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O homem na língua : uma visão antropológica da enunciação para o ensino de escrita

Silva, Silvana January 2013 (has links)
Cette thèse vise à comprendre les processus énonciatifs généraux qui sous-tendent l'activité d'enseignement de l'écriture dans un contexte académique. Nous avons trois objectifs spécifiques : 1) Faire l’analyse de la littérature de certains travaux sur l'enseignement de l'écriture au Brésil en général, et sur l'enseignement de l'écriture dans un contexte académique en particulier, selon des critères de lecture d'ordre énonciative dérivés du texte L'appareil formel de l'énonciation, d’Émile Benveniste; 2) Définir les procédures énonciatifs impliquées dans un acte d'énonciation, en général, et les mettre en contexte, particulièrement en ce qui concerne l'enseignement de l'écriture à partir de la notion centrale de l'indication de la subjectivité; 3) Proposer une lecture anthropologique des processus d’énonciation en général et développer, de manière particulière, un ensemble d'analyse théorique et méthodologique de l' enseignement de l'écriture dans un contexte académique, spécialement autour de la relation entre les notions de langue et société dans une perspective énonciative. Nous avons proposé une lecture énonciative des études sur l’écriture au Brésil, à partir de quatre relations interlocutives entre je-tu/il, à savoir, des formes réelles, des formes collectives, des formes imaginées et des formes individuelles du discours. Ensuite, nous avons fait une lecture de Linguistique de l’énonciation d’Émile Benveniste, soutenue par Flores (2013) afin de comprendre les relations interlocutives à partir de les termes langage, langue, langues et énonciation. Une telle lecture nous permet de voir que l’énoncé écrit ou oral du professeur peut se constituer comme « indication de subjectivité » dans la réécriture de l'étudiant ou être en danger d'être une « représentation de la subjectivité » du professeur dans le texte de l'étudiant. Enfin, à partir d'une discussion épistémologique sur les «limites» de la linguistique, nous sommes confrontés à la possibilité d'établir une lecture anthropologique de la Théorie de l’Énonciation de Benveniste, perspective développée à partir de notre lecture de Dufour (2000), Dessons (2006) et Agamben (2005, 2008). Nous présentons également une discussion théorique sur la pratique méthodologique dans cette perspective-là, en particulier les notions de corpus, de transcription et de méthode. De la proposition que la notion de «scène» et d’«archive» est en relation dialectique avec la notion de «témoignage» nous proposons une forme d'analyse linguistique et métalinguistique du processus énonciatif impliqué dans l'enseignement de l’écriture. Ensuite, nous présentons une analyse du processus de l'enseignement de l’écriture à partir des données recueillies dans une salle de classe du cours de Lecture et Production Textuelle, discipline du premier semestre du cours de Lettres de l’Université Fédérale du Pampa, sous ma direction au premier semestre de 2012. Nous avons conclu que les élèves ont un engagement satisfaisant avec le processus énonciatif d’enseignement de l'écriture. / Esta tese tem como objetivo geral compreender os processos enunciativos que permeiam a atividade de ensino de escrita em contexto acadêmico. Temos como objetivos específicos os três seguintes itens: 1º) Elaborar uma revisão bibliográfica de trabalhos sobre ensino de escrita no Brasil, em geral, e sobre ensino de escrita em contexto acadêmico, de forma particular, a partir de critérios de leitura de ordem enunciativa, oriundos do texto O aparelho formal da Enunciação, de Émile Benveniste; 2º) Definir processos enunciativos implicados em qualquer ato de enunciação, em geral, e contextualizá-los, de forma particular, para o ensino de escrita, em especial em torno do conceito central de indicação de subjetividade; 3º) Propor uma leitura antropológica dos processos enunciativos, em geral, e elaborar um conjunto teórico-metodológico para análise do ensino de escrita em contexto acadêmico, de forma particular, em especial em torno da relação entre as noções de língua e sociedade em viés enunciativo. Propusemos uma leitura enunciativa dos estudos sobre escrita no Brasil, a partir de quatro relações interlocutivas entre eu-tu/ele, a saber, formas reais, formas coletivas, formas imaginadas e formas individuais do discurso. A seguir, realizamos uma leitura da Linguística da Enunciação de Émile Benveniste, amparada em Flores (2013), de modo a compreender as relações interlocutivas a partir dos termos linguagem, língua, línguas e enunciação. Tal leitura nos permitiu perceber que o enunciado escrito ou oral do professor pode tanto se constituir como ‘indicação de subjetividade’ na reescrita do aluno, como corre o perigo de ser uma ‘representação da subjetividade’ do professor no texto do aluno. Por fim, a partir de uma discussão epistemológica sobre os ‘limites’ da linguística, deparamo-nos com a possibilidade de estabelecer uma leitura antropológica da Teoria da Enunciação de Benveniste, perspectiva elaborada a partir de nossa leitura de Dufour (2000), Dessons (2006) e Agamben (2005, 2008). Apresentamos também uma discussão teórica sobre o fazer metodológico nessa perspectiva, em especial as noções de corpus, transcrição e método. Com a proposição de que a noção de ‘cena’ e de ‘arquivo’ estão em relação dialética com a noção de ‘testemunho’ propomos uma forma de análise linguística e metalinguística do processo enunciativo envolvido no ensino de escrita. Em seguida, apresentamos uma análise do processo de ensino de escrita com dados colhidos em uma turma de Leitura e Produção Textual, disciplina do Primeiro Semestre do Curso de Letras da Universidade Federal do Pampa, sob minha regência no Primeiro Semestre de 2012. Concluímos que os alunos apresentam um satisfatório envolvimento com o processo enunciativo de ensino da escrita.
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No limite do diálogo : eufemismo e enunciação em Émile Benveniste

Stumpf, Elisa Marchioro January 2017 (has links)
Cette recherche se propose de formuler, à partir de la perspective énonciative développée par Émile Benveniste, une conception d’euphémisme , phénomène linguistique généralement défini comme une forme d’atténuer une expression désagréable. Plus spécifiquement, on cherche à : a) réaliser une lecture de l’ouvrage benvenistien qui met en évidence la dimension anthropologique de sa théorie du langage ; b) analyser comment la problématique de l’euphémisme se présente chez le linguiste et l’associer aux réflexions sur l’énonciation et le dialogue menées par Benveniste ; c) démontrer comment l’euphémisme sert à aborder le rapport entre langue et culture à travers le biais de l’interdiction ; d) proposer une possibilité d’interprétation de l’euphémisme fondée sur la théorie de Benveniste. Pour y parvenir, on réalise une recherche bibliographique sur l’euphémisme qui synthétise les caractéristiques du phénomène communes à des approches diverses et qui atteste l’absence d’une perspective énonciative de traitement de la question. On procède aussi à une lecture des Problèmes de Linguistique Générale I et II et du Vocabulaire des Institutions Indo-Européenes qui compte sur les contributions de lecteurs de l’ouvrage benvenistien, parmi lesquels on détache Ono (2012, 2007), Flores (2017a, 2016, 2013, 2010) et Dessons (2006). Dans notre étude, on constate que l’approche de l’euphémisme chez Benveniste est en rapport avec la question de la blasphémie , du serment et de la performativité. On formule donc que l’euphémisme peut être considéré comme un mécanisme qui dit X et indique comment X atténue Y (le contenu interdit), en évoquant une notion Y donnée sans la désigner lorsqu’il mobilise des aspects non caractéristiques de Y. La caractérisation de la blasphémie et de l’euphémisme nous conduit à développer une réflexion sur comment les deux phénomènes se trouvent à la « limite du ‘dialogue’ » (BENVENISTE, 2006, p. 90). En outre, notre travail cherche à discuter ce que les euphémismes révèlent à propos du rapport entre langue, culture et l’homme, ce qui renforce la possibilité d’aborder les formes singulières par lesquelles l’homme se fait présent dans la langue à travers l’ouverture de la dimension anthropologique chez Benveniste. / A presente pesquisa busca formular, a partir da perspectiva enunciativa tal como desenvolvida por Émile Benveniste, uma concepção de eufemismo, fenômeno linguístico comumente definido como uma forma de atenuar uma expressão desagradável. Mais especificamente, procuramos: a) realizar uma leitura da obra benvenistiana que dê relevo à dimensão antropológica da sua teoria sobre a linguagem; b) analisar como a problemática do eufemismo se faz presente na obra do linguista e relacioná-la com as reflexões sobre enunciação e diálogo tecidas por Benveniste; c) demonstrar como o eufemismo serve para abordar a relação entre língua e cultura por meio do viés da interdição e d) propor uma possibilidade de interpretação do eufemismo com base na teoria de Benveniste. Para tanto, realizamos uma pesquisa de literatura sobre eufemismo, que sintetiza as características do fenômeno comuns a várias abordagens, bem como atesta a ausência de uma perspectiva enunciativa de tratamento da questão. Também foi empreendida uma leitura dos Problemas de Linguística Geral I e II e do Vocabulário das Instituições Indo-Europeias, que conta com as contribuições de leitores da obra benvenistiana, dentre os quais destacamos Ono (2012, 2007), Flores (2017a, 2016, 2013, 2010) e Dessons (2006). Em nosso estudo, constatamos que a abordagem do eufemismo em Benveniste está relacionada com a questão da blasfemia, do juramento e da performatividade. Formulamos, então, que o eufemismo pode ser considerado como um mecanismo que diz X e aponta para como X atenua Y (conteúdo interdito), evocando uma determinada noção Y sem designá-la, ao mobilizar aspectos não característicos de Y. A caracterização da blasfemia e da eufemia levou-nos a desenvolver uma reflexão sobre como ambos os fenômenos se encontram no “limite do ‘diálogo’” (BENVENISTE, 2006, p. 90). Além disso, nosso trabalho procurou discutir sobre o que os eufemismos revelam a respeito da relação entre língua, cultura e homem, o que reforça a possibilidade de abordar as formas singulares pelas quais o homem se faz presente na língua através da abertura da dimensão antropológica da obra de Benveniste.
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A experiência na e pela língua(gem) em testemunhos de povos ameríndios : a instauração de lugares enunciativos

Azevedo, Adelia Maria Evangelista January 2014 (has links)
La thèse «L’expérience dans et par la langue(langage) dans les témoignages des peuples amérindiens: l’instauration de lieux énonciatifs» propose de comprendre les lieux occupés par des sujets lorsque l’appropriation de la langue(langage), dans la situation de communication, de réalisation de l’Épreuve de Rédaction – Test d’accès à l’université pour les étudiants indigènes – 2012/COPERSE – UFRGS. Pour le parcours théorique de la thèse, nous avons faits des incursions aux idées de William D. Whitney et de Ferdinand de Saussure, principalement, en ce qui concerne la genèse des principes généraux de la Linguistique moderne, étant donné la nature du biais anthropologique inscrit dans les concepts de langue, liés aux faits humains. Le biais anthropologique de la Linguistique suit par les développements épistémologiques produits par Émile Benveniste, à travers l’étude des catégories de personnes, de temps et d’espace. Le linguiste français est dédié aux questions de signification dans et par le langage, dans l’interface entre la Linguistique et les autres sciences, en faveur de la Science générale de l’homme, afin de clarifier des problèmes de langue et de langage. En outre, il inaugure la Sémantique de la phrase, dans une époque où les linguistes se dédiaient à la Sémiotique. Les lectures théoriques basées sur les fondamentaux de l’énonciation, à la lumière des idées de Benveniste, et l’expérience de lecture des textes, produits par des indigènes, cela nous a donné la possibilité de penser sur une hypothèse pour la thèse: il y a un mode distinct d’écriture de la langue portugaise pour les peuples amérindiens. Pour la prouver, nous passons par la définition de culture; de forme et de sens dans la langue; nous nous tournons vers les concepts de trace, d’énonciation et de référence. Nous nous guidons dans le parcours théorique et méthodologique à partir de deux entrées dans la langue. La première entrée se fait par le locuteur à travers l’énonciation; et la seconde entrée concerne le chemin inverse à être parcouru par le linguiste lorsque l’analyse de temoignages résultants de l’usage de la langue vivante par les sujets. Nous avons choisi une production textuelle représentative, puisque la rédaction remplit les conditions nécessaires aux procédures de coupures d’analyses des témoignages des expériences de langue(langage) des peuples amérindiens. Les analyses des témoignages à partir des marques (inter)subjectives dans le langage indiquent l’existence de traces et des références dans et par la langue(langage). Ceux-ci sont des phénomènes responsables des mouvements de rétrospection et de prospection qui sont au coeur de l’énonciation, lorsque l’appropriation de la langue(langage) par le locuteur. Le passage de langue à discours fait ressortir le sujet hétérogène. Celui-ci est né de l’énonciation écrite, en L2, en langue portugaise, étant donné la nature de la langue dans la constitution du «je» et de l’instaurer par le rapport avec le «tu». Pour la lecture des «données», nous considérons les symbolismes résultants du perspectivisme des peuples amérindiens, en L1, langue maternelle. En confirmant ainsi l’existence d’une langue portugaise singulière, avec syntaxe et sémantique propre, dont les origines sont dans la diversité de la situation de communication. Nous sommes intéressés par l’étude des significations produites dans l’énonciation écrite des peuples amérindiens lorsque la diversité des relations interlocutives vécues en société. / A tese “A experiência na e pela língua(gem) em testemunhos de povos ameríndios: a instauração de lugares enunciativos” propõe compreender os lugares ocupados por sujeitos quando da apropriação da língua(gem), na situação comunicativa, de realização da Prova de Redação – Vestibular para Estudantes Indígenas – 2012∕COPERSE – UFRGS. Para o percurso teórico da tese realizamos incursões às ideias de William D. Whitney e de Ferdinand de Saussure, principalmente, no que diz respeito à gênese dos princípios gerais da Linguística moderna, dada a natureza do viés antropológico inscrito nos conceitos de língua, vinculados aos fatos humanos. O viés antropológico da Linguística segue por desdobramentos epistemológicos elaborados por Émile Benveniste, via estudo das categorias de pessoa, tempo e espaço. O linguista francês dedica-se às questões de significação na e pela linguagem, na interface entre a Linguística e as demais ciências, em prol da Ciência geral do homem, com vistas a elucidar problemáticas de língua e de linguagem. Além disso, inaugura a Semântica da frase, uma época que os linguistas voltavam-se à Semiótica. As leituras teóricas centradas nos fundamentos da enunciação, à luz das ideias benvenistianas, e a experiência de leitura dos textos, produzidos por indígenas, possibilitaram-nos pensar a respeito de uma hipótese para a tese: há um modo distinto de escrita da língua portuguesa para os povos ameríndios. Para comprová-la, percorremos a definição de cultura; de forma e sentido na língua; voltamo-nos aos conceitos de vestígio, enunciação e referência. Norteamo-nos no percurso teórico-metodológico a partir de duas entradas na língua. A primeira entrada dá-se pelo locutor por conta da enunciação; e, a segunda, diz respeito ao caminho inverso a ser percorrido pelo linguista quando da análise de testemunhos decorrentes do uso da língua viva pelos sujeitos. Selecionamos uma produção textual representativa, visto que essa reúne algumas condições pontuais aos procedimentos de recortes análises dos testemunhos das experiências de língua(gem) dos povos ameríndios. As análises dos testemunhos a partir das marcas (inter)subjetivas na linguagem apontam para a existência de vestígios e de referências na e pela língua(gem). Esses são fenômenos responsáveis pelos movimentos de retrospecção e prospecção que estão no centro da enunciação, quando da apropriação da língua(gem) pelo locutor. A passagem de língua a discurso faz emergir o sujeito heterogêneo. Este nasce da enunciação escrita, em L2, em língua portuguesa, dada a natureza da língua em constituir o “eu” e de instaurá-lo na relação com o “tu”. Além disso, consideramos para a leitura dos “dados” os simbolismos resultantes do perspectivismo dos povos ameríndios, em L1, língua materna. Confirmando, assim a existência de uma língua portuguesa singular com sintaxe e semântica própria, cujas origens estão na diversidade da situação comunicativa. Interessamo-nos pelo estudo das significações produzidas na enunciação escrita dos povos ameríndios quando da diversidade das relações interlocutivas vividas em sociedade. / The thesis “The experience in and by language in testimonies of Amerindian people: the establishment of enunciative places” proposes to understand the occupied places by subjects when the appropriation of the language, in communicative situation, of performing the essay examination – Entrance Examination to Indigenous Students – 2012/COPERSE – UFRGS. In relation to the theoretical pathway of the thesis, we realize incursions to William D. Whitney and Ferdinand de Saussure ideas, mainly, with regard to the genesis of the general principles of modern Linguistics, given the nature of the anthropological bias in the definitions of language, linked to the human facts. The anthropological bias of Linguistics follows by epistemological developments elaborated by Émile Benveniste throughout the categories of study of person, time and space. The French linguist dedicates to signification questions in and by language, in the interface between Linguistics and other sciences, in favor of the General Science of the Human, in order to clarify language problems. Besides, he starts the phrase Semantics, in a period in which linguists studied to Semiotics. The theoretical readings centered in the enunciation foundations, in the light of Benveniste’s ideas, and the reading experience of the texts, produced by indigenous, helped us to think concerning of a hypothesis to the thesis: Is there a distinct mode of Portuguese Language writing to the Amerindian people? To prove this question, we define culture; form and sense in the language; as well as trace, enunciation and reference. Our methodological-theoretical trajectory presents two entries in the language. The first one occurs by the locutor because of the enunciation; and the second one throughout the reverse way to be covered by the linguist when the analysis of testimonies due to the use of the living language by the subjects. We have selected just one representative textual production since the essay gathers the necessary conditions to the procedures of analysis cuttings of the testimonies of the experiencies of the Amerindian people language. The analysis of the testimonies from intersubjective marks in the language point to the existence of traces and of references in and by language. These are responsible phenomena by the moviments of retrospecting and prospecting that are in the center of the enunciation, when the appropriation of the language by the locutor. The language’s passage to the discourse appears the heterogenous subject. This emerges from the written enunciation in L2, in Portuguese Language, given the nature of the language in constituting the “I” and of establishing it by the complementarity relation to the “you” and to establish it in the relation with the “you”. Besides, we consider to the “data” reading, the resulting symbolisms of the Amerindian people perpectivism, in L1, mother tongue. Thus, we confirm the existence of a singular Portuguese Language with its own syntax and semantics, whose origins are in the diversity of the communicative situation. Also, we are interested in the study of the significations produced in the written enunciation of the Amerindian people when the diversity of the interlocutive relationships experienced in society.
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Enunciação e clínica dos distúrbios de linguagem : um estudo do que se fala da fala de uma criança

Vieira, Elisabete Maria da Silva January 2010 (has links)
Este estudo destina-se a fazer uma reflexão sobre o que se fala da fala de um pequeno paciente nos encaminhamentos para atendimento em clínica dos distúrbios de linguagem numa equipe de trabalho interdisciplinar com atravessamento psicanalítico, a Clínica de Atendimento Psicológico vinculada à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A clínica dos distúrbios de linguagem, no campo da Fonoaudiologia, surge com uma apreensão maior nas questões orgânicas do paciente, assumindo, desta forma, uma atitude de correção, distanciando-se da concepção de linguagem que considera o homem fazendo uso de uma língua que é heterogênea. Ao buscarmos um trabalho que enfoca o sujeito na clínica, chamamos para o diálogo a Teoria da Enunciação, de Benveniste, que pensa a linguagem como possibilidade de surgimento do sujeito. É neste sentido que acreditamos que o que se fala sobre a fala do paciente tem grande importância nesta clínica, pois mostra o lugar de fala dado a esta criança. É através da construção de um caso clínico, em que há um deslocamento do olhar sobre o orgânico em direção a uma escuta do sujeito, que se dá um novo lugar para a fala. É na leitura do que se fala sobre a fala do pequeno sujeito que o terapeuta pode reeditar a história dessa criança ali onde paralisou e que necessita de um deslocamento. / The present study aims to discuss what is said about the speech of a child in a clinic for language disorders. We carried out this study with an interdisciplinary team with psychoanalytic bias in the Psychological Clinic at Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS). The treatment for language disorders in the Phonoaudiology field is focused on organic issues. Therefore, the therapist assumes an attitude of correction, distancing the patient from the conception of language which considers man using a language that is heterogeneous. We have been searching for a theoretical background that had its focus on the subject in the language, thus, we choose the Enunciation Theory, by Benveniste, which thinks the language as a possible way for the emergence of the subject. We believe, and Benveniste‟s theory approbes, that what is said about the patient's speech is of great importance during the treatment, once it shows the place of speech given to this patient. It is through the construction of a clinical case that we can see a shift from the organic to the subject himself. It is interpreting what is said about the patient‟s speech that we can understand his history and change it.
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Por uma dimensão antropológica do discurso : as passagens do aluno nas instâncias de ensino

Knack, Carolina January 2016 (has links)
Cette thèse, sur la base de la théorie énonciative d’Émile Benveniste et de la dimension anthropologique du discours qu’on peut en déduire, explore le mode dont l’étudiant – à travers le passage d’une instance d’enseignement à l’autre –, à partir de l’occupation d’une nouvelle position dans la société, révèle une position de locuteur renouvelée dans le discours. Pour développer cette possibilité d’approche, on propose, d’abord, une brève incursion dans des études du champ de l’Anthropologie, afin d’élaborer une notion non théorique du passage qui considère le changement d’un lieu social à l’autre. Ensuite, on entreprend un itinéraire de lecture des textes benvenistiens, en prenant comme guide l’article Structure de la langue et structure de la société (BENVENISTE, 1968/2006), qui permet de situer, à partir de l’inclusion du parlant dans son discours, l’individu comme participant à la société, en l’enlaçant par la langue/le langage. Tenant en compte cet itinéraire, on élabore une notion théorique de passage qui considère l’indissociabilité entre l’homme et le langage et la relation mutuelle entre individu et société par la langue-discours. Des fondements théoriques qui soutiennent la proposition de cette thèse, on passe aux fondements méthodologiques, qui rendent possible l’analyse des faits linguistiques consistant à des récits issus de deux interlocutions orales avec une étudiante participant au Programme d’Appui à la Licence de l’Université Fédérale du Rio Grande do Sul et de deux textes écrits par cette étudiante, la dissertation de l’examen d’entrée à l’université et une nouvelle dissertation à partir du même sujet. L’analyse de ces faits révèle que, en raison de l’instauration de l’étudiante dans des nouvelles positions dans les instances d’enseignement où elle est insérée, sont produits des changements dans ces rapports à l’autre, à la langue qui comporte la culture, ce qui se reflète dans des nouvelles positions de locuteur dans le discours, en leur rendant possible de se constituer dans la double nature, individuelle et sociale, que le langage fonde chez l’homme. Le chemin entrepris dans ce travail permet de conclure qu’il devient possible, par le discours, de regarder avec l’Énonciation au-delà de l’énonciation. Voilà comment la dimension anthropologique du discours peut être entrevue dans la théorie du langage d’Émile Benveniste. / Esta tese, com base na teoria enunciativa de Émile Benveniste e na dimensão antropológica do discurso que dela se pode depreender, explora o modo como o aluno – pela passagem de uma instância de ensino a outra –, a partir da ocupação de uma nova posição na sociedade, revela uma renovada posição de locutor no discurso. Para desenvolver essa possibilidade de abordagem, propõe-se, primeiro, uma breve incursão em estudos do campo da Antropologia, a fim de elaborar uma noção não teórica de passagem que considera a mudança de um lugar social a outro. Em seguida, empreende-se um itinerário de leitura dos textos benvenistianos, tomando como guia o artigo Estrutura da língua e estrutura da sociedade (BENVENISTE, 1968/2006), o qual permite situar, pela inerente inclusão do falante em seu discurso, o indivíduo como participante na sociedade, enlaçando-o pela língua(gem). Levando em conta esse itinerário, elabora-se uma noção teórica de passagem que considera a indissociabilidade entre homem e linguagem e a relação mútua entre indivíduo e sociedade pela língua-discurso. Dos fundamentos teóricos que sustentam a proposta desta tese, passa-se aos fundamentos metodológicos, que viabilizam a análise dos fatos linguísticos, que consistem em relatos oriundos de duas interlocuções orais com uma aluna participante da oficina de Língua Portuguesa do Programa de Apoio à Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e de dois textos escritos por essa aluna, a redação do Concurso Vestibular (UFRGS/2014) e uma nova redação a partir da mesma proposta do Vestibular. A análise desses fatos revela que, em virtude de a aluna instaurar-se em novas posições nas instâncias de ensino em que está inserida, produzem-se mudanças em suas relações com o outro e com a língua, que comporta a cultura, o que se reflete em novas posições de locutor no discurso, possibilitandolhe constituir-se na dupla natureza, individual e social, que a linguagem fundamenta no homem. O percurso empreendido neste trabalho permite concluir que se torna possível, pelo discurso, olhar com a Enunciação para além da enunciação, ou seja, olhar para as atividades significantes do homem na sociedade e para o modo como ele nela se situa na e pela linguagem. Eis como a dimensão antropológica do discurso pode ser entrevista na teoria da linguagem de Émile Benveniste.
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Em busca do espaço perdido? : um estudo do estatuto da noção de espaço em Émile Benveniste

Barboza, Gabriela January 2013 (has links)
Cette dissertation est consacrée à entreprendre une étude sur la notion d'espace dans les oeuvres Problèmes de Linguistique Générale I et II, d’Émile Benveniste. En raison de la constatation d'une lacune en ce qui concerne les études d’espace dans le champ d’action de l'énonciation au Brésil, et par le fait d’être Benveniste considéré comme responsable des études des notions de personne-temps-espace, il est urgent d'aborder la notion qui, selon Fiorin (2008), avait été peu étudié par le sémanticien syrien. En d'autres termes, il y a une manque observée en ce qui concerne le traitement de l'espace, un espace destiné à être rempli, dans une certaine mesure, avec cette enquête. Dans ce sens, l'objectif général de ce travail est de trouver l'espace de l'espace dans la théorie énonciative d'Émile Benveniste. Néanmoins, il y a encore cinq buts de caractère plus spécifique qui, dans la mesure où les chapitres sont développés, sont atteints. Ils sont les suivants: 1) montrer et décrire comment l'espace apparaît dans les études linguistiques au Brésil, en particulier dans les études grammaticales et les études spécifiques de la Linguistique de l'Énonciation, avec l’observation de la théorie linguistique qui tient sa réflexion, 2) déterminer dans quelle mesure l'absence d’études sur la notion-catégorie d’espace est tributaire de la supposée absence d'études dans l’oeuvre de celui qui est considéré comme responsable de la délimitation des notions de personne-temps-espace, le linguiste Émile Benveniste, 3) démontrer qu'il y a la présence d'études sur espace dans ses oeuvres; 4) observer et décrire le mode d'insertion de la réflexion sur l'espace dans le travail de Benveniste, 5) proposer un moyen de lire la configuration de la notion d'espace, de sorte à développer opérateurs de lecture et d'analyse de la notion. Par la compréhension de la nécessité d'une étude plus large sur l'espace que la recherche exclusive dans l’oeuvre benvenistienne, une enquête est développée dans les grammaires de langue portugaise et dans les revues scientifiques brésiliens sur les études linguistiques. À la suite, on part pour la problématisation de l'absence d'études sur l'espace et pour la recherche proprement des textes de Benveniste. À la recherche de la meilleure façon possible de définir les étapes de la dissertation sont explicités les critères pour le choix des documents de référence pour cette enquête. Après avoir choisi les textes, on va à la lecture et l'analyse d'extraits contenant des mots pertinents pour l'étude et, à partir de cela, on vérifie la mesure dans laquelle l'emploi de mots trouvés est liée à la construction énonciative benvenistienne. Une fois constatée la présence de la notion d'espace dans l’oeuvre du linguiste, on présente ses relations avec la notion du temps, au-delà de la mise en place de systématisations et de déplacements de lecture de l’espace. Enfin, on espère, avec cette enquête, présenter des contributions au champ de la Linguistique de l'Énonciation, d’une manière générale, et à la théorie de l'énonciation d'Émile Benveniste, en particulier, dans la mesure où on mentionne un thème pour l'instant rarement abordé par les chercheurs, mais d'une grande importance pour la consolidation de ce champ disciplinaire au Brésil. / Esta dissertação se dedica a empreender um estudo sobre a noção de espaço nas obras Problemas de Linguística Geral I e II, de Émile Benveniste. Devido à constatação de uma lacuna no que diz respeito aos estudos de espaço no âmbito enunciativo brasileiro, e pelo fato de Benveniste ser considerado o responsável pelos estudos das noções de pessoa-tempo-espaço, urge abordar a noção que, conforme Fiorin (2008), fora pouco estudada pelo semanticista sírio. Dito de outro modo, há uma falta observada no que tange ao tratamento do espaço, cujo espaço pretende-se preencher, em alguma medida, com esta investigação. Nesse sentido, o objetivo geral deste trabalho é o de encontrar o espaço do espaço na teoria enunciativa de Émile Benveniste. Não obstante, há ainda outros cinco objetivos, de caráter mais específico, e que, na medida em que os capítulos são desenvolvidos, são atendidos. São eles: 1) mostrar e descrever como o espaço comparece nos estudos linguísticos brasileiros, principalmente nos estudos gramaticais e nos estudos específicos de Linguística da Enunciação, com a observação da teoria linguística que sustenta sua reflexão; 2) verificar em que medida a falta de estudos sobre a noção-categoria de espaço é tributária da suposta falta de estudos desenvolvidos na obra de quem é considerado o responsável por delinear as noções de pessoa-tempo-espaço, o linguista Émile Benveniste; 3) demonstrar que há a presença de estudos sobre espaço na obra do autor; 4) observar e descrever o modo de inserção da reflexão sobre espaço em Benveniste; 5) propor um modo de leitura da configuração da noção de espaço, de modo a desenvolver operadores de leitura e de análise da noção. Por compreender a necessidade de uma pesquisa mais ampla relativa ao espaço do que a busca somente na obra benvenistiana, é desenvolvida uma investigação em gramáticas de língua portuguesa e em periódicos brasileiros no campo dos estudos linguísticos. Após isso, parte-se para a problematização da falta de estudos sobre espaço e para a pesquisa propriamente dos textos benvenistianos. Buscando definir os passos da dissertação, são explicitados os critérios de escolha dos textos-base para esta investigação. Com os textos escolhidos, passa-se à leitura de excertos que contenham palavras pertinentes ao estudo e, a partir disso, à análise com os operadores ideia e emprego para verificar em que medida o emprego das palavras encontradas está relacionado ao constructo enunciativo benvenistiano. Constatada a presença da noção de espaço na obra do linguista, apresenta-se relações dela com a noção de tempo, além do estabelecimento de leituras e deslocamentos de leitura do espaço, como a diferenciação de espaço topológico e espaço enunciativo e a sistematização de espaço DE e DA enunciação. Por fim, espera-se, com esta investigação, apresentar contribuições para o campo da Linguística da Enunciação, de modo geral, e da teoria da enunciação de Émile Benveniste, de modo específico, na medida em que se traz à baila uma temática por ora pouco abordada pelos estudiosos, mas de grande pertinência para a sedimentação desse campo disciplinar no Brasil.
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No limite do diálogo : eufemismo e enunciação em Émile Benveniste

Stumpf, Elisa Marchioro January 2017 (has links)
Cette recherche se propose de formuler, à partir de la perspective énonciative développée par Émile Benveniste, une conception d’euphémisme , phénomène linguistique généralement défini comme une forme d’atténuer une expression désagréable. Plus spécifiquement, on cherche à : a) réaliser une lecture de l’ouvrage benvenistien qui met en évidence la dimension anthropologique de sa théorie du langage ; b) analyser comment la problématique de l’euphémisme se présente chez le linguiste et l’associer aux réflexions sur l’énonciation et le dialogue menées par Benveniste ; c) démontrer comment l’euphémisme sert à aborder le rapport entre langue et culture à travers le biais de l’interdiction ; d) proposer une possibilité d’interprétation de l’euphémisme fondée sur la théorie de Benveniste. Pour y parvenir, on réalise une recherche bibliographique sur l’euphémisme qui synthétise les caractéristiques du phénomène communes à des approches diverses et qui atteste l’absence d’une perspective énonciative de traitement de la question. On procède aussi à une lecture des Problèmes de Linguistique Générale I et II et du Vocabulaire des Institutions Indo-Européenes qui compte sur les contributions de lecteurs de l’ouvrage benvenistien, parmi lesquels on détache Ono (2012, 2007), Flores (2017a, 2016, 2013, 2010) et Dessons (2006). Dans notre étude, on constate que l’approche de l’euphémisme chez Benveniste est en rapport avec la question de la blasphémie , du serment et de la performativité. On formule donc que l’euphémisme peut être considéré comme un mécanisme qui dit X et indique comment X atténue Y (le contenu interdit), en évoquant une notion Y donnée sans la désigner lorsqu’il mobilise des aspects non caractéristiques de Y. La caractérisation de la blasphémie et de l’euphémisme nous conduit à développer une réflexion sur comment les deux phénomènes se trouvent à la « limite du ‘dialogue’ » (BENVENISTE, 2006, p. 90). En outre, notre travail cherche à discuter ce que les euphémismes révèlent à propos du rapport entre langue, culture et l’homme, ce qui renforce la possibilité d’aborder les formes singulières par lesquelles l’homme se fait présent dans la langue à travers l’ouverture de la dimension anthropologique chez Benveniste. / A presente pesquisa busca formular, a partir da perspectiva enunciativa tal como desenvolvida por Émile Benveniste, uma concepção de eufemismo, fenômeno linguístico comumente definido como uma forma de atenuar uma expressão desagradável. Mais especificamente, procuramos: a) realizar uma leitura da obra benvenistiana que dê relevo à dimensão antropológica da sua teoria sobre a linguagem; b) analisar como a problemática do eufemismo se faz presente na obra do linguista e relacioná-la com as reflexões sobre enunciação e diálogo tecidas por Benveniste; c) demonstrar como o eufemismo serve para abordar a relação entre língua e cultura por meio do viés da interdição e d) propor uma possibilidade de interpretação do eufemismo com base na teoria de Benveniste. Para tanto, realizamos uma pesquisa de literatura sobre eufemismo, que sintetiza as características do fenômeno comuns a várias abordagens, bem como atesta a ausência de uma perspectiva enunciativa de tratamento da questão. Também foi empreendida uma leitura dos Problemas de Linguística Geral I e II e do Vocabulário das Instituições Indo-Europeias, que conta com as contribuições de leitores da obra benvenistiana, dentre os quais destacamos Ono (2012, 2007), Flores (2017a, 2016, 2013, 2010) e Dessons (2006). Em nosso estudo, constatamos que a abordagem do eufemismo em Benveniste está relacionada com a questão da blasfemia, do juramento e da performatividade. Formulamos, então, que o eufemismo pode ser considerado como um mecanismo que diz X e aponta para como X atenua Y (conteúdo interdito), evocando uma determinada noção Y sem designá-la, ao mobilizar aspectos não característicos de Y. A caracterização da blasfemia e da eufemia levou-nos a desenvolver uma reflexão sobre como ambos os fenômenos se encontram no “limite do ‘diálogo’” (BENVENISTE, 2006, p. 90). Além disso, nosso trabalho procurou discutir sobre o que os eufemismos revelam a respeito da relação entre língua, cultura e homem, o que reforça a possibilidade de abordar as formas singulares pelas quais o homem se faz presente na língua através da abertura da dimensão antropológica da obra de Benveniste.
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O homem na língua : uma visão antropológica da enunciação para o ensino de escrita

Silva, Silvana January 2013 (has links)
Cette thèse vise à comprendre les processus énonciatifs généraux qui sous-tendent l'activité d'enseignement de l'écriture dans un contexte académique. Nous avons trois objectifs spécifiques : 1) Faire l’analyse de la littérature de certains travaux sur l'enseignement de l'écriture au Brésil en général, et sur l'enseignement de l'écriture dans un contexte académique en particulier, selon des critères de lecture d'ordre énonciative dérivés du texte L'appareil formel de l'énonciation, d’Émile Benveniste; 2) Définir les procédures énonciatifs impliquées dans un acte d'énonciation, en général, et les mettre en contexte, particulièrement en ce qui concerne l'enseignement de l'écriture à partir de la notion centrale de l'indication de la subjectivité; 3) Proposer une lecture anthropologique des processus d’énonciation en général et développer, de manière particulière, un ensemble d'analyse théorique et méthodologique de l' enseignement de l'écriture dans un contexte académique, spécialement autour de la relation entre les notions de langue et société dans une perspective énonciative. Nous avons proposé une lecture énonciative des études sur l’écriture au Brésil, à partir de quatre relations interlocutives entre je-tu/il, à savoir, des formes réelles, des formes collectives, des formes imaginées et des formes individuelles du discours. Ensuite, nous avons fait une lecture de Linguistique de l’énonciation d’Émile Benveniste, soutenue par Flores (2013) afin de comprendre les relations interlocutives à partir de les termes langage, langue, langues et énonciation. Une telle lecture nous permet de voir que l’énoncé écrit ou oral du professeur peut se constituer comme « indication de subjectivité » dans la réécriture de l'étudiant ou être en danger d'être une « représentation de la subjectivité » du professeur dans le texte de l'étudiant. Enfin, à partir d'une discussion épistémologique sur les «limites» de la linguistique, nous sommes confrontés à la possibilité d'établir une lecture anthropologique de la Théorie de l’Énonciation de Benveniste, perspective développée à partir de notre lecture de Dufour (2000), Dessons (2006) et Agamben (2005, 2008). Nous présentons également une discussion théorique sur la pratique méthodologique dans cette perspective-là, en particulier les notions de corpus, de transcription et de méthode. De la proposition que la notion de «scène» et d’«archive» est en relation dialectique avec la notion de «témoignage» nous proposons une forme d'analyse linguistique et métalinguistique du processus énonciatif impliqué dans l'enseignement de l’écriture. Ensuite, nous présentons une analyse du processus de l'enseignement de l’écriture à partir des données recueillies dans une salle de classe du cours de Lecture et Production Textuelle, discipline du premier semestre du cours de Lettres de l’Université Fédérale du Pampa, sous ma direction au premier semestre de 2012. Nous avons conclu que les élèves ont un engagement satisfaisant avec le processus énonciatif d’enseignement de l'écriture. / Esta tese tem como objetivo geral compreender os processos enunciativos que permeiam a atividade de ensino de escrita em contexto acadêmico. Temos como objetivos específicos os três seguintes itens: 1º) Elaborar uma revisão bibliográfica de trabalhos sobre ensino de escrita no Brasil, em geral, e sobre ensino de escrita em contexto acadêmico, de forma particular, a partir de critérios de leitura de ordem enunciativa, oriundos do texto O aparelho formal da Enunciação, de Émile Benveniste; 2º) Definir processos enunciativos implicados em qualquer ato de enunciação, em geral, e contextualizá-los, de forma particular, para o ensino de escrita, em especial em torno do conceito central de indicação de subjetividade; 3º) Propor uma leitura antropológica dos processos enunciativos, em geral, e elaborar um conjunto teórico-metodológico para análise do ensino de escrita em contexto acadêmico, de forma particular, em especial em torno da relação entre as noções de língua e sociedade em viés enunciativo. Propusemos uma leitura enunciativa dos estudos sobre escrita no Brasil, a partir de quatro relações interlocutivas entre eu-tu/ele, a saber, formas reais, formas coletivas, formas imaginadas e formas individuais do discurso. A seguir, realizamos uma leitura da Linguística da Enunciação de Émile Benveniste, amparada em Flores (2013), de modo a compreender as relações interlocutivas a partir dos termos linguagem, língua, línguas e enunciação. Tal leitura nos permitiu perceber que o enunciado escrito ou oral do professor pode tanto se constituir como ‘indicação de subjetividade’ na reescrita do aluno, como corre o perigo de ser uma ‘representação da subjetividade’ do professor no texto do aluno. Por fim, a partir de uma discussão epistemológica sobre os ‘limites’ da linguística, deparamo-nos com a possibilidade de estabelecer uma leitura antropológica da Teoria da Enunciação de Benveniste, perspectiva elaborada a partir de nossa leitura de Dufour (2000), Dessons (2006) e Agamben (2005, 2008). Apresentamos também uma discussão teórica sobre o fazer metodológico nessa perspectiva, em especial as noções de corpus, transcrição e método. Com a proposição de que a noção de ‘cena’ e de ‘arquivo’ estão em relação dialética com a noção de ‘testemunho’ propomos uma forma de análise linguística e metalinguística do processo enunciativo envolvido no ensino de escrita. Em seguida, apresentamos uma análise do processo de ensino de escrita com dados colhidos em uma turma de Leitura e Produção Textual, disciplina do Primeiro Semestre do Curso de Letras da Universidade Federal do Pampa, sob minha regência no Primeiro Semestre de 2012. Concluímos que os alunos apresentam um satisfatório envolvimento com o processo enunciativo de ensino da escrita.
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A experiência na e pela língua(gem) em testemunhos de povos ameríndios : a instauração de lugares enunciativos

Azevedo, Adelia Maria Evangelista January 2014 (has links)
La thèse «L’expérience dans et par la langue(langage) dans les témoignages des peuples amérindiens: l’instauration de lieux énonciatifs» propose de comprendre les lieux occupés par des sujets lorsque l’appropriation de la langue(langage), dans la situation de communication, de réalisation de l’Épreuve de Rédaction – Test d’accès à l’université pour les étudiants indigènes – 2012/COPERSE – UFRGS. Pour le parcours théorique de la thèse, nous avons faits des incursions aux idées de William D. Whitney et de Ferdinand de Saussure, principalement, en ce qui concerne la genèse des principes généraux de la Linguistique moderne, étant donné la nature du biais anthropologique inscrit dans les concepts de langue, liés aux faits humains. Le biais anthropologique de la Linguistique suit par les développements épistémologiques produits par Émile Benveniste, à travers l’étude des catégories de personnes, de temps et d’espace. Le linguiste français est dédié aux questions de signification dans et par le langage, dans l’interface entre la Linguistique et les autres sciences, en faveur de la Science générale de l’homme, afin de clarifier des problèmes de langue et de langage. En outre, il inaugure la Sémantique de la phrase, dans une époque où les linguistes se dédiaient à la Sémiotique. Les lectures théoriques basées sur les fondamentaux de l’énonciation, à la lumière des idées de Benveniste, et l’expérience de lecture des textes, produits par des indigènes, cela nous a donné la possibilité de penser sur une hypothèse pour la thèse: il y a un mode distinct d’écriture de la langue portugaise pour les peuples amérindiens. Pour la prouver, nous passons par la définition de culture; de forme et de sens dans la langue; nous nous tournons vers les concepts de trace, d’énonciation et de référence. Nous nous guidons dans le parcours théorique et méthodologique à partir de deux entrées dans la langue. La première entrée se fait par le locuteur à travers l’énonciation; et la seconde entrée concerne le chemin inverse à être parcouru par le linguiste lorsque l’analyse de temoignages résultants de l’usage de la langue vivante par les sujets. Nous avons choisi une production textuelle représentative, puisque la rédaction remplit les conditions nécessaires aux procédures de coupures d’analyses des témoignages des expériences de langue(langage) des peuples amérindiens. Les analyses des témoignages à partir des marques (inter)subjectives dans le langage indiquent l’existence de traces et des références dans et par la langue(langage). Ceux-ci sont des phénomènes responsables des mouvements de rétrospection et de prospection qui sont au coeur de l’énonciation, lorsque l’appropriation de la langue(langage) par le locuteur. Le passage de langue à discours fait ressortir le sujet hétérogène. Celui-ci est né de l’énonciation écrite, en L2, en langue portugaise, étant donné la nature de la langue dans la constitution du «je» et de l’instaurer par le rapport avec le «tu». Pour la lecture des «données», nous considérons les symbolismes résultants du perspectivisme des peuples amérindiens, en L1, langue maternelle. En confirmant ainsi l’existence d’une langue portugaise singulière, avec syntaxe et sémantique propre, dont les origines sont dans la diversité de la situation de communication. Nous sommes intéressés par l’étude des significations produites dans l’énonciation écrite des peuples amérindiens lorsque la diversité des relations interlocutives vécues en société. / A tese “A experiência na e pela língua(gem) em testemunhos de povos ameríndios: a instauração de lugares enunciativos” propõe compreender os lugares ocupados por sujeitos quando da apropriação da língua(gem), na situação comunicativa, de realização da Prova de Redação – Vestibular para Estudantes Indígenas – 2012∕COPERSE – UFRGS. Para o percurso teórico da tese realizamos incursões às ideias de William D. Whitney e de Ferdinand de Saussure, principalmente, no que diz respeito à gênese dos princípios gerais da Linguística moderna, dada a natureza do viés antropológico inscrito nos conceitos de língua, vinculados aos fatos humanos. O viés antropológico da Linguística segue por desdobramentos epistemológicos elaborados por Émile Benveniste, via estudo das categorias de pessoa, tempo e espaço. O linguista francês dedica-se às questões de significação na e pela linguagem, na interface entre a Linguística e as demais ciências, em prol da Ciência geral do homem, com vistas a elucidar problemáticas de língua e de linguagem. Além disso, inaugura a Semântica da frase, uma época que os linguistas voltavam-se à Semiótica. As leituras teóricas centradas nos fundamentos da enunciação, à luz das ideias benvenistianas, e a experiência de leitura dos textos, produzidos por indígenas, possibilitaram-nos pensar a respeito de uma hipótese para a tese: há um modo distinto de escrita da língua portuguesa para os povos ameríndios. Para comprová-la, percorremos a definição de cultura; de forma e sentido na língua; voltamo-nos aos conceitos de vestígio, enunciação e referência. Norteamo-nos no percurso teórico-metodológico a partir de duas entradas na língua. A primeira entrada dá-se pelo locutor por conta da enunciação; e, a segunda, diz respeito ao caminho inverso a ser percorrido pelo linguista quando da análise de testemunhos decorrentes do uso da língua viva pelos sujeitos. Selecionamos uma produção textual representativa, visto que essa reúne algumas condições pontuais aos procedimentos de recortes análises dos testemunhos das experiências de língua(gem) dos povos ameríndios. As análises dos testemunhos a partir das marcas (inter)subjetivas na linguagem apontam para a existência de vestígios e de referências na e pela língua(gem). Esses são fenômenos responsáveis pelos movimentos de retrospecção e prospecção que estão no centro da enunciação, quando da apropriação da língua(gem) pelo locutor. A passagem de língua a discurso faz emergir o sujeito heterogêneo. Este nasce da enunciação escrita, em L2, em língua portuguesa, dada a natureza da língua em constituir o “eu” e de instaurá-lo na relação com o “tu”. Além disso, consideramos para a leitura dos “dados” os simbolismos resultantes do perspectivismo dos povos ameríndios, em L1, língua materna. Confirmando, assim a existência de uma língua portuguesa singular com sintaxe e semântica própria, cujas origens estão na diversidade da situação comunicativa. Interessamo-nos pelo estudo das significações produzidas na enunciação escrita dos povos ameríndios quando da diversidade das relações interlocutivas vividas em sociedade. / The thesis “The experience in and by language in testimonies of Amerindian people: the establishment of enunciative places” proposes to understand the occupied places by subjects when the appropriation of the language, in communicative situation, of performing the essay examination – Entrance Examination to Indigenous Students – 2012/COPERSE – UFRGS. In relation to the theoretical pathway of the thesis, we realize incursions to William D. Whitney and Ferdinand de Saussure ideas, mainly, with regard to the genesis of the general principles of modern Linguistics, given the nature of the anthropological bias in the definitions of language, linked to the human facts. The anthropological bias of Linguistics follows by epistemological developments elaborated by Émile Benveniste throughout the categories of study of person, time and space. The French linguist dedicates to signification questions in and by language, in the interface between Linguistics and other sciences, in favor of the General Science of the Human, in order to clarify language problems. Besides, he starts the phrase Semantics, in a period in which linguists studied to Semiotics. The theoretical readings centered in the enunciation foundations, in the light of Benveniste’s ideas, and the reading experience of the texts, produced by indigenous, helped us to think concerning of a hypothesis to the thesis: Is there a distinct mode of Portuguese Language writing to the Amerindian people? To prove this question, we define culture; form and sense in the language; as well as trace, enunciation and reference. Our methodological-theoretical trajectory presents two entries in the language. The first one occurs by the locutor because of the enunciation; and the second one throughout the reverse way to be covered by the linguist when the analysis of testimonies due to the use of the living language by the subjects. We have selected just one representative textual production since the essay gathers the necessary conditions to the procedures of analysis cuttings of the testimonies of the experiencies of the Amerindian people language. The analysis of the testimonies from intersubjective marks in the language point to the existence of traces and of references in and by language. These are responsible phenomena by the moviments of retrospecting and prospecting that are in the center of the enunciation, when the appropriation of the language by the locutor. The language’s passage to the discourse appears the heterogenous subject. This emerges from the written enunciation in L2, in Portuguese Language, given the nature of the language in constituting the “I” and of establishing it by the complementarity relation to the “you” and to establish it in the relation with the “you”. Besides, we consider to the “data” reading, the resulting symbolisms of the Amerindian people perpectivism, in L1, mother tongue. Thus, we confirm the existence of a singular Portuguese Language with its own syntax and semantics, whose origins are in the diversity of the communicative situation. Also, we are interested in the study of the significations produced in the written enunciation of the Amerindian people when the diversity of the interlocutive relationships experienced in society.
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O papel da mãe no processo de aquisição da linguagem : um estudo linguístico sobre a importância da relação criança-outro para a constituição do bebê como sujeito falante

Serafini, Sibylla Jockymann do Canto January 2011 (has links)
O objetivo deste trabalho é responder qual o estatuto da mãe nos estudos de aquisição da linguagem e como a relação criança-outro é tratada quando o bebê está na condição daquele que ainda não fala. O estudo inicia investigando um campo exterior à Linguística, a Psicanálise proposta por D. W. Winnicott como possibilidade de interlocução, uma vez que o autor enfatiza a absoluta dependência do bebê a sua mãe, vendo-os como uma unidade relacionada. Em seguida, o estudo apresenta investigações de pesquisadores que consideram a relação da criança com o outro como necessária para a aquisição da linguagem, com enfoque inicial nos estudos interacionistas, que partem da constatação de que a fala do bebê está vinculada à fala do outro nas interações, mais especificamente à fala da mãe. Das abordagens interacionistas, o trabalho destaca os estudos desenvolvidos por Claudia de Lemos, pois sua proposta assume o compromisso com o dizer do outro e acredita que a fala da criança é indeterminada do ponto de vista categorial, mas dialogicamente determinada na relação com o outro. Após a abordagem interacionista, o estudo traz a vertente enunciativa de estudos da linguagem de Émile Benveniste, que considera a intersubjetividade como constitutiva da linguagem para mostrar, com o trabalho de Silva (2007/2009), uma nova concepção teórica e metodológica de abordagem da aquisição da linguagem. Ao trazer a vertente enunciativa de aquisição da linguagem, este trabalho procura explicitar os mecanismos enunciativos implicados na relação criança-outro como primordiais para a criança se constituir como pessoa na enunciação e, consequentemente, como sujeito falante, pois o modo como o outro constitui a criança em suas enunciações é importante para que ela também possa assumir-se como locutor e mobilizar a língua. A reflexão teórica realizada finaliza com uma síntese dos estudos e com o questionamento acerca do modo como os estudos de aquisição da linguagem com um enfoque somente linguístico poderão sustentar as relações da criança com a mãe em um período inicial de aquisição da linguagem do infante. / El objetivo de este trabajo es responder cuál el estatuto de la madre en los estudios de adquisición de lenguaje y cómo la relación niño-otro es tratada cuando el bebé está en la condición de aquel que aún no habla. Empezamos nuestro trabajo en un campo exterior a la Lingüística, porque en la propuesta psicoanalítica de D. W. Winnicott hay una posibilidad de interlocución, una vez que, en sus estudios, fue enfatizada la absoluta dependencia del bebé con su madre, entendiéndoles como una unidad relacionada. Enseguida, pasamos a los estudios de pesquisidores que consideran la relación del niño con el otro, empezando por los interaccionistas, que parten de la constatación de que la habla del bebé es formalmente dependiente de la habla del otro, mas específicamente de su madre. De los estudios interacionistas, el trabajo destaca los desarollados por Claudia de Lemos, pues su propuesta posee un compromiso con lo decir del otro y cree que la habla del niño es indeterminada del punto de vista categorial, pero dialógicamente determinada en la relación con el otro. Seguimos con la vertente enunciativa de estudios de lenguaje de Émile Benveniste, que consideran la intersubjetividad como constitutiva de la lenguaje para mostrar, con el trabajo de Silva (2007/2009), que problematizó una nueva concepción teórica y metodológica de adquisición de lenguaje. Al traer esta vertente enunciativa, este trabajo procura explicitar lós mecanismos enunciativos presentes em la relación niño-outro como primordiales para que el niño se constituya como persona en la enunciación y, consecuentemente, como sujeto hablante. El modo como el otro constituye el niño en sus enunciaciones es importante para que él pueda asumirse como locutor y movilizar la lengua. La reflexión teórica finaliza con una síntesis de los estudios y con el cuestionamiento sobre el modo como los estudios de adquisisión de lenguaje con foco solamente lingüístico podrán mantener las relaciones del ni´no con su madre en um período inicial de lenguaje del infante.

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