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Leitura psicanalítica de experiência de trabalho no Japão com filhos de dekasseguis /

Resstel, Cizina Célia Fernandes Pereira. January 2019 (has links)
Orientador: José Sterza Justo / Coorientadora: Mary Yoko Okamoto / Banca: Marcos Mariani Casadore / Banca: Marcelo Naputano / Banca: Felizardo Tchiengo Bartolomeu Costa / Resumo: No início do século XX (1908), chegavam ao Brasil os primeiros imigrantes japoneses que partiram da sua terra oriental para trabalhar nas lavouras cafeeiras. Contudo, antes de completar 100 anos da imigração japonesa no Brasil, acontece o fenômeno dekassegui, considerado o processo inverso da imigração japonesa à nossa terra. Em meados de 1980, esse fenômeno se destaca pelo grande contingente de descendentes de japoneses que começa a se deslocar para trabalhar nas fábricas japonesas, na terra dos seus avôs. A palavra dekassegui é de origem japonesa e significa aquele que sai da sua terra natal em busca de serviços temporários, para ganhar dinheiro e retornar novamente para a casa, depois de um longo período ou de sucessivas idas e vindas. Os próprios japoneses já utilizavam esse termo entre os seus que se deslocavam de regiões que se tornavam improdutivas em épocas de invernos rigorosos, mas que retornavam para a casa após o término da estação. Nesse mesmo período, o Brasil enfrentava uma grande crise política, econômica e social. Muitos brasileiros perderam os seus empregos e entre eles encontravam-se os filhos e netos de japoneses e também aqueles que tinham dupla nacionalidade. As primeiras gerações de dekasseguis foram os isseis (japoneses) e nisseis (filhos de japoneses) que migraram para a terra do sol nascente, onde o idioma não era visto como uma barreira entre as duas culturas, pois sabiam falar a língua japonesa. Diferentemente, para os sanseis... (Resumo completo, clicar acesso eletrônico abaixo) / Abstract: In the beginning of the 20th century (1908) the first Japanese immigrants came to Brazil leaving oriental lands to work at coffee harvests. However, before completing 100 years of the Japanese immigration in Brazil, the dekasegi event occurs, which is considered the reverse process of the Japanese immigration towards our country. In the 1980s this event is noted due to the large number of Japanese descendants that start moving in order to work at Japanese factories, in their grandparents' land. The word dekasegi is Japanese and it means one who leaves his/her homeland searching for temporary jobs, in order to earn money and come back home once more after a long period or successive travels. Even Japanese are used to apply this term to those who move from regions that become unproductive during severe winter, returning home after the end of the season though. In this period there was a serious political, economic and social crisis in Brazil. Many Brazilian workers lost their jobs, and among them there were Japanese children and grandchildren, as well as those with dual citizenship. The first generations of dekasegi were the issei (a Japanese person) and the nissei (Japanese sons) who migrated to the land of the rising sun, where the language was not seen as a barrier between both cultures since they could speak Japanese. Nevertheless, for the sansei (third generation) it was more difficult since they did not know the languages. The same happens with the yonsei (fourth generation), who experience a double limit between the languages, i.e. they did not master none of the languages. The general proposal of this study selected as an object of investigation the three-month experience of the author in Japan, in 2012, in the Program of Development of Psychological Support in São Paulo offered to dekasegi... (Complete abstract click electronic access below) / Doutor
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Contrapontos entre Freud e Lacan sobre a angústia : perspectivas do Seminário 10 para Inibição, sintoma e angústia /

Nakashima, Antonio Henrique Ruiz. January 2019 (has links)
Orientador: Érico Bruno Viana Campos / Banca: Fátima Siqueira Caropreso / Banca: Andre Luiz Gellis / Resumo: A angústia é um afeto que aflige o ser humano em todas as fases da vida e pode ser descrita a partir de seus efeitos e correspondentes fisiológicos. Porém, uma caracterização em termos dinâmicos e propriamente psíquicos se faz necessária, tratando-se de um afeto. Freud envidou esforços para tanto, formulando teorias a respeito da angústia. Em Inibição, sintoma e angústia, ensaio publicado em 1926, ele estabeleceu sua última definição quanto a ela. Entretanto, Lacan, em seminário ministrado entre os anos 1962 e 1963, dedicado ao tema (Seminário 10), recorre ao ensaio de Freud, problematizando alguns pontos e propondo resoluções para os impasses levantados. A partir desse balizamento teórico, a presente pesquisa visa a tematização da angústia segundo o recorte dos momentos da produção intelectual de Freud e Lacan, concernentes às duas obras mencionadas. Trata-se um estudo teórico na área da metapsicologia, tomando a angústia como elemento motivador fundamental da subjetividade. O objetivo geral da investigação constitui-se pelo cotejamento entre as teorias de Freud e Lacan, presentes nas obras Inibição, sintoma e angústia e Seminário 10, buscando caracterizar a angústia em ambas, atentando-se para possíveis aproximações e divergências. A partir disso, o trabalho almeja identificar as perspectivas que o Seminário 10 pode oferecer para a leitura de Inibição, sintoma e angústia. A metodologia consiste na interpretação de ambas as obras, contando com comentadores que se dedicaram a... (Resumo completo, clicar acesso eletrônico abaixo) / Abstract: Anxiety is an affect that afflicts the human being at all stages of life and can be described from its physiological effects. However, a characterization in dynamic and properly psychic terms is necessary, when it is an affection. Freud has made efforts to formulate theories about anxiety. In Inhibition, Symptom and Anxiety, essay published in 1926, he established his last definition of it. However, Lacan, in a seminar uttered between 1962 and 1963, dedicated to the theme (Seminar 10), resorts to Freud's essay, discussing some points and proposing resolutions for the impasses raised. From this theoretical ground, the present research aims at an approach of the anxiety according to the cut of the moments of the intellectual production of Freud and Lacan, concerning the two mentioned works. It is a theoretical study in the area of metapsychology, taking the anxiety as a fundamental motivating element of subjectivity. The general objective of the investigation is the comparison between Freud's and Lacan's theories in the works Inhibition, Symptom and Anxiety and Seminar 10, seeking to characterize the anguish in both, considering possible approximations and divergences. From this, the work aims to identify the perspectives that Seminar 10 can offer for the reading of Inhibition, Symptom and Anxiety. The methodology consists of the interpretation of both works, counting on commentators who dedicated themselves to the subject in question. The hermeneutical expedient used is the ap... (Complete abstract click electronic access below) / Mestre
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Nos limites da transferência: dimensões do intransferível para a psicanálise contemporânea / In the limits of the transference: dimensions of the non-transferable for contemporary psychoanalysis

Maduenho, Alexandre Augusto Martins 23 April 2010 (has links)
Em nossa pesquisa discutimos o tema da impossibilidade transferencial na clínica psicanalítica contemporânea e suas conseqüências na direção daquilo que sugerimos como o intransferível. Quando Freud iniciou suas discussões sobre a transferência, nos Estudos Sobre a Histeria e na Interpretação dos Sonhos, estava instituindo um dos conceitos que demarcaria a especificidade da psicanálise. Seus esforços se desenvolveram no sentido de trazer a transferência para o primeiro plano tanto da técnica, quanto da teoria psicanalítica, pois, seu estatuto clínico e metapsicológico definia uma idéia de sintoma neurótico e uma abordagem clínica que, assim como a proposição do inconsciente, caracterizava a singularidade da psicanálise. Entretanto, com o avanço das reflexões freudianas e, em seguida, com a contribuição dos trabalhos pós-freudianos em psicanálise, cada vez mais foram descobertas outras formas de acontecer psíquico que não dispunham de todos os recursos elaborados que a transferência pressupunha. Nesse sentido, propomos com esse trabalho a díade transferível/intransferível como forma de demarcarmos um limite e nos empenharmos na seguinte questão da nossa tese: se, de acordo com o avanço dos estudos psicanalíticos, é possível reconhecermos o estatuto do que é transferido na transferência em termos de elementos e funções, o que seria possível dizer contemporaneamente dos elementos ou estados intransferíveis? Dedicamo-nos aos estudos de tais elementos ou estados, averiguando três fontes didaticamente distintas, porém, absolutamente interligadas em suas ocorrências: as características das formações psíquicas que estão em questão no intransferível, as funções e disfunções que presidem as situações de intransferibilidades e as especificidades das histórias relacionais objetais que determinam tais impossibilidades. Para esse desenvolvimento, trabalhamos a metapsicologia freudiana proposta nos textos Formulações Sobre os Dois Princípios do Acontecer Psíquico e o Além do Princípio do Prazer e autores posteriores a Freud, com destaque especial para Green, Winnicott e Bion. Nessa escolha nos preocupamos em dar continuidade às pesquisas e ao legado de Freud deixado a nós, situado além do princípio do prazer / In our research we discuss the theme of the impossibility of transference in the contemporary psychoanalytic clinic and its consequences in the direction of that which we consider as the intransferable. When Freud started his discussions about transference, in the Studies in Histeria and in the Interpretation of Dreams, he was instituting one of the concepts that would delimit the specificity of psychoanalysis. His efforts developed in the sense of bringing the notion of transference to the first level of the technique and of the psychoanalytic theory. This is due to its clinic and metapsychologic status of the transference, which defined an idea of neurotic symptom and a clinical approach that, as the proposal of the unconscious, characterised the singularity of psychoanalysis. However, with the development of the Freudian thinking and, next, with the contribution of the studies of pos-Freudians, each time more were discovered other forms of psychic happening that did not have all the elaborated resources that the transference required. In this way, we suggest with this study a transferible/intransferable dyad as a way to demark a limit and to focus on the following question of our thesis: if with the development of the psychoanalytic studies, it is possible to recognise the status of that which is transferred in the transference in terms of elements and functions, what would it be possible to say nowadays about intransferable elements or states? We focus on the studies of those elements or states, analysing three sources didactically distinct, but, absolutely interconnected in its occurrences: the characteristics of the psychic formations that are in question in the intransferable, the functions and disfunctions that are in the situations of the intransferiabilities and the specificities of the object relations stories that determine those impossibilities. For this development we elaborate on the Freudian metapsychology proposed in the studies Formulations on the Two Principles of Mental Functioning and Beyond the Pleasure Principle and on pos-freudian authors, specially Green, Winnicott and Bion. In this choice of authors we aim to give continuity to the legacy of Freud, situated beyond the pleasure principle
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Psicanalise e educação escolar: contribuições de Melanie Klein / Psychoanalysis and school education: contributions by Melanie Klein

Almeida, Alexandre Patricio de 08 June 2018 (has links)
Submitted by Filipe dos Santos (fsantos@pucsp.br) on 2018-07-27T13:30:12Z No. of bitstreams: 1 Alexandre Patricio de Almeida.pdf: 1337156 bytes, checksum: 8624a6c1aa16f114cf9727d0d549037d (MD5) / Made available in DSpace on 2018-07-27T13:30:12Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Alexandre Patricio de Almeida.pdf: 1337156 bytes, checksum: 8624a6c1aa16f114cf9727d0d549037d (MD5) Previous issue date: 2018-06-08 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / Much is discussed about the contributions of psychoanalysis to the most diverse areas of knowledge. Freud was able to produce a science that could rethink the formation and the constitution of a subjective knowledge, focused on the essence of the subject and the affective relations that surround it. The school is a great example of this paradigm. It is in school that many children spend most of their time learning to deal with external conflicts in an attempt to mature their own inner struggles. This interiority was so well explored by Melanie Klein. Its vast theoretical framework, based on the exploration of the infantile inner world and its respective constitutive fantasies, is a great watershed for the understanding of the human being within psychoanalytic epistemology. This research will start from the experiences of the author as an educator and clinical psychoanalyst, in an attempt to articulate the kleinian concepts to the emotional situations witnessed in this professional and personal journey. It is not an instruction manual on how to put Melanie Klein s theory into practice, but rather a broad understanding of its general concepts in order to facilitate an understanding of the complex affective situations that permeate the field of school education. Given the character of this dissertation, there is no way to present closed conclusions, but rather to open the way to educational practices that follow an ethics of the subject, considering children and educators as subjective beings, consisting of emotional experiences, irremediably incomplete and with a character incredibly broad and comprehensive that can not (and should not) be simplified by a theory that sees it simplistically / Muito se discute a respeito das contribuigoes da psicanalise para as mais diversas areas do conhecimento. Freud foi capaz de produzir uma ciencia que pudesse repensar a formagao e a constituigao de um saber subjetivo, voltado a essencia do sujeito e as relagoes afetivas que o circundam. A escola e um grande exemplo desse paradigma. E na escola que muitas criangas passam a maior parte de seu tempo, aprendendo a lidar com conflitos externos, na tentativa de amadurecer seus pr6prios embates internos. lnterioridade essa que foi tao bem explorada por Melanie Klein. Seu vasto arcabougo te6rico que teve como embasamento a exploragao do mundo interno infantil e suas respectivas fantasias constituintes, e um grande divisor de aguas para a compreensao do ser humano dentro da epistemologia psicanalftica. Essa pesquisa partira das vivencias do autor como educador e psicanalista clfnico, na tentativa de articular os conceitos kleinianos as situagoes emocionais presenciadas nesse percurso profissional e pessoal. Nao se trata de um manual de instrugoes sobre como colocar em pratica a teoria de Melanie Klein, mas sim de uma compreensao ampla de seus conceitos gerais com o objetivo de facilitar o entendimento das complexas situagoes afetivas que permeiam o campo da educagao escolar. Dado o carater dessa dissertagao, nao ha como apresentar conclusoes fechadas, mas sim de abrir caminhos para praticas educacionais que sigam em diregao a uma etica do sujeito, considerando criangas e educadores como seres subjetivos, constitufdos de experiencias emocionais, irremediavelmente incompletos e com um carater incrivelmente amplo e abrangente que nao pode (nem deve) ser simplificado por uma teoria que o enxergue de maneira simplista
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As formas da alma : psicanálise, estética e criação

Mota, Amanda de Oliveira 30 July 2018 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2018. / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). / Este trabalho inscreve-se na tradição psicanalítica e tem como tema a dimensão estética da vida psíquica humana, compreendendo tal dimensão como parte primordial da atividade da psique. Chamamos de dimensão estética todos os aspectos da vida psíquica que se apresentam por meio de formas e/ou de padrões formais. Inclui ritmos corpóreos; aspectos da relação do sujeito com objetos e fenômenos sensoriais, como sons; criação de imagens nos sonhos e brincadeiras infantis, no caso das crianças; aspectos sonoros e poéticos da linguagem; relações do sujeito com os objetos culturais, etc. A partir de observações clínicas da autora desta tese, em interlocução com teorias psicanalíticas que enfatizam tal vértice estético, notou-se que a dimensão estética da vida emocional comparece na clínica psicanalítica, podendo ser um fio condutor central da sustentação do acontecimento clínico. Assim, aspectos não verbais podem ser observados nas comunicações dos pacientes, que comunicam por meio de formas e não de sentidos discursivos. Considerando estes pontos, a partir de três construções de casos clínicos, em contextos diferenciados e variações do setting, este trabalho se propõe a pensar uma mesma questão principal, defendendo que a capacidade do analista de sustentar a comunicação estética presentificada no setting é o que possibilita a transformação das formas da vida emocional do paciente. Antes do desenvolvimento dos casos, contudo, primeiramente é feita uma apresentação inicial do que está sendo chamado de a face estética da psicanálise: os desenvolvimentos presentes nas construções clínicas e teóricas psicanalíticas que envolvem discussões sobre as produções estéticas humanas e as relações da psique com elas, bem como os próprios aspectos estéticos das experiências psíquicas. Esta apresentação é feita com o objetivo principal de reconhecer as construções da tradição psicanalítica sobre o tema, entendendo também que por conta da dimensao estética da vida emocional, o vértice estético da psicanálise é inevitável e inerente a tal dimensão. Na abordagem dos autores, priorizam-se as construções de Freud, dos analistas independentes da Escola Britânica de Psicanálise (especialmente D. W. Winnicott) e seus herdeiros contemporâneos, sendo feita uma breve apresentação das ideias destes autores dentro do campo estético. Há um diálogo também com a filósofa da arte Susanne Langer e com o analista Isaías Mehlson, que desenvolve importantes pensamentos psicanalíticos sobre as formas emocionais e a presentificação delas na clínica. São então desenvolvidas as três construções de casos clínicos, nos capítulos 1 a 3 da tese. Nestes casos, as comunicações estéticas foram observadas como ponto central do trabalho psicanalítico. Os casos analisados acontecem não somente na clínica psicanalítica tradicional, com atendimentos individuais no consultório. É apresentado um caso individual com uma criança, um caso de atendimento em grupo de três crianças que apresentavam sintomas autísticos e uma experiência com oficinas de teatro e cinema em um serviço de saúde mental – um Centro de Atenção Psicossocial II. A partir das elaborações acerca da dimensão estética notada nestes três casos, é feita uma síntese teórica final, no capítulo 4. Nesta síntese, é observado que o sentido estético construído por meio de comunicações não verbais possibilita a constituição do espaço potencial presente na clínica. É percebida também a existência de experiências sensoriais nos casos clínicos, que favoreceram a ligação das angústias que precisavam ser elaboradas a imagens de continência, bem como a criação de experiências integradoras para o self. A partir disto, houve expansão da capacidade simbólica e foram observadas experiências mutativas. Reverberando tais elaborações clínicas, são propostas, em forma de esboço, algumas construções metapsicológicas, que buscam construir pontes entre as noções de sensorialidade, pulsionalidade, sonho, experiência estética e expansão do brincar. Também é apresentada a compreensão de Mehlson sobre as formas expressivas da vida emocional, o que é relacionado às teorias psicanalíticas winnicottianas, bem como à noção de formas da alma. Tal noção é proposta nesta tese para reunir uma série de fenômenos que demonstram o movimento contínuo da psique de busca, criação e encontro de formas que veiculem a vida emocional. As formas da alma se apresentam, assim, como um continuum de experiências psíquicas, das mais simples às mais complexas, em que a vida subjetiva busca criar e encontrar formas no mundo, que dão sentido para o self e suas experiências, bem como para a realidade externa. Tais formas também se presentificam na clínica psicanalítica. Uma vez que é encontrando formas no mundo que a experiência psíquica pode se integrar, se conhecer e se desenvolver, este encontrar de formas é essencial também na clínica, motivo pelo qual a sustentação da comunicação estética é o que permite as experiências de transformações, em psicanálise. Por fim, nas considerações finais, são apresentados os pontos que precisam ser melhor elaborados em trabalhos posteriores e também discute-se um pouco as questões da tese relacionadas com a inscrição do sujeito na cultura contemporânea, defendendo-se a importância da apresentação de experiências estéticas significativas na cultura, como favorecimento para o enriquecimento simbólico. / This work enters in the psychoanalytical tradition and its subject is the aesthetical dimension of the psychic human life, understanding that this dimension is a primordial part of psyche’s activity. We call aesthetical dimension all the aspects of psychic life that present themselves through forms or form patterns. They include corporal rhythms; aspects of the relation of the individual with objects and sensorial phenomena, as sounds; creation of images in dreams and children playing; voiced and poetic aspects of the language; relations of the individual with cultural objects, etc. From clinical observations of the author of this thesis, dialoguing with psychoanalytical theories that emphasize this aesthetical vertex, it was noticed that the aesthetical dimension of emotional life is present in the psychoanalytical clinic and it can be the central thread to hold the clinical happening. We observe non-verbal aspects in the patient’s communication that communicate through forms and not discursive meanings. Considering these points, from the construction of three clinical cases, in different contexts and variations of settings, this work proposes to think one main question, defending that the analyst capacity to hold the aesthetical communication present in the clinical setting is what enables the transformation of the forms of the patient’s emotional life. Before the developing of the cases, however, first it is made an initial presentation of what is being called the psychoanalysis aesthetical face: developments present in the theoretical and clinical psychoanalytical constructions, that involves discussions about the human aesthetical productions and the relationship of the psyque with them, as well the aesthetical aspects of the psychic experiences. This presentation is made with the main objective of recognizing the constructions of the psychoanalytic tradition about the subject, understanding that because of the aesthetical dimension of the emotional life, the aesthetical vertex of psychoanalysis is inevitable and inherent of this dimension. About the authors used in this work, we priorize the constructions made by Freud, the independent analysts of the Britanic School of Psychoanalysis (specially D. W. Winnicott) and his contemporary heirs, and it is made a brief presentation of these authors ideas in the aesthetical field. There is also a dialogue with Susanne Langer, an art philosopher, and the analyst Isaias Mehlson, that develops important psychoanalytical thoughts about the emotional shapes and their presence in the clinic. It is developed three clinical cases constructions, in the chapters 1 to 3 of the thesis. In this cases, the aesthetical communications were observed as a central point of the psychoanalytical work. They happen not only in the traditional psychoanalytical setting, with individual sessions in the clinic. It is presented one individual case with a child, one grupal case with three children that presented autistic symptoms and one experience with theater and cinema workshops in a Brazilian public mental health service, Centro de Atenção Psicossocial II. From the elaborations about the aesthetical dimension presented in the three cases, it is made a final theoretical synthesis, in chapter 4. In this synthesis, it is observed that the aesthetical sense developed in nonverbal communications enables the constitution of the potential space present in the clinic. It is also noticed the existence of sensorial experiences in the clinical cases, that favored the linkage of the anguish that needed to be elaborated to continence images, as well as the creation of integrative experiences to the self. From these, there was an expansion of the symbolic capacity and it was observed mutative experiences. Reverberating these clinical elaborations, it is proposed, as an sketch, some metapsychological constructions, that search for building bridges between the notions of sensitivity, impulses, dream, aesthetical experience and expansion of playing. It is also presented the Mehlson’s comprehension of the expressive forms of emotional life, what is related to the Winnicott’s psychoanalytical theories, as well as the notion of forms of the soul. This notion is proposed in this thesis as a continuum of psychic experiences, from the most simple to the most complex, in which the subjective life searches for creating and finding forms in the world, that give sense to the self and its experiences, as well as to the external reality. These forms are also present in the psychoanalytical clinic. Once it is by finding forms in the world that the psychic experience can integrate, know and develop itself, this finding of forms in essential to the clinical experience as well. This is the reason why this holding of the aesthetical experience is what enables the transformation experiences in psychoanalysis. By the end, in the final considerations, it is presented the points that need to be better developed and also is and also it is discussed a few about the relation of the questions presented in the thesis with the relationship of the subject with the contemporary culture.
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Contribuições da ética da psicanálise à política pública de saúde / Contributions of ethics of psychoanalysis for public health policy

Fernandes, Verônica Alves 24 June 2013 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-29T13:31:04Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Veronica Alves Fernandes.pdf: 735488 bytes, checksum: 17a9a3ad754bc7c9da20380eae98f911 (MD5) Previous issue date: 2013-06-24 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The present study aims to create a reflecion on how the psychoanalytic theory supported in clinical practice and based on ethics of well say desire can be as a beacon for institutions on showing other ways of dealing with the ideals, values and laws instituted in the social field. We start with a brief history of the Health Reform Movement in Brazil and how it has culminated with the establishment of the SUS. Then, we present the basic health care foccus (ABS) and we questioned the malaise that is present in the relationships developed between patients and healthcare professionals at UBS, as well as the barriers and obstacles that exist for the realization and consolidation on adverstising health prevention actions performed at this services centers. A literature review allowed us to verify the insertion of psychoanalysis in different health services, particularly in mental health network and hospital care, noting the importance of the listening of the singularity of the subject in these spaces and the effects of shifts in rigid positions and ideals of patients, the team of health professionals and therefore, the institutional relations. We used the theoretical and methodological psychoanalytic speech oriented by the teachings of Freud and Jacques Lacan to demonstrate the contribution of psychoanalysis to the ethics of public health, including primary care services, taking relevance on the fact that psychoanalysis does not flinch when faces the speech of the subject, only element that can make an exception and break the homogeneity and standardization of all that generalizable knowledge, seeking universality, ultimately crystallize on the subject and in its history. Giving voice to the subject seems essential if we are to advance the goals of health initiatives that aim a change on the territories of the ones that live in large urban centers, which, therefore, must go beyond the effects of interventions in socio-economic and culture where the community and the individual are / O presente estudo teve por objetivo refletir como a teoria psicanalítica sustentada na prática clínica pautada na ética de bem-dizer o desejo, pode sinalizar nas instituições outros modos de lidar com os ideais, valores e as leis instituídos no campo social. Partimos de um breve histórico do Movimento da Reforma Sanitária no Brasil que culminou com a instituição dos SUS e, em seguida, apresentamos a atenção básica à saúde (ABS) e interrogamos o mal-estar que se faz presente nas relações que se estabelecem entre pacientes e profissionais de saúde nas UBS, assim como os impasses e obstáculos que se verificam para a efetivação e consolidação das ações de promoção e prevenção à saúde realizadas nestes serviços. Uma revisão bibliográfica nos permitiu verificar a inserção da psicanálise em diversos serviços de saúde, principalmente, na rede de saúde mental e na atenção hospitalar, assinalando a importância de sustentar a escuta do singular do sujeito nestes espaços e os efeitos de deslocamentos em posições rígidas e pré-concebidas nos pacientes, na equipe de profissionais da saúde e, consequentemente, nas relações institucionais. Utilizamos como marco teórico-metodológico o discurso psicanalítico orientado no ensino de Freud e Jacques Lacan para demonstrar a contribuição da ética da psicanálise para o campo da saúde pública, incluindo os serviços de atenção básica, atentando para o fato de que a psicanálise não recua diante da fala do sujeito, único elemento que pode fazer exceção e marcar uma ruptura na homogeneidade e padronização de todo saber generalizável que, buscando a universalidade, acaba por cristalizar o sujeito em sua história. Dar voz ao sujeito nos parece essencial se pretendemos avançar nos objetivos das ações em saúde que visam mudanças nos territórios de vida das populações dos grandes centros urbanos, que, para tanto, devem ir além de intervenções nos efeitos decorrentes das condições sócio-econômicas e culturais em que a comunidade e o sujeito se encontram
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A supervisão como interrogante da práxis analítica: desejo de analista e a transmissão da psicanálise / Supervision as that which questions analytical praxis: analyst desire and the transmission of psychoanalysis

Broide, Emília Estivalet 06 April 2017 (has links)
Submitted by Filipe dos Santos (fsantos@pucsp.br) on 2017-04-19T12:01:34Z No. of bitstreams: 1 Emília Estivalet Broide.pdf: 885170 bytes, checksum: 053be39d6b29d9e89110cb50d70350fc (MD5) / Made available in DSpace on 2017-04-19T12:01:34Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Emília Estivalet Broide.pdf: 885170 bytes, checksum: 053be39d6b29d9e89110cb50d70350fc (MD5) Previous issue date: 2017-04-06 / In the present study, we cover the praxis of psychoanalytical supervision and it’s effects, starting with a reflection on the training of psychoanalysts and transmission of psychoanalysis. We will make a brief incursion on the history of the psychoanalytical movement, highlighting the elements that initiate the process of construction of the discipline, while we situate the supervision praxis role in this process. Then we will examine the latter developments of the praxis, beyond the scope of psychoanalytical training, to include the contribution of psychoanalytical supervision in the work with teams and professionals, of varied backgrounds and theoretical orientations, working in critical social situations in different social contexts. Our objective, throughout the research, was to highlight that the “non-knowing” is inherent and structural to supervision. It is assumed that psychoanalytical supervision is less responsible for what the supervisor teaches about a case or theory, and more by the transmission of an ethic, by the means of both the supervisor and the one being supervised upholding a “non-knowing” position. The thesis being that supervision is thus constituted as an ethical-political questioner of psychoanalytical praxis, as it allows the understanding of the limits of the clinic, theories and its formalizations, which enable the “non-knowing” to enter the stage as fuel for the supervision practice itself. The one being supervised searches for knowing and certainty in the case in question, while is the role of the supervisor to refuses the superiority over the one he supervises and thus invites commitment with the case under supervision. Therefore, the clinical case will be the conducting thread which enables unconscious and transference as operators guiding the clinical listening in contexts beyond analytical, allowing psychoanalytical discourses in the practices on public policies and in supervision of health professionals and social workers. The theoretical framework that bases the present research is the works of Freud and Lacan / Neste trabalho abordamos a práxis de supervisão e seus efeitos, a partir da reflexão sobre o dispositivo de supervisão na formação do analista e na transmissão da psicanálise. Faremos uma breve leitura da história do movimento psicanalítico, colocando relevo nos elementos que deram início ao movimento científico para a construção da disciplina psicanalítica, situando o lugar da supervisão ao longo da história da psicanálise. Em seguida analisaremos os posteriores desdobramentos desta práxis, para além dos espaços específicos da formação de analistas, ou seja, na contribuição do dispositivo de supervisão psicanalítica junto a equipes e profissionais de variadas formações e orientações teóricas, que trabalham em situações sociais críticas em diferentes contextos sociais. Nosso objetivo, ao longo da pesquisa, foi o de destacar que o não saber é intrínseco e estrutural ao dispositivo de supervisão. Parte-se da hipótese de que a supervisão psicanalítica é menos responsável pelo que o supervisor ensina sobre um caso ou explicita da teoria, e mais pela transmissão de uma ética, a partir da sustentação do lugar de não saber tanto do lado do supervisionando quanto do lado do supervisor. A tese é que o dispositivo de supervisão constitui-se, então, como interrogante ético e político da práxis psicanalítica, uma vez que capta o limite da clínica, da teoria e de sua formalização, possibilitando a entrada em cena do não saber como motor do dispositivo. O supervisionando é lançado na busca de saber diante do caso que o interroga. Do lado do supervisor, o não saber em causa estabelece uma posição de recusa à mestria e, dessa forma, convoca a implicação do supervisionando no caso interrogado. O caso clínico em supervisão, portanto, será o fio condutor que possibilitará situar o inconsciente e a transferência como operadores que orientam a escuta clínica em contextos que extrapolam a formação analítica, fazendo incidir o discurso psicanalítico nas políticas públicas, nas supervisões a equipes técnicas de saúde e assistência social. O referencial teórico que fundamenta a presente pesquisa são as obras de Freud e Lacan
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O caderno de Wassily: um estudo sobre a violência na clínica psicanalítica / Wassilys notebook: a study on violence in the Psychoanalytical clinic

Molin, Eugênio Canesin Dal 20 April 2018 (has links)
A violência é um fenômeno complexo e interdisciplinar que se mostra, entre outros lugares, na clínica psicanalítica. Nesta, a violência aparece por meio dos relatos dos pacientes sobre suas experiências nas posições de sujeito, objeto ou testemunha de atos marcados pelo excesso, pela destrutividade e pelo terror. O fenômeno também ganha forma na clínica psicanalítica de outras duas maneiras: ao despertar, no analista, movimentos contratransferenciais que revelam sua própria violência, em geral negada, e na encenação feita pelo paciente, durante as sessões, de suas experiências de violência. Freud trata a violência como um conceito ao apresentar sua teoria sobre a gênese do social, mas não restringe o uso do termo a essas ocasiões; a violência também é localizada na intensidade de alguns elementos da vida psíquica, como o trauma, o par sadismo e masoquismo, a agressividade e a pulsão de morte. Partimos de três figuras que ilustram aspectos do fenômeno e procuramos distinguir a trama teórica que permite analisá-las. De um gênero que poderia ser identificado com o excesso, chegamos a um fenômeno marcado pelo confronto do Eu com o meio e no esforço de manutenção de suas fronteiras. O que se experimenta é uma invasão geradora de movimentos defensivos que podem levar o sujeito à identificação com o agressor ou ao contra-ataque. Contamos com as ideias de Sándor Ferenczi, Michael Balint e Donald Winnicott para ampliar o escopo dessa leitura. A reação posterior à invasão pode também ser libidinizada e adquirir a forma de sadismo, como exemplificamos por meio de material clínico. É na clínica, especificamente na dinâmica transferencial-contratransferencial, que encontramos a repetição e a atuação do que foi experimentado como ataques ao corpo, ao Eu e à identidade. Durante as sessões, a violência sofrida anteriormente é atualizada com mudanças de posição, deslocamentos e encenações por meio da brincadeira, no caso de crianças. Descrevemos como o analista acompanha essa atualização fazendo uso de seu próprio mundo interno, de sua elasticidade identificatória, ao ocupar temporariamente os lugares que lhe são atribuídos transferencialmente, e agir a partir dali e de sua capacidade de elaboração dos elementos trazidos pelo paciente / Violence is a complex and interdisciplinary phenomenon that shows itself, among other places, in the Psychoanalytic clinic. There, violence appears through the patients reports on their experiences in the positions of subject, object or witness of excessive acts, destructiveness and terror. The phenomenon also takes shape within the Psychoanalytic clinic in other two ways: the awakening, in the analyst, of countertransference movements that reveal their own violence, generally denied, and in the staging made by the patient, during the sessions, of their experiences of violence. Freud addresses violence as a concept by presenting his theory about the genesis of the social, but does not restrict the use of the term to these occasions; violence may also be located in the intensity of some elements of psychic life, such as trauma, sadism and masochism, aggressiveness and death drive. We base ourselves on three figures that illustrate aspects of the phenomenon and try to distinguish the theoretical framework that allows analyzing them. From a genre that could be identified with excess, we reach a phenomenon marked by the confrontation of the Self with the environment in the effort of maintaining its borders. An invasion that generates defensive movements which may lead the subject to identify with the aggressor or to counterattack is thus experienced. We have used the ideas of Sándor Ferenczi, Michael Balint and Donald Winnicott to broaden the scope of these ideas. The reaction after the invasion can also be libidinized and acquire the form of sadism, as we have exemplified through clinical material. It is in the clinic, specifically in the transference-countertransference dynamics, that we find the repetition and the acting-out of what has been experienced as attacks on the body, on the Self and on identity. During the sessions, the violence suffered earlier is reassessed with changes of position, displacements and staging through games, in the case of children. We have described how the analyst accompanies this reassessment by making use of their own inner world, of their identificatory elasticity, to temporarily occupy the places allocated to them through transferences, and start act from there, based on their ability to elaborate the elements brought by the patient
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O caderno de Wassily: um estudo sobre a violência na clínica psicanalítica / Wassilys notebook: a study on violence in the Psychoanalytical clinic

Eugênio Canesin Dal Molin 20 April 2018 (has links)
A violência é um fenômeno complexo e interdisciplinar que se mostra, entre outros lugares, na clínica psicanalítica. Nesta, a violência aparece por meio dos relatos dos pacientes sobre suas experiências nas posições de sujeito, objeto ou testemunha de atos marcados pelo excesso, pela destrutividade e pelo terror. O fenômeno também ganha forma na clínica psicanalítica de outras duas maneiras: ao despertar, no analista, movimentos contratransferenciais que revelam sua própria violência, em geral negada, e na encenação feita pelo paciente, durante as sessões, de suas experiências de violência. Freud trata a violência como um conceito ao apresentar sua teoria sobre a gênese do social, mas não restringe o uso do termo a essas ocasiões; a violência também é localizada na intensidade de alguns elementos da vida psíquica, como o trauma, o par sadismo e masoquismo, a agressividade e a pulsão de morte. Partimos de três figuras que ilustram aspectos do fenômeno e procuramos distinguir a trama teórica que permite analisá-las. De um gênero que poderia ser identificado com o excesso, chegamos a um fenômeno marcado pelo confronto do Eu com o meio e no esforço de manutenção de suas fronteiras. O que se experimenta é uma invasão geradora de movimentos defensivos que podem levar o sujeito à identificação com o agressor ou ao contra-ataque. Contamos com as ideias de Sándor Ferenczi, Michael Balint e Donald Winnicott para ampliar o escopo dessa leitura. A reação posterior à invasão pode também ser libidinizada e adquirir a forma de sadismo, como exemplificamos por meio de material clínico. É na clínica, especificamente na dinâmica transferencial-contratransferencial, que encontramos a repetição e a atuação do que foi experimentado como ataques ao corpo, ao Eu e à identidade. Durante as sessões, a violência sofrida anteriormente é atualizada com mudanças de posição, deslocamentos e encenações por meio da brincadeira, no caso de crianças. Descrevemos como o analista acompanha essa atualização fazendo uso de seu próprio mundo interno, de sua elasticidade identificatória, ao ocupar temporariamente os lugares que lhe são atribuídos transferencialmente, e agir a partir dali e de sua capacidade de elaboração dos elementos trazidos pelo paciente / Violence is a complex and interdisciplinary phenomenon that shows itself, among other places, in the Psychoanalytic clinic. There, violence appears through the patients reports on their experiences in the positions of subject, object or witness of excessive acts, destructiveness and terror. The phenomenon also takes shape within the Psychoanalytic clinic in other two ways: the awakening, in the analyst, of countertransference movements that reveal their own violence, generally denied, and in the staging made by the patient, during the sessions, of their experiences of violence. Freud addresses violence as a concept by presenting his theory about the genesis of the social, but does not restrict the use of the term to these occasions; violence may also be located in the intensity of some elements of psychic life, such as trauma, sadism and masochism, aggressiveness and death drive. We base ourselves on three figures that illustrate aspects of the phenomenon and try to distinguish the theoretical framework that allows analyzing them. From a genre that could be identified with excess, we reach a phenomenon marked by the confrontation of the Self with the environment in the effort of maintaining its borders. An invasion that generates defensive movements which may lead the subject to identify with the aggressor or to counterattack is thus experienced. We have used the ideas of Sándor Ferenczi, Michael Balint and Donald Winnicott to broaden the scope of these ideas. The reaction after the invasion can also be libidinized and acquire the form of sadism, as we have exemplified through clinical material. It is in the clinic, specifically in the transference-countertransference dynamics, that we find the repetition and the acting-out of what has been experienced as attacks on the body, on the Self and on identity. During the sessions, the violence suffered earlier is reassessed with changes of position, displacements and staging through games, in the case of children. We have described how the analyst accompanies this reassessment by making use of their own inner world, of their identificatory elasticity, to temporarily occupy the places allocated to them through transferences, and start act from there, based on their ability to elaborate the elements brought by the patient
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Nos limites da transferência: dimensões do intransferível para a psicanálise contemporânea / In the limits of the transference: dimensions of the non-transferable for contemporary psychoanalysis

Alexandre Augusto Martins Maduenho 23 April 2010 (has links)
Em nossa pesquisa discutimos o tema da impossibilidade transferencial na clínica psicanalítica contemporânea e suas conseqüências na direção daquilo que sugerimos como o intransferível. Quando Freud iniciou suas discussões sobre a transferência, nos Estudos Sobre a Histeria e na Interpretação dos Sonhos, estava instituindo um dos conceitos que demarcaria a especificidade da psicanálise. Seus esforços se desenvolveram no sentido de trazer a transferência para o primeiro plano tanto da técnica, quanto da teoria psicanalítica, pois, seu estatuto clínico e metapsicológico definia uma idéia de sintoma neurótico e uma abordagem clínica que, assim como a proposição do inconsciente, caracterizava a singularidade da psicanálise. Entretanto, com o avanço das reflexões freudianas e, em seguida, com a contribuição dos trabalhos pós-freudianos em psicanálise, cada vez mais foram descobertas outras formas de acontecer psíquico que não dispunham de todos os recursos elaborados que a transferência pressupunha. Nesse sentido, propomos com esse trabalho a díade transferível/intransferível como forma de demarcarmos um limite e nos empenharmos na seguinte questão da nossa tese: se, de acordo com o avanço dos estudos psicanalíticos, é possível reconhecermos o estatuto do que é transferido na transferência em termos de elementos e funções, o que seria possível dizer contemporaneamente dos elementos ou estados intransferíveis? Dedicamo-nos aos estudos de tais elementos ou estados, averiguando três fontes didaticamente distintas, porém, absolutamente interligadas em suas ocorrências: as características das formações psíquicas que estão em questão no intransferível, as funções e disfunções que presidem as situações de intransferibilidades e as especificidades das histórias relacionais objetais que determinam tais impossibilidades. Para esse desenvolvimento, trabalhamos a metapsicologia freudiana proposta nos textos Formulações Sobre os Dois Princípios do Acontecer Psíquico e o Além do Princípio do Prazer e autores posteriores a Freud, com destaque especial para Green, Winnicott e Bion. Nessa escolha nos preocupamos em dar continuidade às pesquisas e ao legado de Freud deixado a nós, situado além do princípio do prazer / In our research we discuss the theme of the impossibility of transference in the contemporary psychoanalytic clinic and its consequences in the direction of that which we consider as the intransferable. When Freud started his discussions about transference, in the Studies in Histeria and in the Interpretation of Dreams, he was instituting one of the concepts that would delimit the specificity of psychoanalysis. His efforts developed in the sense of bringing the notion of transference to the first level of the technique and of the psychoanalytic theory. This is due to its clinic and metapsychologic status of the transference, which defined an idea of neurotic symptom and a clinical approach that, as the proposal of the unconscious, characterised the singularity of psychoanalysis. However, with the development of the Freudian thinking and, next, with the contribution of the studies of pos-Freudians, each time more were discovered other forms of psychic happening that did not have all the elaborated resources that the transference required. In this way, we suggest with this study a transferible/intransferable dyad as a way to demark a limit and to focus on the following question of our thesis: if with the development of the psychoanalytic studies, it is possible to recognise the status of that which is transferred in the transference in terms of elements and functions, what would it be possible to say nowadays about intransferable elements or states? We focus on the studies of those elements or states, analysing three sources didactically distinct, but, absolutely interconnected in its occurrences: the characteristics of the psychic formations that are in question in the intransferable, the functions and disfunctions that are in the situations of the intransferiabilities and the specificities of the object relations stories that determine those impossibilities. For this development we elaborate on the Freudian metapsychology proposed in the studies Formulations on the Two Principles of Mental Functioning and Beyond the Pleasure Principle and on pos-freudian authors, specially Green, Winnicott and Bion. In this choice of authors we aim to give continuity to the legacy of Freud, situated beyond the pleasure principle

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