em relação ao HIV/AIDS, quanto à homossexualidade; há uma carência de espaços de acolhimento virtual em detrimento a uma maior oferta de espaços para discussão sobre políticas públicas; a medicalização na rede produz a chance de se obter condutas não recomendadas, no entanto, pessoas vinculadas a grupos virtuais possuem mais estímulos a não abandonar a medicação; a confiabilidade nos conteúdos da internet em geral possui um padrão de acesso a sites recomendados pelos órgãos oficiais do setor saúde; é comum pesquisar antes ou depois da consulta médica, no entanto a negociação se dá em cyberespaços de acolhimento; muitos ativistas do HIV/AIDS foram estimulados a participar do ativismo político através da internet. Há necessidade de se ampliar espaços virtuais de acolhimento através de políticas públicas incentivadoras; a formação médica precisa contemplar questões relacionadas à internet e saúde sobre sociabilidade, adesão, e terapêutica digital, prescrição de sites, blogs e redes sociais, devendo-se ponderar com questões de medicalização e prevenção quaternária. / Since the late twentieth century, health is one of the most popular subjects on the Internet for various reasons. People living with HIV/AIDS are not apart from this trend, being one of the groups of users with most intensive Internet access. This group is characterized by a intense participation in a social movement that greatly contributed to the acclaimed HIV/AIDS Brazilian policy. The objective of this thesis is to identify and analyze the search patterns and interaction with content on the Internet in the daily health of people with HIV/AIDS, particularly in potential developments in medicalization processes, decision making on health behaviors and relationship with social movements. The methodology involved interviews, which were later subject to content analysis, and a virtual ethnography of a closed secret group on Facebook. The discussion of the produced material was divided into analytical categories, whose analysis yielded the following results: sociability produced in the internet helps to reduce suffering in relation to prejudice, both with regard to HIV/AIDS and homosexuality; there are not many welcoming zones for people living with HIV and AIDS (PLHA) on the internet at the expense of a greater supply of spaces for discussion on public policy; medicalization produces opportunities to incur in unhealthy behaviors, however, people linked to social networks have more encouragement to not give up the medication; the reliability of internet content in general has a pattern of access to sites recommended by official agencies of the health sector; it is common to search before or after medical consultations, though negotiations about medication and symptoms take place in social networks; activists of HIV/AIDS were encouraged to participate in political activism over the internet. There is a need to have welcoming zones to PLHA on the internet guaranteed by public policy; medical education needs to cover issues related to the internet and health, such as sociability, compliance, and "digital therapy", prescription sites, blogs and social networks, but should consider issues of medicalization and quaternary prevention as well.
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Meio quilo de gente! - produção do prazer de ver e construção da pessoa fetal mediada pela ultra-sonografia: um estudo etnográfico em clínicas de imagem na cidade do Rio de Janeiro / "Half a pint of humanity" - the production of the pleasure of seeing and the construction of fetal person mediated by ultra-sound imaging: an ethnographic study in imaging clinics in the city of Rio de JaneiroLilian Krakowski Chazan 05 June 2005 (has links)
O foco central desta tese consiste em procurar compreender um fenômeno que se verifica na atualidade em torno das imagens ultra-sonográficas fetais. O que era a princípio e
em princípio uma tecnologia de imagem médica, inventada com propósitos diagnósticos, gradualmente transformou-se em objeto de consumo e lazer. Para investigar o fenômeno, a
pesquisa teórica aborda como foram construídos o olhar e o observador modernos, e de que modo as tecnologias de imageamento médico incidem na construção social do corpo. Outro aspecto teórico consiste na investigação, de um ponto de vista sócio-histórico, acerca da produção da gravidez e do feto como temas médicos, e de que modo a tecnologia de ultra-som aplicada à obstetrícia está situada na articulação de vários processos: o da construção de um novo olhar, o das reconfigurações do corpo, o da medicalização da gestação e do feto e, finalmente, o da construção do feto como Pessoa antes de seu nascimento. Estudos antropológicos produzidos no exterior, ao longo da década de 1990, apontaram que o
fenômeno envolvendo as imagens fetais encontrava-se inscrito nos e delimitado pelos códigos socioculturais específicos de onde ocorriam. A inexistência de pesquisas acerca do tema, no
contexto brasileiro, foi o ponto de partida para uma investigação empírica. Foi realizada uma observação antropológica de ultra-sonografias obstétricas, em abordagem etnográfica, em três clínicas privadas de imagem, ao longo de 2003, no Rio de Janeiro, visando compreender como tal fenômeno se dava, de que modo era produzido e significado pelos atores e quais os desdobramentos de tais práticas, modelados por especificidades culturais locais. O trabalho de
campo evidenciou que a ultra-sonografia obstétrica caracteriza-se por ser uma tecnologia de imagem interativa, em contraste com outras técnicas de imageamento médico, uma peculiaridade que propicia a construção de diversos significados a partir das imagens fetais cinzentas e esfumaçadas. A produção do prazer de ver o feto é a pedra de toque que une o útil ao agradável, e o consumo de imagens é um ponto de articulação de diversas questões expostas ao longo da tese. Pode-se pensar nesta situação como parte de um panopticismo que devassa corpos femininos e fetais, em um mesmo processo normatizando-os e construindo novos sujeitos calcados em corporalidades virtuais. / The central focus of this thesis consists of seeking to understand a phenomenon which is presently taking place in the area of fetal ultrasound images. What began as a medical
imaging technology, invented for diagnostic purposes, gradually became an object of consumption and leisure. In order to investigate this phenomenon, the theoretical investigation looks at how the modern mode of seeing and the observer were constructed, and in what way technologies of medical imaging impact the social construction of the body.
Another theoretical aspect consists of the investigation, from a socio-historical point of view, of the production of pregnancy and of the fetus as medical subjects, and in what way the technology of ultra-sound applied to obstetrics is situated at the nexus of various processes: the process of constructing a new mode of seeing, of the reconfigurations of the body, of the medicalization of gestation and of the fetus, and, finally, of the construction of the fetus as a person before its birth. Anthropological studies carried out abroad, during the nineties, show that the phenomenon involving fetal images was inscribed in and delimited by the specific socio-cultural codes where the imaging was done. The lack of research in this area in the Brazilian context was the point of departure for an empirical investigation. An anthropological observation of obstetric ultra-sounds, with an ethnographic approach, was carried out in three private imaging clinics, during the course of 2003, in Rio de Janeiro, with the intention of understanding how this phenomenon took place, in what way it was produced and signified by those involved, and what were the ramifications of these practices, modeled by local cultural particularities. The field work showed that obstetric ultrasonography can be characterized as an interactive imaging technique, in contrast to other medical imaging techniques, a peculiarity which lends itself to the construction of various significations having as their origin gray and hazy fetal images. The production of the pleasure of seeing the fetus is the touchstone which links the useful to the pleasing, and the consumption of images is point of connection for various questions raised in the thesis. One can think of this situation as part of a panopticism which scans female and fetal bodies, at one and the same time normatizing them and constructing new subjects shaped by virtual corporalities.
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Nem normal, nem patológico : mulheres em situações de violência: revelando sentidos para a atenção e o cuidado / Neither normal nor pathological : women under violence conditions: disclosing senses for attention and care / Ni lo normal ni lo patológico : mujeres en situación de violencia: revelando sentidos a la atención y al cuidadoSoares, Joannie dos Santos Fachinelli January 2016 (has links)
Esta tese centra-se na problemática da violência contra as mulheres, nas trajetórias em serviços de acolhimento e em práticas sociais e profissionais de cuidado. Baseada em estudos anteriores da autora, parte das afirmações de que serviços e práticas são inadequados, desarticulados, medicalizados e desrespeitam as mulheres vitimadas. Nesse sentido, a partir de experiências de mulheres em situação de violência buscou refletir, compartilhadamente, sua relação com os serviços e suas concepções de cuidado. Trata-se de estudo misto, que descreve e analisa a violência contra mulheres à luz de diferentes enfoques teóricos entre as teorias principalistas do direito à vida em segurança, da saúde e do gênero. O local de realização foi o Centro de Referência e Atendimento à Mulher (CRAM) do município de Porto Alegre. As participantes foram mulheres atendidas no CRAM em decorrência de situações de violência. A geração de dados ocorreu por meio de pesquisa documental em 536 formulários de atendimento, observação sistemática realizada no serviço e entrevistas em profundidade com 14 mulheres. A análise dos dados ocorreu, primeiramente, pela análise quantitativa que sistematizou registros provenientes dos formulários de atendimento do CRAM que corresponderam ao perfil dos atendimentos e das informações sociodemográficas das mulheres atendidas, bem como dos agressores. A segunda etapa correspondeu à análise dos dados qualitativos, provenientes da pesquisa documental, da observação e das entrevistas, com utilização do método da Análise de Conteúdo. Descreveu-se a organização e os processos de trabalho do CRAM, as características dos atendimentos realizados e o perfil das mulheres atendidas e dos agressores. Na análise das trajetórias, constatou-se que na maioria delas estão presentes serviços e/ou profissionais de saúde, principalmente para atendimento relacionados à saúde mental. Identificou-se que as mulheres não são adequadamente acolhidas no setor Saúde. Nos setores Segurança e Justiça, foram observadas negligências institucionais que reproduzem e potencializam a violência. O CRAM foi unanimemente bem avaliado, sendo articulador da rede de atenção. Outros serviços da rede (conselho tutelar, escola, serviços de assistência social, casas abrigos), também se constituem em pontos de apoio importantes para as mulheres, evidenciando a relevância de estabelecer adequada articulação da rede intersetorial. Na linguagem das mulheres, as experiências de sofrimento e busca de acolhimento remetem aos principais elementos para um atendimento eficaz e satisfatório que são: orientação, apoio e proteção. Atribuem às experiências de violência, os sentidos de humilhação, de culpa e de medo, as quais são geradores de intenso sofrimento e têm impactado em sua saúde. As violências impossibilitam o pleno desenvolvimento de uma vida digna. Portanto, entende-se que o enfrentamento dessas situações é necessariamente intersetorial, implicando articulação e fundamentação na garantia dos Direitos Humanos das mulheres. Conclui-se que existe, predominantemente, inadequação das práticas para a construção de projetos de acolhimento e cuidado para as mulheres em situação de violência. Nesse sentido, pensa-se que é preciso assumir nova razão terapêutica, incorporando elementos do cuidado que incluam as tecnologias relacionais e que considerem os direitos humanos, os direitos de cidadania e os aspectos subjetivos nas experiências vividas por essas mulheres. / This dissertation approaches the problem of violence against women upon trajectories in support services and in social and professional care practices. Based on previous studies by the author, it starts from statements that services and practices are inadequate, not articulated, medicalized and that they disrespect victimized women. Thus, a reflection was made from the experiences of women under violence condition by sharing their relation with the services and their care conceptions. This mixed study describes and analyzes the violence against women by considering different theoretical approaches among the Principalism theories regarding the right to safe life, to health and to gender and it was carried out in the Woman Reference and Attendance Center (CRAM) in Porto Alegre. The participants were women attended within the CRAM due to violence situations. The data were collected by means of documentation survey in 536 attendance forms, systematic observation at the service and in-depth interviews with 14 women. At first, the data underwent quantitative analysis that systematized records from CRAM attendance forms which corresponded to the attendance profile and the social and demographic information of the attended women and the offenders as well. The second step corresponded to the analysis of the qualitative data from the documental survey, the observation and the interviews by applying the Content Analysis method. A description detailed CRAM organization and working processes, the characteristics of the performed attendances and the attended women and offenders´ profile. The trajectories analysis showed that in most of them, services and/or health professionals are offered for mental health attendance and that the women are not properly welcome in the Health sector. Regarding Safety and Justice sectors, there has been institutional negligence which reproduces and enhances violence. CRAM service was unanimously well assessed and considered an organizer of the care network. Other network services (guardianship council, school, social support services, shelters) also are important support locations for women that evidence the relevance of establishing adequate articulation of the inter-sectoral network. In the language of women, experiences of distress and search for support address to the main elements of effective and satisfactory service, i.e.: advice, support and protection. They attribute to violence experiences the feelings of humiliation, guilt and fear which generate intense distress and impact on their health. Violence hinder the full development of a dignified life. Therefore, it is understood that the confrontation of these situations is necessarily inter-sectoral, implying articulation and foundation to safeguard the Human Rights to women. The conclusion drawn is that there is predominance of inadequate practices for the construction of support and care projects for women undergoing violence situation. Thus, it is needed to undertake a new therapeutic reason that incorporates care elements which include relation technologies and that consider human rights, citizenship rights and subjective aspects from these women´s experiences. / Esta tese aborda la problemática de la violencia contra las mujeres, en las trayectorias en servicios de acogida y en prácticas sociales y profesionales de cuidado. Considerando estudios anteriores de la autora, parte de afirmaciones de que servicios y prácticas son inadecuados, desarticulados, medicalizados y no respetan las mujeres victimadas. Desde experiencias de mujeres en situación de violencia, se buscó reflexionar compartiendo su relación con los servicios y sus concepciones de cuidado. El estudio mixto describe y analiza la violencia contra mujeres considerando diferentes enfoques teóricos entre las teorías del Principalismo del derecho a la vida en seguridad, de la salud y del género, realizado en el Centro de Referencia y Atendimiento a la Mujer (CRAM) de Porto Alegre. Participaron mujeres atendidas en el CRAM debido a situaciones de violencia. Los datos resultaron de pesquisa documental en 536 formularios de atendimiento, observación sistemática en el servicio, y entrevistas en profundidad con 14 mujeres. Los datos pasaron, primeramente, por análisis cuantitativo que sistematizó registros de los formularios de atendimiento del CRAM que correspondieron al perfil de los atendimientos y de las informaciones sociodemográficas de las mujeres atendidas y de los agresores. La segunda etapa correspondió al análisis de los datos cualitativos, provenientes de la pesquisa documental, de la observación y de las entrevistas, utilizando el método de Análisis de Contenido. Se describió la organización y los procesos de trabajo del CRAM, las características de los atendimientos realizados y el perfil de las mujeres atendidas y de los agresores. El análisis de las trayectorias mostró que en su mayoría están presentes servicios y/o profesionales de salud, principalmente para atendimiento a la salud mental y que las mujeres no son adecuadamente acogidas en el sector Salud. En los sectores Seguridad y Justicia fueron observadas negligencias institucionales que reproducen y potencializan la violencia. El CRAM fue unánimemente bien evaluado, siendo articulador de la red de cuidado. Otros servicios de la red (consejo tutelar, escuela, servicios de asistencia social, hogares de abrigo), también se constituyen en puntos de apoyo importantes para las mujeres, evidenciando la relevancia de establecerse adecuada articulación de la red intersectorial. En el lenguaje de las mujeres, las experiencias de sufrimiento y búsqueda de acogida remeten a los principales elementos para atendimiento eficaz y satisfactorio: orientación, apoyo y protección. Se les atribuyen a las experiencias de violencia, los sentidos de humillación, culpa y miedo, que generan intenso sufrimiento e impacto en su salud. Las violencias imposibilitan el pleno desarrollo de una vida digna. Así, se entiende que el enfrentamiento de esas situaciones es necesariamente intersectorial implicando articulación y fundamentación en la garantía de los Derechos Humanos de las mujeres. Se concluye que existe predominantemente inadecuación de las prácticas para la construcción de proyectos de acogida y cuidado para las mujeres en situación de violencia. Aún, es preciso asumir nueva razón terapéutica, incorporando elementos del cuidado que incluyan las tecnologías relacionales y que consideren los derechos humanos, los derechos de ciudadanía y los aspectos subjetivos en las experiencias vividas por esas mujeres.
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Acesso aos medicamentos: direito ou privilégio?Paula, Patrícia Aparecida Baumgratz de 28 March 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008-03-28 / O presente trabalho enfatiza a questão do acesso aos medicamentos visto como direito social assegurado na constituição do Sistema Único de Saúde. Para tanto, abordar-se-á o processo de medicalização vivenciado pela sociedade brasileira contemporânea, bem como, a política nacional de medicamentos e seus entraves. Também irá se buscar a apreensão da categoria acesso aos medicamentos, a partir das dimensões do acesso aos serviços de saúde. Todas estas categorias consideradas indissociáveis na busca pelo acesso universal e eqüinâme aos medicamentos. Nessa perspectiva, a partir da pesquisa qualitativa, foram realizados grupos focais com os usuários das unidades básicas de saúde (UBS) de Juiz de Fora – Minas Gerais, para buscar compreender o entendimento da problemática inerente ao acesso aos medicamentos como direito social, isto é, se esses usuários sentem-se como portadores de direitos ou como privilegiados ao obterem tal acesso. Esse estudo indicou que a maioria dos usuários das UBS não se considera como portadores de direitos, mostrando que o acesso aos medicamentos como direito social garantido constitucionalmente está longe de ser efetivado no cotidiano do serviço público de saúde brasileiro na contemporaneidade. / The present work emphasizes the question of access to medicine as a social right assured by the constitution of Health Public System. For that, it has been approached the process of medicalization experienced by the Brazilian society nowadays, as well as, the national medicines politics and its obstacles. It is also aimed to search for the apprehension of the access category to medicines, from the access dimension to the health services. All these categories considered inseparable in the search for universal and equanimous access to medicines. In this perspective, from the qualitative research, it has been realized foccuss groups with the users of the health basic unities (HBU) from the Juiz de Fora – Minas Gerais, to look forward to comprehend the understanding of the problematic inherent to access to medicines as a social right, that is, if these users feel themselves as porters of rights or as priviledged ones to obtain this access. This study has indicated that the majority of the HBU users do not consider themselves as porters of the rights, showing that access to medicines as a social right assured constitutionally is far from being daily effected in the Brazilian public health service in the contemporaneity.
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Dislexia: a produção do diagnóstico e seus efeitos no processo de escolarização / Dyslexia: the production of diagnosis and its effect on the schooling processSabrina Gasparetti Braga 31 August 2011 (has links)
Atualmente, a temática da dislexia e do transtorno déficit de atenção/hiperatividade passou a ocupar os mais diversos espaços acadêmicos e políticos, com manchetes de especialistas nos programas de televisão, rádio, jornais, e criação de diversos projetos de lei que se propõem a criar serviços de diagnóstico e tratamento nas secretarias de educação. Em todos esses espaços sociais, estes supostos distúrbios são apresentados como doenças neurológicas, que explicariam dificuldades encontradas pelas crianças em seu processo de escolarização. Se, por um lado, temos este quadro de afirmação da suposta doença; por outro há um conjunto de autores que têm questionado tais distúrbios e reiterado a necessidade de compreender a complexidade do processo de alfabetização das crianças iniciantes (no caso da dislexia) e todo o contexto sociocultural que envolve o comportamento das crianças na atualidade (no caso do TDAH). O presente trabalho, por meio de uma abordagem qualitativa de estudo de caso, investiga a história do processo de escolarização, a produção do diagnóstico de dislexia e seus efeitos nas relações escolares de crianças em fase inicial de aquisição da leitura e da escrita. Foram realizadas entrevistas com a mãe, coordenadora pedagógica, professoras e criança diagnosticada, além da análise do laudo realizado por equipe multidisciplinar. No discurso da mãe sobre a história escolar do filho surge o tema das dificuldades escolares trazido como um problema da criança, que teria algo a menos ou em quem faltaria algo a mais. Esta concepção instaura um processo diagnóstico, gerando um tratamento que constitui o processo de medicalização e de culpabilização da criança e de sua família pelo não aprender na escola. As vozes das professoras, não escutadas durante o processo diagnóstico, denunciam que diferentes concepções de desenvolvimento, de aprendizagem e crenças sobre os alunos resultam em relações, ações pedagógicas e, portanto, possibilidades de aprendizagem também distintas. O diagnóstico encontrado, foi realizado ao largo da escola o que evidencia a concepção de desenvolvimento humano na qual se pauta, partindo do pressuposto que a dificuldade pertence à criança. A avaliação incluiu apenas aplicação de testes de diversas áreas tais como psicologia, fonoaudiologia e neurologia, ignorando resultados de pesquisas recentes que inviabilizam o uso de alguns deles por não estarem relacionados ao alegado distúrbio e utilizando outros relacionados exatamente ao motivo do encaminhamento para a avaliação: questões de leitura e escrita. Ter um diagnóstico de dislexia cristaliza um movimento, um processo dinâmico que é o de aprendizagem e desenvolvimento. Desta forma o diagnóstico segue orientado somente para a falta e para as dificuldades estabelecendo limites a priori para o desenvolvimento do sujeito. Além desses efeitos relacionados à aprendizagem, existem outros decorrentes da medicação que parecem inerentes ao diagnóstico de dislexia acompanhado de TDAH. A criança vive na escola relações estigmatizadas que contribuíram na constituição de sua subjetividade, pautada na doença e nas limitações impostas pelo rótulo diagnóstico / Nowadays dyslexia and ADDH (Attention Deficit Disorder with Hyperactivity) topics are gaining larger place in the media. This stimulates a series of law projects intended to create public services of diagnosis and treatment. In this attempt of controlling and managing the problem, these so called \"disorders\", are rather quickly defined by operators and specialists as neurological diseases, which would logically explain the difficulties incurred by children during their schooling process and partially solve teachers and parents headaches on that matter. If practitioners now tend to legitimate this supposed illness, on the other hand, there are many serious authors questioning such straight definition, empathizing two ideas: the urgent necessity of fully understand the complexity of literacy process in beginner children and the necessity to grasp the sociocultural context that surrounds children education and behavior in the present time. This work investigates, by means of a qualitative case study, the diagnosis dyslexia of a child during the schooling process acquiring reading and writing abilities, and consequences of this diagnosis on his relations at school. We hereby present interviews with the mother, the pedagogical coordinator, with the teachers and with the diagnosed child himself. The study also presents the analysis of the report made by the multidisciplinary team responsible for evaluation. The mother of the child that is object of the study presents her sons problems as a lack of something that differentiates him from others in the educational process. This conception establishes the base for the diagnosis process, and results in a treatment that starts medicalization, blaming the child and his family and justifying the inability to learn at school. The voice of the teachers, unheard during the diagnosis process, denounces that different conceptions of development and learning as well as different beliefs about the students end up in distinguished relations, pedagogical actions and learning possibilities for the pupils. The diagnosis found was achieved without considering the school, which highlights the idea of human development on the basis of this approach, assuming as its starting point that the difficulty belongs to the child. The evaluation included tests in many areas such as psychology, phonoaudiology and neurology; ignoring the results of recent researches that discredit some of these methods for not being related with dyslexia. They also use other methods, which are connected exactly to the motifs why the evaluation was requested at the first place: questions referring to reading and writing ability. Declaring dyslexia crystallizes a movement, a dynamic process that is learning and developing. By this way the diagnosis focuses on the difficulties building up barriers to growth of the subject. Besides those effects related to learning, there are other effects, due to medication, that seems inherent to the diagnosis of dyslexia followed by the one of ADDH. The child lives stigmatized relations at school that contribute to the constitution of his subjectivity, based on the illness and limitations imposed by the diagnostic label
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O Asylo de São João de Deos: as faces da loucuraRios, Venétia Durando Braga 11 December 2006 (has links)
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Previous issue date: 2006-12-11 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / In June 24, 1874, the city of Salvador woke up with an important commitment it
was the day of the opening of the Asylum of St. John of God . For many years, the
situation was at a standstill. After all, why all that interest in it? What did that spot,
that place, mean for Tomé de Sousa's city? The aim of this text is to understand that
moment in the life of the city. What did that space of medical power, of control of the
deviates and degenerates, mean for the administration of urban daily life? It is our
endeavour to understand that process through men and their histories, found in the
street, in the School of Medicine, in the churches, in the warehouses, alleys and
slopes. This work has the commitment to discussing the concept of "medicalization",
so evidenced by many, from the theories developed in Europe, the autochthonous
medical texts, the practices implemented in the asylum, the progress and the
mistakes made. Stories lived in the heat of the moment, in the sultriness of the slow
days of 19th century Salvador / Em 24 de junho de 1874, a cidade do Salvador acordou com um compromisso
importante. Era o dia da inauguração do Asylo de São João de Deos . Muitos anos
se gastaram em marchas e contra marchas. Afinal, por que tanto empenho por ele, o
que significava para a cidade de Tomé de Sousa esse espaço, esse lugar? O texto
tem como objetivo a compreensão desse momento na vida da cidade. O que
significou para a administração do cotidiano urbano esse espaço de poder médico,
de controle dos desviantes, dos degenerados? Foi nosso empenho entender esse
processo através dos homens e suas histórias, encontrados nas ruas, na Escola de
Medicina, nas igrejas, nos trapiches, becos e ladeiras. O trabalho tem o
compromisso de discutir o conceito de medicalização tão evidenciado por muitos, a
partir das teorias desenvolvidas na Europa, dos textos dos médicos da terra, da
prática asilar empreendida, dos avanços e dos tropeços. Histórias vividas no calor
da hora, no mormaço dos dias lentos da Salvador do século XIX
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