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Terapia comunitária: espaço de re-significação do sofrimento de trabalhadores de enfermagem / Community Therapy: space for the resignification of suffering of the nursing workers

Zago, Karine Santana de Azevedo 28 February 2012 (has links)
Este estudo teve por objetivo analisar as implicações da Terapia Comunitária (TC) enquanto instrumento de intervenção no sofrimento dos trabalhadores de uma Unidade de Internação Psiquiátrica de um Hospital Geral (UIPHG). Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa do tipo estudo de caso e participante. A coleta de dados foi realizada em três fases, sendo que na primeira recorreu-se à entrevista semiestruturada que buscou conhecer o trabalho, as dificuldades e frustrações de membros da equipe de enfermagem. A segunda fase constituiu na aplicação de 26 sessões de Terapia Comunitária, desenvolvidas de acordo com sua metodologia. A última fase foi composta por entrevista semiestruturada de modo a conhecer as implicações da Terapia Comunitária no sofrimento dos trabalhadores. A análise foi conduzida segundo a Análise Temática de Conteúdo. Os dados foram discutidos à luz da Psicodinâmica do Trabalho de Christopher Dejours. Construíram-se os núcleos temáticos com base em dois grandes temas: o cuidar e o sofrer dos trabalhadores de enfermagem da UIPHG e a Terapia enquanto instrumento de intervenção neste sofrimento. Dentre as categorias do cuidar, foi encontrado o cuidar centrado na doença e o cuidar do paciente em crise; entre as categorias do sofrer, estão o sofrer pela ameaça física, pelo medo, pelos conflitos nas relações de trabalho, e pela falta de reconhecimento. Por meio da análise da TC, observou-se que essa metodologia funciona como um espaço público para a re-significação das relações de trabalho, por meio da convivência, troca de experiências de vida, alívio das tensões do trabalho, de apoio, construção de vínculos e resgate da cooperação. Considera-se que a TC intervem no sofrimento dos trabalhadores uma vez que, por meio de um espaço de partilha, o qual proporciona conhecimento mútuo, identificação, sensibilização, admiração pelas histórias de sofrimento e superação, muitos trabalhadores passam a considerarem-se antes de tudo como seres humanos e, somente então, como trabalhadores. Ao melhor conhecerem o homem do trabalho e não apenas o trabalho do homem re-significam suas relações, os conflitos interpessoais são redimensionados pela compreensão, colaboração e vínculos solidários. Assim, o sofrimento no trabalho torna-se passivel de intervenção. / This research is aimed at analising the emplications of Community Therapy (CT) while an instrument for the intervention into the suffering of the workers at the Psychiatric Admission Unit of a General Hospital (PAUGH). It consists of a research of a qualitative nature of the case-participant study. Data collection was carried out in three steps, the first one being performed through semi-structured interview with the purpose of getting acquainted with the a work, and the difficulties and frustrations of the nursing team members. The second step consisted in the holding of twenty six Community Therapy sessions, developed according to its own methodology. The last step comprised semi-structured interviews performed in such a way as to get acquainted with the implications of Community Therapy in the suffering of the workers. The analysis was conducted according to the Content Subject Analysis. These data were discussed in the light of Christopher Dejours\'s Work Psychodynamics. The subject or theme nuclei were formed basing on two major themes: the care and the suffering of the nursing workers of the PAUGH and the therapy while an instrument of intervention into said suffering. Among the categories of care, two features were observed, i.e., the care centered on the disease and the care of the patient in crisis; among the categories of suffering are suffering under physical threat, fear, conflicting work relations and lack of acknowledgement. Through the analysis of CT it was observed that this methodology works as a public space for the resignification of the work relationships, by means of living together, exchange of life experiences, relief of work stresses, support, a building up of ties and reestablishment of cooperation. It is assumed that CT intervenes in the suffering of the workers as - by means of a sharing space, which provides mutual knowledge, identification, sensitization, admiration for histories of suffering and the subsequent overcoming - many workers begin to the consider themselves, above all, as human beings and, only then, as workers. Upon getting a better knowledge of the working man, and not only of the work of man, resignify their relations, redimension their interpersonal conflicts through understanding, cooperation and solidarity ties. Thus, suffering in the work becomes liable to intervention.
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Os sentidos de experiências de trabalho em tempos de flexibilização / The senses of the work experiences at a flexibilization time

Kindi, Estair 09 May 2013 (has links)
Este trabalho procura compreender os impactos e sentidos das experiências de trabalho vivenciadas por sujeitos em tempos de capitalismo flexível, com reestruturação produtiva e flexibilização do trabalho. Para isso, primeiramente, aborda a história das transformações que ocorreram nas formas de organização do trabalho no capitalismo ao longo dos séculos XX e início do século XXI: Taylorismo, Fordismo, Toyotismo, e a acumulação flexível com base na visão socioeconômica marxista. Depois, analisa os modos de subjetivação dessas formas de organização, utilizando o referencial teórico da Psicanálise e da Psicodinâmica do Trabalho. Em seguida, busca compreender a forma como o trabalho tem se organizado na contemporaneidade apontando seus efeitos em termos de subjetividade e psicopatologia. Por fim, faz o estudo de caso de dois sujeitos trabalhadores de grandes corporações inseridas na economia da acumulação flexível. Os principais resultados do estudo apontam o retrato de duas experiências distintas. Em uma delas o sujeito sofre com sua situação de trabalho, questiona as condições em que ela ocorre, resultando em sua saída do ambiente corporativo. Na outra, o sujeito vivencia de maneira positiva sua situação de trabalho, busca estratégias de adaptação à mesma e parece realizar-se com o trabalho desenvolvido em uma corporação. Em suma, os impactos e sentidos dessas experiências vivenciadas em tempos de capitalismo flexível não são homogêneos, nem coerentes entre si, mas antes contraditórios e plurais, que gera desde um sofrimento acentuado até uma situação de adaptação significativa, delineando o mosaico do mundo do trabalho contemporâneo / This research seeks to understand the impacts and meanings of work experiences of subjects in times of flexible capitalism, with productive restructuring and labor flexibility. To do that, first the history of the transformations that occurred in the forms of work organization in capitalism over the twentieth and early twenty-first century is covered: those of Taylor, Ford, Toyota, and flexible accumulation based on the Marxist socioeconomic vision. Then the modes of subjectivity of these forms of organization are analyzed, using the theoretical framework of Psychoanalysis and Psychodynamics of Work. Then, an understanding of how the work is contemporaneously organized is sought, pointing out its effects in terms of subjectivity and psychopathology. Finally, the case study of two subjects, employees of large corporations, inserted into the flexible accumulation economy, is done. The main results of the study point to the picture of two distinct experiences. In one of them, the subject suffers with their work situation, questioning the conditions under which it occurs, resulting in his departure from the corporate environment. In the other, the subject experiences his work situation in a positive way, seeking strategies of adaptation to it and seeming to carry out the work developed in a corporation. As a conclusion, the impact and meanings of these experiences in times of flexible capitalism are not homogeneous nor coherent, but rather contradictory and plural, which generates sharp suffering to a situation of significant adaptation, outlining the mosaic of the contemporary world of work
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O TRABALHO E A DOCÊNCIA EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR PÚBLICA: O CASO DOS PROFESSORES DE ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS.

Fleury, Alessandra Ramos Demito 10 December 2013 (has links)
Made available in DSpace on 2016-07-27T14:18:39Z (GMT). No. of bitstreams: 1 ALESSANDRA RAMOS DEMITO FLEURY.pdf: 9617369 bytes, checksum: a6ac3e34563293c29f5b96e79826acf2 (MD5) Previous issue date: 2013-12-10 / O trabalho docente nas Instituições federais de ensino superior (Ifes) tem sido marcado por um contexto de intensificação, precarização e flexibilização nos últimos anos. A invasão da lógica neoliberal no espaço universitário trouxe implicações para o cotidiano de trabalho docente, o qual passou a se orientar pelas premissas da eficiência e da produtividade. Este contexto desenvolveu novas formas de organização do trabalho docente, influenciando suas relações socioprofissionais e suas vivências de prazer e sofrimento. Esta tese teve o objetivo de descrever e analisar, com base em categorias de análise da clínica psicodinâmica do trabalho, as vivências dos docentes da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás (UFG) em relação ao seu trabalho na instituição de ensino superior (IES). Para tanto, buscou-se identificar os elementos que causam vivências de prazer e sofrimento nos docentes e que se relacionam ao seu contexto de trabalho, compreender as estratégias defensivas coletivas utilizadas pelo grupo em relação ao sofrimento gerado pelos constrangimentos no trabalho e verificar as possibilidades de constituição de um espaço de discussão coletivo. Foram desenvolvidos dois estudos para alcançar esse objetivo. O primeiro baseou-se em uma análise documental, a qual analisou os cadernos de avaliação institucional, e um diagnóstico organizacional elaborado por empresa de consultoria especializada na área. O estudo I também envolveu a realização de entrevistas individuais, relacionadas à temática das categorias da psicodinâmica do trabalho. O segundo estudo foi desenvolvido com base na validação dos dados do estudo I e realizado em sessões coletivas com os professores da Faculdade de Odontologia da UFG. O referencial teórico para interpretação dos resultados foi a Psicodinâmica do trabalho, a qual é imbuída de uma ética de defesa da saúde do trabalhador e de sua ação autônoma e transformadora das formas patogênicas de gestão e organização do trabalho. Os resultados das análises indicam que as vivências de sofrimento relacionam-se à sobrecarga, à falta de reconhecimento e aos conflitos presentes nas relações socioprofissionais, e que todos estes elementos se relacionam com a liberdade e a autonomia do professor. Essas, percebidas pelos professores como fontes de prazer, possibilitam o uso das estratégias defensivas do individualismo e do isolamento, e auxiliam o enfrentamento da sobrecarga de trabalho, das relações interpessoais conflituosas e da cobrança por produtividade. A liberdade e a autonomia contribuem para o prazer, mas também para o sofrimento, pois dificultam a formação de um coletivo capaz de restaurar a solidariedade e a confiança entre os professores e que possibilitaria ao docente deliberar coletivamente sobre as dificuldades enfrentadas no cotidiano de trabalho, elaborando soluções compartilhadas, promovendo o reconhecimento sobre o seu engajamento, e o exercício pleno da liberdade e da autonomia, as quais poderiam modificar o seu contexto de trabalho. As vivências de prazer dos professores estão relacionadas ao convívio com os alunos, à sala de aula e ao significado da profissão docente em sua potência em transformar realidades. Conclui-se que o reconhecimento do aluno constitui um tipo singular, o qual ressignifica o sofrimento docente advindo da sobrecarga de trabalho e da ausência de outros reconhecimentos.
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AS VIVÊNCIAS DOS EMPREENDEDORES EM RELAÇÃO AO SEU TRABALHO: uma intervenção em clínica do trabalho

Guimarães Júnior, Edward Humberto 01 December 2012 (has links)
Made available in DSpace on 2016-07-27T14:20:37Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Edward Humberto Guimaraes Junior.pdf: 1080794 bytes, checksum: f6d9121d083ada0ba50d3b8cfa39186c (MD5) Previous issue date: 2012-12-01 / This paper aims to conduct a clinical intervention in the work from the understanding of the experiences of a group of entrepreneurs in relation to their work, with the psychodynamic approach to work. We sought to understand the psychological and subjective aspects that are mobilized from the relations and work organization of entrepreneurs and their defenses against disease. 4 group sessions were conducted with a group of eight duration developers with a total of about 12 hours. The sessions were videotaped and later analyzed using technical analysis as a core of meaning validated by Mendes (2007) based on content analysis of Bardin (2002). The results were presented based on Analysis of the Clinical Work - ACT validated by Mendes (2011). The experiences of entrepreneurs in relation to their work are marked by a routine of surprises, having to deal with government bureaucracy and the difficulty of obtaining skilled labor that contributes to the success of your business. Although they have a greater power to establish standards and controls in the organizations they create themselves, they are subject to performance standards set by the market in which they operate and mainly by the demands of its customers, in addition, the entrepreneurs are constantly charged by their own officials. It was also found that entrepreneurs are selfemployed managers and multifunctional, not limited to a day of work as other employees. They recognize the lack of preparedness to manage your own business and resaltam the difficulties of communication with their employees and establish their management style. The intervention mainly contributed towards the entrepreneurs to awaken to improve communication with their teams and appreciate the necessity of receiving foreign aid to the recognition and improvement of their management style. / Esta dissertação tem como objetivo realizar uma intervenção em clínica do trabalho a partir da compreensão das vivências de um grupo de empreendedores em relação ao seu trabalho, tendo como abordagem a psicodinâmica do trabalho. Buscou-se analisar os aspectos psíquicos e subjetivos que são mobilizados a partir das relações e da organização do trabalho dos empreendedores e as suas defesas contra o adoecimento. Foram realizadas 4 sessões coletivas com um grupo de 8 empreendedores com uma duração total aproximada de 12 horas. As sessões foram gravadas em vídeo e posteriormente analisadas utilizando como técnica a Análise de Núcleo de Sentidos validada por Mendes (2007) embasada na Análise de Conteúdo de Bardin (2002). Os resultados foram apresentados com base na Análise Clínica do Trabalho ACT, validada por Mendes (2011). As vivências dos empreendedores em relação ao seu trabalho são marcadas por uma rotina de surpresas, tendo que lidar com a burocracia do governo e com a dificuldade de se obter mão-de-obra qualificada que contribua com o sucesso do seu negócio. Embora possuam um maior poder para estabelecer as normas e controles nas organizações criadas por eles próprios, eles estão sujeitos aos padrões de desempenho estabelecidos pelo mercado em que atuam e principalmente pelas exigências dos seus clientes, além disso, os empreendedores sentem constantemente cobrados pelos seus próprios funcionários. Constatou-se também que os empreendedores são trabalhadores autogestores e multifuncionais, não se limitando a uma jornada de trabalho como os demais funcionários. Eles reconhecem a falta de preparo para gerir o seu próprio negócio e resaltam as dificuldades de comunicação com os seus funcionários e de estabelecerem o seu estilo de gestão. A intervenção contribuiu principalmente no sentido dos empreendedores se despertarem para melhorar a comunicação com as suas equipes e de perceberem a necessidade de receberem ajuda externa para o reconhecimento e aprimoramento do seu modo de gestão.
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O TRABALHO E A SAÚDE DOS PESQUISADORES EM UMA EMPRESA DE PESQUISA: UMA LEITURA PSICODINÂMICA.

Lavnchicha, Glayce Rejane Felipe da Silva 03 June 2015 (has links)
Made available in DSpace on 2016-07-27T14:20:54Z (GMT). No. of bitstreams: 1 GLAYCE REJANE FELIPE DA SILVA LAVNCHICHA.pdf: 1400266 bytes, checksum: 5838156adebd94463ce6e365b3b14a7e (MD5) Previous issue date: 2015-06-03 / Work is a central element in the construction of workers health and for the psychic constitution of the subject. Armed with this understanding, in the light of the psychodynamics of work, this exploratory descriptive case study investigates the impact of work on workers health in a research organization. It presents the following specific objectives: to describe the work organization of the company researched; to identify the workers experiences of pleasure and suffering; to identify the workers coping strategies to withstand the rigors of the workplace. These objectives were established to address the following issues: What is the impact of work organization in researchers health in a research company? The study was developed in a research company, with seven researchers. Data collection was held on document analysis and space of collective discussion. The data collected were submitted to Clinic Analysis of Labor. These results stand out: 1) the organization researched maintains the same basic features of other public organizations, such as attachment to rules and routines, hierarchy overrating, paternalism in relations, addiction to power, among others; 2) there is a gap between the regulated and the real since, by prescription, there is an official discourse of equal employment conditions for everyone, but discriminatory practices are evident; 3) a pressure for results, the exploitation of workers suffering by the organization of work, the desire to be recognized, and an excessive bureaucracy were some of the aspects highlighted in this study which represent the dynamics of the suffering of researchers; 4) the condition of suffering of these workers and the way in which the organization of work feeds back the suffering was remarkable on several lines for several times; 5 ) suffering in its many facets comes basically from the lack of recognition; 6) the researchers point out a failure in the forms of cooperation between sectors and peers, individualism and competition hinder the building of bonds of trust, solidarity and cooperation; 7) failure to comply with the standard and the practice of activities not related to the company are some ways of coping with the difficulties and suffering arising from work. Finally, considerations about the limitations and contributions of the study are presented, as well as research prospects to deepen the issues raised in this study. / O trabalho é um elemento central na construção da saúde do trabalhador e para a constituição da identidade do sujeito. De posse desse entendimento, à luz da Psicodinâmica do Trabalho, esta pesquisa, que é um estudo de caso de caráter descritivo e exploratório, buscou investigar o impacto do trabalho na saúde dos trabalhadores em uma organização de pesquisa. Apresenta como objetivos específicos: descrever a organização do trabalho da empresa pesquisada; identificar as vivências de prazer e sofrimento dos trabalhadores; identificar as estratégias de enfrentamento dos trabalhadores para suportar as adversidades do ambiente de trabalho. Esses objetivos foram estabelecidos para responder à seguinte problemática: Qual o impacto da organização do trabalho na saúde de pesquisadores em uma empresa de pesquisa? O estudo se desenvolveu em uma empresa de pesquisa, com sete pesquisadores. Para coleta de dados, realizou-se análise documental e espaço de discussão coletiva. Os dados coletados foram submetidos à Análise Clínica do Trabalho. Como resultados, destacam-se: 1) a organização pesquisada mantém as mesmas características das demais organizações públicas, como: apego às regras e rotinas, super valorização da hierarquia, paternalismo nas relações, apego ao poder, dentre outras; 2) há um distanciamento entre o prescrito e o real, posto que pela prescrição, há um discurso oficial de equidade de condições de trabalho para todos, mas o que se evidencia são práticas discriminatórias; 3) pressão por resultados, exploração do sofrimento dos trabalhadores pela organização do trabalho, desejo de ser reconhecido, excesso de burocracia, foram alguns dos aspectos evidenciados nesta pesquisa que representam a dinâmica do sofrimento dos pesquisadores; 4) a condição de sofrimento desses trabalhadores e a forma pela qual a organização do trabalho retroalimenta o sofrimento foi notável em várias falas por diversos momentos; 5) o sofrimento em suas diversas facetas advém, basicamente, da falta de reconhecimento; 6) os pesquisadores sinalizam uma insuficiência nas formas de cooperação entre os setores e os pares, o individualismo e a competição atrapalham a construção de vínculos de confiança, solidariedade e cooperação; 7) a inobservância da norma e a prática de atividades fora da empresa são algumas formas de enfrentamento em face das dificuldades e do sofrimento advindos do trabalho. Para finalizar, são apresentadas as considerações sobre as limitações e contribuições do estudo, assim como as perspectivas de pesquisa para aprofundamento das questões apontadas neste estudo.
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AS VIVÊNCIAS DOS TRABALHADORES DE UMA ORGANIZAÇÃO DE ENTRETENIMENTO: UMA ABORDAGEM PSICOSSOCIOLÓGICA E PSICODINÂMICA

Dias, Fabiana Ramos 09 March 2007 (has links)
Made available in DSpace on 2016-07-27T14:21:18Z (GMT). No. of bitstreams: 1 FABIANA RAMOS DIAS.pdf: 634003 bytes, checksum: 8af926627f49083ca09820b000c06998 (MD5) Previous issue date: 2007-03-09 / This paper presents the results of a research carried out on an organization of the entertainment and leisure business in the city of Goiânia GO. The present case study has descriptive and exploratory characteristics. The research had the general objective of verifying how do employees of an entertainment organization perceive organization, and how do they experience their interaction with it. As for specific objectives, perception was verified on: the organization of work; working conditions; relationships at work; experiences of joy and suffering of employees and also verifying which strategies of facing it were employed by them to deal with their suffering. Once the organization belonged to the referred business segment, it was assumed that the organization and conditions of labor led the employees into pleasant experiences, for their duty was exactly to promote pleasant experiences to the clients. This research was based on Dejours psychodynamic approach to labor, and on Enriquez s psychosociology. Semi-structured interviews were applied to seventeen employees intentionally chosen from those who dealt with clients. Documents related to policies, ethics, and the missions of the organization were analyzed by graphic analysis of speech. Results indicated rigid conduct policies to workers. Factors which lead to pleasant experiences were observed, such as liberty and recognisement of work, pleasure on the relationship between partners and employees an environment of work, and good wages. As for factors related to suffering, there were complaints of overloading and conditions of work, specially night shift, internal pressures on selling goals, lack of transportation and health insurance, poor security on the way home and lousy labor conditions due to high noise, no ventilation, warm temperature, cigar smoke and weak lighting; factors altogether leading to weary and sickness. In face of such problems, strategies of coping were used, such as negation of reality at work, rationale, and cadency acceleration. Documental analysis pointed to an structural contradiction between an official speech which claims as main factors towards success the adoption of moral and social values and the practice of human resources ideologically compromised to the logic of capitalism and profit generation; thus approaching employees in an instrumental manner, exerting pressure by overloading, exploitation, and alienation. / A dissertação apresenta resultados de uma pesquisa realizada em uma organização que atua no ramo de entretenimento e lazer, localizada em Goiânia-Go. O estudo de caso apresentado teve caráter descritivo e exploratório. A pesquisa teve como objetivo geral verificar como os trabalhadores de uma organização de entretenimento percebiam a organização e vivenciaram sua interação com ela, tendo como objetivos específicos verificar a percepção em relação à organização do trabalho; às condições de trabalho; às relações de trabalho; às vivências de prazer e sofrimento dos trabalhadores e verificar quais as estratégias de enfrentamento foram utilizadas pelos trabalhadores para lidar com o sofrimento. Considerando que a referida organização pertencia ao segmento de entretenimento e lazer, partiu-se do pressuposto que a organização do trabalho e as condições de trabalho propiciariam vivências de prazer nos trabalhadores, uma vez que sua função era exatamente proporcionar diversão aos clientes. A pesquisa fundamentou-se na abordagem psicodinâmica do trabalho de Dejours e psicossociológica de Enriquez. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com dezessete trabalhadores escolhidos intencionalmente, dentre os responsáveis pelo atendimento direto aos clientes. Foram analisados documentos com informações relativas a normas e código de ética, valores e missão da organização. Os dados foram analisados pela técnica de análise gráfica do discurso. Os resultados indicaram uma organização de trabalho com normas rígidas de conduta para os trabalhadores. Observou-se a presença de fatores que geram vivências de prazer, como liberdade e reconhecimento no trabalho, prazer nas relações sócioprofissionais, ambiente de trabalho e chefia, boa remuneração salarial; em relação aos fatores ligados ao sofrimento, houve queixas ligadas à sobrecarga de trabalho e às condições de trabalho, sendo enfatizados: horário noturno cansativo, pressão interna para cumprimento das metas de vendas, ausência de transporte e de plano de saúde, insegurança ao retornar para casa e condições de trabalho precárias com ruídos altos, ambiente sem ventilação, temperatura quente, esfumaçado de cigarro e iluminação fraca, gerando desgaste e adoecimento dos trabalhadores. Diante de tal sofrimento, foram utilizadas estratégias de enfrentamento, como a negação da realidade do trabalho, racionalização e aceleração das cadências. A análise documental indicou uma contradição estrutural entre um discurso oficial no código de ética que adota como fatores importantes para o sucesso a adoção de valores morais e sociais como centrais e práticas de políticas de pessoal ideologicamente comprometidas com a lógica do capital e geração de lucro, que abordam os trabalhadores de forma instrumental, pressionando-os com sobrecarga, exploração e alienação dos funcionários.
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AS VIVÊNCIAS DOS TRABALHADORES DE UM SHOPPING CENTER EM RELAÇÃO AO SEU TRABALHO: UMA ABORDAGEM PSICODINÂMICA

Tomazini, Talita 05 June 2009 (has links)
Made available in DSpace on 2016-07-27T14:21:49Z (GMT). No. of bitstreams: 1 TALITA TOMAZINI.pdf: 594306 bytes, checksum: 3c4aea68e8c6f2a350795ccfaba4d5f9 (MD5) Previous issue date: 2009-06-05 / The present study is the result of a research accomplished in an organization that deals in the leisure and entertainment area: a shopping center. It is a study case with descriptive and exploratory characteristics and its general aim was to investigate how the Shopping Center workers live their working days. The specific objectives of this research consist of: analyzing the experiences of the shopping center workers in relation with the organization of their work, their working conditions, the work relations, the pleasure and suffering experiences and the strategies of coping, both individual and collective used by them to deal with their work suffering. The theoretical basis for this research was a psychodynamic work approach. To collect the data we used individual semi-structured interviews with twenty workers divided in two groups (six of them worked in the administrative area and fourteen dealt with the operational area). After the transcription, the interviews were analyzed according to a speech graphic analysis. The data indicated that the work organization, the working conditions and the work relations have similar characteristics when compared to other organizations. They were put together in a specific category in this research: Organizational Management. The work organization points out mainly the necessity to accomplish the rules and the regulations of the enterprise, hiearchic stiffness and control, difficulties in accomplishing the prescribed work. On what concerns the working conditions, there is a difference in the satisfaction level between the two groups. While the majority of the business workers showed themselves satisfied in relation to illumination, noise, temperature and ventilation, hygiene, machinery and equipment; some operational workers demonstrated a certain amount of insatisfaction on what concerns the same topics presented before. The work relations established were defined as good and satisfactory by the components of both groups. The experiences of pleasure and suffering and the strategies of coping also compose another big category named as the subjective mobilizacion related to work. We noticed some satisfaction and pride in the participants for working in such an enterprise as a famous shopping center. The workers consider that their work provides the conquest of some of their objectives, such as their family living conditions and it is also a daily learning process. Another pleasure indicator was pointed out by the workers: the acknowledgement of their effort by the enterprise, their bosses, co-workers, family, and the public in general. The routine is tiresome for many of them. There were accounts of insatisfaction in relation to working on weekends and holidays. The strategies of coping used indicate the denial and/or rationalization in the form of: resignation, submission and/or acceptance, especially in relation with the work organization and the working conditions. / O presente estudo é o resultado de uma pesquisa realizada em uma organização que atua no ramo de lazer e entretenimento: um Shopping Center. Trata-se de um estudo de caso de caráter descritivo e exploratório que teve como objetivo geral investigar como os trabalhadores de um Shopping Center vivenciam o seu trabalho. Os objetivos específicos da pesquisa consistem em: analisar as vivências dos trabalhadores de um Shopping Center com relação à organização do trabalho, as condições de trabalho, as relações de trabalho, as vivências de prazer-sofrimento no trabalho e as estratégias de enfrentamento, individuais e coletivas utilizadas por eles para lidar com o sofrimento no trabalho. O embasamento teórico da pesquisa foi a abordagem psicodinâmica do trabalho. Para a coleta de dados utilizou-se entrevistas semi-estruturadas individuais com vinte trabalhadores, que foram divididos em dois grupos, (seis que atuavam em cargos administrativos e quatorze que atuavam em cargos operacionais), contratados como funcionários do Shopping. Após a transcrição, as entrevistas foram analisadas conforme a análise gráfica do discurso. Os dados indicam que a organização do trabalho, as condições de trabalho e as relações de trabalho possuem características semelhantes a outras organizações; tais dados foram aglutinados em uma categoria denominada nesta pesquisa de gestão da organização. A organização do trabalho evidencia principalmente a necessidade de se cumprir as normas e os regulamentos da empresa, rigidez hierárquica e controle, dificuldades em cumprir o trabalho prescrito. No que se refere às condições de trabalho, há uma diferença no nível de satisfação entre os dois grupos. Enquanto a maioria dos trabalhadores da administração mostrou-se satisfeita com relação à iluminação, aos ruídos, à temperatura e ventilação, higiene, máquinas e equipamentos; alguns trabalhadores do nível operacional apresentaram insatisfações no que se refere à higiene, aos ruídos, temperatura e ventilação e às máquinas e equipamentos utilizados por alguns deles. As relações de trabalho estabelecidas são vivenciadas como boas e satisfatórias pelos componentes dos dois grupos. As vivências de prazer-sofrimento e as estratégias de enfrentamento compõem outra grande categoria denominada de mobilização subjetiva relacionada ao trabalho. Há uma grande satisfação, orgulho, dos participantes por trabalhar em uma empresa de renome como o Shopping. Os trabalhadores consideram que o seu trabalho proporciona a conquista de alguns de seus objetivos, como o sustento de sua família, o aprendizado diário. São gratos ao Shopping pelos benefícios e cursos oferecidos. Também são indicadores de prazer, o reconhecimento por parte da empresa, dos chefes e dos colegas, dos familiares, do público em geral, a valorização do seu próprio trabalho. Por outro lado, os participantes relataram cansaço físico e mental no trabalho. A rotina é desgastante para muitos. Existem relatos de insatisfação com relação ao trabalho aos finais de semana e feriados. As estratégias de enfrentamento utilizadas indicam a negação e/ou a racionalização em forma de: conformismo, submissão e/ou aceitação, especialmente com relação à organização do trabalho e as condições de trabalho.
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Humanização em saúde: uma via de prazer e/ou sofrimento no trabalho dos técnicos de enfermagem? / Humanization in health: a pleasure route and/or suffering at work of nursing technical?

Antonelli, Paula Emanuelli 06 April 2015 (has links)
Submitted by Maicon Juliano Schmidt (maicons) on 2015-06-10T17:21:27Z No. of bitstreams: 1 Paula Emanuelli Antonelli.pdf: 304118 bytes, checksum: fb707bef19e53896975dd897de3e7304 (MD5) / Made available in DSpace on 2015-06-10T17:21:27Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Paula Emanuelli Antonelli.pdf: 304118 bytes, checksum: fb707bef19e53896975dd897de3e7304 (MD5) Previous issue date: 2015-04-06 / UNISINOS - Universidade do Vale do Rio dos Sinos / Humanização é valorizar os diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde, buscando autonomia e a participação coletiva para melhorar os serviços, conforme a Política Nacional de Humanização – PNH, criada em 2003, depois desta construção, muito tem se refletido e discutido sobre o tema. Sendo assim, esta dissertação partiu de um estudo que teve o objetivo de analisar o prazer e o sofrimento psíquico de técnicos de enfermagem mediante a percepção e aplicação da prática humanizada no seu trabalho. A pesquisa teve um delineamento qualitativo exploratório-descritivo e foi orientada teoricamente pela abordagem da Psicodinâmica do Trabalho. O estudo foi realizado na região sul do Brasil, e contou com a participação de seis técnicas de enfermagem, com idades entre 26 e 52 anos (M= 38; DP= 10,1), que trabalham em hospitais que realiza atendimento pelo SUS. As participantes foram selecionadas a partir do método Snowball. A coleta dos dados foi realizada através de entrevista semiestrutura e de análise de documentos públicos. Os dados gerados na pesquisa foram submetidos à análise de conteúdo e descrevem categorias. Os resultados obtidos nesta pesquisa foram organizados em dois artigos empíricos, que compõem esta dissertação. Na primeira seção é apresentado o artigo Humanização em Saúde: da prescrição política à realidade do trabalho do técnico de enfermagem. Os resultados mostraram que a humanização em saúde é percebida pelos técnicos de forma fragmentada, atrelada predominantemente ao atendimento ao paciente, o que pode ser consequência da falta de informação sobre o tema. Os técnicos de enfermagem referem que o amor à profissão e a empatia para com os pacientes são o que impulsiona na realização de um atendimento mais humano, em que a técnica serve de ponto de partida para o humano se sobressair. Diante desses resultados, conclui-se que a proposta da humanização em saúde, na prática, tem sido realizada parcialmente, sendo apenas direcionada ao cuidado ao paciente. Na segunda seção encontra-se o artigo Técnicos de Enfermagem: vivências de prazer e sofrimento na busca de um cuidado humanizado. Apesar de às vivencias de sofrimento se destacar, os técnicos de enfermagem relacionaram o prazer ao reconhecimento do trabalho pelo paciente e pela manifestação verbal de agradecimento. Quanto às vivências de sofrimento destacaram-se a sobrecarga de trabalho e a falta de tempo na prestação de um atendimento mais humanizado, a rivalidade entre colegas, além da falta de reconhecimento do trabalho pela organização e chefia. Como estratégia de enfrentamento foi identificada o uso do bom humor e a tentativa de desconectar do trabalho no ambiente familiar. Conclui-se que a humanização, na experiência do técnico de enfermagem tem gerado sofrimento no trabalho, uma vez que a organização do trabalho não possibilita ao trabalhador protagonizar suas intervenções. Através das discussões apresentadas nos artigos pôde-se considerar que a humanização em saúde, como tem sido aplicada e enfatizada pelas organizações de trabalho, tem intensificado o sofrimento, e consequentemente, os agravos à saúde, pois a humanização não se restringe a política, ela se efetiva frente ao confronto real do trabalho. / Humanization is to value the different subjects involved in health production process, seeking autonomy and collective participation in improving the services, according to the National Policy on Humanization - PNH, established in 2003, after this construction, much has been discussed and reflected on the theme. Thus, this work came from a study that aimed to analyze the pleasure and mental suffering of nursing technicians by perception and application of humanized practice in their work. The research was an exploratory-descriptive qualitative design and was theoretically driven approach psychodynamics of work. The study was conducted in southern Brazil, and included the participation of six nursing techniques, aged between 26 and 52 years (M = 38, SD = 10.1), working in hospitals that performs service by SUS. Participants were selected from Snowball method. Data collection was conducted through semiestrutura interview and public documents analysis. The data generated in the study were subjected to content analysis and describe categories. The results obtained in this study were divided into two empirical articles that make up this thesis. The first section presents the article Humanization in Health: policy prescription to the technical work of the nursing reality. The results showed that health humanization is perceived by technical piecemeal, predominantly linked to patient care, which may be a result of lack of information on the subject. The nursing technicians reported that the love of the profession and empathy towards the patients are what drives the realization of a more humane care, where technique is the starting point for human stand out. From these results, it is concluded that the proposal of health humanization in practice, has been partially performed and only directed to patient care. The second section is the article Nursing Technicians: experiences of pleasure and suffering in search of a humanized care. Despite the suffering experiences excel, nursing technicians related pleased to recognition of the work by patient and verbal expression of thanks. As for the suffering experience stood out the work overload and lack of time in providing a more humanized care, the rivalry between colleagues, and the lack of recognition of the work the organization and leadership. As a coping strategy was identified using the good humor and the attempt to disconnect from work in the family environment. It follows that the humanization, in the nursing technician experience has generated suffering at work, since the organization of work does not allow the worker star in their interventions. Through the discussions presented in the articles could be considered that health humanization, as has been applied and enhanced by labor organizations, has intensified the suffering, and consequently the health problems because humanization is not restricted to politics, she be effective against the real confrontation of work.
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Trabalho e saúde mental no contexto de uma metalúrgica no sul do brasil

Borowski, Sílvia Batista Von 28 October 2015 (has links)
Submitted by Silvana Teresinha Dornelles Studzinski (sstudzinski) on 2016-02-12T15:58:30Z No. of bitstreams: 1 Sílvia Batista Von Borowski_.pdf: 360629 bytes, checksum: 0311fa53aadb7e58717704cac1dc83eb (MD5) / Made available in DSpace on 2016-02-12T15:58:30Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Sílvia Batista Von Borowski_.pdf: 360629 bytes, checksum: 0311fa53aadb7e58717704cac1dc83eb (MD5) Previous issue date: 2015-10-28 / Nenhuma / A globalização provocou diversas mudanças no contexto do trabalho. A necessidade de constante inovação e agilidade atingiu a indústria metalúrgica, impactando na subjetividade do trabalhador e na gestão da organização. O presente trabalho objetivou analisar a Organização do Trabalho (OT) de uma metalúrgica, seus impactos no prazer e sofrimento, bem como na saúde mental dos trabalhadores. Além disso, buscou-se analisar a mobilização subjetiva e as estratégias defensivas utilizadas pelos trabalhadores diante do sofrimento psíquico no trabalho metalúrgico. Realizou-se uma pesquisa qualitativa exploratório-descritiva, com sete trabalhadores de uma indústria do sul do Brasil, que possui uma certificação internacional de saúde e segurança no trabalho. A coleta dos dados foi por grupo focal. Os dados foram tratados através de análise de conteúdo, com categorias a priori, baseadas no referencial da Psicodinâmica do Trabalho. A OT estudada possui algumas especificidades como a ausência formal de um chefe, oportunizando espaços de discussão e autonomia na gestão das atividades. Porém, muitos trabalhadores têm dificuldades para se adaptar a proposta e sofrem no período inicial, sendo que alguns desistem e saem da organização. Observou-se um “controle” dos colegas substituindo o “controle” do gestor. Conclui-se que a OT potencializa a autonomia dos trabalhadores, mas promove a idealização/encantamento pelo modelo de gestão. Sugere-se a necessidade de potencializar espaços genuínos de discussão e participação efetiva. / Globalization caused several changes on work context. The constant need for innovation and agility reached also the metallurgical industry, affecting the employee subjectivity and the organization management. The present study aimed to analyze the work organization of a metallurgical industry and the impacts on mental health of its employees. An exploratory and descriptive qualitative research was made with seven employees of an industry in the southern area of Brazil, which has an international certification for work health and safety. The data were collected through a focus group. Data were processed through content analysis with a priori categories, theoretically guided by the psychodynamic approach of work, and afterwards, by the content emerged from the group. The results demonstrated that the studied Work Organization (WO) has specificities such as the “zero boss”, formal absence of a manager in the sectors, providing space for discussion and autonomy for the management of activities. However, many employees have difficulties to adapt to this motion and they suffer in the initial stage, in which some of them leave the organization. It was noticed a coworker “control”, which replaced the manager “control”. Therefore, WO reinforces workers autonomy and on the other hand it promotes an idealization/enthusiasm for the management model. It indicates a need to strengthen genuine spaces of discussion and effective participation.
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Cultura organizacional e vivências de prazer e sofrimento no trabalho de profissionais de enfermagem de um hospital filantrópico do interior do Estado de São Paulo / Organizational culture and pleasure-suffering at work of a public hospital nursing workers in Sao Paulo State

Garcia, Alessandra Bassalobre 18 August 2014 (has links)
A cultura representa o conhecimento, a moral e as normas que regem o comportamento social. As organizações possuem os seus próprios sistemas culturais, compostos por uma estrutura de valores e práticas que condicionam o comportamento de seus membros, o que representa a cultura organizacional. O homem, inserido no ambiente de trabalho, não passa imune às imposições da cultura de uma organização, o que pode abalar sua saúde mental, principalmente quando o trabalho já envolve desgastes inerentes à profissão, como a de enfermagem. Considerando a relação entre sujeito e trabalho, compreende-se o trabalho como elemento central nos processos de subjetivação do homem, capaz de proporcionar prazer e sofrimento aos trabalhadores. Assim, o objetivo desta pesquisa foi analisar a relação entre a cultura organizacional e as vivências de prazer e de sofrimento no trabalho dos profissionais de enfermagem de um hospital filantrópico. Trata-se de um estudo descritivo correlacional, transversal, com abordagem quantitativa, baseado no referencial teórico da Psicodinâmica do Trabalho e da Cultura Organizacional. O estudo foi realizado em um hospital filantrópico de alta complexidade do interior de São Paulo. Participaram 26 enfermeiros e 188 técnicos e auxiliares de enfermagem. Os dados foram coletados nos meses de janeiro e fevereiro de 2013 por meio da aplicação de três instrumentos: instrumento de caracterização profissional, Instrumento Brasileiro para Avaliação da Cultura Organizacional e Escala de Indicadores de Prazer e Sofrimento no Trabalho. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e foi realizado teste de Spearman para verificar a correlação entre as categorias da cultura organizacional e as categorias de prazer-sofrimento no trabalho. Os resultados mostraram que a prática de integração externa (PIE) foi a mais presente na cultura da organização e o sentimento de prazer-gratificação (PG) foi o sentimento que predominou entre os trabalhadores, o que não excluiu a presença de outros valores e práticas organizacionais ou de sentimentos de sofrimento, vivenciados em menor intensidade pelos trabalhadores. Na análise de correlações, os valores de profissionalismo cooperativo (VPC), valores de bem-estar do empregado (VBE), práticas de integração externa (PIE) e práticas de promoção do relacionamento (PPR) mostraram estar relacionados com o aumento do prazer e diminuição do sofrimento no trabalho. Neste contexto, quatro aspectos são de singular importância para que haja saúde mental no trabalho: o uso de faculdades intelectuais, a liberdade de organização, a cooperação coletiva e o reconhecimento no trabalho. Estes quatro aspectos dependem da organização do trabalho e, portanto, da sua cultura, incluindo valores e práticas. A pesquisa proporcionou subsídios que nos permitiram conhecer os valores e práticas da cultura de uma organização de saúde e sua relação com as vivências de prazer e sofrimento no trabalho em enfermagem, ampliando o conhecimento sobre a influência da cultura organizacional na saúde mental dos trabalhadores. Conclui-se que as organizações em saúde devem conservar valores e práticas em sua cultura que protejam a saúde mental de seus trabalhadores, pois assim o trabalho se tornará mais prazeroso, conferindo maior qualidade ao cuidado prestado / Culture represents the knowledge, moral and rules that influence social behavior. Organizations have their own cultural systems, composed by a structure of values and practices that influence the behavior of its members, which is called organizational culture. Professionals within their work environment are affected by the burden of the organizational culture, which can undermine their mental health, especially when their sort of job already includes some inherent suffering, like in the nursing profession. Considering the subjective relationship between worker and their work, it is understood the work as a central element in the subjectivity of mankind, capable of generating pleasure and/or suffering to them. Thus, the objective of this research was to analyze the relationship between organizational culture and experiences of pleasure and suffering of nurses working in a public hospital. This is a cross-sectional, correlational descriptive study with a quantitative approach, based on two theoretical frameworks: Psychodynamics of Work and Organizational Culture. The study was conducted in a high complexity philanthropic hospital located in São Paulo State, Brazil. 26 nurses and 188 nursing technicians/assistants participated in the study. Data were collected between january and february of 2013 through the application of a characterization survey and two validated instruments: Brazilian Instrument to Assess Organizational Culture and Indicators Scale of Pleasure and Suffering at Work. Data were analyzed using descriptive statistics and Spearman\'s correlation test was applied to verify correlation between the organizational culture categories and the pleasure-suffering at work categories. The results have shown that the practice of external integration (PIE) was the most present in the culture of the organization and the feeling of pleasure-gratification (PG) was the most prevalent feeling amongst these nursing professionals, however, this did not exclude the presence of other organizational values and practices or the feelings of suffering, experienced at a lower intensity. The correlation analysis has shown that the values of cooperative professionalism (VPC), employee welfare (VBE), pratices of external integration (PIE) and relationship promotion (PPR) were found to be related with increased level of pleasure and decreased level of suffering at work. In this context and according to scientific literature, four aspects hold particular importance regarding occupational mental health: the use of intellectual capacities, freedom to organize your own work, cooperative teamwork and recognition at work. These four aspects depend on the organization of work and, therefore, the organizational culture, including its values and practices. This research has provided evidences that enabled us to know a healthcare organizational culture\'s values and practices and its relation to the pleasure and suffering experienced by nursing staff during their labor, broadening the expertise on the influence of organizational culture on the workers\' mental health. The conclusion is that healthcare organizations must retain values and practices in their culture that will protect the worker\'s mental health, turning the work into a more enjoyable one, and improving the quality of care

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