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Os sentidos de experiências de trabalho em tempos de flexibilização / The senses of the work experiences at a flexibilization timeEstair Kindi 09 May 2013 (has links)
Este trabalho procura compreender os impactos e sentidos das experiências de trabalho vivenciadas por sujeitos em tempos de capitalismo flexível, com reestruturação produtiva e flexibilização do trabalho. Para isso, primeiramente, aborda a história das transformações que ocorreram nas formas de organização do trabalho no capitalismo ao longo dos séculos XX e início do século XXI: Taylorismo, Fordismo, Toyotismo, e a acumulação flexível com base na visão socioeconômica marxista. Depois, analisa os modos de subjetivação dessas formas de organização, utilizando o referencial teórico da Psicanálise e da Psicodinâmica do Trabalho. Em seguida, busca compreender a forma como o trabalho tem se organizado na contemporaneidade apontando seus efeitos em termos de subjetividade e psicopatologia. Por fim, faz o estudo de caso de dois sujeitos trabalhadores de grandes corporações inseridas na economia da acumulação flexível. Os principais resultados do estudo apontam o retrato de duas experiências distintas. Em uma delas o sujeito sofre com sua situação de trabalho, questiona as condições em que ela ocorre, resultando em sua saída do ambiente corporativo. Na outra, o sujeito vivencia de maneira positiva sua situação de trabalho, busca estratégias de adaptação à mesma e parece realizar-se com o trabalho desenvolvido em uma corporação. Em suma, os impactos e sentidos dessas experiências vivenciadas em tempos de capitalismo flexível não são homogêneos, nem coerentes entre si, mas antes contraditórios e plurais, que gera desde um sofrimento acentuado até uma situação de adaptação significativa, delineando o mosaico do mundo do trabalho contemporâneo / This research seeks to understand the impacts and meanings of work experiences of subjects in times of flexible capitalism, with productive restructuring and labor flexibility. To do that, first the history of the transformations that occurred in the forms of work organization in capitalism over the twentieth and early twenty-first century is covered: those of Taylor, Ford, Toyota, and flexible accumulation based on the Marxist socioeconomic vision. Then the modes of subjectivity of these forms of organization are analyzed, using the theoretical framework of Psychoanalysis and Psychodynamics of Work. Then, an understanding of how the work is contemporaneously organized is sought, pointing out its effects in terms of subjectivity and psychopathology. Finally, the case study of two subjects, employees of large corporations, inserted into the flexible accumulation economy, is done. The main results of the study point to the picture of two distinct experiences. In one of them, the subject suffers with their work situation, questioning the conditions under which it occurs, resulting in his departure from the corporate environment. In the other, the subject experiences his work situation in a positive way, seeking strategies of adaptation to it and seeming to carry out the work developed in a corporation. As a conclusion, the impact and meanings of these experiences in times of flexible capitalism are not homogeneous nor coherent, but rather contradictory and plural, which generates sharp suffering to a situation of significant adaptation, outlining the mosaic of the contemporary world of work
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Asas do trabalho : um estudo do sofrimento dos mototaxistas /Castro, Matheus Fernandes de. January 2004 (has links)
Orientador: Francisco Hashimoto / Resumo: O objetivo desta pesquisa consistiu em investigar o sofrimento psíquico dos indivíduos que se encontram trabalhando como mototaxistas, buscando a compreensão das questões subjetivas na construção da relação de trabalho. Levou-se em consideração a articulação, realizada pelos sujeitos, entre os conteúdos subjetivos, produzidos internamente durante suas histórias de vida, e os conteúdos objetivos, decorrentes do contexto material, social e histórico. O referencial teórico fundamentou-se, principalmente pela Psicodinâmica do Trabalho, enfatizando o autor Dejours (1986, 1992, 1993, 1999), bem como Pellegrino (1987), Gaulejac (2001). Em termos metodológicos, foram coletados os dados, por meio de entrevistas semidirigidas, com os mototaxistas da cidade de Assis (S.P.). O resultados apontaram que os trabalhadores apresentam indícios de sofrimento patogênico, pois a relação dos sujeitos entrevistados com a atividade que executam não propicia uma boa manutenção da saúde mental. Tal situação se apresenta como um grande círculo vicioso: dificuldade financeira, falta de identificação com o trabalho, falta de apoio dos órgãos competentes, falta de reconhecimento social e uma perigosa condição de trabalho. Os motoqueiros são obrigados a recorrer a algumas estratégias de defesa para lidarem com as dificuldades cotidianas que surgem no exercício laboral. O trabalho é encarado, por muitos, como a única maneira de promoverem a sua subsistência e a subsistência de suas famílias. / Abstract: This research was carried out to study the psychic suffering undergone by motorcycle taxidrivers in their daily routine, in short an attempt to understand the subjective content developed along their personal lives and the objective content derived from their material, social, and historical context. Its theoretical foundation rests mainly on Labor Psychodynamics found in writers such as Dejours (1986, 1992, 1993, 1999), as well as Pelegrino (1987), and Gaulejac (2001). The data were collected by means of semidirected interviews held with the motorcycle taxidrivers of Assis-SP. The results seem to confirm that such workers show signs of pathogenic suffering due to the fact that their relation to their work is not propitious to sustain mental health. A vicious circle is kept: financial problems, lack of identification with their work, lack of competent public agency support, lack of social recognition, and a dangerous labor condition. As a consequence, such workers have to resort to some defense strategies to deal with their daily difficulties. They view such an occupation as the only means available to provide subsistence to them and to their families. / Mestre
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A organização do trabalho na Unidade de Doenças Infecto-contagiosas e a ocorrência de Burnout nos trabalhadores de Enfermagem / The organization of work in the Unit of Infectious and Contagious Disease and the occurrence of Burnout among Nursing workersRita Elzí Dias de Seixas Ferreira 01 March 2011 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Na organização do trabalho hospitalar há vários determinantes que acarretam no desgaste psicofísico do trabalhador de enfermagem, mesmo com o discurso de que gostam da profissão e se sentem realizados em cuidar de pessoas enfermas, especialmente, no cuidado de clientes adoecidos com o HIV/Aids. A Psicodinâmica do Trabalho é uma ciência que possibilita analisar a configuração da organização laboral, a qual comprovadamente incide na dimensão subjetiva do trabalhador, identificando o sofrimento psíquico, o que potencializa o desenvolvimento de doenças mentais, entre elas a Síndrome de Burnout. Nesta perspectiva, o objeto deste estudo trata da organização do trabalho na Unidade de Doença Infecto-Contagiosa, espaço de cuidado de clientes com HIV/Aids e a ocorrência de Burnout entre os trabalhadores de enfermagem que atuam neste espaço laboral. A fim de apreender o objeto traçaram-se três objetivos: a) identificar a percepção dos trabalhadores acerca das características do trabalho de enfermagem no contexto da Unidade de Doença Infecto-Contagiosa, local de assistência ao cliente portador do HIV/Aids; b) descrever as repercussões no processo saúde-doença dos trabalhadores de enfermagem decorrente da assistência ao cliente com HIV/AIDS; e c) analisar as repercussões do processo saúde-doença dos trabalhadores de enfermagem com vistas à identificação de situações do aparecimento da Síndrome de Burnout. Para a realização desta pesquisa, optou-se pela abordagem qualitativa, de caráter descritivo e exploratório. Os dados foram obtidos nos meses de maio a agosto de 2010, utilizando as seguintes fontes de coleta de informações: a entrevista semi-estruturada e o formulário Maslach Burnout Inventory. Optou-se por analisar as informações através do Método de Análise Temática de Conteúdo. Os resultados indicaram que o perfil do profissional de enfermagem era composto por trabalhadores do sexo feminino, que estavam na faixa etária entre 44 e 54 anos de idade, na grande maioria técnicos de enfermagem com tempo médio de 2 a 10 anos de trabalho com clientes HIV/Aids. Verificou-se também que havia discrepâncias marcantes entre o trabalho prescrito e o real, o que acarretava sofrimento para o profissional de enfermagem. Constatou-se também que o sofrimento psíquico resultava da vivência cotidiana do processo de morte/morrer do cliente com HIV/Aids, pelo profissional de enfermagem. Além disso, este sofrimento era determinado também pela precarização das relações e das condições de trabalho. Concluiu-se que havia vários trabalhadores com fortes indícios de ocorrência de Burnout, tanto porque a organização do trabalho se configurava como incoerente e pouco racional como pelas características do processo de cuidar do cliente com HIV/Aids. Recomendam-se medidas que promovam a saúde dos trabalhadores de enfermagem e previnam os agravos em seus processos saúde-doença, tais como: a diminuição da carga emocional de trabalho, grupos de reflexão, ginástica laboral, entre outras. É preciso haver conscientização dos gestores, vontade política e estímulo da organização laboral para que os trabalhadores participem. / In the organization of hospital work for several determinants that may cause the wear of psychophysical nursing worker, even with the speech that they like the profession and feel smart in taking care of sick people, especially in the care of ill clients with HIV / AIDS. The psychodynamics of work is a science that enables analyzing the configuration of work organization, which focuses on proven subjective dimension of the worker, identifying the psychological distress which enhances the development of mental illness, such as burnout syndrome. In this perspective, the object of this study deals with the organization of work in the Unit of Infectious and Contagious Disease, space to care for patients with HIV / AIDS and the occurrence of burnout among the nurses who work in this area of work. In order to capture the object is traced three objectives: a) identify the workers' perception about the characteristics of nursing work within the Unit of Infectious and Contagious Disease, local customer support for HIV / AIDS, b) describe the effect on the health-disease process of nursing care due to the client with HIV / AIDS and c) analyze the impact of health-disease process of nursing with a view to identifying situations the appearance of Burnout syndrome. For this research, we opted for a qualitative approach is descriptive and exploratory. Data were collected from May to August of 2010 using the following sources of information gathering: a semi-structured form and Maslach Burnout Inventory. We chose to analyze the information by the method of a content analysis. The results indicated that the profile of nursing staff consisted of female workers, who were aged between 44 and 54 years of age, in most practical nurse with an average 20 to 10 years of working with HIV clients AIDS. It was also noted that there were marked discrepancies between prescribed work and real work, which caused suffering for nursing professionals. It was also found that psychological distress resulted from the everyday experience of the process of death / dying client with HIV / AIDS by the nursing professional. Moreover, this suffering was also determined by the worsening of relations and working conditions. It was concluded that there were several workers with strong evidence of the occurrence of burnout, both because the labor organization was configured as incoherent and irrational as the characteristics of the process of caring for the client with HIV / AIDS. Recommend measures that promote the health of nursing staff to prevent the diseases in their health-disease processes, such as the decrease in emotional labor, gymnastics, among others. There must be awareness of managers, political will and encouragement of work organization for workers to participate.
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Trabalho bancário em tempos de sofrimento psíquico : metas e sobrevivênciaSantos, Carla Letícia Silva dos January 2013 (has links)
Este estudo propõe-se a investigar os temas relativos ao trabalho bancário e a saúde mental, tendo como objeto de pesquisa as vivências de prazer dos trabalhadores de um banco privado localizado na cidade de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul. Fundamenta-se na importância da compreensão da dinâmica prazer e sofrimento psíquico encontrada nas relações de trabalho e tem como objetivo investigar a existência de vivências de prazer possíveis de serem vivenciadas por esses trabalhadores, bem como, identificar as estratégias que promovem prazer em suas práticas. Apóia-se teórica e metodologicamente sobre os pressupostos da Psicodinâmica do Trabalho, que se propõe através da escuta e da fala, que nesta pesquisa se deu pelo uso de entrevistas semi-estruturadas, a conhecer a organização do trabalhado na qual os sujeitos estão inseridos. A fim de evitar o sofrimento e o adoecimento psíquico, os bancários entrevistados, fazem uso de estratégias que permitem aos mesmos voltar ao trabalho no outro dia e manter o ritmo acelerado de trabalho, as cobranças por produção e a pressão das metas impostas, baseadas no conformismo e na prática de não pensar. Com este estudo verificou-se que os bancários percebem vivências de prazer em seu trabalho que provém do relacionamento com o cliente, o que lhes proporciona o sentido de utilidade de seu trabalho e o valor do mesmo. Entretanto, nesta pesquisa foi possível identificar, de forma significativa, o prazer que provém do reconhecimento pela meta atingida. Prazer esse, entendido como uma cilada, pois em geral, não provém do reconhecimento da qualidade do trabalho ou do empenho desse sujeito para a organização do trabalho, mas, do julgamento dos resultados, dos números que esse trabalhador “acrescenta” para que as metas sejam alcançadas. Entende-se que esse prazer por resultados não produz emancipação desse sujeito frente à organização do trabalho, podendo contribuir mais para o prejuízo do que para benefício do aparelho psíquico, pois torna os trabalhadores bancários prisioneiros do desejo de ser reconhecido, a qualquer custo, diante de metas que se apresentam, a cada dia, mais altas e desafiadoras. / This study proposes to investigate the issues relating to banking labor and mental health, with the objective of the research being the pleasureful experiences of employees of a private bank located in Porto Alegre, the state of Rio Grande do Sul. It is based on the importance of understanding the dynamic between psychological pleasure and suffering found in working relationships and aims to investigate the possibilities of pleasureful experiences to be enjoyed by these workers, as well as to identify strategies that will promote enjoyment in their activities. It rests on theoretical and methodological assumptions of Labor Psycho dynamics. This research was done using semi-structured interviews with all the employees of the agency with the intention of learning about the labor organization in which they are inserted. To avoid suffering and mental illness, the bank employees interviewed employ strategies which enable them to return day after day to the agency while continuing a productive pace. These are called “conformism” and “the practice of not thinking.” With this study it was established that these workers perceive work related, pleasureful experiences in customer relationships, however, there was also identified, a significantly enjoyable return stemming from the recognition received by achieving proposed goals. This pleasure is not for the recognition of the quality of their work fulfilled but for the realization that stated goals were accomplished. The joy they report for their work is related to the reaching of a goal because only in this way will their efforts become visible in the labor organization. Thus, this study contributes towards identifying how much recognition is touted as an experience of pleasure for these employees. We emphasize the importance of discussing the forms of recognition based only on results, because this may present a "trap" in which the worker is always required to produce more effort, dedication, excellence and thus eventually is lead into increasingly broken relationships due to the growing competition amongst themselves, which in turn serves more for the injury than for the benefit of mental health.
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Formas de reconhecimento existentes em trabalhadores da CAGE e a relação com a saúde mentalDal Bosco, Cristine January 2013 (has links)
Esta dissertação de caráter investigativo discute o reconhecimento na CAGE (Controladoria Geral do Estado) relacionando o mesmo com a saúde mental dos trabalhadores. Aponta para as formas de reconhecimento formal e informal que os trabalhadores encontram no ambiente de trabalho. Utiliza o recurso da entrevista como método, ressaltando o carater analítico das falas. Estas são analisadas através de eixos tematicos escolhidos que emergem das falas dos servidores e de sua abordagem frente as questões referentes ao reconhecimento trazidas pela pesquisadora. Utiliza na discussão a relação prazer/sofrimento no trabalho e prossegue apresentando as formas de reconhecimento. Classifica os seguintes eixos temáticos: cargo, remuneração, cursos oferecidos, ambiente fisico, relações sócio-profissionais, autoridade da função e conhecimento. Associa todos estes itens à saúde mental e física dos trabalhadores. O principal autor utilizado é Christophe Dejours e os autores da escola brasileira da Psicodinâmica do Trabalho como Álvaro Merlo e Ana Magnólia Mendes. Estes que pesquisam e trazem a teoria francesa para a realidade brasileira. Conclui apontando como os trabalhadores lidam com a presença ou ausência de reconhecimento e ainda como encontram formas para que o obtenham em seu trabalho. Embora os trabalhadores digam que o reconhecimento pode não existir, e que não haja clareza destes trabalhadores nas formas encontradas pela pesquisa, o reconhecimento se constitui em um tema que desperta interesse e estimula a fala dos entrevistados. Evidencia-se que o mesmo é fundamental nas relações de trabalho e pode ocorrer nos espaços públicos e nas relações entre chefias e trabalhadores. / This investigative study discusses recognition on CAGE relating it to workers’ mental health. It shows the formal and informal recognition that workers encounter at their workplace. It used interviews as a method, highlighting the analytical chracter of the speeches. They are analyzed through chosen theme axes that arise from workers’ speeches and their approach to the issues concerning recognition brought up by the researcher. The relationship between pleasure and suffering at work is analyzed in the study and forms of recognition are presented. It classifies the following theme axes: position, earnings, courses offered, physical environment, emotional environment, authority of function and knowledge. It associates all these items to the workers’ physical and mental health. The main author used is Christophe Dejours, as well as authors from the Brazilian School of Psychodynamics of Work, such as Álvaro Merlo and Ana Magnólia Mendes. These authors research and bring the French theory to the Brazilian reality. The study concludes by pointing out how workers deal with the presence or absence of recognition, as well as how they find ways to obtain it at their jobs. Although workers claim that recognition might not exist and that workers are not clear enough in the study, recognition is a subject of interest and encourages the interviewees’ speech. It is evident that recognition is essential for relationships at work and may occur in public spaces and the relationships between a boss and a worker.
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Trabalho bancário em tempos de sofrimento psíquico : metas e sobrevivênciaSantos, Carla Letícia Silva dos January 2013 (has links)
Este estudo propõe-se a investigar os temas relativos ao trabalho bancário e a saúde mental, tendo como objeto de pesquisa as vivências de prazer dos trabalhadores de um banco privado localizado na cidade de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul. Fundamenta-se na importância da compreensão da dinâmica prazer e sofrimento psíquico encontrada nas relações de trabalho e tem como objetivo investigar a existência de vivências de prazer possíveis de serem vivenciadas por esses trabalhadores, bem como, identificar as estratégias que promovem prazer em suas práticas. Apóia-se teórica e metodologicamente sobre os pressupostos da Psicodinâmica do Trabalho, que se propõe através da escuta e da fala, que nesta pesquisa se deu pelo uso de entrevistas semi-estruturadas, a conhecer a organização do trabalhado na qual os sujeitos estão inseridos. A fim de evitar o sofrimento e o adoecimento psíquico, os bancários entrevistados, fazem uso de estratégias que permitem aos mesmos voltar ao trabalho no outro dia e manter o ritmo acelerado de trabalho, as cobranças por produção e a pressão das metas impostas, baseadas no conformismo e na prática de não pensar. Com este estudo verificou-se que os bancários percebem vivências de prazer em seu trabalho que provém do relacionamento com o cliente, o que lhes proporciona o sentido de utilidade de seu trabalho e o valor do mesmo. Entretanto, nesta pesquisa foi possível identificar, de forma significativa, o prazer que provém do reconhecimento pela meta atingida. Prazer esse, entendido como uma cilada, pois em geral, não provém do reconhecimento da qualidade do trabalho ou do empenho desse sujeito para a organização do trabalho, mas, do julgamento dos resultados, dos números que esse trabalhador “acrescenta” para que as metas sejam alcançadas. Entende-se que esse prazer por resultados não produz emancipação desse sujeito frente à organização do trabalho, podendo contribuir mais para o prejuízo do que para benefício do aparelho psíquico, pois torna os trabalhadores bancários prisioneiros do desejo de ser reconhecido, a qualquer custo, diante de metas que se apresentam, a cada dia, mais altas e desafiadoras. / This study proposes to investigate the issues relating to banking labor and mental health, with the objective of the research being the pleasureful experiences of employees of a private bank located in Porto Alegre, the state of Rio Grande do Sul. It is based on the importance of understanding the dynamic between psychological pleasure and suffering found in working relationships and aims to investigate the possibilities of pleasureful experiences to be enjoyed by these workers, as well as to identify strategies that will promote enjoyment in their activities. It rests on theoretical and methodological assumptions of Labor Psycho dynamics. This research was done using semi-structured interviews with all the employees of the agency with the intention of learning about the labor organization in which they are inserted. To avoid suffering and mental illness, the bank employees interviewed employ strategies which enable them to return day after day to the agency while continuing a productive pace. These are called “conformism” and “the practice of not thinking.” With this study it was established that these workers perceive work related, pleasureful experiences in customer relationships, however, there was also identified, a significantly enjoyable return stemming from the recognition received by achieving proposed goals. This pleasure is not for the recognition of the quality of their work fulfilled but for the realization that stated goals were accomplished. The joy they report for their work is related to the reaching of a goal because only in this way will their efforts become visible in the labor organization. Thus, this study contributes towards identifying how much recognition is touted as an experience of pleasure for these employees. We emphasize the importance of discussing the forms of recognition based only on results, because this may present a "trap" in which the worker is always required to produce more effort, dedication, excellence and thus eventually is lead into increasingly broken relationships due to the growing competition amongst themselves, which in turn serves more for the injury than for the benefit of mental health.
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Formas de reconhecimento existentes em trabalhadores da CAGE e a relação com a saúde mentalDal Bosco, Cristine January 2013 (has links)
Esta dissertação de caráter investigativo discute o reconhecimento na CAGE (Controladoria Geral do Estado) relacionando o mesmo com a saúde mental dos trabalhadores. Aponta para as formas de reconhecimento formal e informal que os trabalhadores encontram no ambiente de trabalho. Utiliza o recurso da entrevista como método, ressaltando o carater analítico das falas. Estas são analisadas através de eixos tematicos escolhidos que emergem das falas dos servidores e de sua abordagem frente as questões referentes ao reconhecimento trazidas pela pesquisadora. Utiliza na discussão a relação prazer/sofrimento no trabalho e prossegue apresentando as formas de reconhecimento. Classifica os seguintes eixos temáticos: cargo, remuneração, cursos oferecidos, ambiente fisico, relações sócio-profissionais, autoridade da função e conhecimento. Associa todos estes itens à saúde mental e física dos trabalhadores. O principal autor utilizado é Christophe Dejours e os autores da escola brasileira da Psicodinâmica do Trabalho como Álvaro Merlo e Ana Magnólia Mendes. Estes que pesquisam e trazem a teoria francesa para a realidade brasileira. Conclui apontando como os trabalhadores lidam com a presença ou ausência de reconhecimento e ainda como encontram formas para que o obtenham em seu trabalho. Embora os trabalhadores digam que o reconhecimento pode não existir, e que não haja clareza destes trabalhadores nas formas encontradas pela pesquisa, o reconhecimento se constitui em um tema que desperta interesse e estimula a fala dos entrevistados. Evidencia-se que o mesmo é fundamental nas relações de trabalho e pode ocorrer nos espaços públicos e nas relações entre chefias e trabalhadores. / This investigative study discusses recognition on CAGE relating it to workers’ mental health. It shows the formal and informal recognition that workers encounter at their workplace. It used interviews as a method, highlighting the analytical chracter of the speeches. They are analyzed through chosen theme axes that arise from workers’ speeches and their approach to the issues concerning recognition brought up by the researcher. The relationship between pleasure and suffering at work is analyzed in the study and forms of recognition are presented. It classifies the following theme axes: position, earnings, courses offered, physical environment, emotional environment, authority of function and knowledge. It associates all these items to the workers’ physical and mental health. The main author used is Christophe Dejours, as well as authors from the Brazilian School of Psychodynamics of Work, such as Álvaro Merlo and Ana Magnólia Mendes. These authors research and bring the French theory to the Brazilian reality. The study concludes by pointing out how workers deal with the presence or absence of recognition, as well as how they find ways to obtain it at their jobs. Although workers claim that recognition might not exist and that workers are not clear enough in the study, recognition is a subject of interest and encourages the interviewees’ speech. It is evident that recognition is essential for relationships at work and may occur in public spaces and the relationships between a boss and a worker.
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Vivências subjetivas no trabalho de cuidadores sociais na cidade de Manaus-AMMenezes, Tamara, 92981213030 29 May 2018 (has links)
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Previous issue date: 2018-05-29 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The care work involves different dimensions and runs through institutions and their processes of institutionalization. The Psychodynamics of Work - PDT deals with the subjective dimension of work. The work of the social caregiver has implications of social relations of class, race, ethnicity, age, gender. Subjectivity is socially instituted and refers to what is unique, personal and legitimate of each subject. Work has a function in the constitution of the worker as subject, being central in human life and producer of identity in the world. The present study proposed the study of subjective experiences in the work of social caregivers of a host institution who assist children and youngers in situations of social vulnerability in the city of Manaus-AM, in order to promote health of these workers (central objective). It is an action-research of a qualitative nature. The method used was the Work Clinic, proposed by Christophe Dejours, a context in which the speech space and discourses constructed in the collective are privileged. Starting from the categories of analysis proposed by the PDT, with the analysis of work organization, identifying individual and collective strategies of defense and coping, prescribed work and actual work, subjective experiences of pleasure and suffering at work, seeking later to understand the established socio-professional relations and their implications in the construction of this work collective's identity. Regarding the results, the speech of the caregivers brings the precarious conditions of work as aggravating factors of the suffering in the work, signaled by the lack of autonomy in its activities. The research allowed the collective of social caregivers to reflect on the organization of work, through the discourse constructed collectively in the context of the work clinic. In the action of the work of the social caregiver, there is the engagement of subjectivity in its totality. In this sense, it is possible to say that the work of the social caregiver consists in a protection of the subjectivity with respect to the world, since the constitution of its identity is related to its know-how. Defense strategies are observed in the individual and collective dimensions, with negation, rationalization and the ideology of the production of ill-treatment. The coping strategies are flagged in the collective, with the use of practical intelligence and cooperation. The sense of caring work is anchored in subjective experiences, and is shaped by the recognition, signaled as the main source of pleasure in caring work. The study points to the importance of deepening the theoretical-methodological issues of the PDT and contributes to the expansion of this research approach in psychology. This research contributed to the widening of the gaze to the possibilities of delineating a path in the (re)signification of the sense(s) of care work, promoting a qualified listening space and assisting the caregivers in the subjective mobilization in the face of situations that aggravate the suffering at work. / O trabalho de cuidar envolve diferentes dimensões e perpassa por instituições e seus processos de institucionalização. A Psicodinâmica do Trabalho – PDT trata da dimensão subjetiva do trabalhar. O trabalho do/a cuidador/a social possui implicações de relações sociais de classe, raça, etnia, idade, gênero. A subjetividade é instituída socialmente e refere-se ao que é único, pessoal e legítimo de cada sujeito. O trabalho possui uma função na constituição do trabalhador enquanto sujeito, sendo central na vida humana e produtor de identidade no mundo. A presente pesquisa propôs o estudo das vivências subjetivas no trabalho de cuidadores sociais de uma instituição de acolhimento que atende crianças em situação de vulnerabilidade social na cidade de Manaus-AM, com vistas à promoção de saúde destes trabalhadores (objetivo geral). Trata-se de uma pesquisa-ação, de natureza qualitativa. O método utilizado foi a Clínica do Trabalho, proposta por Christophe Dejours, contexto no qual se privilegia o espaço da fala e os discursos construídos no coletivo. Partiu-se inicialmente das categorias de análise propostas pela PDT, com a análise da organização do trabalho, identificando as estratégias individuais e coletivas de defesa e de enfrentamento, o trabalho prescrito e o trabalho real, as vivências subjetivas de prazer e sofrimento no trabalho, buscando posteriormente compreender as relações socioprofissionais estabelecidas e suas implicações na construção de identidade deste coletivo de trabalho. Relativo aos resultados, a fala dos cuidadores traz as condições precárias de trabalho como agravantes do sofrimento no trabalho, sinalizadas pela falta de autonomia em suas atividades. A pesquisa permitiu que o coletivo de cuidadores sociais refletisse sobre a organização do trabalho, através do discurso construído coletivamente no contexto da clínica do trabalho. Na ação do trabalhar do cuidador social, há o engajamento da subjetividade em sua totalidade. Nesse sentido, é possível dizer que o trabalho do cuidador social consiste em uma proteção da subjetividade com relação ao mundo, haja vista a constituição de sua identidade estar relacionada ao seu saber-fazer. As estratégias de defesa são observadas nas dimensões individual e coletiva, com a negação, a racionalização e a ideologia de produção de maus-tratos. As estratégias de enfrentamento são sinalizadas no coletivo, com o uso da inteligência prática e da cooperação. O sentido do trabalho de cuidar está ancorado nas vivências subjetivas, e se configura por meio do reconhecimento, sinalizado como principal fonte de prazer no trabalho de cuidar. O estudo aponta para a importância no aprofundamento das questões teórico-metodológicas da PDT e contribui para a expansão desta abordagem de pesquisa em psicologia. Essa pesquisa contribuiu na ampliação do olhar para as possibilidades de delinear um caminho na (re)significação do(s) sentido(s) do trabalho de cuidar, promovendo um espaço de escuta qualificada e auxiliando os cuidadores na mobilização subjetiva frente às situações que agravam o sofrimento no trabalho.
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Dissociação, crença e identidade: uma perspectiva psicossocial / Not informed by the authorEverton de Oliveira Maraldi 10 October 2014 (has links)
Introdução e justificativa. A dissociação pode ser definida como a temporária desconexão (patológica ou não patológica) entre módulos psíquicos e / ou motores que se encontram, em geral, sob o controle voluntário ou acesso direto da consciência, do repertório comportamental usual e / ou do autoconceito (Krippner, 1997). As pesquisas internacionais têm sustentado sua recorrente associação com determinadas crenças e experiências alegadamente paranormais e / ou de cunho religioso. Tais crenças e experiências estão também frequentemente correlacionadas com outras variáveis ligadas à dissociação como sintomas depressivos e ansiógenos, queixas somáticas, trauma infantil e transliminaridade. O fato de algumas pessoas apresentarem características psicológicas que as predispõem a tais ocorrências sugere a importância de se compreender melhor como nelas se dá a formação da identidade, seu desenvolvimento cognitivo, emocional e social, de modo a permitir uma abordagem mais ampla de outros aspectos envolvidos nessas alegações e na assunção de várias dessas crenças. A revisão da literatura indica grande quantidade de estudos quantitativos e poucos estudos de natureza qualitativa, com a consequente ausência de aprofundamento em aspectos biográficos e sociais. Até o momento, não existem estudos brasileiros sobre as relações entre dissociação, crença paranormal e transliminaridade. Objetivos. Investigar as relações existentes entre dissociação (e seus tipos específicos), crença e formação da identidade em grupos religiosos e não religiosos de participantes brasileiros; Pesquisar os possíveis fatores etiológicos das experiências dissociativas e das crenças e experiências paranormais, bem como suas interações, a partir do estudo de variáveis psicopatológicas e psicossociais diversas; Investigar o papel dos processos inconscientes na formação e manutenção das crenças e experiências paranormais; Verificar a extensão e o impacto dos processos dissociativos e das crenças e práticas paranormais e religiosas na formação da identidade e na história de vida, com especial atenção ao desenvolvimento afetivo / emocional e social do indivíduo; Aprofundar a compreensão do contexto grupal e social de inserção dos participantes, de modo a averiguar como tal contexto contribui na construção de suas crenças e experiências, e de como estas afetam ou determinam, em contrapartida, esse mesmo contexto; Pesquisar empiricamente o nível de adesão a crenças religiosas tradicionais e outras categorias de crença paranormal em grupos religiosos e não religiosos de participantes brasileiros. Método. De modo a permitir certa generalização para os dados obtidos na pesquisa, bem como, paralelamente, um aprofundamento nos processos individuais e coletivos de construção da identidade, utilizou-se de uma proposta de investigação tanto quantitativa quanto qualitativa. Por meio de questionário sociodemográfico e escalas, compôs-se a frente quantitativa do estudo. No que diz respeito à frente qualitativa, empregou-se entrevistas biográficas abertas, questionário semi-dirigido sobre experiências anômalas / paranormais e observações de campo. Pressupondo-se que determinados contextos religiosos são aparentemente mais receptivos e estimuladores de vivências dissociativas, e que afiliações religiosas mais tradicionais ou mesmo grupos ateístas tenderiam a estimular menos esse tipo de experiências, os participantes do estudo foram divididos em três grupos, com vistas a uma análise mais detalhada dessas diferenças: grupo um (espíritas, umbandistas e membros de círculos esotéricos e ocultistas), grupo dois (outros religiosos e pessoas sem afiliação definida) e grupo três (ateus e agnósticos), abrangendo um total de 1450 respondentes para a frente quantitativa. O único critério de exclusão foi a idade (18 anos ou mais). O número de entrevistas biográficas (22) e de observações de campo (31) foi determinado com base no critério de saturação. No caso das entrevistas, considerou-se também certo equilíbrio em termos de gênero, idade e número de participantes acima e abaixo da nota de corte utilizada para diferenciar high e low scorers em dissociação. Para efetuarmos a análise dos dados, recorremos às hipóteses propaladas na literatura psicológica e sociológica recente acerca das crenças e experiências paranormais e de sua relação com os fenômenos dissociativos, buscando avaliar até que ponto nossos dados confirmavam ou não tais modelos hipotéticos. Nossas avaliações também tiveram como pano de fundo trabalhos que versam sobre os processos de construção psicossocial da identidade no mundo contemporâneo e sobre as transformações mais recentes na família e na religião (Bauman, 2005, 2007; Castells, 1999; Giddens, 2002; Paiva, 2007; Poster, 1979), bem como sobre novas formas de subjetivação e sofrimento psíquico (Roudinesco, 2006), incluindo contribuições de teorias psicodinâmicas atualmente em voga, em particular a teoria do apego (Granqvist & Kirkpatrick, 2008) e a teoria da gestão do terror (Pyzscynski, Solomon & Greenberg, 2003). Principais resultados. O grupo um e o grupo dois não diferiram em termos de dissociação cognitiva, mas ambos pontuaram acima dos ateus e agnósticos. Não obstante, o grupo um obteve média significativamente maior em dissociação somatoforme (sintomas conversivos e psicossomáticos), crença paranormal e transliminaridade comparativamente aos demais grupos. Não houve diferença entre os grupos para os relatos de experiência traumática na infância. A escala de experiências dissociativas correlacionou positiva e significativamente, embora em diferentes graus de magnitude, com a crença paranormal, a transliminaridade, a medida composta de sintomas psicossomáticos, a escala de sintomas conversivos e várias formas de experiência traumática na infância. Todavia, quando controlados os efeitos da transliminaridade, a correlação entre dissociação e crença se desfez, apontando para um possível paper mediador da transliminaridade na relação entre as duas variáveis. A dissociação (somatoforme e cognitiva) não foi elevada nos líderes dos grupos visitados, mas se observou histórico de aparente somatização em alguns casos. Indivíduos com escores elevados na escala de experiências dissociativas denotaram personalidade regredida e impulsiva, além de relatarem mais experiências anômalas espontâneas. Discussão. Sugere-se a existência de dois tipos de dissociação, uma tendencial, outra contextual. Sugere-se também a existência de uma série de mecanismos psicossociais de mimetismo, desempenho de papéis e gerenciamento da impressão que podem passar por fenômenos dissociativos, embora não o sejam. Relaciona-se o fenômeno da crença paranormal, do sincretismo religioso e da dissociação a variáveis sócio-históricas mais amplas, como a procura por sensação nas sociedades contemporâneas, certas consequências do processo de secularização, as relações de consumo, identidades líquidas e uma compensação frente a padrões de apego familiares desorganizados. Relaciona-se a personalidade regredida e impulsiva dos high scorers a formas de defesa narcísicas, a uma maior flexibilidade da barreira entre consciência e inconsciente e a uma manutenção da infância e da fantasia na vida adulta. Associa-se o aumento das crenças paranormais e religiosas com a idade à saliência da morte (teoria da gestão do terror), e certos aspectos da psicodinâmica adolescente ao ateísmo, que se mostrou mais frequente entre adultos jovens e adolescentes em conflito com suas famílias / Introduction and rationale. Dissociative experiences can be defined as reported experiences and observed behaviours that seem to exist apart from, or appear to have been disconnected from, the mainstream, or flow, of ones conscious awareness, behavioural repertoire, and/or self-identity (Krippner, 1997). Research has long sustained a positive relationship between dissociation and paranormal beliefs and experiences. Allegations of paranormal phenomena are also frequently correlated with dissociation-related variables such as depression and anxiety symptoms, somatic complaints, childhood trauma and transliminality. The fact that some people have psychological characteristics that predispose them to such occurrences suggests the importance of studying their identity formation and cognitive, emotional and psychsocial development in order to gain insight into other aspects involved in the assumption of paranormal beliefs. The literature on paranormal beliefs indicates large amount of quantitative studies and few qualitative data, with a consequent gap in biographical and cultural aspects. The majority of studies have also neglected contextual and social variables which are better understood through interviews and ethnographic observations. There is virtually no Brazilian studies on the subject of dissociation, paranormal belief and transliminality. Objectives. 1) To investigate the relationship between dissociation, paranormal belief and associated variables, including its possible impact on the life history and identity of Brazilian respondents from different religious and non-religious groups; 2) To identify some of the possible etiological factors underlying the presumed association between dissociativ eexperiences and paranormal beliefs, from the study of several psychosocial and psychopathological variables; 3) To investigate the role of unconscious and psychodynamic processes in the formation and maintenance of paranormal beliefs and experiences; 4) To improve the understanding of the social context underlying religious and non-religious dissociative practices, in order to ascertain how such a context assist in the construction of certain experiences or beliefs, and, on the other hand, how these beliefs and experiences affect or determine the same context; 5) To explore the level of adherence to traditional religious beliefs and other categories of paranormal belief in religious and non-religious groups of Brazilian participants; 6) To compose a Brazilian sample that could map the associations between the aforementioned variables, aiming to a comparison with data from other sociocultural contexts. Methods. A quali-quantitative approach was proposed. Through socio-demographic questionnaires and psychological scales, it was designed a quantitative online questionnaire. Regarding qualitative techniques, the study employed 1) biographical interviews, 2) semi-structured interviews concerning the phenomenology of paranormal / anomalous experiences and 3) field observations. Assuming that certain religious contexts are apparently more receptive to dissociative experiences, and that more traditional religious affiliations or even atheist groups tend to discourage such experiences, the participants were divided into three groups, with a view to a more detailed analysis of these differences: group one (also called dissociators: spiritualists, umbandists, members of esoteric groups, catholic carismatics and pentecostals); group two (members of other religious affiliations and people without defined philosophical or religious affiliation) and group three (atheists and agnostics), covering a total of 1450 respondents. The only exclusion criterion was age (18-years-old or above). The number of biographical interviews (22) and field observations (31) was determined on the basis of data saturation criterion. For the qualitative interviews, a balance was seek in terms of gender, age and number of participants above or below the cutoff (>= 20) used to differentiate high and low scorers on the Dissociative Experiences Scale. To perform data analysis, we considered some of the most important sociological and psychological hypotheses concerning the relationship between dissociation and paranormal beliefs and experiences, assessing the extent to which our data confirmed or not such hypothetical models. We were also based on works dealing with the psychosocial construction of identity in the contemporary world and the most recent changes in family and religion (Bauman, 2005, 2007, Castells, 1999; Giddens, 2002; Paiva 2007; Poster, 1979), as well as new forms of subjectivity and 7 psychological distress (Roudinesco, 2006), including contributions from psychodynamic theories currently in vogue, particularly the Attachment theory (Granqvist & Kirkpatrick, 2008) and the Terror Management Theory (Pyzscynski, Solomon & Greenberg, 2003). Main results. The group one and group two did not differ in terms of cognitive dissociation, but both scored above atheists and agnostics. Nevertheless, the group one scored significantly higher in somatoform dissociation (conversion and psychosomatic symptoms), paranormal belief, syncretism and transliminality compared to the other groups. There was no difference between the groups for reports of childhood traumatic experiences. The Dissociative Experiences Scale correlated positively and significantly, though in different degrees of magnitude, with paranormal belief, transliminality, the composite measure of psychosomatic symptoms (somatization, depression and anxiety combined), an original scale of conversion symptoms and various forms of childhood traumatic experience. However, when controlling for the effects of transliminality, the correlation between dissociation and belief disappeared, indicating a possible mediator effect of transliminality on the relationship between the other two variables. Dissociation (somatoform and cognitive) was not high on the leaders of the groups visited, but a history of apparent somatization was observed in some of these cases. High scorers on the dissociative experiences scale denoted regressive and impulsive behaviors, and reported more spontaneous anomalous experiences. Discussion. We suggest the existence of two types of dissociation: tendential and contextual. It is also suggested the existence of a number of psychosocial mechanisms of mimicry, role playing and impression management which may be wrongly interpreted as dissociative phenomena. Paranormal beliefs, religious syncretism, new age mentality and dissociative tendencies are hypothesized to be influenced by broader socio-historical variables such secularization and globalization, consumer relations, liquid identities and a compensation for disorganized attachment patterns developed in childhood. The regressive and impulsive personality of high scorers is described in terms of narcissistic defense mechanisms, flexibility of boundaries between conscious and unconscious processes, and a tendency to extend childhood fantasy into adult life. The increase in paranormal belief with age is explained as a result of mortality salience (terror management theory), but also in terms of a generational conflict, as atheism showed to be more frequent among adolescents and young adults in disagreement with their families
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Cultura organizacional e vivências de prazer e sofrimento no trabalho de profissionais de enfermagem de um hospital filantrópico do interior do Estado de São Paulo / Organizational culture and pleasure-suffering at work of a public hospital nursing workers in Sao Paulo StateAlessandra Bassalobre Garcia 18 August 2014 (has links)
A cultura representa o conhecimento, a moral e as normas que regem o comportamento social. As organizações possuem os seus próprios sistemas culturais, compostos por uma estrutura de valores e práticas que condicionam o comportamento de seus membros, o que representa a cultura organizacional. O homem, inserido no ambiente de trabalho, não passa imune às imposições da cultura de uma organização, o que pode abalar sua saúde mental, principalmente quando o trabalho já envolve desgastes inerentes à profissão, como a de enfermagem. Considerando a relação entre sujeito e trabalho, compreende-se o trabalho como elemento central nos processos de subjetivação do homem, capaz de proporcionar prazer e sofrimento aos trabalhadores. Assim, o objetivo desta pesquisa foi analisar a relação entre a cultura organizacional e as vivências de prazer e de sofrimento no trabalho dos profissionais de enfermagem de um hospital filantrópico. Trata-se de um estudo descritivo correlacional, transversal, com abordagem quantitativa, baseado no referencial teórico da Psicodinâmica do Trabalho e da Cultura Organizacional. O estudo foi realizado em um hospital filantrópico de alta complexidade do interior de São Paulo. Participaram 26 enfermeiros e 188 técnicos e auxiliares de enfermagem. Os dados foram coletados nos meses de janeiro e fevereiro de 2013 por meio da aplicação de três instrumentos: instrumento de caracterização profissional, Instrumento Brasileiro para Avaliação da Cultura Organizacional e Escala de Indicadores de Prazer e Sofrimento no Trabalho. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e foi realizado teste de Spearman para verificar a correlação entre as categorias da cultura organizacional e as categorias de prazer-sofrimento no trabalho. Os resultados mostraram que a prática de integração externa (PIE) foi a mais presente na cultura da organização e o sentimento de prazer-gratificação (PG) foi o sentimento que predominou entre os trabalhadores, o que não excluiu a presença de outros valores e práticas organizacionais ou de sentimentos de sofrimento, vivenciados em menor intensidade pelos trabalhadores. Na análise de correlações, os valores de profissionalismo cooperativo (VPC), valores de bem-estar do empregado (VBE), práticas de integração externa (PIE) e práticas de promoção do relacionamento (PPR) mostraram estar relacionados com o aumento do prazer e diminuição do sofrimento no trabalho. Neste contexto, quatro aspectos são de singular importância para que haja saúde mental no trabalho: o uso de faculdades intelectuais, a liberdade de organização, a cooperação coletiva e o reconhecimento no trabalho. Estes quatro aspectos dependem da organização do trabalho e, portanto, da sua cultura, incluindo valores e práticas. A pesquisa proporcionou subsídios que nos permitiram conhecer os valores e práticas da cultura de uma organização de saúde e sua relação com as vivências de prazer e sofrimento no trabalho em enfermagem, ampliando o conhecimento sobre a influência da cultura organizacional na saúde mental dos trabalhadores. Conclui-se que as organizações em saúde devem conservar valores e práticas em sua cultura que protejam a saúde mental de seus trabalhadores, pois assim o trabalho se tornará mais prazeroso, conferindo maior qualidade ao cuidado prestado / Culture represents the knowledge, moral and rules that influence social behavior. Organizations have their own cultural systems, composed by a structure of values and practices that influence the behavior of its members, which is called organizational culture. Professionals within their work environment are affected by the burden of the organizational culture, which can undermine their mental health, especially when their sort of job already includes some inherent suffering, like in the nursing profession. Considering the subjective relationship between worker and their work, it is understood the work as a central element in the subjectivity of mankind, capable of generating pleasure and/or suffering to them. Thus, the objective of this research was to analyze the relationship between organizational culture and experiences of pleasure and suffering of nurses working in a public hospital. This is a cross-sectional, correlational descriptive study with a quantitative approach, based on two theoretical frameworks: Psychodynamics of Work and Organizational Culture. The study was conducted in a high complexity philanthropic hospital located in São Paulo State, Brazil. 26 nurses and 188 nursing technicians/assistants participated in the study. Data were collected between january and february of 2013 through the application of a characterization survey and two validated instruments: Brazilian Instrument to Assess Organizational Culture and Indicators Scale of Pleasure and Suffering at Work. Data were analyzed using descriptive statistics and Spearman\'s correlation test was applied to verify correlation between the organizational culture categories and the pleasure-suffering at work categories. The results have shown that the practice of external integration (PIE) was the most present in the culture of the organization and the feeling of pleasure-gratification (PG) was the most prevalent feeling amongst these nursing professionals, however, this did not exclude the presence of other organizational values and practices or the feelings of suffering, experienced at a lower intensity. The correlation analysis has shown that the values of cooperative professionalism (VPC), employee welfare (VBE), pratices of external integration (PIE) and relationship promotion (PPR) were found to be related with increased level of pleasure and decreased level of suffering at work. In this context and according to scientific literature, four aspects hold particular importance regarding occupational mental health: the use of intellectual capacities, freedom to organize your own work, cooperative teamwork and recognition at work. These four aspects depend on the organization of work and, therefore, the organizational culture, including its values and practices. This research has provided evidences that enabled us to know a healthcare organizational culture\'s values and practices and its relation to the pleasure and suffering experienced by nursing staff during their labor, broadening the expertise on the influence of organizational culture on the workers\' mental health. The conclusion is that healthcare organizations must retain values and practices in their culture that will protect the worker\'s mental health, turning the work into a more enjoyable one, and improving the quality of care
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