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Significado da sexualidade e assuntos correlatos no contexto escolar por professores do ensino fundamental na educação sexual: experiência de uma pesquisa-ação / Meaning of sexuality and interrelated issues in the school context by teachers from the elementary school in the sexual education: experiment of an action-searching

Jaques, André Estevam 17 December 2012 (has links)
No cenário da educação relativo à saúde, as questões sexuais são responsáveis por uma série de fatores que podem tanto contribuir com a promoção da saúde sexual e reprodutiva quanto a levar os indivíduos a transtornos severos. Caso não exista uma política de abertura para lidar com esses problemas, principalmente na adolescência, de forma dialogada, sincera e honesta, cabe ao enfermeiro compreender que a sexualidade e seus diversos desdobramentos dependem de uma série de condições econômicas, ambientais, socioculturais propícias, entre outros, como condicionantes e/ou determinantes da condição de saúde. Objetivo: Identificar o significado de sexualidade, violência sexual e educação sexual junto aos professores atuantes no ensino fundamental de uma escola pública do Estado do Paraná, procurando desenvolver conjuntamente com eles, um programa educativo visando instrumentalizá-los para a ação educativa neste sentido. Metodologia: Pesquisa qualitativa, mediatizada pela pesquisa-ação, que permite levantar problemas e, propor posteriormente ações educativas. Para a coleta de dados utilizamos a entrevista, com a aplicação de questionário e a observação participante com o uso do diário de campo. A amostra foi constituída por 23 professores do ensino fundamental de uma cidade do interior paranaense. Adotamos como critérios de inclusão: ser professor efetivo, atuar no ensino fundamental e aceitar participar, voluntariamente, do estudo. Análise dos dados: esses foram levantados, através das respostas emanadas pelos participantes da pesquisa. Foram trabalhados qualitativamente e, portanto, por categorização, permitindo o agrupamento de todos os elementos convergentes e/ou divergentes, apropriados e/ou ajustados às reflexões, de acordo com a discussão, associados aos dados obtidos no estudo. Resultados: Depreendemos que a maioria dos professores pesquisados relacionou o conceito de sexualidade ao ato sexual. Destacaram que os pais ainda possuem dificuldades em discutir o assunto no contexto familiar. Reconheceram a existência de inúmeras dificuldades em discutir a temática na escola. Os professores percebem que na sociedade contemporânea há uma intensa valorização do ato sexual, contribuindo para a vivência de uma sexualidade narcisista, imediatista e individualista. Demonstraram vasta consciência social sobre a influência das estruturas sociais na disseminação da violência sexual. Apontaram que a principal dificuldade na abordagem sobre sexualidade em sala de aula relaciona-se ao seu despreparo e falta de conhecimento sobre o assunto. Reconheceram que não há um programa específico sobre a temática sexual, além da ênfase na importância da interação da família na elaboração e implementação da educação sexual no espaço escolar. Portanto consideramos que a enfermagem enquanto prática social deve ocupar efetivamente o espaço escolar contribuindo para o preparo dos professores no enfrentamento desse grande desafio que é a educação sexual, pois mesmo com os diversos dispositivos legais esta prática não tem sido efetiva e ainda perpetua-se a visão biologicista em detrimento de uma educação libertadora, dialógica, crítica e transformadora. / In the educational scenario, relating to health, the sexual matters are responsible for a succession of factors which can head individuals to severe perturbation. If there is no political discussion to deal with those problems, mainly in the adolescence, in a dialogued way, sincere and honest, it is the nurse who is in charge of understanding that the sexuality and its several unfolding depend on a series of financial, environmental, socio-cultural conditions, among others, as conditioning and/or determinant of the health condition. Aim: Identify the meaning of sexuality, sexual violence and sexual education in a partnership with the teachers from the elementary school of a public school in the state of Paraná, developing with them an educational program aiming for give them tools enough to work in this sense with educational actions. Methods: Qualitative researching, under the actionsearching, which allow us surveying some problems and then suggest some educational actions. We used the interview, with a questionnaire, to survey the data, and also the observation of the participant, using the diary fields. The sample was constituted by 23 teachers of the elementary school from a town in the countryside of Paraná. We adopted as inclusion criteria: being teacher currently, working in the elementary school and accepting being part of the study, voluntarily. Data Analysis: these were surveyed through the answers given by the participants of the searching. They were analyzed qualitively and, therefore, by categorization, allowing the grouping of all converging and/or diverging elements, proper and/or adjusted to the reflections, according to the discussion, associated by the obtained data from the study. Results: We inferred that the majority of the interviewed teachers understand the concept of sexuality as the sex act itself. They highlighted that the parents still have some difficulties discussing this matter in the familiar context. They recognized that there are countless difficulties discussing this issue at school. Teachers noticed that, nowadays, in the society there is a strong valuation of the sex act, contributing to the existing of a narcissist, imediatist and individualist sexuality. They showed a wide social consciousness about the influence of the social structures in the spreading of the sexual violence. They also pointed the main difficult approaching about the sexuality in the classroom, their own lack of preparation and knowledge about this matter. They acknowledged that there is no specified program about sexuality, but the emphasis in the importance of the family interaction in the developing and application of the sexual education inside the school environment. Therefore, we consider that nursing, as a social activity, must, effectively, take part in the school environment contributing for the teachers preparation to face this huge challenge, the sexual education, because even with several legal mechanisms, this practice has not been effective and it still remains the biologistic view to the detriment of a liberating, dialogical, critical and a transforming education.
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Padrões e determinantes das descontinuidades contraceptivas no uso de pílula oral, hormonal injetável e preservativo masculino / Patterns and determinants of contraceptive discontinuations in the use of oral pill, hormonal injections and condoms

Santos, Osmara Alves dos 21 March 2018 (has links)
Introdução: O uso de métodos anticonceptivos modernos pela maior parte das mulheres brasileiras não diminuiu, conforme esperado, assim como a ocorrência de gestações não desejadas, abortamentos e, consequentemente, mortes maternas, o que revela uso com perfil irregular e descontínuo. No Brasil, há pouca informação sobre os padrões e os determinantes da ocorrência dessas descontinuidades contraceptivas. Devido às inconsistências no uso de métodos serem relativamente comuns, é necessário mensurar o quanto as mulheres interrompem seu uso a despeito de não desejarem engravidar e/ou os alternam inúmeras vezes, nem sempre com opção por um método mais eficaz. Objetivo: Analisar os padrões e os determinantes das descontinuidades contraceptivas no uso da pílula oral, do hormonal injetável e do preservativo masculino. Método: Estudo longitudinal retrospectivo, conduzido com amostra probabilística de 1.551 mulheres de 18 a 49 anos de idade, usuárias de 57 Unidades Básicas de Saúde da cidade de São Paulo/SP (2015) e Aracaju/SE (2016). Os dados foram coletados por entrevista face a face usando o calendário contraceptivo. No Stata 14.2, as análises das taxas de descontinuidade contraceptiva no período de doze meses foram realizadas pelo método de Kaplan-Meier e dos fatores associados por meio dos Modelos de Riscos Proporcionais de Cox, ambos para descontinuidade total, abandono, troca para método menos eficaz e troca para método mais eficaz. Resultados: A taxa de descontinuidade total no uso de métodos foi 41,9% aos doze meses, sendo maior entre usuárias do preservativo masculino (48,1%), seguida de hormonal injetável (39,0%) e pílula oral (38,6%). Entre as usuárias de pílula oral, a taxa de abandono foi a maior; entre as usuárias do hormonal injetável, foi a troca para um método menos eficaz; e, entre as usuárias do preservativo masculino, foi a troca para um método mais eficaz. Os aspectos associados às descontinuidades variam segundo o tipo de método. A descontinuidade no uso da pílula oral foi associada à idade (18-24 anos), vivência de abortamento, incerteza quanto à intenção reprodutiva e aos efeitos colaterais/preocupação com a saúde. A descontinuidade no uso do hormonal injetável foi associada ao maior número de parceiros sexuais, à vivência de abortamento e aos efeitos colaterais/preocupação com a saúde. A descontinuidade no uso do preservativo masculino foi associada à idade (25-34 e 35-49 anos), à união conjugal, ao menor poder aquisitivo (classe econômica D/E) e ao maior número de filhos vivos. Conclusões: Foram observadas altas taxas de descontinuidades no uso de métodos contraceptivos, que variaram conforme o tipo de método. Chama a atenção o papel dos efeitos colaterais na determinação da ocorrência de descontinuidade no uso dos métodos hormonais. Por sua vez, a troca por método mais eficaz foi pouco frequente, com exceção das usuárias de preservativo masculino. Sugere-se ampliar o acesso aos métodos contraceptivos mais eficazes e de longa duração e melhorar a assistência em contracepção nos serviços do Sistema Único de Saúde, de forma a contemplar as necessidades de saúde das mulheres e seus direitos sexuais e reprodutivos. / Introduction: Use of modern contraceptive methods by the majority of Brazilian women did not reduce the occurrence of unintended pregnancies, abortions or maternal deaths as expected, which means that it might be an irregular and discontinuous use. In Brazil, there is a little information on the patterns and determinants of the occurrence of these contraceptive discontinuations. Because inconsistencies in the use of methods are relatively common, it is necessary to measure how much women discontinue their use despite they are willing to get pregnant and/or switching them countless times, not always with the option of a more efficient method. Objective: Our purpose is to investigate patterns and determinants of contraceptive discontinuations in the use of oral pill, hormonal injection and condom. Method: We conducted a retrospective longitudinal study with probabilistic sample of 1,551 women among 18-49 year old who are primary users of 57 health care facilities, both in Sao Paulo (2015) city and Aracaju city (2016). Data were collected by face-to-face interview in line with contraceptive calendar. In Stata 14.2 analyzes of 12-month contraceptive discontinuation rates were performed using the Kaplan-Meier Survival Estimates method and associated factors using the Cox Proportional Hazards Models, both for total discontinuation, abandonment, and switching to a less efficient method and switching to more efficient method. Results: The discontinuation rate in the use of methods was 41.9% at 12 months, being higher among male condom users (48.1%), followed by hormonal injection (39.0%) and oral pill (38.6%). Among oral pill users, the abandon rate was the highest; among users of hormonal injections, was the switching to a less efficient method; and among male condom users, it was the switching to a more efficient method. The aspects associated to the discontinuations varied according to the type of method. Discontinuation of oral pill users was associated with age (18-24 years old), experience of abortion, uncertainty about reproductive intention and side effects/health concern. Discontinuation in the use of hormonal injections was associated with a greater number of sexual partners, the experience of abortion, and the side effects/health concern. Discontinuation of condom users was associated with age (25-34 and 35-49 years old), marital union, lower income and the highest number of live children. Conclusion: High discontinuation rates were observed in the use of contraceptive methods, which varied according to the type of method. The role of side effects/health concern in determining the occurrence of discontinuation in the use of hormonal methods is noteworthy. On the other hand, switching to more efficient method was infrequent, except for the male condoms users. It is suggested to amplify access to the more effective methods as well as long active also improving care in contraception in the all health care facilities services, in order to take into account both women health needs and their sexual and reproductive rights.
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A Biblioteca Virtual de Saúde Reprodutiva: dando voz ao usuário / The Reproductive Health Virtual Library: listening to the user

Maria do Carmo Avamilano Alvarez 19 April 2005 (has links)
A fundamentação teórica deste estudo baseia-se em pensadores que analisam as culturas modernas e pós-modernas, enfocando as tecnologias da informação e comunicação. Essas tecnologias têm adquirido destaque nos campos da pesquisa acadêmica e da ciência da informação. Com a intenção de aproximar os usuários pesquisadores dos estoques de informação institucionalizada estão sendo criadas as bibliotecas virtuais. A Biblioteca Virtual de Saúde Reprodutiva (BVSR), mantida pela Biblioteca e pelo Departamento de Saúde Materno-Infantil da Faculdade de Saúde Pública da USP, faz parte destas novas tecnologias e encontra-se no centro deste estudo. O objetivo deste trabalho é verificar como está se processando a comunicação entre a BVSR e o seu usuário, pesquisadores da área da saúde reprodutiva, procurando identificar as suas expectativas, se há barreiras nesta comunicação e melhorar as formas de promover uma comunicação interativa para ampliar o significado deste tipo de serviço. O método adotado é de natureza qualitativa e conhecido como grupo focal, que foi aplicado através de três reuniões em salas de chat (Internet relay chat) na Internet. Os resultados apontaram para a pouca divulgação da BVSR e a baixa assimilação da comunicação interativa pela sociedade. Várias sugestões para a melhoria da comunicação da BVSR foram colocadas, como: a criação de um espaço de encontro, integração das bases e outras BVs, disponibilização de fontes validadas, visual mais moderno, com a segmentação de acordo com os perfis de usuários, entre outras. / The theoretical foundation of this study is based on theorists who analyze modern and post-modern cultures, focusing attention on information and communication technologies. These technologies have been achieved importance in academic research and information science fields. The virtual libraries have been created in order to allow the users to get closer to the institutionalized information stock. The Reproductive Health Virtual Library (RHVL), supported by the Library and the Department of Maternal and Child Health of Faculdade de Saúde Pública - USP, is part of these new technologies and is the subject of this study. The objective is to verify the communication process between the RHVL and its user, reproductive health researchers, attempting to identify his or her expectations, to perceive gaps in communication and to improve interactive communication to enhance the meaning of this kind of service. We adopted a qualitative method, known as focal group, which was applied to three meetings at chat rooms (Internet relay chat), on the internet. The results indicated the lack of awareness of RHVL and a poor acquisition of interactive communication by the society. Several suggestions were made, such as: meeting rooms, links among databases and other VLs, availability of validated sources, modern presentation, divisions according to the user profile, among others
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MULHERES VIVENDO COM HIV/AIDS EM TRATAMENTO NO HOSPITAL DE DOENÇAS TROPICAIS - GOIÂNIA.

Calpiñeiro, Norma Esther Negrete 28 February 2007 (has links)
Made available in DSpace on 2016-08-10T10:55:13Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Norma Esther Negrete Calpineiro.pdf: 855798 bytes, checksum: 8be9050fd34abcc423e6020e780fe4c0 (MD5) Previous issue date: 2007-02-28 / O estudo traça o perfil de mulheres vivendo com HIV/Aids em tratamento no Hospital de Doenças Tropicais de Goiânia por meio de dados coletados dos prontuários e da Ficha da Mulher daquelas que realizaram a primeira consulta no Ambulatório de Ginecologia da Unidade e de gestantes que participaram dos cursos no Grupo de Adesão do Hospital. Os dados coletados evidenciaram que a maioria das mulheres encontra-se na idade reprodutiva, a maioria absoluta é parda ou negra, tem pouca escolaridade, considera-se do lar, declarou-se casada sendo que as outras afirmaram serem viúvas, solteiras ou terem parceiro fixo. A exposição sexual ao HIV prevaleceu em quase a totalidade das mulheres, tendo recebido o diagnóstico fora do ciclo gravídico-puerperal, a maioria tinha até quatro filhos, não usava preservativos nas relações sexuais e tinha realizado esterilização cirúrgica. Uma porcentagem significativa afirmou estar em abstinência sexual, sendo que majoritariamente as mulheres estavam na condição de doentes pela Síndrome de Imunodeficiência Adquirida. A elevada prevalência de outras doenças de transmissão sexual, de lesões pré-malignas e malignas do colo uterino condiz com a realidade das pacientes no que se refere à abordagem integral e facilidade de acesso aos Serviços de Saúde. Os dados das gestantes com HIV/Aids revelam que a maioria tinha sido diagnosticada durante o pré-natal, destacando-se aquelas que receberam o diagnóstico após o parto sem a devida profilaxia para evitar a transmissão materno-fetal. A associação destas variáveis demonstra que as mulheres que vivem com HIV/Aids em tratamento no HDT encontram-se vulneráveis à tríplice discriminação argüida por alguns, pelo fato de serem negras pobres e por serem mulheres, este perfil coincide com a denominada feminização negrófila e com a pauperização do HIV/Aids. É necessária a abordagem multidisciplinar dessas mulheres para diminuir os agravos à saúde inerentes à situação e contribuir para a superação da exclusão no sentido amplo do termo.
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O preparo pré-concepcional entre mulheres com gravidez planejada / The preconception preparation among women with planned pregnancy.

Natália de Castro Nascimento 31 March 2016 (has links)
Introdução: O planejamento da gravidez é condição indispensável para a realização do preparo pré-concepcional. No entanto, nem todas as mulheres que planejam a gravidez tomam medidas para melhorar sua saúde durante o período pré-concepcional. Os escassos estudos conduzidos no Brasil não elucidam as razões pelas quais isso ocorre nem tampouco identificam quais são as medidas adotadas entre aquelas que o realizam. Objetivos: Descrever a realização do preparo pré-concepcional entre mulheres com gravidez planejada; analisar os determinantes da realização do preparo pré-concepcional nesse grupo; e descrever as razões pelas quais as mulheres com gravidez planejada não realizaram o preparo pré-concepcional. Método: Estudo observacional do tipo transversal. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semiestruturada com 264 mulheres cuja gravidez em curso ou que ocorreu nos últimos cinco anos tenha sido classificada como planejada, em 2015. O cenário do estudo foram dois centros de saúde escola da cidade de São Paulo. A análise dos dados foi realizada no Stata 13.0, por meio de regressão logística univariada e múltipla. Resultados: Dentre as mulheres com gravidez planejada, mais da metade realizou o preparo pré-concepcional (62,1%). As medidas mais realizadas foram a procura por serviço de saúde, o uso de vitaminas e minerais e a realização de exames. Dentre as que não realizaram nenhuma medida de saúde para preparar-se para engravidar (37,9%), as razões mais citadas foram nunca ter ouvido falar sobre esse preparo e não conhecer serviços que oferecessem ações de preparo pré-concepcional. Mulheres de mais alta escolaridade, dos grupos econômicos A e B, mais velhas e com quadro de infertilidade foram as que tiveram mais chance de realizar o preparo pré-concepcional. Conclusão: Os resultados confirmaram que nem todas as mulheres com gravidez planejada realizaram o preparo pré-concepcional, tendo sido o desconhecimento sobre o mesmo e sobre os serviços que o ofertam a principal razão para tal. Por sua vez, as mulheres que realizaram o preparo pré-concepcional foram aquelas que reuniram perfis sociais mais favoráveis, como alta renda e escolaridade, o que revela sua determinação social. Experiência de infertilidade também foi determinante para sua realização, o que já era esperado. Por conta de sua importância nas condições de saúde materna e neonatal, o preparo pré-concepcional deve fazer parte das práticas cotidianas dos serviços de atenção básica no país. / Introduction: The planning for pregnancy is an indispensable condition for pre-conception preparation. However, even among women who plan pregnancy, only some of them take measures to improve their health during the preconception period. The few studies conducted in Brazil do not clarify the reasons why this occurs, nor identify the measures taken by those who perform it. Objective: To describe the realization of preconceptional preparation among women with planned pregnancy; to analyze the determinants of preconception preparation in this group; and to describe the reasons women with planned pregnancies did not perform the preconception preparation. Method: Observational cross-sectional study. Data collection was conducted through semi-structured interviews with 264 women whose ongoing pregnancy or that had occured in the last five years has been classified as planned, in 2015. The scenarios of the study were two health center schools of São Paulo. Data analysis was performed using Stata 13.0, with univariate and multiple logistic regressions. Results: Among women who planned pregnancy, more than half reported a pre-conception preparation (62,1%).The most used practices were the seek of medical care, the use of vitamins and minerals and the realization of exams. Among women who did not perform any health preparation for pregnancy (37.9%), the most cited reasons were unknowledge of preconception care and of the types of health services offering preconception preparation actions. Women from a group with higher education and higher income (A and B), older and with an infertility background were the ones most likely to perform preconception preparation. Conclusion: The results confirmed that not every woman with planned pregnancies performed preconception preparation. The main reason for that is the lack of knowledge about it and about the servicesoffered. On the other hand, women who perform preconception preparation were those with more favorable social conditions. Infertility experience was also decisive for its realization, as was expected. Because of its importance in maternal and neonatal health, the preconception preparation should be part of the daily practices of primary care services in the country.
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Descontinuidades contraceptivas e sua relação com o uso da anticoncepção de emergência entre jovens universitárias / Contraceptive discontinuation and its relation to emergency contraception use among undergraduate women

Chofakian, Christiane Borges do Nascimento 17 March 2017 (has links)
Introdução: A dinâmica do uso dos métodos contraceptivos é importante entre os universitários, pois estes apresentam altas aspirações educacionais e profissionais, o que afeta a intenção reprodutiva. Ainda, por serem na maioria solteiros, os jovens alternam os métodos de acordo com o tipo de relacionamento. Neste contexto, a anticoncepção de emergência é uma opção, sobretudo nos casos de descontinuidades. Porém, pouco se sabe sobre as descontinuidades e sua relação com o uso da anticoncepção de emergência no Brasil. Objetivo: Analisar a frequência e os determinantes da descontinuidade contraceptiva em um período de 12 meses; avaliar o uso da anticoncepção de emergência após as descontinuidades, e avaliar as descontinuidades após o uso da anticoncepção de emergência. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo, realizado com amostra probabilística de mulheres universitárias da Universidade de São Paulo. As alunas foram selecionadas por amostragem aleatória simples sem reposição (n=1.679). Os dados foram coletados através de um questionário de autopreenchimento respondido online. No Stata 14.2, os dados foram analisados por meio de regressão logística multinomial e multivariada, e equações de estimação generalizadas. Resultados: Primeiro, observou-se que as jovens com relacionamentos casuais, com menor nível socioeconômico, matriculadas nos cursos de Humanas e Ciências da Saúde, com menos anos de experiência sexual, com múltiplos parceiros sexuais e que usavam métodos menos eficazes, apresentaram maior probabilidade de descontinuar uma ou várias vezes. Segundo, as usuárias de pílula e preservativo que tinham relacionamentos casuais, com menor nível socioeconômico e que tiveram gravidez anterior, foram mais propensas a descontinuar, abandonar ou mudar para um método menos eficaz. Terceiro, uma proporção significativa de mulheres não usou anticoncepção de emergência após descontinuarem ou abandarem o método. Quarto, a anticoncepção de emergência foi mais utilizada após inconsistências no uso do método. Quinto, as jovens que usaram um método antes do uso da anticoncepção de emergência, sem religião, com um relacionamento estável, e que tiveram um parceiro sexual na vida, foram mais propensas a usar contracepção após a anticoncepção de emergência. Sexto, as jovens com relacionamento estável, de nível socioeconômico mais baixo, matriculadas nos cursos de Humanas e que tiveram um parceiro sexual na vida tiveram maior probabilidade de mudar para um método menos eficaz após o uso da anticoncepção de emergência. Por fim, poucas jovens apresentaram descontinuidades dentro de 30 dias após o uso da anticoncepção de emergência. Conclusões: A descontinuidade contraceptiva difere por tipo de método. A anticoncepção de emergência é subutilizada após as descontinuidades. A parceria influência na dinâmica do uso de contraceptivos. Ainda, aspectos educacionais, nível socioeconômico e número de parceiros sexuais são características importantes a serem consideradas na implementação de programas de planejamento familiar focados em mulheres jovens. / Introduction: Contraceptive use dynamics is relevant to undergraduate students as they present high educational and professional aspirations, which affects reproductive intention. Also, they are mostly single, so they alternate the contraception according to their relationships. In that case, emergency contraception is an option, mainly in situations of discontinuation. However, little is known about discontinuation and its relation to the use of emergency contraception in Brazil. Objective: To analyze the frequency and correlates of contraceptive discontinuation within 12-months; to assess emergency contraception use after discontinuation, and evaluate dicontinuation after emergency contraception use. Methods: We conducted a 12-month retrospective cohort study on a sample of undergraduate women at University of São Paulo, Brazil. Students were selected by simple random sampling without replacement (n=1,679). Data were collected online using a self-administered questionnaire. In Stata 14.2, we used multinomial and multivariate logistic regression, and generalized estimating equation to analyze the data. Results: First, we observed that women with casual relationships, lower socioeconomic status, enrolled in Human and Health Sciences programs, with less years of sexual experience, with multiple sexual partners in lifetime, and who use less effective method were more likely to discontinuation one or several times. Second, pill and condom users who had casual relationships, with lower socioeconomic status, and who had previous pregnancy were more likely to discontinue and to abandon or switch to a less effective method. Third, a significant proportion of women did not use emergency contraception after discontinuing or abandoning contraception. Fourth, emergency contraception was mostly used after inconsistent use of contraception. Fifth, women who used contraception prior to emergency contraception use, had no religion, were in stable relationships, and had only one sexual partner were more likely to use contraception after emergency contraception. Sixth, women with stable relationships, from lower socioeconomic status, enrolled in Human Sciences programs, and who had one sexual partner were more likely to switch to a less effective method after emergency contraception use. Lastly, few women presented gaps in contraception within 30- days after emergency contraception use. Conclusions: Discontinuation does differ by type of method. Emergency contraception is underutilized after discontinuation. Partnership has an important influence on contraceptive use dynamics. Also, educational background, socioeconomic status, and number of lifetime sexual partners are important characteristics that should be considered when implementing family planning programs focused on young women.
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A life course approach to potentially modifiable risk factors for poor semen quality

Kahn, Linda Gross January 2016 (has links)
Poor semen quality is an indicator of male infertility and is also associated with a variety of adverse health outcomes in men. It is therefore important from both clinical and public health perspectives to discover predictors of poor semen quality, especially those that are potentially modifiable. My dissertation research focuses on two of these potential risk factors: adiposity and stress. Unlike most studies to date, which have only considered the relationship between these exposures and semen quality cross-sectionally, my research takes a life course approach. I explore associations between birth weight, adiposity in both childhood and adulthood, and allostatic load—a construct representing the effect of cumulative stress on the body’s regulatory systems—and three commonly-used semen outcome parameters: sperm concentration, percent progressive motility, and percent normal morphology. The logic that underlies this approach is that while sperm are constantly being produced from sperm stem cells in the testes, which would argue in favor of cross-sectional studies, the sperm stem cells themselves and the Sertoli and Leydig cells that stimulate and nurture that metamorphosis are laid down in the fetal period and undergo important developmental and proliferative phases during early childhood and puberty that affect their number and functional health in adulthood. Using data from 193 participants in the Study of the Environment and Reproductive health follow-up to the Child Health and Development Studies birth cohort, I was able to calculate birth weight for gestational age percentile (bw/ga) and six age-appropriate adiposity measures (at 4 months, 12 months, and 4 years, and in participants’ 20s, 30s, and at the time of semen collection), then test for their independent, critical period, and cumulative associations with the three semen outcomes as well as a combined outcome measure of subfertility based on World Health Organization reference levels. While bw/ga was positively associated with sperm concentration, subsequent childhood adiposity measures showed increasingly negative associations, and none of the adult measures were significantly associated with concentration. By contrast, only adult measures were associated with motility and morphology. This suggests that there may be critical periods in childhood when adiposity negatively affects sperm concentration by interfering with the development and proliferation of Sertoli and Leydig cells. Accumulation of oxidative stress in the testes due to overweight/obesity may explain the negative relationships between adult adiposity and sperm motility and morphology. To investigate allostatic load’s relationship to semen quality, I conducted a pilot study at Columbia University’s Center for Women’s Reproductive Care that enrolled 61 men who were having their initial diagnostic semen analysis and blood draw on the same day. Blood samples were analyzed for 7 biomarkers associated with homeostatic regulation across several physiologic domains. I then created an allostatic load scale in which participants were assigned 1 point for being in the high-risk quartile for systolic blood pressure, diastolic blood pressure, body mass index, or any of the biomarkers. In regression analyses, allostatic load was not associated with either sperm concentration or morphology, but showed an unexpected positive association with motility. This association was entirely driven by the six participants who scored 0 on the allostatic load scale and who did not differ from the rest of the sample in any way that could plausibly be linked to reduced motility. I therefore concluded that this was a spurious finding. In further analysis of the allostatic load variable itself, I found that few of its individual components were correlated with the semen outcomes. This contrasts with other studies of allostatic load and adverse health outcomes, but these have generally been conducted in either elderly or stressed populations, neither of which described my cohort. Allostatic load may not be a reliable measure of stress in reproductive age populations and may not capture regulatory systems appropriate to reproductive health outcomes. My dissertation highlights the value and challenges of conducting semen quality research from a life course perspective. Future studies should consider collecting longitudinal data on adiposity and stress, as well as repeated semen samples beginning in adolescence in order to further our understanding of the natural progression of semen quality across the reproductive life span and provide the opportunity to explore whether modifying these risk factors affects semen quality.
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A Biblioteca Virtual de Saúde Reprodutiva: dando voz ao usuário / The Reproductive Health Virtual Library: listening to the user

Alvarez, Maria do Carmo Avamilano 19 April 2005 (has links)
A fundamentação teórica deste estudo baseia-se em pensadores que analisam as culturas modernas e pós-modernas, enfocando as tecnologias da informação e comunicação. Essas tecnologias têm adquirido destaque nos campos da pesquisa acadêmica e da ciência da informação. Com a intenção de aproximar os usuários pesquisadores dos estoques de informação institucionalizada estão sendo criadas as bibliotecas virtuais. A Biblioteca Virtual de Saúde Reprodutiva (BVSR), mantida pela Biblioteca e pelo Departamento de Saúde Materno-Infantil da Faculdade de Saúde Pública da USP, faz parte destas novas tecnologias e encontra-se no centro deste estudo. O objetivo deste trabalho é verificar como está se processando a comunicação entre a BVSR e o seu usuário, pesquisadores da área da saúde reprodutiva, procurando identificar as suas expectativas, se há barreiras nesta comunicação e melhorar as formas de promover uma comunicação interativa para ampliar o significado deste tipo de serviço. O método adotado é de natureza qualitativa e conhecido como grupo focal, que foi aplicado através de três reuniões em salas de chat (Internet relay chat) na Internet. Os resultados apontaram para a pouca divulgação da BVSR e a baixa assimilação da comunicação interativa pela sociedade. Várias sugestões para a melhoria da comunicação da BVSR foram colocadas, como: a criação de um espaço de encontro, integração das bases e outras BVs, disponibilização de fontes validadas, visual mais moderno, com a segmentação de acordo com os perfis de usuários, entre outras. / The theoretical foundation of this study is based on theorists who analyze modern and post-modern cultures, focusing attention on information and communication technologies. These technologies have been achieved importance in academic research and information science fields. The virtual libraries have been created in order to allow the users to get closer to the institutionalized information stock. The Reproductive Health Virtual Library (RHVL), supported by the Library and the Department of Maternal and Child Health of Faculdade de Saúde Pública - USP, is part of these new technologies and is the subject of this study. The objective is to verify the communication process between the RHVL and its user, reproductive health researchers, attempting to identify his or her expectations, to perceive gaps in communication and to improve interactive communication to enhance the meaning of this kind of service. We adopted a qualitative method, known as focal group, which was applied to three meetings at chat rooms (Internet relay chat), on the internet. The results indicated the lack of awareness of RHVL and a poor acquisition of interactive communication by the society. Several suggestions were made, such as: meeting rooms, links among databases and other VLs, availability of validated sources, modern presentation, divisions according to the user profile, among others
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Desempenho das atividades de vida por prostitutas / Performance of lifeâs activities by prostitutes

Priscila de Souza Aquino 14 December 2007 (has links)
CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / Diante das peculiaridades que envolvem a prostituiÃÃo, atividade praticada por muitas mulheres, decidimos desenvolver o estudo. Trata-se de uma pesquisa realizada na cidade de Fortaleza, com os seguintes objetivos: Compreender o desempenho das atividades de vida das prostitutas; Identificar os fatores determinantes das atividades de vida das prostitutas na consulta de enfermagem em ginecologia; Verificar as contribuiÃÃes do Modelo de Atividades de Vida de Roper, Logan e Tierney no cuidado de enfermagem a prostitutas. Pesquisa fundamentada na abordagem quantitativa e qualitativa, cujos dados foram coletados em dois momentos. No primeiro momento, utilizamos um formulÃrio de entrevista estruturado nos meses de maio e junho de 2007 por ocasiÃo da consulta de enfermagem em ginecologia no Centro de Parto Natural (CPN) e a tÃcnica da observaÃÃo livre. No segundo momento, utilizamos um roteiro semi-estruturado de entrevista com enfoque nas atividades de vida que apresentaram alteraÃÃes no primeiro momento. As entrevistas ocorreram nos meses de setembro e outubro de 2007, nos domicÃlios e locais de trabalho das prostitutas. Os dados iniciais foram anotados pela pesquisadora nos prÃprios formulÃrios e os dados da observaÃÃo foram registrados em um diÃrio de campo. No primeiro momento participaram 42 mulheres e no segundo momento 6 mulheres. Utilizamos o Modelo de Atividades de Vida, de Roper, Logan e Tierney como referencial teÃrico. Categorizamos as falas de acordo com as doze atividades de vida componentes do modelo, que incluem: Manter um ambiente seguro; Comunicar; Respirar; Comer e beber; Eliminar; Higiene pessoal e vestir-se; Controlar a temperatura corporal; Mobilizar-se; Trabalhar e distrair-se; Exprimir sexualidade; Dormir e Morrer. Os resultados evidenciaram as principais vulnerabilidades e intercorrÃncias dessa populaÃÃo, que estavam presentes em todas as atividades de vida, fator decisivo para a manutenÃÃo da qualidade de vida dessas mulheres. Assim, conforme percebemos, a prostituiÃÃo pode levar a prejuÃzos à vida das prostituÃdas, em virtude de acarretar limitaÃÃes para a adoÃÃo de estilos de vida mais saudÃveis. AlÃm disso, a utilizaÃÃo do Modelo de Atividades de Vida de Roper, Logan e Tierney facilitou a abordagem holÃstica do cuidar, mostrando-se capaz de ser adaptado Ãs diversas etapas de vida das pessoas e Ãs diversas populaÃÃes atendidas. Desse modo, conhecer as atividades de vida das prostitutas poderà condicionar as aÃÃes voltadas a essa clientela, uma vez que denota as vulnerabilidades presentes no cotidiano dessas mulheres. / Recognizing the peculiarities involving the prostitution, activity practiced by many women, we decided to undertake this study. This is a survey in the city of Fortaleza, aiming to know the activities of the daily life of prostitutes; to identify the determinants factors specific of the life activities of prostitutes in the gynecological consultation of nursing; Check the contributions of the Model for Life Activities of Roper, Logan and Tierney in the care of nursing with prostitutes. The survey had a quantitative and qualitative approach. The data were collected at two points. In the first moment, we use a form of structured interview in the months of May and June 2007 on the occasion of gynecological consultation at the Center for Natural Childbirth (CPN) and the technique of free observation. For the second time, we used a structured route to interview, with a focus in the activities of life that showed changes in the first time. The interviews were conducted in the months of September and October 2007, in the homes and work places of prostitutes, and the data were recorded by the researcher in own forms and the data of observation were recorded in a diary. Part 42 women for the first time and 6 women in the second time. We use the Model Activity of Life of Roper, Logan and Tierney as a mark theoretical. We organized the words according to the twelve activities of life components of the Model, which include: Maintaining a safe environment, Communicate, Breathing, Eating and drinking, Eliminating, Personal career and dressing, Checking the body temperature, Mobilize, Working and distracting, Expressing sexuality, Sleeping and Death. The results showed the main vulnerabilities and events of this population, who were present in all activities at life of prostitutes, decisive factor for the maintenance for these womenâs life quality. We can see that prostitution can cause damage to the lives of prostitutes since it entails limits to the adoption styles of living more healthy. Moreover, the use of the Model activity of life for Roper, Logan and Tierney facilitated the holistic approach of caring, showing it is capable of being adapted to the different stages of life and the various people attended. Thus, knowing the activities of life of prostitutes can direct the actions aimed at the customers, because that denotes the vulnerabilities that permeate the daily life of women.
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Relações raça e gênero em jogo: a questão reprodutiva de mulheres negras e brancas / Relations of race and gender in the game: the reproductive issue of the black and white women.

Raquel Souzas 28 June 2004 (has links)
Introdução: No âmbito das discussões de gênero e raça, as desigualdades que marcam a condição da mulher, nem sempre, são contempladas, ao contrário, há uma série de discursos que visam a naturalizar diferenças, forjadas historicamente. Nesse sentido, indagar sobre o significado dessas diferenças, no âmbito da saúde reprodutiva, apresenta-se como problema de investigação. Nesse campo, decisões e arranjos reprodutivos dos indivíduos partem ou resultam em processos de negociação, não só condicionados pela realidade partilhada entre os mesmos, como pelas ações que são modeladas, segundo valores e normas sociais. Estes se caracterizam por um certo dinamismo e possibilidade de transformação e resignificação. Hipótese e objetivo: Partindo da hipótese básica de que, ao lado da reconhecida transversalidade de gênero, amplamente divulgada na literatura especializada, raça/etnia apresenta-se, igualmente, como tal, nas questões reprodutivas, no presente trabalho propõe-se, como objetivo central, analisar a questão da transversalidade de gênero e de raça, buscando reter de que forma tais transversalidades se apresentam no tratamento de problemas inerentes à área da Saúde Reprodutiva como, por exemplo, da prevenção da gravidez e das DSTs/Aids e como as condições de vida a elas se relacionam. Procedimento Metodológico Pesquisa qualitativa, que utilizou a técnica de história oral- temática. Foram entrevistadas 36 mulheres, 18 negras e 18 brancas, em três segmentos de escolaridade. Foram utilizados um roteiro temático, com questões abertas sobre saúde reprodutiva, gênero, raça, sexualidade e um formulário semi-estruturado, com questões sócio-demográficas e história reprodutiva. Complementarmente, foi realizada uma pesquisa documental, de estudos e documentos significativos para o movimento de mulheres negras, do ponto de vista político, assim como sobre a problemáticada relação racial e saúde, em uma perspectiva sócio-política. Discussão dos resultados: A concepção de liberdade das mulheres negras, de escolaridade superior, grau em que se pressupõe maior autonomia, é mais restrita à vida privada, em razão do racismo que enfrentam na vida pública. Já as mulheres brancas apresentam uma concepção mais ampliada, que inclui a conquista de novos espaços, no âmbito da vida pública. A concepção de casamento para mulheres negras e brancas funda-se em uma concepção de monogamia absoluta, razão pela qual excluem o uso da camisinha. Neste caso, a questão de gênero predomina em relação à raça. Entretanto, a conjugalidade, no sentido moderno do termo, no qual a igualdade de gênero e as negociações são características, apresenta-se como uma construção recente na história de vida de mulheres negras, revelando-se como um campo onde, só recentemente, estas conquistaram espaço. Com relação aos métodos contraceptivos, é possível apontar, a partir de uma caracterização dos sujeitos da pesquisa, que as mulheres negras entrevistadas, nas escolaridades média e fundamental, seguem, quando cotejadas com a literatura especializada, um padrão de uso massificado de métodos contraceptivos, ou seja, referem mais o uso da laqueadura e da pilula, e, no nível superior, referem mais o uso da camisinha. Por outro lado, as mulheres brancas entrevistadas fazem uso diversificado de métodos em todas as escolaridades, destacando-se o que se caracteriza, na maioria dos casos, uma opção por método de controle masculino, como vasectomia e camisinha. Quando abordada a questão da negociação para a prevenção da gravidez e das DST/Aids, observa-se menor autonomia de mulheres negras, de escolaridade média e fundamental, em relação às mulheres brancas e negras, de escolaridade superior. Na medida em que não se observa diferença, nesse processo de negociação, entre mulheres negras e brancas, com escolaridade universitária, a investigação aponta, igualmente, para a questão da diferenciação social. Conclusão Diante dos resultados obtidos, a presente investigação aponta para a riqueza de pesquisas que contemplem as intersecções existentes entre gênero, raça e desigualdade social no contexto da saúde reprodutiva. / Introduction: Within discussions of gender and race, the inequalities that characterize the condition of black women are not always discussed. On the contrary, there are several speeches that seek to make differences that have been historically forged look natural. To that respect, to question the meaning that such differences acquire in the domain of reproductive health becomes a relevant matter of investigation. Within this field, the decisions and reproductive arrangements made by individuals come or result from the negotiation processes not only conditioned by the reality they share, but by actions that are shaped according to a set of values and social norms. This set is characterized by a certain dynamism and the possibility of transformation and resignification. Hypothesis and objective: coming from the basic hypothesis that, besides the recognized gender bias widely disseminated by the specialized literature, race/ethnicity is also likewise presented on reproductive issues, the main goal of this work is to analyze the issue of gender and race bias, seeking to keep in mind how such biases are presented on the handling of problems inherent to the area of Reproductive Health like for instance, HIV/STD and pregnancy prevention, and how life conditions are related to them. Methodological procedure: qualitative research using the oral, thematic history technique. The subjects interviewed were 36 women, 18 black and 18 white, from three different educational backgrounds. During the interview process, a thematic list of topics for discussion with open questions about reproductive health, gender, race, sexuality, and a semi-structured form with socio-demographic questions and reproductive history were used. Complementarily, we researched some documents that we consider meaningful from the political point of view for the black women’s movement. Discussion of Outcomes: black women’s conception of freedom, of those with higher education, when one has supposedly greater autonomy, is more restricted to the private life due to the racism they face in public life. White women, on the other hand, show a broader conception, which includes the conquest of new spaces within public life’s realm. Marriage’s conception, both for black and white women, is based on a conception of total monogamy, hence their exclusion of using preservatives. In this case, the issue of gender prevails over race. Nonetheless, the connubiality, at the modern meaning of the term, which is characterized by equality of gender and negotiations, indicating to be a recent construction in the history of black women’ lives, field in which only recently they conquered space. Regarding the birth control methods, it is possible to point out from the characterization of the research’s subjects, that the black women interviewed, from elementary and middle school education background, follow, when compared to the specialized literature, a pattern of massive use of birth control methods, that is, they refer more to the use of tubal ligation and birth control pill, and at the higher education level, refer more to the use of preservatives. On the other hand, the white women interviewed use more diversified birth control methods in all education levels, standing out what is characterized in most cases a choice for a male controlled method such as vasectomy and preservatives. When the issue of the negotiation of HIV/STD and pregnancy prevention is surveyed, one can notice a lower autonomy of black women, with elementary and middle school education background, in comparison to white and black women with higher education background. As this difference is not observed during this process of negotiation among black and white women with higher education background, the investigation points towards the same direction to the issue of social differentiation. Conclusion: from the outcomes obtained, the current investigation indicates the richness of researches that contemplate the existing intersections between gender, race, and social inequalities in the context of reproductive health.

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