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Escritas de si, escritas do outro : autoficção e etnografia na narrativa latino-americana contemporânea / Escritura de sí, escritura del otro: autoficción y etnografía en la narrativa latinoamericana contemporánea.

Diana Irene Klinger 14 March 2006 (has links)
Este trabalho consiste na identifica??o de duas problem?ticas est?ticas que atravessam a fic??o brasileira e latino-americana contempor?nea: o ?retorno do autor? e a ?virada etnogr?fica?. Nossa hip?tese ? que o cruzamento de ambas perspectivas (a auto-fic??o e a etnografia) em alguns romances contempor?neos, permite pensar as m?ltiplas rela??es entre a literatura e a antropologia, em particular, e entre a literatura e a epistemologia num sentido mais amplo. As fic??es abordadas participam da condi??o de estarem nas fronteiras culturais e nas fronteiras da fic??o. Assim, elas apresentam pontos de contato com as premissas da chamada antropologia p?s-moderna, enquanto proposta de re-considerar o lugar do autor e da linguagem na representa??o do outro culturalmente afastado. Nesses romances, a representa??o da alteridade se inscreve num paradoxo, entre a hermen?utica do outro e a tautologia de uma linguagem que se dobra sobre si pr?pria. Na auto-reflex?o sobre o conceito de representa??o, que tamb?m caracteriza um momento recente das disciplinas human?sticas, a narrativa contempor?nea se situa numa posi??o ambivalente entre a fic??o e a n?o-fic? / Este trabajo consiste en la identificaci?n de dos problem?ticas est?ticas que atraviesan la ficci?n latinoamericana contempor?nea: la escritura de autoficci?n y la ficci?n etnogr?fica. Nuestra hip?tesis es que el cruce de ambas perspectivas en algunas novelas contempor?neas, permite pensar las m?ltiples relaciones entre literatura y antropolog?a, en particular, y entre literatura y epistemolog?a en un sentido m?s amplio. Asi, podemos afirmar que los textos le?dos aqu? presentan una semejanza con las premisas de la llamada antropolog?a posmoderna, en cuanto propuesta de reconsiderar el lugar del autor y del lenguaje en la representaci?n del otro culturalmente distante. En las novelas, la representaci?n de la alteridad se inscribe en una paradoja, entre la hermen?utica del otro y la tautolog?a de un lenguaje que se dobla sobre si mismo. En la autorreflexi?n sobre la representaci?n, que caracteriza un momento reciente de las disciplinas human?sticas, la narrativa contempor?nea al mismo tiempo re-dimensiona la categor?a de narrador y se sit?a en una posici?n ambivalente entre la ficci?n y la no-ficci?n
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A autoficção no campo da escrita de si: a construção do mito do escritor em Nove noites, de Bernardo Carvalho, e outros procedimentos autoficcionais na prosa brasileira contemporânea / Self-fiction in the field of writing itself : constructing the myth of a writer in Nove Noites, by Bernando Carvalho, and other self-fiction procedures in contemporary brazilian prose

Bruno Lima de Oliveira 29 March 2010 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A literatura brasileira contemporânea apresenta como uma de suas características o retorno do autor, explicado pela participação do escritor, no século XXI, no circuito midiático. A presença assídua de escritores em programas de rádio e televisão, em lançamentos de livros, em feiras literárias, em palestras e congressos etc. confere-lhes uma identidade imagética suficientemente forte para despertar nos leitores o desejo por conhecer mais amiúde o que eles têm a dizer para além do texto literário. Sua participação como personagem literário, no entanto, apesar de conter referências autobiográficas, está longe de representar uma verdade biográfica, mas, ao contrário, cria uma aura de indecisão a respeito das referências narradas. A autoficção, desse modo, seria uma crítica à noção de sujeito e ao demasiado apelo do real em nossos dias. Bernardo Carvalho é um autor exemplar de uma escrita autoficcional. Nove noites é um romance que, além de fornecer signos extratextuais importantes para a construção de uma identidade autoficcional, textualmente baralha os conceitos de verdade e mentira, ficção e realidade, resultando num texto híbrido, característico da mitificação a que se submete o autor contemporâneo. O presente trabalho, preocupado em ofertar uma novidade para os estudos literários, amplia o corpus analisado e não se limita à análise do já canônico Bernardo Carvalho. Sete outros autores somam-se a este para uma maior abrangência do panorama da literatura brasileira contemporânea. Clarah Averbuck, Milton Hatoum, Ivana Arruda Leite, Marcelo Mirisola, Cíntia Moscovich, João Gilberto Noll e Silviano Santiago completam a pesquisa em torno da autoficção / The contemporary Brazilian literature presents as one of its features the return of the author, explained by the participation of the writer, in the twenty-first century, in the media circuit. The constant presence of writers in radio and television programs, book launches, literary fairs, lectures and conferences etc. gives them an imagery identity strong enough to awaken in readers the desire to know in a more detailed way what they have to say beyond the literary text. His participation as a literary character, however, although it contains autobiographical references, it is far from being a "true" biography, but, instead, it creates an aura of indecision about the narrated references. The autofiction thus would be a criticism of the notion of subject and the exaggerated appeal of the real today. Bernardo Carvalho is an example of an author writing autofiction. Nove noites is a novel that, in addition to providing important extratextual signs to build an autofictional identity, literally shuffles the concepts of truth and lie, fiction and reality, resulting in a hybrid text, characteristic of myth-making submitted by the contemporary author. This work, concerned about offering something new to literary studies, extends the corpus analysis and it is not limited to the analysis of the already canonical Bernardo Carvalho. Seven other authors are added to him for a more comprehensive panorama of the contemporary Brazilian literature. Clarah Averbuck, Milton Hatoum, Ivana Arruda Leite, Marcelo Mirisola, Cíntia Moscovich, João Gilberto Noll and Silviano Santiago complete the search about the autofiction
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Glauco Mattoso: escrita e transgressão / Glauco Mattoso: writing and transgression

Rafaella Lemos dos Reis Sousa 25 March 2010 (has links)
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / O trabalho consiste em um exame da produção poética de Glauco Mattoso, tendo como horizonte a noção de transgressão e utilizando como corpus sua produção de sonetos e o Jornal Dobrabil. Com uma produção iniciada na década de 1970, o autor é um dos escritores mais prolíficos do cenário literário brasileiro contemporâneo, levantando questões referentes à perversão formal, à crítica do poder autoritário e à criação ficcional da persona autoral por meio da escrita de si. Acreditamos que, por sua técnica apurada e sua vasta produção, trata-se de um autor que merece um estudo acadêmico aprofundado, buscando o diálogo entre seus temas e as questões culturais que se apresentam ao pensamento contemporâneo / The work consists of an exam of Glauco Mattosos literary production, based on the idea of transgression and analyzing the authors sonnet production and Jornal Dobrabil. His production started in the 70s and, since them, Glauco has proved to be one of the most prolific writers in contemporary Brazilian literary scenario, raising issues that relate to formal perversion, power critiquing and fictional self construction. We believe that, due to his technique and wide production, Glauco deserves some deep academic study, creating a dialogue between his themes and cultural questions that are presented to contemporary thought
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Presente contínuo : reflexões sobre a serialização do inacabável

Luiz, Fabiano Mota January 2017 (has links)
O presente texto tem como principal objetivo apresentar uma investigação provocada a partir da escrita e reedição do livro 2013, da produção de um novo livro, intitulado 2015 e da preparação do material para um terceiro volume, chamado 2017. Teremos, dessa forma, a problematização de uma serialização indeterminada de publicações contaminadas pelo cotidiano e pela autobiografia chamada Presente Contínuo. Como fonte de pesquisa artística serão investigadas – através da análise da imagem/texto e seus modos flexíveis de intenção – algumas estratégias poéticas já empregadas por diferentes artistas, como Stephane Mallarmè, Edward Ruscha, Jonathan Safran Foer, Georges Perec, John Cage, Luiz Ruffato e Augustín Fernández Mallo. Para aprofundar o arcabouço teórico, foram convocados os escritos de autores que problematizam o cotidiano, a escrita de si, o impulso arquivista e a autoficção, como Maurice Blanchot, Agnes Heller, Philipe Lejeune, Roland Barthes, Jacques Derrida, Judith Butler e Henry Lefebvre. Finalmente, a partir do processo poético envolvido quando operamos elementos cotidianos, autoficcionais e arquivistas para criar narrativas verbo-visuais não-lineares na forma de livros, serão discutidos aspectos do artista como editor, do artista como curador e do artista como pesquisador. / The main aim of this text is to present an investigation provoked from the writing and reissue of the book 2013, from a new book production entitled 2015 and the material preparation for a third volume, called 2017. In this way, we will have the problematization of an undetermined serialization of publications contaminated by daily life and by the autobiography called Present Continuous. As a source of artistic research will be investigated – through image/text analysis and their flexible modes of intention - some poetic strategies already employed by different artists, such as Stephane Mallarmè, Edward Ruscha, Jonathan Safran Foer, Georges Perec, John Cage, Luiz Ruffato and Augustín Fernández Mallo. In order to deepen the theoretical framework, the writings of authors who problematize daily life, the writing itself, archival impulse and autofiction, such as Maurice Blanchot, Agnes Heller, Philipe Lejeune, Roland Barthes, Jacques Derrida, Judith Butler, and Henry Lefebvre were summoned. Finally, from the poetic process involved when we operate everyday, autofictional and archival elements to create nonlinear verbo-visual narratives in the form of books, we will discuss aspects of the artist as editor, the artist as curator and the artist as a researcher.
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5 Casas : fragmentos para pensar uma arqueografa de si

Barreto, Bruno Gularte January 2015 (has links)
Este texto se propõe a discorrer sobre memória, autobiografa e autofcção aproximando esses conceitos do trabalho desenvolvido no mestrado em Poéticas Visuais no PPGAV-UFRGS. O trabalho “5 Casas” compreende a busca, transformação e reinterpretação de memórias em imagens na construção de micronarrativas autofccionais e seus desdobramentos. Utilizando os fazeres fotográfco e videográfco como instrumentos de memória, autofcção e fruição, se propõe um trabalho de arqueografa imagética pessoal onde a refexão acadêmica norteia os processos de fccionalização das imagens capturadas. Essa proposta é feita a partir de um trabalho onde o foco é a busca de imagens que constituíram a minha formação pessoal e a posterior ressignifcação destas através das particularidades dos processos de edição, fnalização e exibição fotográfcos e videográfcos. / This text is about memory, self-biography and self-fction relating those concepts to the masters in visual poetics taken at the PPGAV-UFRGS. The project “5 Casas” (5 houses) includes searching, transformation and reinterpretation of memories in images in the making of selfctional micronarratives and its developments. Using photo and video making as a tool for memory, selfction and fruition, this work intends on making a personal visual archeography, where the academic research guides the fctionalization of the images. This intent comes from a body of work where the focus is the search for images which were part of my upbringing and the later reinterpretation of those images through the particularities os the editing, fnalizing and exhibition process of photos and videos.
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Desdobramentos ficcionais de uma existência: a exposição do eu autoficcional em Hilda Hilst

Bezerra, Anna Giovanna Rocha 03 April 2015 (has links)
Submitted by Ricardo Carrasco (ricardogc84@uepb.edu.br) on 2017-02-10T15:06:52Z No. of bitstreams: 1 PDF - Anna Giovanna Rocha Bezerra.pdf: 34305722 bytes, checksum: b159f952f8ea2a40de971b411791baa0 (MD5) / Approved for entry into archive by Luciana Medeiros (luciana@uepb.edu.br) on 2017-02-17T14:38:04Z (GMT) No. of bitstreams: 1 PDF - Anna Giovanna Rocha Bezerra.pdf: 34305722 bytes, checksum: b159f952f8ea2a40de971b411791baa0 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-02-17T14:38:04Z (GMT). No. of bitstreams: 1 PDF - Anna Giovanna Rocha Bezerra.pdf: 34305722 bytes, checksum: b159f952f8ea2a40de971b411791baa0 (MD5) Previous issue date: 2015-04-03 / L'intérêt pour le travail de l'écrivainebrésilienne Hilda Hilst vient de la conception des études qu‟on a commencé dans le master, quand on a analisé deux des livres les plus importants des poèmes de l'écrivaine- Júbilo Memória Noviciado da Paixão (1977) et Poemas Malditos Gozosos e Devotos (1982) -du point de vue de la relation entre le sacré et l‟érotique. Maintenant, pour la continuation de notre recherche dans le doctorat, on considère le travail de Hilda Hilst dans un ensemble qui se complète , et a partir de cela, nous avons conçu une analyse qui aborde la fiction de Hilstcomme un modèle de littérature autoficcional qui révèle beaucoup de l'auteur narrateur, même si elle ne crée pas un pacte autobiographique, comme le postule Lejeune (1975).Ce modèle change les limites conceptuelles entre l'auteur et le narrateur. Pour le développement méthodologique de notre recherche, nous avons choisi de ne pas dissocier la conception de Hilst des genres littéraires et nous n‟avons pas fait une distinction entre le texte poétique et le texte en prose.Nous considérons que l'ensemble de la production littéraire de l'écrivaine fait partie d‟une production poétique, y compris leurs titres en prose. Ainsi, tout au long de l'analyse, on essaye de trouver des extaits du travail littéraire dans l‟ensemble de son oeuvre, afin de justifier notre hypothèse que la littérature de Hilst est autoficcional. Au cours de nos études, nous avons remarqué une particularité dans le travail de l‟écrivaine qui attire notre attention et qui sera la base pour commencer notre parcours d'investigation: la littérature produite par Hilda Hilst pendant plus de quarante ans constitue ce que nous allons nommer par corps unique de la littérature. Ce corps est un ensemble poétique cohésif et cohérent qui est complété dans son inquietude et qui répond à soi dans un flux intense métalinguistique ou metapoétique, qui se fait et se refait toujours et qui a l'existence même de l'auteur comme élément créationnel et vivant. Notre but principal dans cette recherche est d'entreprendre une lecture analytique de l‟oeuvre de Hilst qui nous mènera à une compréhension plus profonde de ce qui constitue vraiment la matière première de la création littéraire de l'écrivaine. Par conséquent, Il n‟y a pas moyen d‟échapper des pièges de la biographie, une fois que, si nécéssaire, nous aurons établir un rapport aux épisodes de l'existence réelle de Hildapour comprendre son travail d‟écriture . Nous allons faire, donc, des lectures des entretiens avec l'écrivaine au long de sa vie. En effet, ce qui va guider notre regard sur le travail de Hilst est la croyance que l'auteur estsi étroitement fusionnée à ses écrits de manière qu‟elle a fut transfigurée dans sa poétique même. Donc, ce que ferait la littérature de Hilda Hilst si différente peut être expliqué par le fait qu‟elle se métamorphose dans la principale - et peut-être unique - personnage de ses textes : elle-même; créant ainsi une forme de conversion poétique.Entrer dans le monde littéraire de Hilst est en quelque sorte aussi envahir son lieu personnel, et bien que nous sommes conscients du caractère de fiction de ses textes, il est impossible de les limiter à la création littéraire, aussi bien que de séparer complétement l‟auteur du narrateur . Pour établir une ligne de pensée qui explique la formation de l'œuvre littéraire de Hilda Hilst, nous avons utilisé trois manières de lecture : d'abord, nous avons procédé à lire la totalité de la production littéraire des genres traditionnellement connu, comme la poésie, suivie par les contes, les nouvelles , les romans et les pièces de théâtre. après, nous avons choisi de ne lire ce que l'auteur considère prose et , dans une dernière lecture , nous avons choisi comme critère l'ordre de publication de ses textes. Compte tenu de cette méthodologie de lecture, il était évident que les livres de Hilst ont une dynamique indépendante entre eux, cependant, il existe aussi un lien presque imperceptible qui parcourt l'ensemble littéraire et qui guide le regard du lecteur par un chemin presque irréversible: l'existence même de l'écrivaine, c‟est à dire que tous les chemins mènent à Hilda. / O interesse pelo trabalho da escritora brasileira Hilda Hilst surge a partir da concepção dos estudos iniciados ainda no mestrado quando analisamos dois dos mais significativos livros de poemas da escritora – Júbilo Memória Noviciado da Paixão (1977) e Poemas Malditos Gozosos e Devotos (1982) – sob a perspectiva da relação estabelecida entre o sagrado e o erótico. A partir de então, tomando a obra de Hilda Hilst como um todo que se complementava a si mesma, para a continuação de nossa pesquisa no âmbito do doutorado, concebemos uma análise que aborda a ficção hilstiana como um modelo de literatura autoficcional que, muito embora não estabeleça um pacto autobiográfico como postula Lejeune (1975), revela muito da autora narradora, rompendo, assim, os limites conceituais entre autoria e narrador. Para o desenvolvimento metodológico de nossa pesquisa optamos por não dissociarmos a concepção hilstiana de gêneros literários e não fizemos distinção entre o texto poético e o texto em prosa. Consideramos aqui que toda a produção literária da escritora trata-se de produção poética, inclusive os seus títulos em prosa. Assim, durante todo o decorrer da análise, buscamos extrair passagens do trabalho literário como um todo a fim de justificarmos nossa hipótese de que a literatura hilstiana é autoficcional. Durante nossos estudos, percebemos uma peculiaridade na obra hilstiana que nos chama a atenção e que será o fundamento principal para que iniciemos nosso percurso investigativo: a literatura produzida por Hilda Hilst ao longo de mais de quarenta anos compõe o que iremos chamar de corpo literário único; um todo poético coeso e coerente que se complementa em sua inquietude e responde-se a si mesmo num intenso fluxo metalinguístico ou metapoético, que se faz e se refaz, sempre, tendo como elemento vivificador e criacional a própria existência da autora. Nosso objetivo central, nessa pesquisa, é empreendermos uma leitura analítica da obra hilstiana que nos conduza a uma compreensão mais profunda do que realmente se constituiu a matéria-prima para a criação literária da escritora. Sendo assim, não há também como escaparmos das armadilhas da biografia, uma vez que teremos de recorrer, sempre que necessário for, aos episódios da existência real de Hilda para compreendermos sua escrita. Essa prática se efetivará a partir da leitura das entrevistas concedidas pela escritora ao longo da vida. De fato, o que guiará nosso olhar mediante o trabalho de Hilst é a crença de que a autora amalgamou-se tão intimamente aos seus escritos que, dessa maneira, transfigurou-se na sua poética mesma. Sendo assim, o que tornaria a literatura de Hilda Hilst tão incomum encontraria explicação no fato da autora ter se metamorfoseado na grande – e talvez única – personagem de seus textos: ela mesma; configurando, assim, uma forma de conversão poética, ideia esta que procuraremos defender no decorrer desta investigação. Adentrar no universo literário hilstiano de alguma forma também é invadir o seu espaço pessoal e, embora tenhamos plena convicção da ficcionalidade de seus textos não há como não remetê-los meramente ao campo da criação literária e desvincular a figura da autora do narrador. Para que pudéssemos traçar uma linha de pensamento que tentasse dar conta da formação do trabalho literário de Hilda Hilst nos utilizamos de três modos de leitura: Primeiramente, realizamos uma leitura de toda a produção literária de acordo com os gêneros tradicionalmente conhecidos, como poesia, em seguida, os contos, as novelas, os romances e por fim o teatro. Adiante, optamos por ler apenas o que a autora considera como prosa e, numa ultima leitura, optamos pelo critério de ordem de publicação. Diante dessa metodologia de leitura ficou evidente que os livros de Hilst possuem uma dinâmica independente uns dos outros, entretanto, em elo quase imperceptível atravessa todo o conjunto literário direcionando o olhar do leitor e apontando para uma direção quase irreversível: a própria existência da escritora. Ou seja, todos os caminhos levam a Hilda.
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5 Casas : fragmentos para pensar uma arqueografa de si

Barreto, Bruno Gularte January 2015 (has links)
Este texto se propõe a discorrer sobre memória, autobiografa e autofcção aproximando esses conceitos do trabalho desenvolvido no mestrado em Poéticas Visuais no PPGAV-UFRGS. O trabalho “5 Casas” compreende a busca, transformação e reinterpretação de memórias em imagens na construção de micronarrativas autofccionais e seus desdobramentos. Utilizando os fazeres fotográfco e videográfco como instrumentos de memória, autofcção e fruição, se propõe um trabalho de arqueografa imagética pessoal onde a refexão acadêmica norteia os processos de fccionalização das imagens capturadas. Essa proposta é feita a partir de um trabalho onde o foco é a busca de imagens que constituíram a minha formação pessoal e a posterior ressignifcação destas através das particularidades dos processos de edição, fnalização e exibição fotográfcos e videográfcos. / This text is about memory, self-biography and self-fction relating those concepts to the masters in visual poetics taken at the PPGAV-UFRGS. The project “5 Casas” (5 houses) includes searching, transformation and reinterpretation of memories in images in the making of selfctional micronarratives and its developments. Using photo and video making as a tool for memory, selfction and fruition, this work intends on making a personal visual archeography, where the academic research guides the fctionalization of the images. This intent comes from a body of work where the focus is the search for images which were part of my upbringing and the later reinterpretation of those images through the particularities os the editing, fnalizing and exhibition process of photos and videos.
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Futuro do pretérito: tempo e narrativa na história, no romance, na tese / The Future of the Past: time and narrative in history, novel, and thesis

Renato Prelorentzou 17 August 2015 (has links)
Esta tese de doutorado começa investigando as relações entre história e ficção nos séculos XX e XXI, com ênfase na ideia de pós-modernidade e de crise da representação. Depois da leitura de alguns romancistas contemporâneos (como W.G. Sebald, J.M Coetzee, Orhan Pamuk e Enrique Vila-Matas) e de alguns historiadores contemporâneos (especialmente Carlo Ginzburg), a pesquisa avança sobre o estudo teórico da autobiografia e da autoficção, tentando refletir sobre as implicações epistemológicas da narrativa também no discurso da crítica literária e na escrita acadêmica. / This doctoral thesis began by researching the relationship between history and fiction in the 20th and 21st centuries, focusing on the crisis of representation and the idea of post-modernity. After reading some contemporary novelists (such as W.G. Sebald, J.M Coetzee, Orhan Pamuk e Enrique Vila-Matas) and also some contemporary historians (notably Carlo Ginzburg), the research advances towards the theoretical study of autobiography and autofiction, attempting to reflect on the epistemological implications of narrative both for the discourse of literary criticism and for academic writing.
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O narrador de \"Um romance russo\", de Emmanuel Carrère, e a promessa da autobiografia / The narrator of My Life as a Russian Novel, by Emmanuel Carrère, and the promise of autobiography

Mariana de Toledo Delfini 16 November 2016 (has links)
Em um contexto literário contemporâneo atravessado pela escrita de si, este trabalho buscou estudar a obra Um romance russo, de Emmanuel Carrère, à luz das propostas da autobiografia e da autoficção, esta última uma expressão que convoca diferentes definições e justificativas. Para isso debruçou-se sobre a construção do narrador-protagonista, que declara ter como objetivo contar a história de seu avô para romper o silêncio em torno dela, imposto por sua mãe, e, assim, enterrar o fantasma desse homem que continuaria assombrando seus descendentes com sua personalidade amarga. Observamos que o narrador, identificado ao autor, faz uso da metonímia em diferentes instâncias da obra: alinhava narrativas menores que remetem ao mesmo tema, apresenta personagens femininas que remetem à figura materna e o próprio protagonista se constrói em espelhamento com o personagem do avô. Tal recurso, somado a duas narrativas que se entrelaçam, organizando o texto de Um romance russo, age como argumentação em favor de seu objetivo, justificando a necessidade de romper com a proibição da mãe e publicar este livro. Pela responsabilidade implicada na reabilitação da figura do avô, seguindo os moldes do que o crítico Dominique Viart propõe para o récit de filiation, e pela performatividade que objetiva, além das referências sem ambiguidade em seu texto, Carrère estabelece um pacto autobiográfico, como estudado por Philippe Lejeune, que é essencial para a leitura de Um romance russo. Acreditamos que, embora o gênero moderno da autobiografia não se aplique nem a esta, nem a obras anteriores do mesmo autor, um autobiográfico percorre todas elas, recusando as possibilidades de pacto romanesco com que joga a autoficção; ainda, identificam-se em sua produção elementos como o uso comentado da psicanálise, incursões ficcionais demarcadas no texto, estruturas fragmentárias e hibridismo de formas que situam Carrère no debate contemporâneo. / In a contemporary literary context shot through with the notion of writing oneself, this thesis seeks to study the work My Life as a Russian Novel, by Emmanuel Carrère, in light of the proposals put forth by both autobiography and autofiction, the latter evoking a variety of definitions and justifications. As such, the work examines the construction of the narrator/protagonist, who states that his aim is to tell the story of his grandfather in order to break the silence around it imposed by his mother and thus put to rest the ghost of a bitter man left haunting his descendants. We observe that the narrator, identified with the author, turns to metonymy at several points in the work: he lines up several minor narratives that speak to the same theme and presents female characters that evoke his mother, while the protagonist constructs himself as a mirror image of the character of his grandfather. This tack, alongside the two interlocking narratives that structure My Life as a Russian Novel, serves as ammunition towards his ultimate goal: justifying the need to break his mothers ban and publish this book. In terms of the responsibility implied in the rehabilitation of the figure of his grandfather in keeping with the structure that critic Dominique Viart proposes for the récit de filiation and in terms of the performativity he crafts, in addition to the unambiguous references in his text, Carrère establishes an autobiographical pact, as studied by Philippe Lejeune, which is essential for the reading of My Life as a Russian Novel. We believe that, although the autobiography as a modern genre does not apply to this or other works by the author, a thread of autobiography runs through all of them, rejecting the openings towards a novelesque pact that autofiction plays with; moreover, one may identify such elements in his oeuvre as the commented usage of psychoanalysis, fictional incursions clearly demarcated in the text, fragmentary structures, and a hybridity of form that situate Carrère within the contemporary debate on the topic.
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Confissão e simulacro na literatura contemporânea: análise do romance Divórcio de Ricardo Lísias / Confession and simulacrum in contemporary literature

Vanessa Molnar Maluf 17 November 2016 (has links)
A inserção de dados autobiográficos nas narrativas é uma característica muito forte da literatura produzida nas últimas décadas. Esta dissertação tem por objetivo discutir o romance Divórcio de Ricardo Lísias, que se enquadra na premissa aqui apontada, na medida em que os narradores/personagens do livro comungam do nome do autor e apresentam características biográficas que podem ser associadas à vida deste. O objetivo principal é questionar como se dá a transfiguração da matéria vivida em matéria ficcional no texto aqui escolhido. Buscar-seá analisar a sua construção narrativa, as suas relações com um tipo muito característico de romance que se difunde no pós-guerra, no momento em que acontece o que Beatriz Sarlo chama de guinada subjetiva, e a problematização das implicações teóricas da sua produção / Inserting autobiographical data in the narratives is a very strong feature of the literature produced in recent decades. This paper aims to discuss the novel Ricardo Lísias, Divórcio, which falls under the premise here pointed out, in that the narrators / characters in the book have in common the author\'s name and biographical exhibit characteristics that may be associated with this life. The main goal is to question how is the transfiguration of matter lived in fictional material in the text chosen here. We will analyze its narrative construction, its relationship with a very distinctive kind of novel that diffuses into the postwar period, when it happens what Beatriz Sarlo calls \"subjective turn\", and the questioning of the theoretical implications of production

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